Efeito de um protocolo de exercícios craniocervicais na redução da frequência e intensidade das crises de migrânea em comparação ao grupo placebo – ensaio clínico randomizado
DOI:
https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2021.Supplement.3Keywords:
Migrânea, Dor cervical, Exercícios craniocervicais, EletromiografiaAbstract
Introdução
Pacientes com migrânea apresentam alterações musculoesqueléticas e dor cervical. Por meio da fisiopatologia da doença, é possível entender a relação entre a migrânea e a coluna cervical. Entretanto, a eficácia de exercícios craniocervicais em pacientes com migrânea ainda não foi verificada.
Objetivo
Verificar a eficácia de um protocolo de exercícios crâniocervicais na redução da frequência e intensidade das crises de migrânea.
Métodos
Foi realizado um ensaio clínico randomizado com follow-up de 3 meses. O grupo intervenção (n=21) realizou por 8 semanas um protocolo de exercícios craniocervicais, enquanto o grupo placebo (n=21) recebeu, durante oito semanas, aplicação de ultrassom terapêutico desligado na porção média do trapézio superior. Os desfechos primários foram frequência e intensidade das crises de migrânea, verificados pelo diário de dor. Os desfechos secundários foram o desempenho muscular no craniocervical flexion test (CCFT), força e resistência cervical, associados à eletromiografia de superfície. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética local (CAAE 56102016.4.0000.5440) e registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBR-8gfv5j).
Resultados
Uma regressão linear mista foi realizada, com p<0,05 adotado. Não houve diferenças significativas para os desfechos primários após 8 semanas de tratamento e aos 3 meses de follow-up (p>0,05). Para os desfechos secundários, observou-se uma redução da amplitude da atividade eletromiográfica dos músculos escaleno anterior e trapézio superior nos últimos estágios do CCFT (p≤0,01) e dos músculos escaleno anterior e esplênio da cabeça durante o teste de resistência (p≤0,04) no grupo intervenção após 8 semanas.
Conclusão
A realização de exercícios craniocervicais não é superior ao placebo para reduzir frequência e intensidade das crises de migrânea. Entretanto, os exercícios promoveram uma melhor ativação dos músculos cervicais durante o CCFT e o teste de resistência.
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Copyright (c) 2021 Mariana Tedeschi Benatto, Lidiane Lima Florencio, Marcela Mendes Bragatto, Fabiola Dach, César Fernández-de-las-Peñas , Débora Bevilaqua-Grossi
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