Headache
Medicine
Headache
Medicine
Headache Medicine, v.9, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 77
CONTENTS
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA E XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
DIRETORIA................................................................................................................................................... 78
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA SBCe ....................................................................................................... 80
MENSAGENS DOS PRESIDENTES DO CONGRESSO .................................................................................... 81
MENSAGEM DO PRESIDENTE DO COMITÊ DE DOR OROFACIAL E DA
PRESIDENTE DA COMISSÃO LOCAL ............................................................................................................ 83
COMISSÃO ORGANIZADORA ..................................................................................................................... 85
PROGRAMAÇÃO SOCIAL ............................................................................................................................ 85
ATIVIDADES PRÉ-CONGRESSO.................................................................................................................... 85
PLANTAS DO CENTRO DE CONVENÇÕES DO HOTEL SUMMERVILLE ......................................................... 86
EXPOSITORES E PATROCINADORES ............................................................................................................ 87
CONVIDADOS INTERNACIONAIS ............................................................................................................... 88
CONVIDADOS NACIONAIS ........................................................................................................................ 89
INFORMAÇÕES GERAIS .............................................................................................................................. 90
PROGRAMA CEFALEIA ................................................................................................................................. 91
PROGRAMA DOR OROFACIAL .................................................................................................................... 98
RESUMOS / PÔSTERES ...............................................................................................................................102
Scientific Publication of the Brazilian Headache Society
Volume 9 Number 3 July/August/September 2018
Headache Medicine
ISSN 2178-7468
78 Headache Medicine, v.9, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
Headache Medicine
ISSN 2178-7468
A revista Headache Medicine é uma publicação de propriedade da Sociedade Brasileira de Cefaleia, indexada no Latindex e no Index Scholar, publicada pela
Trasso Comunicação Ltda., situada na cidade do Rio de Janeiro, na Rua das Palmeiras, 32 /1201 - Botafogo - Rio de Janeiro-RJ - Tel.: (21) 2521-6905 - site:
www.trasso.com.br. Os manuscritos aceitos para publicação passam a pertencer à Sociedade Brasileira de Cefaleia e não podem ser reproduzidos ou publicados,
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Comunicação, ou o editor (mmvalenca@yahoo.com.br). Tiragem: 1.500 exemplares. Distribuição gratuita para os membros associados, bibliotecas regionais de
Medicina e faculdades de Medicina do Brasil, e sociedades congêneres.
Editor-in-Chief
Marcelo Moraes Valença
Past Editors-in-Chief
Edgard Raffaelli Júnior (1994-1995)
José Geraldo Speciali (1996-2002)
Carlos Alberto Bordini (1996-1997)
Abouch Valenty Krymchantowsky (2002-2004)
Pedro André Kowacs and Paulo H. Monzillo (2004-2007)
Fernando Kowacs (2008-2013)
Editor Emeritus
Wilson Luiz Sanvito, São Paulo, SP
Associate Editors
Mario Fernando Prieto Peres (São Paulo)
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho (Recife)
Eduardo Grossmann (Porto Alegre)
Abouch Valenty Krymchantowski, Rio de Janeiro, RJ
Alan Chester F. Jesus, Aracaju, SE
Ana Luisa Antonniazzi, Ribeirão Preto, SP
Carla da Cunha Jevoux, Rio de Janeiro, RJ
Carlos Alberto Bordini, Batatais, SP
Célia Aparecida de Paula Roesler, São Paulo, SP
Claudia Baptista Tavares, Belo Horizonte, MG
Cláudio M. Brito, Barra Mansa, RJ
Daniella de Araújo Oliveira, Recife, PE
Deusvenir de Sousa Carvalho, São Paulo, SP
Djacir D. P. Macedo, Natal, RN
Élcio Juliato Piovesan, Curitiba, PR
Elder Machado Sarmento, Barra Mansa, RJ
Eliana Meire Melhado, Catanduva, SP
Fabíola Dach, Ribeirão Preto, SP
Fernando Kowacs, Porto Alegre, RS
Henrique Carneiro de Campos, Belo Horizonte, MG
Hugo André de Lima Martins, Recife, PE
Jano Alves de Sousa, Rio de Janeiro, RJ
João José de Freitas Carvalho, Fortaleza, CE
Joaquim Costa Neto, Recife, PE
José Geraldo Speziali, Ribeirão Preto, SP
Luis Paulo Queiróz, Florianópolis, SC
Marcelo C. Ciciarelli, Ribeirão Preto, SP
Marcelo Rodrigues Masruha, Vitória, ES
Marcos Antônio Arruda, Ribeirão Preto, SP
Mario Fernando Prieto Peres, São Paulo, SP
Maurice Vincent, Rio de Janeiro, RJ
Mauro Eduardo Jurno, Barbacena, MG
Paulo Sergio Faro Santos, Curitiba, PR
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho, Recife, PE
Pedro Ferreira Moreira Filho, Rio de Janeiro, RJ
Pedro André Kowacs, Curitiba, PR
Raimundo Pereira da Silva-Néto, Teresina, PI
Renan Domingues, Vitória, ES
Renata Silva Melo Fernandes, Recife, PE
Thais Rodrigues Villa, São Paulo, SP
Headache Medicine
Scientific Publication of the Brazilian Headache Society
Editorial Board
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.9, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 79
Sociedade Brasileira de Cefaleia – SBCe
filiada à International Headache Society – IHS
Rua General Mario Tourinho, 1805 – Sala 505/506 - Edifício LAKESIDE
80740-000 – Curitiba - Paraná - PR, Brasil
Tel: +55 (41) 99911-3737
www.SBCe.med.br – secretaria@sbcefaleia.com.br
Secretário executivo: Liomar Luis Miglioretto
Presidente
Mauro Eduardo Jurno
Secretária
Fabíola Dach
Tesoureira
Célia Aparecida de Paula Roesler
Departamento Científico
Célia Aparecida de Paula Roesler
Eliana Melhado
Fabíola Dach
Jano Alves de Souza
José Geraldo Speziali
Luis Paulo Queiróz
Marcelo Ciciarelli
Pedro André Kowacs
Editor da Headache Medicine
Marcelo Moraes Valença
Diretoria Biênio 2016/2018
Comitês
Comitê de Dor Orofacial
Ricardo Tanus Valle
Comitê de Cefaleia na Infância
Marcos Antônio Arruda
Thais Rodrigues Villa
Comitê de Leigos
Claudia Baptista Tavares
Henrique Carneiro de Campos
João José de Freitas Carvalho
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
Delegado junto à IHS
João José Freitas de Carvalho
Responsáveis pelo Portal SBCe
Elder Machado Sarmento
Paulo Sergio Faro Santos
Representante junto à SBED
José Geraldo Speziali
Representante junto à ABN
Célia Aparecida de Paula Roesler
Fernando Kowacs
Raimundo Pereira da Silva-Néto
Responsável pelas Midias Sociais
Thais Rodrigues Villa
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
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XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Prezados Congressistas
Este ano que passou foi muito difícil para a Sociedade em decorrência da crise financeira do país e da
incerteza política em que nos encontramos. No entanto, com uma visão de futuro e o trabalho incessante dos
organizadores do Congresso de Porto de Galinhas e da Diretoria Executiva da SBCe, chegamos com êxito ao
nosso novo encontro.
Caros amigos Pedro Sampaio, Marcelo Valença e Renata, incansáveis batalhadores pela realização do
evento, tenho muito a agradecer e parabenizá-los. Não posso deixar de deixar minha gratidão à Gisela, repre-
sentante da Assessor e toda sua equipe, sempre disponível para a solução de problemas e a busca de soluções.
Assim como destaco a participação dos nossos parceiros da indústria farmacêutica que sempre se fazem presen-
tes e não medem esforços para que o congresso se realize.
Aos membros da Diretoria Executiva, Celia, Fabíola e Ricardo meu muito obrigado pela parceria nesta
jornada.
Durante o nosso XXXII Congresso Brasileiro de Cefaleia e o XIII Congresso de Dor Orofacial teremos acesso
ao que há de mais recente no estudo das cefaleias e as novidades que estão por vir, através das palestras de
estudiosos do assunto do Brasil e do exterior.
Caros associados, a Sociedade agradece a presença de todos e certamente, durante nosso convívio nesta
paradisíaca localidade, poderemos fortalecer nossos laços de amizade e desfrutar da calorosa receptividade de
Porto de Galinhas.
Bom Congresso a todos!
Mauro Eduardo Jurno
Presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA SBCe
Headache Medicine, v.9, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 81
Prezados Colegas,
Bem-vindos ao XXXII Congresso Brasileiro de Cefaleia em Porto de Galinhas!
Nosso congresso acontece num momento especial! A Sociedade Brasileira de Cefaleia está completando 40
anos de existência!
Raffaelli, em São Paulo, e Farias da Silva, em Recife, ambos trabalhando de forma independente, foram os
pioneiros da especialidade no Brasil. A Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBCe) foi fundada em 1978 por 14
médicos. O primeiro presidente foi Edgard Raffaelli Júnior. Hoje temos mais de duzentos membros na SBCe.
Durante uma reunião em Salvador, em 1976, Raffaelli, Farias da Silva e Gilberto Rebello de Mattos (1932-
2011) decidiram estabelecer uma sociedade nacional, que realizou seu primeiro congresso abordando especifi-
camente os distúrbios de cefaleia em 1979, em São Paulo, com a participação de John Graham (EUA), Federico
Sicuteri (Itália) e Gustavo Poch (Argentina).
Desde então, temos construído uma história. Vários de seus membros têm reputação internacional. Um
crescente número de publicações brasileiras em periódicos internacionais de grande influência ocupam uma
posição de destaque, na fronteira do conhecimento sobre as cefaleias primárias e secundárias. Os brasileiros
participam, juntamente com eminentes pesquisadores da América do Norte e Europa, dos avanços recentes no
diagnóstico e tratamento de mais de 200 tipos e subtipos de cefaléia já classificados.
Alguns artigos de brasileiros foram citados nos novos Critérios Diagnósticos da Classificação das Cefaleias
da International Headache Society, publicada em 2018, indicando a importância desses estudos na elaboração
de tais critérios, essenciais para obter o diagnóstico correto da cefaléia em questão, diferenciar entre os tipos
primário e secundário e, consequentemente, decidir por um tratamento mais adequado.
Brasileiros como Aristides Azevedo Pacheco Leão (1914-1993), Edgar Raffaelli Júnior (1930-2006), Wilson
Farias da Silva (1933-2008), Eliova Zukerman (1928-2016) e Getúlio Daré Rabello (1951-2016) são alguns dos
ilustres especialistas que nos deixaram um legado formidável e estabeleceram escolas que muito contribuíram
para o crescimento da Medicina da Cefaleia, hoje tão crucial na prática da Neurologia e Neurocirurgia.
É um grande privilégio ter como palestrantes do XXXII Congresso Brasileiro de Cefaleia o presidente eleito da
Sociedade Internacional de Cefaleias, o professor Messoud Ashina, e o editor-chefe de uma das mais conceitua-
das revistas científicas da Neurologia - Headache Journal (American Headache Society), Professor Thomas Ward.
Também estamos felizes em ter o Professor Robert Cowan, da Universidade de Stanford, Califórnia, USA, que
compartilhará conosco sua vasta experiência em cefaleia e ensinará os novos avanços no tratamento dessa
doença tão prevalente. O grande número e a qualidade dos palestrantes brasileiros convidados indicam que a
SBCe caminha na direção correta, garantindo um grande encontro entre especialistas.
Esperamos que todos aproveitem estes dias de confraternização entre amigos recentes e os de longa data,
na praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas, Pernambuco, uma das praias mais visitadas do Brasil.
O programa científico foi elaborado com um carinho particular, visando abordar os diversos aspectos da
fisiopatologia, epidemiologia, critérios diagnósticos, quadro clínico e suas variantes, além do tratamento das
cefaleias. O estado da arte sobre novas formas de tratar nossos pacientes com dor de cabeça será discutido,
com o objetivo de esclarecer e capacitar todos os inscritos no evento científico.
Também estamos muito gratos à Sociedade Internacional de Cefaleia (IHS) pela oportunidade de ter auxílio de
viagem para trinta especialistas latino-americanos para participar do XXXII Congresso Brasileiro de Cefaleia.
Desejamos para todos uma experiência inesquecível e que ao relembrarem das palestras, das conversas
informais, jantares, festas, atividades de lazer e apresentações com música nordestina, um sorriso espontâneo
apareça refletindo todos os momentos fantásticos que passamos juntos.
Marcelo Moraes Valença e Pedro Sampaio Rocha-Filho
Presidentes do XXXII Congresso Brasileiro de Cefaleia
MENSAGEM DOS PRESIDENTES DO CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
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XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Welcome to the XXXII Brazilian Headache Congress in Porto de Galinhas!
Our congress takes place at a special time! The Brazilian Headache Society is completing 40 years of
existence.
Brazilians such as Aristides Azevedo Pacheco Leão (1914-1993), Edgard Raffaelli Júnior (1930 - 2006),
Wilson Farias da Silva (1933-2008), Eliova Zukerman (1928 2016) and Getúlio Daré Rabello (1951-2016) are
some of the distinguished names that have left us a formidable legacy and established schools that have contributed
much to knowledge in the subspecialty of Headache Medicine, so crucial in the practice of Neurology and
Neurosurgery today.
Raffaelli, in São Paulo, and Farias da Silva, in Recife, working independently, were the pioneers of the specialty
of Headache Medicine in Brazil. The Brazilian Headache Society was founded in 1978 by 14 physicians. The first
president was Edgard Raffaelli Júnior. Today we have over two hundred members.
During a meeting in Salvador in 1976, Raffaelli, Farias da Silva and Gilberto Rebello de Mattos (1932-2011)
decided to establish a national society, which held its first congress specifically addressing headache disorders in
1979, in Sao Paulo, with the participation of John Graham (USA), Federico Sicuteri (Italy) and Gustavo Poch
(Argentina).
Several of the Brazilian Headache Society members, nowadays with an international reputation, and a growing
number of Brazilian publications in highly influential international journals, occupy a position of prominence at the
frontier of the knowledge in Headache Medicine. Brazilians are participating, together with eminent researchers
from North America and Europe, in recent advances in the diagnosis and treatment of more than 200 types and
subtypes of headache already classified.
Some articles by Brazilians were cited in the new International Classification of Headache Disorders, 3rd
edition, of the International Headache Society, published in 2018, indicating the importance of such studies in the
elaboration of such essential criteria to obtain the correct diagnosis of the headache in question, differentiation
between primary and secondary types, and consequently a more appropriate treatment.
It is a great privilege to have as lecturers at the XXXII Brazilian Headache Congress the President-Elect of the
International Headache Society, Professor Messoud Ashina, and the Editor-in-Chief of one of the most prestigious
scientific journals of Neurology - Headache Journal (American Headache Society), Professor Thomas Ward. We
are also glad to have Professor Robert Cowan from Stanford University, California, USA, who will share with us his
vast experience in Headache Medicine and bring new insights into its treatment.
I hope that everyone will enjoy these days of get-together between long-time and recent friends, at the Muro Alto
beach, Porto de Galinhas, Pernambuco, one of the most visited beaches in Brazil.
The scientific program was elaborated with great care, aiming to address the various aspects of the
physiopathology, epidemiology, diagnostic criteria, clinical picture and its variants, as well as treatment. The state-
of-the-art on new ways of treating our headache patients will be discussed, with the aim of enlightening and
empowering everyone enrolled in the scientific event.
We are also very grateful to the International Headache Society for the opportunity to have thirty travel grants
to Latin Americans to attend the XXXII Brazilian Headache Congress.
We hope that the experience will be unforgettable and that on recalling the lectures, the informal conversations,
the dinners, the parties, the leisure activities and the presentations with northeastern music, a spontaneous smile will
appear reflecting all the fantastic moments spent together.
Marcelo Moraes Valença & Pedro Sampaio Rocha-Filho
Presidents of the XXXII Brazilian Headache Congress
MESSAGES OF THE PRESIDENTS OF THE BRAZILIAN HEADACHE CONGRESS 2018
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Dor Orofacial e Cefaleia - a parceria que deu certo
A Odontologia lida no seu dia a dia com o sofrimento do paciente seja ele estético/funcional ou patológi-
co. Muitas patologias têm como sintoma a Dor e nas faculdades nos ensinam a procurar a doença que
provoca a dor. Somos muito bem treinados a realizar tratamentos com 100% de sucesso, e, ao contrário, não
somos preparados a lidar com os insucessos ou mesmo com as dificuldades relacionadas ao sofrimento
humano!
A região da face/cabeça constitui uma região muito complexa do ponto de vista anatomofisiológico. A
face é responsável por diversas funções importantes e essenciais à vida, como falar, mastigar, deglutir, respirar
e ainda podemos demonstrar nossos sentimentos/emoções através dela (sorrir, beijar, sentir os sabores e
expressar nossa dor).
No Brasil, o primeiro relato da dificuldade de se diagnosticar e tratar a dor foi feita pelo Prof. Carpenter
no III Congresso Odontológico Latino-Americano (1929). Ele falou das neuralgias faciais e mostrou ilustrações
do neurologista inglês Dr. Henry Head, nas quais se via as áreas de dor irradiadas, provenientes de dentes,
para a região da cabeça. Desde então alguns dentistas foram estudando/pesquisando e tentando compreen-
der a dor até que a especialidade de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial foi criada e reconhecida
pelo Conselho Federal de Odontologia em 2002.
A partir daí a especialidade vem crescendo a cada dia e somos muito honrados em participar com o
Comitê de Dor Orofacial nos Congressos Brasileiros de Cefaleia nesses 13 anos de parceria. Este ano teremos
o XXXII Congresso Brasileiro de Cefaleia e o XIII Congresso do Comitê de Dor Orofacial em Porto de Galinhas.
Mais uma vez, temos certeza que será um grande evento não só pelo recorde de trabalhos inscritos como pela
programação e pelo alto nível dos palestrantes.
Sejam bem-vindos e desfrutem desses dias maravilhosos com boas companhias e que tenhamos bons
frutos!
Ricardo Tanus Valle
Presidente do Comitê de Dor Orofacial da Sociedade Brasileira de Cefaleia
Renata Silva Melo Fernandes
Comissão Local (Pernambuco) Dor Orofacial SBCe 2018
MESSAGENS DO PRESIDENTE DO COMITÊ DE DOR OROFACIAL DA SBCe E DA COMISSÃO LOCAL
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
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REALIZAÇÃO D0 XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
PROMOÇÃO APOIO INSTITUCIONAL
ORGANIZAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
MONTADORA OFICIAL LOCAL
LOCAL DO CONGRESSO
AGÊNCIA DE TURISMO
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
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ATIVIDADES DO PRÉ-CONGRESSO
MAURO EDUARDO JURNO
Presidente Geral SBCe 2016-2018
MARCELO MORAES VALENÇA
Presidente Congresso SBCe 2018
PEDRO SAMPAIO ROCHA FILHO
Presidente Congresso SBCe 2018
RICARDO TANUS
Presidente Dor Orofacial SBCe 2018
SOLENIDADE DE ABERTURA
30 de agosto de 2018, às 18h00 na Sala 1
Após a solenidade haverá um coquetel
PROGRAMAÇÃO SOCIAL
RENATA FERNANDES
Comissão Local Dor Orofacial SBCe 2018
CELIA ROESLER
Tesoureira SBCe 2016-2018
FABIOLA DACH
Secretaria SBCe 2016-2018
LIOMAR MIGLIORETTO
Secretário Executivo SBCe
COMISSÃO ORGANIZADORA
FESTA DA PREMIAÇÃO
01 de setembro às 20h30
Local: Salão Muro Alto
COMISSÕES D0 XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
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PLANTAS DO CENTRO DE CONVENÇÕES DO HOTEL SUMMERVILLE
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.9, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 87
ALLERGAN PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA.
ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA - APM
LIBBS FARMACÊUTICA LTDA
POLITEC IMPORTAÇÃO E COMERCIO LTDA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CEFALEIA
UP BIOMEDICAL TECNOLOGIA EM SAÚDE LTDA (NEURO UP)
PLATINA
LIBBS FARMACÊUTICA LTDA
OURO
NOVARTIS BIOCIÊNCIAS LTDA.
PATROCINADORES
ALLERGAN PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA.
TEVA FARMACEUTICA LTDA
CAPES - COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NIVEL SUPERIOR
FACEPE-FUNDAÇÃO DE AMPARO A CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO
TVMED - INSTITUTO DE VIDEO E COMERCIO LTDA
UNIMED RECIFE - COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO
EXPOSITORES E PATROCINADORES
EXPOSITORES
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
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CONVIDADOS INTERNACIONAIS
Thomas Ward - USA
Active Emeritus Professor of
Neurology, Geisel School of
Medicine at Dartmouth.
Editor-in-chief, Headache.
President, Headache
Cooperative of New England
Messoud Ashina -
Dinamarca
President-Elect, International
Headache Society.
Professor of Neurology and
Chief Physician at the
Department of Neurology,
Rigshospitalet, Faculty of
Medical and Health Sciences,
University of Copenhagen.
Director of the Human Migraine Research Unit at the
Danish Headache Center and Department of Neurology,
Rigshospitalet, Denmark
Miguel Cruz - Portugal
Médico Dentista e Especialista
Europeu em Medicina do Sono.
Coordenador da Unidade de
Sono do Centro Cardiovascular
da Universidade de Lisboa, Fa-
culdade de Medicina. Coorde-
nador do Curso Pós-Graduado
em Cronobiologia Clínica e Me-
dicina do Sono da CESPU,
Famalicão - Portugal e na Faculdade de Medicina de Petró-
polis, Rio de Janeiro, Brasil. Presidente da Associação Portu-
guesa de Cronobiologia e Medicina do Sono
Robert Cowan – USA
Professor of Neurology and
Chief of the Division of
Headache Medicine at
Stanford University
Cristina Perez - Uruguai
Médica neurologista e
internista
Professora na Facultad de
Medicina, UdelaR - Uruguai
Chefe do Serviço de
Neurologia, Hospital Maciel -
Uruguai
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.9, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 89
PALESTRANTES E COORDENADORES DE SESSÃO - DOR OROFACIAL
Aline Ranzolin (PE)
Ana Carolina Neves (PE)
Ana Flávia Rego (PE)
Ana Sofia Vieira (PE)
Anderson Capistrano (PE)
Antônio Brito (MG)
Carina Ramos (PE)
Christiane Albuquerque (RN)
Débora Bevilaqua (SP)
Eduardo Grossmann (RS)
Daniella Oliveira (PE)
Eduardo Januzzi (MG)
PALESTRANTES E COORDENADORES DE SESSÃO - CEFALEIA
Carlos Alberto Bordini (SP)
Célia Roesler (SP)
Domingos Sávio de Souza Vieira (PE)
Cláudio Brito (RJ)
Djacir Dantas (RN)
Eduardo Raniere Pessoa de Aquino (PE)
Elder Machado Sarmento (RJ)
Élcio Juliato Piovesan (PR)
Elder Machado Sarmento (RJ)
Fabíola Lys de Medeiros (PE)
Felipe Oliveira (PE)
Fernando Kowacs (RS)
Henrique Carneiro de Campos (MG)
Igor Bruscky (PE)
Henrique Carneiro de Campos (MG)
Hilton Mariano (SP)
Ida Fortini (SP)
Jano Alves de Souza (RJ)
João Eudes Magalhães (PE)
João José Freitas de Carvalho (CE)
José Geraldo Speciali (SP)
Liselotte Menke Barea (RS)
Luiz Paulo de Queiroz (SC)
Marcelo Cedrinho Ciciarelli (SP)
Marcelo Moraes Valença (PE)
Marcelo Vega (MG)
Márcio Nattan Portes de Sousa (SP)
Marco Arruda (SP)
Marcos Eugênio Ramalho (PE)
Maria Eduarda Nobre de M. Costa (RJ)
Eleonora Burgos (PE)
Emanuella Rocha (PE)
Fernanda Sampaio (CE)
Helen Valente (RS)
Hugo Martins (PE)
Isabel Godê (PE)
Janaína Pinheiro (PE)
Jorge von Zuben (SP)
José Geraldo Speciali (SP)
José Stechman (PR)
Lívia Noleto (PE)
Luciana Studart (PE)
Mário Fernando Prieto Peres (SP)
Mauro Jurno (MG)
Natália Oliveira (SP)
Patrícia Peixoto (DF)
Paulo Brainer (PE)
Paulo Sérgio Faro Santos (PR)
Pedro André Kowacs (RS)
Pedro Ferreira Moreira Filho (RJ)
Pedro Sampaio Rocha Filho (PE)
Raimundo Pereira Silva Neto (PI)
Renata Londero (RS)
Rodrigo Santiago Gomez (MG)
Thais Villa (SP)
Wilson Sanvito (SP)
Yara Dadalti Fragoso (SP)
Mauricio Kosminsky (PE)
Paula Cavalcanti (PE)
Rafael Tardin (MG)
Renata Campi (SP)
Renata Fernandes (PE)
Ricardo Tanus (MG)
Sílvia Murta (PE)
Tatiana Prosini (PE)
Ubirakitan Maciel (PE)
Wagner de Oliveira (SP)
Wagner Hummig (PR)
CONVIDADOS NACIONAIS
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
90 Headache Medicine, v.9, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
INFORMAÇÕES
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
102 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII Congresso Brasileiro de Cefaleia
XIII Congresso de Dor Orofacial
Temas Livres - Sessão de Pôsteres
Cefaleia e Dor Orofacial
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 103
XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
ORAIS CEFALEIA
OC-01
APLICAÇÃO TÓPICA DE L-ARGININA DIFICULTA A
PROPAGAÇÃO DA DEPRESSÃO ALASTRANTE NO CÓRTEX
CEREBRAL DE RATOS
Luis Gustavo Carvalho Dos Santos, Ângela Amâncio Dos
Santos, Danielle Viana de Souza Alves, Mariana Séfora
Bezerra Sousa, David Carvalho de Sena,
Willy Luiz Masson Carolino
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A Depressão Alastrante Cortical (DAC) é uma di-
minuição da atividade elétrica do cérebro, que se auto propa-
ga, de forma concêntrica, a uma velocidade de 3-5 mm/min.
Durante a sua propagação, a DAC é capaz de alterar a
permeabilidade da barreira hematoencefálica e evidências
apontam que ela esteja diretamente relacionada com a aura
da enxaqueca. Por outro lado, o óxido nítrico (NO), um
neuromodulador essencial para a regulação do fluxo sanguí-
neo, poderia influenciar a propagação DAC. Assim, o objetivo
deste trabalho é avaliar o efeito da aplicação tópica cortical
de L-arginina, o aminoácido precursor do NO, sobre as carac-
terísticas eletrofisiológicas da DAC. Metodologia: Foram uti-
lizados ratos Wistar, machos aos 120 dias de idade. Os ani-
mais foram anestesiados, fixados em um estereotáxico e, em
seguida, foi realizada uma trepanação para exposição do
córtex cerebral. A variação lenta de voltagem que acompanha
a DAC foi obtida por meio de dois eletrodos e de um equipa-
mento de registro (EMG System®). A velocidade de propaga-
ção da DAC foi avaliada em 4 períodos diferentes: basal - sem
quaisquer intervenções; controle - após aplicação tópica, no
córtex cerebral, da solução controle (Ringer simplificado); tra-
tamento - após aplicação tópica da L-arginina; recuperação -
após remoção do tratamento tópico. A L-arginina foi usada
nas concentrações de 1 mg/mL ou 5 mg/mL, obtendo-se, por-
tanto, dois grupos experimentais, A1 (n=9) e A5 (n=10), res-
pectivamente. Para as análises estatísticas foi utilizado o teste-t
pareado com significância de p<0,01. Resultados: O trata-
mento tópico cortical com L-arginina reduziu (p<0,01) a velo-
cidade de propagação da DAC, de forma semelhante, em
ambas as concentrações investigadas (1 e 5 mg/ml). Os valo-
res médios ± dp, em mm/min, foram para o grupo A1 3,40 ±
0,16 (basal) e 2,72 ± 0,15 (tratamento); e, para o grupo A5,
3,43 ± 0,19 (basal) e 2,77 ± 0,22 (tratamento).Para ambos os
grupos não houve diferenças estatisticamente significantes quan-
do comparados os períodos basal - controle e basal - recupe-
ração. Conclusão: A L-arginina aplicada topicamente no
córtex cerebral nas concentrações de 1 mg/ml e 5 mg/ml dimi-
nui a velocidade de propagação da DAC; esse efeito é reverti-
do após a remoção do tratamento. Os dados podem contri-
buir para a compreensão dos mecanismos subjacentes à DAC
e podem ser considerados na terapêutica da enxaqueca com
aura.
Palavras-chaves: Depressão Cortical Alastrante; Arginina; En-
xaqueca com aura
OC-02
CEFALEIA ATRIBUÍDA AO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
ISQUÊMICO: AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS E
FATORES ASSOCIADOS
Felipe Araújo Andrade de Oliveira
1,2
, Pericles Almeida da
Costa
2
, Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco,
2
RHP - Real Hospital Português de Beneficência de Pernambuco
Introdução: A cefaleia atribuída ao AVCi possui prevalência
que se situa entre 7,4 e 34% dos casos de AVCi. É uma cefaleia
secundária frequentemente negligenciada por pacientes e
médicos. Objetivos: Estudar as características e fatores as-
sociados à cefaleia atribuída ao AVCi. Métodos: Foram in-
cluídos pacientes acima de 18 anos de idade, atendidos com
o diagnóstico de AVCi no Real Hospital Português e com até
72 horas do início do ictus. Realizamos avaliação através de
questionário semi-estruturado e análise de ressonância mag-
nética de encéfalo. Avaliamos características sociodemo-
gráficas, clínicas e radiológicas dos pacientes e do AVCi. Ana-
lisamos as diferenças entre os grupos com e sem cefaleia. O
projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFPE com o
número do processo de 6349916.3.0000.5208. Resultados:
Foram incluídos 111 pacientes. A maioria foi do sexo mascu-
lino (58,9%) e cuja média de idade foi 67,13 anos. A etiologia
do AVCi foi distribuída com a seguinte proporção: ateros-
clerose de grandes artérias (6,3%), doença de pequenos va-
sos (25,9%), cardioembolismo (29,5%), outras causas defini-
das (10,7%) e causas indeterminadas (27,7%). A cefaleia atri-
buída ao AVCi ocorreu em 22 (19,8%) dos pacientes. Na
maioria dos casos, a cefaleia se iniciou antes dos sintomas
focais (36,4%), a velocidade de instalação foi gradual (86,4%),
a intensidade da dor foi moderada (média de 5,1 na escala
EVA), a localização foi frontal (66,7%) e a característica da
dor foi pulsátil (40,9%). Em relação à localização do AVCi, a
cefaleia atribuída ao AVCi foi significativamente mais frequente
em AVCis que comprometem substância branca supratentorial
(90,9% vs 64%; Pearson qui-quadrado; p=0,01) e o córtex
occipital (27,3 % vs 9%; Pearson qui-quadrado; p=0,02) quan-
do comparamos os grupos com e sem cefaleia atribuída ao
AVCi. Quanto à etiologia do AVCi, a cefaleia atribuída ao
AVCi foi mais frequente AVCis causados por aterosclerose de
grandes artérias (18,2% vs 3,4%; Pearson qui-quadrado;
p=0,01). Não houve diferença significativa na comparação
da volumetria da isquemia entre os grupos com e sem cefaleia
atribuída ao AVCi (7,9 ± 0,40-18,55 vs 1,5 ± 0,34-8,58;
Mann-Whitney; p=0,11). Conclusão: A cefaleia atribuída ao
AVCi é frequente. Houve uma maior prevalência de cefaleia
frontal, pulsátil e que antecede o déficit neurológico. Foi mais
frequente em AVCis que comprometam a substância branca
supratentorial e o córtex occipital, além da etiologia
aterosclerose de grandes artérias.
Palavras-chaves: Acidente vascular cerebral isquêmico;
Cefaleias secundárias; Cefaleias vasculares
104 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
OC-03
AVALIAÇÃO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL DO EQUILÍBRIO EM
INDIVÍDUOS COM E SEM MIGRÂNEA
Letícia Zorzin, Gabriela Ferreira Carvalho, Nicoly Machado
Maciel, Jéssica Moreira Rodrigues, Eduardo Rocha Arruda,
Débora Bevilaqua Grossi, Fabíola Dach
FMRP/USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Introdução: Pacientes com migrânea apresentam altera-
ções no controle do equilíbrio postural. Entretanto, não se
sabe se a etiologia do desequilíbrio está relacionada com o
sistema somatossensorial, visual ou vestibular. Objetivo:
O objetivo deste trabalho é avaliar, por meio da Posturografia
Computadorizada Dinâmica, a contribuição dos sistemas
que controlam o equilíbrio em pacientes com e sem
migrânea. Material e Métodos: Foram avaliadas 48 mu-
lheres entre 18 e 55 anos. Destas, 34 foram incluídas no gru-
po migrânea GM (idade média 31,6, DP 8,9 anos), triadas
do Ambulatório de Cefaleia e Algias Craniofaciais do Hos-
pital das Clínicas da FMRP/USP. Formaram o grupo controle
14 voluntárias (idade média de 28,6, DP 8,6 anos) triadas
da população em geral. O projeto foi aprovado pelo comi-
tê de ética e pesquisa local (processo núm 15572/2016). A
Plataforma de Equilíbrio Equitest - Neurocom® foi utilizada
para realização do Teste de Organização Sensorial (TOS),
que consiste na manutenção do equilíbrio na posição
ortostática em seis situações : 1) superfície fixa com olhos
abertos; 2) superfície fixa com olhos fechados; 3) superfície
fixa com campo visual móvel; 4) Superfície instável com olhos
abertos; 5) superfície instável com olhos fechados; 6) super-
fície instável com campo visual móvel. Essas tarefas forne-
cem informações a respeito da integração dos sistemas
somatossensorial, vestibular e visual devido à combinação
de perturbações realizadas nestes sistemas. A variável ana-
lisada foi o Score de Equilíbrio (ES), sendo que quanto mais
próximo de 100, maior estabilidade postural. Os grupos fo-
ram comparados pelo teste t-Student com um nível de
significância de 5%. Resultados:O GM apresentou redu-
ção tanto do ES composto (74,94; DP 8,92) quando compa-
rado ao GC (83,5; DP 3,76), quanto em todas as seis condi-
ções do SOT (p<0,001). A diferença entre os grupos foi mai-
or nas condições 4, 5 e 6; nas quais é necessária maior de-
manda sensorial proveniente do sistema vestibular (p=0,003,
p=0,001 e p=0,000, respectivamente). Conclusão: Paci-
entes com migrânea aprentam alterações em todos os siste-
mas sensoriais comparados à indivíduos controle. No en-
tanto, maior comprometimento é verificado nas situações
onde a demanda sensorial vestibular é preferencialmente tes-
tada.
Palavras-chaves: Doenças vestibulares; Equilíbrio postural;
Transtornos de enxaqueca
OC-04
CATASTROFIZAÇÃO DA MIGRÂNEA E ASSOCIAÇÕES COM
OUTRAS CONDIÇÕES CLÍNICAS
Erlene Roberta Ribeiro dos Santos
1
, Antonio Flaudiano Bem
Leite
1
, Daniella Araújo de Oliveira
1
, Marcelo Moraes Valença
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
A catastrofização pode ser definida como um conjunto de
pensamentos negativos com tendência ao exagero mental,
mediante uma situação real ou antecipada de experiência
dolorosa, associada à sensação de incapacidade para bus-
ca do alívio da dor. Objetivo: avaliar a catastrofização da
cefaleia associada as condições clínicas como incapacidade
funcional, depressão, ansiedade, estresse e qualidade do sono
em universitários da área da saúde. Métodos: estudo trans-
versal, realizado com 340 universitários, dos quais 288 apre-
sentavam cefaleia. Foram aplicadas sete escalas psicométricas
de autorrelato (Escala de Pensamentos Catastróficos sobre
Dor; Headache Disability Test - HIT-6, Beck Depression Inventory,
Beck Anxiety Inventory, Perceived Stress Scale e Pittsburgh Sleep
Quality Index. Além das escalas, foram utilizados os critérios
da International Classification of Headache Disorders, third
edition (ICHD-3β), para classificação da cefaleia. A estatística
descritiva foi aplicada para caracterização da amostra, sen-
do analisadas as diferenças de médias por meio dos testes t
de Student e χ
2
. Para a aplicação da estatística analítica fo-
ram utilizadas regressão linear simples e regressão linear
logística multivariada generalizada. Resultados: 288/340
(84,7%) apresentaram cefaleia; destes, 133/288 (46,1%) eram
migranosos, [96/133 (72,2%) mulheres, 103/133 (27,8%) ho-
mens; OR= 1,92] e 155/288 (53,9%) não migranosos. Dentre
os migranosos, 44/133 (33,1%), apresentaram pontuação na
Escala de Pensamentos catastróficos (OR 8.56; IC 8.95-
159,78). Foram significativas (p<0,05), as correlações da
catastrofização com todas as sete escalas para os migranosos.
A odds ratio da catastrofização (OR=8,56) foi maior para
migranosos, em relação ao grupo com outro tipo de cefaleia.
A regressão linear revelou um potencial maior de contribui-
ção (β) das condições clínicas estresse percebido, qualidade
do sono ruim e ansiedade para o grupo dos migranosos. A
regressão linear logística e multivariada revelou que, quanto
maior a presença de catastrofização, maior a ocorrência de
migrânea. Catastrofização foi a variável com maior contri-
buição relacionada à incapacidade decorrente da cefaleia,
apresentando um valor β 0,564. Conclusão: A catastrofiza-
ção da migrânea, associada a outras condições clínicas, exerce
influência significativa na percepção da dor.
Palavras-chaves: Catastrofização; Cefaleia; Transtorno da
Enxaqueca; Ansiedade; Estresse
OC-05
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DO QUESTIONÁRIO
HEADACHE DISABILITY INVENTORY (HDI) PARA A
POPULAÇÃO BRASILEIRA
Juliana Pradela
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
, Fabiola Dach
1
,
Gabriela Ferreira Carvalho
1
1
FMRP-USP/RP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -
Universidade de São Paulo
Resumo: As cefaleias geram alto impacto e incapacidade,
porém muitos pacientes apresentam relato inconsistente, difi-
cultando a avaliação das necessidades individuais de trata-
mento. O Headache Disability Inventory (HDI) quantifica o
impacto da cefaleia nas atividades diárias, porém não está
disponível para uso no Brasil. O objetivo deste trabalho foi
traduzir e realizar a adaptação transcultural do questionário
HDI para o Português Brasileiro. O estudo foi conduzido de
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 105
acordo com as normas do COSMIN, guideline com os estági-
os de tradução inicial (I), síntese (II), retrotradução (III), revisão
pelo comitê de especialistas (IV), aplicação da versão pré-
teste (V) e elaboração da versão final (VI). Fizeram parte do
processo tradutores certificados e profissionais da área da
saúde especialistas em cefaleia, além da colaboração do
autor da versão original. A amostra foi triada do Ambulatório
de Cefaleia e Algias Craniofaciais do HCFMRP/USP com o
diagnóstico de cefaleias primárias e secundárias dado por
neurologistas especialistas. Foram incluídos 30 indivíduos entre
18 e 65 anos, e cefaleia em pelo menos um dia no último
mês. Foram excluídos indivíduos não alfabetizados. Os paci-
entes receberam a versão pré-final do questionário e foram
orientados a respondê-lo de forma auto-aplicável, relatando
qualquer dúvida durante o preenchimento. O projeto foi apro-
vado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (proc. No: 3622/
2017). Dos 30 pacientes avaliados, 27 eram mulheres e 3
homens (idade 34,9; DP 11,5) e 93,3% foram diagnósticados
com migrânea. A escolaridade variou entre ensino fundamental
incompleto e ensino superior completo. Foram realizadas
adaptações no questionário junto ao Comitê de Especialistas
e ao autor da versão original, sendo possível adequar o ques-
tionário para a população brasileira. Somente 20% dos paci-
entes apresentaram dúvidas em relação ao entendimento e
significado das palavras. No entanto, não foi ultrapassado o
limite de mais de 3 indivíduos com dúvida na mesma ques-
tão; e de 25 questões, foram relatadas dúvidas em somente
5. Dessa forma, a versão aplicada no estágio pré-teste foi
definida como a versão final do questionário, estando dispo-
nível aos clínicos e pesquisadores para avaliação do impac-
to da dor de cabeça na população brasileira.
Palavras-chaves: Incapacidade; Qualidade de Vida;
Cefaleia
OC-06
MATRICIAMENTO EM CEFALEIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Á
SAÚDE - RELATO DA EXPERIÊNCIA NA REGIONAL NORTE DA
SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL, SES-DF
Patricia Machado Peixoto
1
, Adriana Ferreira Barros Areal
1
1
SES-DF - Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Introdução: A cefaleia é uma condição altamente preva-
lente e tem enorme impacto na qualidade de vida das pesso-
as. Esta queixa corresponde a um número elevado de enca-
minhamentos para a especialidade Neurologia na SES-DF.
Devido a essa demanda expressiva e ao difícil acesso a con-
sultas especializadas na rede pública foi observada a neces-
sidade de realizar uma capacitação dos médicos da atenção
primária. Por meio do matriciamento, estes médicos torna-
ram-se aptos a diagnosticar os diferentes tipos de cefaleia e,
assim, possibilitar a correta investigação e o encaminhamen-
to ao especialista quando necessário, bem como orientar o
tratamento inicial pertinente a cada caso. O objetivo era que
o médico não especialista tivesse mais segurança em realizar
o atendimento e possibilitar um seguimento ambulatorial efi-
caz a esses pacientes na atenção primária. Isso levaria a uma
maior resolutividade e consequentemente a um incremento
na qualidade do atendimento a população do SUS-DF. Mé-
todos: O matriciamento foi realizado na rede de atenção
primária (UBS) com atendimento compartilhado entre o neu-
rologista e os médicos da atenção básica no período de 11/
2015 a 02/2017 na regional norte da SES-DF (Planaltina-
DF e Sobradinho- DF). Inicialmente, eram realizadas aulas
teóricas (02 aulas de 04 horas para cada tema) seguidas
por ambulatórios didáticos semanais com duração de 04
horas, com atendimento de 06 pacientes/período e discursão
de casos clínicos, por período de 05 a 06 meses com cada
grupo de médicos (3 a 4 médicos sala). Após o processo de
capacitação ter sido finalizado foi designado um neurolo-
gista da regional (carga horária de 05 horas) para continu-
ar a dar orientação e suporte especializado à rede de aten-
ção primária. Resultados: Em abril de 2016, a demanda
por atendimento de Neurologia era de 928 pacientes. Após
o processo de matriciamento e reestruturação do atendimen-
to de Neurologia na região Norte, foi evidenciada uma que-
da de 95% na fila de espera ao final de sete meses após o
término da capacitação. Os dados de gestão mostram a
redução no total de pacientes aguardando consultas neuro-
lógicas: abril/2017 - 499 pacientes; maio/2017 - 271 paci-
entes e setembro/2017 - 25 pacientes. Conclusão: O apoio
matricial da atenção especializada, a maior interação entre
a saúde primária e a secundária, o gerenciamento das listas
de espera e a educação permanente elevam a qualidade
do atendimento dos pacientes no SUS com maior
resolutividade e eficiência.
Palavras-chaves: Capacitação; Cefaleia; Sistema Único de
Saúde, SUS
OC-07
INFUSÃO ENDOVENOSA DE CETAMINA PARA CEFALEIAS
REFRATÁRIAS
Hálisson Flamini Arantes
1
, Ulisses Cardoso D'orto
1
,
Luis Sergio Fernandes Marques
1
, Bruno Schuind Arantes
1
,
Mario F P Peres
1
1
HIAE - Hospital Israelita Albert Einstein
Introdução: A cetamina atua em receptores nicotínicos,
muscarínicos, opioides, em canais de Na, e de cálcio volta-
gem-dependentes. A cetamina também bloqueia os recepto-
res NMDA, promovendo reconhecido efeito sobre a
sensibilização central. A cetamina vem sendo utilizada para
tratamento de diversas dores crônicas com bons resultados,
alguns relatos em cefaleias refratárias apontam também boa
resposta. Metodologia: Devido ao perfil de pacientes refra-
tários da nossa prática clínica e do potencial efeito positivo
da cetamina, iniciamos a nossa experiência clínica com a in-
fusão endovenosa, neste estudo retrospectivo relatamos os
dados disponíveis em prontuário de alguns pacientes que se
submeteram ao procedimento. Os pacientes foram avaliados
por neurologistas (HFA, MFPP) monitorados por uma equipe
de anestesistas (UCD, LSFM, BSA), que repetiram o mesmo
procedimento de infusão em todos os casos. O protocolo de
infusão foi de 30 mg de cetamina EV diluídos em Soro fisioló-
gico 0,9% 100 ml, com tempo de infusão de uma hora em
bomba de infusão. Tempo de história de cefaleia, intensida-
de antes e depois da infusão, tolerabilidade, numero de apli-
cações foram avaliados nos pacientes. Resultados: Foram
avaliadas as respostas de 3 pacientes, um homem, 2 mulhe-
res, 50, 53 e 39 anos respectivamente. Realizaram 3, 4 e uma
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
106 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
infusao, todos com resposta completa da dor após o trata-
mento, o primeiro paciente necessitou repetir duas vezes a
infusão, uma a cada semana, a segunda paciente realizou 4
sessões apresentou má resposta apenas na última aplicação.
A Terceira paciente necessitou apenas de uma infusão. Os efei-
tos colaterais descritos foram sensações de fora do corpo, al-
terações do estado da consciência, zumbido, tontura, que fo-
ram todos temporarios, as experiências anômalas não foram
relatadas como desconfortáveis. Todos os pacientes estavam
em uso de mais de 4 tratamentos preventivos, e tendo tido
mais de 12 tentativas prévias. Discussão: O uso da cetamina
foi bastante eficaz, teve durabilidade variável e tem efeitos
colaterais com sensações corpóreas e de consciência anôma-
las mas não relatadas como desconfortáveis. É viável sua
aplicação em nosso meio, o uso de bomba de infusão enca-
rece o preço do procedimento e é na nossa opinião desne-
cessário. Apesar do receio do perfil de efeitos colaterais, são
todos de fácil manejo. Conclusão: A infusão endovenosa de
cetamina é uma opção para o tratamento de pacientes com
cefaleias refratárias, podendo ser realizada em ambiente
infusional.
Palavras-chaves: Cetamina, Anestesia, Cefaleias refratári-
as, enxaqueca crônica
POSTERES CEFALEIA
PC-02
CEFALEIA ESTÁ ASSOCIADA A ANSIEDADE NA POPULAÇÃO
INFANTO-JUVENIL
Albérico Albanês Oliveira Bernardo
1
, Fabíola Lys de
Medeiros
2,3,
Pedro Augusto Rocha Sampaio-Filho
1,3
1
Pós-Neuro-UFPE - Pós-graduação em Neuropsiquiatria e
Ciências do Comportamento, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
2
UNINASSAU - Departamento de Neurologia da
Universidade Maurício de Nassau
3
NEUROHUOC/UPE - Serviço de Neurologia e Neuropediatria
do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da
Universidade de Pernambuco
Introdução: Cefaleia é a terceira causa de incapacidade
para a população segundo a OMS, e na infância é uma das
dores mais frequentes. A caracterização da cefaleia na popu-
lação pediátrica muitas vezes é difícil, sobretudo pelos as-
pectos maturacionais e psicológicos envolvidos, que afetam
profundamente sua expressão e comunicação nesta faixa
etária. Objetivo: Avaliara presença de cefaleias, ansieda-
de, e se existe relação dessas comorbidades e impacto soci-
al, em crianças e adolescentes atendidos no ambulatório de
pediatria em centro universitário no Recife. Métodos: Estudo
transversal, realizado no período de janeiro a março de 2018,
no ambulatório de pediatria. Foram incluídos pacientes con-
secutivamente atendidos por diversas causas. Diagnóstico das
cefaleias foi com a ICHD-3beta. O impacto na qualidade de
vida dos pacientes nos últimos 3 meses foi aferido pelo
PedMIDAS. A ansiedade foi avaliada pela escala IDATE. Na
análise estatística utilizou-se o teste exato de Fisher para veri-
ficar associação das cefaleias, das cefaleias com ansiedade,
e das cefaleias com PedMIDAS. Adotado significância de 5%.
Resultados: Foram entrevistados 237 crianças e adolescen-
tes, 113 (47,7%) sexo feminino com idades entre 4 a 17 anos.
A faixa etária mais presente no estudo foi de escolares, entre
6 e 10 anos (44,7%). A cefaleia nos últimos 12 meses foi
identificada em 159 (67%) pacientes, e somente 62 (39%) des-
tes pacientes procuraram algum tipo de atendimento devido
a cefaleia. Os pacientes com cefaleia foram distribuídos con-
forme a faixa etária, e 44,7% eram adolescentes, 41,5% esco-
lares e 13,8% pré-escolares. A Migrânea esteve presente em
139 (87,4%) pacientes dos entrevistados que confirmaram
queixa de cefaléia, e a cefaleia tipo tensional (CTT) em 20
(12,6%) (p<0,001) dos cefalálgicos. A ansiedade (IDATE >41)
foi presente em 39 (37,10%) pacientes com cefaleia, sendo
38 (27,34%) migranosos, e 1 (5%) CTT (p=0.02). O PedMIDAS
< 30 (leve impacto) ocorreu em 137 migranosos e >30 (im-
pacto moderado/grave) em 2 migranosos. Conclusão:
Migrânea na população infantojuvenil atendida no ambula-
tório de pediatria geral é frequente, produz um leve impacto
na qualidade de vida está associada a ansiedade. Palavras
chave: dor de cabeça, pediatria, PedMIDAS.
Palavras-chaves: Dor de Cabeça; Pediatria; PedMIDAS;
Idade; Ansiedade
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 107
PC-03
ESTUDO COMPARATIVO DO SENTIMENTO DE CULPA E
VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS EM PACIENTES COM MIGRÂNEA
CRÔNICA E CONTROLES SAUDÁVEIS
Anderson da Silva Castro
1
, Caroline Mensor Folchini
1,2
,
Fernanda Rosa Willrich Gehlen
1
, Luciane Kaiser Pinotti
1,2
,
Marcelo Daudt Von Der Heyde
1,2
, Elcio Juliato Piovesan
1
,
Pedro André Kowacs
1,2
1
HC-UFPR - Complexo Hospital de Clínicas da
Universidade Federal do Paraná
2
INC - Instituto de Neurologia de Curitiba
Introdução: Evidências sugerem que fatores biológicos e
psicológicos influenciem a percepção da dor, a saber, dife-
renças culturais, experiências previas, aprendizados, compor-
tamentos, expectativas e reações emocionais, tornando-a uma
experiência complexa e individual (Searpelli, 2007). Em con-
dições como a migrânea, a angústia emocional e os sinto-
mas depressivos amiúde estão presentes. O caráter periódico
e a estreita relação dos sintomas físicos e emocionais são duas
caraterísticas desse tipo de cefaleia (Roesler, 2015; Blumenfeld,
et al., 2015). Segundo a IASP, sentimentos de culpa podem
intensificar as sensações dolorosas uma vez que o paciente
passa a se culpar pela doença e pelo insucesso do tratamen-
to (IASP, 2010). Objetivo: Verificar se portadores de migrânea
crônica apresentam escores de culpa estruturada ou não
estruturada em proporção significativamente maior do que
indivíduos controle. Metodologia: Estudo observacional,
analítico, transversal através de instrumentos padronizados.
Participaram deste piloto 77 indivíduos (Migrânea Crônica:
MC=20; Controles Saudáveis: CS=57). Os instrumentos utili-
zados foram: (1) Escalas Visual Analógica, Descritiva Verbal e
Analógica Numérica de Dor; (2) Escalas de Ansiedade e De-
pressão de Beck; (3) Mini International Neuropsychiatric
Interview - M.I.N.I.; (4) Escala Multidimensional de Culpa; (5)
Escala de Qualidade de Vida da Organização Mundial da
Saúde - WHOQOL-BREF. O estudo foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital de Clí-
nicas da Universidade Federal do Paraná - CEP/HC-UFPR
(CAAE 77962817.7.0000.0096). Resultados: Os resultados
apresentam escores maiores de dor para pacientes com MC
(p<.05). A incidência de Depressão e Ansiedade está presen-
te em 90% da população estudada, sendo os transtornos mais
comuns a Depressão Maior e o Transtorno de Estresse Pós-
Traumático). O escore total da variável culpa também apre-
senta diferença significativa (p<.001) quando comparado
àquele dos CS (100%=MC contra 68%=CS). Baixos índices
de qualidade de vida nos domínios físico (28%=MC contra
5%=CS), psicológico (39%=MC contra 11=CS) e social
(46%=MC contra 10%=CS) também foram encontrados. Con-
clusões: Os resultados do estudo piloto não rejeitam H0 o
que constitui evidência suficiente para avaliar a hipótese em
uma amostra maior.
