A necessidade da terapia preventiva nas cefaleias primárias

Autores

  • Mario Fernando Prieto Peres
  • Daniel Krempel Amado
  • André Leite Gonçalves
  • Reinaldo Ribeiro
  • Jorge Roberto Pagura
  • Luiz Paulo de Queiroz

DOI:

https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2011.10

Palavras-chave:

Enxaqueca; Migrânea, Cefaleia do tipo tensional, Prevenção, Epidemiologia

Resumo

Introdução: As cefaleias primárias são condições comuns. No Brasil, a prevalência da migrânea é 15,2%, da cefaleia do tipo tensional é 13% e da cefaleia crônica diária (CDH), 6,9%. Apesar de tratar-se de doenças frequentes, uma proporção dos pacientes é subtratada. Os padrões de manejo da cefaleia dos pacientes podem levar ao uso exclusivo de medicamentos para o tratamento agudo das crises, e aqueles que necessitam de prevenção podem não recebê-la. Objetivo: Estimar as taxas de tratamento preventivo entre os indivíduos portadores de cefaleias primárias. Métodos: Uma entrevista telefônica contendo questões sobre cefaleia e características sociodemográficas foi aplicado a 3.848 pessoas de 27 estados brasileiros, nas suas cinco regiões demográficas. Nos consideramos um escore na escala MIDAS>10 pontos como um marcador da necessidade de tratamento preventivo. Os pacientes foram questionados quanto ao uso de qualquer medicação em um padrão diário ou de qualquer tratamento para prevenir a ocorrência de crises de cefaleia. Os indivíduos foram divididos em: 1. Aqueles que responderam positivamente à questão sobre o tratamento preventivo, independentemente do tipo de tratamento. 2. Aqueles que responderam positivamente à questão, mas apenas com medicamentos ou tratamentos estudados no tratamento preventivo da migrânea, rotulados como "tratamento correto". 3. Aqueles que responderam positivamente à questão, mas apenas com medicamentos ou tratamentos citados no consenso sobre tratamento profilático da Sociedade Brasileira de Cefaleia, rotulados como "tratamento consenso". Resultados: No total, 12,8% dos indivíduos acometidos por cefaleias primárias apresentaram MIDAS maior que 10, preenchendo critérios para tratamento profilático, porém apenas 8,4% deles relataram-no, apenas 3,9% destes utilizando um tratamento correto. A porcentagem dos pacientes necessitando de prevenção foi 24,7% na migrânea, 15,6% na migrânea provável, 5% na cefaleia do tipo tensional e 4% na cefaleia do tipo tensional provável. Apenas 2,6% dos migranosos, 7,5% pacientes com migrânea provável, 4,3% daqueles com cefaleia do tipo tensional e 0% daqueles com cefaleia do tipo tensional provável receberam tratamento preventivo adequado. Conclusão: As cefaleias primárias são condições debilitantes e comuns, porém uma proporção substancial daqueles que poderiam necessitar de prevenção não a recebem. Educação dos pacientes e iniciativas de saúde pública voltadas a proporcionar à população tratamento para a migrânea e outras cefaleias primárias devem ser consideradas não apenas no Brasil, mas globalmente.

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Biografia do Autor

Mario Fernando Prieto Peres

Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – São Paulo, SP
Faculdade de Medicina do ABC
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP-EPM – São Paulo, SP

Daniel Krempel Amado

Faculdade de Medicina do ABC

André Leite Gonçalves

Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – São Paulo, SP
Faculdade de Medicina do ABC
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP-EPM – São Paulo, SP

Reinaldo Ribeiro

Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – São Paulo, SP
Faculdade de Medicina do ABC
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP-EPM – São Paulo, SP

Jorge Roberto Pagura

Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein – São Paulo, SP
Faculdade de Medicina do ABC

Luiz Paulo de Queiroz

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC – Florianópolis, SC

Publicado

2011-06-30

Como Citar

1.
Peres MFP, Amado DK, Gonçalves AL, Ribeiro R, Pagura JR, Queiroz LP de. A necessidade da terapia preventiva nas cefaleias primárias. Headache Med [Internet]. 30º de junho de 2011 [citado 14º de maio de 2024];2(2):46-9. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/index.php/hm/article/view/78

Edição

Seção

Original

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