COVID-19 e Migrânea: 4 pacientes com migrânea sem aura e sua cefaleia na fase aguda da infecção.

Resumo

Introdução

Cefaleia é sintoma da infecção por COVID-19, bem como febre, dor de garganta e tosse; pode ser sintoma inicial ou único. Séries de casos sugerem que características migranosas são comuns na fase aguda. Dor pode ser limitante e de difícil manejo.

Objetivos

Relatar evolução de 4 pacientes do sexo feminino, diagnóstico de migrânea sem aura (ICHD-3), e sua evolução e manejo (ambulatorial) na fase aguda.

Material e Métodos

4 pacientes, que concederam autorização por escrito para relato de seus casos. (1) 39 anos, migrânea episódica infrequente (MEI), previamente migrânea crônica (MC) com uso excessivo de analgésicos (UEA), topiramato até 125mg até há 1 ano, sem profilaxia atual. Crise intensa, características de migrânea, duração de 7 dias, inaugurando quadro infeccioso. Sem melhora com naproxeno/domperidona (3 doses), dipirona/metoclopramida EV. Melhora após 48h com prednisona 0,5mg/Kg, 5 dias. (2) 31a, MEI (previamente MC com UEA, tendo feito uso de topiramato até 50mg até há 8m e metoprolol 25mg suspenso há 2m). Tosse e febre; recebeu prednisona 1mg/Kg como tratamento para COVID pelo pneumologista. Não apresentou cefaleia. (3) 26a, migrânea episódica frequente (previamente MC com UEA, em uso de topiramato 150mg e magnésio 400mg). Cefaleia no 4^o dia de sintomas, sem resposta a Zolmitriptano (3 doses), dipirona e metoclopramida EV. Melhora após 72h com prednisona 0,5mg/Kg. (4) 45a, MEI sem profilaxia. Cefaleia com características da migrânea, intensa, 3 dias, início no 5^o dia. Sem melhora com dipirona (5 doses), naproxeno (2 doses).

Resultados

A cefaleia associada à infecção por COVID-19 em pacientes com migrânea é frequente e por vezes de difícil manejo. O abortivo usual do paciente por vezes não é efetivo e corticóide oral pode ser uma opção.

Conclusão

Corticoide pode ser opção no manejo da cefaleia na infecção aguda por COVID.