Migrânea e Zumbido: Implicações para o Manejo Multidisciplinar

Autores

  • Vitória Carolina Leonel Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo
  • Juliana Pradela
  • Nelma Ellen Zamberlan-Amorim
  • Amanda Rodrigues
  • Ana Cláudia Mirândola Barbosa Reis
  • Fabiola Dach
  • Debora Bevilaqua Grossi

Palavras-chave:

Tinnitus, Disability by migraine, Neck Disability, Central Nervous System Sensitization, Dizziness, Depression

Resumo

Introdução: Pacientes com migrânea podem apresentar sintomas vestibulares e audiológicos, especialmente zumbido. Ambas as condições estão associadas à vertigem, dor cervical e depressão, que podem influenciar a carga das doenças.

Objetivo: Investigar a correlação entre as características e a incapacidade relacionada ao zumbido e medidas de incapacidade, sensibilização central e depressão em pacientes com migrânea.

Métodos: Foram recrutadas 46 mulheres com migrânea e queixa de zumbido (18-55 anos). Todas realizaram avaliação audiológica convencional para excluir perda auditiva e avaliação acufenométrica para caracterizar a intensidade (dB) e a frequência (Hz) do zumbido. Foram aplicados os questionários: Tinnitus Handicap Inventory (THI), Headache Impact Test (HIT-6), Central Sensitization Inventory (CSI), Neck Disability Index (NDI), Patient Depression Questionnaire (PHQ-9) e Dizziness Handicap Inventory (DHI). A correlação de Spearman foi classificada como fraca (rho<0,3), moderada (0,3<rho<0,6) e forte (rho>0,7).

Resultados: Correlações positivas, moderadas e significativas foram observadas entre a intensidade do zumbido nas orelhas direita (OD) e esquerda (OE) e com os questionários THI (OD: rho=0,335, p=0,037; OE: rho=0,373, p=0,025), HIT-6 (OD: rho=0,371, p=0,020; OE: rho=0,344, p=0,040), CSI (OD: rho=0,385, p=0,015; OE: rho=0,432, p=0,008), NDI (OD: rho=0,347, p=0,030; OE: rho=0,386, p=0,020) e PHQ-9 (OD: rho=0,377, p=0,018; OE: rho=0,397, p=0,016). Por outro lado, correlações negativas, moderadas e significativas foram encontradas entre a frequência do zumbido e o NDI (OD: rho=-0,402, p=0,011; OE: rho=-0,491, p=0,002) e entre a frequência do zumbido na OE e o THI (rho=-0,437, p=0,008), CSI (rho=-0,357, p=0,032) e PHQ-9 (rho=-0,383, p=0,021). Correlações positivas, moderadas e significativas foram identificadas entre o THI e os questionários PHQ-9 (rho=0,483, p=0,001), CSI (rho=0,543, p=0,000), NDI (rho=0,568, p=0,000) e HIT-6 (rho=0,344, p=0,019). Uma correlação positiva, forte e significativa foi observada entre o THI e o DHI (rho=0,768, p=0,000).

Conclusão: A percepção de zumbidos mais graves e altos está associada a maior incapacidade relacionada a cefaleia, cervicalgia e tontura, além de maior sensibilização central e sintomas depressivos, em pacientes com migrânea. Esses achados destacam a necessidade de uma abordagem multidisciplinar nas avaliações audiológicas, psicológicas e cinético-funcionais em pacientes com migrânea e zumbido para a melhor abordagem terapêutica.

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Publicado

2024-08-15

Como Citar

1.
Leonel VC, Pradela J, Zamberlan-Amorim NE, Rodrigues A, Reis ACMB, Dach F, Grossi DB. Migrânea e Zumbido: Implicações para o Manejo Multidisciplinar. Headache Med [Internet]. 15º de agosto de 2024 [citado 22º de novembro de 2024];15(Supplement):50. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/index.php/hm/article/view/1156

Edição

Seção

Resumo Congresso Cefaleia 2024

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