Alteração do limiar de dor e da amplitude de movimento na disfunção cervical de pacientes com enxaqueca com e sem aura: estudo observacional caso-controle
DOI:
https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.28Palavras-chave:
Enxaqueca com aura, Enxaqueca sem aura, Dor crônica, CervicalgiaResumo
Introdução
A cronificação da enxaqueca está associada a maior ocorrência de disfunções musculo- esqueléticas, principalmente na região crâniocervical. A presença de aura, um dos subtipos de enxaqueca, tem sido relacionada a maior gravidade de incapacidades relacionadas a cefaleia. Os objetivos desse estudo foram avaliar sintomas cervicais entre indivíduos com enxaqueca e saudáveis e analisar diferenças entre esses sintomas em enxaquesosos com e sem aura.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo do tipo observacional caso-controle, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (CAAE: 08310319.1.0000.5546). Participaram da amostra indivíduos de ambos os sexos divididos em 3 grupos: enxaqueca com aura (n=14), enxaqueca sem aura (n=18) e controle (n=22). Foram avaliados quanto à incapacidade cervical pelo Neck Disability Index (NDI), amplitude de movimento (ADM) pela fleximetria cervical e limiar de dor por pressão (LDP) cervical pela algometria. A intensidade de dor ao movimento foi avaliada pela escala numérica (EN) de 11 pontos. Análise estatística realizada no software SPSS
15.0 para determinar a normalidade com o teste Shapiro-Wilk, considerando Teste T independente (dados paramétricos) e Mann Whitney (não paramétricos). Nível de significância: 95%.
Resultados
Foi observado incapacidade cervical leve (64,2%), moderada (21,4%) e incapacitante (7,1%) no grupo enxaqueca com aura (EA), enquanto que no grupo enxaqueca sem aura (ESA), observou- se incapacidade cervical leve (55,5%), moderado (27,7%) e grave (16,6%). O controle apresentou incapacidade cervical ausente (63,6%) e leve (36,3%). Houve diferença estatisticamente significante na incapacidade cervical entre os grupos EA (2,02±7,56) e controle (0,69±3,26) (p<0,001) e entre ESA (2,05±8,72) e controle (0,69±3,26) (p<0,001). A ADM cervical foi significativamente menor nos grupos de enxaquecosos em comparação ao controle (p<0,05). Porém, não houve diferença entre os grupos na intensidade de dor aos movimentos cervicais (p>0,05). O LDP nos músculos ECOM direito e esquerdo, trapézio superior direito e esquerdo foi significativamente menor nos grupos EA e ESA em comparação ao controle (p<0,001). Não houve diferença entre os grupos de enxaqueca com aura e sem aura quanto a incapacidade cervical, ADM cervical, intensidade de dor e LDP cervical (p<0,05).
Conclusão
Pacientes com enxaqueca apresentam maior gravidade de incapacidade cervical, menor limiar de dor nos músculos cervicais e limitação de amplitude de movimento cervical em comparação a indivíduos saudáveis, independentemente da presença de aura
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