Palavras-chaves: Migrânea; Migrânea crônica; Culpa; An-
siedade; Depressão
PC-04
POTENCIAL EVOCADO DE LONGA LATÊNCIA (P300) EM
MIGRÂNEA: UM ESTUDO CONTROLADO
Larissa Mendonça Agessi
1
, Liliane Desgualdo Pereira
1
,
Thais Rodrigues Villa
1
1
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo
Introdução: P300 é um potencial cortical e cognitivo, que
aparece como uma onda positiva aproximadamente aos 300
ms após o estímulo. O P300 reflete a atividade do tálamo e
córtex, e é utilizado para identificar alterações neurais do
processamento sequencial de informações, memória imedia-
ta, discriminação auditiva, e/ou tomada de decisões. Obje-
tivo: Comparar os valores de amplitude e latência de P300
entre indivíduos com migrânea com e sem aura a um grupo
controle sem cefaleia. Métodos: Foram avaliados 15 indiví-
duos com migrânea com e sem aura, classificados de acordo
com a International Headache Society (ICHD-III, 2013), e 15
controles. Grupo migrânea com e sem aura: 13 mulheres e 2
homens, idade média de 26,67 (±5,30) anos, média de
7,67(±3,68) dias de cefaleia/ mês e média de tempo de do-
ença de 13,33 (±6,41) anos. Não existiu diferença entre a
média dos grupos na variável idade (p valor: 0,371). Grupo
controle: 13 mulheres e 2 homens, com média de 24,33
(±5,22) anos. Os grupos apresentavam escolaridade média
de 16 anos (p=0,621). Os procedimentos realizados foram:
anamnese, avaliação audiológica básica e avaliação do
P300. Os critérios de exclusão foram: doenças psiquiátricas,
outras doenças neurológicas, perda auditiva, trauma craniano,
uso de medicamentos ototóxicos, uso de preventivos para
migrânea ou que afetem o sistema nervoso central. A avalia-
ção foi realizada no período assintomático de pelo menos 3
dias. Resultados: Todos os avaliados obtiveram limiares au-
ditivos dentro da normalidade. Indivíduos com migrânea com
e sem aura apresentaram maior latência (p=0,03) e menor
amplitude para a orelha direita (p=0,03), quando compara-
dos a controles sem cefaleia. Para a orelha esquerda, não
houve diferença estatisticamente significante para latência
(p=0,110) e para amplitude (p=0,05). Conclusões: Pacien-
tes com migrânea com ou sem aura podem apresentar au-
mento de latência e diminuição de amplitude de P300, o que
pode sugerir a presença de disfunção cognitiva, principalmen-
te na velocidade de processamento de informações, memó-
ria de curto prazo, discriminação auditiva e atenção.
Palavras-chaves: P300; Cognição; Audição; Migrânea
PC-07
ANÁLISE DA ALODÍNIA CUTÂNEA EM PESSOAS COM E SEM
CEFALEIAS PRIMÁRIAS
Artur Eduardo Kalatakis dos Santos
1
, Ariane França Garcês
1
,
Sarah Tarcisia Rebelo Ferreira de Carvalho
1
, Daniela Bassi
1
,
Miguel Jânio Costa Ferreira
1
, Mayk Pereira do Lago
1
,
Maria Cláudia Gonçalves
1
, Tatiana Arruda Oliveira
1
1
CEUMA - Universidade CEUMA
Resumo: A alodínia cutânea (AC) é uma resposta dolorosa
mediante um estímulo não nociceptivo sendo considerada um
fator de sensibilização em pacientes com cefaleias e sua pre-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
108 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
sença representa maior incapacidade e insucesso no trata-
mento das dores crônicas. O objetivo deste trabalho foi ana-
lisar a frequência da AC em indivíduos com cefaleia primária
e comparar em indivíduos sem cefaleia. Foram avaliados tra-
balhadores de atendimento direto ao público, com idades
entre 18 a 55 anos, de ambos os gêneros e exclusos pessoas
com histórico de outras dores/doenças crônicas como fibro-
mialgia e diabetes melitus. A AC foi analisada pelo questio-
nário 12 item Allodynia symptom Checklist/Brasil. O possível
diagnóstico de cefaleia foi realizado com o questionário ba-
seado na Classificação da International Headache Society. Os
dados foram analisados no software SPSS 18.0, p 0,05. Este
trabalho foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa local
com o parecer nº1307.233. Foram avaliados 60 funcionári-
os, 30 grupo com cefaleia (GCC) e 30 grupo controle (GSC).
Não foi observada diferença para os dados demográficos
entre os grupos (P<0,05) exceto para o gênero feminino mais
que foi mais prevalente no GCC n=24 (80%) (p < 0,04). A
frequência de AC foi de: GCC n=18 (60%) e GSC n=5 (16,6%)
observando-se uma diferença significativa entre os grupos
(p<0,02). O diagnóstico de cefaleia mais associada a AC foi
a migrânea (episódica e crônica juntas) com n= 15 (83,3%)
p<0,00). Pessoas com cefaleia especialmente migrânea, apre-
sentam maior porcentagem e gravidade de AC comparados
a indivíduos sem cefaleia. O melhor conhecimento dessa con-
dição pode contribuir para uma melhor investigação dos sin-
tomas desses pacientes com a finalidade de melhorar as op-
ções de tratamento farmacológicos e não farmacológicos.
Palavras-chaves: Dor; Migrânea; Sensibilização central
PC-08
AVALIAÇÃO DA FORÇA DOS MÚSCULOS EXTENSORES E
FLEXORES CERVICAIS DE INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS,
MIGRANOSOS E COM DOR CERVICAL CRÔNICA
Marcela Mendes Bragatto
1
, Lidiane Lima Florencio
1
, Mariana
Tedeschi Benatto
1
, Samuel Lodovichi
1
, Iuri Valoti de Oliveira
1
,
Fabiola Dach
1
, Debora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Introdução: A dor e a fraqueza muscular no pescoço são
frequentes em pacientes com migrânea bem como em indiví-
duos com cervicalgia. Ainda não está estabelecido se essa
fraqueza muscular é característica da migrânea ou é devido
a associação de condições dolorosas na cabeça e pescoço.
Objetivo: Investigar a força muscular dos flexores e extensores
cervicais entre os individuos saudáveis, com cervicalgia e
migranosos com e sem cervicalgia. Método: Foram avalia-
das 80 mulheres subdivididas em 4 grupos: controle
(G1:30anos-IC95%:26-35), com cervicalgia (G2:33anos-
IC95%:24-40), pacientes com migrânea sem cervicalgia
(G3:32-IC95%:26-38), pacientes com migrânea e com
cervicalgia (G4:30-IC95%:26-33). As mulheres com migrânea
foram diagnosticadas segundo a classificação internacional
de cefaleia - 3°edição. A cervicalgia foi avaliada pelo relato
de dor cervical por mais de 3 meses e intensidade ? 3 na
escala numérica de dor. Foi realizada a mensuração da força
dos músculos extensores e flexores cervicais por meio de
dinamometria manual durante a contração isométrica volun-
tária máxima. Para análises estatísticas foram utilizados os
testes de ANOVA para comparar o pico de força em flexão e
extensão e o teste de Kruskal Wallis para comparar o tempo
para atingir o pico de força em flexão e extensão. O nível de
significância adotado foi 0,05. Trabalho aprovado pelo co-
mitê de ética (processo n° 1100/2017). Resultados: A força
em flexão foi diferente entre os grupos (p=0,002), sendo me-
nor no G3(5,1kg/DP:1,0/ p=0,030) e no G4(4,2kg/DP:1,7/
p=0,001) em comparação ao grupo G2(5,8kg/DP:1,4) e ne-
nhuma diferença foi encontrada em relação ao grupo
G1(7,4kg/DP:5,1). A força em extensão também foi diferente
entre os grupos (p=0,044) sendo encontrada diferença entre
os grupos G2(8,9kg/DP=3,4) e G4(6,5kg/DP=4,2) (p=0,05)
e nenhuma diferença foi encontrada entre os demais grupos
G1(7,8kg/DP=3,0) e G3(6,9kg/DP=2,8). Não houve diferen-
ça no tempo para atingir o pico de força tanto em flexão
(G1=2,3kg/s-DP=0,4; G2=2,2kg/s-DP:0,4; G3=2,6kg/s-
DP=0,3; G4:2,3kg/s-DP:0,5) quanto em extensão (G1=2,6kg/
s-DP=0,2; G2=2,6kg/s-DP=0,3; G3=2,8kg/s-DP=0,2;
G4=2,6kg/s-DP=0,6). Conclusão:A associação de condi-
ções dolorosas na cabeça e pescoço está associada à fra-
queza cervical. Uma menor força de flexores é observada na
coexistência da migrânea com a cervicalgia quando compa-
rado às mesmas condições isoladas. Já para a força dos
extensores, essa redução só fica evidente quando comparado
à cervicalgia.
Palavras-chaves: Migrânea; Cervicalgia; Força muscular
PC-09
ASSOCIAÇÃO ENTRE SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL E
ENXAQUECA CRÔNICA
Erika Maria Monteiro
1
, Ana Carla Tenório Cavalcanti
1
, Beatriz
Rezende Monteiro
1
, Marília Gonçalves Silva
1
Gabrielle
Christine Rocha Souza
1
, Leandro Correia Gonçalves Souza
1
,
Igor Silvestre Bruscky
1
1
LDPE - UNINASSAU - Liga de Dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: A enxaqueca crônica é uma doença que acar-
reta muitos prejuízos (diretos e indiretos) para os pacientes
que padecem dessa doença. A síndrome dolorosa miofascial
pode ser um fator que contribui para a cronificação da enxa-
queca, devendo ser pesquisada em todos os pacientes com
enxaqueca e se presente deve ser adequadamente tratada.
Material e Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, de
janeiro de 2014 a janeiro de 2017. Foram incluídos 97 indi-
víduos com diagnóstico de enxaqueca. Foram consideradas
as variáveis de idade, gênero, tempo de doença, gravidade
da doença e presença de síndrome dolorosa miofascial. Re-
sultados: Dentre os 97 pacientes, a idade média foi de 43
+16,1 anos, sendo que 83 (85,5%) foram do sexo feminino e
14 (14,5%) do sexo masculino. O tempo médio de doença foi
de 27,1 +15,3 anos. Em 39 pacientes (40,2%) foi dado o di-
agnóstico de síndrome dolorosa miofascial (pesquisado pon-
to gatilho nos músculos esternocleoimastoideo, trapézio,
esplênio do pescoço, temporal, masseter). Não houve dife-
rença em relação aos níveis séricos de 25-OH-vitamina D e a
presença de síndrome dolorosa miofascial (p=0,29). A pre-
sença de síndrome dolorosa miofascial foi mais frequente em
pacientes com enxaqueca crônica (p<0,001; RR 7.62 IC 95%
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 109
3.01-19.27). Conclusões: A pesquisa de pontos gatilho deve
fazer parte da rotina do exame físico nos pacientes com quei-
xa de cefaleia. O tratamento da síndrome dolorosa miofascial
parece estar relacionado a menores taxas de cronificação da
enxaqueca.
Palavras-chaves: Enxaqueca com aura; Enxaqueca sem
aura; Síndromes da dor miofascial
PC-10
RELAÇÃO ENTRE O IMPACTO DA CEFALEIA E A
ADIÇÃO À INTERNET
Vanessa de Aquino Gomes
1
, Mateus Mourato Barros
2
,
Rubiane Maria Costa Pininga
2
, Hugo Rafael de Sousa e Silva
2
1
UFPB - Universidade Federal da Paraíba
2
UPE - Universidade de Pernambuco
A cefaleia é considerada umas das maiores queixas clínicas
na prática médica e um dos problemas de saúde mais
prevalentes na população, com uma prevalência estimada
em 70% ao ano na população brasileira e 90% ao longo da
vida, na população mundial. Existem fatores externos que
podem influenciar no aparecimento de crises de cefaleia, den-
tre eles pode-se destacar a adição à internet. Entretanto, a
literatura científica ainda é escassa em estudos que correla-
cionam esses dois fenômenos. Objetivo: Analisar a relação
entre o impacto das cefaleias e a adição à internet em uma
amostra de estudantes universitários. Metodologia: Com
espaço amostral alvo de 69 estudantes graduandos em me-
dicina, foram entrevistados 54 alunos devido aos critérios de
exclusão, sendo 30 (55,6%) do sexo feminino e média de ida-
de de 21,59 anos (DP=±2,70). Para a coleta de dados, fo-
ram aplicados quatro instrumentos: 1) questionário socio-
demográfico; 2) questionário baseado na terceira edição da
Classificação Internacional das Cefaleias, para observar
prevalências e impactos causados pelas cefaleias; 3) a ver-
são do Headache Impact Test (HIT-6) validada para o Portu-
guês; 4) a versão do Online Cognition Test (OCS-BR) validada
para o Português. Resultados: A prevalência de cefaleia no
último ano foi de 76,8%. Foi evidenciado na amostra que cer-
ca de 78,3% dos entrevistados possuíam dias de produtivida-
de reduzida por causa das cefaleias nos últimos três meses. A
análise do HIT-6 demonstrou que, em 49,3% da amostra, a
cefaleia causava algum impacto. A média de pontuação no
HIT-6 foi maior no sexo masculino (55,05 pontos) quando
comparado ao sexo feminino (48,21 pontos) e essa diferença
foi estatisticamente significativa, p=0,009. Algo destoante dos
dados encontrados em literatura, que apontam que o sexo
feminino sofre mais impacto em relação ao sexo masculino.
Foi observado que cerca de 76,8% da amostra possui acesso
à internet e a avaliação do OCS-BR permitiu apurar que 66,7%
da amostra apresenta adição à internet. A correlação entre a
pontuação obtido no OCS e no HIT-6 foi de rho=0,125;
p=0,368, uma correlação não estatisticamente significativa.
Foi realizada um modelo linear generalizado para verificar o
impacto combinado das variáveis independentes na depen-
dente (HIT-6), no entanto não foi evidenciado esse efeito com-
binado. Acreditamos que o tamanho amostral tenha efeito
sobre esse resultado.
Palavras-chaves: Adição; Cefaleia; Internet
PC-11
RESOLUÇÃO COMPLETA DE HEMATOMA SUBDURAL
RELACIONADO A HIPOTENSÃO INTRACRANIANA
ESPONTÂNEA APÓS BLOOD PATCH - RELATO DE 3 CASOS
Marcio Nattan Portes Souza
1
, Marcelo Calderaro
1
,
Lécio Figueira Pinto
1
, Rita de Cássia Maciel Pincerato
1
,
Renato Anghinah
1
1
Samaritano - Hospital Samaritano de São Paulo
Introdução: a hipotensão intracraniana secundária a fístula
liquórica espontânea é um diferencial importante de cefaleias
de difícil controle. A apresentação clínica mais comum é de
cefaleia que aparece ou piora na posição ortostática, associ-
ada a baixa pressão de abertura ao exame do líquor. O prin-
cipal achado de neuroimagem é o hipersinal meníngeo difuso,
mas diversos outros achados já foram descritos, entre o de
hematoma subdural, que impões o desafio do diagnóstico
diferencial, uma vez que isoladamente pode ser causa de
cefaleia. Objetivo: descrever 3 casos de hematoma subdural
secundários fístula liquórica espontânea com resolução com-
pleta após realização de blood patch. Metodologia: relato
de casos e revisão de literatura. Resultados: Caso 1: ho-
mem de 29 anos, com cefaleia bilateral de padrão ortostático,
Ressonância Magnética (RM) de crânio inicial evidenciando
realce paquimeníngeo difuso, coleções subdurais hemisféricas
bilaterais. RM de coluna vertebral evidenciou acúmulo de
líquor em toda coluna, com maior volume entre T6 e T9. Re-
alizados 2 blood-patches torácicos, evoluiu com melhora da
cefaleia e resolução dos hematomas subdurais. Caso 2: ho-
mem de 46 anos com cefaleia bilateral, sem evidente padrão
ortostático, RM de crânio com extensas coleções hemáticas
subdurais e realce paquimeníngeo difuso. RM de coluna ver-
tebral evidenciou coleção epidural mais evidente em C6. Evo-
lui com resolução do quadro clínico e dos hematomas su-
bdurais após realização do primeiro blood-patch. Caso 3:
homem de 37 anos, com cefaleia bilateral de padrão ortos-
tático, RM de crânio com hematoma subdural bi-hemisférico
e realce paquimeníngeo difuso. RM de coluna vertebral evi-
denciando coleções laminares epidurais em múltiplos níveis,
mais acentuada em T5-T6 e T8-T9. Realizados um blood-patch
lombar e dois torácicos, evoluiu com melhora importante da
cefaleia e resolução dos hematomas subdurais. Conclusão:
o espectro clínico de apresentação da síndrome de hipotensão
liquórica espontânea é amplo e a presença de hematoma
subdural, associada a cefaleia que piora em ortostase, deve
levantar essa hipótese diagnóstica. Em pacientes com estabi-
lidade neurológica o tratamento pode ser direcionado à cau-
sa base, com realização de blood patch, como evidenciado
nos casos descritos.
Palavras-chaves: Blood Patch; Cefaleia por hipotensão
liquórica; Fístula liquórica espontânea; Hematoma subdural,
Hipotensão intracraniana idiopática
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
110 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PC-12
COMORBIDADE DE CEFALEIA EM SALVAS E HEMICRÂNIA
CONTÍNUA
Aline Vitali da Silva
1
, Adriano Torres Antonucci
1
1
PUC-PR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Resumo: Denominamos cefaleias trigêmino-autonômicas
(CTA), um grupo de cefaleias que cursam com ativação de
vias nociceptivas trigeminovasculares e concomitante ativa-
ção autonômica craniana reflexa. Fazem parte desse grupo a
cefaleia em salvas (CS) e hemicrânia contínua (HC), entre ou-
tros. As CTA apresentam-se com ataques recorrentes de dor
unilateral several, acompanhada de sintomas autonômicos
ipsilaterais. As CTA diferem entre si essencialmente pela dura-
ção e manejo específico. Caso: Paciente feminina, 42 anos,
enfermeira, procurou atendimento por queixa de cefaleia.
Relata duas formas de cefaleia. A primeira é uma dor retro-
orbital a direita, moderada e contínua, com duração maior
de 3 meses, acompanhada de agitação. Essa dor apresenta
resposta completa ao tratamento com indometacina em dose
plena, entretanto, com limitação da dose por perda discreta
alteração de função renal transitória. Sobreposta a essa dor,
apresenta cefaleia, também retro-orbital à direita, muito in-
tensa, incapacitante, pulsátil, com duração máxima de 3h,
acompanhada de ptose e que responde ao tratamento com
oxigenioterapia a 100%. As dores iniciaram concomitan-
temente ao diagnóstico de hiperprolactinemia e se acentua-
vam sempre nos dias próximos à administração de cabergo-
lina semanal. Porém, com o passar dos meses, as dores tor-
naram-se diárias. Paciente apresenta história pregressa de di-
abetes melittus, hipotireoidismo e infertilidade. Ao exame não
apresentava déficit neurológico e o fundo de olho era nor-
mal. Investigação complementar atual e anterior com resso-
nância de crânio e de sela túrcica sem particularidades. Di-
ante do quadro descrito, feito diagnóstico de cefaleia em sal-
vas e hemicrânia contínua, conforme critérios da Classifica-
ção Internacional de Cefaleia, 2018. Na ocasião, prescrito
verapamil com excelente resposta a cefaleia em salvas. Pos-
teriormente, foi aumentada a dose da indometacina para
200mg/dia com melhora substancial da cefaleia hemicrânia
contínua. O diagnóstico das CTA é clínico, e apesar de critéri-
os bem estabelecidos, condições incomuns como apresenta-
ções atípicas ou sobreposição de doenças, podem dificultar
o diagnóstico preciso, retardando a conduta adequada. Ten-
do em vista o contexto de diversas disfunções endocrinológicas
da paciente, seriam as 2 formas de cefaleia trigêmino auto-
nômica secundárias a disfunção hipotalâmica não avaliável
pelos métodos atuais de detecção?
Palavras-chaves: Cefaleia em salvas; Hemicrânia contínua;
Cefaleia trigeminovascular; Indometacina; Verapamil
PC-13
DECRÉSCIMO DA COERÊNCIA PARCIAL EM HEMISFÉRIO
DIREITO E A CONECTIVIDADE FUNCIONAL DO
PROCESSAMENTO VISUAL EM PACIENTES COM MIGRÂNEA
Maria da Soledade Rolim do Nascimento
1
, Marcelo Cairrão
Araújo Rodrigues
1
, Maria Lúcia Gurgel da Costa
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco/Posneuro
Introdução: A migrânea é um tipo de cefaleia frequente na
população, de caráter crônico, cuja etiologia é associada a
distúrbios neurovasculares, sendo caracterizada por severas
dores de cabeça, com sintomas autonômicos e sensibilidade
a estímulos sensoriais, como a luz, som e odores. Os registros
eletroencefalográficos durante fotoestimulação associados a
técnicas de neurocomputação, tais como coerência parcial
direcionada (CPD), possibilitam uma melhor compreensão
acerca dos mecanismos do processamento visual nos pacien-
tes com migrânea. O objetivo deste estudo foi analisar a
conectividade funcional entre áreas corticais correspondentes
à via dorsal de processamento visual (regiões occipital,
parietal e frontal) nas pacientes com migrânea e quantificar a
CPD após épocas de estimulação fótica. Tratou-se de um es-
tudo transversal, observacional e descritivo, sob registro Of.
018/2010, CEP CCS/UFPE. Métodos: Foram coletados re-
gistros eletroencefalográficos de doze mulheres com migrânea
(migrânea com aura) e doze mulheres saudáveis (grupo con-
trole), na faixa etária de 19-45 anos durante quatro períodos
(épocas) de estimulação fótica, na frequência de 9Hz, na fai-
xa gama do eletroencefalograma. Todas as participantes fo-
ram diagnosticadas clinicamente com migrânea, de acordo
com a classificação da Sociedade Internacional de Cefaleia.
Posteriormente, os dados foram analisados pelo método da
coerência parcial direcionada (Sameshima; Baccalá, 1999),
quantificando a conectividade funcional entre as áreas O-P-F:
occipital (O1 ou O2), parietal (P3 ou P4) e frontal (F3 ou F4),
com registros de ambos os hemisférios. Resultados: Quan-
do comparado ao grupo controle, o grupo migrânea mos-
trou perfis diferentes de conectividade funcional entre a pri-
meira e a quarta época de fotoestimulação. O hemisfério di-
reito do grupo migrânea apresentou um relevante decrésci-
mo nos valores de coerência parcial direcionada nas redes
F4-O2 (Frontal - Occipital), F4-P4 (Frontal - Parietal), P4-F4
(Parietal-Frontal), estes achados são sugestivos da existência
de um hipofuncionamento da atividade cerebral como me-
canismo protetivo no grupo das pacientes migranosas. No
hemisfério esquerdo, o grupo migrânea apresentou um de-
créscimo dos valores na rede F3-O1. Conclusões: A ativi-
dade cortical do hemisfério direito e a conectividade funcio-
nal da rede F3-O1 no processamento visual nos sujeitos des-
ta pesquisa demonstrou ser um biomarcador importante na
compreensão da fisiopatologia da migrânea.
Palavras-chaves: Migrânea; Eletroencefalograma, Estimu-
lação fótica; Coerência parcial direcionada
PC-14
SÍNDROME DA VASOCONSTRIÇÃO CEREBRAL REVERSÍVEL E
HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA - RELATO DE CASO
Vanise Grassi
1
, Ricardo Santin
1
, Alexandre Maulaz
1
,
Fernando Kowacs
1
1
ISCMPA - Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Introdução: a síndrome da vasoconstrição cerebral reversí-
vel (SVCR) é uma condição caracterizada por episódios recor-
rentes de cefaleia em trovoada associada à vasoconstrição e
vasodilatação arterial segmentar múltipla. Pode estar associ-
ada a sangramento intracraniano, intraparenquimatoso,
subdural ou subaracnóideo não aneurismático. Objetivo:
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 111
relatar um caso de SVCR associada a hemorragia subarac-
noidea não aneurismática. Método: relato do caso e revi-
são da literatura sobre fisiopatologia, apresentação clínica,
abordagem diagnóstica, tratamento e complicações, enfa-
tizando a relação entre síndrome da vasoconstrição cerebral
reversível e sangramento intracraniano. Descrição do caso:
paciente feminina com 66 anos de idade apresentou episó-
dio de cefaleia intensa de instalação abrupta (padrão "em
trovoada"). Procurou atendimento médico no primeiro dia de
sintomas e foi liberada após ter sido submetida à tomografia
de crânio, interpretada como normal. Voltou a procurar aten-
dimento médico devido à recorrência da dor e, uma semana
após o início dos sintomas, foi hospitalizada. A ressonância
do crânio e a angiorressonância arterial e venosa dos vasos
cervicais e intracranianos não demonstraram quaisquer par-
ticularidades, porém o exame do líquido cefalorraquidiano
(LCR), coletado através de punção lombar não-traumática,
evidenciou aumento de eritrócitos (persistente em três amos-
tras coletadas sequencialmente). Angiografia por subtração
digital realizada dois dias após a angiorressonância dos va-
sos intracranianos, mostrou espasmo da artéria basilar e das
artérias cerebrais posteriores, sem contudo evidenciar
aneurisma intracraniano. A paciente recebeu tratamento de
suporte e nimodipina via oral, tendo havido resolução com-
pleta da cefaleia em 10 dias e do vasoespasmo angiográfico
em 45 dias. Discussão: a análise do caso clínico aponta
para a vasoconstrição cerebral reversível como o fenômeno
primário e a hemorragia subaracnóidea não aneurismática
como complicação precoce, surgida durante a primeira se-
mana do quadro. O mecanismo exato de sangramento na
SVCR permanence desconhecido e reforça a natureza dinâ-
mica desta síndrome. A SVCR deve ser considerada no diag-
nóstico diferencial de pacientes com qualquer tipo de hemor-
ragia intracraniana espontânea, especialmente se houver
sangramento subaracnóideo cortical.
Palavras-chaves: Vasoconstrição cerebral; Hemorragia
subaracnoidea; Cefaleia em trovoada
PC-15
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO FISIOTERÁPICO POSTURAL
PARA CEFALÉIA CERVICOGÊNICA PÓS BLOQUEIO DE
NERVO OCCIPITAL
1
Alcântara R. A. César,
2
Ricardo G. Amadei,
3
André C. Felício
1
Pós-Graduando Neurologia - Faculdade IPEMED de
Ciências Médicas;
2
RGA - Clínica de Fisioterapia;
3
Coordenador Pós-graduação de Neurologia da Faculdade
IPEMED de Ciências Médicas.
Resumo: A cefaleia cervicogênica tem fisiopatologia com-
plexa e ainda pouco compreendida, não recebendo um
enquadramento específico dentro da atual classificação in-
ternacional das cefaleias. Seus sintomas são típicos, normal-
mente com acometimento das raízes C2 e C3. Embora o blo-
queio do nervo occipital seja um tratamento farmacológico
conhecido nesta situação, não existem recomendações espe-
cíficas para tratamento fisioterápico da cefaleia cervicogênica.
Algumas evidências, entretanto, sugerem que a correção da
rotação do quadril poderia auxiliar em sintomas álgicos do
neuroeixo, em particular, dor de origem cervical. Assim, o pre-
sente estudo teve como objetivo avaliar o papel da fisiotera-
pia postural direcionada para correção da rotação de qua-
dril (técnica de Maitland) em pacientes com cefaleia cervico-
gência que realizaram bloqueio do nervo occipital. Este foi
um estudo retrospectivo, observacional do tipo série de ca-
sos, não controlado. Os pacientes avaliados no período de
Janeiro/2017 a Fevereiro/2018 eram provenientes do Hos-
pital 10 de Julho (Pindamonhangaba/SP). Após diagnóstico
de cefaleia cervicogênica, realizava-se o bloqueio anestésico
e após Raio X panorâmico de quadril com Escanometria dos
Membros Inferiores - Full Legg e Tomografia Cervical de C1 a
C7, e fisioterapia direcionada. Para a avaliação do desfecho
foi adotada a escala analógica de dor no momento da sus-
peita diagnóstica e num segundo momento após avaliação
da fisioterapia proposta. Os pacientes submetidos ao bloqueio
foram divididos em três grupos: Grupo I ( = 15) - fisioterapia
com técnica de Maitland - melhora de 84% da dor. Grupo II
(n= 11) - fisioterapia convencional - melhora de 63%, Grupo
III (n= 13) - somente bloqueio - melhora de 48%. Os dados
apresentados sugerem que pacientes com cefaleia cervico-
gênica submetidos a bloqueio do nervo occipital associado à
técnica de Maitland para o alinhamento do quadril têm uma
melhora superior àqueles que só fazem o bloqueio ou blo-
queio associado a fisioterapia convencional .
Palavras-chaves: Bloqueio do nervo occipital; Rotação do
quadril; Técnica de Maitland
PC-16
CEFALEIA E O BAIXO ÍNDICE DE ACOMPANHAMENTO COM
ESPECIALISTA ENTRE FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO
DE SAÚDE EM TAGUATINGA
Luciana de Barros Bello Bacelar Portela
1
,
Marcelo Igor Bomfim Ribeiro
1
, Mikaela Santos Aguiar
1
,
Ronaldo Borges Tonaco
1
, William Antônio Quirino
1
,
Ricardo Willian Genaro Rodrigues de Campos
1
1
HSM - Hospital Santa Marta
Introdução: A cefaleia é uma das doenças mais prevalentes
sendo o segundo agravo de saúde mais comum da humani-
dade. É uma doença que leva os pacientes frequentemente a
se automedicarem, apresentando algum alívio da dor e a não
investigação e tratamento adequados com o especialista.
Acredita-se que o trabalho em ambiente hospitalar possa gerar
uma facilidade maior para que a pessoa busque um acom-
panhamento com investigação e tratamento da cefaléia por
um neurologista. Material e Método: No dia nacional do
combate a cefaleia em 2018, realizamos uma pesquisa junto
aos funcionários do Hospital Santa Marta em Taguatinga-DF.
Aproveitamos essa data para dar informações sobre a cefaleia
e identificar o percentual de pacientes que trabalham em um
ambiente hospitalar e que fazem acompanhamento com es-
pecialista. Foi utilizado um questionário com perguntas so-
bre falta ao trabalho, ida ao pronto socorro, uso de medica-
ção sem prescrição médica e acompanhamento da dor com
especialista. Responderam ao nosso questionário 285 funcio-
nários de diversos setores. Resultados: Dos 285 funcionári-
os, 87,7% relataram cefaleia. Destes, 35,5% já precisaram fal-
tar ao trabalho por conta da dor, 51,6% relataram idas ao
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
112 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
pronto socorro, 84,65% fizeram uso de medicação analgési-
ca sem prescrição médica e apenas 11,5% já fizeram ou fa-
zem acompanhamento com especialista. Conclusão: De
acordo com os resultados podemos observar que apenas
11,5% dos funcionários com cefaleia procuraram o especia-
lista para acompanhamento, embora ela tenha tido um im-
pacto negativo no dia a dia levando a falta ao trabalho, idas
ao pronto socorro e uso de medicações. Na literatura, um
dos maiores trabalhos feitos com a população mundial, de-
monstrou que apenas 10% procuraram o especialista, o que
mostra um número extremamente baixo diante do impacto
dessa patologia. Não houve diferença estatisticamente signi-
ficativa em relação a nossa amostra que trabalha em ambi-
ente hospitalar e que poderia ter mais acesso ao acompa-
nhamento com especialista do que a população em geral.
Podemos observar que grande parte das pessoas que têm
dor de cabeça não procuraram acompanhamento médico.
Isso se torna preocupante, não só pelo impacto na diminui-
ção da capacidade laborativa e na qualidade de vida ,mas
também porque a mesma pode ser secundária a alguma
patologia com danos irreversíveis ao organismo. Acredita-
mos que se faz necessário uma maior conscientização das
pessoas sobre a importância do acompanhamento da
cefaleia com especialista.
Palavras-chaves: Dor de cabeça; Neurologista
PC-17
OCCIPITAL NERVE STIMULATION TO TREATMENT OF
NEURALGIFORM HEADACHE ATTACKS - CASE REPORT
João Brainer
2
, Patricia Coutinho
2
, Pedro Brainer
2
,
Alessandra Brainer
3
, Paulo Thadeu Brainer
1
1
HR/UPE - Hospital da Restauração, Pernambuco University
2
UFPE - Medical Scholl of Federal University of Pernambuco
3
HUOC/UPE - HUOC/UPE - Hospital da Oswaldo Cruz,
Pernambuco University
Abstract: Object. The aim of this study was to present a case
of Occipital nerve stimulation (ONS) as a promising treatment
for medically refractory chronic headache disorders and Short-
lasting unilateral neuralgiform headache attacks (SUNA).
Clinical Case. A 47-year old woman with symptoms that
began in 2011 (at the age of 39) as unilateral severe pain,
followed by autonomic symptoms, severe unilateral head pain,
with orbital and temporal distribution, lasting from 10 to 20
sec and manifestating as a series of stabs that always occurred
in the same pattern, with an intensity of 6-9 on the visual
analogue 0-10 scale (VAS). Within the past 9 months the patient
had experienced worsening of the headache frequency, with
up to 50 attacks per day at the time she was referred to our
center. Treatments with gabapentin, indomethacin, verapamil,
carbamazepine and at last, lamotrigin had had no or little
effect. A greater occipital nerve injection, with a mixture of 2
mL of 2% lidocaine and methylprednisolone 80 mg, also had
no satisfactory response. She underwent ONS implantation in
February 2015 and a positive response occurred, with a 75%
reduction in the patients mean daily attack frequency to date.
Keywords: Headache, Occipital; Refractory; Stimulation;
SUNA
PC-18
RELATION OF CLOPIDROGREL TO PROINFLAMMATORY
ACTIVITY IN MIGRAINE WITH AURA: A CASE REPORT
Paulo Sergio Faro Santos
1
, Amanda Batista Machado
1
,
Caroline Mensor Folchini
1,2
, Jessica Giraldes
1
,
Pedro André Kowacs
1,2
1
INC - Instituto de Neurologia de Curitiba
2
UFPR - Universidade Federal do Paraná
Abstract: Case Report: A.S.P 39 year old woman, with a
past history of migraine without aura, recurrent oral herpes and
an acute episode of aortic and CNS (Central Nervous System)
herpetic meningitis and vasculopathy, had a patent foramen
ovale diagnosed after new small vascular lesions detected in
a routine MRI. Patent Foramen Ovale (PFO) was occluded via
transcatheter and the patient was kept on taking both aspirin
100 mg and clopidogrel 75mg at a o.d. schedule. An year
after PFO closure and after echographic confirmation of the
resolution of the right to left shunt clopidogrel was withdrawn.
Eleven days after clopidogrel withdrawal the patient started to
present recurrent episodes of migraine with aura attacks.
Clopidogrel was added-on again and migraine with aura
attacks remitted. A new attempt to discontinue clopidogrel was
associated with further episodes of migraine with aura.
Objective: To report the relationship with clopidogrel
discontinuation and occurrence of migraine headaches with
aura after PFO closure. Discussion: Migraine with aura and
atrial right to left shunts (PFO and atrial septal deficts) are
associated mainly related to release of vasoactive substances
that the shunt can generate. Observacional studies suggest that
transcatheter closure of PFO in patients with paradoxal
thromboembolism reduces frequency and severity of migraine
symptoms. On the other hand, device closure may occasionally
induce or worsen previous migraine usually within the first few
weeks after the closing procedure for which clopidogrel has
then been found to be effective to prevent when associated
with aspirin. Clopidogrel inhibits platelet aggregation and may
improve the migraine control induced or worsened after device
closure of a PFO. In this case report the discontinuation of
clopidogrel after 1 year of PFO closure induced de novo
migraine with aura. It corroborates with literature findings that
the use of clopidogrel can show a pro migraine effect and may
indicate its use as a new model of migraine with aura induction.
Conclusion: This prompted us to consider testing clopidogrel
as a novel prophylactic migraine therapy for patients with right
to left shunt. It also showed the importance of being careful
with the withdrawal of clopidogrel since it may trigger migraine
and migraine with aura in patients with no previous history
reinforcing the influence of clopidogrel on pro-inflammatory
markers and platelet biomarkers.
Palavras-chaves: Aura; Clopidogrel; Migraine; Proinflammatory
activity
PC-19
DISSECÇÃO DE ARTÉRIA VERTEBRAL MIMETIZANDO
MIGRÂNEA COM AURA: RELATO DE CASO
Paulo Sergio Faro Santos
1
, Vanessa Rizelio
1
,
Pedro André Kowacs
1
1
INC - Instituto de Neurologia de Curitiba
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 113
Resumo: Relato de caso: T.G.T, sexo feminino, 32 anos,
com história pregressa de cefaleia tipo tensional pouco fre-
quente e provável migrânea sem aura, cerca de 30 minutos
após sessão de musculação apresentou quadro insidioso de
borramento visual, visão em túnel e espectros de fortifica-
ção, com duração aproximadamente de 20 minutos, segui-
dos por cefaleia holocraniana, pulsátil, de intensidade
progressive até ser forte, associada a foto, fono e osmofobia,
náuseas e vômitos, com duração de um dia mesmo após
uso de analgésico. Como foi seu primeiro evento sugestivo
de aura e seus sintomas iniciaram após esforço físico, foi
submetida à investigação com RNM do encéfalo e angio-
tomografia arterial intracraniana e cervical, os quais revela-
ram dissecção de artéria vertebral esquerda, mas sem re-
percussão parenquimatosa encefálica. Foi realizado o tra-
tamento com varfarina por 6 meses, sem intercorrências.
Após 2 semanas do evento inicial, apresentou quadro visual
semelhante na visão do olho esquerdo, insidioso, com dura-
ção de 5 minutos, porém sem ser seguido por cefaleia. Em
um ano de seguimento, a paciente não apresentou qualquer
novo evento sugestivo de migrânea sem aura, com aura ou
aura migranosa sem cefaleia. Objetivo: Descrever a rela-
ção de quadro típico de migrânea com aura desencadeado
por dissecção de artéria vertebral. Discussão: O diagnós-
tico da migrânea com aura, de acordo com a ICHD-3, fica
evidente após uma cuidadosa história e exame clínico, po-
rém a classificação também reconhece que existem alguns
mimetizadores do quadro, dentre eles a dissecção arterial
cervical. Como a aura é um complexo de sintomas neuroló-
gicos (visual, sensitivo, linguagem, tronco cerebral, motor),
em sua primeira manifestação sempre deverá ser
investigada. Um estudo populacional recente apontou que
há uma forte relação entre a migrânea sem aura e a ocor-
rência de dissecção arterial cervical. Poucos casos têm sido
relatados na literatura relacionando migrânea com aura (ain-
da que com manifestação atípica da aura) e dissecção de
artéria cervical como sua causa. Sabe-se que a aura é
provocada pelo fenômeno neurofisiológico conhecido como
depressão alastrante cortical. Sugere-se que a dissecção ar-
terial vertebral provocou alteração no fluxo sanguíneo da
circulação cerebral posterior e, por conseguinte, desenca-
deou esse fenômeno. Conclusão: Dissecção de artéria ver-
tebral deve ser investigada no primeiro episódio de migrânea
com aura, ainda que seja com manifestação típica.
Palavras-chaves: Aura; Dissecção arterial; Migrânea
PC-20
HEMICRANIA PAROXÍSTICA ASSOCIADA À DISSECÇÃO
CAROTÍDEA
Felipe Araújo Andrade de Oliveira
1
,
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: Hemicrânia paroxística é caracterizada por dor
unilateral, orbital, supratemporal e ou temporal, de forte in-
tensidade, que tem duração de 2 a 30 minutos, e é associada
a sintomas autonômicos do mesmo lado da dor. Esta cefaleia
tem uma resposta dramática à indometacina. A sua preva-
lência estimada se situa em 1 caso a cada 5.000 pessoas. As
cefaleias trigeminais autonômicas majoritariamente não es-
tão associadas a outras doenças. Entretanto, existem numero-
sos relatos de casos na literatura de associação entre lesão
estrutural e esse grupo de cefaleias, porém nos quais nem sem-
pre é possível estabelecer uma relação causal. Não há des-
crições de dissecção carotídea e hemicrânia paroxística.
Objetivo: Relatar um caso de hemicrânia contínua associa-
da à dissecção arterial. Método: Relato de caso. Homem
de 63 anos, sem história prévia de cefaleia, teve de dor em
região frontal direita, pulsátil, de forte intensidade, com dura-
ção de 10 a 30 minutos, frequência de 02 a 03 ataques por
dia e com início há dois dias antes do internamento. A dor era
associada a lacrimejamento, semiptose e obstrução nasal
ipsilaterais a dor. Não tinha fotofobia, fonofobia, náuseas ou
vômitos associados à dor. O exame neurológico era normal.
Resultado: A ressonância nuclear magnética de encéfalo foi
normal. A angiografia por ressonância detectou uma dissec-
ção do segmento C1/C2 de artéria carótida interna esquer-
da. Foi iniciado aspirina (100 mg, via oral, uma vez ao dia) e
indometacina (50 mg, via oral, a cada 08 horas). O paciente
ficou assintomático aproximadamente 24 horas após o início
da indometacina. A indometacina foi suspensa após duas se-
manas de uso da mesma. Permanece sem dor há um ano.
Conclusão: Em pacientes com hemicrânia paroxística, mes-
mo naqueles com resposta à indometacina, se deve conside-
rar a possibilidade de associação com dissecção arterial.
Palavras-chaves: Cefaleias secundárias; Hemicrânia
paroxística; Dissecção carotídea
PC-21
VALOR PROGNÓSTICO DA CEFALEIA ATRIBUÍDA AO ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO
Felipe Araújo Andrade de Oliveira
1,2
,
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
RHP - Real Hospital Português de Beneficência de
Pernambuco
Introdução: A cefaleia atribuída ao Acidente Vascular Cere-
bral isquêmico (AVCi) possui prevalência que se situa entre
7,4 e 34% dos casos de AVCi. O seu valor prognóstico é con-
troverso, com estudos mostrando resultados conflitantes.
Objetivo: Avaliar a cefaleia como marcador prognóstico
para a evolução do AVCi. Método: Realizamos um estudo
observacional tipo coorte prospectiva. Foram incluídos paci-
entes acima de 18 anos de idade, consecutivamente atendi-
dos com o diagnóstico de AVCi agudo no Real Hospital Por-
tuguês e com até 72 horas do início do ictus. Realizamos ava-
liação entre os grupos com e sem cefaleia através de questio-
nário semiestruturado com dados sócio-demográfico, clíni-
cos e escala padronizada: escala modificada de Rankin (mRS)
em 03 meses. Resultados: Foram incluídos 111 pacientes
na admissão. A maioria foi do sexo masculino (58,9%) e cuja
média de idade foi 67,13 anos. A etiologia do AVCi foi distri-
buída com a seguinte proporção: aterosclerose de grandes
artérias (6,3%), doença de pequenos vasos (25,9%), cardio-
embolismo (29,5%), outras causas definidas (10,7%) e causa
indeterminada (27,7%). Observamos que a cefaleia atribuída
ao AVCi apresentou frequência de 22 (19,8%) na amostra to-
tal. Destes pacientes, 97 (87,4%) completaram o seguimento
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
114 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
após 03 meses. Observamos que dos pacientes com cefaleia,
13 (59,1%) tiveram um bom prognóstico (mRS 0 a 2), nos sem
cefaleia, 61 (68,5%) tiveram bom prognóstico (qui-quadra-
do de Pearson; p=0,985). Conclusão: Não houve diferença
significativa no prognóstico dos pacientes com e sem cefaleia
atribuída ao AVCi.
Palavras-chaves: Acidente vascular cerebral isquêmico;
Cefaleias secundárias; Prognóstico
PC-22
PREVALÊNCIA DOS DIAGNÓSTICOS DE CEFALEIA EM UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Adriana Mastoub Perez
UFF - Universidade Federal Fluminense
Introdução: As cefaleias constituem uma queixa frequente
na humanidade e uma causa comum de atendimento médi-
co. O Hospital Universitário Antônio Pedro, UFF, dispõe de
ambulatório especializado em cefaleias. Objetivo: 1) Ava-
liar a prevalência dos diversos tipos de cefaleia conforme a
classificação da IHS (ICHD3), no ambulatório de cefaleia do
HUAP/UFF. 2) Avaliar a prevalência da comorbidade psiqui-
átrica nesse grupo de pacientes. 3) Comparar com os dados
da literatura. Metodologia: Revisão de prontuários no perí-
odo de Janeiro de 2017 a Março de 2018. Resultados: Fo-
ram identificados 245 prontuários. Os diagnósticos encontra-
dos foram distribuídos da seguinte maneira: Cefaleias Pri-
márias: Migrânea em geral: 165 (47 %); Migrânea sem aura:
76 (21%); Migrânea com aura: 48 (15%); Cefaleia do tipo
tensional: 38 (11%); Migrânea crônica: 11 (3,1%); Migrânea
menstrual: 05 (1,4%); Cefaleia em salvas: 01 (0,3%); Sem
especificações: 10 (2,8%). Comorbidades psiquiátricas: 70
(20%); Ansiedade: 36 (51%); Depressão: 20 (29%); Fibro-
mialgia: 06 (8,6%); Transtorno de Personalidade: 03 (4,3%);
Transtorno do Humor: 03 (4,3%); Psicose: 01 (1,4%); Transtor-
no bipolar: 01(1,4%). Cefaleias Secudárias: Cefaleia Cervi-
cogênica: 05 (2,04%); Cefaleia Occiptal: 1(0,41%); Cefaleia
por uso excessivo de medicação: 29 (12%); Cefaleia pós-trau-
mática: 04 (1,63%); Cefaleia secundária a processo infeccio-
so: 01 (0,41%); Cefaleias pós TCE: 01(0,41%); Cefaleia pós-
AVE: 01 (0,41%); Neuralgias e Dores Orofaciais: 16 (6,5
%); Neuralgia do trigêmeo: 09 (3,7%); DTM: 02 (0,82%); Dor
facial atípica: 05 (2,04%). Problemas de Preenchimento
no Prontuário: 27 ( 11%). Conclusões: Maior prevalência
encontra-se nas cefaleias primárias, dentre as quais a mi-
grânea sem aura com 76 pacientes. Na relação das cefaleias
com as comorbidades psiquiátricas, existe maior prevalência
destas com a migrânea sem aura e cefaleia tipo tensional,
principalmente com depressão e ansiedade.
Palavras-chaves: Migrânea; Migrânea crônica; Cefaleias
primárias; Comorbidades psiquiátricas
PC-23
A TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL NO
TRATAMENTO DE MIGRÂNEA CRÔNICA POR USO EXCESSIVO
DE MEDICAMENTO
Andrea Ferreira Nunes
UFF - Universidade Federal Fluminense
Introdução: A cefaleia corresponde às dores localizadas na
região do crânio. Está entre as queixas mais comuns da hu-
manidade e entre as causas mais frequentes de atendimento
médico, no mundo e no Brasil. A terapia cognitivo-compor-
tamental (TCC) tem sido sugerida pela sua possível colabora-
ção no processo de redução do uso excessivo de medicações
sintomáticas. Objetivos: 1) Avaliar a eficácia de um proto-
colo de TCC como parte integrada no tratamento da migrâ-
nea crônica, em uma amostra de pacientes do Ambulatório
de Cefaleia do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP).
2) Avaliar a eficácia da TCC na redução do uso de medica-
ção sintomática nesses pacientes. 3) Avaliar a redução da
frequência e intensidade das crises de cefaleia nesses pacien-
tes. Metodologia: Foi feito um levantamento de literatura
relevante sobre o tema no período de 2006 a 2016. A pes-
quisa ocorreu no período de setembro de 2016 a dezembro
de 2016, com 15 pacientes com diagnóstico de cefaleia crô-
nica e que possuam atendimento regular no ambulatório de
Neurologia do HUAP. Foi usada a TCC que é considerada uma
das indicações terapêuticas no tratamento de Migrânea Crô-
nica, reconhecida e comprovada cientificamente, com pro-
posta de protocolo de duração de 12 a 15 sessões. Resulta-
dos: No término do protocolo de TCC os pacientes demons-
traram mais saúde emocional através da reestruturação dos
pensamentos e mudanças no seu estilo de vida que os leva-
ram a prosseguir nos seus tratamentos, a redução da frequência
e intensidade das crises, o controle das doenças psiquiátricas
e a prevenção das recaídas do quadro. Conclusões: As fer-
ramentas da TCC foram consideradas eficazes tanto na
reestruturação dos pensamentos disfuncionais e comportamen-
tos quanto na regulação emocional, através de um trabalho
colaborativo entre o terapeuta e o paciente com cefaleia por
uso excessivo de medicação, o que proporcionou sua adesão
total aos tratamentos farmacológico e não farmacológico.
Palavras-chaves: Cefaleias; Migrânea; Abuso de medica-
ção; Reestruturação cognitiva; Epigenética
PC-24
MÁ FORMAÇÃO DE CHIARI TIPO I E ANÁLISE DE IMAGENS
ATRAVÉS DE SOFTWARE LIVRE
Marcos Antonio Inacio de Oliveira Filho
UPE - Universidade de Pernambuco
Introdução: A má-formação de Arnold Chiari tipo I vem sendo
estudada há tempos, na busca pela elucidação da origem da
doença e de como prevenir e melhor tartar. Recentemente tem-
se utilizado a análise de imagens para qualificar o diagnósti-
co. Material e Métodos: Neste trabalho foram analisados
artigos que continham no título ou no resumo as palavras "ima-
gem", "Chiari", "Volume". Essa análise permitiu identificar quais
os softwares utilizados (quando mencionados), bem como
quais são de livre utilização. Resultados: Em discordância
com que era esperado, os trabalhos avaliados, em sua maio-
ria, não informam quais os softwares utilizados para análise
das imagens, bem como quais são de domínio público. Este
dado é importante pois torna possível a utilização destes
softwares em novos estudos. Conclusões: A não apresenta-
ção de maneira clara dos softwares utilizados representa uma
barreira a mais na difusão de metodologias de estudo e des-
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 115
cobertas para a sociedade, dificultando também a identifica-
ção de novas informações que possam auxiliar no diagnósti-
co e tratamento desta doença.
Palavras-chaves: Chiari Tipo I; Volumetria; Morfologia; Res-
sonância magnética
PC-25
NEOPLASIA CERVICAL MANIFESTANDO-SE COMO NEURALGIA
DO GLOSSOFARÍNGEO: RELATO DE CASO
Yves Zhivago de Araújo Bessa
1
, Marco Antonnio Rocha dos
Santos
1
, Verena Subtil Viuniski
1
, Renata Gomes Londero
1
1
HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Introdução: Neuralgia do glossofaríngeo é condição de bai-
xa prevalência (0,8/100.000), tipicamente de diagnóstico re-
tardado, com avaliações prévias por otorrinolaringologista,
odontólogo. Pode ser primária ou secundária, sendo indicada
investigação com exame de imagem do sistema nervoso de
rotina. Relato: OM, 66 anos, masculino. Encaminhado ao
ambulatório de neurologia do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre para tratamento cirúrgico de neuralgia do glosso-
faríngeo refratária. Iniciou com quadro dor na região de tonsila
palatina à direita, irradiada para ouvido direito cerca de 1
ano e meio antes da consulta. Quadro álgico progressivo,
como agulhada ou choque, desencadeado pela deglutição.
Limitação para ingesta via oral, com perda ponderal - cerca
de 20Kg. RM de crânio com sinais de microangiopatia cere-
bral. Utilizou oxcarbazepina e pregabalina em doses subóti-
mas. Primeira consulta: realizado ajuste de doses oxacarba-
zepina para 600mg TID e pregabalina para 150mg BID, soli-
citada angiorressonância de crânio e pescoço. Após 2 meses:
sem resposta à terapia proposta, necessidade de analgesia
com opióides diariamente. Não havia realizado ressonância.
Internou para ajuste medicamentoso e complementação da
investigação. Alívio sintomático apenas com uso de opióides
intravenosos e uso de lidocaína spray. Submetido a ressonân-
cia e avaliação pela otorrinolaringologia: lesão na hipofaringe
à direita, com acometimento linfonodal em cadeias cervicais
dos grupos II e III. Anatomopatológico: carcinoma epidermoi-
de moderadamente diferenciado. Estadiamento clínico
T3N2M0, grau IV. Lesão irressecável. Durante o processo de
estadiamento, tomografia de tórax evidenciou lesão cavitada,
sugestiva de abscesso pulmonar. Recebeu alta após 24 dias
de internação em vigência de antibioticoterapia com melho-
ra do padrão respiratório e ajuste da analgesia via oral com
opióides e analgésicos simples. Plano de seguir acompanha-
mento com oncologia para iniciar quimioterapia e radiotera-
pia. Ainda sem iniciar o tratamento oncológico, 12 dias após
a alta, iniciou com sonolência, piora do quadro respiratório.
