Avaliação da cefaleia como fator prognóstico em pacientes internados por Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.25Keywords:
Cefaleia, COVID-19, PrognósticoAbstract
Introdução
Recentemente se levantou a hipótese de que os com COVID-19 que tem cefaleia tem melhor prognóstico. Temos como objetivos avaliar a frequência de cefaleia em pacientes internados com COVID-19 e o valor prognóstico deste sintoma.
Método
trata- se de um estudo tipo coorte retrospectivo. Foram incluídos pacientes internados de março a maio de 2020, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Hospital das Clínicas, IMIP e Real Hospital Português, com diagnóstico de COVID-19 feito por RT-PCR. A coleta de dados foi feita por revisão de prontuários utilizando-se questionário semi-estruturado. O projeto foi aprovado pelos comitês de ética dos hospitais.
Resultados
Foram incluídos 426 pacientes, 56% eram mulheres, idade média: 49,7 ± 19,3 anos, 22,4% tiveram cefaleia. Os com cefaleia eram mais jovens (Mann-Whitney; p< 0,05) e tinham menos doença renal crônica e insuficiência cardíaca congestiva (qui-quadrado; p<0,05). Não houve diferença entre os com e sem cefaleia em relação ao sexo, asma, acidente vascular cerebral, coronariopatia, diabetes mellitus, doença hepática crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica, epilepsia, etilismo, fibrilação atrial, hipertensão arterial sistêmica, imunodeficiências, neoplasias, obesidade e tabagismo prévios (qui- quadrado; p> 0,05). A média de internação foi de 8±6,6 dias, 84 (19,7%) pacientes necessitaram de ventilação mecânica e 77 (18,1%) foram a óbito. Não houve diferença entre os com e sem cefaleia em relação ao tempo de internação (Mann-Whitney; p: 0,804). O grupo com cefaleia teve significativamente menos necessidade de ventilação mecânica (OR: 0,18; IC95%:0,64-0,52; p:0,001; Regressão logística: controlado para idade, sexo, insuficiência cardíaca, doença renal crônica) e menos óbitos (OR: 0,12; IC95%:0,27-0,49; p:0,003; Regressão logística: controlado para idade, sexo, insuficiência cardíaca, doença renal crônica).
Conclusão
Os pacientes com COVID-19 tiveram uma alta frequência de cefaleia e a cefaleia foi associada a um melhor prognóstico.
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