Inglês
Palavras-chave:
Intracranial hypertensionResumo
Introdução:
A hipertensão intracraniana é uma complicação frequente da trombose venosa cerebral. Na literatura as recomendações a cerca do manejo da hipertensão intracraniana na trombose venosa cerebral são escassas pela falta de estudos controlados, já foram descritos uso de acetazolamida, corticoides, shunt e punção lombar. As modalidades de shunt mais descritas na literatura são o shunt ventricular externo, ventriculoperitoneal, ventriculoatrial e ventriculojugular. Poucas são as descrições na literatura de shunt lomboperitoneal.
Objetivo:
Relatar um caso de manejo da hipertensão intracraniana secundária a trombose venosa cerebral com shunt lomboperitoneal.
Relato de caso:
Relatamos o caso de manejo agudo de hipertensão intracraniana com shunt lomboperitoneal em um paciente do sexo feminino, jovem, obesa e tabagista, que apresentou um quadro agudo de hipertensão intracraniana, com cefaleia, náusea, vômitos, diplopia, papiledema e perda visual severa bilateral (contar dedos a menos de 1 metro) secundário a trombose venosa extensa envolvendo o seio sigmoide e a veia jugular interna direitos.
Na admissão a paciente foi submetida a neuroimagem com estudo de vasos intracranianos (ressonância magnética e angiorressonância venosa) além de punção lombar diagnóstica – essa última evidenciando uma pressão de abertura maior que 100 cm H2O.
A paciente recebeu acetazolamida 1000mg a cada 6 horas até a realização de shunt lomboperitoneal para tratamento agudo da hipertensão intracraniana, seguida de introdução de anticoagulação com enoxaparina.
Apresentou melhora progressiva da cefaleia e dos sintomas visuais ao longo do período de internação. A acetazolamida foi reduzida e suspensa devido a acidose metabólica leve. Recebeu alta em uso de antagonista da vitamina K e foi reavaliada após 18 dias, sem papiledema e com melhora da função visual.
Discussão:
A paciente em questão foi submetida a shunt lomboperitoneal para manejo da hipertensão intracraniana severa secundária a trombose venosa cerebral com bom desfecho clínico – melhora do papiledema, cefaleia e função visual. Mais estudos são necessários para avaliar essa modalidade de shunt no manejo da hipertensão intracraniana nesses pacientes.
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Referências
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