Reinternou, com necessidade de terapia intensiva para supor-
te respiratório e hemodinâmico. Evoluiu para óbito após 2
dias de internação por choque séptico de foco respiratório.
Conclusão: O caso relatado reforça a necessidade de in-
vestigação complementar de quadro compatível com neural-
gia do glossofaríngeo, a fim de realizar diagnóstico diferen-
cial com neuralgia sintomática.
Palavras-chaves: Glossofaringeo; Neuralgia; Neoplasia;
Faringe
PC-26
CEFALEIAS PRIMÁRIAS, DESEMPENHO ACADÊMICO E IMPACTO
NA VIDA PESSOAL, SOCIAL E ESTUDANTIL DE
ESTUDANTES DE MEDICINA
João José Freitas de Carvalho
1,2
, Rafaela Soares Barros de
Menezes
1
, Caio Araújo de Lima
1
, Gabriel Maia Mendes
Sales
1
, Lívia Leal Chagas Parente
1
, Lucas de Vasconcellos
Fonteles Teixeira
1
, Bruno Silva Dias
1
1
Unichristus - Centro Universitário Christus
2
HGF - Hospital Geral de Fortaleza
Introdução: Segundo a OMS, a cefaleia é o segundo agra-
vo de saúde mais comum na humanidade. As dores de ca-
beça recorrentes determinam importante impacto na vida
pessoal, familiar, profissional, social e estudantil de seus so-
fredores. Isso parece ser mais evidente entre estudantes de
medicina. Diversos estudos apontam uma maior prevalência
de cefaleias primárias entre estudantes de medicina quando
comparados à população geral com importante impacto ne-
gativo em suas atividades discentes. Objetivo: Este traba-
lho visa conhecer a prevalência de cefaleias primárias em
estudantes do Curso de Medicina da Unichristus,
correlacionar a presença de cefaleia com horas de estudo,
horas de sono, índice de rendimento acadêmico (IRA), parti-
cipação em atividades extracurriculares e avaliar a interfe-
rência na vida pessoal, estudantil e social. Método: Todos
os estudantes do primeiro ao oitavo semestre foram convi-
dados a responder um questionário estruturado. Além dos
dados demográficos preencheram informações sobre as ca-
racterísticas das cefaleias (conforme ICHD3), horas de estu-
do e de sono, IRA, participação em atividades
extracurriculares além de avaliar a interferência na vida pes-
soal, estudantil e social. Resultados: Foram analisados os
formulários preenchidos por 353 (70,6%) alunos (idade mé-
dia 22,1 ± 3,3 anos, 64% mulheres, 96% solteiros, 75% resi-
dindo com os pais e 86% procedentes de Fortaleza) de todos
os semestres. Do total, 322 (90%) apresentam pelo menos
uma dor de cabeça por mês. Destes, 101 (31%) as crises pre-
enchem critérios para enxaqueca; 126 (39%) para provável
enxaqueca; 77 (24%) para cefaleia do tipo tensão; e 18 (6%)
para provável cefaleia do tipo tensão. Não verificamos as-
sociação entre cefaleia com horas de estudo (P = 0,7509)
ou de sono (P = 0,5415), IRA (P = 0.1827) ou participação
em atividades extracurriculares (P = 0.3530), porém, as do-
res de cabeça recorrentes, especialmente a enxaqueca, pro-
move interferência negativa significativa na vida pessoal (P
= 0.0041), estudantil (P = 0.0008) e social (P = 0.0034).
Conclusão: Nosso trabalho confirma a alta prevalência de
cefaleias primárias em estudantes de medicina, porém ao
contrário dos outros estudos não revela correlação das mes-
mas com horas de estudo e de sono, participação em ativi-
dades extracurriculares ou mesmo o índice de rendimento
acadêmico. É, no entanto, significativa a interferência nega-
tiva das cefaleias na vida pessoal, estudantil e social perce-
bida pelos alunos sofredores.
Palavras-chaves: Cefaleia primária; Enxaqueca; Cefaleia
do tipo tensão; Desempenho; Impacto
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
116 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
PC-27
ID-MIGRAINE É UMA FERRAMENTA SENSÍVEL PARA O
RASTREAMENTO DE ENXAQUECA EM PACIENTES COM
ESCLEROSE MÚLTIPLA
Marcos Vinicios Queiroz
1
, Luiz G. Medeiros Jr
2
,
Audred Cristina Biondo Eboni
2
, Marcus Vinicius Magno
Gonçalves
2
, Nise Alessandra C. Sousa
3
,
Andrea Anacleto
1
, Yara Dadalti Fragoso
1
1
UNIMES - Universidade Metropolitana de Santos
2
UNIVILLE - Universidade da Região de Joinville
3
HGV - Hospital Universitário Getulio Vargas de Manaus
Introdução: Pacientes com esclerose múltipla (EM) tem mai-
or prevalência de cefaleias, particularmente enxaqueca. A
predominância de citocinas inflamatórias e eventos adver-
sos de medicamentos são hipóteses importantes entre as
causas potenciais para o aumento da prevalência de dor de
cabeça na EM. ID-Migraine é um questionário de três itens
simples, usado para triagem de casos de enxaqueca na aten-
ção primária e raramente tem sido usado em clínicas de EM.
O ID-Migraine foi validado no Brasil. Os objetivos do pre-
sente estudo foram: (1) investigar se ID-Migraine é uma fer-
ramenta sensível para a identificação de casos de enxaque-
ca entre os pacientes com esclerose múltipla e (2) identificar
drogas utilizadas no tratamento da EM que possam estar
relacionadas ao aparecimento ou piora da cefaleia. Méto-
do: Este foi um estudo transversal realizado em três centros
de EM. Os pacientes foram convidados a responder a um
questionário on-line com questões misturadas, incluindo da-
dos demográficos e clínicos, ID-Migraine, critérios para en-
xaqueca episódica e crônica, e detalhes da terapia de EM.
Resultados: Sessenta e dois pacientes participaram deste
estudo (16 homens e 46 mulheres), com idade média de 35
anos e pelo menos um ano de diagnóstico de EM. A enxa-
queca foi identificada em 51,5% deles (aura ocasional ou
frequente em 69% desses pacientes e enxaqueca crônica em
18% dos casos). Foram identificados 10 homens como
enxaquecosos de acordo com o ID-Migraine, e oito deles
preencheram os critérios da International Headache Society
(IHS) para essa condição. Vinte mulheres tiveram uma res-
posta positiva à ferramenta ID-Migraine, todas elas com cri-
térios de IHS para enxaqueca. Trinta e um pacientes tinham
enxaqueca antes do tratamento da EM, e 20 deles relataram
piora dos sintomas após serem diagnosticados e tratados
para EM. A medicação mais frequentemente associada ao
agravamento de enxaqueca prévia à terapia foi o interferon
beta 1-a, tanto na forma subcutânea quanto intramuscular
(27,4% dos casos). Conclusão: A prevalência muito alta de
enxaqueca nessa população pode ter sido influenciada pela
ferramenta on-line usada para triagem e apenas represen-
tar um viés. O ID-Migraine foi uma ferramenta sensível para
a identificação de enxaqueca em pacientes com EM, suge-
rindo que possa ser usado como rastreio em clínicas
especializadas em doenças desmielinizantes. Como descri-
to anteriormente por vários grupos, o interferon beta pode
agravar os sintomas da enxaqueca.
Palavras-chaves: Enxaqueca; Esclerose múltipla; ID-
migraine
PC-28
REVISÃO SISTEMÁTICA DA EFICÁCIA DE INIBIDORES DA
VITAMINA K E DA TROMBINA COMO PROFILÁTICOS DO
TRATAMENTO DA ENXAQUECA
Eduardo de Almeida Guimarães Nogueira
1
, Angela dos
Anjos Couto
1
, Beatriz Moraes Grossi
1
, Gabriela Dias Nunes
1
,
Taliê Zanchetta Buani Hanada
1
, Yara Dadalti Fragoso
1
1
UNIMES - Universidade Metropolitana de Santos
Introdução: Vários tratamentos para enxaqueca foram des-
cobertos de forma serendiptosa, como betabloqueadores,
anticonvulsivantes, antidepressivos e também os anticoa-
gulantes. Embora muitos relatos sejam anedóticos, existem
diversos artigos publicados sobre o potencial efeito benéfico
de coumarínicos e drogas anti-trombina na profilaxia da en-
xaqueca. A proposta desta revisão foi ordenar estes relatos
de forma sistemática. Métodos: Os autores procuraram de
forma individual os termos "heparin" OR "warfarin" OR
"coumarol" OR "digabatrin" AND "migraine" nas seguintes ba-
ses de dados: Medline, Pubmed, LILACS, SciElo e Google
Scholar. Uma pesquisa inicial usando "migraine" OR
"headache" gerou dezenas de milhares de artigos e foi excluí-
da. Não houve limite de data e a língua inglesa deveria ter
sido usada pelo menos no título e no resumo do trabalho para
que ele fosse incluído na revisão. Referências dos artigos sele-
cionados foram também incluídas no processo de revisão do
tema. Resultados: A pesquisa inicial gerou 163 artigos. Após
cuidados seleção pelo resumo dos trabalhos, foram selecio-
nados 16 artigos para revisão completa. Havia 10 relatos de
casos (Brasil, Itália, EUA, Reino Unido, Holanda, África do Sul,
Taiwan e Canadá), duas coortes retrospectivas (da Holanda e
da Espanha), uma coorte prospectiva, dois estudos de caso-
controle e uma revisão não sistemática. Em todos os traba-
lhos os inibidores de vitamina K e de trombina mostraram
eficácia como profiláticos de enxaqueca mesmo em doses re-
lativamente baixas. Conclusão: Não havia revisão sistemá-
tica da literatura sobre a potencial eficácia de inibidores de
vitamina K e de trombina na profilaxia da enxaqueca.
Warfarina, coumarina e digabatrina se mostraram eficientes
na redução do número e da intensidade das crises de enxa-
queca, e 2,5 parece ser um valor seguro e eficaz do
International Normalized Ratio (INR) destes pacientes.
Palavras-chaves: Enxaqueca; Warfarina; Coumarina;
Trombina
PC-29
APLICAÇÃO DO PED-MIDAS EM 180 CRIANÇAS SAUDÁVEIS E
RESULTADOS PRELIMINARES DA ASSOCIAÇÃO DE CEFALEIA E
DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Audred Cristina Biondo Eboni
2
, Giovana Costa Pellissari
2
,
Maria Luisa H. Volpi
2
, Fernanda S. de Moraes Machado
2
,
Marcus Vinicius Magno Gonçalves
2
, Eduardo de Almeida
Guimarães Nogueira
1
, Yara Dadalti Fragoso
1
1
Unimes - Universidade Metropolitana de Santos
2
Univille - Universidade da Região de Joinville
Introdução: Cefaleia em crianças e adolescentes traz uma
conotação diferente daquela do adulto. Ferramentas utili-
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 117
zadas com sucesso na população adulta não se aplicam
igualmente à população jovem, cujo rendimento escolar é a
melhor medida global de bom desenvolvimento cognitivo.
O objetivo deste trabalho foi iniciar a aplicação sistemática
de Ped-MIDAS por duas faculdades de medicina. Todas as
crianças e adolescentes participantes responderão outros
questionários e testes, porém os autores têm resultados pre-
liminares para desatenção e hiperatividade desta popula-
ção. Métodos: Crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de
idade foram convidados a responder testes (parte digital e
parte em papel). "Pediatric Migraine Disability Assessment "
(Ped-MIDAS) e "Short Neuropsychological Assess Procedure"
(SNAP) são ferramentas validadas no Brasil. Quando a cri-
ança respondia que tinha dor de cabeça, as características
desta cefaleia eram confirmadas como sendo enxaqueca.
Resultados: Foram avaliadas 180 crianças, mediana de
idade de 10 anos, sendo 116 meninos e 64 meninas. Todas
responderam ao Ped-MIDAS. Esta ferramenta não identifi-
cou limitação por cefaleia em 164 crianças (90.6%). Foram
observados 20 casos de enxaqueca determinante de leve in-
capacidade e 2 casos determinantes de incapacidade mo-
derada. Em 95 crianças que responderam ao SNAP também,
foram identificados quatro casos de desatenção e
hiperatividade: um caso associado a grau leve de incapaci-
dade pela enxaqueca (menino de 9 anos) e três casos de
incapacidade moderada pelo escore Ped-MIDAS (duas me-
ninas de 14 anos e um menino de 11 anos). Não houve caso
de desatenção e/ou hiperatividade em crianças que não
apresentavam cefaleia nesta população estudada. Conclu-
são: Os dados preliminares deste estudo reforçam a exis-
tência de uma complexa associação de enxaqueca, déficit
de atenção e hiperatividade em crianças e adolescentes. O
desempenho escolar e a vida profissional da criança ou ado-
lescente não diagnosticado e tratado de enxaqueca/
desatenção/hiperatividade de forma adequada ficarão cer-
tamente prejudicados.
Palavras-chaves: Enxaqueca; Infância; Incapacidade;
Hiperatividade; Desatenção
PC-30
RELATO DE CASO DE PACIENTE COM CEFALEIA EM SALVAS
ASSOCIADA A SÍNDROME DO PSEUDOTUMOR CEREBRAL
Marcio Nattan Portes Souza
1
, Gabriel Tarikani Kubota
1
,
Frederico Castelo Moura
1
, Ida Fortini
1
1
HC FMUSP - Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
Introdução: a Cefaleia em salvas é considerada uma cefaleia
primária do grupo das trigêmino-autonômicas. Contudo, ca-
sos secundários a diversas etiologias já foram relatados. O
Pseudotumor cerebral é uma cefaleia secundária caracteriza-
da pela presença de hipertensão intracraniana, na ausência
de lesão expansiva ou causa estrutural. A manifestação clíni-
ca mais comum é de cefaleia associada a alterações visuais
(como constricção do campo visual) e papiledema bilateral,
ainda que casos de apresentação unilateral tenham sido des-
critos. Objetivo: relatar caso de paciente com Cefaleia em
Salvas associada a Síndrome de Pseudotumor Cerebral.
Metodologia: relato de caso e revisão de literatura. Resul-
tados: paciente sem história pregressa de cefaleia, apresen-
tou quadro de cefaleia periorbitária direita de forte intensida-
de, associada a lacrimejamento, ptose, miose, com duração
aproximada de 1 hora e recorrência de 1 a 2 vezes ao dia.
Investigação após 20 dias do início do quadro evidenciou
pressão de abertura do líquor de 43 cm H2O, sem alterações
quimiocitológicas; Ressonância de Crânio com sinais indire-
tos de hipertensão intracraniana, e estudo de venoso sem si-
nais de tombose venosa cerebral. O paciente apresentou
melhora transitória dos sintomas de Salvas após a coleta do
líquor. Foi inciado tratamento com Verapamil e Acetazolamida
e o doente evoluiu com melhora quase completa do quadro.
Conclusão: embora a cefaleia em Salvas seja na maioria
das vezes de etiologia primária, é bem conhecido que o qua-
dro clínico pode ser secundário a diversas patologias. Entre-
tanto, a concomitância de hipertensão intracraniana e cefaleia
em salvas é muito rara, havendo previamente apenas dois
casos relatados na literatura. Este caso destaca a importân-
cia da investigação de causas secundárias na avaliação de
pacientes com quadro de cefaleias trigêmino-autonômicas.
Palavras-chaves: Cluster; Hipertensão Intracraniana Benig-
na; Papiledema; Pseudotumor; Salvas
PC-31
CEFALEIA E RINITE: ANÁLISE DA TENDÊNCIA DE 14 ANOS EM
UMA FERRAMENTA DE BUSCA DIGITAL
Mario F P Peres
1
, Guilherme Barbosa
2
,
Diego Belandrino Swerts
1
1
FICSAE - Faculdade Israelita de Ciências da Saúde
Albert Einstein/Medicina
2
BUMS - Brown University Medical School
3
HIAE - Hospital Albert Einstein
Introdução: Dados obtidos em ferramentas de busca como
o Google trends tem sido utilizados recentemente em pesqui-
sas na area da saúde. Mais de 70 artigos científicos já foram
publicados, permitindo correlações e novos caminhos para
melhor entendimento de algumas doenças. Cefaleias e rinites
são relacionadas em vários aspectos, ambas podem apre-
sentar uma variação sazonal, porém este dado nunca foi es-
tudado. Metodologia: Os termos "dor de cabeça" e "rinite"
foram digitados na plataforma Google trends, selecionando
a região do Brasil, desde Janeiro de 2004 até Novembro de
2017. Os dados foram extraídos em um arquivo csv e conver-
tidos em excel para análise de correlação. O teste de correla-
ção de Pearson foi realizado, com software SPSS, considera-
do p<0,05 como significante. Resultados: Observamos uma
correlação entre os dados de volume de pesquisa das pala-
vras dor de cabeça e rinite, com uma significante variação
sazonal de ambas, consistentemente nos meses de maio e ju-
nho. Observou-se também um aumento nas buscas de dor de
cabeça, maior que o aumento observado com o termo rinite.
Discussão: Nossos dados mostram que as plataformas de
dados digitais obtidos através de pesquisas feitas por usuári-
os, como o caso do Google trends, pode ser uma ferramenta
útil para pesquisa epidemiológica também na área das
cefaleias. Apesar das limitações metodológicas como ausên-
cia da caracterização de indivíduos que preencheram as pes-
quisas, os dados serem relativos e não absolutos, e a finali-
dade da busca nem sempre refletir a necessidade de trata-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
118 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
mento e portanto com uma margem de erro variável na esti-
mativa real de ocorrência na população. Conclusão: A pro-
cura pelos termos dor de cabeça e rinte se correlacionaram
ao longo dos 14 anos analisados, como pico circanual em
maio e junho. Ambas palavras usadas aumentaram relativa-
mente ao longo dos anos, sendo que o aumento foi mais ex-
pressivo no termo dor de cabeça. Google trends é uma ferra-
menta útil para pesquisa epidemiológica na área das
cefaleias e deve ser explorada em estudos futuros.
Palavras-chaves: Dor de cabeça; Rinite; Epidemiologia
PC-32
PROPOSTA DE ALGORITMO DE TRATAMENTO PREVENTIVO
COM ANTICORPOS MONOCLONAIS ANTI-CGRP
Reinilza Nunes Gama
1
, Mario F P Peres
1
1
HIAE - Hospital Israelita Albert Einstein
Introdução: O Peptídeo Relacionado ao Gene da Calcitonina
(CGRP) vem sendo relacionado com a fisiopatologia das
cefaleias primárias como a enxaqueca e a cefaleia em sal-
vas. Antagonistas do CGRP foram eficazes para o tratamento
agudo da enxaqueca em estudos de fase III, porém mostra-
ram má tolerabilidade com aparecimento de hepatotoxici-
dade. Alternativamente, foram desenvolvidas quatro novas
drogas, porém com diferente estratégia de atuação contra os
peptídeos de CGRP: os anticorpos monoclonais. Erenumab,
Fremanezumab, Galcanezumab e Eptinezumab. Com exce-
ção deste último, os estudos de fase III foram idealizados res-
peitando um mesmo padrão de periodicidade, uso subcutâ-
neo mensal. Os estudos, no entanto, ainda não incorporaram
a necessidade de manejo na "vida real", considerando as ques-
tões operacionais, de acesso e praticidade. Metodologia:
Ao avaliar os estudos de fase III das novas medicações e con-
siderando a nossa realidade, propusemos aqui um protocolo
de tratamento com algoritmo decisório para uso destas no-
vas medicações, com exceção ao eptinezumab pela sua ma-
neira diferente de aplicação. Resultados: Avaliamos que a
melhor dose para início do tratamento com erenumab é a de
70 mg, Galcanezumab 120 mg, e pelo tipo de protocolo,
fremanezumab 675 mg. Três tipos de respostas catalogamos
como possíveis: #1 melhora substancial (>75%), #2 melho-
ra parcial (>25% <75%), #3 ausência de resposta (<25%).
Caso o paciente melhore (#1) optamos por observar o tem-
po de efeito até a segunda aplicação, apesar de nenhum es-
tudo ter avaliado protocolo de aplicações mensais depen-
dentes da resposta clínica, consideramos que esta decisão
clínica norteará as aplicações futuras, além de responder à
pergunta de quando parar a aplicação mensal. Caso o paci-
ente apresente resposta parcial (#2), tentaremos mais uma
vez, na mesma dosagem, e em se mantendo a resposta, ten-
taremos o dobro da dose em uma 3a tentativa. Caso o paci-
ente não responda (#3), a segunda tentativa já seria de uma
dose dobrada, 140 mg de erenumab, 240 mg de galcane-
umab. Se após a segunda tentativa o paciente obtiver respos-
ta substancial ou parcial, segue com a regra inicial de cada
um destes grupos. Discussão/Conclusão: Esta é uma pro-
posta de algoritmo decisório preliminar, ainda dependente
dos aspectos regulatórios, de disponibilidade e acesso das
novas drogas, podendo ser modificada no futuro. Este pro-
tocolo deve facilitar o entendimento de médicos e pacientes
sobre o manejo destas novas drogas no tratamento da en-
xaqueca.
Palavras-chaves: CGRP; Prevenção; Enxaqueca
PC-33
LATE ONSET PERSISTENT POST-CRANIOTOMY HEADACHE
PRESENTING AS TRIGEMINAL AUTONOMIC CEPHALALGIA:
A CASE REPORT
Eduardo Barbosa de Albuquerque Maranhão
1
,
Thiago Frederico de Andrade Van Agt
1
, Andreia Braga Mota
1
,
Igor de Oliveira
1
, Joaquim José de Souza Costa Neto
1
,
Marcos Eugênio Ramalho Bezerra
1
,
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
1
1
HC - UFPE - Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Pernambuco
Introduction: The International Classification of Headache
Disorders states that the post-craniotomy headache must start
within 7 days of the craniotomy, the regaining of consciousness
or the discontinuation of analgesics. The proposed pain
pathophysiology involves adherences of the pericranial
muscles to the dura mater, central sensitization, peripheral
nerve damage and formation of neurinomas at surgical scar.
Prior studies have demonstrated a higher risk of post-
craniotomy headaches among patients undergoing
neurosurgery to treat intracranial aneurysms. Methods:
Case report Results: A 57-year-old male, presented 21
years ago with subarachnoid hemorrhage due to a right
middle cerebral artery ruptured aneurysm, requiring pterional
craniotomy and clipping of the aneurysm. One month after
discharge, patient presented a severe daily right unilateral
headache three to five time day, with a mean duration of 20
minutes, associated with sense of agitation, ptosis, lacrimation
and rhinorrhea on the right side. Pain attacks kept occurring
for a variable periods of 1 to 3 months, interchanged with
pain-free remission periods of 3 to 4 months. Although this
was the most common pain presentation, frequently there were
changes in the pain-pattern among the clusters, sometimes
presenting as short lasting pain about 10 seconds with
autonomic features, as migraine-like pain, as cranial neural-
gia or even without autonomic features. Along the years, many
treatments were proposed (verapamil, lithium, valproate,
gabapentin, carbamazepine, lamotrigine, amitriptyline,
propranolol, flunarizine and high-dose indomethacin), with
mild response. However the pain could be resolved after the
initiation 60mg of prednisone daily for 2 weeks. After extensive
evaluation, his pain could be triggered by the compression
of the surgical scar. Finally, he was successfully treated by lo-
cal anesthetic infiltration with lidocaine, and keeps in
remission of symptoms for at least six months. Conclusions:
The recognition of atypical and late-onset cases of post-
craniotomy headaches is paramount so that more efficacious
treatments can be proposed to patients.
Keywords: Autonomic trigeminal headaches; Craniotomy;
Headache disorders; Secondary; Neurosurgical procedures;
Postoperative headache
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 119
PC-34
MIGRÂNEA E ALTERAÇÕES ELETROENCEFALOGRÁFICAS E DE
NEUROIMAGEM EM PACIENTES EPILEPTICOS NA INFÂNCIA E
ADOLESCÊNCIA
Thais Lins Gemir
1
, Paula Machado
1
, Josyvera Barbosa
1
,
Albérico Bernardo
1
, Hercília Xavier, Luciana Valença
1
,
Fabíola Medeiros
1
1UPE - Universidade de Pernembuco
Introdução: O progresso na eletrofisiologia e neuroimagem
possibilitou uma melhor abordagem da inter-relação entre
as epilepsias e cefaleias. Existem poucos estudos que mostra-
ram a associação destas condições na população infanto-ju-
venil. Objetivos: Caracterizar o perfil dos achados eletroence-
falográficos (EEG) e de ressonância magnética (RM) cerebral
em crianças e adolescentes epilépticos com e sem cefaleias,
atendidas em ambulatório de epilepsia em centro universitá-
rio no Recife. Métodos: Estudo transversal e descritivo, reali-
zado no período de janeiro a março de 2018, no ambulató-
rio de neuropediatria-epilepsia. Diagnóstico das cefaleias foi
de acordo com a ICHD-3beta, adotando como Migrânea,
toda Migrânea com e sem aura e provável. Na análise esta-
tística da associação das cefaleias com os achados no EEG e
na RM cerebral em pacientes epilépticos foram aplicados os
testes Qui-quadrado de Pearson e de Fisher. Significância de
5%. Resultados: Participram129 pacientes com epilepsia
(53,5%, sexo feminino). A maioria (62,8%) na faixa etária dos
11 e 19 anos. Em relação ao diagnóstico de cefaleia, 4,3%
tinham cefaleia tipo tensional, 42,2% apresentaram migrânea
e 53,5% não apresentaram migrânea. Em relação ao resulta-
do do EEG dos pacientes epilépticos, 60% tinha resultado
anormal, sendo 41% alterações focais e 19% alterações ge-
neralizadas. Quanto ao resultado da RM cerebral nos pacien-
tes epilépticos, 52,7% dos pacientes apresentaram algum
envolvimento cerebral, sendo 24,5% alterações do tipo focal
e 28,2% alterações do tipo generalizada. Comparando os
grupos com migrânea e sem cefaleias quanto ao resultado
do EEG, observou-se, com significância estatística (p=0,035),
um maior percentual de alteração eletroencefalográfica nos
pacientes com migrânea (70,3%) quando comparado aos
pacientes sem migrânea (55,9%). Entre os pacientes com alte-
rações no EEG, foi constatado uma frequência maior de alte-
rações focais (56,1%) entre os pacientes com migrânea. Nas
alterações de RM cerebral, não houve diferença estatistica-
mente significativa quando comparado os grupos com
migrânea e sem cefaleias. Conclusão: Os padrões altera-
dos de EEG foram associados aos nossos pacientes com
migrânea, com tendência aos eletroencefalogramas com al-
terações focais. Sugerindo uma possível conexão eletrofisio-
lógica entre epilepsia e migrânea. Contudo, a RM cerebral
não trouxe achados adicionais na relação da epilepsia com
migrânea.
Palavras-chaves: Migrânea; Alterações Eletroencefalo-
gráficas; Neuroimagem; Infância; Adolescência
PC-35
MIGRÂNEA E EPILEPSIA: COMORBIDADES ASSOCIADAS NA
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Thais Lins Gemir
1
, Josyvera Barbosa
1
, Paula Machado
1
,
Andressa Maia
1
, Albérico Bernardo
1
, Hercília Xavier
1
,
Fabíola Medeiros
1
1
UPE - Universidade de Pernembuco
Introdução: A epilepsia e cefaleia são as patologias mais
prevalentes no atendimento neurológico infantil. A ocorrên-
cia concomitante destas duas doenças dificulta o diagnósti-
co, uma vez que se manifestam de forma paroxística e recor-
rente; compartilham fatores desencadeadores; e
sobreposição de manifestações clínicas semelhantes, como
na migrânea com aura e epilepsia focal. O diagnóstico pre-
ciso deve ser firmado para que a abordagem terapêutica
seja correta e melhore o prognóstico do paciente. Objeti-
vos: Demonstrar a prevalência e possível associação das
epilepsias e cefaleias em crianças e adolescentes atendidos
no ambulatório de epilepsia em centro universitário no Reci-
fe. Métodos: Estudo transversal, realizado no período de
janeiro a março de 2018, no ambulatório de neuropediatria-
epilepsia. Diagnóstico das cefaleias foi de acordo com a
ICHD-3beta, adotando como Migrânea, toda Migrânea com
e sem aura e provável. Na análise estatística da associação
das cefaleias com os tipos de crises epilépticas foram apli-
cados os testes Qui-quadrado de Pearson e de Fisher. A
significância de 5%. Resultados: Participaram 129 pacien-
tes com epilepsia (60 meninos e 69 meninas), com idades
entre 2 a 19 anos. A faixa etária mais prevalente foi de ado-
lescentes entre 11 e 19 anos (62,8%), seguido dos escolares
(5 a 10 anos) com 32,6% e 4,6% pré-escolares (2 a 4 anos).
Quanto às características clínicas da epilepsia, 66,4% tinham
crises epiléticas focais, 16,1% crises generalizadas e 11,9%
crises indeterminadas. Em relação ao diagnóstico de cefaleia,
4,3% tinham cefaleia tensional, 42,2% apresentaram
Migrânea e 53,5% não apresentaram cefaleias. Na análise
da associação entre migrânea e o tipo da epilepsia foram
considerados os pacientes com Migrânea e sem cefaleia, não
sendo incluídos os pacientes com Cefaleia Tensional. Em
relação ao tipo de crise epiléptica, houve associação com
migrânea (p=0,046), onde foi mais frequente a crise epilép-
tica focal entre os grupos de pacientes com migrânea (81,8%).
No grupo dos não cefaleicos, as crises epilépticas focais tam-
bém foram maioria, mas em menor proporção, 61,4% dos
casos. Um maior percentual de crises epilépticas do tipo
indeterminada e generalizada foi encontrado entre os paci-
entes sem Migrânea. Conclusão: A migrânea foi a cefaleia
mais prevalente em nosso estudo, observando uma maior
associação com crises epilépticas focais, quando compara-
da às generalizadas e indeterminadas.
Palavras-chaves: Migrânea; Epilepsia focal; Infância; Ado-
lescência; Cefaleias
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
120 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
PC-36
CEFALEIA E ABUSO DE INTERNET EM ACADÊMICOS
Tathiana Corrêa Rangel
1
, Pedro Augusto Sampaio Rocha-Filho
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: no ambiente universitário, os estudantes são sub-
metidos a uma constante tensão, o que se torna por vezes, um
fator desencadeador de distúrbios patológicos. À presença
de cefaleias prejudica inclusive, o desempenho acadêmico.
Neste contexto, o uso intensivo de telefone celular e do com-
putador foram associados com hábitos insalubres nos univer-
sitários. Pesquisas reforçam a validade preditiva da influên-
cia da dependência de internet nas condições físicas, no com-
portamento emocional e na qualidade de vida dos jovens. O
objetivo desse estudo foi investigar se o abuso de internet está
associado a uma maior prevalência de cefaleia em acadê-
micos. Métodos: estudo transversal com alunos matricula-
dos nos cursos de Medicina, Engenharia Civil e Administra-
ção da Universidade de Pernambuco no semestre 2017.2. Fo-
ram sorteados 246 alunos de forma estratificada por curso.
Utilizou-se um questionário contendo informações sobre ca-
racterização social, hábitos de vida, comportamento diante
dos episódios de cefaleia, instrumento de caracterização de
cefaleias e a escala de Internet Addiction Test (IAT). A pesquisa
foi aprovada com o registro CAAE: 74157017.0.0000.5207.
Resultados: dos 246 alunos incluídos, 51% eram do sexo
feminino. A média de idade foi 20,97 anos (DP=4,10). Du-
zentos e trinta e seis estudantes (95,9%) tinham cefaleia, 127
(51,6%) tinham migrânea, 109 (44,3%) tinham cefaleia tipo
tensional. Entre os com cefaleia, 167 (70,8%) tinham abuso
de internet e entre os sem cefaleia, 02 (20%) tinham depen-
dência virtual (teste Exato de Fisher; p= 0,002*). Dentre os
com migrânea 32 (25,2%) tinham abuso de internet e dentre
os com cefaleia tipo tensional 37 (33,9%) tinham dependên-
cia virtual (teste Exato de Fisher; p = 0,15) Conclusão: o
abuso de internet está associado à presença de cefaleia.
Palavras-chaves: Dor de cabeça; Estudantes; Internet; Uni-
versidade
PC-37
CEFALEIA E INSÔNIA EM ACADÊMICOS
Tathiana Corrêa Rangel
1
, Pedro Augusto Sampaio Rocha-Filho
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: entre os jovens estudantes, o prejuízo advindo
da cefaleia implica em incapacidade, fracasso e absenteísmo
escolar, além de maior vulnerabilidade às comorbidades.
Estudos relacionam a possível interação entre as cefaleias com
os distúrbios do sono e evidências sugerem que pode ser de
importância crítica para a compreensão de cefaleias primá-
rias. Entre os sintomas mais frequentemente associados à in-
sônia, além das queixas de ansiedade e depressão, estão pre-
sentes fadiga, sonolência, cefaleia e dores em geral. Portan-
to, o objetivo desse estudo foi investigar se a insônia influen-
cia na prevalência de cefaleia em acadêmicos. Métodos:
estudo transversal com alunos matriculados nos cursos de Me-
dicina, Engenharia Civil e Administração da Universidade de
Pernambuco no semestre 2017.2. Foram sorteados 246 alu-
nos de forma estratificada por curso. Utilizou-se um questio-
nário contendo informações sobre caracterização social, há-
bitos de vida, comportamento diante dos episódios de
cefaleia, instrumento de caracterização de cefaleias e a esca-
la de Índice de Gravidade de Insônia (IGI). A pesquisa foi apro-
vada com o registro CAAE: 74157017.0.0000.5207. Resul-
tados: dos 246 alunos incluídos, 51% eram do sexo femini-
no. A média de idade foi 20,97 anos (DP=4,10). Duzentos e
trinta e seis estudantes (95,9%) apresentaram cefaleia, 127
(51,6%) tinham migrânea, 109 (44,3%) tinham cefaleia tipo
tensional. Dos com cefaleia, 74 estudantes (31,3%) também
tinham insônia e dos que não tinham cefaleia, seis (60%) ti-
nham insônia (teste Exato de Fisher; p = 0,0824); 28 de 127
migranosos tinham insônia (teste Exato de Fisher; p = 0,0012*).
Conclusão: estudantes com cefaleia tipo tensional tiveram
significantemente mais insônia do que os com migrânea.
Palavras-chaves: Distúrbios do sono; Dor de cabeça; Estu-
dantes; Universidade
PC-38
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO MUSCULAR DE MULHERES
COM MIGRÂNEA POR MEIO DO TESTE DE FLEXÃO
CRANIOCERVICAL
Mariana Tedeschi Benatto
1
, Lidiane Lima Florencio
1
,
Marcela Mendes Bragatto
1
, Samuel Lodovichi
1
,
Fabíola Dach
1
, Débora Bevilaqua-Grossi
1
1
USP - Universidade de São Paulo
Resumo: Indivíduos com migrânea apresentam alta preva-
lência de relato de dor cervical, a qual reflete em mudanças
musculoesqueléticas. O teste de flexão craniocervical (TFCC)
é muito utilizado por representar tarefas de baixa carga do
dia-a-dia. Entretanto, o desempenho no teste nunca foi avali-
ado em indivíduos com migrânea. Objetivos: verificar o de-
sempenho de mulheres com migrânea no TFCC em compa-
ração à controles. Métodos: foram incluídas 52 mulheres
com diagnóstico de migrânea segundo a Classificação Inter-
nacional de Cefaleias e 52 mulheres sem histórico de migrânea
ou dor cervical com idade entre 18 e 55 anos. No grupo
migrânea foram aplicados os questionários Neck Disability
Index, Migraine Disability Assessment e 12-item Allodynia
Symptom Checklist. Em ambos os grupos o TFCC foi realiza-
do utilizando-se o dispositivo de pressão Stabilizer Pressure
Biofeedback® (Chatanooga, Hixson, TN, USA) o qual foi
posicionado na região posterior do pescoço da participan-
te e inicialmente, inflado a 20 mmHg. A tarefa era aumentar
2 mmHg a cada estágio, totalizando cinco estágios (30 mmHg),
e manter a pressão por 10 segundos sem realizar compensa-
ções. A análise da distribuição dos grupos em estágios no
TFCC foi realizada por meio do qui quadrado (X²) seguida de
um post hoc de proporção. Os cálculos foram realizados pelo
software SPSS versão 20.0 e um nível de significância de 0,05
foi adotado. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética lo-
cal (nº processo 6861/2016). Resultados: a média de ida-
de no grupo migrânea foi de 33,8 (DP=10,6) anos e no gru-
po controle de 28,9 (DP=8,3) (p=0,02). A média de crises por
mês foi de 11,9 (DP=8,8) e a intensidade de 7,8 (DP=1,9).
Observou-se ainda que mulheres com migrânea apresentam
54,9% de incapacidade severa devido à doença e uma
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 121
prevalência de alodinia cutânea severa de 55,8% e, apesar
da alta prevalência de relato de dor no pescoço (83%) a inca-
pacidade relacionada a dor foi leve (44,2%). Nossos resulta-
dos demonstraram que a mediana no TFCC para o grupo
controle foi de 28 mmHg enquanto que para o grupo migrânea
foi de apenas 22 mmHg, confirmando um pior desempenho
muscular do grupo migrânea em relação ao grupo controle
(p<0,00).O teste de post hoc de proporção revelou que a di-
ferença entre os grupos encontra-se na pressão de 30 mmHg,
a qual foi alcançada por 22 mulheres do grupo controle e
por apenas 5 do grupo migrânea (p<0,00). Conclusão: po-
demos concluir que mulheres com migrânea apresentam um
pior desempenho dos músculos cervicais.
Palavras-chaves: Desempenho; Função muscular; Migrânea;
Teste de flexão craniocervical
PC-39
O FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS CERVICAIS DIMINUI A
INCAPACIDADE DA MIGRÂNEA
Mariana Tedeschi Benatto
1
, Samuel Straceri Lodovichi
1
,
Lidiane Lima Florencio
1
, Marcela Mendes Bragatto
1
,
Iuri Valoti Oliveira
1
, Fabíola Dach
1
, Débora Bevilaqua-Grossi
1
1
USP - Universidade de São Paulo
Resumo: Disfunções cervicais são frequentes na migrânea e
podem contribuir para desencadear ou perpetuar a crise
migranosa. Porém, não está estabelecido se um protocolo de
fortalecimento dos músculos cervicais pode influenciar o gan-
ho de força e diminuir a incapacidade ocasionada pela
migrânea. Objetivo: investigar os efeitos de um protocolo
de exercícios para flexores e extensores cervicais na força
muscular, tempo para produzir o pico de força e incapacida-
de devido a migrânea. Métodos: Foram avaliadas 23 mu-
lheres com migrânea, diagnosticadas por neurologista, se-
gundo a 3° edição da Classificação Internacional de Cefaleias.
Os indivíduos apresentaram média de idade de 32 (DP=8,86)
anos; 10,9 (DP=8,20) dias de dor/mês e 18,26 (DP=9,47)
anos com dor. Foi utilizado um dinamômetro manual (Lafayette
Instrument Company®) para a mensuração da força muscu-
lar e do tempo de pico durante a contração isométrica volun-
tária máxima, e a incapacidade devido a migrânea foi ava-
liada por meio do questionário Migraine Disability Assesment
(MIDAS). Foi realizado um protocolo de oito semanas de trei-
namento dos músculos cervicais e a reavaliação na nona se-
mana. Na análise estatística foram utilizados os testes t de
Student para amostras pareadas na comparação de médias
entre a força normalizada pela massa dos flexores e extensores
cervicais, e teste de Wilcoxonpara comparação das médias
do tempo para produzir o pico de força e pontuação do ques-
tionário MIDAS, com nível de significância de 0,05. Este tra-
balho foi aprovado pelo comitê de ética local (processo
n°6146/2016). Resultados: houve ganho de força para os
extensores cervicais (pré=0,92 N; DP=0,42 N/pós=1,24 N;
DP=0,44; p=0,001) e não para flexores (pré=0,82 N;
DP=0,25/pós=0,84 N; DP=0,23; p=0,76). A intervenção
parece não ter influenciado no tempo para atingir o pico de
força para os flexores (pré=2,30s; DP=0,54/pós=2,30s;
DP=0,54; p=0,84) e extensores cervicais (pré=2,61s;
DP=0,41/pós=2,62; DP=0,64; p=0,83), porém houve dimi-
nuição da incapacidade gerada pela migrânea mensurada
pelo questionário MIDAS pós intervenção (pré=43,09;
DP=30,08/pós=27,00; DP=17,62; p=0,015). Conclusões:
indivíduos com migrânea apresentaram aumento na força
muscular de extensores cervicais, mas não em flexores. Não
houve diferença no tempo para produzir o pico para os flexores
e extensores cervicais pré e pós intervenção, porém houve di-
minuição da incapacidade gerada pela migrânea.
Palavras-chaves: Fisioterapia; Incapacidade; Migrânea
PC-40
CORRELAÇÃO ENTRE A OSCILAÇÃO POSTURAL E O DESCON-
FORTO LUMINOSO E SONORO EM MULHERES COM
MIGRÂNEA - ESTUDO PILOTO
Nicoly Machado Maciel
1
, Carina Ferreira Pinheiro
1
, Gabriela
Ferreira Carvalho
1
, Renato de Moraes
1
, Adriana Ribeiro
Tavares Anastásio
1
, Fabiola Dach
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
USP - Universidade de São Paulo
Introdução: A intolerância diante do estímulo visual e audi-
tivo é frequentemente apresentada por indivíduos com
migrânea, assim como déficits de equilíbrio. Levando em con-
ta que, mesmo no período sem dor, os pacientes também
mantêm a hipersensibilidade sensorial, podemos sugerir que
exista associação entre os níveis de fotofobia e fonofobia e o
controle da postura de migranosos. Objetivo: Correlacionar
a área de oscilação do centro de pressão durante a manuten-
ção da postura semi-estática em ambiente com perturbação
visual e auditiva e o relato de desconforto luminoso e sonoro
em mulheres com migrânea. Métodos: Foram incluídas 19
mulheres com média de idade de 31,5 ± 9,3 anos,
diagnosticadas com migrânea, com queixa de cefaleia há 13,8
± 6,1 anos. As voluntárias foram orientadas a permanecerem
na posição em pé em apoio bipodal sobre uma plataforma
de força (Bertec, Columbus, OH, EUA), com e sem espuma
(superfície estável e instável), mantendo o olhar em um ponto
fixo. Foram coletadas três tentativas de 30 segundos para cada
condição. O desconforto luminoso foi gerado por refletores
que emitiram iluminância entre 1100 e 1300 lux e para o
desconforto sonoro foi utilizado um som com intensidade en-
tre 84 e 94 dBA, transmitido em um fone de ouvido. A intensi-
dade de desconforto foi mensurada por meio da escala nu-
mérica entre 0 e 10. O estudo foi aprovado pelo comitê de
ética (processo 16210/2015). O teste de Spearman foi utili-
zado para verificação da correlação entre o desconforto rela-
tado e a área de oscilação do centro de pressão (COP), con-
siderando p<0,05. Resultados: As médias de desconforto
luminoso e sonoro foram de 2,8 ± 2,9 e 6,2 ± 3,3 respectiva-
mente. Na condição de desconforto luminoso, a área de osci-
lação do COP em superfície estável e instável foi 2,8 ± 5,2
cm² e 5,4 ± 4,3 cm², respectivamente, e perante o estimulo
sonoro, 1,8 ± 1,7 cm² e 6,1 ± 5,8 cm², respectivamente. Não
foi encontrada correlação entre o desconforto e a área do
COP na tarefa com estímulo luminoso nas duas superfícies
(estável r = 0,22 e p = 0,3) e (instável r = 0,27 e p = 0,2). Já
na tarefa perante o estímulo sonoro foi verificada correlação
positiva significativa moderada em ambas superfícies (está-
vel r = 0,50 e p = 0,02) e (instável r = 0,48 e p = 0,03).
Conclusão: Este estudo piloto demonstra a presença de cor-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
122 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
relação entre a área de oscilação postural e o desconforto
sonoro durante a manutenção da postura em pé em pacien-
tes com migrânea.
Palavras-chaves: Transtornos de enxaqueca; Fenômenos
biomecânicos; Fotofobia; Fonofobia
PC-41
MIGRANOSOS COM CINESIOFOBIA APRESENTAM REDUÇÃO
DA AMPLITUDE DE MOVIMENTO CERVICAL
Camila Gorla Nogueira
1
, Lidiane Lima Florencio
1
, Juliana
Pradela
1
, Jene Carolina Marçal
1
, Tenysson Will-Lemos
1
,
Anamaria Siriane de Oliveira
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo
Introdução: A cinesiofobia é definida como medo excessi-
vo, irracional e debilitante de movimentos físicos e tem sido
bastante discutida no contexto do manejo e prognóstico de
pacientes com dor crônica. Em pacientes com migrânea, ape-
nas Martins et al reportaram medo em movimentar a cabeça
durante a crise e que esse movimento piorava a cefaleia tan-
to quanto a luz e o som. No entanto, não se sabe se a cine-
siofobia interfere na amplitude de movimento (ADM) cervical.
Objetivo: Comparar a ADM cervical de migranosos estrati-
ficando-os quanto à presença de cinesiofobia. Material e
Métodos: Foram avaliadas 43 mulheres com migrânea, com
média de idade de 32,7 anos (DP=1,51), do Ambulatório de
Cefaleia de um hospital terciário diagnosticadas de acordo
com Classificação Internacional de Cefaleias atualmente vi-
gente. As pacientes reportaram uma média de 14,13 anos
(DP=1,31) com migrânea e uma frequência de 12,7 dias de
cefaleia por mês (DP=1,44). O Multi Cervical Rehabilitation
Unit (Hanoun Medical Inc., Ontario) foi utilizado para mensurar
a ADM cervical nos planos frontal, sagital e transverso. Três
repetições em flexão, extensão, flexão lateral e rotação bila-
teral foram realizadas. A média de cada movimento foi cal-
culada e a soma da ADM realizados no mesmo plano foram
consideradas para a análise. A presença de cinesiofobia foi
identificada por pontuações maiores que 37 no questionário
Tampa Scale for Kinesiophobia. A ADM cervical nos três pla-
nos dos grupos de migranosas com (n=22) e sem cinesiofobia
(n=21) foi comparada pelo teste t de Student para amostras
independentes adotando um nível de significância de 0,05.
Resultados: A ADM no plano transverso foi menor para o
grupo migrânea com cinesiofobia (120°; DP=22,7) quando
comparado ao grupo migrânea sem cinesiofobia (136°;
DP=22,9) (p=0,03). Para os movimentos no plano frontal e
no plano sagital, não houve evidência de diferença entre os
grupos (p>0,05). No plano frontal, a amplitude do grupo com
cinesiofobia foi de 89°(DP=17,3) e a do grupo sem
cinesiofobia foi de 95° (DP=16); já no plano sagital as ampli-
tudes dos grupos com e sem cinesiofobia foram 104°
(DP=13,8) e 111° (DP=15,6) respectivamente. Conclusões:
A cinesiofobia em migranosos está associada a menores ampli-
tudes de movimento de rotação da cabeça.
Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo - FAPESP
Palavras-chaves: Medo de movimento; Pescoço; Transtor-
nos da enxaqueca
PC-42
RELAÇÃO DOS FATORES AMBIENTAIS E DESENCADEAMENTO
DE CRISES EM ADULTOS COM MIGRÂNEA: UM ESTUDO
QUALITATIVO.
Hugo Gabriel Feitosa de Souza
1
, Débora Wanderley Vilela
1
,
Suellen Freitas da Silva
1
, Alyne Karine de Lima Santos
1
,
Betuel Gomes da Silva
1
, Tamara Cavalcante de Morais
Coutinho Neta
1
, Daniella Araújo de Oliveira
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A migrânea é uma doença que atinge mais de
10% da população mundial e gera impactos biopsicossociais
em nossa sociedade. Contudo, fatores ambientais, apesar de
constituírem importante gatilho desencadeador de crises em
indivíduos com migrânea tendem a ser menos valorizados em
nossas avaliações. Com isto, o objetivo deste trabalho é iden-
tificar os fatores ambientais mais presentes no desencadea-
mento de crises em pacientes com migrânea e relacioná-los
com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Inca-
pacidade e Saúde - CIF. Material e Métodos: Trata-se de
um estudo qualitativo, que utilizou a metodologia de grupos
focais. A amostra se deu por saturação e os participantes pre-
cisavam corresponder aos critérios diagnósticos da migrânea
descritos na International Classification os Headache Disorders
- ICHD-3 e ser atendidos no ambulatório de neurologia do
Hospital das Clínicas de Pernambuco. As entrevistas foram
feitas com grupos de até 7 pessoas e guiadas por um coorde-
nador e um moderador. Todas as entrevistas foram gravadas
e a transcrição foi feita pelo método de condensação. Após a
transcrição, foram extraídos das falas dos pacientes os fato-
res ambientais que mais se relacionavam com a migrânea e
classificados de acordo com a CIF. Resultados: Foram en-
trevistados 50 pacientes de ambos os sexos com idades entre
19 e 54 anos. Os fatores ambientais que foram mencionados
pelos pacientes foram classificados através da CIF. Foram
mencionadas por mais de 70% dos grupos as categorias: "in-
tensidade da luz"; "intensidade do som"; "qualidade do ar in-
terior"; "temperatura" e "clima". Conclusões: Nosso estudo
demonstra a importância de avaliar o ambiente em que es-
tão inseridos pacientes com migrânea, pois os fatores
ambientais são importantes desencadeadores de crises, o que
faz com que a abordagem biopsicossocial proposta pela Or-
ganização Mundial de Saúde seja de suma importância na
avaliação destes pacientes.
Palavras-chaves: Funcionalidade; Clima; Luz; Som; Tem-
peratura
PC-43
AUDIOMETRIA EM CRIANÇAS E ADULTOS COM MIGRÂNEA:
UM ESTUDO CONTROLADO
Larissa Mendonça Agessi
1
, Liliane Desgualdo Pereira
1
,
Thais Rodrigues Villa
1
1
Unifesp - Universidade Federal de São Paulo
Introdução: Estudos prévios sugeriram alterações na fun-
ção coclear e nas vias auditivas de pacientes que apresenta-
vam migrânea sem tontura. Sintomas auditivos como perda
de audição, zumbido e plenitude auricular são comumente
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 123
reportados por esses pacientes. Objetivo: Comparar os
valores da audiometria tonal de pacientes com migrânea a
um grupo controle sem cefaleia. Métodos: Foram avalia-
dos 15 adultos e 14 crianças com migrânea com e sem aura,
classificados de acordo com a International Headache
Society (ICHD-III, 2013), e 15 controles. Grupo migrânea com
e sem aura adultos: 13 mulheres e 2 homens, idade média
de 26,67 (±5,30) anos, média de 7,67(±3,68) dias de
cefaleia/ mês e média de tempo de doença de 13,33 (±6,41)
anos. Grupo controle adultos: 13 mulheres e 2 homens, com
média de 24,33 (±5,22) anos. Grupo migrânea com e sem
aura crianças: 10 meninas e 4 meninos, idade média de
10,64 (±1,39) anos, média de 3,57(±2,03) dias de cefaleia/
mês e média de tempo de doença de 3,36 (±1,50) anos.
Grupo controle crianças: 9 meninas e 5 meninos, com mé-
dia de 10,50 (±1,34) anos. Os procedimentos realizados
foram: anamnese e audiometria tonal limiar. Os critérios de
exclusão foram: doenças psiquiátricas, outras doenças neu-
rológicas, perda auditiva, trauma craniano, uso de medica-
mentos ototóxicos, uso de preventivos para migrânea ou que
afetem o sistema nervoso central. A avaliação foi realizada
no período assintomático por pelo menos 3 dias. Resulta-
dos: Houve diferenças estatisticamente significantes quan-
do comparados os valores de percepção de tom puro entre
os grupos migrânea e controle, tanto em crianças quanto
em adultos. Para as crianças identificou-se diferenças nas
frequências de 250 Hz (p<0,001), 500 Hz (p=0,001), 3000
Hz (p=0,013), e 6000 Hz (p=0,031). Para os adultos foram
identificadas diferenças nas frequências de 250 Hz(p=0,045),
500 Hz (p=0,031), 1000 Hz (p=0,023), 2000 Hz (p=0,039),
6000 Hz (p=0,007), e 8000 Hz (p=0,001). Todos os pacien-
tes tiveram padrões auditivos dentro da normalidade, ape-
sar das diferenças encontradas. Conclusões: Pacientes com
migrânea com ou sem aura podem apresentar alterações
auditivas desde a infância.
