Comprometimento da organização sensorial em pacientes com migrânea com e sem aura e migrânea crônica - estudo controlado
DOI:
https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2021.Supplement.26Keywords:
Transtornos de Enxaqueca, Fenômenos Biomecânicos, Equilíbrio Postural.Abstract
Introdução
A literatura sugere que os déficits de equilíbrio observados em pacientes com migrânea estão relacionados à presença de aura e alta frequência de crises. Além disso, sintomas vestibulares também são altamente prevalentes nesses pacientes. Do ponto de vista neurofisiológico, a contribuição de cada um dos sistemas que controlam o equilíbrio ainda não é conhecida nestes pacientes.
Objetivo
Investigar se pacientes com diferentes subtipos de enxaqueca apresentam comprometimento da organização sensorial do equilíbrio, em contraste com indivíduos sem cefaleia.
Material e Métodos
Estudo transversal, que avaliou mulheres entre 18 e 55 anos. Pacientes com diagnóstico de migrânea foram distribuídos em três grupos: migrânea com aura (n = 30), migrânea sem aura (n = 30) e migrânea crônica (n = 30). Mulheres sem dor de cabeça formaram o grupo controle (n=30). A avaliação do equilíbrio foi realizada com o Teste de Organização Sensorial (TOS). Provas de função vestibular foram realizadas em todas as participantes. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CAAE 62695916.5.0000.5440).
Resultados
O escore final do TOS e os escores referentes a cada sistema sensorial foram comparados entre os grupos com modelo linear multivariado (p<0,05). O escore final do TOS foi menor nos pacientes com migrânea em relação aos controle, e naqueles com aura e migrânea crônica em relação aos migranosos sem aura (p<0,05). Pacientes com aura e migrânea crônica apresentaram maior comprometimento dos sistemas vestibular e visual, e os com aura também do sistema somatossensorial (p<0,05). Não houve diferença entre os grupos quanto às provas de função vestibular (p>0,05).
Conclusão
Apesar da ausência de diferenças nos testes otoneurológicos, a presença de aura e maior frequência de crises de cefaleia estão relacionadas ao comprometimento do equilíbrio com a manipulação dos estímulos sensoriais. Os sistemas vestibular e visual devem ser considerados no atendimento clínico.