Bloqueio de esfenopalatino e nervos occipitais para migranea crônica
Palavras-chave:
Bloqueio anestésico, Enxaqueca; MigrâneaResumo
Título: Bloqueios dos nervos esfenopalatino e occipital para enxaqueca crônica
Introdução
A cefaleia é uma das condições mais prevalentes na medicina, sendo a enxaqueca o representante mais comum das cefaleias primárias. Embora não acarrete alta mortalidade, traz consigo grande potencial de incapacitação. O arsenal terapêutico inclui diversas classes de medicamentos, mas quando esses medicamentos se mostram ineficazes ou não tolerados, há necessidade de outras formas de tratamento. Avaliando a anatomia funcional dos sistemas sensoriais relacionados à cefaleia, os aferentes sensoriais não são resultados apenas dos nervos occipitais, mas também do sistema trigêmeo-vascular, representado pelo gânglio esfenopalatino. Essas estruturas apresentam convergência funcional, transportando aferentes sensoriais e contribuindo para o fenômeno da sensibilização. Esse modelo serviu de base para o desenvolvimento de um protocolo de bloqueio dessas estruturas fundamentais na fisiopatologia da cefaléia.
Objetivos
Avaliar a resposta terapêutica ao bloqueio seriado do gânglio esfenopalatino e dos nervos occipitais maior e menor em pacientes com enxaqueca crônica atendidos no ambulatório de cefaléia do HC UFPR. Quantificar a resposta após os bloqueios, avaliando intensidade, frequência das crises dolorosas e efeitos adversos.
Métodos
Bloqueios do gânglio esfenopalatino e dos nervos occipitais maior e menor. A solução utilizada continha ropivacaína a 0,2% com 45mcg de clonidina, sendo 2ml aplicados bilateralmente na região adjacente a cada nervo occipital e 12ml instilados lentamente em gaze inserida com pinça no meato nasal inferior bilateralmente. Esses procedimentos deveriam ser realizados cinco vezes em série.
Resultados
Os bloqueios foram realizados em 21 pacientes com enxaqueca crônica no ambulatório de cefaléia do HC UFPR após consentimento. A maioria era do sexo feminino, com maior proporção na faixa etária entre 48 e 62 anos.
Após uma série de 5 blocos, resultados satisfatórios foram observados em mais de 60% da amostra. Os efeitos adversos foram raros, sendo a tontura o mais relatado, levando à descontinuação em apenas 1 paciente.
Conclusão
Os resultados foram promissores em termos de controle da dor e baixo nível de efeitos adversos, sugerindo que o procedimento foi seguro. Mais estudos devem ser realizados para avaliar a eficácia e o nível de melhoria sustentada ao longo do tempo
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Referências
Referências:
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