Palavras-chaves: Audição; Migrânea; Limiar audiológico;
Criança; Adulto
PC-44
PROCESSAMENTO TEMPORAL EM ADULTOS COM MIGRÂNEA
VESTIBULAR: UM ESTUDO COMPARATIVO E CONTROLADO
Larissa Mendonça Agessi
1
, Thais Rodrigues Villa
1
,
Liliane Desgualdo Pereira
1
1
Unifesp - Universidade Federal de São Paulo
Introdução: Processamento temporal é a capacidade de
perceber sons que variam com o tempo. É considerado base
para o processamento auditivo e para a compreensão da
fala e música. Objetivo: Comparar o desempenho em tes-
tes de processamento temporal auditivo em indivíduos com
migrânea vestibular, migrânea com e sem aura, e um grupo
controle sem cefaleia. Métodos: Foram avaliados 13 indi-
víduos com migrânea vestibular, 15 indivíduos com migrânea
com e sem aura, classificados de acordo com a International
Headache Society (ICHD-III, 2013), e 15 controles. Grupo
Migrânea Vestibular: 12 mulheres e 1 homem, idade média
de 24,31(±5,41), média de 6,62 (±3,28) dias de cefaleia /
mês e média de tempo de doença de 13,23 (±8,93) anos.
Grupo migrânea com e sem aura: 13 mulheres e 2 homens,
idade média de 26,67 (±5,30) anos, média de 7,67(±3,68)
dias de cefaleia/mês e média de tempo de doença de 13,33
(±6,41) anos. Não existiu diferença entre a média dos gru-
pos na variável idade (p valor: 0,371), dias de cefaleia por
mês (0,592) e tempo de doença (0,999). Grupo controle: 13
mulheres e 2 homens, com média de 24,33 (±5,22) anos.
Todos os voluntários apresentaram nível de escolaridade
médio de 16 anos (p=0,621). Os procedimentos realizados
foram: anamnese, avaliação da função auditiva periférica,
e testes do Processamento auditivo central (PAC): Gaps-in-
noise (GIN) e teste padrão de duração (TPD). Os critérios de
exclusão foram: doenças psiquiátricas, outras doenças neu-
rológicas, perda auditiva, trauma craniano, uso de medica-
mentos ototóxicos, uso de preventivos para migrânea ou que
afetem o sistema nervoso central. Uso de álcool e drogas. A
avaliação foi realizada no período assintomático por 3 dias.
Resultados: Todos os avaliados obtiveram limiares auditi-
vos dentro da normalidade. Houve diferença estatisticamente
significante para os testes GIN (resolução temporal)
(p=0,001) e TPD (ordenação temporal) (p=0,002) entre os
grupos. Conclusões: Pacientes com migrânea vestibular e
com migrânea com ou sem aura podem apresentar altera-
ções nas habilidades auditivas de ordenação e resolução
temporal, que pode gerar prejuízo na compreensão auditi-
va da fala.
Palavras-chaves: Processamento auditivo; Ordenação tem-
poral; Resolução temporal; Migrânea; Adulto
PC-45
ANÁLISE DOS REGISTROS DE ORIENTAÇÃO SOBRE
TABAGISMO E USO DE ANTICONCEPCIONAL ÀS PACIENTES
PORTADORAS DE MIGRÂNEA COM AURA NO AMBULATÓRIO
DE CEFALEIAS DO HCPA
Verena Subtil Viuniski
1
, Renata Gomes Londero
1
1
HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Objetivo: Identificar em nosso serviço o fornecimento de
orientações às pacientes femininas portadoras de migrânea
com aura (MCA) sobre tabagismo e uso de métodos anti-
concepcionais (MAC), bem como o tempo que o médico as-
sistente leva do diagnóstico à orientação. Métodos: Revi-
são de prontuários ambulatoriais. Foram incluídas 46 paci-
entes em menacme e portadoras de MCA pelos critérios da
ICHD 3 em atendimento no Ambulatório de Cefaleias do
HCPA. Resultados: Das 46 pacientes incluídas, 37 foram
questionadas sobre uso de MAC, das quais 28 faziam uso e
9 não. Destas, 11 usavam anticoncepcional oral combina-
do, 5 anticoncepcional oral de progestágeno isolado, 1 usa-
va condom, 2 usavam DIU de cobre, 6 haviam realizado
laqueadura de trompas e 3 pacientes usavam outros méto-
dos. Consta registro de orientação sobre o risco do uso de
MAC com estrogênio em apenas 12 prontuários, o que pode
ser justificado pelo uso de métodos sem estrogênio por 26
das 46 pacientes. Já no que tange ao tabagismo, 26 paci-
entes foram questionadas, das quais 16 foram registradas
como tabagistas. Não consta em nenhum prontuário orien-
tações sobre cessação de tabagismo. O tempo médio do
diagnóstico de MCA até a orientação e questionamento so-
bre MAC foi de 23,2 meses, sendo o maior período de 124
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
124 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
meses e 16 das 37 pacientes foram questionadas sobre
anticoncepção já na primeira consulta. Conclusão: Paci-
entes portadoras de migrânea com aura (e, com mais gravi-
dade, se fumantes) não devem fazer uso de anticoncepcio-
nal que contenha estrógeno segundo orientações da
Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Gineco-
logia e Obstetrícia) e da ACOG (American College of
Obstetricians and Gynecologists) desde 2010 e 2006, res-
pectivamente, devido ao aumento de risco da ocorrência de
eventos cerebrovasculares isquêmicos. Ainda assim o pre-
sente estudo, conduzido em um hospital escola de referên-
cia nacional, demonstra que nem todas as pacientes rece-
bem tal orientação, ou se quer têm dados sobre sua saúde
reprodutiva e hábitos registados em prontuário. Com estes
dados, reforçamos a importância da orientação às pacien-
tes por seus médicos no que tange ao uso de estrogênio e
tabagismo, especialmente neurologistas, médicos de famí-
lia e ginecologistas.
Palavras-chaves: Anticoncepção; Migránea com aura; Gi-
necologia
PC-46
LIBERAÇÃO DE OCITOCINA E EFEITO DA ESTIMULAÇÃO POR
CORRENTE CONTÍNUA NA DURA-MÁTER CEREBRAL DE
RATOS WISTAR - UM ESTUDO IN VITRO
Camila Carolinne Silva de Almeida
1
, Marcelo Moraes
Valença
1
, Tamara Cavalcanti de Morais Coutinho Neta
1
,
Eduardo José Nepomuceno Montenegro
1
,
José Antunes Rodrigues
2
, Sandra Lopes de Souza
1
,
Daniella Araújo de Oliveira
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
USP - Universidade de São Paulo
Introdução: A estimulação por corrente contínua in vitro tem
sido utilizada para avaliar os efeitos sobre a secreção de
peptídeos envolvidos na fisiopatologia e na modulação da
dor da migrânea. Sabe-se que a liberação de substâncias
vasoativas pela dura-máter cerebral contribui para formação
da inflamação neurogênica, mecanismo responsável pela
manutenção da fase dolorosa das crises da migrânea. Em
contrapartida, sugere-se que a liberação de ocitocina pelos
neurônios do gânglio trigeminal promova analgesia; entre-
tanto, em relação à dura-máter, nenhuma evidência foi apre-
sentada. Desse modo, o objetivo desse estudo é avaliar a li-
beração de ocitocina pela dura-máter cerebral e o efeito da
estimulação por corrente contínua, in vitro, sobre a liberação
de ocitocina pela dura-máter cerebral de ratos Wistar. Mate-
rial e Métodos: Trata-se de um estudo experimental in vitro
(Processo nº CEUA 0006/2015), realizado com 25 ratos Wistar
machos. Inicialmente, os animais foram eutanasiados por
decapitação e tiveram o tecido epitelial, muscular e a mandí-
bula removidos. Em seguida, foi realizado um corte sagital
no crânio, o encéfalo foi extraído cuidadosamente, permane-
cendo a dura-máter cerebral intacta e ligada a cada hemi-
crânio. O total de 50 hemicrânios provenientes destes ani-
mais foi distribuído em quatro grupos experimentais: controle
(n=16), sham (n=17), estimulação por corrente contínua
anódica (n=9) e estimulação por corrente contínua catódica
(n=8). A corrente contínua foi aplicada com intensidade-
0,5mA; densidade- 333 μA/cm
2
; duração - 10 minutos. A li-
beração de ocitocina com KCl (56mM) também foi testada.
O método de radioimunoensaio foi realizado para análise
da liberação de ocitocina. Resultados: A liberação de
ocitocina pela dura-máter foi demonstrada, com um resulta-
do significativo após o KCl (p <0,05). A liberação de ocitocina
pela dura-máter no diferiu entre os grupos controle, sham,
estimulação por corrente contínua anódica e estimulação por
corrente contínua catódica (p=0,36, teste de Kruskal-Wallis).
Não houve diferença na liberação de ocitocina entre os hemi-
crânios direito e esquerdo nos grupos: [(controle: p=0,15; esti-
mulação anódica: p=0,46; estimulação catódica: p=0,46);
Teste de Wilcoxon]. Conclusões: Nosso estudo evidenciou a
liberação de ocitocina pela dura-máter cerebral, entretanto,
a estimulação do por corrente contínua in vitro não foi eficaz
na liberação de ocitocina pela dura-máter cerebral de ratos
Wistar.
Palavras-chaves: Transtornos de enxaqueca; Estimulação
elétrica; Ocitocina; Analgesia; Sistema nervoso central
PC-47
ALTERAÇÕES CEREBRAIS EM INDIVÍDUOS COM
CATASTROFIZAÇÃO DA DOR DETECTADAS EM RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA FUNCIONAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Manuella Moraes Monteiro Barbosa Barros
1
, Ana Izabela
Sobral de Oliveira
1
, Josepha Karinne de Oliveira Ferro
1
,
Taís Siqueira Vasconcelos
1
, Daniella Araújo de Oliveira
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Objetivo: Avaliar os tipos de alterações cerebrais que são
detectáveis por Ressonância magnética funcional (fMRI) em
indivíduos com catastrofização da dor. Métodos: Esta revi-
são incluiu buscas nas seguintes bases de dados: Medline
via PubMed, Web of Science e Scopus. Os termos de busca
utilizados foram: MeSH: ("catastrophization",
"catastrophizing", "magnetic resonance image",
"neuroimaging", "brain mapping"). Foram incluídos apenas
estudos transversais, estudos de fMRI usando escala de
catastrofização da dor e grupos de controle com indivíduos
saudáveis. A avaliação da qualidade dos estudos selecio-
nados foi realizada com a New Castle-Ottawa Quality
Assessment Scale. Resultados: No total, 339 artigos foram
identificados e após a seleção do título e do resumo, 11 re-
ferências foram selecionadas para posterior avaliação. Des-
tes, 7 artigos foram excluídos por não atenderem aos critéri-
os de elegibilidade. Assim, um total de quatro estudos fo-
ram incluídos para análise qualitativa, dois incluem
migrânea, um fibromialgia e outro disfunção temporo-
mandibular. Os artigos incluídos apresentaram moderada
qualidade de evidência. Discussão: Em indivíduos saudá-
veis, uma exposição repetida a estímulos dolorosos gera uma
percepção específica da dor, com aumento da conectividade
funcional e atividade da rede somatossensorial. Enquanto
em pacientes com altos escores catastróficos não acontece,
em vez disso, pode adquirir um estado de atenção aumen-
tado associado à dor e a incapacidade de direcionar sua
atenção para outras situações, levando à redução da capa-
cidade de modulação da dor. Sobre áreas do cérebro, esta
revisão encontra uma mudança na conectividade funcional
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 125
durante os processos de ruminação ou percepção negativa
da dor no córtex cingulado anterior e posterior, o córtex
somatossensorial, o córtex pré-frontal medial, o tálamo, a
ínsula, o pré-cuneus, mesencéfalo, e o córtex retrospenial.
Palavras-chaves: Catastrofização; Catastrofização da dor;
Neuroimagem; Ressonância magnética
PC-48
PSEUDOTUMOR INFLAMATÓRIO EM PACIENTE ADULTO
JOVEM: RELATO DE CASO
Danielle Mesquita Torres
1
, Raimundo Neudson Maia Alcântara
1
1
HGF - Hospital Geral de Fortaleza
Introdução: Pseudotumor inflamatório é um processo raro
e benigno que envolve comumente o pulmão e as órbitas. O
presente artigo tem como objetivo descrever o caso de uma
paciente com antecedente de síndrome de Parinaud, que evo-
luiu com piora da diplopia, cefaleia e achados sugestivos
de Pseudotumor Inflamatório Orbital. Relato de Caso:
M.A.S., sexo feminino, 31 anos. Paciente foi internada em
outubro de 2006, apresentando cefaleia súbita em região
temporal esquerda, que cedeu com menos de 1h de dura-
ção. Evoluiu com diplopia e ausência de mirada para cima.
Apresentava estrabismo convergente, piora da diplopia na
mirada para esquerda, limitação do olhar vertical para cima.
RNM de crânio evidenciou restrição a difusão em
mesencéfalo a esquerda. Levantada hipótese de Síndrome
de Parinaud parcial, secundária a trombose. Retornou à con-
sulta em junho de 2007 com eletroforese de hemoglobina
revelando traço falcêmico. Em junho de 2017, apresentou
novo quadro de cefaleia, diferente do padrão anterior,
pulsátil, em região occipital de leve intensidade, além de
vertigem e piora importante da diplopia. Apresntava estra-
bismo convergente em olho esquerdo, diplopia binocular
pior no olhar para esquerda e tende a rotacionar a cabeça
para a esquerda para melhorar a imagem. RNM e AngioRNM
de cranio foram normais. A paciente foi submetida à RNM
de órbitas, com os seguintes achados: área hipercaptante
de contraste acometendo a gordura retrobulbar à esquerda.
Dosagem de IgG4 apresentou titulo elevado. Iniciada
corticoterapia. A paciente evoluiu com melhora da diplopia.
Discussão: Pseudotumor inflamatorio é caracterizado por
infiltrado plasmocítico positivo para IgG4, fibrose do órgão
envolvido e nível de IgG4 sérico elevado.As manifestações
podem incluir edema periorbital, eritema, proptose, ptose,
diplopia e dor à movimentação ocular. O diagnóstico pode
ser difícil, uma vez que os sintomas podem mimetizar muitas
outras patologias orbitárias. Tomografia computadorizada
e RNM mostram anormalidades focais ou difusas da órbita.
Podem ser evidenciados infiltração do tecido adiposo retro-
bulbar, destruição óssea e extensão intracraniana. Conclu-
são: Pseudotumor inflamatório deve ser considerado em
pacientes que se apresentem com queixa de diplopia e alte-
rações da movimentação ocular extrínseca. A RNM da órbi-
ta é o exame de escolha na avaliação. Biópsia é raramente
indicada e deve ser reservada aos casos de dúvida diag-
nóstica e falha na resposta à terapia com corticoides.
Palavras-chaves: Cefaleia; Diplopia; Parinaud; Pseudo-
tumor; Orbitário
PC-49
MRI FINDINGS IN A POPULATION OF PATIENTS WITH
IDIOPATHIC INTRACRANIAL HYPERTENSION
Julia Vescovi Vieira
1
, Amanda dos Santos Cintra
1
, João Paulo
Santiago de Oliveira
1
, Ligia Maria Sotero Machado
1
,
Cassio Batista Lacerda
1
, Rubens José Gagliardi
1
,
Renan Barros Domingues
1
1
ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo
Introduction: Idiopathic Intracranial Hypertension (IIH) is a
condition characterized by raised intracranial pressure without
any identifiable pathology in the brain and with normal
cerebrospinal fluid (CSF) composition. The cause of IIH is
unclear, and, as such, it remains a diagnosis of exclusion. It is
mandatory the evaluation by neuroimaging to exclude
intracranial mass lesions, obstructive hydrocephalus, infections
and central venous thrombosis. Objective: To describe
Magnetic Resonance Imaging (MRI) findings in IIH patients that
performed this exam during the medical follow-up in our
headache outpatient clinic. Methods: This cross-sectional
study describes the profile of image findings in the population
of patients who were diagnosed with IIH based on the Modified
Dandy Criteria that were evaluated in the last five years in our
headache outpatient clinic in the hospital Santa Casa de Mi-
sericórdia de São Paulo, Brazil. The images were obtained from
our radiology archive, performed with a 1.5 T MRI scanner,
and were evaluated by a radiologist. Three classical images
findings of IIH (optic nerve abnormalities, empty sella turcica
and altered transverse sinus) were evaluated. Results: A
population of 21 patients performed MRI studies. In six patients
(28,57%) no abnormalities were found. In the remaining
patients, neuroimaging findings were: 1) optic nerves
abnormalities (47,62%); 2) empty sella turcica (52,38%); 3)
alterations of venous sinuses (19,05%). Coexisting
abnormalities in the sella turcica and the flow of venous sinuses
were found in seven (33,33%) patients. Conclusion: In our
study MRI abnormalities were found in 71,43% of patients. The
most common find was empty sella turcica (52,38%). This
finding is in line with previous reports in the literature.
Keywords: Headache; Magnetic Resonance Imaging;
Pseudotumor cerebri
PC-50
CORRELATION BETWEEN MRI FINDINGS AND
CEBREBROSPINAL PRESSURES IN PATIENTS WITH IDIOPATHIC
INTRACRANIAL HYPERTENSION
Julia Vescovi Vieira
1
, Cassio Batista Lacerda
1
,
Amanda dos Santos Cintra
1
, Paulo Diego Santos Silva
1
,
João Paulo Santiago de Oliveira
1
, Rubens José Gagliardi
1
,
Renan Barros Domingues
1
1
ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo
Introduction: Idiopathic Intracranial Hypertension (IIH, also
known as pseudotumor cerebri) is a disorder associated with
elevated intracranial pressure in which no causative factor can
be identified, although various hypotheses have been
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
126 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
proposed, including changes in cerebrospinal fluid (CSF)
dynamics, hormonal effects, or increased cerebral venous
blood pressure secondary to bilateral transverse sinus stenosis.
Typical intracranial Magnetic Resonance Imaging (MRI) findings
in IIH patients include empty sella turcica, abnormalities in optic
nerves and alteration of venous sinuses, but these findings are
not specific to IIH, though the correlation between the imaging
findings and the CSF opening pressure by lumbar puncture is
applicable when IIH is suspected. Objective: This study aimed
to correlate MRI findings with lumbar opening and closing
pressures in patients with IIH. Methods: Cross-sectional study
in a population of 21 patients with the diagnosis of IIH based
on the Modified Dandy Criteria in the last five years in our
headache outpatient clinic in the hospital Santa Casa de Mi-
sericórdia de São Paulo, Brazil. We compared the lumbar
opening and closing pressures means with normal and
abnormal MRI findings. The MRI results were evaluated by a
radiologist and normal versus abnormal findings (empty sella,
optic nerve abnormalities and transverse sinus stenosis) were
taken into consideration. Student's T-test was used to compare
the means. Results: There were no significant differences in
the means of lumbar opening and closing pressures between
patients with normal and abnormal MRI (P=0.605, 0.778).
There were no significant differences in the means of lumbar
opening and closing pressures between patients with and
without optic nerve MRI abnormalities (P=0.522, 0.742). There
were no significant differences in the means of lumbar opening
and closing pressures between patients with and without venous
sinus abnormalities (P=0.585, 0.390). There were no significant
differences in the means of lumbar opening and closing
pressures between patients with and without empty sella turcica
(P=0.840, 0.943). Conclusion: In our study there were no
significant correlation between MRI findings and lumbar
opening and closing pressure means. This finding is in line with
previous report in the literature.
Keywords: Headache; Cerebrospinal fluid pressure;
Pseudotumor cerebri
PC-51
ASSOCIATION BETWEEN VISUAL ABNORMALITIES AND
CEREBROSPINAL FLUID PRESSURES IN PATIENTS WITH
IDIOPATIC INTRACRANIAL HYPERTENSION
Julia Vescovi Vieira
1
, Amanda dos Santos Cintra,
Cassio Batista Lacerda
1
, Ligia Maria Sotero Machado
1
,
João Paulo Santiago de Oliveira
1
, Rubens José Gagliardi
1
,
Renan Barros Domingues
1
1
ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de Sao Paulo
Introduction: Idiopathic Intracranial Hypertension (IIH) is a
disorder of unknown etiology associated with increased
intracranial pressure without a space-occupying lesion. IIH is
manifested mainly by severe headaches and often with visual
impairments caused by increased CSF pressure on the optic
nerves and globe flattening, as well as optic disc edema, may
complicating with visual loss. Objective: To assess if
cerebrospinal fluid (CSF) pressures are associated with visual
symptoms in IIH patients. Methods: Cross-sectional study in a
population of 21 patients with the diagnosis of IIH in the last five
years in our headache outpatient clinic in the hospital Santa
Casa de Misericordia de São Paulo, Brazil, we compared means
of opening and closing pressures in patients with the presence
of symptoms other than headache. By comparisons were carried
out for visual symptoms (low visual acuity and diplopia) as well
as the presence of papilledema. Student's T-test was used to com-
pare the means. Results: Opening CSF pressure was significantly
higher in patients with visual symptoms (40.4±13.14 versus
30.5±3.41; P=0.011). Closing pressure was not associated with
visual symptoms (P=0.188). No opening or closing pressures
were significantly associated with the presence of papilledema
(P=0.133 and 0.433, respectively). Conclusion: Higher CSF
pressures were associated with higher risk of visual symptoms.
Papilledema was associated with higher opening pressure, but
this difference did not reach statistical significance, probably to
the sample size.
Palavras-chaves: Cerebrospinal fluid pressure; Headache;
Low vision; Pseudotumor cerebri
PC-52
CORRELATION BETWEEN CEREBROSPINAL FLUID PRESSURES
AND BODY MASS INDEX IN PATIENTS WITH IDIOPATIC
INTRACRANIAL HYPERTENSION
Amanda dos Santos Cintra
1
, Julia Vescovi Vieira
1
,
Cassio Batista Lacerda
1
, Ligia Maria Sotero Machado
1
,
Paulo Diego Santos Silva
1
, Rubens José Gagliardi
1
,
Renan Barros Domingues
1
1
ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo
Introduction: Idiopathic Intracranial Hypertension (IIH) is a
disorder defined by clinical criteria that include symptoms and
signs isolated to those produced elevated intracranial pressure
with normal cerebrospinal fluid composition, and no other
cause of intracranial hypertension evident on neuroimaging
or other evaluations. This disorder primarily affects women of
childbearing age who are overweight. Studies have shown that
recent weight gain may be a risk factor for IIH and some patients
may reduce or disappear symptoms after bariatric surgery.
Objective: To assess if cerebrospinal fluid (CSF) pressures are
correlated with weight and body mass index (BMI) in IIH
patients. Methods: This cross-sectional study assessed weight
and BMI and CSF pressures in 21 patients who were diagnosed
with IIH based on the Modified Dandy Criteria that were
evaluated in the last five years in our headache outpatient clinic
in the hospital Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Brazil.
Spearman test was used to assess correlations between weight
means and BMI with opening and closing CSF pressures.
Results: In this study, 95,45% of the patients were woman.
Average weights and BMI were respectively 93,86±7,32 kg
and 34,74±3,97 kg/m
2
, moreover all patients had overweight
or obesity. There was no correlation between BMI and opening
CSF pressure (P=0.422) and closing CSF pressure (P=0.483).
Weight was also not correlated with opening (P=0.656) and
closing (P=0.773) CSF pressures. Conclusion: Most patients
were woman and had high BMI; however, BMI and weight were
not correlated with CSF pressures.
Palavras-chaves: Body Mass Index; Cerebrospinal fluid
pressure; Headache; Pseudotumor cerebri
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 127
PC-53
WEIGHT IS ASSOCIATED WITH VISUAL IMPAIRMENT IN
PATIENTS WITH IDIOPATIC INTRACRANIAL HYPERTENSION
Amanda dos Santos Cintra
1
, Cassio Batista Lacerda
1
,
Julia Vescovi Vieira
1
, Ligia Maria Sotero Machado
1
,
João Paulo Santiago de Oliveira
1
, Rubens José Gagliardi
1
,
Renan Barros Domingues
1
1
ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
Sao Paulo
Introduction: Idiopathic Intracranial Hypertension (IIH) is a
condition associated with elevated intracranial pressure in wich
no causative factor can be identified. It occurs most commonly
among women of childbearing age who are typically obese
but otherwise healthy and may complicating with visual loss.
Objective: To assess potential determinants of visual deficit
in IIH patients. Methods: Cross-sectional study to assess
potential determinants of visual deficit in the population of 21
patients who were diagnosed with IIH based on the Modified
Dandy Criteria that were evaluated in the last five years in our
headache outpatient clinic in the hospital Santa Casa de Mi-
sericórdia de São Paulo, Brazil. Clinical parameters, Magnetic
Resonance Imaging (MRI) findings and CSF opening and
closing pressures were evaluated in these patients and binary
logistic regression was used to assess determinants of visual
loss in this population. Results: Weight was the only variable
significantly associated with visual loss (P=0.028). Body Mass
Index (BMI), opening CSF pressure, closing CSF pressure, MRI
abnormalities, optic nerves MRI abnormalities, alterations of
the venous sinuses at MRI, and empty sella turcica were not
statistically associated with visual loss (P=0.276, 0.340, 0.328,
0.635, 0.257, 0.453, and 0.572; respectively). Conclusion:
Weight was a significant determinant of visual deficit. This
finding reinforces the relevance of weight reduction for a better
visual outcome in the IIH treatment.
Keywords: Headache; Low vision; Pseudotumor cerebri
PC-54
IDIOPATHIC INTRACRANIAL HYPERTENSION IN SYSTEMIC
ERITEMATOSUS LUPUS: CASE REPORT
Paulo Diego Santos Silva
1
, Cassio Batista Lacerda
1
,
Julia Vescovi Vieira
1
, Amanda dos Santos Cintra
1
, Francisco
Tomaz Meneses de Oliveira
1
, Renan Barros Domingues
1
,
Wilson Luiz Sanvito
1
1
ISCMSP - Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo
Case Presentation: A 34-year-old Caucasian woman
presented to our emergency service complaining of a new
pattern headache. She had a recent medical diagnosis of
Systemic Lupus Erythematosus (SLE). Three months ago, she
was admitted in another service due to nephrotic syndrome,
and was treated with steroid therapy for one month, proceeding
outpatient investigation. One month after she started erythema
malar, alopecia, right wrist arthralgia that progressed with
arthritis in large joints of the upper and lower limbs, foamy
urine and weight loss, when she resumed the use of prednisone
60mg daily. Laboratorial tests resulted in FAN positive 1/320,
anti-DNA positive, complement consumption and urinary
proteinuria. Two days after discontinuation of corticosteroid she
went to our emergency department reporting a severe left
hemicranial pulsatile headache, continuous, associated with
photophobia, phonophobia and nausea. Ophthalmologic
evaluation visualized papilledema. Magnetic Resonance
Imaging (MRI) with MRI venous and arterial excluded
thrombosis or vasculitis, however, it showed dilation of the
liquoric spaces around the optic nerves and inversion of the
optic papillae. The lumbar puncture showed increased
cerebrospinal fluid (CSF) opening pressure of 36cmH2O, in
addition to normal cellularity, protein, glucose and lactate
levels. This patient evolved with clinical improvement and CSF
opening pressure after starting the specific treatment of the
underlying disease. Discussion: SLE is a chronic systemic
inflammatory disease which may affect multiple organ systems.
It is associated with increased morbidity and mortality.
Idiopathic Intracranial Hypertension (IIH) is a condition that
affects predominantly overweight women and is characterized
by raised intracranial pressure without any identifiable
pathology in the brain and with normal CSF composition. The
cause of IIH is unclear, and as such, it remains a diagnosis of
exclusion. Conclusion: IIH has been reported in individuals
with SLE since the 1960s, and it's an unusual cause which should
be considered in the investigation of headache in these patients.
Keywords: Headache; Pseudotumor cerebri; Systemic Lupus
Erythematosus
PC-55
EPIDEMIOLOGY OF PRIMARY HEADACHES IN WORKERS OF
HOSPITAL MACIEL
1
Neurology Resident,
2
Head of the Neurology Department and
Assistant Professor of Internal Medicine,
1
[Clínica Médica 1]
Marcela Leal Marcela Leal
1
, Cristina Perez
2
,
Josué Vidal Josue Vidal
1
1
HM - Hospital Maciel
Objective: Determining the diagnosis of the type of headache
and comparing it with the IHS criteria; determining the number
of monthly episodes, percentage of people who consulted;
determining the use of symptomatic medication and preventive
treatment,prescribed by physician and self-medication.
Methodology: It is an observational,cross-sectional study that
consists in a personal interview to workers,performed by doctors
trained in the diagnosis and treatment of headaches. It includes
individuals over the age of 18,who have been working in the
institution for at least one year.At the moment of the study 3587
people were working at the Hospital, we survey a total of 203
workers. The interview carried out using an anonymous data
collection. Results: From the 203 workersthat have been
interviewed, 72,9% confirmed at least one headache episode
in the last year. Most of them answered that they have tension
headache 78,3%, while only 14,8% said they have migraine.
Moreover, 66,8% is consistent with IHS criteria. When the
frequency of headache was asked, 68,2% answered less than
3 episodes. The interviewees who presented migraine were 25,
of those 44% have more than 3 episodes per month, only 4% is
currently receiving preventive treatment. The use of the
symptomatic medication was very frequent 93,2%. In relation
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
128 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
to the diagnosis of headache type, 38,5% interviewees consulted
with a general practioner, 23% were evaluated by a neurologist,
4,9% were diagnosed by headache specialist, 29,3% never
sought medical advice and above all of them 95,2% received
medical treatment. Conclusion: According to the data
obtained,it is important to be said that most of the respondents
had some episode of headache last year. Tension headache
was the most common type of headache while migraine was
the second one,the prevalence in this group is very similar to
the one described for general population. Surprisingly, there
was a high level of coincidence when applying the IHS criteria.
Regarding treatment, most of the people never received
preventive treatment while symptomatic treatment was very
frequent. In the interviewees who presented migraine of those
who presented more than three episodes of headache per
month, the majority was not receiving preventive treatment. It
should be noted that an important number of respondents was
never assessed by a doctor. Furthermore,most of them are
receiving medical treatment. Thus,is crucial to highlight the self-
medicación that appear to be extremely frequent in health
workers.
Keywords: Headache; Prevalence; Hospital workers
PC-56
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA ASSOCIADA AO USO DE
INFLIXIMABE: RELATO DE CASO
Renan Flávio de França Nunes
1
, Hygor Casimiro Mendes de
Oliveira
1
, Ana Ester Fernandes Diógenes
1
,
Renata Gomes Londero
1
1
HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Introdução: Cefaleia e vertigem são efeitos adversos comuns
ao uso do infliximabe, mas não localizamos na literatura re-
latos da ocorrência de hipertensão intracraniana. Relato de
caso: AJMF, sexo feminino, branca, 35 anos de idade, natural
e procedente de Alvorada/RS, admitida na emergência do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) em 10/04/2018
devido a cefaleia caracterizada como dor retro-ocular princi-
palmente à esquerda, que piorava à realização de esforços e
à movimentação ocular, associada a vertigem, sem náuseas,
vômitos ou outras queixas, contínua. Início dos sintomas cer-
ca de dois meses antes da admissão. Diagnóstico prévio de
Espondiloartropatia enteropática secundária a Doença de
Chron, estando em uso de mesalazina, enalapril e cicloben-
zaprina. Acompanhamento com a Reumatologia. Em uso de
Infliximabe para controle da doença de base há 2,5 meses
(três infusões no período, sem intercorrências). À admissão
hospitalar, encontrava-se em bom estado geral, eupneica,
alerta, consciente, sem alteração de motricidade ocular extrín-
seca, sem queixas visuais ou alterações campimétricas, sem
ataxia, alterações motoras ou de sensibilidade; fundoscopia
evidenciou edema de papila bilateral, sendo aventado o di-
agnóstico de hipertensão intracraniana (HIC). Ressonância
magnética de crânio, evidenciou distensão da bainha dos ner-
vos ópticos. Pressão de abertura à punção lombar de 400
mmH2O, com líquor normal. Após exclusão das potenciais
causas mais comuns para o quadro, o Infliximabe foi suspenso,
sendo iniciada acetazolamida para tratamento da HIC. Em
consulta ambulatorial, após duas semanas, tinha melhora im-
portante das queixas. Realizada nova punção lombar com
pressão de abertura de 220 mmH2O, líquor normal. Após
um mês, retornou ambulatorialmente com resolução do qua-
dro. Exame neurológico, incluindo fundoscopia, normal. À
exceção do infliximabe, todas as medicações de uso prévio
foram mantidas. Nenhuma interação medicamentosa foi en-
contrada. Discussão: trazemos o relato do presente caso
como uma forma de alerta para este potencial paraefeito do
infliximabe, até o presente momento não descrito. Como pró-
ximo passo, programamos a suspensão lenta da acetazola-
mida a fim de confirmar a remissão da doença, conforme já
sugerido pela evolução clínica. É sabido que o TNF-alfa pos-
sui efeitos sobre lesões encefálicas, não sendo conhecida a
relação da sua inibição pelo Infliximabe com a gênese de
hipertensão intracraniana.
Palavras-chaves: Hipertensão intracraniana; Infliximabe;
Cefaleia
PC-57
NEUROPATIA ÓPTICA COMO MANIFESTAÇÃO DE
NEUROSSÍFILIS: DESCRIÇÃO DE CASO
Renan Flávio de França Nunes
1
, Hygor Casimiro Mendes de
Oliveira
1
, Ana Ester Fernandes Diógenes
1
1
HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Introdução: As manifestações clínicas na neurossífilis são va-
riados, destacando-se manifestações oculares, dentre elas a
neuropatia óptica, sendo considerada uma manifestação atí-
pica e rara da doença. Relato de caso: Paciente LMPF, 47 anos,
mulher, branca, natural e procedente de Caçapava do Sul/
RS, admitida no Hospital de Clínicas de Porto Alegre no dia
15 de junho de 2018 por quadro de perda visual bilateral e
simétrica de início subagudo, com evolução para perda visu-
al total num intervalo de 25 dias, 10 meses antes da admis-
são hospitalar. Referia que após 7 meses do início do quadro,
apresentou também hemiparesia braquiocrural à esquerda e
cefaleia predominantemente frontal, em caráter de opressão,
sem outros comemorativos. À admissão na emergência, a
paciente apresentava perda visual bilateral e redução da for-
ça em hemicorpo esquerdo, com exame oftalmológico evi-
denciando palidez de papila importante e estreitamento
arteriolar leve, com importante afinamento global da retina,
pupilas midriáticas e fotorreagentes. À investigação inicial,
evidenciou-se VDRL sérico reagente 1:64, com punção lom-
bar demonstrando pressão de abertura de 270 mmH2O,
hiperproteinorraquia e celularidade aumentada às custas de
neutrófilos, além de FTA-Abs reagente. Tomografia de crânio
evidenciou proeminência das bainhas liquóricas dos nervos
ópticos, com retificação ao nível orbitário, angiografia reve-
lando atrofia óptica bilateral com palidez de ambos os dis-
cos ópticos, e ressonância de crânio com redução do quiasma
óptico e segmentos pré-quiasmáticos dos nervos ópticos com
discretas áreas focais de hipersinal em T2, achados sugesti-
vos de neuropatia óptica. Foi realizado tratamento com
ceftriaxone 2 g ao dia durante 14 dias. Durante o período de
avaliação, a paciente recuperou completamente o déficit
motor apresentado à admissão, mantendo o déficit visual,
recebendo alta com plano de acompanhamento ambulatorial
após duas semanas para controle pós-tratamento. Discus-
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 129
são: Descrevemos um caso de apresentação atípica de
neurossífilis, com evidência de perda visual bilateral secun-
dária a neuropatia óptica bilateral. Segundo dados presen-
tes na literatura, essa é uma apresentação rara para neuros-
sífilis. O tratamento dos acometimentos oculares deve ser fei-
to com medicações endovenosas (penicilina cristalina ou
ceftriaxone). O acompanhamento clínico e laboratorial seria-
do é fundamental, sendo os déficits estabelecidos de difícil
reversão.
Palavras-chaves: Cefaleia; Neuropatia óptica; Neurossífilis
PC-58
CEFALEIA EM SALVAS ASSOCIADA À NEOPLASIA DE CABEÇA E
PESCOÇO: RELATO DE CASO
Igor de Oliveira
1
, Aline Alves de Moraes
1
, Artur Filipe Ferreira
Dutra
1
, Eduardo Barbosa de Albuquerque Maranhão
1
,
Clélia Maria Ribeiro Franco
1
, Marcos Eugênio Ramalho
Bezerra
1
, Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
2
1
HC-UFPE - Hospital das Clínicas -
Universidade Federal de Pernambuco
2
CCS-UFPE - Departamento de Neuropsiquiatria - Centro de
Ciências da Saúde - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: As cefaleias trigêmino-autonômicas são carac-
terizadas por dores geralmente unilaterais e de forte intensi-
dade, por vezes incapacitantes, com duração e frequência
variáveis, acompanhadas de sintomas autonômicos ipsila-
terais à dor. Geralmente são entidades primárias, porém cada
vez mais são descritas etiologias secundárias, incluindo le-
sões vasculares e tumores hipofisários. A apresentação clíni-
ca dos quadros com etiologia secundária pode ser indistin-
guível das formas primárias, daí a importância da investiga-
ção, principalmente quando há relação temporal evidente
com outra patologia em um paciente. Descrevemos um qua-
dro de cefaleia nova, com características de cefaleia em sal-
vas, após invasão neoplásica carotídea e radioterapia local
com possível lesão actínica. Método: Relato de caso. Resul-
tado: Homem de 62 anos, com histórico de transplante renal
há cerca de 3 anos e em uso de terapia imunossupressora,
vinha em tratamento de carcinoma escamocelular de língua
com metástase linfonodal em região cervical direita. Foi sub-
metido a extensa ressecção cervical, cursando síndrome de
Horner à direita no pós-operatório. Três meses após a cirur-
gia, apresentou recidiva da metástase cervical, e o exame
ultrassonográfico da região cervical mostrava sinais de inva-
são local pela lesão da artéria carótida comum direita. Foi
então submetido à radioterapia e, próximo ao final de trinta
sessões, iniciou quadro álgico inédito até então, sendo
referenciado ao ambulatório de neurologia. Relatava dor de
fortíssima intensidade, em região temporal e periorbitária
direita, com duração média de 30 minutos, associada a
hiperemia de olho direito e agitação, ocorrendo diariamen-
te, três a quatro vezes por dia, geralmente durante a madru-
gada. O exame físico e neurológico não demonstravam ou-
tras anormalidades além da síndrome de Horner prévia. A
ressonância Magnética de encéfalo e análise do Líquor não
mostraram alterações significativas. Como terapia abortiva,
a terapia com oxigênio inalatório foi indicada, com significa-
tiva melhora da dor, que passou de 30 minutos para 15 minu-
tos de duração. Além disso, foi iniciada terapia profilática com
prednisona 40 mg/dia e verapamil 240 mg/dia, com boa
resposta e diminuição importante da intensidade e da fre-
quência das crises. Discussão e Conclusões: A invasão neo-
plásica carotídea e radioterapia do pescoço podem estar
associados ao desenvolvimento de cefaleia em salvas secun-
dária.
Palavras-chaves: Cefaleia em Salvas; Neoplasias de cabe-
ça e pescoço; Radioterapia
PC-59
HEMICRANIA PAROXÍSTICA E NEUROPATIA DOLOROSA
TRIGEMINAL ATRIBUÍDAS A ACIDENTE VASCULAR
CEREBRAL ISQUÊMICO
Aline Alves de Moraes
1
, Igor de Oliveira
1
, Clélia Maria
Ribeiro Franco
1
, Manoel Domiciano Cavalcante Neto
2
,
João Eudes Magalhães
3
, Marcos Eugênio Ramalho Bezerra
1
,
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
4
1
HC-UFPE - Hospital das Clínicas - Universidade
Federal de Pernambuco
2
HPS - Hospital Pelópidas da Silveira
3
HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
4
CCS-UFPE - Departamento de Neuropsiquiatria - Centro de
Ciências da Saúde - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: As cefaleias trigêmino-autonômicas são carac-
terizadas por dor unilateral fixa associada a sintomas auto-
nômicos do mesmo lado da dor. Apesar de infrequentes, exis-
tem alguns poucos casos descritos de cefaleias trigêmino-
autonômicas e neuropatia do trigêmeo secundários à lesões
de fossa posterior, principalmente em região de bulbo dor-
solateral, afetando vias centrais do nervo trigêmeo e provo-
cando cefaleias com fenótipo semelhantes às cefaleias
trigêmino-autonômicas. Método: Relato de caso. Resulta-
do: Homem de 71 anos, admitido no ambulatório de cefa-
leias com dor frontal e periorbitária à esquerda, de forte in-
tensidade, em pontadas, durando até 60 segundos, com fre-
quência de 3 episódios ao dia, associada a agitação motora,
lacrimejamento, congestão nasal, hiperemia e prurido ocular
ipsilaterais à dor. Também queixava-se de dor em queimação
contínua em território dos ramos oftálmico e maxilar do ner-
vo trigêmeo esquerdo. Ambas as dores surgiram 12 dias após
episódio de Acidente Vascular Cerebral isquêmico em bulbo
dorsolateral e cerebelo à esquerda, decorrente de trombose
de artéria vertebral esquerda, evidenciada em ressonância
de encéfalo. Ao exame físico, apresentava síndrome de Horner
à esquerda; nistagmo torsional multidirecional; hipoestesia
tátil facial à esquerda e à direita no membro inferior; reflexo
nauseoso abolido à esquerda; ataxia cerebelar axial e apen-
dicular à esquerda, com alargamento da base à deambu-
lação. Havia feito uso de topiramato, lamotrigina, baclofeno,
oxcarbazepina, carbamazepina, lítio, e verapamil, porém,
nenhum proporcionou melhora do quadro álgico. Diante da
cefaleia refratária a diversos tratamentos, optou-se por otimizar
a dose da indometacina até 225mg/dia, obtendo bom con-
trole das dores em crises, porém, persistindo com a dor contí-
nua em queimação. Obteve bom controle das dores com uso
de gabapentina 900mg/dia. Atualmente paciente encontra-
se em seguimento ambulatorial fazendo uso de indometacina
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
130 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
e gabapentina, com bom controle álgico e tolerância às me-
dicações. Conclusão: O caso do paciente demonstra uma
cefaleia de fenótipo similar à hemicrânia paroxística, com boa
resposta à indometacina, bem como neuropatia dolorosa
trigeminal associada, ambos tendo relação temporal com o
quadro de AVC isquêmico.
Palavras-chaves: Hemicrânia paroxística; Neuropatia trige-
minal; Acidente vascular cerebral
PC-60
COEXISTENCE OF SUNCT SYNDROME AND PITUITARY TUMOR:
CASE REPORT
Amanda dos Santos Cintra
1
, Julia Vescovi Vieira
1
,
Isabella Silva Picon
1
, Rubens José Gagliardi
1
,
Renan Barros Domingues
1
1
SCMSP - Irmandade Santa Casa de São Paulo
Case Presentation: We report a 46-year-old Caucasian
woman who presented to our outpatient headache unit. She
reported past medical history of headache with two patterns
being one of migraine without aura - long-standing
holocraniana headache, pulsatile, described as medium pain
associated with photophobia, phonophobia and nausea with
attacks lasting for a day, occurring about twice a week and
another with severe sharp headeache attacks in the left
retroorbital region and usually lasting less than 1 minute,
ocurring at least twenty times per day with conjunctival injection,
rhinorrhoea, palpebral edema. She also had hypertension,
pituitary macroadenoma on the left side of hypophisis. She
was using Cabergoline since 2015. Amenorrhea and
galactorrhea and prolactine levels improved after
Cabergoline. Short headaches did not disappear after
carbegoline but improved with carbamazepine. Discussion:
The phenotype of this headache met the diagnostic criteria for
SUNCT wich is a rare syndrome headache and it consists of
brief attacks lasting for 1-600 seconds of moderate to severe
periorbital pain with ipsilateral conjunctival injection, tearing,
and nasal obstruction or rhinorrhea. A large series of patients
with SUNCT from the UK reported that 8% were found to have
pituitary tumors on magnetic resonance imaging (MRI). The
pathophysiology of pituitary associated headache is poorly
understood. Some studies refer as dural stretch, cavernous sinus
invasion and local pressure effects as possible mechanisms.
On the other hand some studies advocate in favor to hormonal
dysfunction as some patients. It has been reported that SUNCT
symptoms may improve with dopamine agonists in patients
with associated macroadenoma. In the present case SUNCT
symptoms did not improve with carbegoline but were relieved
by carbamazepine. We conclude that all patients presenting
with suspected SUNCT syndrome should be screened for
pituitary neoplasms by a cranial MRI and blood tests for basal
hormone levels. The use of anticonvulsivants may be necessary
when headache attacks do not improve with dopamine agonist
administration.
Keywords: Headache; Pituitary; SUNCT
PC-61
MIGRAINE SYMPTOMS IN PATIENTS WITH SUNCT: REPORT OF
TWO CASES
Amanda dos Santos Cintra
1
, Julia Vescovi Vieira,
Cassio Batista Lacerda
1
, Isabella Silva Picon
1
,
Rubens José Gagliardi
1
, Renan Barros Domingues
1
1
SCMSP - Irmandade Santa Casa de São Paulo
Objective: The aim of this study was to present two cases of
SUNCT with migraine symptoms and to discuss this
association. Case 1: A 55- year old caucasian woman was
seen in our headache unit. She referred past medical history
of headache with features compatible with migraine without
aura, characterized by long-standing bilateral frontal pulsatile
headache, moderate, associated with photophobia,
phonophobia, with attacks lasting for at least 24 hours,
occurring about four days in a month. The patient also
described another headache, which was in the right
retroorbital region, shark, fleeting, and usually lasting thirty
seconds. She has many pain ataccks during the day,
associated with conjunctival injection, rhinorrhoea and
palpebral edema, all ipsilateral. Patient is using
Carbamazepine 200mg 8/8hs per day, since 2017 and
referred an important improvement of headache, in frequency
and intensity. Case 2: A 46-year-old woman who presented
to our headache unit. She reported history of headache with
two patterns being one of migraine without aura -hollocranian
headache, pulsatile, moderate intensity, with photophobia
and nausea, with attacks lasting at least one day, about two
times a week. The second headache pattern was of severe
sharp pain attacks in the left retroorbital region and lasting
less than 1 minute, ocurring at least twenty times a day with
conjunctival injection, rhinorrhoea, and palpebral edema. It
was introduced for her Lamotrigine 50mg 12/12hs everyday.
Patient tolerated well the medication and improved quality
of life, after a good control of pain attacks. Discussion:
SUNCT syndrome is a rare headache and it consists of brief
attacks moderate to severe periorbital pain with
ipsilateralconjunctival injection, tearing, nasal obstruction,
and rhinorrhea. SUNCT features are easy to distinguish from
migraine even when both phenotypes are present in the same
patient, as it occurred in the presented cases. 57% of patients
with SUNCT have migranous background with symptons like
photophobia, phonophobia. Our patients had headaches
with migrainous features between and during SUNCT attacks.
Both patients improved SUNCT and migranous attacks with
the use of anticonvulsivants. It is not clear if migraine features
represent an association of different headache disorders or
diferent symptoms of the same disorder. The response to
carbamazepin, for example, which is not usually effective for
migraine, suggests that the last hypothesis is the most likely.
Keywords: Anticonvulsivants; Migraine; SUNCT
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 131
PC-62
CEFALEIA NUMULAR SECUNDÁRIA A TRAUMA
CRANIOENCEFÁLICO - RELATO DE CASO
Mariana Cavalcanti Costa
1
, Vanessa Cristina Fragoso
Cassiano
2
, Thais Lins Gemir
1
,
Pedro Augusto Sampaio Rocha-Filho
1
1
HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
2
HR - Hospital da Restauração
Introdução: A cefaleia numular se caracteriza por dor contí-
nua ou intermitente que se restringe a uma área de caracterís-
tica circular ou elíptica, que em geral mede de 1 a 6 cm de
diâmetro. O formato e o tamanho se mantêm constantes ao
longo do tempo. É mais comumente descrita em região pari-
etal seguida pela região occipital. Método: Relato de caso.
Resultado: Homem de 36 anos, sem história de cefaleias
prévias,relata que há 5 meses sofreu acidente automobilísti-
co (moto), sofrendo trauma cranioencefálico leve e trauma de
face. A tomografia computadorizada de crânio não mostrou
fratura craniana ou lesão encefálica. Foi submetido a cirurgia
por fratura de mandíbula. Após 23 dias do trauma, iniciou
cefaleia em aperto, localizada em área circunscrita de região
occipital direita, de formato elíptico, medindo cerca de 2x3cm
em seus maiores diâmetro, de leve intensidade, com duração
de aproximadamente 3 horas, sem piora com exercícios físi-
cos e com alívio após uso de analgésicos comuns. Não tinha
náuseas, vômitos, fotofobia, fonofobia ou sintomas autonô-
micos associados a dor. As dores tinham frequência de 1 epi-
sódio a cada 10 dias E não eram identificados pelo paciente
fatores de atenuação ou agravamento da dor. Como comor-
bidades, o paciente era etilista e apresentava Diabetes Melittus
e Gota. O exame neurológico era normal e não havia alodínea
no local correspondente a dor. O paciente manteve a frequên-
cia da cefaleia e após cerca de 2 meses, o paciente apresen-
tou remissão espontânea e está há 3 meses sem dor. Conclu-
são: A cefaleia numular pode ocorrer após trauma cranio-
encefálico.
Palavras-chaves: Cefaleia numular; Cefaleia em moeda;
Traumatismo cranioencefálico
PC-63
ASSOCIATION OF ZIKA-VIRUS INFECTION AND TEMPORAL
ARTERITIS: A CASE REPORT
Jamyllo Sales Brito
1
, Jaqueline Soares
1
, Felipe Ferreira
1
,
Taimison Barbosa
1
, Thiago Nascimento
1
,
Pedro Jesus
1
, Veronica Rocha
1
1
HGRS - Hospital Geral Roberto Santos
Introduction/Objectives: Temporal arteritis is the most
common form of systemic vasculitis in adults. It's well know that
there is inflammation founded most often in medium sized mus-
cular arteries. However, the cause of it is still unknown. Infection
as a trigger is an attractive hypothesis. In order that, in this
case report, we have documented this likely association with
Zika-virus. Case presentation (Results): A 77-year-old man
was admitted to the hospital because of 06 -month history of
new-onset daily persistent headache, fever and early morning
stiffness and pain in his shoulder. He had been well, previously
healthy, without previous history (and family history) of recurrent
headaches. 06 months before admission when he complained
about a right frontotemporal progressive headache radiating
to ipsilateral occipital region. He described a dull, aching
sensation around this area that alleviate with over-the-counter
(OTC) pain reliever, occasionally he needed the use of
intravenous opioids in hospital. He complained about a
discomfort right side neck and both shoulder worse in the
morning and low-fever at night. He also had referred a muscle
pain in posterior compartment of both thigh that sometimes
made the walking difficult. On physical examination, we have
noticed right-side scalp tenderness, neck and posterior thighs
pain on palpation. The initial lumbar puncture showed discrete
elevated protein and pleocytosis. Zika-virus PCR test was positive
in serum, urine and cerebrospinal fluid. Dengue-virus and
Chikungunya-virus were both negative. CT exam and CT
angiography of brain, neck and chest were obtained with no
significant abnormalities. High-frequency ultrasound
examination of right superficial temporal artery have showed
hypoechoic wall thickening. He was managed as a case of
temporal arteritis and was started on prednisone at 60mg/
day with remarkable improvement. Conclusion: This case
report has shown Zika-virus as initial possible triggering event
implicated in the pathogenesis of temporal arteritis.
Keywords: Arteritis; Headache; Infection; Temporal; Zika-virus
PC-64
A CASE REPORT OF OPHTHALMOPLEGIC NEUROPATHY AND
ITS ASSOCIATION TO ENHANCEMENT AND THICKENING OF
THE CISTERNAL SEGMENT OF THE OCULOMOTOR NERVE ON
CONTRAST-ENHANCED MR IMAGES
Jamyllo Sales Brito
1
, Jaqueline Soares
1
, Taimison Barbosa
1
,
Felipe Ferreira
1
, Thiago Nascimento
1
, Telio Cantalice
1
,
Pedro Jesus
1
1
HGRS - Hospital Geral Roberto Santos
Introduction/Objectives: Painful ophthalmoplegic
neuropathy is a rare neurologic condition. It was defined by
HIS classification (ICHD-3) in 2018, as a recurrent attack of
headache with migrainous characteristics associated with
paresis of one or more ocular cranial nerves (commonly the
third nerve) in the absence of any demonstrable intracranial
lesion other than MRI changes within the affected nerve. There
are often several reports that demonstrated enhancement of
the cisternal segment of the oculomotor nerve during acute
phase. Case presentation (Results): A 32-year-old woman
had a history of left temporal typically migraine headaches.
