INTERNAÇÕES POR CEFALEIAS ASSOCIADA À MUDANÇA CLIMÁTICA: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Resumo
Introdução: A cefaleia é uma das queixas médicas mais frequentes e pode afetar pessoas de todas as idades e estilos de vida. Essa queixa é antiga e à medida que foi sendo estudado foi se entendendo que varia em intensidade e em duração. Atualmente, é perceptível como fatores ambientais podem influenciar a frequência e a severidade das cefaleias. Estudos sugerem que mudanças climáticas, como aumento da temperatura do planeta e mudanças da atmosfera podem agravar episódios de cefaleia e isso é visível em aumento dos números de internações por cefaleia ao longo dos anos. Objetivo: Analisar a incidência dos casos de internação por cefaleia associados a mudanças climáticas no Brasil entre 2000 e 2022. Métodos: Estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa de análise de série temporal. Foram selecionados, dados do DATASUS/TABNET, sendo considerados os registros de internações decorrentes de crises de enxaqueca e cefaleia, que aconteceram em todos os estados do Brasil, de janeiro de 2000 a dezembro de 2022, correlacionando com as mudanças climáticas que ocorreram durante esse mesmo período analisado. Resultados: A análise mostrou um expressivo aumento do número de internações entre o período analisado, coincidindo com aumento da temperatura ambiente. Foi observado 772 casos em 2020 e 10.406 casos em 2022, sendo um aumento de aproximadamente 13 vezes. Enquanto a temperatura de 2000 apresentava pouca variação, de 2011 a 2020 houve um desvio na temperatura de até 0,9°C. Além disso, foi observado outro importante acréscimo em números de casos na região do nordeste, coincidindo, novamente, com aumento da temperatura ambiente. O ano de 2000 com apenas 51 casos relatados, 2008 com 426 casos e 2022 com 3459 casos registrados, representando 33,2% dos casos totais do Brasil em 2022. Conclusão: É importante reconhecer e abordar os impactos significativos das mudanças climáticas na saúde neurológica. Os resultados desse estudo sugerem outra perspectiva menos estudada até então, mostrando que o aumento das internações por cefaleia é coincidente com o aumento da temperatura ambiente no país. Portanto, fica claro, a necessidade de ações relacionadas às mudanças climáticas que podem proteger a saúde neurológica da população mais suscetível a essas alterações.
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