Cefaleia como evento adverso pós-vacinal mais prevalente após vacinação contra Covid-19

Resumo

Fundamentos: O SARS-CoV-2, identificado em 2019 na China, desencadeou uma pandemia global com milhares de mortes. Em 2020, as primeiras vacinas foram aprovadas, segundo a OMS. Entretanto, surgiram especulações sobre sua eficácia e eventos adversos pós-vacinação (EAPV). Objetivo: Avaliar a prevalência de cefaleia como EAPV da vacina SARSCoV-2 no Piauí, Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, transversal e de prevalência.  Os dados foram fornecidos pelo Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinação (SI-EAPV) da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí, de casos notificados de janeiro a setembro de 2021. Os dados foram analisados e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI. Resultados: No total foram analisados 2008 casos. A cefaleia foi relatada em 752 casos (27,99%) como um EAPV após a vacinação contra o Sars-CoV-2. Na maioria desses casos, os pacientes eram de Teresina (67,62%), de cor/raça parda (52,67%), do sexo feminino (79,00) e a maioria não era profissional de saúde (54,27%). A idade mais comum dos pacientes, com os dados originais, foi de 33 anos. Após a correção dos dados, a idade mais comum foi de 28 anos. A maioria desses casos não foi grave (96,44%) e a primeira dose da vacina Covid-19-Covishield-Oxford/AstraZeneca gerou a maioria dos casos (43,18%). Conclusão: Desta forma, conclui-se a partir da análise parcial dos resultados que a cefaleia o evento adverso mais comuns após a vacinação contra o Sars-Cov-2. O perfil dos pacientes que mais apresentaram notificações foram as mulheres pardas na faixa etária de 30 a 40 anos que receberam a primeira dose da Covid-19-Covishield-Oxford/AstraZeneca. Em relação à gravidade dos eventos, grande maioria foi considerado como não grave e nenhuma morte foi mencionada, demonstrando segurança dos imunobiológicos.