Alterações da cefaleia em indivíduos com migrânea pós-covid-19: características gerais da fase aguda e piora no padrão migranoso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2023.8

Palavras-chave:

Headache, Migraine, COVID-19

Resumo

Introdução
O objetivo deste estudo foi investigar como a infecção por SARS-CoV-2 afetou a dor de cabeça em indivíduos com enxaqueca e identificar características associadas ao agravamento da enxaqueca pós-COVID-19.
Métodos
Estudo observacional composto por 157 indivíduos com enxaqueca e que foram infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Eles foram recrutados a partir do banco de dados do grupo de pesquisa em cefaleia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Os participantes responderam online a perguntas sobre seus dados antropométricos, histórico de infecção por SARS-CoV-2, presença e características da cefaleia na fase aguda, percepção de piora da enxaqueca após a infecção, uso de analgésicos e medicação profilática para enxaqueca. Foram utilizados questionários digitais validados: Migraine Disability Assessment (MIDAS), Beck Depression Inventory (BDI) e Allodynia Symptom Checklist (ASC-12). Os resultados destes questionários foram comparados com valores previamente registados na base de dados, tendo esta informação sido obtida antes da infeção por COVID-19.
Resultados
O primeiro sintoma de infecção foi respiratório para 76/157 (48,7%) indivíduos, seguido de dor de cabeça com 18 (11,5%). A cefaleia esteve presente na fase aguda da COVID-19 em 142 (90,4%) participantes. Um agravamento do padrão de enxaqueca pós-COVID-19 ocorreu em 48 (30,6%) participantes e eles sofreram principalmente com a presença de dor de cabeça [48/48 (100,0%) vs. 94/109 (86,2%); p=0,006], dor de cabeça latejante [46/48 (95,8%) vs. 63/109 (57,8%); p<0,001] e que duraram mais tempo (5 vs. 3 dias; p=0,001). Antes de contrair a COVID-19, esses pacientes já apresentavam maior escore MIDAS (31 vs. 13; p=0,001), escore ASC-12 (8 vs. 4; p=0,004) e escore BDI (14 vs. 10; p=0,033). Após a infecção por COVID-19, aqueles que sofreram piora do padrão de enxaqueca aumentaram o uso de analgésicos [41/48 (85,4%) vs. 29/109 (26,6%); p<0,001], necessitaram ajustar ou substituir a medicação profilática [30/48 (62,5%) vs. 37/109 (33,9%); p=0,004] e continuou a ser mais grave em relação aos escores MIDAS (34 vs. 12; p=0,001) e escore BDI (16 vs. 9; p=0,008).
Conclusão
Indivíduos que percebem piora da enxaqueca pós-COVID-19 apresentam quadro de enxaqueca mais grave antes da infecção, cefaleia mais proeminente na fase aguda e, posteriormente, apresentam maior incapacidade.

 

 

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Biografia do Autor

Aline Vitali da Silva, Professora de Medicina na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Câmpus Londrina

Neurologista, mestre, professora de medicina

Marianne Klock Peçanha, Pontifical Catholic University of Paraná, Londrina, Paraná, Brazil.

Acadêmica de Medicina

Amanda Pasquini de Freitas, Pontifical Catholic University of Paraná, Londrina, Paraná, Brazil.

Acadêmica de Medicina

Valéria Aparecida Bello, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Bióloga, Doutora em genética, professora de Medicina

Regina Célia Poli, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Bióloga, Doutora em genética, professora de medicina

Referências

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Publicado

2023-03-31

Como Citar

1.
Silva AV da, Peçanha MK, Freitas AP de, Bello VA, Poli RC. Alterações da cefaleia em indivíduos com migrânea pós-covid-19: características gerais da fase aguda e piora no padrão migranoso. Headache Med [Internet]. 31º de março de 2023 [citado 19º de maio de 2024];14(1):36-42. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/index.php/hm/article/view/753

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