A dor de cabeça como primeiro sintoma da síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada: uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.13Keywords:
Vogt-Koyanagi-Harada, Uveomeningoencefalite, PanuveíteAbstract
Introdução
A Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (VKH) é uma panuveíte associada a perda visual grave e variados sintomas sistêmicos, que prevalece em mulheres asiática e latinoamericanas, com idades entre 15-78 anos. A doença tem início com uma fase de pródromos, desencadeada por uma infecção viral, e que dura dias a semanas. Nesta fase, antes do envolvimento ocular, o sintoma mais comum é a dor de cabeça (82%), de intensidade variada, e que pode ser acompanhada por meningismo (55%) e febre (18%). A identificação precoce dos sintomas permite um diagnóstico ainda na fase prodrômica, possibilitando um tratamento precoce e maior chance de
sucesso para o paciente.
Material e Métodos
Realizou-se uma pesquisa das evidências científicas presentes na base de dados MedLine, na qual foram utilizados os descritores “Vogt-Koyanagi-Harada”, “uveomeningoencephalitic syndrome” e suas respectivas variações de acordo com o MeSH. Foram incluídos relatos de caso dos últimos 5 anos disponíveis em inglês, e excluídos os estudos que relatam outras doenças como diagnóstico principal.
Resultados
Dentre os 57 estudos encontrados, 38 cumpriram os critérios de inclusão e foram considerados nesta revisão. Destes, 17 descreveram a dor de cabeça como o primeiro sintoma de VKH, precedendo os sintomas oculares em 1 a 4 semanas. 3 relatos apresentaram a dor de cabeça associada a outros sintomas, como sonolência, e 4 classificaram a dor como severa. Dos demais trabalhos, 17 iniciaram a VKH com perda visual, 2 com hiperemia ocular e 2 com dor retrocular. Considerando todos os sintomas, não só a queixa principal, 22 artigos relataram dor de cabeça entre as queixas, enquanto 16 pacientes não apresentar dor em nenhum momento da doença.
Conclusão
Ainda que a perda visual seja o sintoma mais frequente da VKH, a dor de cabeça mostrou-se uma importante queixa extra-ocular, visto que precedeu os sintomas visuais em quase metade dos pacientes e esteve presente em aproximadamente dois terços dos casos relatados. Ressalta-se a importância de se valorizar a queixa de dor de cabeça, principalmente quando associada a sintomas oculares ou quando presente na população de risco.
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