Before admission of our hospital, she had complained about
a sensation of left hemifacial oedema followed by a left tem-
poral headache and slight drooping of her eyelid and double
vision that lasted for approximately 7 days. On admission
examination, she had ptosis, divergent strabismus, mydriasis,
third paralysis of the left eye. Brain MRI revealed a thickened
and contrast enhancement of the cisternal segment of left
oculomotor nerve. CT, CSF and cerebral angiography had no
abnormality. She had no papilloedema on fundoscopic exam.
Routine serologic screening of HIV, Hepatitis B and C and
syphilis was negative. Her clinical improvement was observed
spontaneously during hospitalisation for 02 months while she
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
132 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
was completing her investigation. Conclusion: This case report
has shown first ophthalmoplegic migraine case in our service
with documentation of MRI showing enduring thickening of the
oculomotor nerve during acute phase.
Keywords: Enhancement; Oculomotor nerve;
Ophthalmoplegic; Thickening; Headache
PC-65
UMA APRESENTAÇÃO INICIAL INCOMUM DE
ENCEFALOMIELITE DISSEMINADA AGUDA: CEFALÉIA
Jamyllo Sales Brito
1
, Jaqueline Soares
1
, Taimison Barbosa
1
,
Felipe Ferreira
1
, Thiago Nascimento
1
, Rubson Rocha
1
,
Pedro Jesus
1
1
HGRS - Hospital Geral Roberto Santos
Introdução/Objetivos: Sabe- se que a cefaleia é um sinto-
ma possível das doenças inflamatórias não infecciosas po-
rém não é esperado que ela ocorra como sintoma inaugural
na Enfefalomielite Disseminada Aguda. Apresentação do
caso (Resultados): Mulher, de 25 anos, gestante (G1P1A0),
com registro de vacinação para reforço do tétano e influenza
durante o pré-natal, sem histórico médico significativo, pro-
cura serviço hospitalar com relato de cefaleia frontal de forte
intensidade, associada náuseas, vômitos, prostração e sono-
lência progressivos tendo evoluído para coma ao final de sete
dias do início dos sintomas. Não refere quadro álgico seme-
lhante prévio, não foram identificados fatores precipitantes
ou de melhora para a cefaleia e não há registro de febre ou
sinais e sintomas localizatórios de infecção. Ao exame neuro-
lógico admissional, apresentava-se com tetraparesia às ma-
nobras passivas, arreflexia global, reflexo cutâneo plantar
extensor bilateralmente e não apresentava sinais de menin-
gismo. O teste sorológico para o vírus da imunodeficiência
foi negativo e o estudo do líquor apresentou celularidade
aumentada a custa de linfócitos com demais parâmetros den-
tro da normalidade. A Tomografia de Crânio sem contraste
não demonstrou alterações. E os exames de RNM com con-
traste evidenciaram inúmeras lesões focais no parênquima
encefálico, bulbo, medula cervical e torácica de substrato
desmielinizante e mesma natureza temporal. Houve indica-
ção obstétrica de interrupção precoce da gestação, porém o
feto evoluído para óbito. A paciente apresentou melhora im-
portante do déficit motor e resolução completa da cefaleia
após com 1g de metilprednisona realizada por cinco dias.
Conclusão: este relato de caso ilustra um achado incomum
de cefaleia como sintoma inaugural e predominante da
encefalomielite disseminada aguda.
Palavras-chaves: ADEM; Aguda; Cefaleia; Disseminada,
Encefalomielite
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 133
PÔSTERES DOS ALUNOS
PAC-01
ÓLEOS ESSENCIAIS COMO ADJUVANTES NO TRATAMENTO DA
MIGRÂNEA: HÁ EVIDÊNCIA SUFICIENTE PARA INDICAR
SEU USO?
Amanda Vieira Barbosa
1,2
, Ellen Tatiana Santos Andrade
1,2
,
Juliana Carvalho Freire
1
, Saulo Rios Mariz
1,2
1
UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
2
Pet Fitoterapia - Programa de Educação Tutorial - Conexão
de Saberes - Fitoterapia
Introdução: Migrânea é o segundo tipo de cefaleia mais
comum e o que mais leva os pacientes ao consultório médi-
co. É uma condição debilitante e ocasiona falta de produtivi-
dade no trabalho e em ambiente escolar. Existe uma gama
de medicações indicadas para prevenção e tratamento da
migrânea, todavia, estas não curam a doença e requerem
uso prolongado. Alguns pacientes também acabam abusan-
do de outras medicações como os anti-inflamatórios não
esteroidais para tratamento das crises e entrando no espectro
de refratariedade das mesmas. Portanto, o cenário na tera-
pêutica da enxaqueca ainda é aberto a novas possibilidades
terapêuticas e entre elas estão os óleos essenciais os quais,
por sua aplicação tópica, teriam menos efeitos adversos. O
objetivo deste trabalho é conhecer as evidências científicas
que demonstrem a eficácia destes óleos no alivio da migrânea
através de revisão sistemática da literatura. Metodologia:
Realizada buscas nos portais Pubmed, SciElo, Science Direct
utilizando descritores cadastrados no Decs e MeSH: "essential
oil" AND "migraine". Resultados e Discussão: Foram sele-
cionados 13 artigos que estavam de acordo com o objetivo
do nosso estudo. Um ensaio clínico com o uso tópico do óleo
da Rosa damascena não demonstrou diferenças significati-
vas entre ele e o placebo em relação a intensidade da dor.
Em outro estudo com a utilização da Camomila (Matricaria
chamomilla) foi demonstrado redução da intensidade da
cefaleia, da náusea, vômito, fonofobia e fotofobia quando
comparado ao placebo. Estudo clínico com a utilização do
óleo a base de Lavanda (Lavandula stoechas) durante 03
meses também reduziu a severidade e intensidade da dor de
maneira estatisticamente significativa quando comparado aos
dados iniciais dos pacientes e ao grupo controle. Além da
aplicação tópica a inalação do óleo da Lavanda demons-
trou melhora do quadro de enxaqueca. Embora a principal
planta utilizada e com mais ensaios clínicos na literatura seja
o Tanacetum parthenium não há estudos com seres humanos
sobre uso do óleo essencial dessa espécie vegetal em pacien-
tes com migrânea, embora avaliando os componentes é
presumível que teria ação farmacológica contra a enxaque-
ca. Conclusão: Embora em pouca quantidade, os estudos
encontrados demonstram eficácia de alguns óleos essenciais
em ensaios clínicos randomizados. Quanto à segurança para
indicá-los foi demonstrado que não há efeitos colaterais e por
atuarem na redução da dor podem ser considerados como
adjuvantes a terapêutica.
Palavras-chaves: Migrânea; Óleos essenciais; Fitoterapia;
Neurologia
PAC-02
PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIOS DA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR EM PACIENTES COM MIGRÂNEA
Amanda Vieira Barbosa
1
, Juliana Carvalho Freire
1
,
Ellen Tatiana Santos Andrade
1
,
Alexandre Magno Nóbrega Marinho
1
1
UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
Resumo: A cefaleia é uma das desordens neurológicas mais
prevalentes, representando um grande problema mundial. Ela
pode ser classificada como primária ou secundária. Migrânea
ou enxaqueca é um tipo de cefaleia primária (assim como a
tensional). O termo migrânea, do grego hemikranios, signifi-
ca "metade da cabeça" em alusão a uma das suas caracterís-
ticas. A disfunção temporomandibular (DTM) define um gru-
po de doenças que acometem os músculos mastigatórios,
articulação temporomandibular (ATM) e estruturas vizinhas. É
multifatorial, estudos já demonstraram relação com diversos
fatores, como psicológicos, estruturais, neuromusculares,
onicofagia, bruxismo, lesões traumáticas ou degenerativas da
ATM. A associação deste distúrbio com a migrânea ocasiona
piora de ambas, dificuldade no tratamento e sobreposição
de apresentações clínicas. O objetivo deste estudo foi avaliar
o perfil sociodemográfico dos pacientes com enxaqueca aten-
didos no Hospital universitário Alcides Carneiro e avaliar a
prevalência de distúrbios da ATM nestes indivíduos. Metodo-
logia: Um estudo transversal, de caráter descritivo foi reali-
zado entre agosto de 2017 a março de 2018, a coleta de
informações foi através de questionário estruturado. Critérios
de inclusão: aceitar participar da pesquisa, > 18 anos, não
estar grávida, ter diagnóstico de migrânea pelos critérios da
3º Classificação Internacional de Cefaleia. O diagnóstico de
DTM foi avaliado através do questionário de Fonseca (vali-
dado internacionalmente) e pelo exame físico. Resultados:
O número de participantes foi 66, destes 86,4% eram do sexo
feminino, 60,6% foram diagnosticados com migrânea sem
aura, a intensidade da dor avaliada pela escala visual
analógica era forte para 77,3% dos participantes. A
prevalência de DTM foi 94% entre os entrevistados, sendo a
maioria (62,5%) classificada como leve, seguido de 19,7%
com DTM moderada e 9,1% com DTM grave. Os pacientes
com DTM grave tiveram o MIDAS (Migraine Disability
Assessment) classificado em grau IV, o que reflete intenso grau
de incapacidade no cotidiano. Discussão e Conclusão:
Durante a realização do estudo foi perceptível a grande asso-
ciação entre a DTM com a migrânea, reforçando a importân-
cia da pesquisa desta condição em pacientes principalmente
com dor crônica por sobrepor o quadro e interferir no trata-
mento de ambas as doenças para otimização diagnóstica e
terapêutica.
Palavras-chaves: Migrânea; Neurologia; Estudo transver-
sal
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
134 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PAC-03
ASSOCIAÇÃO DE TRAMADOL E METOCLOPRAMIDA NO
TRATAMENTO DE CRISES AGUDAS DE ENXAQUECA
Juliana Carvalho Freire
1
, Amanda Vieira Barbosa
1
,
Louise Pessoa de Araújo Guedes
1
,
Alexandre Magno da Nóbrega Marinho
1
1
UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
Introdução: Enxaqueca é uma perturbação cefálgica primá-
ria com crises intermitentes moderadas ou graves com sinto-
mas associados. Suas características são: localização unilate-
ral, qualidade pulsante, intensidade moderada a grave, agra-
vamento pela atividade física rotineira, associação com náu-
seas ou vômitos, fotofobia e fonofobia. A enxaqueca é um fator
de risco importante para doenças cardiovasculares. A aborda-
gem e terapêutica desta condição varia desde o afastamento
de fatores deflagradores, uso de medicamentos preventivos e
outros abortivos. O objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia
do uso do tramadol 50 mg + metoclopramida 5 mg, compa-
rado com o placebo, para o tratamento de crises agudas de
enxaqueca. Metodologia: Foi realizado um ensaio clínico
randomizado, controlado e duplo cego em pacientes atendi-
dos no ambulatório de neurologia do Hospital Universitário
Alcides Carneiro localizado em Campina Grande-PB, avalian-
do o perfil clínico e socioeconômico e comparando a eficácia
da combinação do tramadol 50mg com a metoclopramida
5mg, através da Escala Visual Analógica (EVA), frequência e
duração das enxaquecas e necessidade de medicação de res-
gate. Os dados coletados em dois momentos (antes da inter-
venção e após a intervenção, por telefone , 30 dias após). Re-
sultados: Participaram do estudo um total de 66 pacientes.
Não foi possível estabelecer contato por telefone para realizar
o segundo momento da intervenção com 14 deles e 7 pacien-
tes não fizeram uso do medicamento. A medicação controle
foi utilizada por 21 pacientes e 24 receberam o placebo. Dos
pacientes que fizeram uso da medicação controle 52,3% referi-
ram melhora considerável dos sintomas agudos de enxaqueca
na EVA, sem necessidade de uso de medicação de resgate,
enquanto os outros 47,7 não apresentaram melhora significa-
tiva apenas com o medicamento e utilizaram outros medica-
mentos (sumotriptanos, analgésicos, entre outros). Dos pacien-
tes que fizeram uso do placebo, 41,6% referiram melhora da
crise aguda de enxaqueca, enquanto os outros 58,4% não ob-
tiveram resposta satisfatória. Conclusão: Os resultados de-
monstraram que o medicamento controle e o placebo apre-
sentaram desfechos semelhantes quanto à eficácia no tratamen-
to de crises agudas de enxaqueca.
Palavras-chaves: Ensaio clínico; Terapêutica; Tramadol;
Transtornos de enxaqueca
PAC-04
STROKE OR HANDL: A VERY CHALLENGING DECISION TO BE
MADE IN THE EMERGENCY ROOM
Laryssa Crystinne Azevedo Almeida
1
, Marcelo Moraes Valença
1
1UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Resumo: Syndrome of transient headache and neurologic
deficits with cerebrospinal fluid lymphocytosis (HaNDL) is a
rare headache disorder, described for the first time in 1981,
with a self-limited and, frequently, benign course. Adults as well
as children can be affected. The syndrome of HaNDL is hardly
ever considered as the first diagnosis in a patient with a recent
focal neurological deficit and headache by physicians who deal
with emergency attendance. Frequently the patient is mistakenly
regarded as having had an ischemic stroke when in fact no
obstruction in the arterial blood flow is present. We report a
case of a patient with HaNDL intending to alerting health care
professionals to the risk of failing to diagnose this intriguing
neurological disorder correctly, still little understood by
neurologists and especially by emergency room personnel. A
31-year-old male was admitted to the emergency room with a
history that, in a 40 minutes interval, numbness and tingling
sensation were felt in the right foot that progressed throughout
the lower limb, trunk, mouth, hemiface, and tongue on the same
side. The patient then became dysarthric and dysphasic. No
motor deficit was observed in this first episode. Two hours after
the beginning of the sensory symptoms he felt a pulsatile
headache (7/10 intensity), with nausea and vomiting, photo-/
phonophobia, which lasted for 4 hours. This neurological
symptomatology persisted for approximately six hours,
eventually regressing completely, together with the headache.
Over a period of two weeks, he reported having had five such
episodes, the next four episodes with slight weakness in the upper
and lower limbs, always on the right-hand side, with the
exception of the final episode, which occurred on the left-hand
side and progressed to the right side. A series of investigations
was carried out. All the results were considered normal. The
possibility of a diagnosis of HaNDL was raised only two weeks
after the onset of the disease when one of the authors (MMV)
was consulted. A CSF examination was therefore performed. A
pleocytosis consisting of 203 cells/mm3 (90% lymphocytes and
10% monocytes) was observed, with 63 mg/dL protein, and
61 mg/dL glucose. We reviewed the literature on HaNDL and
considered this type of headache to be rare, with a very small
number of cases published to date. This entity may, in fact, be
more frequent than is currently believed because of the poor
knowledge of this disease by the medical community.
Keywords: Headache; HaNDL; Focal neurological deficit;
Stroke; CSF lymphocytosis
PAC-05
CEFALEIA E DISSECÇÃO ARTERIAL: APRESENTAÇÃO DE 02
CASOS E REVISÃO DE LITERATURA
Mônica Coelho Bagagi
1
, Américo Danúzio Pereira Oliveira
1
1
UPE - Universidade de Pernambuco
Introdução: Ascefaleias vasculares apresentam-se, na gran-
de maioria das vezes, de forma súbita, sendo a principal ma-
nifestação clínica e o sintoma mais frequentemente descrito
nas dissecções arteriais cranianas, que costumam acometer
pacientes jovens com cefaleia, sinal neurológico focal e ne-
nhum fator de risco cardiovascular. Entretanto, devido a baixa
prevalência desses eventos, associada a uma população jo-
vem e de baixo risco, o diagnóstico pode passar despercebi-
do, retardando o tratamento e a prevenção de complicações.
Objetivos: Relatamos 2 casos clínicos de acidentes vasculares
cerebrais por dissecção de artérias extra e intracraniana com
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 135
cefaleia súbita na apresentação do quadro, destacando os
exames utilizados para o diagnóstico e a importância do rá-
pido reconhecimento e terapia para prevenir complicações.
Material e Métodos: As informações foram obtidas por meio
de revisão dos prontuários, entrevista com os pacientes, re-
gistro de exames complementares com posterior revisão da
literatura. Resultados: Caso 1: R.C.N.M.A, sexo feminino,
28 anos, admitida com cefaleia súbita de localização
occipital, em aperto, com moderada intensidade, devido dis-
secção espontânea de carótida interna, com evolução para
AVC isquêmico. A paciente foi submetida a terapia anticoa-
gulante, havendo melhora dos sintomas e recanalização ar-
terial. Caso 2: M.B.O, sexo feminino, 38 anos, admitida com
cefaleia holocraniana súbita, em aperto, de forte intensidade
e piora progressiva, seguida de rebaixamento de consciência
com infarto talâmico paramediano bilateral, devido a dis-
secção da artéria basilar, com oclusão da artéria cerebral
posterior esquerda. A paciente foi submetida a terapia com
drogas antiagregantes e estatina havendo melhora dos sinto-
mas. Ambas apresentaram provas vascutíticas e trombofílicas
negativas. Conclusões: A cefaleia é uma importante mani-
festação clínica em pacientes com suspeita de dissecção arte-
rial intra ou extracraniana, e deve ser valorizada, principal-
mente, em pacientes jovens, que apresentam dor súbita e/ou
padrão novo de dor, com ou sem relato de trauma cervical,
associada ou não a outros sinais neurológicos.
Palavras-chaves: Cefaleias vasculares; Dissecção arterial
extracraniana; Dissecção arterial intracraniana; Dissecção de
carótida interna; Infarto talâmico bilateral
PAC-06
CEFALEIA COMO RESPOSTA FISIOLÓGICA DA DESIDRATAÇÃO
NA PRÁTICA ESPORTIVA
Nathália de Freitas Penaforte
1
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: Muitos atletas profissionais, amadores e prati-
cantes de atividade física, não realizam adequada ingestão
hídrica diária durante a prática esportiva. Podendo surgir a
desidratação, condição fisiológica decorrente de uma pro-
longada perda hídrica corporal, resultando em desempenho
reduzido e consequentemente outros sintomas como a
cefaleia.Logo, o objetivo deste estudo foi verificar a resposta
fisiológica da desidratação na prática esportiva atrelada ao
surgimento de cefaleia. Material e Métodos: Revisão bibli-
ográfica, com informações obtidas a partir de 11 artigos de
língua portuguesa e inglesa, por meio da base de dados
SciELO, Lilacs e PubMed, publicados de 2009 a 2018. Com
descritores em comum: headache, dehydration, athlete e suas
combinações. Resultados: Devido à necessidade do estado
de hidratação do indivíduo, torna-se essencial sua avaliação
principalmente quando realizados de longa duração e em
condições climáticas desfavoráveis à termorregulação. Efei-
tos da desidratação podem ocorrer seja esta, leve ou mode-
rada com até 2% de perda da massa corporal. Dependendo
do aspecto, o prejuízo físico e cognitivo-motor podem ser
aparentes depois de uma perda de entre 1% a 10%. Quanto
maior a desidratação, menor a capacidade de redistribuição
do fluxo sanguíneo para a periferia, menor sensibilidade
hipotalâmica para a sudorese e menor capacidade aeróbica
para um dado débito cardíaco. Estudo realizado com com-
petidores de mountain bike em desidratação foram observa-
das algumas manifestações como: sensação de perda de for-
ça, câimbras, sede muito intensa, fadiga generalizada, dor
de cabeça, dificuldade de realização de um movimento téc-
nico, perda de sensibilidade nas mãos e di?culdade de con-
centração. Outra pesquisa detectou cefaleia em mulheres com
desidratação a um nível médio de 1-39% de perda de peso
corporal. Alterações no equilíbrio eletrolítico pode afetar di-
retamente as regiões cerebrais de ordem mais alta desde
regulação do balanço eletrolítico para a e neurotransmissão
elétrica. Alternativamente, neurônios hipotalâmicos que de-
tectam desidratação podem sinalizar regiões do cérebro
corticais quando os indicadores fisiológicos iniciais de desi-
dratação surgem. Conclusões: De fato, o surgimento de
cefaleias em atletas por consequência do status de desidrata-
ção torna-se uma problemática atrelada a outros sintomas,
sendo imprescindível uma intervenção nutricional estratégi-
ca, o que ainda permanecem obscuros e carecem de maior
investigação.
Palavras-chaves: Atleta, Dor de Cabeça, Hidratação, Inter-
venção nutricional, Performance
PAC-07
ÊNFASE NA SUPLEMENTAÇÃO DA COENZIMA Q10 COMO
TERAPIA PROFILÁTICA DA ENXAQUECA
Nathália de Freitas Penaforte
1
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A enxaqueca consiste em uma doença neuro-
vascular, caracterizando-se por crises repetidas de cefaleia,
com frequência bastante variável. Evidências mostram que a
suplementação com a Coenzima Q10 (CoQ10), vitamina
lipossolúvel conhecida como ubiquinona, possa aliviar essas
crises ao restaurar a mitocôndria. Esse estudo objetivou-se
analisar a eficácia dos efeitos da suplementação da CoQ10
como terapia profilática da enxaqueca. Material e Méto-
dos: Revisão bibliográfica, com informações obtidas a partir
de 12 artigos de língua portuguesa e inglesa, por meio da
base de dados SciELO, Lilacs e PubMed, publicados de 2011
a 2018. Com descritores em comum: coenzyme Q10,
headache, calcitonin gene-related peptide, migraine e suas
combinações. Resultados: Estudos têm indicado que a en-
xaqueca pode ser desencadeada por uma diminuição na ener-
gia mitocondrial, através de uma falha na fosforilação
oxidativa que altera o tônus vascular que dificulta a reciclagem
do oxigênio reativo, sendo o uso da CoQ10 eficaz, além de
ter função antioxidante. Estudo duplo-cego controlado por
placebo, onde 42 pessoas receberam 100 mg de CoQ10 três
vezes por dia, durante três meses, verificaram que a taxa de
resposta dos que receberam a vitamina foi de 50%. Outros
estudos não detectaram efeitos colaterais nessa suple-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
136 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
mentação. A CoQ10 pode reduzir o peptídeo relacionado ao
gene da calcitonina (CGRP), um neuropeptídeo de
aminoácidos produzido predominantemente até 50% dos
neurônios trigemiais do nervo system e liberado por termina-
ções nervosas perivasculares após a ativação do nervo
trigêmeo, agindo como um potente dilatador do sangue pe-
riférico e cerebral, sugerindo sua associação com essas dores
de cabeça. Pesquisadores investigaram essa relação suple-
mentando 400mg/dia de CoQ10 por três meses observando
nos resultados a diminuição à níveis séricos de CGRP e TNF-
?.Estudo com 252 crianças e adolescente com deficiência nos
níveis séricos de CoQ10 foram tratados com a suplementação
de 1 a 3 mg/kg por três meses, o que resultou em 46% dos
pacientes atingindo 50% ou mais na redução da frequência
das dores de cabeça ao longo do tempo. Conclusões: Su-
gere-se que pacientes com enxaqueca possam se beneficiar
com a suplementação de CoQ10 como terapia profilática,
sendo necessário mais estudos para entender a relação do
metabolismo mitocondrial nessa fisiopatologia, confirmando
melhor as evidências já mostradas.
Palavras-chaves: Calcitonina, Dores de Cabeça, Mitocôndria,
Ubiquinona
PAC-08
PREVALÊNCIA DE CEFALEIA EM PACIENTES CELÍACOS E
SUA RESPOSTA À DIETA ISENTA DE GLÚTEN COMO
TRATAMENTO EMERGENTE
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Widemar Ferraz da Silva
3
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda,
2
UFPE - Universidade Federal de
Pernambuco,
3
UniFavip/Wyden - Centro Universitário Vale do Ipojuca
Introdução: A doença celíaca (DC) é um distúrbio autoimune
desencadeado em indivíduos geneticamente predispostos pela
ingestão de proteínas do glúten no trigo, cevada e centeio,
caracterizando-se por inflamação na mucosa intestinal e
atrofia nas vilosidades, melhorando com a remoção do glúten
na dieta. A associação entre DC e cefaleia pode representar
um sintoma extraintestinal. Esse estudo objetivou correlacionar
a adesão à dieta isenta de glúten à redução das frequências
de dores de cabeça em pacientes com DC. Material e Mé-
todos: Revisão bibliográfica, com informações obtidas a partir
de 11 artigos de língua inglesa, por meio da base de dados
SciELO, Lilacs e PubMed, publicados de 2012 a 2018. Com
descritores em comum: headache, gluten-free diets, celiac
disease e suas combinações. Resultados: Evidências suge-
rem que a generalização da resposta inflamatória na DC, in-
cluindo regulação positiva de certas citocinas, a partir da res-
posta imune debilitada, possa ser fator desencadeante das
dores de cabeça nesses indivíduos por induzir um distúrbio no
tônus vascular. Pesquisa com 883 crianças e adolescente com
dores de cabeça, foi relatada maior prevalência de DC, com
uma melhora extremamente relevante dos sintomas após o
início da dieta sem glúten. Estudo com 28.638 pacientes com
DC e 143.126 controles, a prevalência de cefaleia ocorreu
em 4,7% e 2,9%, respectivamente. Outro estudo descreveu
cefaleia e hipoperfusão cerebral como sintomas mais comuns
em pacientes com DC não tratada em comparação com os
em tratamento ativo. Pesquisa mostrou que 51 dos 132 paci-
entes com DC tiveram cefaleia recorrente definida com pelo
menos um episódio por mês, em que 68,75% notaram redu-
ção dessa frequência ou intensidade, ou ambos, após o início
da dieta isenta de glúten. Possível carência de vitaminas, tais
como magnésio e baixos níveis de serotonina também foi
detectada nesses pecientes em decorrência da má absorção
crônica. Pesquisadores encontraram prevalência de 30% de
cefaleia em 188 pacientes com DC. Anormalidades na subs-
tância branca em neuroimagem foram detectadas em paci-
entes, com e sem DC, encontrando anticorpos elevados para
gliadina. Conclusões: Indivíduos com DC demonstram es-
tar com maior risco de apresentarem cefaleia quando em
comparação com os de mucosa intestinal normal, necessi-
tando de uma triagem no protocolo de diagnóstico nesses
pacientes. No entanto, mais estudos são necessários para
determinar se a dieta isenta de glúten é benéfica para a
cefaleia.
Palavras-chaves: Doença celíaca, Dor de cabeça, Inflama-
ção, Mucosa intestinal
PAC-09
ABSTINÊNCIA DA CAFEÍNA NA DEPENDÊNCIA E SEU EFEITO
CONTROVERSO NA RESOLUÇÃO DAS DORES CEFÁLICAS:
HIPERESTIMULAÇÃO CEREBRAL
Nathália de Freitas Penaforte
1
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A cafeína, é um alcalóide natural, reconhecido
como uma droga psicoestimulante do sistema nervoso cen-
tral com ação antagônica nos receptores de adenosina A1 e
A2, tendo uma ação analgésica para as cefaléias em conjun-
to com outros analgésicos, entretanto, seu uso crônico e
repetitivo aumenta o risco de desenvolver dependência quí-
mica e cefaléia crônica diária e a cessação do uso leva a
uma síndrome de abstinência, sendo as dores cefálicas o sin-
toma dominante.Esse estudo objetivou-seavaliar o mecanis-
mo da cafeína e sua controversa resposta resolutiva para as
dores cefálicas, diante do seu efeito estimulante para esse sin-
toma. Material e Métodos: Revisão bibliográfica, com in-
formações obtidas a partir de oito artigos científicos de lín-
gua portuguesa, inglesa e espanhola, por meio da base de
dados SciELO, Lilacs e PubMed, publicados de 2006 a 2018.
Com descritores em comum: cafeína, cefaleia, dependência.
Resultados: A cafeína possui a propriedade de dilatar os
vasos sanguíneos do corpo e de contrair os do cérebro, acre-
ditando-se que seja essa vasoconstrição a responsável, ao
menos em parte, pelo alívio de certas dores de cabeça, po-
rém, ela predispõe ao surgimento da próxima dor. Em um
indivíduo hiperativo se há uma potencialização dessa ação
estimulante do sistema nervoso o que facilita esse ciclo vicio-
so. Pesquisa com 2496 pessoas entrevistadas, 44,8% relata-
ram consumo diário de café durante o último mês, destes,
321 pessoas descreveram sentirem dor de cabeça como um
sintoma de abstinência, concluindo que a ingestão de cafeí-
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 137
na pode ser uma cefaleia precipitante em mulheres. Outros
autores, observaram que a cafeína aumenta esse risco em
pessoas com história de cefaléia primária recorrente. Estudo
conduzido na Noruega confirmou que o excesso de cafeína
pode tanto melhorar como piorar as crises cefálicas, envol-
vendo mais de 50 mil pessoas que tinham o consumo médio
de 420mg/dia, cerca de 40% dessas relataram ter apresenta-
do dor de cabeça no último ano e aquelas que consumiam
mais tiveram maior chance de apresentar essas crises e cerca
de 1% apresentou crises por mais de 14 dias durante o mês.
Conclusões: As dores cefálicas podem ser induzidas tanto
na abstinência como no uso excessivo da cafeína, havendo
controvérsia de seu uso como profilaxia para esse sintoma,
necessitando de mais estudos a fim de que se obtenha outras
evidências diante dessa linha de raciocínio.
Palavras-chaves: Alcaloide natural, Dor de cabeça, Nutri-
ção, Vasoconstrição
PAC-10
BAIXA CONCENTRAÇÃO SÉRICA DA VITAMINA D COMO FATOR
DIETÉTICO CHAVE NO DESENCADEAMENTO DA CEFALEIA
Nathália de Freitas Penaforte
1
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A vitamina D é uma vitamina solúvel em gordu-
ra com propriedades hormonais, que tem importantes fun-
ções reguladoras no desenvolvimento do cérebro, na diferen-
ciação celular e no apoptose. O efeito dessa vitamina come-
ça com a ligação de 1,25-OH vit D ao seu receptor, que são
encontrados no cérebro, em particular, em neurônios, células
da glia, medula espinhal e sistema nervoso periférico, indu-
zindo efeitos genômicos e não genômicos ativando várias vias
intracelulares. Esse estudo objetivou-se examinar a relação
da deficiência em Vitamina D com a cefaleia e sua preva-
lência. Material e Métodos: Revisão bibliográfica, com in-
formações obtidas a partir de livros e artigos científicos de
língua inglesa, por meio da base de dados SciELO, Lilacs e
PubMed, publicados de 2009 a 2018. Com descritores em
comum: headaches, D vitamin, cephalic pains. Resultados:
As hipóteses que explicam essa associação é que a vitamina
D possa levar ao aumento do plasma e redução das concen-
trações de Cálcio (Ca) no cérebro, estimulando ou inibindo a
expressão de várias proteínas ligadas ao Ca, alterando a
excitabilidade neuronal. Estudo relatou a redução da frequên-
cia e duração de enxaqueca em mulheres na pós-menopausa
com suplementação de vitamina D e Ca, sendo essa deficiên-
cia encontrada em 40% dos pacientes com enxaqueca. Pode
ainda desencadear uma desregulação no metabolismo da
serotonina pela via tirosina hidroxilase, hipomagnesemia e
inflamação envolvendo dor extravascular, uma vez que exer-
ce um efeito neuroprotetor. Pesquisadores da Noruega, de-
tectaram a cefaléia mais prevalente entre aqueles com 25 (OH)
D sérico <50 nmol/L. Foi verificado polimorfismos do recep-
tor da vitamina D mais prevalente em pacientes com enxa-
queca. Como um esteróide neuroativo, a vitamina D pode
modular a excitabilidade neuronal, incluindo disparo regular
espontâneo, duração do potencial de ação, excitabilidade
intrínseca e sensibilidade a neurotransmissores, hormônio
liberador de gonadotrofinas, neurônios opioidérgicos, bem
como a receptores neurotransmissores como ácido gama-
aminobutírico e N-metil-d-aspartato. Ao limitar o M-CSF,
citocina que estimula a proliferação, diferenciação e sobrevi-
vência de monócitos e macrófagos, a vitamina D tem o po-
tencial de inibir as vias da dor. Conclusões: Há relação en-
tre dores crônicas e deficiência de vitamina D, necessitando
de mais ensaios randomizados de suplementação dessa vita-
mina para elucidar seu papel como profilaxia ou tratamento
para enxaqueca.
Palavras-chaves: Enxaqueca, Excitabilidade neuronal,
Suplementação dietética
PAC-11
BENEFÍCIOS DA LACTUCA SATIVA NA MELHORA DA QUALIDA-
DE DO SONO INTERLIGADA À CEFALEIA:
UMA REVISÃO DE LITERATURA
Nathália de Freitas Penaforte
1
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A má qualidade do sono é geralmente conside-
rada um fator de risco para a progressão da forma episódica
para a forma crônica de cefaleia do tipo tensional (CTT), com
prevalência global de 42%. Evidências mostram que a gravi-
dade e a prevalência de problemas com o sono aumentam
proporcionalmente à frequência das dores de cabeça, além
de estarem relacionadas a fatores emocionais. A Lactuca sativa
(alface), tem sido mostrado como um auxiliar na melhora do
sono, bem como para aliviar a dor e inflamação, devido a
duas substâncias amargas lactocina e lactupicrina, como
sedante natural e tranquilizante no sistema nervoso. Esse estu-
do objetivou-se avaliar os benefícios da L. sativa na melhora
da qualidade do sono e da cefaleia. Material e Métodos:
Revisão bibliográfica, com informações obtidas a partir de 8
artigos de língua inglesa, por meio da base de dados SciELO,
Lilacs e PubMed, publicados de 2013 a 2018. Com descritores
em comum: sleep deprivation, lactucina, insomnia, headache,
lactuca e suas combinações. Resultados: Pesquisa que al-
mejou investigar a ocorrência de enxaqueca em crianças ob-
servou a associação com o menor tempo de sono, maior
latência do sono e menor movimento ocular rápido e sono de
ondas lentas. Estudo com 204 estudantes de graduação foi
avaliada a qualidade do sono detectada como ruim em
84,31% tendo sido associada à cefaleia, sonolência diurna e
insônia. Outro estudo relatou que existem subgrupos dentro
da CTT e do grupo de enxaqueca, nos quais os padrões de
sono e os mecanismos de precipitação à sua ocorrência seja
diferente. Em uma pesquisa com L. sativa resultou em melho-
ra significativa dos escores de sono, sem efeitos colaterais
aparentes na força da dose usada. Outro estudo constatou
que a suplementação do extrato de alface pode ser preferível
ao combate do distúrbio do sono induzido pela cafeína. Con-
clusões: As evidências sobre a L. sativa mostraram-se útil
como auxiliar do sono, como também sua contribuição efeti-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
138 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
va na resolução das dores cefálicas, podendo ser uma linha
de tratamento natural livre de riscos. Maiores estudos contro-
lados randomizados são necessários para investigar e confir-
mar seu uso.
Palavras-chaves: Enxaqueca, Extrato de alface, Insônia, Nu-
trição
PAC-12
EFEITO DOS ANTIOXIDANTES EM PACIENTES ASMÁTICOS
ASSOCIADO A FENÔMENOS OXIDATIVOS CEREBRAIS
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Marinara Alice Costa da
Silva
3
, Mayara Gabrielly Germano de Araújo
4
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
3
UniFavip - Centro Universitário UniFavip Wyden em Caruaru,
4
UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
Introdução: A asma é caracterizada por obstrução reversí-
vel das vias aéreas, inflamação e hiperresponsividade. Há o
envolvimento da enxaqueca relacionada a mecanismos in-
flamatórios e neurológicos ainda pouco estudada. Entre os
fatores dietéticos, a ingestão de nutrientes antioxidantes tem
sido associada ao risco de doenças alérgicas e cefaleias. A
partir disso esse estudo objetivou-se verificar a capacidade
dos antioxidantes plasmáticos com a inflamação das vias
aéreas, examinando a prevalência de cefaleias. Material e
Métodos: Revisão bibliográfica, com informações obtidas a
partir de 11 artigos de língua inglesa, por meio da base de
dados Medline e PubMed, publicados de 2011 a 2018. Com
descritores em comum: antioxidant, headache, asthma e suas
combinações. Resultados: Um estudo com 288 pacientes
ambulatoriais com asma, os quais 60,4% descreveram uma
dor de cabeça, foi investigado de acordo com o histórico dos
pais, em que tiveram asma em 47,9% e enxaqueca em 22,2%.
Outra pesquisa detectou 62,4% de dores de cabeça em paci-
entes asmáticos, percebendo que essa frequência é significa-
tivamente maior quando comparado a indivíduos saudáveis.
Evidências correlacionaram a cefaleia do tipo enxaqueca e o
uso de esteroides inalatórios e a presença de alergias. Rela-
tos mostraram que a enxaqueca pode estar associada a um
mau controle da asma, a qual foi mencionada em outro estu-
do como um fator de risco para o início da enxaqueca crôni-
ca entre as com a episódica já instalada, sugerindo a degra-
nulação de mastócitos, disfunção autonômica ou fatores ge-
néticos ou ambientais. A terapia com suplemento nutricional
pode melhorar o status oxidante e antioxidante desregulado,
inflamação e respostas imunes, função pulmonar e qualida-
de de vida relacionada à saúde em pacientes com asma alér-
gica leve a moderada. Pesquisa com 35 crianças asmáticas e
21 controles saudáveis, verificaram que os antioxidantes
plasmáticos, vitamina A e E, selênio e coenzima Q10, mas
não carotenoide, foram significativamente mais baixos em
asmáticos. Sendo válido relatar que em episódios da enxa-
queca encontra-se níveis mais elevados de estresse oxidativo,
o que torna favorável o uso de antioxidantes pela inibição da
produção de radicais livres. Conclusões: É imprescindível
aumentar a conscientização sobre o papel dos antioxidantes
em pacientes asmáticos, além de citar seu efeito na redução
da progressão e frequência dos fenômenos oxidativos cere-
brais, o que ainda requer a demanda de mais estudos.
Palavras-chaves: Asma, Cefaleia, Inflamação, Nutrição,
Vias aéreas
PAC-13
EFICÁCIA DA ABORDAGEM TERAPÊUTICA NUTRICIONAL COM
O ÔMEGA-3 NA NEUROINFLAMAÇÃO LÚPICA
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Mayara Gabrielly Germano
de Araújo
2
, Rafael Pascoalli de Araújo Lima
3
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
4
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFCG - Universidade Federal de Campina Grande,
3
UNP - Universidade Potiguar
4
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma do-
ença autoimune crônica que afeta principalmente a faixa
etária jovem, inclui envolvimento neurológico e tem a cefaleia
como um dos sintomas comuns. Pesquisas anteriores relata-
ram taxas de prevalência variando de 24% a 72% nesses pa-
cientes. A partir disso esse estudo objetivou-se avaliar a eficá-
cia da abordagem terapêutica nutricional com o ômega-3
na neuroinflamação lúpica. Material e Métodos: Revisão
bibliográfica, com informações obtidas a partir de 12 artigos
de língua inglesa, por meio da base de dados Medline e
PubMed, publicados de 2011 a 2018. Com descritores em
comum: ômega-3, headache, lúpus e suas combinações. Re-
sultados: A neuroinflamação lúpica é recorrente identificada
como cefaleia grave, incapacitante, persistente e resistente ao
tratamento, tornando difícil estabelecer uma relação causal
real com o LES. Pesquisa verificou que 18% dos pacientes ti-
nham essa neuroinflamação no início da doença com esse
número aumentado para 58% após 10 anos. Evidências rela-
tam a exposição ao estresse, citocinas circundantes vasculares
e lesões neurais como alguns dos fatores desencadeante da
cefaleia nesses pacientes. Pesquisa detectou as cefaleias fo-
ram mais prevalentes nos pacientes com LES com manifesta-
ções neuropsiquiátricas quando comparado à saudáveis.
Outro estudo revelou que 75% se refere ao tipo tensão da dor
de cabeça como o mais frequente nesses indivíduos. A ingestão
de ácidos graxos poliinsaturados está relacionada à diminui-
ção da concentração de proteína C-reativa (PCR), eicosanóides
pró-inflamatórios, citocinas, quimiocinas e outros biomar-
cadores da inflamação, além de ter um efeito terapêutico so-
bre doenças autoimunes. Um estudo com 49 mulheres com
LES, as quais 22 receberam ingestão diária de ômega-3 por
12 semanas, apresentou uma redução da PCR. Outro ensaio
clínico controlado foi realizado em 52 pacientes com LES, os
quais a suplementação dietética com óleo de peixe mostrou-
se benéfica na modificação da atividade da doença sintomá-
tica. Estudo detectou uma redução significativa da duração,
frequência e gravidade de uma cefaleia em grupo que rece-
beu o efeito sinérgico do óleo de peixe e do valproato de
sódio. Conclusões: Nenhum mecanismo patogênico foi des-
crito até o momento para explicar a presença de cefaleia em
pacientes com LES, necessitando de mais estudos acerca dos
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 139
efeitos dos ácidos graxos ômega-3 como terapia nutricional.
Palavras-chaves: cefaleia, lúpus eritematoso sistêmico,
poliinsaturados
PAC-14
IMPLICAÇÃO DA ANEMIA RENAL NA FISIOPATOLOGIA DA
CEFALEIA HEMODIALÍTICA: TERAPIA ESTRATÉGICA
NUTRICIONAL
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Ingrid Jaqueline Fonseca
Leopoldino
2
, Mayara Gabrielly Germano de Araújo
3
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
4
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFS - Universidade Federal de Sergipe
3
UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
4
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A Cefaleia Hemodialítica (CH) está entre os sinto-
mas neurológicos mais frequentemente encontrados duran-
te a hemodiálise (HD), podendo estar relacionada aos dis-
túrbios da homeostase. Vários fatores de risco são relata-
dos, dentre esses a anemia renal é uma complicação séria e
comum nesses pacientes. Esse estudo objetivou-se avaliar a
fisiopatologia da CH implicado pela anemia renal e a tera-
pia estratégica nutricional. Material e Métodos: Revisão
bibliográfica, com informações obtidas a partir de 9 artigos
de língua inglesa, por meio da base de dados Medline e
PubMed, publicados de 2015 a 2018. Com descritores em
comum: headache, anemia, hemodialysis, nutrition e suas
combinações. Resultados: Entre as características dessa CH
estão o padrão pulsátil, a localização frontal, intensidade
moderada a grave e o início algumas horas após o início
da diálise. Evidências relatam uma possível explicação pela
síndrome de desequilíbrio de diálise, devido à rápida re-
moção de ureia durante HD, desenvolvido principalmente a
partir de um gradiente osmótico de ureia que se forma entre
o cérebro e o plasma. Um estudo avaliou a incidência e as
características clínicas da CH em pacientes com HD e Diálise
Peritoneal (DP), entrevistando 409 pacientes, os quais os de
HD apresentaram hemoglobina significativamente menor. A
CH pode ser um sintoma da anemia renal, por durante o
tratamento a hemostasia dos eritrócitos e ferro terem altera-
ções fisiológicas a elevação dos níveis de ferritina e
hepcidina, devido ao processo inflamatório reduzindo a
reabsorção do ferro. Pesquisa detectou 43,3% pacientes apre-
sentando dores de cabeça, sendo desses 76,2% os de HD,
podendo associar a anemia de filtração glomerular menor
e maior nível de hormônio paratireoide fortemente interli-
gada à cefaleia. Ressaltando que a anemia renal é
consequência da deficiência relativa de eritropoietina
endógena. Um estudo avaliou a eficácia da terapia de nu-
trição parenteral intradialítica em 40 pacientes desnutridos
com anemia, destes, 50% receberam 500-1000 mL da tera-
pia a uma taxa de 250-300 mL/h em cada sessão de HD
três dias por semana durante seis meses consecutivos, resul-
tando em níveis médios de hemoglobina significativamente
aumentado também. Conclusões: Alterações bioquímicas
como a anemia renal pode ser um gatilho para a
fisiopatologia da CH, exigindo um manejo nutricional ade-
quado, necessitando de mais estudos acerca dos mecanis-
mos associados, os quais ainda são limitados.
Palavras-chaves: Ferro, Hemodiálise, Nutrição, Sintoma
neurológico
PAC-15
POTENCIAL DO GENGIBRE NA ABLAÇÃO DA SINUSITE
CRÔNICA E CEFALEIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Widemar Ferraz da Silva
2
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
3
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UniFavip - Centro Universitário UniFavip Wyden em
Caruaru,
3
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A sinusite é definida como inflamação da muco-
sa dos seios paranasais, sendo o termo rinosinusite mais cor-
reto por existir quase sempre inflamação concomitante da
mucosa nasal contígua. Estima-se que 24% dos pacientes com
sinusite crônica apresente cefaleia, podendo ser um processo
patológico na região da inflamação. A partir de evidências
esse estudo objetivou-se avaliar o potencial do gengibre como
estratégia terapêutica na ablação da sinusite crônica e cefa-
leia. Material e Métodos: Revisão bibliográfica, com infor-
mações obtidas a partir de 9 artigos de língua inglesa, por
meio da base de dados Medline e PubMed, publicados de
2011 a 2018. Com descritores em comum: ginger, headache,
sinusites, e suas combinações. Resultados: Estudo com pa-
cientes com rinosinusite foi demonstrado que os que sofrem
de cefaleia necessitam do exame otorrinolaringológico obri-
gatório, incluindo a endoscopia da cavidade nasal, no en-
tanto, o tratamento cirúrgico nem sempre resulta na elimina-
ção ou alívio da cefaléia rinogênica. Um estudo duplo-cego
controlado por placebo com 60 participantes adultos, rela-
tando enxaqueca episódica com ou sem aura foram inclusos,
em que o grupo que recebeu 400 mg de extrato de gengibre,
apresentaram resposta clínica significativamente melhor, por
promover redução da dor e melhora do status funcional em
todos os momentos avaliados. O gengibre suprime a síntese
de prostaglandinas através da inibição da ciclooxigenase-1
e ciclooxigenase-2, modulando também vias bioquímicas
ativadas na inflamação.Um estudo com pacientes que sofri-
am de sinusite crônica não complicada os quais receberam
duas doses ao dia de 250 mg de suco de gengibre, com du-
ração de 45 a 90 dias, percebeu-se como resultado 96,6% de
eficácia clínica. Pesquisadores relataram em um estudo du-
plo-cego, com pacientes que tiveram enxaqueca aguda sem
aura, que o manejo com gengibre em pó apresentou um
melhor perfil de efeitos colaterais quando comparado a tra-
tamento farmacológico. Outros pesquisadores sugeriram que
não há um conhecimento científico ou explicação alopática
de seu mecanismo de ação, supondo a partir de estudos an-
teriores o possível efeito inibitório sobre o óxido nítrico. Con-
clusões: No tratamento das cefaleias associada a sinusite, o
gengibre vem demonstrando eficácia além de não ter
contraindicações. Porém, mais estudos ainda são necessários
afim de esclarecer seu processo inibitório.
Palavras-chaves: Dor de cabeça, Inflamação, Nutrição,
Seios paranasais
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
140 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PAC-16
SUPLEMENTAÇÃO DE ÔMEGA 3 NA REDUÇÃO DA
SINTOMATOLOGIA DA CEFALEIA
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Ana Paula da Silva Araújo
2
,
Ana Paula Ferreira da Silva
2
, Maria Clara Ribeiro de Arruda
Costa
2
, Thayná Menezes Santos
2
, Allane Mariane Santos
Silva
2
, Maria Izabel Siqueira de Andrade
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFPE CAV - Universidade Federal de Pernambuco - Centro
Acadêmico de Vitória
Introdução: O TNF-α é uma citocina pró-inflamatória fun-
damental na fisiopatologia da cefaleia. A Cefaleia diária crô-
nica (CDH) é caracterizada com a presença de dores de ca-
beça que duram 4 horas ou mais por 15 ou mais dias por
mês por pelo menos 3 meses. O termo CDH engloba diversos
tipos e representam 40% dos pacientes com especialidade de
cefaléia clínicas. Esse estudo objetivou-se analisar a eficácia
da suplementação na redução da sintomatologia da cefaleia.
Material e Métodos: Estudo sistemático descritivo realiza-
da na base de dados PubMed durante o mês de Junho de
2018. Para a busca de artigos foram utilizados os descritores:
"Ômega 3", e "Headache", os quais foram previamente locali-
zados na lista do Medical SubjectHeadings (Mesh), disponível
na U.S. National Library of Medicine. A entrada de estudos na
presente revisão se deu a partir dos seguintes critérios de ele-
gibilidade: Estudos originais publicados nos últimos dez anos
(2008-2018), nos idiomas inglês, português ou espanhol e que
foram realizados com indivíduos adultos e idosos. Resulta-
dos: Foram identificados 17 estudos inicialmente, sendo se-
lecionados 3 artigos para compor o escopo teórico após a
análise de títulos, resumo e texto completo. Todas as pesquisas
foram realizadas em países estrangeiros e publicadas nos anos
de 2013 e 2017 com pacientes que apresentavam cefaleia. O
tamanho amostral variou entre 51 e 80 indivíduos, sendo con-
duzidos por estudos de caso-controle. A intervenção com alta
ômega 3 e baixa ômega 6 (H3-L6) produziu uma melhora sig-
nificativamente maior com relação ao número de dias de dor
de cabeça por mês (8,8 versus 4,0; P = 0,02), comparado ao
grupo com intervenção com baixa ômega 6 (L6). Estudo mos-
trou que o TNF-α (mRNA) atuante no mecanismo da cefaleia,
foi reduzido após a combinação de ω-3 e nano-curcumina.
Soares (2017) verificou que houve uma melhoria em de mais
de 50,0 e 75,0% em, respectivamente, 81,5 e 85,2% dos pa-
cientes que usaram ácidos graxos poliinsaturados ômega 3.
Conclusões: A utilização de ômega 3 na dieta de pacientes
com cefaleia pode ser uma estratégia para melhorar a quali-
dade de vida, reduzindo as dores. São necessários estudos
futuros para comprovar a eficácia do uso nessa população.
Palavras-chaves: Citocina, Dor de cabeça, Inflamação, Nu-
trição
PAC-17
REDUÇÃO DE CEFALEIA APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA: REVISÃO
SISTEMÁTICA
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Ana Paula Ferreira da Silva
2
,
Ana Paula da Silva Araújo
2
, Maria Clara Ribeiro de Arruda
Costa
2
, Thayná Menezes Santos
2
, Allane Mariane Santos
Silva
2
, Maria Izabel Siqueira de Andrade
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
2
UFPE CAV - Universidade Federal de Pernambuco -
Centro Acadêmico de Vitória
Introdução: A associação entre obesidade e enxaqueca é
um campo emergente de interesse de pesquisa. Tem sido
relatado que indivíduos obesos experimentam dores de ca-
beça mais severas e frequentes em comparação com indiví-
duos com peso normal. Nesse contexto, estudos relatam um
notável alívio de severidade da cefaleia em pacientes sub-
metidos à cirurgia bariátrica, sendo a perda de peso a prin-
cipal razão para a melhora observada na cefaleia. Esse es-
tudo objetivou-se identificar estudos que evidenciam a redu-
ção de cefaleia após a cirurgia bariátrica. Material e Mé-
todos: Estudo de revisão sistemática, conduzida nas plata-
formas PubMed, Scielo e BVS, utilizando os descritores:
"Headache" e "Bariatric Surgery", disponíveis no Medical
Subject Headings (Mesh). A inclusão dos estudos de base na
presente revisão se deu a partir de recorte temporal de 10
anos (2008-2018), sendo elegíveis aquelas pesquisas
publicadas nos idiomas inglês, português e espanhol. Re-
sultados: Inicialmente foram encontrados 37 artigos cien-
tíficos, sendo 29 da plataforma Pubmed e 6 da BVS. Após a
aplicação dos critérios de elegibilidade quatro estudos fo-
ram selecionados para compor a presente revisão. Consta-
tou-se que os artigos foram publicados entre 2011 e 2017.
O tamanho amostral variou entre 19 e 105 indivíduos, com
idades entre 18 e 70 anos. Todos os estudos fizeram acom-
panhamento até os 6 meses do pós-cirúrgico, analisando a
evolução dos indivíduos. Em todas as pesquisas incluídas
foi demonstrada redução significativa da frequência da dor
de cabeça, bem como da severidade, havendo ainda dimi-
nuição da duração dos ataques de enxaqueca e aumento
dos intervalos das dores. Conclusões: Os estudos demons-
tram redução significante da cefaleia após o procedimento
bariátrico. Vale salientar que as investigações que se desti-
nam a compreender a redução da cefaleia após a cirurgia
ainda são escassas, sendo necessários mais esforços cientí-
ficos para se elucidar os determinantes da redução da
cefaleia no pós-operatório da cirurgia bariátrica.
Palavras-chaves: Dor de cabeça, Gastroplastia, Nutrição,
Obesidade
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 141
PAC-18
RELAÇÃO ENTRE CEFALEIA E DIETA CETOGÊNICA: O QUE DIZ A
LITERATURA?
