Revisão integrativa: MABS x Topiramato como tratamento profilático da migrânea

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Resumo

Introdução: A migrânea está associada à sensibilização central, um processo no qual ocorre um aumento da excitabilidade das membranas neuronais e uma diminuição das influências inibitórias, resultando na cronificação da dor migranosa. Nesse contexto, a farmacodinâmica da maioria das drogas preventivas se dá na supressão da transmissão do sinal da dor na sensibilização central, evitando a dor crônica e suas consequências, é indicado em pacientes com crises frequentes, incapacitantes ou refratárias à medicação abortiva da crise. Os anticorpos monoclonais antagonistas do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (MABs anti-CGRP) inovam ao bloquear o CGRP através da comunicação cruzada via bloqueio de neurônios periféricos trigeminais. O topiramato, anticonvulsivante, reduz a excitabilidade neuronal através da modulação de canais iônicos e supressão da ativação de neurônios trigeminais e da neurotransmissão excitatória.

Objetivo: Avaliar a eficácia e mecanismo de ação de cada um dos MABS antagonistas CGRP no tratamento preventivo da migrânea, por meio de comparações com a ação do Topiramato, através de uma revisão integrativa.

Métodos: Realizada busca eletrônica nas bases de dados MEDLINE (PubMed) e LILACS com os descritores “Calcitonin Gene-Related Peptide Receptor Antagonists” e “migraine”, incluídos ensaios clínicos, testes controlados e aleatórios e meta-análises referentes a estudos em adultos, com texto disponível na íntegra gratuitamente, publicados entre 2020 e 2024, abordando MABS.

Resultados: Erenumab é antagonista do receptor do CGRP, enquanto Fremanezumab, Eptinezumab e Galcanezumab antagonizam o peptídeo CGRP. Todos mostraram resposta precoce em estudos, com tratamento de 12 semanas, eficácia consistente em pacientes nunca tratados e refratários. Sua administração mensal por via subcutânea, exceto para Eptinezumab, endovenoso, favorece a adesão e a farmacodinâmica, sem necessidade de ajustes para hepato/nefropatias. Erenumab superou o Topiramato em eficácia, início dos resultados e menos efeitos colaterais. Fremanezumab teve a maior taxa de resposta geral, Galcanezumab e Fremanezumab foram superiores na redução de dias com sintomas em enxaqueca episódica. Na enxaqueca crônica o Fremanezumab teve menor impacto, enquanto Erenumab e Eptinezumab foram mais eficazes. Eptinezumab apresentou melhor segurança e Galcanezumab mais efeitos colaterais. O preço dos anticorpos supera em muito o do Topiramato, maiores custos para Erenumab e Eptinezumab.

Conclusão: O mecanismo de ação dos mAbs confere grande potencial no futuro do tratamento profilático da migrânea. Porém, seu alto custo e baixa disseminação ainda restringem benefícios a pacientes com contraindicações, efeitos colaterais e refratários ao tratamento com profiláticos orais. Assim, uma forma de aumentar o acesso populacional aos mAbs é sua disponibilização pública, ampliando a eficácia terapêutica das cefaleias.

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Publicado

2024-08-15

Como Citar

1.
Neto MA de C, Lazzaron PRM, Souza C de BT de, Silva DR da. Revisão integrativa: MABS x Topiramato como tratamento profilático da migrânea. Headache Med [Internet]. 15º de agosto de 2024 [citado 22º de novembro de 2024];15(Supplement):89. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/index.php/hm/article/view/1217

Edição

Seção

Resumo Congresso Cefaleia 2024

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