Terapia com anticorpos monoclonais para dor de cabeça crônica refratária semelhante à enxaqueca relacionada à doença de Lyme: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2024.22Palavras-chave:
Doença de Lyme, Colômbia, Tipo-enxaqueca crônica, GalcanezumabeResumo
Introdução
A doença de Lyme, causada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi, pode apresentar diversas manifestações neurológicas, incluindo cefaleia. Embora a maioria das cefaleias associadas à doença de Lyme se resolva com antibioticoterapia, algumas podem evoluir para uma síndrome semelhante à migrânea crônica refratária. Apresentamos um caso de cefaleia crônica do tipo migrânea pós-Lyme que respondeu ao galcanezumabe, um anticorpo monoclonal que atua no peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP).
Relato de caso
Uma mulher de 42 anos desenvolveu cefaleia crônica do tipo migrânea após o tratamento para neuroborreliose de Lyme. As crises de cefaleia eram refratárias às terapias preventivas convencionais e apenas parcialmente responsivas à onabotulinumtoxinA. A administração de galcanezumabe resultou em uma redução significativa da frequência, intensidade e impacto da cefaleia nas atividades diárias da paciente.
Discussão
Este caso destaca o potencial das terapias direcionadas ao CGRP para o tratamento de cefaleias persistentes do tipo migrânea após a neuroborreliose de Lyme. A resposta favorável ao galcanezumabe sugere um papel do CGRP na fisiopatologia da cefaleia pós-Lyme. Embora sejam necessários mais estudos para estabelecer a eficácia e a segurança, os médicos devem considerar os anticorpos monoclonais anti-CGRP para o tratamento de cefaleias crônicas do tipo migrânea refratárias às terapias convencionais na fase pós-infecciosa da doença de Lyme. O surgimento de cefaleia crônica do tipo migrânea após a neuroborreliose de Lyme e a resposta a um anticorpo monoclonal anti-CGRP neste caso ressaltam a importância de considerar terapias específicas para migrânea no tratamento de cefaleias persistentes após a antibioticoterapia. Este relato contribui para a compreensão das sequelas da doença de Lyme e das possíveis opções terapêuticas, justificando uma investigação mais aprofundada sobre a utilidade das terapias direcionadas ao CGRP nesse contexto clínico.
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