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Ana Paula Ferreira da Silva
2
,
Ana Paula da Silva Araújo
2
, Maria Clara Ribeiro de Arruda
Costa
2
, Widemar Ferraz da Silva
3
,
Maria Izabel Siqueira de Andrade
2
1
Facottur - Faculdade de Comunicação,
Tecnologia e Turismo de Olinda
2
UFPE CAV - Universidade Federal de Pernambuco - Centro
Acadêmico de Vitória
3
Unifavip/Wyden - Centro Universitário Vale do Ipojuca
Introdução: Dados clínicos sugerem que a dieta cetogênica
pode ser uma profilaxia eficaz de início rápido para controle
da enxaqueca episódica e crônica, contribuindo para restau-
rar a excitabilidade e o metabolismo do cérebro, modulando
a neuroinflamação. Esse estudo objetivou-se avaliar a associ-
ação entre dieta cetôgenica e a redução da cefaleia. Materi-
al e Métodos: Estudo de revisão sistemática conduzido nas
plataformas PubMed, Scielo e BVS com uso dos descritores:
"Headache" e "Ketogenic Diet", disponíveis no Medical Subject
Headings (Mesh). Para a inclusão dos estudos de base na pre-
sente revisão utilizou-se um recorte temporal de 10 anos (2008-
2018), sendo elegíveis aquelas pesquisas publicadas nos idi-
omas inglês, português e espanhol. Resultados: Constatou-
se que os artigos foram publicados entre 2012 e 2018, com
população analisada de 12 a 18 indivíduos, através de estu-
do caso-controle. Foi possível constatar que logo após o pri-
meiro mês de implementação da dieta, já houve melhoras
quanto a severidade e o intervalo dos ataques. Notou-se que
a frequência das dores foi diminuída em 50%. Conclusões:
Os resultados parecem ser promissores quanto à atuação da
dieta cetogênica na melhora do quadro de cefaleia. No en-
tanto, são necessários mais estudos que se destinem a com-
preender os mecanismos pelos quais ocorre essa melhora,
além da expansão das pesquisas, com maior quantidade
amostral, para que os dados sejam mais conclusivos.
Palavras-chaves: Alimentação, Dor de cabeça, Nutrição
PAC-19
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B E OCORRÊNCIA DA CEFALEIA:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Ana Paula Ferreira Silva
1
,
Ana Paula da Silva Araújo
1
, Maria Clara Ribeiro de Arruda
1
,
Widemar Ferraz da Silva
3
, Allane Mariane Santos Silva
1
,
Maria Izabel Siqueira de Andrade
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
Facottur - Faculdade de Comunicação, Tecnologia e
Turismo de Olinda
3
UniFavip- Centro Universitário UniFavip Wyden
Introdução: A literatura ainda é discreta no tocante à preva-
lência e às características clínicas associadas à deficiência de
tiamina. Estudos recentes apontam a associação entre a defi-
ciência sérica de vitaminas do complexo B, principalmente a
tiamina, e a incidência de cefaleia (Prakash et al., 2016).
Objetivou-se identificar estudos que evidenciam a deficiência
de vitamina B e a ocorrência de cefaleia. Materiais e Méto-
dos: Estudo de revisão sistemática, conduzida nas platafor-
mas PubMed, Scielo e BVS, utilizando os descritores:
"Headache" e "Vitamin B Deficiency", disponíveis no Medical
Subject Headings (Mesh). A inclusão dos estudos de base na
presente revisão foi feita sem utilização de recorte temporal,
sendo elegíveis aquelas pesquisas publicadas nos idiomas
inglês, português e espanhol. Resultados: Inicialmente fo-
ram encontrados 38 artigos científicos, sendo 22 da platafor-
ma Pubmed e 16 da BVS. Após a aplicação dos critérios de
elegibilidade dois estudos foram selecionados para compor
a presente revisão. Constatou-se que os artigos foram publi-
cados entre 2012 e 2016. Ambos os estudos relataram que a
cefaleia não associava-se a outras patologias, porém, com a
evolução e cronicidade, notou-se em alguns indivíduos a de-
ficiência sérica de vitaminas do complexo B. Após a adminis-
tração intravenosa de doses de tiamina de 500mg, houve
melhora da cefaleia em menos de 12 horas, além da redu-
ção dos intervalos de dor, sendo diminuída completamente
após 24 horas. Alguns pacientes foram acompanhados por
um período de quatro dias, onde se observou que com a re-
dução e fracionamento da tiamina para duas doses diárias
de 100mg, alcançou-se a amenização da cefaleia crônica e
aumento dos intervalos de dor. Conclusões: Os estudos de-
monstram a associação positiva entre cefaleia e deficiência
sérica de vitamina B, sendo observados efeitos benéficos da
administração de tiamina. Vale salientar que as investigações
que se destinam a compreender essa associação ainda são
escassas, sendo necessários mais esforços científicos para se
elucidar a melhora da cefaleia após a administração desse
micronutriente.
Palavras-chaves: Deficiência vitamínica, Cefaleia, Nutrição
PAC-20
EVIDÊNCIAS DA RELAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR E
INCIDÊNCIA DE CEFALEIA EM CRIANÇAS
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Ana Paula Ferreira Silva
1
,
Ana Paula da Silva Araújo
1
, Widemar Ferraz da Silva
3
,
Thayná Menezes Santos
1
, Allane Mariane Santos Silva
1
,
Maria Izabel Siqueira de Andrade
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda
3
UniFavip - Centro Universitário UniFavip Wyden
Introdução: A literatura relata vários fatores promotores e
desencadeadores da dor de cabeça em crianças, porém ain-
da são pouco estudados. Dentre eles, variáveis comporta-
mentais de saúde, como a ingestão de certos alimentos e a
fome fisiológica são apontados como fortes preditores (Wöber;
Wöbe-Bingöl, 2013). Objetivou-se identificar estudos que rela-
cionam o consumo de alimentos à incidência de cefaléia em
crianças. Metodologia: Estudo de revisão sistemática condu-
zido nas plataformas PubMed, Scielo e BVS. Foram utilizados
os descritores: "Headache", "Children" e "Food Consumption",
localizados na lista do Medical Subject Headings (Mesh), dis-
ponível na U.S. National Library ofMedicine. Sem recortes tem-
porais, sendo elegíveis aquelas pesquisas publicadas nos idio-
mas inglês, português e espanhol. Resultados: Inicialmente
foram encontrados 31 artigos científicos, sendo 28 da plata-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
142 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
forma Pubmed e 3 da BVS. Após a aplicação dos critérios de
elegibilidade três estudos foram selecionados para compor a
presente revisão. Constatou-se que os artigos foram publica-
dos entre 1992 a 2011. O tamanho amostral variou entre 17
e 5.044 indivíduos, com idades entre 6 e 17 anos, sendo de-
monstrados os dados referentes apenas à faixa etária infantil.
Observou-se que o endosso da ingestão de carne foi associa-
do de forma confiável com uma probabilidade de 0,16 de
um novo episódio de dor de cabeça, ocorrendo em relação a
uma probabilidade de 0,25 durante intervalos em que ne-
nhuma ingestão de carne foi endossada. Quanto às bebidas,
as cafeinadas foram associadas a uma probabilidade de 0,15
de novo episódio de dor de cabeça, e, probabilidade de 0,24
para a incidência de cefalia na primeira ingestão. Alimentos
com presença de grande quantidade de aditivos, como: be-
bidas a base de cola, goma de mascar, doces, bolos, foram
frequentemente associados a cefaleia e outros efeitos adver-
sos, como náuseas erupções cutâneas, entre outras. Notou-se
também que ataques de enxaqueca foram produzidos com
maior frequência após o consumo de leite de vaca, repolho,
farinha, ovos, conservantes, queijos cottage ou suíço, carne
suína, corantes, chocolate, carne bovina, morangos, limões e
manteiga. Conclusões: Os estudos que se destinaram a com-
preender a associação entre a incidência de cefaleia e consu-
mo alimentar ainda são escassos, e apesar de ter se observar
alguns alimentos que são predisponentes, faz-se necessário
mais esforços científicos para se fortalecer tais evidências.
Palavras-chaves: Cefaleia; Consumo alimentar; Crianças
PAC-21
EVIDÊNCIAS NA ADMINISTRAÇÃO COMBINADA DE
NUTRACÊUTICOS NA CEFALEIA
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Ana Paula Ferreira da Silva
1
,
Ana Paula da Silva Araújo
1
, Thayná Menezes Santos
1
,
Maria Clara Ribeiro de Arruda
1
, Widemar Ferraz da Silva
3
,
Maria Izabel Siqueira de Andrade
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
Facottur - Faculdade de Comunicação Tecnologia e
Turismo de Olinda
3
Unifavip - Centro Universitário Unifavip Wyden
Introdução: Diversos mecanismos distintos compreendem a
fisiopatologia da cefaleia, que abrangem a modulação de
estruturas de dor central e periférica e liberação de peptídeos
vasoativos (Gaul C et al., 2015). Várias opções de tratamento
estão disponíveis, porém, há excassez de tratamentos efetivos
que apresentem baixos efeitos colaterais, aumentando o inte-
resse para as opções não farmacológicas para a prevenção
da cefaleia (Guibolt et al., 2017). Objetivou-se analisar a efi-
cácia da administração combinada de nutracêuticos na re-
dução da sintomatologia da cafaleia. Metodologia: Estudo
sistemático descritivo realizada na base de dados PubMed
durante o mês de Junho de 2018. Para a busca de artigos
foram utilizados os descritores: "Dietary Supplements", e
"Headache", os quais foram previamente localizados na lista
do Medical Subject Headings (Mesh), disponível na U.S.
National Library of Medicine. A entrada de estudos na presen-
te revisão se deu a partir dos seguintes critérios de elegibili-
dade: Estudos originais publicados nos últimos dez anos (2008-
2018), nos idiomas inglês, português ou espanhol e que fo-
ram realizados com indivíduos adultos e idosos. Resultados:
Foram identificados 101 estudos inicialmente, sendo selecio-
nados três artigos para compor o escopo teórico após a aná-
lise de títulos, resumo e texto completo. Todas as pesquisas
foram realizadas em países estrangeiros e publicadas entre
os anos de 2012 e 2017 com pacientes que apresentavam
cefaleia. O tamanho amostral variou entre 75 e 133 indivídu-
os, sendo conduzidos por estudos de caso-controle. A
suplementação com a combinação de matricária, coenzima
Q10 e magnésio reduziu significativamente o número médio
de dias com cefaleia por mês (Guibolt A, et al. 2017). No
estudo realizado por Esfanjani et al. (2012), o número médio
de frequência, gravidade e índice de cefaleia diminuíram sig-
nificativamente com a maior redução no grupo suplementado
com magnésio (p <0,001). Conclusões: O uso de nutracêu-
ticos é uma alternativa capaz de reduzir o número médio de
dias com enxaqueca por mês, uma vez que, os resultados
apresentados são positivos. Estudos complementares são ne-
cessários para confirmar a eficácia e repercurssão do uso a
longo prazo.
Palavras-chaves: Cefaleia; Nutracêuticos; Suplementação
PAC-22
EFICÁCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE MELATONINA E SEU PAPEL
NO TRATAMENTO DA CEFALEIA
Nathália de Freitas Penaforte
1
, Widemar Ferraz da Silva
3
,
Ana Paula Ferreira da Silva
1
, Mylena Félix dos Santos
1
,
Gabriel Henrique Albuquerque Lins
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
Facottur - Faculdade de Comunicação Tecnologia e
Turismo de Olinda
3
Unifavip - Centro Universitário Unifavip Wyden
Introdução: A glândula pineal é responsável pela produção
de melatonina e possui uma importância biológica conside-
rável, visto que atua como um transdutor neuroendócrino,
transformando informações externas referentes ao ciclo noite-
dia em sinais bioquímicos que modulam diversos sistemas
corporais. A literatura vem mostrando que alguns tipos de
cefaleia apresentam ritmicidade circadiana, estando a
melatonina possivelmente envolvida em seu processo fisio-
patológico, uma vez que indivíduos sob esta condição neuro-
lógica apresentam níveis baixos deste hormônio. Partindo
deste exposto, o objetivo deste trabalho é avaliar a eficácia
da suplementação de melatonina no tratamento de pacien-
tes com cefaleia. Material e Métodos: Foi realizada uma
revisão bibliográfica de artigos científicos publicados em pe-
riódicos internacionais, indexados nas seguintes bases: SciELO,
Google Acadêmico, Pubmed e Periódicos CAPES, utilizando
artigos publicados nos últimos cinco anos, a partir dos seguin-
tes descritores: headache, melatonin e circadian cycle. Resul-
tados: Os estudos avaliados mostraram diferentes dosagens
de melatonina, variando entre 2mg e 4mg próximos ao horá-
rio de dormir. Em relação à duração da suplementação, o
tempo mínimo utilizado pelos autores foi de três meses, che-
gando até seis meses em um dos trabalhos analisados. Foi
visto que a ingestão de 3mg de melatonina é capaz de redu-
zir a frequência e duração dos ataques de cefaleia em crian-
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 143
ças, adultos e idosos. Por outro lado, a administração de do-
ses inferiores não se mostrou eficaz em seu tratamento. Exa-
minando os efeitos de doses mais elevadas de melatonina,
um dos artigos constatou que a ingestão de 4mg do compos-
to supracitado é tão eficiente quanto o uso de 25mg de
amitriptilina no tratamento preventivo da enxaqueca, porém,
sendo superior no que se diz respeito ao perfil dos efeitos
colaterais, apresentando uma menor frequência de sonolên-
cia e ganho de peso ponderal quando comparado ao grupo
que fez uso do tratamento farmacológico. Conclusão: A
suplementação de melatonina se mostrou uma estratégia pro-
missora no tratamento da cefaleia, podendo ser usada como
uma alternativa ao uso de fármacos. Entretanto, mais estudos
devem ser realizados a fim de se estabelecer dose e tempo
adequado para uso.
Palavras-chaves: Ciclo circadiano; Dor de cabeça; Glân-
dula pineal; Nutrição
PAC-23
DESCONFORTO VISUAL E AUDITIVO NAS ATIVIDADES DIÁRI-
AS DE MULHERES COM MIGRÂNEA - ESTUDO PILOTO
Jéssica Rodrigues Moreira
1
, Nicoly Machado Maciel
1
, Carina
Ferreira Pinheiro
1
, Letícia Zorzin
1
, Eduardo Rocha Arruda
1
,
Fabíola Dach
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP/USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -
Universidade de São Paulo
Introdução: Fotofobia e fonofobia são sintomas frequentes
em indivíduos com migrânea. Estes são altamente incapaci-
tantes durante a crise de migrânea, e se manifestam em me-
nor intensidade no período interictal. Desta forma, mesmo
durante o período sem dor, tais sintomas podem influenciar
estes pacientes na realização de atividades diárias. Objeti-
vos: Comparar o desconforto visual e auditivo na realização
de atividades diárias entre mulheres com e sem migrânea.
Métodos: Foram incluídas 27 mulheres com migrânea (GM),
com 36,5 ± 9,8 anos e 14 mulheres sem queixa de dor de
cabeça (GC), com 27,0 ± 6,5 anos. Todas as voluntárias fo-
ram questionadas quanto à intensidade de desconforto visual
e auditivo durante a realização de atividades diárias, utili-
zando uma escala numérica de 0 e 10 (0 = nenhum descon-
forto na atividade indicada, 10 = desconforto máximo). As
respostas das pacientes com migrânea foram referentes ao
período sem dor de cabeça. O estudo foi aprovado pelo co-
mitê de ética em pesquisa sob o processo 16210/2015. Os
grupos foram comparados com teste t-Student para amostras
independentes, com nível de significância de p<0,05. Resul-
tados: O grupo migrânea apresentou maior intensidade de
desconforto visual do que o grupo controle em todas as ativi-
dades avaliadas, sendo elas: "dirigir" (GM 3,93; IC95% 2,62
a 5,23; GC 1,86; IC95% 0,45 a 3,26; p=0,04), "assistir televi-
são ou ir ao cinema" (GM 3,3; IC95% 2,20 a 4,39; GC 1,0
IC95% 0,18 a 1,82; p=0,00), "realizar atividades sociais" (GM
2,78; IC95%1,66 a 3,89; GC 0,5; IC95% -0,07 a 1,07;
p=0,00) e "caminhar na rua durante o dia" (GM 3,52; IC95%
2,39 a 4,65; GC 1,36; IC95% 0,38 a 2,33; p=0,00). Na ava-
liação do desconforto auditivo, o grupo migrânea também
relatou maior intensidade do que o grupo controle nas situa-
ções: "realizar atividades sociais" (GM 4,11; IC95% 2,94 a
5,29; GC 1,0; IC95% -0,05 a 2,05; p=0,00), "ouvir sons do
dia-a-dia" (GM 3,19; IC95% 2,09 a 4,28; GC 1,5; IC95% 0,56
a 2,44; p=0,02) e "conversar em local barulhento" (GM 5,26;
IC95% 4,15 a 6,37; GC 2,36; IC95% 1,32 a 3,40; p=0,00).
Os grupos não diferiram somente na situação "manter a con-
centração em local barulhento" (p=0,39). Conclusão: Mu-
lheres com migrânea apresentam maior desconforto visual e
auditivo na realização de atividades diárias em comparação
com indivíduos saudáveis. A fotofobia e fonofobia apresen-
tam impacto funcional em pacientes com migrânea mesmo
no período interictal.
Palavras-chaves: Transtornos de enxaqueca; Fenômenos
biomecânicos; Fotofobia; Fonofobia
PAC-24
RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÕES NA ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULARES E BIFOSFONATOS
Romero Carlos de Albuquerque Lima Filho
FOR - Faculdade de Odontologia do Recife
Bifosfonatos (BFs) são uma classe de drogas usadas em am-
plas especialidades medicas, incluindo endocrinologia,
oncologia, ortopedia e odontologia. Quimicamente, bifosfo-
natos têm sua estrutura análoga ao pirofosnato, um produto
normal do metabolismo humano atuante na redução do
remodelamento e incremento da mineralização óssea. Nos
finais do ano 2003 foram publicados os primeiros casos de
exposição óssea nos maxilares associada ao uso de BFs
intravenosos, a que se deu o nome de osteonecrose maxilar
associada a bisfosfonatos; além disso, pacientes submetidos
ao uso das BFs apresentavam fraturas espinais espontâneas e
ausência de consolidação do osso num período de seguimen-
to de dois anos. A osteonecrose maxilar associada a bisfos-
fonatos é um tipo de osteomielite crónica de progressão lenta
cuja reabilitação de forma espontânea é difícil, por sua vez a
osteomielite crónica multifocal recorrente é uma doença auto-
inflamatória caracterizada por lesões ósseas recorrentes e
multifocais com quadros de melhoria e de agravamento. Mais
recentemente diversos casos clínicos, estudos in vivo e anali-
ses radiograficas, tem demonstrado ação nefasta sobre os
côndilos mandibulares e, por conseguinte nas ATMs. Assim o
objetivo do presente estudo é realizar uma revisão da litera-
tura atualizada do efeito medicamentoso dos bifosfonatos e
derivados sobre a articulação temporo-mandibular. Atualmen-
te, a literatura mostra que tais medicamentos apresentam efei-
tos colaterais não só na remodelação óssea, mas também na
angiogênese. Isso impossibilita o processo de reparo de micro
fraturas devido à deficiência de neoformação óssea e à falta
de uma neovasculatura no local. A inibição da remodelação
óssea e da angiogênese deixa o esqueleto exposto a qual-
quer estresse imposto pelo meio e, esse duplo efeito combi-
nado leva a patologias ósseas já conhecidas, como a osteo-
necrose maxilar, e outras ainda em estudo, como a fratura
atípica do fêmur e alterações na articulação temporoman-
dibular (ATM) que, em alguns casos, podem levar ao desen-
volvimento de DTMs. Assim, pode-se observar que embora a
literatura não possua artigos suficientes para que se afirme
com precisão todas as mudanças efetivas que ocorrem na ATM
relacionadas aos bifosfonatos, os poucos trabalhos existentes
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
144 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
na área, apontam uma relação direta entre alterações na ATM
e bifosfonatos.
Palavras-chaves: Bifosfonatos; DTM; ATM; Osteonecrose
PAC-25
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS NA PREVENÇÃO E
ALÍVIO DA CEFALEIA
Ellen Tatiana Santos de Andrade
1
, Amanda Vieira Barbosa
1
,
Saulo Rios Mariz
1
1
UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
Introdução: A terapêutica popular é praticada no cotidiano
brasileiro pela abundância da flora, rica e diversificada, pela
fácil acessibilidade, e pela incorporação de práticas empíricas,
costumes e tradições culturais da manipulação e utilização
de plantas para os mais diferentes tratamentos, principalmen-
te, relacionados à dor. O objetivo deste estudo foi conhecer
as plantas medicinais utilizadas com uso popular cientifica-
mente validado para o alívio da cefaleia. Metodologia:
Estudo descritivo e exploratório, do tipo revisão integrativa,
com abordagem quantitativa. Utilizaram-se os seguintes des-
critores: "plantas medicinais"; "fitoterápicos"; "cefaleia". A bus-
ca foi realizada através da BVS - Biblioteca Virtual em Saúde,
na qual foram encontrados 27 artigos, sendo utilizados 6 arti-
gos, que possuíam maior afinidade com o tema proposto.
Resultados: O Tanacetum parthenium tem sido usado como
um medicamento tradicional para prevenir a cefaleia. Seu
efeito se dá pela inibição da liberação plaquetária de
serotonina, tendo esta planta mostrado eficácia na redução
da frequência e intensidade de migrânea em estudo contro-
lado. Suas preparações consistem em partes aéreas e folhas,
coletadas quando a planta está florida. Nas doses de 100 a
200mg/dia em cápsulas de folhas secas desta planta, não
tem apresentado efeitos colaterais, sendo indicado tanto para
a profilaxia da enxaqueca, quanto para náuseas e vômitos
associados às crises. Outros estudos avaliaram a utilização
do extrato de Petasites hybridus na prevenção da enxaqueca,
sugerindo sua utilização principalmente em crianças em fun-
ção da ausência de efeitos colaterais. Em estudo clínico rando-
mizado, no qual 60 pacientes receberam o extrato de P.
hybridus ou o placebo na dose de 2 cápsulas de 25mg, duas
vezes ao dia por 12 semanas, houve redução de 60% de fre-
quência das crises de enxaqueca. O Zingiber officinale tam-
bém é utilizado no tratamento da enxaqueca, pois bloqueia a
síntese de prostaglandina, substância que causa inflamação,
aliviando as dores de cabeça e as crises de enxaqueca. O
gingerol é o seu agente ativo que se comporta quimicamente
semelhante à aspirina, reduzindo inflamação e dor. Conclu-
são: Torna-se evidente, portanto, que há comprovação cien-
tífica sobre o uso de diversas espécies de plantas com finali-
dade de prevenção e alívio da cefaleia. No entanto, precisa-
se ainda de muitos estudos para que esse meio de tratamento
possa substituir os métodos convencionais de tratamento
alopático da cefaleia.
Palavras-chaves: Plantas medicinais; Cefaleia; Fitoterapia
PAC-26
RELAÇÃO ENTRE O IMPACTO DA CEFALEIA, QUALIDADE DE
SONO E A SONOLÊNCIA DIURNA
Mateus Mourato Barros
1
, Vanessa de Aquino Gomes
2
,
Rubiane Maria Costa Pininga
1
,
Hugo Rafael de Sousa e Silva
1
1
UPE - Universidade de Pernambuco
2
UFPB - Universidade Federal da Paraíba
Resumo: A cefaleia é um dos maiores sinais clínicos no am-
biente médico e um dos problemas de saúde mais prevalentes
na população, com uma prevalência estimada em 90% ao
longo da vida na população mundial. Fatores externos po-
dem influenciar a aparição de cefaleia, dentre eles destacam-
se a má qualidade de sono e a sonolência diurna. A literatura
científica apresenta dados relacionando cefaleia e a quali-
dade de sono, mas ainda é escassa em estudos correla-
cionando esses três fenômenos. Objetivo: Analisar a rela-
ção entre o impacto da cefaleia, a qualidade de sono e o
grau de sonolência diurna em uma amostra de estudantes.
Metodologia: Com amostra alvo de 69 alunos universitári-
os, mas 54 estudantes participativos, sendo 30 (55,6%) do sexo
feminino e média de idade de 21,59 anos (DP=±2,70). Fo-
ram aplicados quatro instrumentos para a coleta de dados:
1- questionário sociodemográfico; 2- a versão em português
do Headache Impact Test (HIT-6); 3- a versão em português
do Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI); 4- a versão em por-
tuguês do Epworth Sleepiness Scale (ESS). Resultados: A
prevalência de cefaleia no último ano foi de 76,8%. Foi evi-
denciado que 78,3% dos entrevistados possuíam dias de pro-
dutividade reduzida por causa da cefaleia nos últimos três
meses. A análise do HIT-6 demonstrou que em 49,3% da amos-
tra a cefaleia causava impacto. A média de pontuação no
HIT-6 foi maior no sexo masculino (55,05 pontos) comparada
ao do sexo feminino (48,21 pontos) e essa diferença foi esta-
tisticamente significativa, p=0,009. Algo destoante do encon-
trado em literatura, que aponta que o sexo feminino sofre mais
impacto em relação ao masculino. A avaliação do PSQI de-
monstrou que 53,6% apresentava uma má qualidade de sono.
A análise do ESS demonstrou que 23,2% apresenta grau de
sonolência diurna. Foi notado que quanto maior o nível de
sonolência excessiva diurna pelo ESS, maior o impacto da
cefaleia medido pelo HIT-6. Foi realizada uma ANOVA com
contrastes polimoniais para testar a tendência de crescimento
linear. Devido à pequena amostra foi possível evidenciar fra-
cas correlações entre os instrumentos utilizados. Isto consti-
tui um viés de amostra. A correlação entre a pontuação ob-
tida no PSQI e do HIT-6 foi de rho=0,236; p=0,085, uma
correlação não significativa estatisticamente e a correlação
entre a pontuação do ESS e do HIT-6 foi de rho=0,21;
p=0,131, uma correlação não estatisticamente significati-
va. Acreditamos que o tamanho amostral tenha efeito sobre
esse resultado.
Palavras-chaves: Cefaleia; Sono; Sonolência
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 145
PAC-29
ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE CEFALEIA E O
CONSUMO DE ANALGÉSICOS EM UNIVERSITÁRIOS DE
UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA
Alisson Sousa Santos
1
, Jéssica Sena de Rezende
1
,
Artur Eduardo Kalatakis dos Santos
1
, Manoel Gomes Araújo
Neto
1
, Patrícia Maria Wiziack Zago
1
, Daniela Bassi
1
,
Maria Claudia Gonçalves
1
1
UNICEUMA - Universidade CEUMA
Resumo: A cefaleia é um distúrbio neurológico que cursa
com dor na região cefálica, gerando prejuízos tanto físico,
social, laboral, emocional e econômico e rotineiramente é
tratada com medicações. O objetivo deste trabalho foi ava-
liar a prevalência de cefaleias e o uso de analgésicos em
discentes do curso de fisioterapia.Foram avaliados 109 dis-
centes, de ambos os gêneros, com idade entre 18 e 19 anos,
regularmente matriculados no curso de fisioterapia da Uni-
versidade CEUMA, situada na cidade de São Luís-MA, que
concordaram em participar do estudo por meio da assina-
tura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e
foram excluídos os indivíduos que não responderam ade-
quadamente o instrumento de avaliação. A cefaleia e o uso
de analgésico foi avaliado com o questionário desenvolvi-
do no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, baseado na
Classificação Internacional de Cefaleias. Foi considerado uso
excessivo de medicação o uso de nove ou mais analgésicos
para cefaleia por mês. Esta pesquisa foi aprovada pelo Co-
mitê de Ética em Pesquisa da Universidade CEUMA parecer
nº 1307.233. Do total de 109 participantes n=72 (85,72%)
pertenciam ao gênero feminino com média de idade (22,73
± 4,2). Dentre as pessoas avaliadas n= 84 (70,6%) foram
diagnosticadas com cefaleia. O diagnóstico mais frequente
foi a cefaleia do tipo tensional n=57 (67,9%) (P<0,002), se-
guido pela migrânea crônica n=10 (11,9%), migrânea
episódica n=5 (5,9%) e n=12 (14,3%) de outros tipos de
cefaleia. Das pessoas que tiveram cefaleia n=60 (71,4%)
relataram tomar alguma medicação analgésica no momen-
to da dor e n=06 (10%) tomavam medicação profilática
como Topiramato e Amitriptilina. Os voluntários usavam em
média 04±3 analgésicos por mês, assim não foi observado
uso excessivo de medicamentos. Os alunos do curso de fisi-
oterapia apresentaram elevada porcentagem de cefaleia o
que pode estar relacionado a maior porcentagens de mu-
lher e a média de idade da amostra que são fatores de risco
para as cefaleias bem como a alta prevalência dessa condi-
ção na população geral. O diagnóstico mais apresentado
foi o de CTT e a grande maioria tomava alguma medica-
ção analgésica porém não ficou caracterizado o uso exces-
sivo de medicação.
Palavras-chaves: Medicação; Migrânea; Estudantes
PAC-30
INTENSIDADE LUMINOSA E CONTROLE POSTURAL EM PACI-
ENTES COM MIGRÂNEA
Lais Sestari
1
, Carina Ferreira Pinheiro
1
, Renato Moraes
2
,
Gabriela Ferreira Carvalho
1
, Nicoly Machado Maciel
1
,
Fabíola Dach
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo
2
EEFERP-USP - Escola de Educação Física e Esporte de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Resumo: Alterações de controle postural e sensibilidade à
luz são conhecidas em pacientes com migrânea. Consideran-
do que os pacientes com migrânea estão diariamente expos-
tos a estímulos luminosos de diferentes intensidades, sugeri-
mos que estes demonstrariam sensibilidade visual e déficits
no controle postural em função do aumento da intensidade
da luz, diferentemente dos indivíduos controles. O objetivo foi
avaliar o desconforto visual e o equilíbrio de mulheres com
migrânea e sem cefaleia sob diferentes níveis de iluminância.
Foram avaliadas 14 mulheres com migrânea (30,6 ± 8,1 anos)
e 14 sem cefaleia (27,2 ± 2,8 anos). Todas foram avaliadas
nas posturas bipodal e unipodal sobre uma plataforma de
força (Bertec, Columbus, OH, EUA) por 30 segundos em dife-
rentes condições de luminosidade. Tais condições foram
estabelecidas com base na intensidade de desconforto visual
relatado pelo grupo migrânea: ambiente (270 lux, intensida-
de 0), limiar de desconforto visual (400 lux, intensidade
0,8±1,6) e desconforto visual intenso (2000lux, intensidade
6,8±1,9). O estudo obteve aprovação do comitê de ética (pro-
cesso 15269/2016). A área de oscilação e a velocidade de
deslocamento anteroposterior (AP) e mediolateral (ML) do
centro de pressão (CoP) foram analisadas e comparadas en-
tre os grupos nos três níveis de iluminância usando ANOVA
medidas repetidas (p < 0,05). O grupo controle não relatou
desconforto visual em nenhuma das condições avaliadas. Com
relação à área do CoP, foi verificada interação entre grupo e
iluminância em apoio bipodal e unipodal (p = 0,002 e p =
0,005 respectivamente). O grupo migrânea apresentou mai-
or oscilação em todos os níveis de iluminância em ambas as
posturas (p's < 0,05). A análise da velocidade do CoP mos-
trou interação entre grupo e iluminância somente na direção
AP em apoio bipodal (p = 0,019), com maior velocidade dos
migranosos na condição de desconforto intenso (p < 0,05).
Em apoio unipodal, a interação foi verificada em ambas as
direções (AP: p = 0,008 e ML: p = 0,016), sendo o grupo
migrânea maior nas duas condições de desconforto visual na
direção AP (p's < 0,05) e somente na situação de desconforto
intenso na direção ML (p < 0,05). Migranosos apresentam
sensibilidade visual durante o período interictal, e a exposi-
ção a níveis de iluminância que causam desconforto visual
altera o equilíbrio postural desses pacientes, potencializando
alguns déficits pré-existentes, enquanto os mesmos níveis de
iluminância não afetam indivíduos sem migrânea.
Palavras-chaves: Cefaleia; Controle postural; Fotofobia
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
146 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PAC-31
PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CEFALEIA EM
ESTUDANTES DE MEDICINA DE FEIRA DE SANTANA-BA
Yanna Moura da Trindade Viana
1
, Carla Jamile Jabar
Menezes
1
, Aline Santos Souza
1
, Bernardo Crisóstomo
1
,
Estefani Nobre Piton Barreto
1
1
UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana
Introdução: A cefaleia, definida como dor ou desconforto
em região cefálica, é tida como um problema de saúde pú-
blica mundial, pois, acomete grande parcela da população.
É responsável por alto custo aos sistemas de saúde e piora da
qualidade de vida. Os estudantes são comumente afetados
por esse sintoma, sendo que 98% deles vão apresentar pelo
menos um episódio de cefaleia na vida. Tal afecção pode ser
dividida em primárias, que não têm uma causa explícita, ou,
secundárias, que ocorrem secundárias a determinadas
etiologias Objetivo: Avaliar a prevalência da cefaleia e suas
características clínicas entre os estudantes de medicina de Feira
de Santana-BA Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo
descritivo de corte transversal, realizado com estudantes de
medicina de Feira de Santana. Os dados foram coletados a
partir de questionário estruturado sobre cefaleia. A coleta foi
iniciada após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa
envolvendo seres humanos da Universidade Estadual de Fei-
ra de Santana (CEP/UEFS), conduzida segundo a Resolução
466/12 CONEP-CNS/MS e realizada no período de Julho a
agosto de 2017. Os estudantes responderam ao questionário
após aceitarem participar da pesquisa e assinarem o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foi usado o
software SPSS (Statistical Package for Social Science v. 21.0)
para banco de dados e análises. Resultados: Participaram
da pesquisa 168 (89,36%) alunos do curso de medicina de
Feira de Santana-Ba, destes, 83 (49,40%) são do sexo femini-
no e 85 (50,59%) do sexo masculino. Dentre os participantes
96,42% referem pelo menos um episódio de cefaleia na vida.
A localização da dor foi referida por 45,25% pessoas como
sendo frontal. Quanto à lateralidade 70,37% referiram ser
Bilateral, sendo de caráter pulsátil em 61,34% dos estudan-
tes; 51,23% relataram o uso de analgésicos como fator de
melhora. Dos estudantes que referiram cefaleia, 37,23% não
têm familiares com os mesmos sintomas e 23,93% referem a
mãe como portadora dos mesmos sintomas. Conclusões: A
cefaleia é muito comum entre os estudantes de medicina de
Feira de Santana, sendo que as mulheres foram mais acome-
tidas que os homens. É mais prevalente nos 2 últimos anos da
graduação. A apresentação clínica mais frequente foi de uma
cefaleia de intensidade moderada a forte, com localização
frontal e bilateral, de caráter pulsátil e com duração de ho-
ras. Os estudantes de medicina de Feira de Santana, em sua
maioria, negam incapacidade funcional pela cefaleia.
Palavras-chaves: Cefaleia; Estudantes de Medicina;
Epidemiologia
PAC-32
RAZÃO ENTRE A FORÇA DOS MÚSCULOS EXTENSORES E
FLEXORES CERVICAIS EM INDIVÍDUOS COM MIGRÂNEA E
INDIVÍDUOS CONTROLE
Taís de Souza Martins
1
, Mariana Tedeschi Benatto
1
, Camila
Gorla Nogueira
1
, Lidiane Lima Florencio
1
, Marcela Mendes
Bragatto
1
, Fabíola Dach
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo
Introdução: A migrânea está altamente associada à dor
cervical, no entanto, pouco se sabe sobre as repercussões
do desempenho muscular cervical nessa população. Portan-
to, o objetivo foi verificar o equilíbrio muscular dos múscu-
los extensores e flexores cervicais em indivíduos com migrânea
e controles. Métodos: O estudo contou com 104 mulheres
divididas igualmente em dois grupos, migrânea e controle,
com média de idade respectivamente de 33,8 anos
(DP=10,6) e 28,9 anos (DP=8,3) (p=0,02). A força muscular
cervical foi mensurada por um dinamômetro manual
(Lafayette®), sendo realizadas três repetições de 3 segundos
tendo 1 minuto de descanso entre as repetições. A média
das forças foi calculada, e o equilíbrio muscular foi verifica-
do pela a razão entre os músculos extensores/flexores
cervicais. Para a análise estatística, realizou-se o test t Student
para comparar a idade entre os grupos e mediante a dife-
rença, utilizou-se a ANCOVA para a comparação da força
entre os grupos utilizando a idade como covariável. As aná-
lises foram feitas no software SPSS versão 2.0 adotando um
nível de significância de 0,05. Este estudo foi aprovado pelo
comitê de ética local (nº processo 6861/2016). Resultados:
O grupo migrânea apresentou menor força da musculatura
flexora 35,3N (FN=5,5 N/Kg; DP=2,2) que o grupo contro-
le 48,4N (FN= 7,3 N/Kg; DP=2,9) (F= 11,47; p=0,00); em
contrapartida na musculatura extensora não houve evidên-
cia de diferença, sendo que o grupo migrânea apresentou
um valor 85,7N (FN=13,4 N/Kg; DP=5,3) e o grupo controle
91,9N (FN=14,0 N/Kg; DP=4,5) (p=0,54). Conse-
quentemente, foi possível observar uma diferença na razão
entre extensores e flexores (F= 4,16; p=0,04); sendo que a
razão foi de 2,5 (DP= 1,0) no grupo migrânea e de 2,2 (DP=
1,1) no grupo controle. Conclusão: Conclui-se que o grupo
migrânea apresenta uma menor razão entre os músculos
extensores e flexores, o que pode sugerir a associação da
migrânea com um desequilíbrio muscular cervical.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo- FAPESP.
Palavras-chaves: Força; Enxaqueca; Equilíbrio muscular
PAC-33
MANEJO DE CEFALEIA EM PACIENTE COM FIBROMIALGIA
Marília Gonçalves da Silva
1
, Caio Conde Merten
1
,
Maria Alice Gurgel da Trindade Meira Henriques
1
,
João Victor Clemente
1
, Lucas Dantas de Oliveira
1
,
Dirceu de Lavor Sales
1,2
, Igor Silvestre Bruscky
1
1
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Uninassau
- Faculdade de Medicina - Recife, Pernambuco, Brasil
2
HC- UFPE - Hospital das Clínicas. Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 147
Introdução: A cefaleia é um dos sintomas médicos mais fre-
quentes e pode se apresentar simultaneamente a outras situa-
ções clínicas com elevada prevalência em mulheres, como a
fibromialgia. Material e Métodos: Relato de caso clínico
de cefaleia em paciente com diagnóstico de fibromialgia.
Resultados: Descrevemos o caso de uma mulher de 28 anos
que relata episódio de cefaleia desde a adolescência, con-
trolada com analgésicos simples. Foi diagnosticada com
fibromialgia no ano de 2015 e a partir de julho de 2017 a
paciente apresentou piora do quadro da cefaleia. A cefaleia
é caracterizada como uma dor pulsátil e em queimação, bi-
lateral de início na região temporal que irradia para a região
occipital, associada à fotofonofobia, náusea e sincope. ENA=
8 e frequência de 3 a 4 vezes por semana, com piora ao
estresse e melhora da dor em lugares escuros e silenciosos. A
paciente fazia uso de ciclobenzaprina 10 mg 2 vezes ao dia,
venlafaxina 75 mg a noite e zolpidem 10 mg meio comprimi-
do a noite e foi orientada a prática de atividade física, refe-
rindo melhora de 70%. Iniciou a terapia de acupuntura e ven-
tosas com melhora da dor em 100% no período de 10 sema-
nas durante as quais realizou as sessões. Em 2018 a paciente
retorna com nova piora do quadro da cefaleia, irritabilidade,
piora da qualidade do sono e relata abandono da atividade
física. Foi recomendada a retomada da atividade física, a
associação de acupuntura ao tratamento medicamentoso pré-
vio e acrescentou-se ao esquema medicamentoso melatonina
3 mg à noite para melhorar a qualidade do sono. Houve
melhora da cefaleia em mais de 80%. Conclusão: Para a
melhora do quadro álgico e adequado manejo da cefaleia
em pacientes com fibromialgia, observa-se a importância da
prática de atividade física e de outras medidas não
medicamentosas aliadas ao tratamento medicamentoso.
Palavras-chaves: Cefaleia; Fibromialgia; Tratamento; Dor
PAC-34
A ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA
NO TRATAMENTO PROFILÁTICO DA MIGRÂNEA: UM ENSAIO
CLÍNICO CONTROLADO, RANDOMIZADO E DUPLO-CEGO
Amanda Tiné Rodrigues
1
, Sérgio Rocha
1
, Valéria Salazar
2
,
Marina Berenguer
1
, Fernanda Nogueira
1
, Marcelo Cairrão
3
,
Kátia Monte-Silva
1
1
LANA - UFPE - Laboratório de Neurociência Aplicada -
Universidade Federal de Pernambuco
2
Neuromod - Centro Especializado em Neuromodulação
3
UFPE - Grupo de Neurodinâmica - Universidade Federal de
Pernambuco
Introdução: a estimulação transcraniana por corrente contí-
nua (tDCS - transcranial direct current stimulation) é uma téc-
nica não invasiva de estimulação cerebral capaz de interferir
na atividade elétrica cortical. O presente estudo investigou se
a tDCS era capaz de modificar o quadro clínico de pacientes
com migrânea. Métodos: foi realizado um ensaio clínico,
randomizado, sham-controlado, e duplo-cego. Vinte e oito
pacientes foram randomizados em dois grupos: tDCS anódica
(n=14; 2 mA; 20 minutos) ou tDCS sham (n=14; 2 mA; 30
segundos). Ambos os grupos foram submetidos a 12 sessões,
3 vezes por semana com intervalo mínimo de 48 horas. Para
estimulação, o cátodo foi posicionado em Cz e ânodo em Oz
(Sistema internacional 10/20). O número de crises, intensida-
de da dor e a frequência do uso de tratamento abortivo fo-
ram avaliados pelo período de um mês antes das sessões,
um mês durante, e um mês após o fim das sessões. Resulta-
dos: Nenhum efeito adverso foi observado durante ou após
a aplicação da tDCS. Não foram encontradas diferenças en-
tre os grupos antes das sessões de tDCS, indicando que os
grupos eram comparáveis. Durante o tratamento, 36% dos
pacientes do grupo tDCS diminuíram a intensidade de dor,
passando dos extratos de dor incapacitante para dor intensa
(15%) e de dor incapacitante ou intensa para moderada (21%).
Apenas um paciente do grupo controle (7%) relatou redução
da intensidade da dor durante o tratamento fictício. Após o
tratamento, houve uma redução significativa no número de
crises de migrânea no grupo tDCS (diferença de média=4,3;
95%IC=0,7-8) quando comparado com o grupo controle
(p=0,021). Não foram encontrados nenhum efeito da tDCS
sobre a frequência do uso de tratamento abortivo. Conclu-
são: os resultados sugerem que a tDCS anódica pode ser
uma alternativa de tratamento não farmacológico para a
profilaxia da migrânea. No entanto, o tamanho do efeito do
tratamento deve ser considerado na decisão clínica.
Palavras-chaves: Dor; Enxaqueca com aura; Enxaqueca sem
aura; Estimulação elétrica
PAC-35
CEFALEIA POR HIPERTENSÃO INTRACRANIANA APÓS USO DE
SUPLEMENTO VITAMÍNICO EQUINO
Bruna Raphaela Nascimento Silva
1
, Gabrielle Christine
Rocha Souza
1
, Beatriz Rezende Monteiro
1
, Marília Gonçalves
da Silva
1
, Leandro Correia Gonçalves de Souza
1
,
Erika Maria Monteiro
1
, Igor Silvestre Bruscky
1
1
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: A hipertensão intracraniana é caracterizada por
cefaleia, vômitos e edema de papila. Alguns casos não apre-
sentam lesão intracraniana com efeito expansivo demons-
trável nos exames de imagem. A realização da fundoscopia
deve fazer parte do exame físico de rotina nos pacientes com
queixa de cefaleia. Material e Métodos: Relato de caso
clínico de hipertensão intracraniana por hipervitaminose A
após uso de suplemento vitamínico equino. Resultados: Des-
crevemos o caso de um homem de 22 anos, que foi admitido
no hospital com quadro de cefaleia e vômitos de repetição
iniciados há 14 dias. A cefaleia era holocraniana, tipo peso,
de forte intensidade (a intensidade foi piorando ao longo do
tempo), era associada com náusea, vômitos e fotofobia. No
exame físico foi evidenciado edema de papila bilateral. O
paciente havia feito uso intramuscular de suplemento vita-
mínico equino para obter ganho de massa muscular. Utilizou
por 15 dias de forma intramuscular, tendo as aplicações sido
suspensas 4 dias antes do início dos sintomas. Cada aplica-
ção continha a dose de 1.250.000U de vitamina A (a dose
diária máxima em humanos é 300.000U). Os exames de
neuroimagem foram normais (ressonância e angiorressonân-
cia arterial e venosa do encéfalo). A manometria lombar evi-
denciou pressão de 76cmH2O (celularidade e proteínas sem
alterações). O nível sérico de vitamina A foi 54.3mg/L (refe-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
148 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
rência 0.3-0.7 mg/L). O paciente foi tratado com acetazola-
mida 750mg/dia e punção lombar de repetição (4 punções).
Recebeu alta assintomático após 15 dias, com pressão
intracraniana de 17 cmH2O e utilizando acetazolamida
500mg/dia, que foi suspensa após 60 dias (manometria con-
trole = 11cmH2O). Conclusões: A hipervitaminose A deve
sempre ser lembrada como causa de hipertensão intracraniana
em pacientes sem lesão demonstrável na neuroimagem. A
anamnese e o exame clínico detalhado são fundamentais para
o diagnóstico acurado.
Palavras-chaves: Cefaleia; Hipertensão intracraniana;
Hipervitaminose
PAC-36
MANEJO DA CEFALEIA ASSOCIADA AO LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO ATRAVÉS DE ACUPUNTURA E DO CICLO DO SONO
Bruna Raphaela Nascimento Silva
1
, Guilherme Barros
Gominho Rosa
1
, Marília Gonçalves da Silva
1
,
Leandro Correia Gonçalves de Souza
1
, Erika Maria Monteiro
1
,
Ana Carla Tenório Cavalcanti
1
, Dirceu de Lavôr Sales
2
1
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
2
HC - UFPE - Hospital das Clínicas UFPE - Universidade
Federal de Pernambuco
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma con-
dição clínica que apresenta diversas manifestações sistêmicas.
A cefaleia é um sintoma que não faz parte dos critérios diag-
nósticos do lúpus, porém está presente em aproximadamente
60% dos pacientes acometidos por essa doença. Geralmen-
te, está associada à fadiga e a alterações do ciclo sono-vigí-
lia. O correto manejo da cefaleia dos pacientes com lúpus é
fundamental para melhora do quadro álgico e da qualidade
de vida. Material e Métodos: Relato de caso clínico do
manejo da cefaleia associada ao lúpus através da acupuntura
e do ciclo do sono. Discussão: Descrevemos um caso de
uma mulher, 31 anos, portadora de LES, admita no ambula-
tório de Dor e acupuntura com queixa de dor de cabeça in-
tensa. A cefaleia tem início em região occipital e irradia late-
ralmente até a região da fronte, contínua, caracterizada como
uma dor em aperto e latejante, associada à fotofobia,
fonofobia e náusea. Relata escotomas cintilantes durante a
crise, piora ao estresse emocional e insônia, EVA = 8. O exa-
me físico não evidenciou alterações. Durante o acompanha-
mento relatou crises álgicas à exacerbação da insônia. A pa-
ciente foi tratada a nível ambulatorial com acupuntura em
pontos generalistas, hipnótico indutor de sono e antiemético,
além de seguir o tratamento direcionado ao LES. Foi orienta-
da quanto a medidas de higienização do sono e relaxamento
muscular. Apresentou melhora gradual do quadro álgico, che-
gando a 100% após oito meses de tratamento. Conclusão:
Buscar os fatores associados à cefaleia do paciente com lúpus
e fazer o manejo correto desses, promoverá uma melhor qua-
lidade de vida ao paciente.
Palavras-chaves: Acupuntura; Lúpus; Cefaleia
PAC-37
CEFALEIA PÓS CRANIOTOMIA DE MÁ FORMAÇÃO DE
CHIARI TIPO 1
Bruna Raphaela Silva
2
, Leandro Correia Gonçalves Souza
2
,
Martina Leite Barbosa
2
, Carlos Mateus do Nascimento
Laranjeira
2
, Marília Gonçalves da Silva
2
,
Matheus Ribeiro Barros Correia
1
, Dirceu de Lavôr Sales
1
1
HC - Hospital das Clínicas - Pernambuco
2
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: A má formação de Chiari foi descrita em 1981
por Hans Chiari, sendo de difícil diagnóstico clínico, pois é
multifatorial e mimetiza patologias cerebelares. O diagnósti-
co correto e a instituição do tratamento adequado são funda-
mentais para a resolução da sintomatologia dos pacientes.
Todavia, alguns sintomas podem persistir ou surgir pós neuro-
cirurgia. Material e Métodos: Relato de caso clínico de
cefaleia secundária a tratamento neurocirúrgico de Má for-
mação de Chiari tipo I.Resultados: Paciente, sexo masculi-
no, 48 anos admitido no ambulatório de dor com quadro de
cefaleia de forte intensidade. Teve diagnóstico prévio, através
de exames de imagem (RM de encéfalo), de má formação de
Chiari tipo I, realizando então correção neurocirúrgica para
tratamento dessa. Após o procedimento cirúrgico, paciente
relatou episódios de cefaleia occipto-parietal localizada à
direita, caracterizada como dor em pressão, presença de
parestesia em região acometida, de forte intensidade (EVA=8)
que alivia após flexão cervical. Apresentava desconforto
cefálico após realização de manobras de aumento de pres-
são intratorácica (manobra de Valsava), ao exame físico, sem
outras alterações correlacionadas. Fez uso de AINES e trata-
mento fisioterápico, porém, sem melhora do quadro álgico.
Foi prescrito Carbamazepina 200mg (3x/dia), Amitriptilina
25mg (2x/dia), Fluoxetina 200mg (1x/dia). Durante evolução,
paciente referiu melhora de mais de 60% da cefaleia e parestia
associada ao quadro. Conclusão: A importância de colher
uma história clínica detalhada buscando correlação entre a
cefaleia do paciente e antecedentes, é indiscutivelmente pri-
mordial. Indivíduos que fazem procedimentos neurocirúrgicos
podem cursar com cefaleia pós operatória, devendo a mes-
ma ser investigada e tratada, para então melhorar a qualida-
de de vida do paciente
Palavras-chaves: Cefaleia; Neurocirurgia; Chiari
PAC-38
HEMICRÂNIA PAROXÍSTICA EPISÓDICA E ANEURISMAS
INTRACRANIANOS: UM RELATO DE CASO
Anna Letícia Moraes Alves
1
, Talita Vieira dos Santos
1
,
Victor Lomachinsky Torres
1
,
Pedro Augusto Sampaio da Rocha-filho
1,2,3
1
UPE - Universidade de Pernambuco
2
HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
3
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: Hemicrânia paroxística é definida por ataques
unilaterais fixos, de duração entre 2 a 30 minutos, associa-
dos a sintomas autonômicos ipsilaterais e resposta sine qua
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 149
non à indometacina. Quadros de hemicrânia típica podem
estar associados a lesões estruturais subjacentes, inclusive com
resolução ao uso de indometacina. Objetivo: Relatar um
caso de uma paciente com hemicrânia paroxística e
aneurismas intracranianos. Método: Relato de caso clínico
individual. Resultado: Mulher, 50 anos, com cefaleia
hemicraniana direita, pulsátil, sem relação com os exercícios,
de forte intensidade (10/10), com duração de 15 a 30 minu-
tos há 5 anos. A dor era associada à hiperemia conjuntival e
obstrução nasal ipsilateral a mesma. nega relação da dor
com náuseas, fotofobia ou fonofobia. Nesse período de 5
anos, a paciente apresentou meses com dor e meses sem dor.
A última crise começou há 5 meses, com uma frequência ini-
cial de 5 a 6 episódios/dia e uma frequência atual de 1 a 2
ataques/dia. Já havia feito uso de amitriptilina e propranolol
nos últimos anos, sem melhora. A paciente possui anteceden-
te de migrânea sem aura com melhora após a menopausa,
de hipertensão arterial sistêmica e de dislipidemia. Entre as
crises, apresentava exame neurológico normal. Teve dor du-
rante a avaliação inicial com as características descritas an-
teriormente que foi cronometrada em 11 minutos. Realizou
ressonância magnética que não evidenciou anormalidades e
angiorressonância cerebral que mostrou aneurisma sacular
na bifurcação da artéria carótida interna direita medindo 3,8
x 2,7 mm e imagem semelhante em mesma topografia à es-
querda, medindo 2,4 x 1,5 mm. Foi iniciado indometacina
com aumento progressivo da dose até 75 mg (25 mg 8/8h)
com melhora completa no primeiro dia de uso desta dose
final. Está sem dor há três meses com programação de
embolização dos aneurismas. Conclusão: Em paciente com
hemicrânia paroxística, mesmo que esta cefaleia tenha me-
lhora após o uso de indometacina, se deve descartar causas
secundárias dessa cefaleia.
