Cefaleia Associada à DTM: Análise de Fatores de Risco e Implicações Clínicas
Palavras-chave:
Temporomandibular Joint Dysfunction Syndrome, Headache, BruxismResumo
O termo disfunção temporomandibular (DTM) abrange um conjunto de condições que afetam os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas. A cefaleia frequentemente aparece como uma comorbidade dolorosa em pacientes com DTM. As cefaleias são categorizadas em primárias e secundárias, com as últimas sendo quando há um distúrbio conhecido que pode desencadear a cefaleia, e primárias, quando não há uma doença subjacente identificável. Frequentemente, pacientes com DTM apresentam queixas de dor de cabeça e esta deve ser devidamente diagnosticada para que não haja falha no tratamento. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os fatores de risco associados à presença de cefaleia atribuída à DTM em indivíduos com diferentes subtipos de DTM. Foram avaliados 68 indivíduos com DTM, dos quais 55 relataram “dor nas têmporas”, mas apenas 28 foram diagnosticados com cefaleia atribuída à DTM de acordo com os critérios do DC/TMD. Foram formados dois grupos de pacientes com DTM: com (n=28) e sem (n=40) cefaleia atribuída à DTM. Não houve diferença significativa de idade ou sexo entre os grupos estudados. A presença de queixa de "dor nas têmporas" aumentou em 27,98% a chance de diagnóstico de cefaleia atribuída à DTM. Comportamentos orais, como bruxismo em vigília, e hipertrofia do músculo temporal foram associados à presença dessa cefaleia. Não foram encontradas associações significativas entre outros diagnósticos específicos de DTM e a cefaleia atribuída à DTM (p>0,05). Observou-se uma média maior de comportamentos orais em geral (p=0,008) e de comportamentos orais não funcionais (p=0,02) em indivíduos com cefaleia atribuída a DTM. A análise de regressão mostrou que a presença de comportamentos orais não funcionais e de hipertrofia do músculo temporal, impactam significativamente na probabilidade de o indivíduo apresentar cefaleia atribuída à DTM (x2= 9,76, p=0,007; R2N=0,183). Esses achados apontam a importância de avaliar corretamente a presença de comportamentos orais e seus sinais clínicos, pois sua presença impacta negativamente na presença da cefaleia atribuída a DTM e representa um fator de risco para seu desenvolvimento.
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Referências
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