IMPORTÂNCIA DA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA FULMINANTE

RELATO DE CASO

Autores

  • Carolina Brun Ferrarini Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz -FAG https://orcid.org/0009-0003-7324-3345
  • Milena Amandine Odorizzi
  • Maria Julia de Souza Padulla
  • Mohamad Ali Hussein
  • Anna Cláudia Lavoratti
  • Karen Arissa Iwase
  • Pedro André Kowacs

Resumo

Introdução:

A hipertensão intracraniana idiopática (HII) é uma condição neurológica que afeta predominantemente mulheres, sendo a obesidade o principal fator de risco. Os sintomas incluem cefaleias migranosa e/ou ortostática, obscurecimento visual transitório, turvação visual, tinnitus pulsátil e diplopia. O prognóstico piora com a progressão rápida. Compreender a apresentação clínica e manejá-la eficientemente é crucial, embora uma minoria dos pacientes apresente a forma fulminante da doença.

Objetivo:

Relatar um caso de HII fulminante.

Relato de Caso:

Paciente do sexo feminino, 33 anos, sem comorbidades e com IMC de 29,5, foi admitida em um hospital de neurologia em Curitiba, PR, devido à redução progressiva da acuidade visual (AV), tinnitus bilateral e cefaleia que se intensificava ao decúbito. O exame físico revelou papiledema bilateral com AV de 20/200 no olho esquerdo e 20/50 no olho direito. A tomografia craniana não mostrou achados relevantes. A punção lombar apresentou pressão de abertura >50 cm H2O e ausência de sinais inflamatórios. O tratamento farmacológico com acetazolamida foi iniciado, em aumento progressivo para dois comprimidos a cada 6 horas, posteriormente ajustado para cada 8 horas devido a efeitos colaterais. Topiramato 25 mg duas vezes ao dia foi adicionado, mas as queixas visuais persistiram. A ressonância magnética (RM) e a angiorressonância (ARM) revelaram estenose bilateral dos seios sigmoides. Após excluir causas estruturais e metabólicas secundárias, considerou-se o diagnóstico de HII. Durante a hospitalização, a acetazolamida foi suspensa por distúrbios eletrolíticos (acidose metabólica e hipocalemia), mantendo-se apenas o topiramato. Devido à piora da acuidade visual após 8 dias de internação, foi realizada derivação ventriculoperitoneal frontal direita com auxílio de neuronavegação. Após a recuperação, a paciente recebeu alta sem queixas de cefaleia ou tinnitus, com AV severa de 20/260 (olho esquerdo) e AV moderada de 20/100 (olho direito). Em retorno ambulatorial, a paciente relatou resolução da cefaleia, alívio do tinnitus pulsátil à esquerda e melhora parcial das alterações visuais bilaterais, embora o comprometimento visual direito tenha sido mais acentuado e o papiledema bilateral persistisse, apesar da regressão. Para seguimento, foram solicitadas RM de encéfalo, campimetria computadorizada, tomografia de coerência óptica, angiofluoresceinografia e consulta neuro-oftalmológica.

Conclusão:

Devido à urgência da forma fulminante da HII, é crucial monitorar a rápida e progressiva evolução da perda visual, característica da patologia, a fim de minimizar as sequelas neurológicas.

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Publicado

2024-08-15

Como Citar

1.
Brun Ferrarini C, Odorizzi MA, Padulla MJ de S, Hussein MA, Lavoratti AC, Iwase KA, Kowacs PA. IMPORTÂNCIA DA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA IDIOPÁTICA FULMINANTE: RELATO DE CASO. Headache Med [Internet]. 15º de agosto de 2024 [citado 23º de novembro de 2024];15(Supplement):112. Disponível em: https://headachemedicine.com.br/index.php/hm/article/view/1245

Edição

Seção

Resumo Congresso Cefaleia 2024

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