Palavras-chaves: Aneurisma; Cefaleia trigêmino-autonômica;
Cefaleia secundária; Hemicrânia paroxística, Indometacina
PAC-39
SUNCT STATUS RESPONSIVO À FENITOÍNA
Anna Letícia de Moraes Alves
2
, Thais Lins Gemir
1,2
,
Pedro Augusto Sampaio da Rocha-Filho
1,2,3
1
HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
2
UPE - Universidade de Pernambuco
3
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A cefaleia breve, unilateral, neuralgiforme com
injeção conjuntival e lacrimejamento (SUNCT) é caracteriza-
da por crises de dor de curta duração (1 a 600 segundos),
associadas a lacrimejamento e hiperemia conjuntival do mes-
mo lado da dor. Considera-se status quando os ataques de
dor se agrupam e adquirirem frequência tão alta que ocu-
pam grande parte do dia do paciente. Objetivos: Relatar
caso de portadora de SUNCT com crises diárias de alta in-
tensidade e frequência/dia com resolução completa após
hidantalização. Métodos: Relato de caso clínico individual.
Resultados: Mulher, 57 anos, portadora de migrânea crôni-
ca há 17 anos e cefaleia trigêmino-autonômica de curta du-
ração há 6 anos. Nos 3 primeiros anos, esta cefaleia foi
responsiva à indometacina e recebeu diagnóstico inicial de
hemicrânia paroxística. Posteriormente deixou de responder
à indometacina e passou a se comportar como SUNCT. A
cefaleia manifestava-se como pontadas em região orbital e
frontal direita, com duração máxima de 30 segundos, de
moderada a forte intensidade, associada a hiperemia con-
juntival, lacrimejamento, edema palpebral e congestão na-
sal ipsilateral, variando de 1 a 5 ataques/dia. A dor era exa-
cerbada e/ou desencadeada por mastigação, bocejos, de-
glutição e estímulos táteis em topografia do 1º ramo
trigeminal. Estava em uso de Lamotrigina (200 mg/dia) e
topiramato (200 mg/dia) com controle parcial da dor, quan-
do interrompeu medicações por 12 dias. Houve piora na in-
tensidade e frequência das dores, tornando-se diárias com
alguns períodos de poucos dias sem dor. A partir de 29/03/
18 relatou agravamento da cefaleia diária, com média de
18 episódios/dia (10 a 23), apesar de ajuste da lamotrigina
para 250 mg/dia. Atingiu pico de piora 10 dias depois, quan-
do a dor se tornou praticamente contínua, associada aos sin-
tomas autonômicos. Paciente foi submetida a tratamento com
fenitoína 20 mg/kg por via intravenosa com melhora com-
pleta do quadro por 12 horas. Após este período, passou a
ter 1 a 2 ataques/dia, de leve intensidade. Conclusão: A
fenitoína pode ser considerada no tratamento do status no
SUNCT.
Palavras-chaves: Cefaleia trigêmino-autonômica; Fenitoína;
SUNCT; Tratamento
PAC-40
DOR À PALPAÇÃO DE NERVOS PERICRANIANOS EM PACIENTES
COM ENXAQUECA
Ana Luiza Pires Silva Guimarães da Rocha
1
, João Victor
Clemente Vieira dos Santos
1
, Caio Conde Merten
1
,
Maria Alice Gurgel da Trindade Meira Henriques
1
,
Lucas Dantas de Oliveira
1
, Sarah Thaysa Barros Delmondes
1
,
Igor Silvestre Bruscky
1
1
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: A enxaqueca é uma condição que pode trazer
grave prejuízo na qualidade de vida do portador dessa do-
ença. A presença de dor a palpação de nervos pericranianos
deve fazer parte do exame cefaliátrico de rotina em todas as
consultas médicas. Material e Métodos: Estudo descritivo,
retrospectivo, de janeiro de 2014 a janeiro de 2017. Foram
incluídos 97 indivíduos com diagnóstico de enxaqueca. Fo-
ram consideradas as variáveis de idade, gênero, tempo de
doença, presença de pontos gatilho miofasciais, nível sérico
de vitamina D e presença de dor a palpação de nervos
pericranianos. Resultados: Dentre os 97 pacientes, a idade
média foi de 43 +16,1 anos, sendo que 83 (85,5%) foram do
sexo feminino e 14 (14,5%) do sexo masculino. O tempo mé-
dio de doença foi de 27,1 +15,3 anos. Em 28 pacientes
(28,9%) foi evidenciado dor a palpação de nervo pericraniano
(foram palpados os nervos supratroclear, infratroclear,
supraorbitário, infraorbitário, auriculotemporal, mentoniano,
occiptal maior e occiptal menor). Não houve correlação en-
tra a presença de dor à palpação dos nervos pericranianos
em relação a gênero (p =0,38); presença de ponto gatilho
miofascial (p=0,26) ou nível sérico de vitamina D (p=0,25).
O tratamento com infiltração de lidocaína 2% sem vaso-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
150 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
constrictor foi realizado em 13 pacientes, com alívio da
cefaleia superior a 50% após 30 minutos em 100% dos paci-
entes. Conclusões: A pesquisa de dor a palpação de nervos
pericranianos deve fazer parte da rotina do exame cefaliátrico
em todas as consultas. O tratamento com lidocaína parece
trazer benefício nesses casos. Os fatores relacionados a dor
nos nervos pericranianos precisam ser melhor elucidados.
Palavras-chaves: Enxaqueca com aura; Enxaqueca sem
aura; Nervos pericranianos
PAC-41
HIPOTENSÃO LIQUÓRICA ESPONTÂNEA: A IMPORTÂNCIA DA
HISTÓRIA CLÍNICA
Leandro Correia Gonçalves de Souza
1
, Tatiana Cabral
Arruda
1
, Ana Luiza Pires Silva Guimarães da Rocha
1
,
Guilherme Barros Gominho Rosa
1
, Leonardo Monteiro Lauria
1
,
Lícia de Lima Lopes
1
, Igor Silvestre Bruscky
1
1
LDPE - Uninassau - Liga de dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: A hipotensão intracraniana é caracterizada por
cefaleia que surge ou é agravada pelo ortostatismo. Na mai-
oria das vezes ocorre após punção lombar, mas pode ocorrer
de forma espontânea. A correta caracterização da cefaleia
pela anamnese é fundamental para o diagnóstico correto.
Material e Métodos: Relato de caso clínico de cefaleia por
hipotensão liquórica espontânea. Resultados: Descrevemos
o caso de uma mulher de 31 anos, que foi admitida no hospi-
tal com quadro de cefaleia iniciada há 30 dias. A cefaleia era
holocraniana, tipo peso, de forte intensidade, era associada
com náusea, fonofobia, fotofobia e zumbido bilateral. Era
contínua e piorava de forma acentuada no ortostatismo. O
exame físico não evidenciou alterações. Os exames de neuro-
imagem foram normais (ressonância e angiorressonância ar-
terial e venosa do encéfalo + ressonância de toda coluna). A
cisternocintilografia evidenciou fístula liquórica em C5. A pa-
ciente foi tratada de maneira conservadora, com hiper-hidra-
tação. Recebeu alta assintomática após 3 semanas de trata-
mento conservador. Cisternocintilografia de controle após 6
semanas da inicial não evidenciou mais a presença da fístula
liquórica. Conclusões: A caracterização da cefaleia duran-
te a anamnese é fundamental para o diagnóstico da cefaleia
por hipotensão liquórica.
Palavras-chaves: Cefaleia; Hipotensão intracraniana; Líquor
PAC-42
CEFALEIA PÓS-TRAUMÁTICA E SEUS AGRAVANTES:
UM RELATO DE CASO
Leandro Correia Gonçalves de Souza
1
, Carlos Mateus do
Nascimento Laranjeira
1
, Caio Conde Merten
1
,
Esdras Fernandes de Amorim Júnior
1
, Martina Leite Barbosa
1
,
Mariana Cavalcanti Fraga
1
, Bruna Raphaela Nascimento Silva
1
1
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Centro Uni-
versitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: De acordo com a Classificação Internacional
das Cefaleias, a cefaleia pós-traumática (CPT) é caracteriza-
da por dor de intensidade variável, máxima na área do trau-
ma, que se inicia em até sete dias após a lesão. O objetivo
deste estudo foi relatar o caso de cefaleia pós-traumática crô-
nica (CPTc), secundária a acidente automobilístico e seus fa-
tores agravantes. Material e Métodos: Relato de caso de
cefaleia pós-traumática crônica secundária a acidente auto-
mobilístico. Resultados: R.S.F., 36 anos, admitida no Ambu-
latório de Dor do Hospital das Clínicas - UFPE com quadro
de cefaleia iniciada há 6 anos. A cefaleia é hemicraniana di-
reita, iniciada após um trauma automobilístico. Tem caráter
de peso, aperto e furada e está associada com náusea,
fonofobia, fotofobia, escotomas e dor no ouvido interno em
momentos de crises mais fortes. Fator de piora relacionado
ao calor e frio intensos e relação de piora em momentos de
ansiedade e estresse, inclusive já havia iniciado tratamento
com fluoxetina para controle de alterações emocionais. Paci-
ente relata que a dor surgiu de forma gradual, após realizar
craniotomia devido ao acidente, classificando-a na Escala
Visual Analógica (EVA) com nota 6 após o procedimento e
atualmente a paciente classifica a dor com nota EVA igual a
10. A dor se inicia de forma gradual e frequência intermiten-
te, com duração de aproximadamente 3 dias. Há alivio com
o uso de paracetamol e compressa fria na região dolorosa.
O exame físico não evidenciou alterações. Os exames de
neuroimagem relatavam alterações correspondentes ao trau-
ma (Tomografia Computadorizada de Crânio). Foi prescrito
corticoide (para desmame dos analgésicos) e orientada ree-
ducação alimentar (devido à constipação). Porém sem fazer
uso do corticoide e com o seguimento apenas da orientação
alimentar a paciente relata melhora substancial do quadro,
passando a não precisar de medicações sintomáticas para
controle da dor. Apesar da melhora relatada, episódios de
recidiva se relacionavam com mudanças na alimentação ori-
entada. Conclusão: A avaliação do paciente com CPT é um
grande desafio para o clínico devido à ausência de achados
objetivos, havendo sempre a controvérsias se os sintomas são
reais, psicogênicos ou fabricados, como pela ingestão de cer-
tos alimentos, por exemplo. Objetivou-se com este estudo, de-
terminar as características clínicas da CPT crônica (CPTc), bem
como a ocorrência de eventos associados a esse grupo de
pacientes, como fatores desencadeantes.
Palavras-chaves: Cefaleia; Trauma; Cefaleia pós-traumá-
tica; Craniotomia
PAC-43
CEFALEIA EM TROVOADA POR SÍNDROME DE
VASOCONSTRICÇÃO CEREBRAL REVERSÍVEL APÓS USO DE
MEDICAÇÃO PARA RINOFARINGITE
Caio Conde Merten
1
, Esdras Fernandes de Amorim Júnior
1
,
Maria Eduarda Cavalcanti Tompson
1
, Manuella de Amorim
Silva
1
, Bruna Raphaela Nascimento Silva
1
,
Leonardo Monteiro Lauria
1
, Igor Silvestre Bruscky
1
1
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: A síndrome de vasoconstricção cerebral rever-
sível é caracterizada por múltiplas estenoses nas artérias ce-
rebrais, geralmente acompanha por cefaleia em trovoada,
podendo ou não estar associada e déficits neurológicos. É
importante porque afeta jovens e pode ser complicada por
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 151
AVC isquêmico ou hemorrágico. Material e Métodos: Re-
lato de caso clínico de cefaleia em trovoada por síndrome de
vasoconstricção cerebral reversível. Resultados: Descreve-
mos o caso de uma mulher de 27 anos, previamente hígida,
que foi admitida no hospital com quadro de cefaleia súbita
(em trovoada). A cefaleia era holocraniana, tipo pontada e
pressão, de forte intensidade, associada com vômitos. A pa-
ciente vinha em uso de fexofenadina e pseudoefedrina
(60+120mg) duas vezes ao dia há 3 dias para atenuar sinto-
mas de rinofaringite. O exame físico não evidenciou altera-
ções, assim como a ressonância do encéfalo e o LCR. Angior-
ressonância do encéfalo evidenciou estenoses em artérias ce-
rebrais médias, achado que foi confirmado na angiografia
cerebral. Durante a angiografia foi feita dilatação com balão
da artéria cerebral média esquerda. A investigação de doen-
ças autoimunes foi negativa. A paciente foi tratada com hiper-
hidratação e nimodipina. Recebeu alta assintomática após 3
semanas de tratamento conservador (angiografia de controle
não evidenciou nenhuma estenose). Conclusões: A síndrome
de vasoconstricção cerebral reversível geralmente é autoli-
mitada, com resolução da cefaleia e da vasoconstrição ao
longo de um período de dias a semanas. Deve sempre ser
considerada em pacientes que se apresentam com cefaleia
em trovoada, principalmente se identificado algum fator
predisponente.
Palavras-chaves: Cefaleia; Angiografia cerebral; Rinofaringite
PAC-44
CARACTERISTICAS CLÍNCAS DAS CEFALEIAS NA POPULAÇÃO
INFANTOJUVENIL COM CÂNCER SISTÊMICO
Maria Eduarda Bizarro da Rocha Nascimento
1
, Isabel Nery
Bernardino de Souza
1
, Rubiane Maria Costa Pininga
1
,
Monique Evelyn Mendonça do Nascimento
1
, Mayllin Freitas
Nunes
2
, Horrana Diniz Silva
2
, Fabíola Lys de Medeiros
2
1
UPE - Universidade de Pernambuco
2
HUOC/UPE - Hospital Universitário Oswaldo Cruz/
Universidade de Pernambuco
Introdução: O câncer infanto-juvenil apresenta diferenças
nos locais primários, origens histológicas e comportamentos
clínicos em relação ao câncer do adulto. Apresentar menor
período de latência, crescimento rápido e bastante invasivo,
porém em torno de 70% das crianças acometidas de câncer
podem ser curadas se o diagnóstico for precoce. O diagnós-
tico precoce do câncer infantojuvenil é um desafio porque os
sinais e sintomas não são necessariamente específicos, e por
isso muitas crianças/adolescentes são encaminhadas ao cen-
tro de tratamento com a doença em estágio avançado. Ob-
jetivos: Identificar a ocorrência do sintoma cefaleia nas cri-
anças e adolescentes com câncer. Método: Estudo em série
de casos, realizado no período de abril a junho de 2018, no
ambulatório de oncologia infantil em Centro Universitário no
Nordeste do Brasil. Resultados: Um total de 45 pacientes
(32 meninos e 13 meninas), na faixa etária de 9 meses a 19
anos. Câncer geral acometeu 19 pacientes e o câncer
hematológico em 26 pacientes. Ressecção cirúrgica do tumor
foi realizada em 19 pacientes e destes, 41 foram submetidos
a quimioterapia e 20 à radioterapia. Destes 45 pacientes, 12
(27%) apresentavam cefaleias (idade 2 a 18 anos). Quanto
ao início do quadro de cefaleia, 9 (75%) pacientes iniciaram
as queixas antes do câncer; e 3 (25%) iniciaram a cefaleia
depois do diagnósico do câncer. Quanto ao caráter da dor, 6
(50%) referiram dor tipo peso; 5 (42%) referiram sentir dor
pulsátil, 1 (8%) não soube caracterizar o tipo de dor. A dor foi
holocraniana em 58%, unilateral em 34%, e um paciente. Aura
visual foi vista em 3 (25%) e aura sensitiva em 1 (8%). Os sinto-
mas mais frequentes associados à cefaleia foram: fonofobia
58%, fotofobia 50%, náuseas 42%, vômitos, sudorese e
lacrimejamento cada um com 25%. Os fatores desenca-
deadores mais frequentes foram: claridade 67%, barulho -
67%, insônia 50%, esforço físico 50% e emocional 42%. Nos
antecedentes todos tinham a mãe com história de cefaleias.
Os pacientes com tumores e cefaleia foram: 3 Leucemia linfo-
cítica aguda, 4 Linfomas, 1 Câncer de Rinofaringe, 2 Retino-
blastomas e 1 Sarcoma. Conclusão: A cefaleia foi uma queixa
pouco frequente nos pacientes com câncer sistêmico. Sugeri-
mos que a população infantojuvenil, particularmente meni-
nos, com cefaleias que não preencham os critérios diagnósti-
cos para cefaleias primárias, se descartado outras causas, a
possibilidade de câncer seja lembrada.
Palavras-chaves: Criança; Dor de Cabeça; Leucemia; Linfoma
PAC-45
O USO DO DIÁRIO DA DOR COMO ALIADO TERAPÊUTICO NOS
AMBULATÓRIOS DE NEUROLOGIA
Maria Eduarda Bizarro da Rocha Nascimento
1
, Monique
Evelyn Mendonça do Nascimento
1
, Rubiane Maria Costa
Pininga
1
, Rafaela Micaele Domingos da Silva
1
,
Pedro Augusto Sampaio Rocha-Filho
2
1
UPE - Universidade de Pernambuco
2
HUOC/UPE - Hospital Universitário Oswaldo Cruz/
Universidade de Pernambuco
Introdução: A cefaleia é um dos tipos mais comuns de dor,
sendo a queixa neurológica mais frequente. Cerca de 90% da
população sofre de pelo menos um episódio dessa dor na
vida. Na ausência de marcadores biológicos, o diagnóstico
dessa entidade clínica depende primordialmente da informa-
ção obtida do paciente durante a consulta médica. A caracte-
rização detalhada da dor, em especial da sua frequência diá-
ria e a médio-longo prazo, é relevante para determinar para
qual tipo de cefaleia o paciente cumpre os critérios diagnós-
ticos. Métodos: Trata-se de um relato de experiência em um
projeto de extensão de uma liga acadêmica com utilização
dos diários prospectivos de cefaleia. Os pacientes seleciona-
dos para a participação nesse Projeto de extensão foram to-
dos os que estavam sendo atendidos pela primeira vez ou os
que participavam de consulta e não haviam preenchido ade-
quadamente o diário de cefaleia. Os diários foram entregues
e explicados aos pacientes pelos acadêmicos de medicina e
membros da Liga Acadêmica de Neurologia de Pernambuco
(LINEPE), cursando do 4º ao 11º período, no ambulatório de
Cefaleias do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC).
Resultados: Através do desenvolvimento do modelo de diá-
rio de cefaleia, fundamentado na literatura e na experiência
dos médicos do Serviço de Neurologia do HUOC, e da utili-
zação de uma linguagem acessível acerca das informações
aos usuários, houve uma melhora do entendimento sobre a
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
152 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
importância do preenchimento adequado, da aderência ao
preenchimento e da qualidade da informação no preenchi-
mento dos diários. Houve uma diminuição nas omissões e
esquecimentos das crises de baixa intensidade, uma melhor
caracterização das particularidades de cada crise e uma maior
identificação da ocorrência de mais de um tipo de dor de
cabeça em um mesmo indivíduo. Assim, foi notado uma
conscientização por parte dos pacientes acerca da própria
responsabilidade na adesão do método e na documentação
das crises, tornando-o parte do processo diagnóstico e poste-
riormente terapêutico. Além disso, a abordagem utilizada in-
fluenciou positivamente na diminuição da ansiedade e no
sanar das dúvidas dos pacientes. Conclusão: Os desafios
dos critérios diagnósticos também estão relacionados a difi-
culdades na precisão das informações colhidas na anamnese.
Assim, o preenchimento dos diários prospectivos têm um im-
pacto positivo na consulta, no diagnóstico e no seguimento
do paciente.
Palavras-chaves: Cefaleia; Dor; Diagnóstico
PAC-46
RELATO DE CASO: USO EFETIVO DE ACUPUNTURA COMO
ADJUVANTE NO TRATAMENTO DE MIGRÂNEA CRÔNICA
Gabrielle Christine Rocha Souza
1,2
, Stefan Welkovic Júnior
1,2
,
Bruna Raphaela Nascimento Silva
1,2
, Beatriz Rezende
Monteiro
1,2
, Guilherme Barros Gominho Rosa
1,2
,
Elba Lúcia Wanderley Santos
3
, Igor Silvestre Bruscky
1,2
1
Uninassau - Centro Universitário Maurício de Nassau
2
LDPE - Liga de Dor de Pernambuco
3
HC - Hospital das Clínicas de Pernambuco
Introdução: A migrânea é um distúrbio neurovascular crôni-
co e incapacitante, com base biológica que acomete as pes-
soas geneticamente predispostas. Esse tipo de cefaleia pri-
mária pode ocorrer em qualquer idade, mas costuma mani-
festar-se mais em adolescentes e adultos jovens e afeta mais
mulheres do que homens. É uma doença de acometimento
multifatorial, acometendo âmbitos biológicos, sociais, laborais
e mesmo espirituais. Neste sentido, o emprego de terapias
adjuvantes, inclusive alternativas, como a acupuntura, pode
servir de grande valia para o tratamento de forma mais com-
pleta do distúrbio e é uma forma de atingir o cuidado com-
pleto do paciente. Metodologia e Métodos: Relato de Caso
clínico de migrânea crônica. Resultados: Descreveu-se o caso
de jovem do sexo feminino, 17 anos, admitida no ambulató-
rio de dor do Hospital das Clínicas UFPE com queixa princi-
pal de cefaleia holocraniana há 1 ano, de intensidade mode-
rada-grave, caráter pulsátil, com náusea, fonofobia e fotofobia,
desencadeada por estresse emocional e esforço físico. Foi re-
alizado tratamento farmacológico e, na refratariedade deste,
também acupuntura. Paciente apresentou melhora da dor e
de sintomas correlatos após esta associação. Conclusão:
Percebeu-se que a associação de terapia farmacológica à
acupuntura trouxe benefício à paciente em questão. Estudos
de maior robustez são necessários para avaliar a relação te-
rapêutica entre essas associações para se inferir indicação mais
adequada destas terapias.
Palavras-chaves: Acupuntura; Cefaleia; Dor; Migrânea; Tra-
tamento
PAC-47
INFLUÊNCIA DOS NÍVEIS SÉRICOS DE 25-OH-VITAMINA D NO
CONTROLE DA ENXAQUECA
Tatiana Cabral Arruda
1
, Leonardo Monteiro Lauria
1
,
Ana Luiza Pires Silva Guimarães da Rocha
1
,
Martina Leite Barbosa
1
, Guilherme Barros Gominho Rosa
1
,
Bruna Rhapaela Nascimento Silva
1
, Igor Silvestre Bruscky
1
1
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: Não há dúvida de que a vitamina D desempe-
nha um papel fisiológico vital no corpo humano. Enquanto
associações entre níveis baixos de vitamina D e resultados des-
favoráveis na saúde global foram estabelecidas, a relação
entre vitamina D e dor crônica é menos compreendida. Ainda
não existe um mecanismo definitivo que explique como a vi-
tamina D influencia o desenvolvimento da dor crônica. Ma-
terial e Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, de janei-
ro de 2014 a janeiro de 2017. Foram incluídos 97 indivíduos
com diagnóstico de enxaqueca. Foram consideradas as vari-
áveis de idade, gênero, tempo de doença, gravidade da do-
ença e nível sérico de 25-OH-vitamina D. Resultados: Den-
tre os 97 pacientes, a idade média foi de 43 +16,1 anos,
sendo que 83 (85,5%) foram do sexo feminino e 14 (14,5%)
do sexo masculino. O tempo médio de doença foi de 27,1
+15,3 anos. Em 44 pacientes (45,3%) foram encontrados ní-
veis séricos de 25-OH-vitamina D inferiores a 30ng/ml. Den-
tre os 44 pacientes com níveis séricos inferiores a 30ng/mL,
26 apresentavam controle inadequado da enxaqueca
(MIDAS>10). No grupo com níveis séricos iguais ou superio-
res a 30ng/mL (n=53), 15 apresentavam MIDAS>10. Houve
correlação significativa entre nível sérico de 25-OH-vitamina
D inferior a 30ng/mL e controle inadequado da enxaqueca
(p=0,003; RR 3,65 IC 95% 1.56 - 8.54). Conclusões: Os
achados dessa série de casos mostram a importância da de-
terminação do nível sérico de 25-OH-vitamina D nos porta-
dores de enxaqueca, pois a correção dos níveis séricos está
relacionada com melhor controle da doença.
Palavras-chaves: Enxaqueca com aura; Enxaqueca sem
aura; Vitamina D
PAC-48
CEFALEIA COMO SINAL DE ALERTA DAS DOENÇAS
VASCULARES DA CIRCULAÇÃO POSTERIOR:
UMA SÉRIE DE CASOS
Eric Crevanzi Arraes
2
, Brayner Anderson Dos Santos Leite
2
,
Lucas Fischer Valença
2
, Rodrigo Alves Malheiros
2
,
Izadora Karina da Silva
2
, Ana Claudia Medeiros de Oliveira
1
,
João Eudes Magalhães
1,2
1
HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
2
FCM-UPE - Faculdade de Ciências Médicas - Universidade
de Pernambuco
Introdução: Cefaleia é comum nas doenças vasculares, mas
costuma ser obscurecida por outras disfunções neurológicas.
Cefaleia atribuída ao acidente vascular cerebral isquêmico
(AVCI) e à dissecção de artéria vertebral (DAV) são reconheci-
das na classificação internacional de cefaleias, mas a fisio-
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 153
patologia é incerta. Apresentamos uma série de casos de
cefaleia atribuída à doenças da circulação posterior. Rela-
tos: Caso 1 - Homem, 47 anos, hipertenso, apresentou cefa-
leia occipital, moderada intensidade e não pulsátil, vertigem,
náuseas, soluços e ataxia da marcha. Havia sinais clínicos da
síndrome de Wallenberg (SW), associada com oclusão da ar-
téria vertebral e infarto em cerebelo e bulbo posterior à es-
querda. Houve remissão da dor após três dias com analgési-
cos comuns. Caso 2 - Mulher, 50 anos, hipertensa e dislipi-
dêmica, apresentou cefaleia occipital súbita, intensa e não
pulsátil, vertigem, soluços, disfagia, vômitos e lateropulsão
para direita. Havia sinais clínicos da SW, infarto bulbar late-
ral à direita e placas ateroscleróticas sem estenoses vasculares.
Após 1 semana, apresentou episódios curtos e frequentes de
dor periorbitária, hiperemia conjuntival e lacrimejamento à
direita. Houve remissão completa após início de verapamil.
Caso 3 - Homem, 56 anos, hipertenso, apresentou súbita
cefaleia occipital esquerda, intensa e não pulsátil, com náu-
seas após atividade física. Aliviou com analgésicos comuns,
mas persistiu por 1 semana. O exame neurológico era nor-
mal, porém havia dissecção com trombose da artéria verte-
bral esquerda. A cefaleia melhorou com antiinflamatório oral.
Comentários: Cefaleia com padrão tensional foi o sintoma
inicial da doença vascular nos 3 casos. Cefaleia ocorre em
54-76% dos AVCs de bulbo e, cefaleia ou dor cervical, em
72-88% das DAV, possivelmente causada por alterações me-
cânicas da aterotrombose ou pela ruptura do vaso. Ativação
do sistema trigeminovascular pode levar a persistência da dor
e proximidade com núcleos parassimpáticos pode explicar
as manifestações vegetativas. A relação temporal entre dor e
evento vascular caracteriza as cefaleias atribuídas ao AVCI e
à DAV, mas características específicas da dor não são
estabelecidas. Localização da dor em relação ao vaso ou área
acometida pode ajudar nesses diagnósticos. Conclusão:
Cefaleia é um sinal de alerta das síndromes da circulação
posterior.
Palavras-chaves: AVC; Cefaleia; Dissecção vertebral; Infarto
bulbar lateral; Síndrome de Wallemberg
PAC-49
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DAS CEFALEIAS QUE POSSAM
INDICAR CÂNCER CEREBRAL NA POPULAÇÃO
INFANTOJUVENIL
Isabel Nery Bernardino de Souza
1
, Rubiane Maria Costa
Pininga
1
, Giovanna Machado Dias
1
, João Herculano Lins
1
,
Maria Eduarda Bizarro da Rocha do Nascimento
1
,
Monalisa de Moura Silva Saito
2
, Fabíola Lys de Medeiros
2
1
UPE - Universidade de Pernambuco
2
HUOC/UPE - Hospital Universitário Oswaldo Cruz/
Universidade de Pernambuco
Introdução: Os tumores do sistema nervoso central são pou-
co comuns na pediatria, no entanto, representam 20% das
neoplasias da infância. A cefaleia crônica progressiva é co-
mum na hipertensão intracraniana, tendo este aspecto moti-
vado muitos autores apoiarem a avaliação complementar
sistemática das cefaleias na infância. Objetivos: Identificar
se as características das cefaleias alertam algum risco nas cri-
anças e adolescentes com câncer cerebral. Método: Estudo
Série de caso, realizado de abril a junho de 2018, no ambu-
latório de oncologia infantil em Centro Universitário no Nor-
deste do Brasil. Resultados: Participaram 29 pacientes com
câncer cerebral de 2 a 21 anos de idade. Desses 29 pacien-
tes, 18 (62%) apresentavam cefaleias, sendo 13 meninos. Os
tumores supratentoriais ocorreram em 14 (48,3%) pacientes,
sendo 8 (44,5%) pacientes com cefaleia; os tumores de linha
média ocorreram em 8 (27,6%) pacientes, sendo 5 (27,75%)
com cefaleia; e outros 7 (24,1%) pacientes apresentaram tu-
mores infratentoriais, sendo 5 (27,75%) com cefaleia. Quanto
ao caracter da dor nesses pacientes, 9 (50%) referiram dor
pulsátil, 6 (33,3%) dor tipo peso; 1 (5,6%) dor tipo furadas; e
2 (11,1%) não souberam caracterizar a dor. Nos 18 pacientes
com cefaleias, a localização holocraniana ocorreu em 15
(84%) pacientes; a cefaleia do mesmo lado do tumor supra-
tentorial ocorreu em 2 (11%); e 1 (5%) paciente teve dor contra-
lateral ao tumor supratentorial. Quanto a frequência elevada
da dor (3 a 7 dias/semana), 7 (39%) eram pacientes com tu-
mor supratentorial, 3 (16,5%) foram pacientes com tumor de
linha média, e outros 4 (22,2%) eram pacientes com tumor de
fossa posterior. Os sintomas associados à cefaleia nesses pa-
cientes com câncer foram distribuídos conforme a localiza-
ção: tumores supratentoriais (fotofobia 39%, fonofobia 39%,
náusea e/ou vomito 28%); tumores de linha média cerebral
(fotofobia 22%, fonofobia 22%, náusea e/ou vomito 11%); e
os tumores infratentorias (fonofobia 16,5%, náusea e/ou vo-
mito 11%, fotofobia 5%). O início matinal ocorreu em 13 (72%)
pacientes. O fator desencadeador mais frequente foi esforço
físico para todos tumores cerebrais. Conclusão: Enfatizamos
considerar a possibilidade de câncer cerebral emcrianças e
adolescentes, particularmente meninos, com dor pulsátil,
holocraniana, e principalmente com dores de elevada
frequência semanal, início matinal e desencadeada por es-
forços físicos.
Palavras-chaves: Dores de cabeça; Esforço físico; Neoplasia
cerebral
PAC-50
CEFALEIA E CÂNCER CEREBRAL NA POPULAÇÃO
INFANTOJUVENIL
Rubiane Maria Costa Pininga
1
, Isabel Nery Bernardino de
Souza
1
, Giovanna Machado Dias
1
, João Herculano Lins
1
,
Monique Evelyn Mendonça do Nascimento
1
,
Josyvera Maria Ribeiro Barbosa
2
, Fabíola Lys Medeiros
2
1
UPE - Universidade de Pernambuco
2
HUOC/UPE - Hospital Universitário Oswaldo Cruz/
Universidade de Pernambuco
Introdução: O câncer infanto-juvenil ocorre em 0,5-3% do
total de neoplasias malignas registradas na maioria das po-
pulações. Tumores cerebrais compõem o grupo de tumores
sólidos mais comuns na faixa etária pediátrica. A apresenta-
ção clínica desses tumores está relacionada ao comprometi-
mento direto pela lesão e à hipertensão intracraniana. Um
sintoma muito comum é a cefaleia, particularmente nos por-
tadores de tumores supratentoriais, geralmente intermitente,
de longa evolução, com piora progressiva e usualmente sem
resposta aos tratamentos habituais. Assim, o diagnóstico pre-
ciso de cefaleias primárias ou secundárias deve haver para
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
154 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
uma abordagem terapêutica correta e melhor prognóstico dos
pacientes. Objetivo: Demonstrara ocorrência de cefaleia
nas crianças e adolescentes com câncer neurológico. Méto-
do: Estudo Série de caso, realizado no período de abril a
junho de 2018, no ambulatório de oncologia infantil em Cen-
tro Universitário no Nordeste do Brasil. Resultados: Foram
avaliados 29 pacientes (21 meninos e 8 meninas) com câncer
cerebral na faixa etária de 2 a 21 anos. Os tumores supra-
tentoriais ocorreram em 14 (48,3%) pacientes; os tumores de
linha média do cérebro ocorreram em 8 (27,6%) pacientes; e
outros 7 (24,1%) pacientes apresentaram tumores infraten-
toriais. Dos 29 pacientes com câncer cerebral, 18 (62%) apre-
sentavam cefaleias (idade 9 ± 2 anos), sendo 8 (44,5%) com
câncer supratentorial, 5 (27,75%) com câncer de linha média
e 5 (27,75%) com câncer infratentorial. A presença de cefaleia
distribuída quanto ao local do tumor e ao gênero observa-
mos nos tumores supratentoriais o acometimento de 5 meni-
nos e 3 meninas; nos tumores de linha média, exclusivamente
5 meninos; e nos tumores infratentoriais, 3 meninos e 2 meni-
nas. Quanto ao início do quadro de cefaleia, 8 (44,5%) paci-
entes iniciaram as queixas entre 1 a 3 anos antes do câncer; e
outros 6 (33,3%) pacientes iniciaram no mesmo ano do diag-
nóstico de câncer; e 4 (22,2%) pacientes iniciaram a cefaleia
depois do diagnósico do câncer. Foram tratados 27 pacien-
tes com ressecção cirúrgica do tumor e destes, 17 também
foram submetidos a quimioterapia e 4 à radioterapia. Con-
clusão: Alertamos que as cefaleias nas crianças pré-púberes
do sexo masculino, devam ser investigadas e acompanhadas
do ponto de vista neurológico, porque não é uma faixa etária
comum para apresentação de cefaleias primárias nesse gê-
nero.
Palavras-chaves: Dor de cabeça; Câncer cerebral; Tumor
supratentorial
PAC-51
OXIGÊNIO E CEFALEIA EM SALVAS: ASPECTOS HISTÓRICOS
Maria Alice Gurgel da Trindade Meira Henriques
1
, Lucas
Dantas de Oliveira
1
, João Victor Clemente Vieira dos Santos
1
,
Ana Carla Tenório Cavalcanti
1
, Erika Maria Monteiro
1
,
Bárbara Alice do Nascimento Tubúrcio
1
,
Igor Silvestre Bruscky
1
1
LDPE - Uninassau - Liga de Dor de Pernambuco - Centro
Universitário Maurício de Nassau, Faculdade de Medicina
Introdução: O oxigênio tem sido um método de tratamento
aceito para ataques de cefaleia em salvas desde 1981, quan-
do Kudrow demonstrou que o oxigênio era igual ou até mais
eficaz do que a ergotamina. Até os dias atuais o oxigênio é
considerado um tratamento eficaz nas crises da cefaleia em
salvas. Material e Métodos: Estudo descritivo, sobre a his-
tória do uso de oxigênio como terapêutica da crise na cefaleia
em salvas. Utilizada a base de dados do Pubmed de 2008 a
2018 (Palavras-chave da busca: Cluster headache, trigeminal
autonomic cefalalgias, history, oxygen). Resultados: Uma das
primeiras descrições da cefaleia em salvas ocorreu no século
17, quando o médico holandês Nicolaes Tulp descreveu a his-
tória de dor de cabeça de um holandês que parecia se encai-
xar no diagnóstico de cefaleia em salvas. Em 1926, o neuro-
logista inglês Wilfred Harris fez a primeira descrição comple-
ta da cefaleia em salvas, que ele chamou de neuralgia
migranosa. A primeira vez que a oxigenoterapia foi recomen-
dada como um possível método de tratamento para a cefaleia
em salvas foi em um artigo publicado por Horton em 1952,
no qual foi descrito o sucesso do tratamento com oxigênio em
uma população de 1176 pacientes com cefaleia histamínica.
Se ele estava realmente ciente dos efeitos vasoconstritores do
oxigênio, não é muito estabelecido. Naturalmente, também é
possível que o uso efetivo do oxigênio foi descoberto por co-
incidência. Nos anos que se seguiram à publicação de Horton,
vários estudos relataram o uso de oxigênio no tratamento da
cefaleia em salvas. O primeiro estudo sistemático sobre o efei-
to da oxigenoterapia no tratamento agudo da cefaleia em
salvas ataques foi feito por Kudrow em 1981. Os resultados
mostraram que o oxigênio administrado a 7L/min por 15 mi-
nutos e ergotamina sublingual foram eficazes em abortar os
ataques de cefaleia em salvas. Conclusões: Já é bem de-
monstrado que o oxigênio é eficaz no tratamento das crises
da cefaleia em salvas. Devemos viver o presente sem esque-
cer do passado, pois, só assim seremos lembrados no futuro.
Palavras-chaves: Cefalalgias autonômicas do trigêmeo;
Oxigênio; História
PAC-52
CEFALEIA EM ESTUDANTES DE MEDICINA:
UM ESTUDO TRANSVERSAL
Marcela Souza Santoianni
1
, Filipe Vieira Cardoso Gonçalves
1
,
Aila Irineu de Moura Freire
1
, João Eudes Magalhães
1
1
FPS - Faculdade Pernambucana de Saúde
Introdução: Cefaleia é uma queixa frequente e incapacitante
na população geral. Estudantes de graduação apresentam
alta prevalência de dor, mais frequente nos últimos anos de
curso, que compromete o desempenho acadêmico e a quali-
dade de vida. O objetivo desse estudo foi avaliar as caracte-
rísticas da cefaleia em estudantes de medicina. Métodos:
Este estudo transversal incluiu, por conveniência, estudantes
até o quarto ano de faculdades de medicina em Recife, Brasil,
no período de fevereiro a maio de 2018, que preencheram
questionário semiestruturado e o teste de impacto da cefaleia
digitalmente. Resultados: Incluímos 407 estudantes (taxa de
resposta de 17%), idade média de 22 anos e 77% mulheres.
Apenas 2% não tinha cefaleia. Os episódios de cefaleia apa-
receram em média aos 12 anos. Subjetivamente, as crises de
dor referidas como intensas (41%), frequentes (45%) e incapa-
citantes (25%) foram graduadas de forma incongruente. Ob-
jetivamente, a cefaleia foi mais bilateral (45%) e pulsátil (66%),
duração média de 5,5 horas, intensidade leve (23%) a mode-
rada (60%) e frequência média de 6 dias por mês. A maioria
apresentava algum sintoma associado (78%), sendo fonofobia
(60%) e fotofobia (57%) os mais frequentes. Cefaleia com pa-
drão de migrânea foi demonstrada em 28% dos estudantes
de acordo com os critériosda classificação internacional das
cefaleias. Em 38% dos casos a cefaleia estava associada com
importante comprometimento da qualidade de vida. Discus-
são: Mulheres responderam mais frequentemente à pesqui-
sa. Mais de dois terços dos estudantes apresentou padrão de
cefaleia não-migranoso. Frequência e intensidade dos episó-
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 155
dios indicaram uma tendência a menor gravidade, mas a
qualidade de vida estava comprometida de alguma forma
em grande parte dos estudantes. As cefaleias são importante
causa de incapacidade no mundo e observamos que, apesar
dos critérios objetivos, grande parte dos participantes desse
estudo demonstrou uma percepção da dor pior do que a re-
gistrada. Estresse, sono irregular, alta carga de estudo e tem-
po na graduação são desencadeantes de crises e possivel-
mente também influenciam na percepção do grau de incapa-
cidade pela cefaleia. Conclusão: A cefaleia em estudantes
de medicina apresenta características mais frequentes de pa-
drão não-migranoso. Apesar de frequência e intensidade in-
dicarem menor gravidade, os episódios de cefaleia são per-
cebidos habitualmente como graves, corroborado pela alta
prevalência de incapacidade.
Palavras-chaves: Cefaleia; Migrânea; Incapacidade; Me-
dicina; Epidemiologia
PAC-54
CEFALEIA NUMULAR RESPONSIVA A GABAPENTINA
RELATO DE CASO E REVISÃO
Gilmmar Marques da Costa Melo
1
,
Andressa Rolim Braga Gadelha
1
, Vinícius Boaratti Ciarlariello
1
,
Marcos Vinicius Tadao Fujino
1
, Natália Novaes Pelizari Corte Leal
1
,
José Luiz Pedroso
1
, Mario Fernando Prieto Peres
1
1
HIAE - Hospital Israelita Albert Einstein
Introdução: Cefaleia numular (CN) é uma rara causa de
cefaleia, caracterizada pela cronicidade e apresentar dor bem
circunscrita, fixada dentro de uma área arredondada ou oval/
elíptica da cabeça, tipicamente de 2 a 6 cm de diâmetro. A
dor possui intensidade leve a moderada e podem ocorrer exa-
cerbações ou períodos espontâneos de remissão. Sabe-se que
causas de cefaleias secundárias devem ser excluídas durante
investigação e o tratamento com gabapentina, antidepressivos
tricíclicos ou toxina botulínica pode ser útil. Material e Mé-
todos: Relatamos as características clínicas de cefaleia
numular em uma paciente brasileira de 58 anos com boa res-
posta terapêutica à gabapentina e realizamos uma revisão
sistemática nas bases de dados Pubmed/Medline/Bireme para
localizar relatos de casos e/ou séries de casos de cefaleia
numular. Resultados: Foram encontrados 4 casos descritos
na literatura brasileira de acordo com a metodologia aplica-
da. As características da cefaleia foram semelhantes às da
literatura mundial; nenhum estudo clínico foi realizado em
cefaleia numular, mas os relatos terapêuticos com a gaba-
pentina e alternativamente o uso de toxina botulínica são des-
critos. O baixo número de relatos em nosso meio pode estar
relacionada ao subdiagnóstico. Conclusão: Cefaleia nu-
mular é uma cefaleia rara, por vezes, subdiagnosticada, e cuja
fisiopatologia e terapêutica permanecem incertas. Maior re-
conhecimento desta entidade deve ocorrer, para que estudos
clínicos com maior número de pacientes e diferentes trata-
mentos possam trazer maiores opções de manejo.
Palavras-chaves: Cefaleia numular; Tratamento;
gabapentina
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
156 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
OD-01
ALODÍNEA CUTÂNEA EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR - ESTUDO CONTROLADO
Laryssa Catro Vale
1
, Zulane Regina Chagas Nogueira Costa
1
,
Guilherme Gonçalves Silva Pinto
2
, Laryssa Castro Vale ,
Gabrielle Martins Campelo
1
, Aline Karine Fontes
1
,
Ana Lourdes Avelar Nascimento
1
, Patrícia Maria Wiziack Zago
1
,
Maria Claudia Gonçalves
1
1
UNICEUMA - Centro Universitário do Maranhão
2
FACIPLAC - Faculdades Integradas da União Educacional
do Planalto Central
Resumo: A manifestação de patologias com dor crônica como
a DTM podem causar uma sensibilização no sistema nervoso
predispondo ao aparecimento da alodínia cutânea (AC). Con-
tudo, ainda não há definição se pacientes com histórico de
DTM apresentam essa condição.O objetivo desse trabalho foi
avaliar a frequência AC na região craniocervical em indivídu-
os com sinais e sintomas de DTM e comparar com a frequência
encontrada em indivíduos sem sinais e sintomas de DTM. Par-
ticiparam deste estudo107 individuos, n=67 grupo com DTM
(GDTM) e n=45 (GC) com idades entre 18 e 45 anos, de am-
bos os gêneros. Foram exclusos os voluntários com relato de
cefaleia mais de duas vezes ao mês e histórico de traumas na
região orofacial. A severidade da DTM foi avaliada com o
Índice Anamnésico de Fonseca e o diagnóstico e severidade
da alodínea pelo 12 item Allodynia Symptom Checklist/Brasil
(ASC-12/Brasil). Os dados foram analisados no software
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 18.0). Foi usan-
do a análise de variância (ANOVA) para avaliar as diferenças
entre os grupos. A correlação de Spearman foi utilizada para
avaliar a correlação entre os níveis de severidade de AC e de
DTM. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pes-
quisa local n:1307.233. Não foi observada diferença signifi-
cativa entre os grupos GDTM e GC (p>0,05) para os dados
demográficos, com exceção do gênero feminino que foi mais
predominante no GDTM p<0,04, sinais e sintomas de DTM
leve foram os mais predominantes n=39 (62,90%). A AC foi
mais frequente no GDTM 71% (n=44) comparado ao GC 5,6%
(n=6) p<0,0001 bem como para os níveis de severidade de
AC leve, moderado e severo (p<0,01).O domínio térmico mais
apontado pelos indivíduos com AC foi expor-se ao calor com
39,3% (n=42) seguindo por apoiar o rosto no travesseiro
36,4% (n= 39) (p<0,02); quanto ao domínio mecânico dinâ-
mico mais apontado prender o cabelo 36,4% (n= 39) (p<0,04).
Não foi observada diferença significativa entre os grupos para
as atividades do domínio mecânico estático. Foi observada
correlação positiva entre os níveis de severidade da DTM e os
níveis de severidade da AC (p<0,02). Indivíduos com sinais e
sintomas de DTM apresentam AC cutânea na região
craniocervical e a severidade da condição de DTM está
correlacionada com a de AC. Indicando a necessidade da
avaliação da AC em pacientes com DTM e a implantação de
estratégias para prevenir o avanço das doenças à medida
que estão ligadas ao grau de duração e cronicidade.
Palavras-chaves: Dor orofacial, Sensibilização central, Se-
veridade, Frequência
OD-02
CONFIABILIDADE INTRA E INTEREXAMINADORES DO
LIMIAR DE DOR POR PRESSÃO NOS MÚSCULOS
CRANIOCERVICAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Zulane Regina Chagas Nogueira Costa
1
, Paulo Henrique
Martins Sousa
1
, Tatiana Arruda Oliveira
1
, Fábio Henrique
Ferreira Pereira
1
, Laryssa Castro Vale
1
,
Ariane França Garcês
1
, Maria Cláudia Gonçalves
1
1
CEUMA - Universidade CEUMA
Resumo: A confiabilidade do algômetro de pressão já foi tes-
tada em adultos com condições diversas, no entanto o grau de
variabilidade da sua medida em crianças e adolescentes com
dor orofacial ainda precisa ser esuda. O objetivo desse traba-
lho foi avaliar a confiabilidade intra e interexaminadores do
limiar de dor por pressão nos músculos craniocervicais em cri-
anças com disfunção temporomandibular (DTM). Participaram
deste estudo 12 crianças e adolescentes com idade entre 10 a
15 anos, regularmente matriculados em uma escola municipal
de São Luís- MA, com sinais e sintomas de DTM, sendo excluí-
das aquelas que tivessem sofrido trauma na face e que não
apresentaram o consentimento assinado pelos pais. Foi reali-
zada coleta dos dados gerais, os sinais e sintomas da DTM foi
avaliada com o Índice Anamnésico Fonseca e o limiar de dor
por pressão foi avaliado com algômetro digital (Kratos®, mo-
delo A-30), bilateralmente, três vezes seguida. A pressão foi
exercida com incremento de 500g a cada segundo utilizando
um metrônomo com frequência de 1 Hz como feedback sono-
ro, nos músculos: frontal, temporal, masseter, trapézio e
esternocleidomastóide ((ECOM), por um avaliador cego para
a condição da severidade da DTM. Foi calculado o coeficiente
de correlação intraclasse (ICC) para avaliar os níveis de con-
cordância intra e interexaminadores. Este projeto foi aprovado
pelo Comitê de Ética em pesquisa local. Dos 12 alunos avalia-
dos 67% eram do gênero feminino, com médias de idade (12
± 2.07) e de peso de (38±11.8) não foi observada diferenças
nos dados demográficos entre os gêneros (P>0,05). Em rela-
ção a severidade da DTM, foi observada diferença significati-
va do gênero feminino masculino para a DTM moderada 62%
e 50% (p<0,003) e severa 13% e 0% (P,0,001) respectivamente.
Os níveis de ICC foram excelentes tanto intra como
interexaminadores, para todos os pontos avaliados, exceto para
frontal direito (0,56) e ECM lado direito (0,45) e esquerdo (0.53)
que apresentaram valores de ICC moderado intraexa-
minadores. Concluímos que a confiabilidade intra e interexa-
Trabalhos de Dor Orofacial
ORAIS DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 157
minadores do limiar de dor por pressão com o algômetro nos
músculos craniocervicais em crianças e adolescentes apresen-
ta níveis de moderados a excelentes, indicando que a avalia-
ção da sensibilidade muscular periférica utilizando este equi-
pamento é confiável e deve ser realizada também para crian-
ças e adolescentes e não somente para adultos.
Palavras-chaves: Variação entre avaliadores; Reproduti-
bilidade; DTM; Hipersensibilidade
OD-03
MYOFASCIAL PAIN SYNDROME DIAGNOSIS MODIFY THE
PERCUTANEOUS TREATMENT RESULTS OF PATIENTS WITH
CLASSICAL TRIGEMINAL NEURALGIA
Pedro Thadeu Brainer
3
, Joao Paulo Brainer
3
, Patricia Coutinho
Brandão
3
, Alessandra Brainer Mertens
2
,
Paulo Thadeu Brainer
1
1
HR/UPE - Hospital da Restauração, Pernambuco University
2
HUOC/PROCAPE/UPE - Pronto Socorro Cardiológico/
Hospital da Oswaldo Cruz, Pernambuco University
3
UFPE - Medical Scholl of Federal University of Pernambuco
Abstract: Object. The aim of this study was to compare the
results of surgical treatment of classical trigeminal neuralgia
(CNT) in patients with myofascial pain syndrome (MPS)
diagnosed before percutaneous treatment, in terms of time
between the first and second surgeries. Methods. On hundred
thirteen consecutive percutaneous procedures were performed
in 87 patients between January 2005 and June 2012. The
percutaneous balloon compression and percutaneous
retrogasserian radiofrequency procedures were not completed
due to technical reasons in 9 of the cases. Four patients were
unable to complete the follow-up and were excluded from the
study. The 2 groups with and without MPS diagnosis were
formed to compare in terms of initial effect and duration of
effect in alleviation of pain. Results. The rates for immediate,
one year, tree years and ten years complete pain relief were
89%,72%,49% and 17% for CTN patients without MPS diagnosis
and 82%, 64%, 45% and 12% for CTN patients with MPS
diagnosis. The rates of pain recurrence and second surgery
were 32% for CTN and 17% for CTN with MPS diagnosis and
this difference was statistically significant (chi-square test, p =
0.03). Conclusions. Both groups of patients, either with and
without MPS diagnosis had similar results after percutaneous
treatment of classical trigeminal neuralgia, with MPS diagnosed
and treated group presenting advantages in terms of the longer
time needed for a second surgery.
Palavras-chaves: Myofascial; Neuralgia; Reoperation;
Trigeminal
OD-04
AVALIAÇÃO DA CORRELAÇÃO ENTRE BRUXISMO DO SONO E
CEFALEIA MATINAL EM 149 INDIVÍDUOS NA
CIDADE DE CURITIBA-PR
Katia Regina de Moura Vieira
1
, Caroline Mensor Folchini
1
,
Pedro André Kowacs
1
, Elcio Juliato Piovesan
1
,
Marcelo Daudt Von Der Heyde
1
, Juliana Stuginski Barbosa
2
1
UFPR - Universidade Federal do Paraná
2
IEOBAURU - Instituto de Ensino Odontológico de Bauru
Introdução. O bruxismo do sono (BS) é uma atividade mus-
cular mastigatória durante o sono que é caracterizado como
rítmico (fásico) ou não rítmico (tônico). Em indivíduos sau-
dáveis não deve ser considerado como um distúrbio, mas
sim como um comportamento que pode ser um risco para
certas consequências clínicas. Estudos sugerem que uma das
consequências clínicas relacionadas ao BS seja cefaleia ao
acordar. Objetivo. Confirmar ou descartar a hipótese que
existe uma relação de frequência entre a prática de BS e a
experiência de cefaleia matinal. Métodos. Estes são da-
dos parciais de um amplo estudo acerca de bruxismo, apro-
vado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HC-UFPR (CAAE:
69652317.0.0000.0096). Participaram 149 indivíduos de
ambos os gêneros, idades entre 18 e 65 anos, avaliados quan-
to à e frequência de BS e frequência de cefaleia ao acordar.
