Association between plasma levels of interleukin 1 and clinical aspects of migraine
Palavras-chave:
Chronic migraine, Migraine with Aura, IL-1β, Photophobia, Phonophobia, OsmophobiaResumo
Introdução: A migrânea é uma doença altamente prevalente e relevante, impactando significativamente a qualidade de vida dos seus portadores. Sua etiologia envolve interações entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais; no entanto, os mecanismos subjacentes à sua fisiopatologia permanecem pouco compreendidos. Estudos indicam uma associação de citocinas inflamatórias com estágios específicos da doença. A interleucina (IL)-1β é conhecida por ativar várias vias inflamatórias, que são importantes na patogênese da migrânea. Objetivos: Este estudo visa avaliar a associação entre os níveis plasmáticos de IL-1β e aspectos clínicos da migrânea. Métodos: Um estudo caso-controle foi realizado com indivíduos diagnosticados com migrânea e tratados no Ambulatório de Cefaleia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Campus Londrina, Paraná, Brasil. Amostras de sangue periférico foram coletadas de pacientes com migrânea (grupo caso) e indivíduos saudáveis (grupo controle). Entrevistas estruturadas e questionários autoaplicáveis foram utilizados para obter dados epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Os níveis de IL-1β foram medidos utilizando o ensaio imunofluorimétrico. Resultados: Um total de 176 indivíduos foram incluído, sendo 80 pacientes com migrânea (grupo caso) e 96 controles. Entre os 80 pacientes, 62 (77,5%) eram mulheres, e entre os 96 controles, 68 (70,8%) eram mulheres. Não houve diferenças significativas em sexo, idade ou etnia entre pacientes e controles (p>0,05). Dos 80 pacientes, 32 (40,0%) relataram a presença de aura, 71 (88,7%) relataram fotofobia, 65 (81,2%) fonofobia e 46 (58,2%) relataram osmofobia. Os valores de IL-1β variaram de não detectáveis (<9,0 pg/mL) a 116,8 pg/mL, com uma mediana de 9,0 pg/mL (intervalo interquartil de 90,51 pg/mL). Pacientes com migrânea apresentaram níveis médios de IL-1β de 10,38±12,25 pg/mL, enquanto controles apresentaram uma média de 10,10±6,46 pg/mL (p=0,855). Associações significativas foram encontradas entre níveis mais altos de IL-1β e migrânea crônica (p=0,015) e migrânea com aura (p=0,026), enquanto outras variáveis não mostraram diferenças significativas (>0,05). Uma associação marginal foi observada entre os níveis de IL-1β e a incapacidade pela migrânea avaliada pelo questionário MIDAS (p=0,059). Conclusão: Este estudo contribui para uma melhor compreensão do manejo da migrânea ao considerar os níveis de IL-1β em relação às características clínicas específicas, bem como sugere a IL-1β como um possível biomarcador para a doença e/ou novo alvo para medicamentos específicos.
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