Influência das variantes genéticas +874T>A e -764G>C do Interferon-γ na suscetibilidade à migrânea
DOI:
https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2021.Supplement.7Palavras-chave:
Migrânea, Fisiopatologia, Citocina, Interferon-γResumo
Introdução
A migrânea é um distúrbio neurológico incapacitante e geneticamente determinado. Níveis elevados do interferon-γ
(IFN-γ), citocina pró-inflamatória, contribuem para desencadear a dor.
Objetivo
Avaliar o efeito das variantes genéticas +874 T>A e -764 G>C do IFN-γ e seu efeito sobre a suscetibilidade e sintomas
associados à migrânea.
Material e métodos
Estudo prospectivo do tipo caso-controle composto por 144 participantes entre 18 e 60 anos diagnosticados com
migrânea e controles saudáveis. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCPR (n°3.029.972). Os
participantes foram avaliados e responderam a entrevista estruturada sobre dados demográficos, antropométricos,
clínicos, classificação e sintomas associados à migrânea. Também preencheram questionários validados referentes
à incapacidade relacionada à migrânea (MIDAS), ansiedade (STAIY2) e depressão (IDB). A variantes genéticas
do IFN-γ foram analisadas por meio da reação em cadeia da polimerase com primers sequência alelo específica
(PCR-SSP) ou PCR em tempo real. Foi realizada análise univariada seguida de regressão logística binária. Foi considerada
diferença estatística quando p<0,05.
Resultados
Foram avaliados 144 indivíduos, sendo 68 com migrânea e 76 controles pareados para sexo, idade, etnia e índice
de massa corporal. Pacientes com genótipo GC, da variante -764, apresentaram menor chance de migrânea quando
comparados com o genótipo GG (OR=0,15; p=0,047), maior produtor da citocina. Esse resultado corrobora
com estudos clínicos que demonstraram aumento do IFN-γ em indivíduos com migrânea, especialmente na fase de
dor5,6. Entretanto, a variante +874T>A não se associou à suscetibilidade à migrânea. Também não houve diferença
estatística entre os diferentes genótipos de ambas as variantes analisadas quanto ao tipo, presença ou ausência de
aura, fotofobia, fonofobia, osmofobia, alodinia, depressão ou incapacidade da migrânea.
Conclusão
Indivíduos heterozigotos (GC) para variante -764 G/A do IFN-γ apresentaram chance 85% menor de apresentarem
migrânea quando comparados aos homozigotos GG.
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