Tratamento e prevenção da dor orofacial idiopática persistente: uma revisão sistemática da literatura
DOI:
https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.59Palavras-chave:
PortuguêsResumo
Introdução
A dor orofacial idiopática persistente (DFIP) é um fenômeno que compreende um quadro de origem neuropática, composto pela dor facial persistente, restrita à hemiface. Nesse contexto, sabe-se que o uso de antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina ou nortriptilina, embora sejam o tratamento padrão, nem sempre se mostram eficazes. O objetivo deste estudo é revisar a literatura em busca dos tratamentos e profilaxias atuais no manejo da DOIP.
Material e Métodos
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura no banco de dados PubMed, com os descritores: “Persistent Idiopathic Orofacial Pain AND (Treatment OR Prevention)”, selecionando os ensaios controlados randomizados, ensaios clínicos e relatos de caso publicados nos últimos 10 anos (n = 18 artigos). Excluiu-se os estudos ainda não concluídos e aqueles que não se enquadravam nos objetivos.
Resultados
Um relato de caso concluiu que o bloqueio do gânglio esfenopalatino (BGEP) com anestésico local de curta ação gerou alívio temporário da DOIP, independentemente da medicação utilizada, enquanto a implantação de um eletrodo neuroestimulante neste gânglio levou a melhora do quadro clínico de dor e redução do consumo de opióides. Junto a isto, um ensaio clínico apontou que pacientes com essa síndrome dolorosa apresentam menor inibição intracortical de curto intervalo em comparação aos controles, fato que não possui relação com o uso de medicações analgésicas. Também, um relato de caso concluiu que a ablação dos nervos cervicais superiores, seguida por analgesia epidural cervical contínua por 3 semanas, fornecem controle satisfatório da dor em pacientes com DOIP. Por outro lado, um estudo randomizado, duplo cego, avaliou que a hipnose não influenciou significativamente a sensibilidade somatossensorial relacionada a DOIP quando comparada com o grupo placebo. Ademais, um ensaio clínico não controlado concluiu que a toxina botulínica tipo A (BoNT-A) se mostrou uma opção terapêutica segura e eficaz no manejo da odontalgia atípica, sub forma da DOIP, aliviando significativamente o desconforto e a dor intermitente.
Conclusão
As opções terapêuticas envolvendo neuromodulação, a ablação dos nervos cervicais superiores e injeções de BoNT-A mostraram segurança e eficácia no manejo da DOIP, enquanto o BGEP mostrou alívio temporário da dor e a hipnose não apresentou resultados positivos.
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