Para tanto foi utilizado questionário seguindo os critérios da
Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono, assim
como exame clínico investigando a presença de facetas de
desgastes dentais, edentações de língua e de mucosas jugal
e labial, hipertrofia dos músculos masseteres, dor da muscu-
latura mastigatória ou da articulação temporomandibular,
rigidez e travamento da mandíbula. Os parâmetros de
frequência adotados foram: BS FREQUENTE >=1x/semana;
BS EVENTUAL >0<1x/semana; BS AUSENTE=0; CEFALEIA
FREQUENTE>=1x/semana; CEFALEIA EVENTUAL >0<1x/se-
mana; CEFALEIA AUSENTE=0. Todos os voluntários assina-
ram o TCLE previamente à sua participação no estudo. Re-
sultados. Foi encontrada uma relação estatisticamente
significante (p=0,001) entre a frequência do BS e a frequência
de cefaleia ao acordar. No grupo que não apresentava
bruxismo (BS Ausente) 82,9% dos pacientes relataram ausên-
cia de cefaleia ao acordar, enquanto 8,6% relataram cefaleias
eventuais e 8,6% cefaleias frequentes. No grupo com bruxismo
em frequência menor que uma vez por semana (BS EVENTU-
AL) 47,8% reportaram cefaleias eventuais pela manhã, 34,8%
cefaleias ausentes, e 17,4% cefaleias frequentes. No grupo
com bruxismo com frequência maior ou igual a uma vez por
semana (BS FREQUENTE) 60,3% apresentaram cefaleias ma-
tinais frequentes, 16,2% cefaleia ausente e 23,5% cefaleias
eventuais. Conclusão. O estudo confirma a hipótese de que
há uma relação direta entre a frequência da prática de BS e a
frequência de cefaleia matinal.
Palavras-chaves: Bruxismo; Cefaleia; Dor orofacial
OD-05
AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE CUTÂNEA EM PACIENTES COM
DOR OROFACIAL E CEFALEIA FREQUENTE
Giovanna Siqueira Faustino da Silva
1
, Clarissa Evelyn
Bandeira Paulino, Luciana Moraes Studart-Pereira
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Resumo: O sistema estomatognático possui proprioceptores
que lhe conferem propriedade sensitiva e capacidade de con-
trolar a função motora do sistema. Alterações na sensibilida-
de pode trazer prejuízos funcionais importantes. Objetivou-se
avaliar os limiares de sensibilidade cutânea em indivíduos
com dor orofacial crônica e cefaleia frequente. Estudo trans-
versal, com 71 pessoas, sendo 36 com queixa de dor orofacial
de um centro de referência para o controle de dor orofacial
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
158 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
em Pernambuco e 35 sem dor, escolhidas aleatoriamente. Ex-
cluiu-se submetidos à cirurgia, traumas na face, com parali-
sia facial, síndromes, alterações estruturais da face, e impos-
sibilidade de comunicação. Foram questionados sobre iden-
tificação, frequência e qualidade da dor orofacial e respon-
deram ao questionário anamnésico de Fonseca. Realizou-se
mensuração do limiar de sensibilidade cutânea em pontos
da face utilizando estesiômetro Semmes Weinsten Sorri®. Para
garantir a localização dos pontos, as regiões foram situadas
pela descrição anatômica e com auxílio do aparelho de
eletroestimulação neuromuscular Neurodyn II. Registrou-se em
mapa de pontos e tabela de filamentos. Considerou-se dife-
rença positiva as divergências entre pontos análogos. Anali-
sou-se os dados descritivamente através de frequências abso-
lutas e percentuais. Para associação entre duas variáveis ca-
tegóricas foi utilizado o teste Qui-quadrado (x2) de Pearson e
para a comparação de duas proporções num único grupo o
x2 de homogeneidade. Nível de significância de 5%. Aprova-
do pelo Comitê de Ética no2.514.702. Observou-se associa-
ção significativa da diferença de sensibilidade entre pontos
análogos da face entre o grupo com e sem dor, sendo mais
elevado no grupo com dor (44,4% x 20,0%) com risco igual a
2,22 e intervalo que exclui o valor 1,00. Destaca-se que no
grupo com dor as frequências dos que tinham ou não diferen-
ça entre pontos análogos (44,4% e 55,6% respectivamente)
não é significativa, conforme teste Qui-quadrado de Pearson
de homogeneidade em uma amostra (p = 0,505). Quando
os participantes são separados pela presença ou não de
cefaleia frequente, ocorreu associação (41,9% x 17,9%), ten-
do OR igual a 3,31 e IC que exclui o valor 1,00. Houve asso-
ciação entre presença de dor orofacial e cefaleia frequente e
diferença no limiar de sensibilidade nas regiões da face, na
amostra estudada. Sugere-se novos estudos que avaliem ou-
tras variáveis que possam estar envolvidas na percepção dos
limiares de sensibilidade cutânea, como idade.
Palavras-chaves: Face; Limiar sensorial; Percepção
PD-01
PERCUTANEOUS TRIGEMINAL NEURALGIA TREATMENT - A
PRACTICAL MODEL FOR FORAMEN OVALE PUNCTURE
TRAINING MEDICAL RESIDENTS
João Paulo Brainer
2
, Pedro Brainer Brainer
2
, Marcos Lyra
3
,
Gustavo Andrade
1,2
, Patricia Beltrao Coutinho
2
,
Alessandra Mertens Brainer Brainer
1
, Paulo Brainer Brainer
1
1
HR-UPE-Hospital da Restauração/
Universidade de Pernambuco
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
3
PRODS - Prodelphus Simulators
4
PROCAPE/HUOC-UPE - Hospital Universitário
Oswaldo Cruz - Universidade de Pernambuco
Abstract: Objective. The percutaneous technic radiofrequency
thermocoagulation or balloon compression using fluoroscopic
image-guidance is widely used in the treatment of trigeminal
pain. Better practice of residents and young neurosurgeons for
oval foramen puncture training could promote safer surgery,
since the unsuccessful cannulation of the foramen ovale conti-
nues to occur with fluoroscopic technique and is one the most
important cause of no treatment and complications. The
proposed model allows showing in a practical way all the
sensations of the puncture from the skin to the foramen,
optimizing the learning curve. Methods. We retrospectively
investigated the success or failure of oval foramen puncture
before an after training with the model. The first group of
residents, the control group, formed before the availability of
the model used a free-hand insertion using the technique of
Kirschner and the landmarks of Hartel. The second group were
initially trained in a model developed in association with
ProDelphus®Simulators laboratory, which is a world reference
in building models with an extremely high resemblance to the
human organs and structures, using Neoderma® material. All
procedures were performed between July 2015 and March
2018. Results. The first group forame ovale cannulation has
a failure rate of 53% (8 of 15 patients) despite the use of
fluoroscopy imaging. Complications (bruising on the face and
second pain) are reported in 66% this group (10 of 15 patients).
The second group, after previous training with the model, has
a failure rate of 23% (3 of 13 patients). Complications (bruising
on the face and second pain) are reported in 15% this group (2
of 13 patients). Conclusions. The model proved itself as a
valuable tool to improve young neurosurgeons performances
in actual procedures in real patients, effectively increasing their
success rate, with significant improvement in the learning cur-
ve, reduction in puncture time and radioscopy time and also
decreasing patient's complications.
Palavras-chaves: Model; Neuralgia; Ovale; Puncture; Training
PÔSTERES DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 159
PD-02
PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR DOLOROSA ATENDIDOS NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Camilla Porto Campello
1
, Renata Silva Melo Fernandes
2
,
Ana Mirian Velly
4
, Maria Tereza Cartaxo Muniz
3
1
Renorbio - Rede Nordeste de Biotecnologia
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
3
UPE - Universidade de Pernambuco
4
McGill - Universidade de McGill
Resumo: As disfunções temporomandibulares (DTM) são
uma doença musculoesquelética que afeta a articulação
temporomandibular (ATM), os músculos mastigatórios e as
estruturas associadas. A DTM dolorosa é a forma mais co-
mum de dor orofacial crônica e afeta principalmente adul-
tos entre 20 e 40 anos. A incidência na população é de cer-
ca de 40 a 60%, com uma proporção de 2,5 mulheres para
1 homem. A etiologia da DTM é multifatorial. Muitos fatores
demonstraram aumentar seu risco como hábitos orais (ex:
apertamento dental), trauma, distúrbios psicológicos e ou-
tros. Como os fatores etiológicos são multifatoriais o trata-
mento deve abranger todas as variáveis. O presente estudo
objetivou descrever o perfil clinico de pacientes que apre-
sentam esse distúrbio, que é de grande importância para
estabelecer uma melhor terapêutica. Sessenta pacientes fo-
ram diagnosticados conforme os critérios do DC/TMD na
clínica de dor orofacial da UFPE, no período de março de
2016 a dezembro de 2017. Dos 60 pacientes incluídos nes-
se estudo 54 foram do sexo feminino e 6 do sexo masculino.
A idade dos participantes variou de 18 a 53 anos. Foi cons-
tatado que 29 apresentaram dor miofascial e artralgia (D e
E) e (DD/SR), 1 teve dor miofascial e artralgia (D e E) com
DD/CR, 1 dor miofascial e artralgia (D) e DD/SR, 2 dor
miofascial e artralgia (E) e DD/SR, 2 dor miofascial e artralgia
(D e E) e DD/CR na ATM (D), 1 mialgia, 1 mialgia e artralgia
(E) e DD/SR, 3 mialgia e artralgia (D e E) e DD/CR e com
limitação de abertura bucal, 7 tiveram mialgia, dor
miofascial e artralgia (D e E) e DD/SR, 3 mialgia, dor
miofascial e artralgia (D e E) DD/CR e com limitação de
abertura bucal, 1 artralgia (D e E) DD/CR e com limitação
de abertura bucal, 1 artralgia (D e E) DD/CR e com limita-
ção de abertura bucal, 1 artralgia (D e E) DD/CR, 1 artralgia
(D e E) e com DD/CR à direita, 2 artralgia (D) e DD/SR, 1
artralgia (D) e DD/CR, 2 artralgia (D) e DD/SR e com limita-
ção de abertura bucal, 1 artralgia (E) e DD/SR. 30 em 60
relataram ter dor de cabeça constante reproduzida durante
exame. É fundamental que seja realizado o diagnostico clí-
nico destes indivíduos para poder desenvolver um tratamen-
to específico, contribuindo assim para uma melhora na qua-
lidade de vida do paciente.
Palavras-chaves: Disfunção temporomandibular; Dor facial;
Epidemiologia; DTM
PD-03
EFEITO ADICIONAL DA PLACA INTEROCLUSAL RÍGIDA EM
PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
DOLOROSA CRÔNICA
Aline Akemi Mori
1
, Barbara Cristina Zanandrea Machado
Cusumano
3
, Cláudia Maria de Felício
3
,
Marco Antônio Moreira Rodrigues Silva
2
1
Uningá - Centro Universitário Ingá
2
FORP-USP - Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
3
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Resumo: O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da pla-
ca oclusal rígida em pacientes com DTM crônica, como trata-
mento único ou associado à terapia de suporte. Foram seleci-
onados pacientes diagnosticados com DTM (RDC/TMD), dis-
tribuídos em 2 grupos experimentais. O primeiro foi tratado
apenas com placa oclusal rígida (POR) (GP, n=20), e o segun-
do (GTP, n=17), recebeu terapia prévia com fonoaudiólogo,
em 12 sessões de 45 minutos, e após três meses de finalização
deste tratamento, foram submetidos ao tratamento com POR,
assim como GP. As avaliações destes pacientes aconteceram
em três momentos, antes do tratamento (T1), 3 meses após a
instalação e ajuste da placa (T2) e 4 meses após a instalação
e ajuste da placa (T3). O grupo GTP foi submetido a uma
avaliação a mais (TS) que foi realizada antes da instalação
da placa oclusal rígida, ou seja, após três meses de término
do tratamento fonoaudiológico. O grupo controle pareado
por gênero e idade sem sinais e sintomas de DTM (n=20),
foram submetidos às mesmas avaliações em um único mo-
mento. As avaliações realizadas foram: RDC/TMD, e AMIOFE,
algometria, força de mordida e eletromiografia de superfície
dos músculos masseter e temporal. Os dados obtidos foram
tabulados e a análise estatística realizada pelo programa
BioEstat 5.0. Após o teste de normalização, a estatística não-
paramétrica foi aplicada por meio dos testes Kruskal-Wallis e
Friedman para amostras independentes e pareadas, respec-
tivamente. Resultados: mostraram que o tratamento com pla-
ca oclusal rígida como tratamento único ou associada a tra-
tamento prévio com fonoaudiólogo, proporciona melhora da
sintomatologia dolorosa em longo prazo (T2 e T3) mesmo
em pacientes com DTM crônica. Os escores para AMIOFE fo-
ram significantes apenas para as avaliações de mobilidade,
função e o escore total para o grupo que recebeu tratamento
com fonoaudiólogo e exercício miofuncional orofacial. O GP
não demonstrou resultados estatisticamente significantes para
esta avaliação. Foi possível perceber maior simetria da ativi-
dade muscular após os tratamentos propostos, no entanto,
esta diferença foi significativa apenas para o índice POC
masseter para GTP e ATTIV para GP (p<0,05). Conclusão:
houve diferença significativa entre GP e GTP apenas para a
avaliação do protocolo AMIOFE, onde o grupo que recebeu
tratamento fonoaudiológico prévio apresentou resultados sig-
nificativos.
Palavras-chaves: Disfunção temporomandibular; Placa
oclusal; Dor crônica; Terapias de suporte; Eletromiografia de
superfície
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
160 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PD-04
NOVAS DIRETRIZES PARA O DIAGNÓSTICO E
CLASSIFICAÇÃO DO BRUXISMO
Katia Regina de Moura Vieira
1
, Caroline Mensor Folchini
1
,
Pedro André Kowacs
1
, Marcelo Daudt Von Der Heyde
1
,
Juliana Stuginski Barbosa
2
, Elcio Juliato Piovesan
1
1
UFPR - Universidade Federal do Paraná
2
IEO-Bauru - Instituto de Ensino Odontológico de Bauru
Introdução. A diversidade de conceitos, definições e sistemas
de classificação do bruxismo sempre constituiu um desafio tan-
to acadêmico quanto clínico. Em 2013, um consenso internaci-
onal propôs uma definição e um sistema de classificação pa-
dronizados para a pesquisa do bruxismo. Diante da necessida-
de de atualização daqueles conceitos um novo consenso foi
realizado, sendo publicado em 2018, sob o título "International
consensus on the assessment of bruxism: Report of a work in
progress". Objetivos: 1) Divulgar as proposições do consenso
2018 entre a comunidade científica; 2) Fomentar a discussão
tendo como alvo a uniformização de conceitos, classificação e
instrumentos diagnósticos para estudo e pesquisa do bruxismo.
Métodos: Foi realizada uma revisão comparativa entre am-
bos os consensos supracitados. Resultados: 1. Definição de
Bruxismo: Bruxismo do sono (BS) e Bruxismo em vigília (BV) fo-
ram considerados comportamentos diferentes, observados du-
rante o sono e durante a vigília. Recomendou-se a substituição
de uma definição comum a ambos por duas definições sepa-
radas. 2. Status do Bruxismo: O bruxismo foi considerado como
sendo não mais uma disfunção, mas um comportamento, que
pode ser um fator de risco (ex: DTM) ou mesmo um fator protetivo
(Ex: SAOS) para determinadas condições clínicas. 3. Avaliação
do Bruxismo: Podem ser aplicadas tanto a abordagem não ins-
trumental (autorrelato, exame clínico) quanto a abordagem ins-
trumental (eletromiografia de superfície). Estes procedimentos
devem, no entanto, ser melhor avaliados quanto à sua acurácia,
aplicabilidade e acessibilidade, e seus registros devem ser fei-
tos ao longo de um determinado período de tempo. 4. Classi-
ficação do Bruxismo: Passa a ser utilizada uma única variável
para cada segmento, sendo: a) Bruxismo possível: autorrelato;
b) Bruxismo provável: avaliação clínica; c) Bruxismo definitivo:
eletromiografia. Conclusão: A adoção e a divulgação destes
critérios não apenas estimularão novas discussões, como tam-
bém poderão contribuir para a formação uma base sólida de
desenvolvimento clínico e científico deste instigante tópico.
Palavras-chaves: Bruxismo; Consenso; Classificação; Diag-
nóstico
PD-05
USO DE ÁCIDO HIALURÔNICO EM DESLOCAMENTO DO
DISCO COM REDUÇÃO E COM TRAVAMENTO INTERMITENTE:
RELATO DE CASO
Maria Isabel Barboza Godê Vasconcelos
1
, Manuela Vieira
Calado
1
, Anderson de Moura Gonçalves
1
,
Tatiana Prosini da Fonte
2
, Renata Silva Melo Fernandes
1,3
1
CEAO - Centro de Estudos Científicos e
Assistência Odontológica
2
FOP - Faculdade de Odontologia de Pernambuco
3
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Resumo: As disfunções temporomandibulares (DTM) são fre-
quentes e afetam a qualidade de vida dos pacientes. Dentre
as DTM temos um grupo de patologias articulares que apre-
sentam dor, limitação da amplitude de movimento, sons arti-
culares, e desvio ou deflexão durante a abertura bucal. Das
disfunções articulares, os deslocamentos do disco articular e
as desordens inflamatórias são as que mais levam os pacien-
tes aos nossos consultórios. Um dos tratamentos que podem
ser indicados para os deslocamentos de disco é a viscossu-
plementação com ácido hialurônico. Vários estudos mostram
que o ácido hialurônico tem um efeito benéfico tanto na dor,
quanto nos movimentos mandibulares e na redução de ruí-
dos articulares, pois ele tem como objetivos promover a lu-
brificação da articulação e controlar a inflamação e a dor,
melhorando, consequentemente, a amplitude da abertura
bucal. O presente trabalho descreve o seguinte caso clínico:
paciente do sexo feminino, 38 anos de idade, com quadro de
dor, estalos, crepitação, abertura bucal limitada (pela dor),
desvios durante o movimento de abertura bucal e relatos de
travamentos (principalmente quando permanece durante um
certo tempo sem movimentar a mandíbula). A imagem da
ressonância magnética demonstra deslocamento de disco com
redução e sem infiltrado inflamatório – por sua vez, a tomo-
grafia computadorizada das ATM mostra pequenas áreas de
alteração de forma, mas sem evidência de doença em ativi-
dade. Foi realizada a viscossuplementação nas ATM direita e
esquerda com ácido hialurônico de alto peso molecular, alia-
do ao uso de placa estabilizadora e exercícios de mobilização
e coordenação mandibular. O uso do ácido hialurônico pro-
moveu a melhora da lubrificação, e gerou movimentos man-
dibulares sem crepitação ou estalo. A placa estabilizadora
diminuiu a carga sobre as ATM e os exercícios restabelece-
ram a normalização das suas funções. Concluiu-se que a
viscossuplementação com ácido hialurônico promoveu a di-
minuição da inflamação e do atrito nas superfícies articula-
res, bem como aumentou a lubrificação, permitiu a diminui-
ção da dor e a melhoria dos movimentos e ruídos articulares.
Palavras-chaves: AC hialurônico; Dor orofacial; DTM
PD-06
CORRELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À
SAÚDE BUCAL E A INCAPACIDADE CERVICAL EM PACIENTES
COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Ana Izabela Sobral de Oliveira-Souza
1
,
Lais Ribeiro do Valle Sales
1
, Alexandra Daniele Fontes Coutinho
1
,
Tamara Cavalcanti M. C. Neta
1
,
Manuella Moraes M. B. Barros
1
, Daniella Araújo de Oliveira
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: Indivíduos com dor miofascial mastigatória po-
dem apresentar maior acometimento da função mandibular,
assim como pior qualidade de vida e incapacidade cervical,
no entanto a relação entre elas ainda não está totalmente
elucidada. Objetivo: Avaliar o nível de incapacidade cervical
de pacientes com disfunção temporomandibular e correla-
cionar com a qualidade de vida relacionada à saúde bucal e a
gravidade do acometimento da função mandibular. Métodos:
Foram incluídas 18 mulheres (23±3 anos), com DTM miogênica
e/ou mista diagnosticadas pelos critérios do Diagnostic Criteria
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 161
for Temporomandibular Disorders. A qualidade de vida relacio-
nada à saúde bucal foi avaliada com o questionário Oral
Health-related Quality of Life (OHIP-14), classificado por nível
de score, quanto maior pior a qualidade de vida. O Questio-
nário de Limitação Funcional Mandibular (MFIQ) avaliou a gra-
vidade do acometimento da função mandibular e o Neck
Disability Index (NDI) o nível de incapacidade cervical. Os da-
dos foram descritos em prevalência de gravidade da disfunção
avaliada, e foi realizada uma análise de correlação de Pearson
entre as variáveis, com pValor de 0,05. O presente estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de
Pernambuco sob o CAAE: 8010717.8.0000.5208. Resultados:
Das 18 pacientes, 10 (55,5%) apresentaram acometimento da
função mandibular com gravidade baixa, 7 (38,8%) com gra-
vidade moderada e 1 (5,5%) não apresentou comprometimen-
to de função. 12 (66,7%) das 18 voluntárias apresentaram auto-
relato de dor cervical, dessas 5 (41,7%) com incapacidade
cervical mínima, 6 (50%) com incapacidade moderada e 1
(8,3%) com incapacidade grave, em relação à função mandi-
bular, 7/12 (58,3%) apresentaram acometimento da função
mandibular com gravidade leve e 5 (41,7%) com gravidade
moderada. Dentre as variáveis analisadas, o NDI apresentou
uma correlação positiva com a qualidade de vida relacionada
à saúde bucal (r=0,638; p=0,025). Não houve correlação sig-
nificativa entre o MFIQ e as outras variáveis (NDI: r=-0,39;
p=0,903; OHIP-14: r=-0,143; p=0,572). Conclusão: Paci-
entes com disfunção temporomandibular com auto-relato de
dor cervical apresentam incapacidade cervical e acometimen-
to da função mandibular de gravidade leve a moderada. A
incapacidade cervical se correlaciona positivamente com a
qualidade de vida relacionada à saúde bucal mas não com a
função mandibular, dessa forma quanto pior a incapacidade
cervical pior é a qualidade de vida desses pacientes.
Palavras-chaves: Disfunção temporomandibular; Incapa-
cidade cervical; Qualidade de vida
PD-07
EFEITOS DO HÁBITO DE FUMAR NA DOR OROFACIAL DE
PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Ana Izabela Sobral de Oliveira Souza
1
, Josepha Karinne de
Oliveira Ferro
1
, Acácia Marinho Ferraz Gomes Cabral
1
,
Tatiana da Paula Santana da Silva
1
, Selene Vasconcelos
1
,
Murilo Duarte da Costa Lima
1
, Daniella Araújo de Oliveira
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Resumo: Objetivo: Descrever os efeitos do hábito de fumar
em pacientes com disfunção temporomandibular (DTM). Mé-
todos: Trata-se de uma revisão integrativa, que utilizou a es-
tratégia: Paciente, Intervenção, Comparação e Resultados (PI-
COS) para a elaboração da pergunta do estudo. A estratégia
de busca foi conduzida mediante os critérios Preferred Reporting
Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), e a
qualidade metodológica foi avaliada pelos critérios da escala
Newcastle-Ottawa para estudos transversais. Foram incluídos
estudos observacionais com pacientes de DTM.Foram excluí-
dos da análise artigos de revisão, ensaios clínicos e notas edi-
toriais. As bases de dados incluídas foram: CINAHL, Medline
via PubMed, Web of Science, and Scopus via plataforma CA-
PES. As descrições utilizadas foram: "smoking"; "Tobacco";
"Orofacial Pain" e "temporomandibular joint disorders", agru-
pados pelo operador booleano "AND". O risco de viés na sele-
ção dos manuscritos e na análise foi reduzido pela avaliação
independente por pares. Resultados: Ao todo 242 publica-
ções foram identificadas nas buscas e analisadas por título e
resumo, resultando em 13 manuscritos para leitura completa.
Destes, 7 artigos foram excluídos por não se encaixarem nos
critérios de elegibilidade: 1 não era estudo observacional, 2
não relacionavam o hábito de fumar à dor orofacial; 2 não
utilizaram o DC/TMD como critério de diagnóstico; 2 não ti-
nham os textos disponíveis para leitura completa. Dos 6 arti-
gos que permaneceram para análise alguns dados importan-
tes foram verificados, entre eles, que os fumantes têm um risco
três vezes maior de apresentar sintomas de DTM (IC=1,33-7,7)
em comparação aos não fumantes, particularmente na faixa
etária de 18 a 29 anos. Além disso, a percepção da intensida-
de da dor foi pior entre os fumantes em comparação aos não-
fumantes, e proporcional à quantidade de cigarros consumi-
dos diariamente, principalmente em mulheres. Uma diferença
na intensidade da dor orofacial entre fumantes e não fumantes
também foi encontrada, mas não entre não-fumantes e ex-fu-
mantes. Conclusão: Além de influenciar aspectos como
comorbidade, fadiga, controle da dor, qualidade do sono e
sofrimento psíquico, o tabagismo também pode afetar negati-
vamente a percepção da dor em pacientes com disfunção
temporomandibular. Além disso, devido à escassez de boas
evidências, uma associação entre os aspectos biomecânicos
do tabagismo e a intensidade da dor na DTM não pode ser
estabelecida.
Palavras-chaves: Disfunção temporomandibular; Dor
orofacial; Hábito de fumar
PD-08
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PÓS RECONSTRUÇÃO DE
FACE EM PACIENTE AGREDIDO POR ARMA BRANCA
Gisele Priscilla de Barros Alves Silva
1
, Camilla Siqueira de
Aguiar
2
, Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
3
,
José André Carneiro da Silva
4
, Marcela Côrte Real
Fernandes
4
, Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinheiro
5
,
Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
4
1
FAINTVISA - Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão,
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
3
UNINASSAU - Faculdade Maurício de Nassau,
4
FACOL - Faculdade Escritor Osman da Costa Lins
5
COOPFISIO - Cooperativa dos Fisioterapeutas e
Serviços em Saúde de Pernambuco
Resumo: O trauma facial pode ser considerado uma das agres-
sões mais devastadoras encontradas em centros de trauma
devido às consequências emocionais, danos a estruturas
anatômicas e à possibilidade de deformidade. Os traumas pro-
duzidos por instrumentos metálicos são comuns em guerras,
conflitos pessoais e em acidentes diversos podendo provocar
lesões desde pequenos ferimentos até fraturas extensas e gra-
ves. As lesões do complexo maxilo-facial representam um dos
problemas de saúde mais importantes do mundo, a região
zigomática é a segunda área da face mais atingida por lesões,
superada apenas pelos ossos nasais. A proposta deste traba-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
162 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
lho é apresentar um relato de caso em que houve a interven-
ção multidisciplinar, com as especialidades de cirurgia e
traumatologia buco maxilo facial, neurocirurgia, oftalmolo-
gia e prótese buco-maxilo-facial. Trata-se de um paciente víti-
ma de agressão física por arma branca que apresentou fratu-
ras em regiões fronto-zigomática esquerda, corpo do
zigomático esquerdo, maxilar bilateral, nasal, vômer, tempo-
ral esquerdo, etmoide, parietal esquerdo e esfenóide, com
fragmentos ósseos dentro da cavidade orbitária, ocasionan-
do a perda do globo ocular esquerdo. O êxito do tratamento
depende do correto manuseio das lesões logo após o trau-
ma, pois podem causar lesões às estruturas nervosas, tais como
neuropraxia, axonotmese e neurotmese, resultando em mui-
tas vezes em transtornos da motricidade dos músculos atingi-
dos, dor orofacial persistente e transtornos da sensibilidade
local. No caso citado, foi conseguindo uma consolidação
óssea satisfatória, restabelecendo a função e a estética do
paciente, inclusive com reabilitação através de prótese ocu-
lar, não ocorrendo nenhuma complicação pós-operatória.
Verificou-se que a rápida intervenção multidisciplinar, aliada
a uma correta técnica cirúrgica, garante o bom prognóstico
do paciente, prevenindo lesões nervosas.
Palavras-chaves: Dor; Lesão; Reabilitação; Trauma; Violência
PD-09
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PÓS-OPERATÓRIO EM UM
PACIENTE PORTADOR DE ANQUILOSE FIBROSA
PÓS-AGRESSÃO FÍSICA POR PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO
Gisele Priscilla de Barros Alves Silva
1
, José André Carneiro
da Silva
2
, Camilla Siqueira de Aguiar
3
, Victor Leonardo Mello
Varela Ayres de Melo
4
, Marcela Côrte Real Fernandes
2
,
Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinheiro
5
,
Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
2
1
FAINTVISA - Faculdades Integradas da Vitória de Santo
Antão,
2
FACOL - Faculdade Escritor Osman da Costa Lins
3
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
4
UNINASSAU - Faculdade Maurício de Nassau
5COOPFISIO - Cooperativa dos Fisioterapeutas e
Serviços em Saúde de Pernambuco
Resumo: A anquilose da articulação temporomandibular
(ATM), ocasionada pela união fibrosa ou óssea do côndilo da
mandíbula, disco articular e cavidade glenóide é caracteriza-
da principalmente após a exposição do paciente a um trau-
ma, mas também pode ser relacionada a doenças sistêmicas
e infecções. A anquilose é classificada em quatro tipos de acor-
do com o seu grau de fibrose ou ossificação, o seu diagnósti-
co é feito principalmente através da imaginologia e seu trata-
mento embora seja ainda um grande desafio para os cirurgi-
ões, pode ser cirúrgico, o mais indicado, ou não-cirúrgico e o
paciente deve sempre ser submetido ao tratamento fisioterá-
pico. O objetivo desse trabalho é relatar o caso de um paci-
ente do gênero masculino, de 27 anos de idade, que foi víti-
ma de agressão física por projétil de arma de fogo, atingindo
o terço médio da face, e a importância da abordagem
fisioterapêutica na reabilitação pós-operatória. O paciente
procurou o serviço do Ambulatório de Cirurgia e Traumatologia
Buco Maxilo Facial da Universidade Federal de Pernambuco,
após cerca de três meses do trauma, relatando trismo e dor à
palpação da região massetérica esquerda. Foram solicitados
alguns exames imaginológicos, que junto com sinais e sinto-
mas pôde-se chegar ao diagnóstico de anquilose fibrosa da
ATM. O tratamento escolhido foi o cirúrgico, onde foi feita
uma abertura forçada da mandíbula no intuito de liberar a
ATM das fibras aderidas a região. Após 24 da cirurgia o paci-
ente foi encaminhado para fisioterapia, onde foram utiliza-
dos recursos terapêuticos manuais e cinesioterapia, atuando
na redução do edema, redução da dor orofacial pós-cirúrgi-
ca, reabilitação funcional e prevenção de recidivas. Após cin-
co dias da cirurgia, por não apresentar edema na região ope-
rada e uma cicatrização da área satisfatória, o paciente foi
liberado. Houve consultas pós-operatórias e após seis meses
não havia indícios da recorrência da anquilose, e a abertura
da boca estava nos limites padrões, sendo a fisioterapia im-
portante na redução do quadro álgico. Assim, o tratamento
foi considerado um sucesso.
Palavras-chaves: Cirurgia; Dor; Face; Fisioterapia; Reabi-
litação
PD-10
REABILITAÇÃO FACIAL EM PACIENTE PEDIÁTRICO VÍTIMA DE
MORDEDURA DE CÃO NA FACE
Gisele Priscilla de Barros Alves Silva
1
, José André Carneiro
da Silva
2
, Camilla Siqueira de Aguiar
3
, Victor Leonardo Mello
Varela Ayres de Melo
4
, Marcela Côrte Real Fernandes
2
,
Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinheiro
5
,
Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
2
1
FAINTVISA - Faculdades Integradas da Vitória de Santo
Antão
2
FACOL - Faculdade Escritor Osman da Costa Lins
3
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
4
UNINASSAU - Faculdade Maurício de Nassau
5
COOPFISIO - Cooperativa dos Fisioterapeutas e
Serviços em Saúde de Pernambuco
Resumo: As mordeduras que apresentam interesse mais fre-
quente para o cirurgião dentista são as ocasionadas por ani-
mais domésticos, principalmente pelos cães e gatos. Estes
traumatismos são de grande importância, pois possuem alto
índice de contaminação e podem provocar, além de infec-
ções locais graves, algumas doenças sistêmicas causadas por
bactérias, vírus, protozoários e parasitas. O objetivo desse tra-
balho é relatar o caso de um paciente do gênero masculino,
3 anos de idade, que foi vítima de agressão física por cão da
própria família, e possíveis indicações do tratamento fisiotera-
pêutico. O paciente compareceu a emergência do Hospital
da Restauração sob estado geral regular, deambulando, cons-
ciente, orientado, afebril e eupnéico. Ao exame clínico foi ve-
rificado extenso ferimento em couro cabeludo, e ferimento
corto-contuso em pavilhão auricular direito com hemorragia
profusa. Sob anestesia geral, o tratamento baseou-se na la-
vagem rigorosa com soro fisiológico 0,9% e polivinilpirro-
lidona, remoção de corpos estranhos, debridamento dos te-
cidos desvitalizados e promoção da hemostasia. Os familia-
res foram orientados a observar o animal agressor por 10
dias. Não foi indicada profilaxia do tétano, pois a criança
estava vacinada. Não houve complicação pós-operatória e
a reparação da ferida obteve bom resultado, em que diante
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 163
disso não houve a indicação para fisioterapia. O paciente foi
acompanhado por 04 anos, no qual apresentou excelente re-
sultado estético. Nos casos em que há complicações pós-ci-
rúrgicas tais como edema localizado, aderência cicatricial e
dor orofacial persistente, a utilização da terapia manual é
indicada através do alongamento dos tecidos moles, libera-
ção miofascial, drenagem linfática facial e atenção para pos-
síveis regiões com fibrose, afim de reverter as complicações.
Palavras-chaves: Dor; Face; Fisioterapia; Reabilitação;
Traumatismo
PD-11
ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DOS ARTIGOS SOBRE DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR PUBLICADOS EM PERIÓDICOS DE
SAÚDE PÚBLICA NACIONAIS
Laura Cavalheiro Dorneles
1
, Cheila Furrati
1
,
Giordano Sória
1
, Myrian Camara Brew
1
, Raul Antônio Cruz
1
,
Eduardo Grossmann
2
, Caren Serra Bavaresco
1,2
1
ULBRA - Universidade Luterana do Brasil
2
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Resumo: O objetivo do presente estudo foi realizar uma pes-
quisa bibliométrica a fim de quantificar o número de artigos
publicados relacionados com a temática de Odontologia,
especificadamente a Disfunção Temporomandibular (DTM),
entre os anos de 2010 e 2017, nos periódicos (editoriais, arti-
gos originais e revisões) nacionais disponíveis online, com Qualis
entre A1 e B5. Os descritores identificados nos títulos utilizados
para a busca foram saúde coletiva, saúde pública,
epidemiologia e atenção primária à saúde (APS). Além disso,
os periódicos deveriam fornecer acesso online aos artigos pu-
blicados, obtendo avaliação Qualis, entre 2010-2017, nos es-
tratos A1, A2, B1, B2, B3, B4 e B5, na área de Odontologia.
Para a seleção de artigos, foi realizada uma busca manual e a
leitura dos títulos a fim de serem identificados quais artigos
estavam relacionados às áreas temáticas da Odontologia e
DTM, através de termos livres. Entre todos as revistas pesqui-
sadas, foram analisados 10.143 artigos publicados dentro da
temática saúde pública. Destes artigos, 495 (4,88%) foram pu-
blicados sobre saúde bucal e apenas 3 (0,03%) com temática
específica de DTM. Pode-se concluir que os periódicos de saú-
de bucal com relevância nacional ainda apresentavam uma
ínfima quantidade de estudos publicados na área de DTM. Urge
que a área de saúde coletiva amplie o debate sobre esta pato-
logia, associado à produção científica na área, a fim de com-
preendermos um pouco melhor o panorama nacional sobre a
prevalência e possibilidades de tratamento da DTM.
Palavras-chaves: Bibliometria; Saúde bucal; Saúde Públi-
ca; Articulação temporomandibular
PD-12
CONHECIMENTO SOBRE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
EM PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO
HOSPITAL CONCEIÇÃO
Angélica Rohden
1
, Raul Antônio Cruz
1
, Eduardo Grossmann
2
,
Marcylene Arruda Braz
1
, Caren Serra Bavaresco
1
1
ULBRA - Universidade Luterana do Brasil
2
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Introdução: As disfunções temporomandibulares (DTMs) são
caracterizadas por um conjunto de problemas clínicos que
envolvem a articulação temporomandibular, os músculos da
mastigação e as estruturas associadas. Além disso, foram re-
conhecidas como a principal causa das dores que não são de
origem dentária na região orofacial. Justificativa: Conside-
rando-se que a prevalência das DTMs tem aumentado nos
últimos anos com o consequente crescimento na demanda
por tratamento, obter-se um diagnóstico preciso tornou-se
imprescindível para o sucesso do tratamento, sendo necessá-
rio que os profissionais estejam preparados para diagnosti-
car e propor estratégias terapêuticas tanto no âmbito privado
como público. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi
avaliar o conhecimento dos integrantes da Equipe de Saúde
da Família (ESF) em relação aos fatores etiológicos, aos diag-
nósticos e às terapêuticas das disfunções temporomandibulares
(DTMs) de origem muscular e articular. Metodologia: Foram
aplicados três questionários em 87 profissionais das Equipes
de Saúde da Família do Grupo Hospital Conceição (GHC). O
primeiro questionário avaliou a prevalência de DTM nos fun-
cionários, no segundo coletamos os dados sociodemográficos
e, por último, o questionário de pesquisa buscou avaliar o
conhecimento dos profissionais sobre a etiologia, o diagnós-
tico e o tratamento das DTMs. A análise de correlação entre
os fatores dependentes e independentes foi realizado pelo
Qui-quadrado ou Teste T de Student para um p?0,05. Resul-
tados: Os resultados do estudo demonstraram que os profis-
sionais do GHC incluídos na amostra são predominantemen-
te do sexo feminino e, em sua maioria, apresentam DTM leve.
Em relação ao conhecimento profissional, o percentual de
acertos dos dentistas foi superior ao dos médicos apenas no
item tratamento, sendo semelhante para etiologia e diagnós-
tico das DTMs. Conclusão: É de suma importância que os
profissionais da atenção primária à saúde (APS) estejam pre-
parados para atender a demanda de pacientes que apresen-
tam os sinais e sintomas compatíveis com DTM. Sugere-se a
realização futura de estudos longitudinais sobre o manejo dos
pacientes com DTM na APS, bem como a formulação de pro-
tocolo de atenção para essa patologia neste nível de atenção
a fim de qualificar a atenção à saúde fornecida para esses
pacientes.
Palavras-chaves: Articulação temporomandibular; Atenção
primária à saúde; Saúde bucal
PD-13
PREVALÊNCIA DO DIAGNÓSTICO EM DTM NOS PACIENTES
ASSISTIDOS NA CLÍNICA DE POS-GRADUAÇÃO DA FOR
Renata Fernandes
1
, Silvia Murta
1
,
Ana Carolina Oliveira Neves
1
1
FOR - Faculdade de Odontologia de Recife
Resumo: A prevalência da dor orofacial é bem diversificada,
devido ao fato de ter conceitos, critérios de diagnóstico e tem-
po de avaliação distintos. Desta forma, propôs-se neste tra-
balho fazer um estudo sobre a prevalência do diagnóstico
das disfunções temporomandibulares nos pacientes atendi-
dos na clínica de pós-graduação do curso de DTM/Dor
Orofacial da Faculdade de Odontologia do Recife (FOR), no
período de agosto de 2011 a dezembro de 2013. A amostra
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
164 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
foi composta por 96 indivíduos, sendo 83 do gênero femini-
no e 13 do masculino. Para análise dos dados foi utilizada
estatística descritiva. Os resultados mostraram que 78 paci-
entes foram diagnosticados com mialgia, seguido de 28 com
dor miofascial, 16 com artralgia, 24 com cefaléia primária, 4
com neuralgia, 4 apresentaram deslocamento de disco com
redução (DDCR), 2 deslocamento de disco sem redução, 1
hiperlaxidão ligamentar e, por fim, 1 paciente com mioclonia.
Podendo o mesmo indivíduo apresentar mais de um diagnós-
tico para DTM. Com os levantamentos destes dados pode-se
observar a alta prevalência da DTM e a importância do diag-
nóstico diferencial com as outras dores que acometem a face
e cavidade oral. Os resultados sugerem a importância da in-
clusão de exames de diagnóstico para DTM na rotina
odontológica do clínico geral, a fim de se obter o correto di-
agnóstico, o que favorece a indicação de tratamentos mais
conservadores e adequados, interferindo diretamente na qua-
lidade de vida do indivíduo.
Palavras-chaves: Diagnóstico; Disfunção temporomandi-
bular; Dor orofacial; Prevalência
PD-14
A PREVALÊNCIA DO DIAGNÓSTICO EM DTM NOS PACIENTES
ASSISTIDOS NA CLÍNICA DE PÓS GRADUAÇAO DA FOR NO
PERÍODO DE JANEIRO DE 2010 A MARÇO DE 2011
Ana Carolina Neves
1
, Silvia Neves Murta Moreira
1
,
Renata Fernandes
1
1
FOR - Faculdade de Odontologia de Recife
Resumo: Sabemos que a prevalência da dor orofacial é bem
diversificada. Desta forma, propôs-se neste trabalho fazer um
estudo sobre a prevalência do diagnóstico das disfunções
temporomandibulares nos pacientes atendidos na clínica de
pós-graduação do curso de DTM/Dor Orofacial da Faculda-
de de Odontologia do Recife (FOR), no período de janeiro de
2010 a março de 2011. A amostra foi composta por 19 indi-
víduos, sendo 18 do gênero feminino e 1 do masculino. Para
análise dos dados foi utilizada estatística descritiva. Os resul-
tados mostraram que 11 pacientes foram diagnosticados com
mialgia, seguido de 2 com dor miofascial, 7 com artralgia, 6
com cefaléia primária, 4 apresentaram deslocamento de dis-
co com redução (DDCR), e, por fim, 1 apresentou neuralgia.
Podendo o mesmo indivíduo apresentar mais de um diagnós-
tico para DTM. Com os levantamentos destes dados pode-se
observar a alta prevalência da DTM e a importância do diag-
nóstico diferencial com as outras dores que acometem a face
e cavidade oral. Os resultados sugerem a importância da in-
clusão de exames de diagnóstico para DTM na rotina
odontológica do clínico geral, a fim de se obter o correto di-
agnóstico, o que favorece a indicação de tratamentos mais
conservadores e adequados, interferindo diretamente na qua-
lidade de vida do indivíduo.
Palavras-chaves: Prevalência; Disfunção temporomandi-
bular; Diagnóstico
PD-15
ODONTALGIA X MIGRANEA DE TERÇO INFERIOR DE FACE:
RELATO DE CASO
Carina Mabel de Albuquerque Ramos
1
,
Renata Silva Mélo Fernandes
1
, Raíssa Barreto Tavares
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Resumo: A migrânea é uma cefaleia primária altamente
prevalente e está entre as doenças mais incapacitantes. Seu
diagnóstico deve seguir os critérios definidos pela Sociedade
Internacional de Cefaleia. Suas manifestações podem ter iní-
cio na infância ou adolescência, perdurando por toda a vida.
Determina impacto para o indivíduo e a sociedade, podendo
comprometer atividades profissionais, escolares, sociais e de
lazer. Caracteriza-se por ataques de cefaléia moderada ou
intensa que pode vir acompanhada de sintomas neurológi-
cos, gastrointestinais e autonômicos. Apesar dos critérios di-
agnósticos bem definidos, alguns pacientes podem ter seu di-
agnóstico tardio em decorrência de diversos fatores incluindo
grau de conhecimento do profissional e paciente, localização
em segmentos da cabeça que normalmente acomete outras
dores, tempo de acometimento que normalmente faz com que
o paciente tenha dificuldade de caracterizar o problema. A
Migrânea da metade inferior da face "Lower alf Headache"
caracteriza-se por dor na região ocular com irradiação para
baixo atingindo a região maxilar e/ou mandibular. Por mui-
tas vezes seu diagnóstico vem a ser discutido após fracassos
de algumas terapêuticas como observado no caso clínico
descrito isso se deve a estreito relacionamento entre algumas
patologias como odontalgias, neuralgias e outras cefaleias
trigemino autonômicas. Descreveremos um Caso clínico de
uma senhora de 58 anos com dor há 15 anos de caráter
latejante em região mandibular bilateral que durava 1-3ho-
ras com uso de analgésico de forte intensidade, incapacitante,
que piora com esforço físico, quase diária associada á náu-
sea, fotofobia e fonofobia. Ao exame clinico observou-se múl-
tiplas áreas desdentadas que segundo relato da paciente vá-
rios dos elementos dentais ausentes estes foram removidos
por causa da dor. A paciente estava cansada de fazer cirurgi-
as para controlar a dor sem resposta. O sucesso do caso clíni-
co se deu quando após o correto diagnóstico a sintomatologia
pode ser controlada, para isso se faz necessário discussões
clínicas nos casos em que ocorrem dúvidas e/ou após
insucessos terapêuticos onde se deve verificar a possibilidade
de outro diagnóstico.
Palavras-chaves: Cefaleia; Odontalgias; Dor orofacial
PD-16
RELATOS DE CASOS: NEURALGIA DO TRIGÊMEO E A
IMPORTÂNCIA DO SEU CORRETO DIAGNÓSTICO REALIZADO
PELO CIRURGIÃO DENTISTA
Paula Karine Cavalcante Cavalcante
1
, Ana Sofia Vieira dos
Santos Santos
1
, Renata Silva Melo Fernandes Fernandes
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Resumo: A Neuralgia do Trigêmeo (NT), é uma dor orofacial,
geralmente unilateral, paroxística, sentida como choque ou
queimação, de curta duração, normalmente provocada por
toque não nociceptivo em uma "zona de gatilho", que pode
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 165
ser desencadeada por estímulos indolores. Acomete mais
pessoas idosas, gênero feminino, sendo rara antes dos 35
anos. A etiologia mais aceita é de uma associação entre pro-
cessos degenerativos do envelhecimento e compressão
vasculonervosa. As características clínicas são: dor paroxística,
limitação ao território de distribuição do nervo trigêmeo, au-
sência de associação de anormalidade grosseiras ao exame
neurológico, ausência de causas orgânicas evidentes e res-
posta favorável à secção dos troncos periféricos do nervo ou
da raiz trigeminal. A NT pode imitar a dor de origem odonto-
gênica, levando profissionais a realizar tratamentos endo-
dônticos e exodontias desnecessárias. Tendo em vista que o
paciente com NT, muitas vezes, procura o dentista, é de fun-
damental importância para este profissional saber realizar o
correto diagnóstico, para não intervir iatrogenicamente, mas
sim, lançar mão das medicações anticonvulsivantes, realizan-
do exames periódicos para a verificação de toxicidade des-
sas e encaminhando ao neurologista para avaliação de pos-
síveis fatores etiológicos envolvidos. Não é incomum relatos
de paciente que sofreram iatrogênias, por um erro de diag-
nóstico. O objetivo do trabalho é descrever casos clínicos de
NT que foram confundidas com odontalgias. Os pacientes
procuraram a clínica de dor orofacial da UFPE queixando-se
de dores de forte intensidade, curta duração, sentida várias
vezes ao dia e relataram haver realizado diversos tratamen-
tos odontológicos, com o objetivo de controlar a dor, porém
não obtiveram sucesso. Ao colher a história da dor, suas ca-
racterísticas, duração, frequência aliado ao exame clínico es-
tabeleceu-se a hipótese diagnóstica de NT, foi introduzido
Carbamazepina e encaminhado o paciente ao ambulatório
de cefaleia onde os casos são acompanhados até hoje. Con-
clui-se que os cirurgiões dentistas (CD) menos experientes po-
dem confundir a NT com odontalgias, sendo assim, torna-se
indispensável ao CD saber diagnosticar a NT e assim, não
realizar intervenções indevidas, como tratamentos endo-
dônticos e/ou exodontias.
Palavras-chaves: Neuralgia do trigêmeo; Dor orofacial;
Nervo trigêmeo
PD-17
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL NAS ATM: RELATO DE CASO
Tatiana Prosini da Fonte
1
, Renata Silva Mélo Fernandes
2,3
1
FOP - Faculdade de Odontontologia de Pernambuco
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
3
CEAO - Centro de Estudos e Assistência Odontológica
Resumo: A artrite idiopática juvenil (AIJ) apresentam um cur-
so agressivo e em alguns casos seu diagnóstico é tardio, prin-
cipalmente quando acomete isoladamente a ATM, levando a
alterações irreversíveis nas articulações de um modo geral.
Quando acomete a ATM pode levar degeneração da cabeça
da mandíbula, alterações de crescimento facial e dificulda-
des/incoordenações e limitações das funções do sistema
mastigatório; que pode inclusive acarretar deficiências
nutricionais, pois o paciente evita se alimentar para não pio-
rar a dor. O acometimento da ATM nos pacientes com AIJ ocor-
re em até 80% dos casos, quando avaliada por ressonância
magnética. Na AIJ a artrite da ATM é uma inflamação primá-
ria em combinação com problemas secundários miogênicos
e funcionais. Cabe ao cirurgião dentista monitorar o cresci-
mento facial e controlar as alterações degenerativas/inflama-
tórias das ATM destes pacientes. A natureza assintomática do
envolvimento da ATM na AIJ pode ocultar danos estruturais
observados na imagem de ressonância magnética como
edema de medula óssea, derrame articular, espessamento
sinovial e aumento do realce articular. A avaliação do nível
inflamatório, o grau de deformação osteocondral e o cresci-
mento do ramo mandibular pela ressonância magnética au-
xiliam no monitoramento do curso da artrite da ATM e na es-
colha do tratamento. Caso clínico: paciente do sexo femi-
nino 14 anos com queixa de dor em região de ATM bilateral e
mordida aberta anterior que vem piorando nos últimos 2 anos.
Ao exame observou-se mordida aberta anterior que não esta-
va presente em fotografias do sorriso da paciente quando ti-
nha 10 anos. Dor a palpação das ATM e movimentos mandi-
bulares restritos. Nas tomografias que a paciente nos trouxe
observava-se desgaste ósseo das ATM compatíveis com pro-
cesso degenerativo em atividade. Foi feito uma placa
estabilizadora para diminuir a carga sobre as ATM e encami-
nhamento a reumatologista que solicitou exames hema-
tológicos que foram negativos e ressonância magnética que
mostrou espessamento sinovial e aumento do realce articular.
Foi iniciado metotrexato. Após 10 meses de uso da medica-
ção a paciente aptesenta-se sem dor, em uso de placa esta-
bilizadora e a nova ressonância magnética mostrou diminui-
ção do processo inflamatório. Quando a doença entrar em
remissão a mesma será encaminhada ao ortodontista para
melhorar a condição oclusal e melhorar as funções. O diag-
nóstico e controle da doença é primordial para reduzir os
danos estruturais e funcionais.
Palavras-chaves: Artrite; ATM; Dor orofacial; DTM
PD-18
EXTENSO TRAUMA DE FACE PROVOCADO POR ACIDENTE DE
TRÂNSITO, PROVOCANDO LESÃO NO V E VII PAR CRANIANO
Camilla Siqueira de Aguiar
1
, Maria Luisa Alves Lins
1
, Rodrigo
Henrique Mello Varela Ayres de Melo
3
,
Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
4
, Marcela Côrte
Real Fernandes
1
, Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinhei-
ro
2
, Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
Coopfisio - Cooperativa dos Fisioterapeutas e
Serviços em Saúde de Pernambuco
3
HMGV - Hospital Municipal Getúlio Vargas
4
UNINASSAU - Universidade Maurício de Nassau
Resumo: Os acidentes de trânsito constituem um grave pro-
blema de saúde pública ocorrendo, a cada ano, em torno de
45 mil mortes decorrentes deste mecanismo de trauma no
Brasil, a uma estimativa deum acidente por minuto. Grande
parte da população envolvida nestes eventos é do gênero
masculino, com idade inferior a 45 anos. É importante obser-
var nesses tipos de acidentes a existência de doresmusculares
pós-traumática e nevralgias traumáticas que são neuropatias
com uma influência mais periférica do que central com um
sistema autoalimentado, e a dor se torna contínua, até que o
processo seja interrompido pela parada do mecanismo
excitatório central ou por medicamentos de ação periférica. É
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
166 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
necessário que a sua resolução para o progostico do paciente.
O objetivo desse trabalho é relatar um caso clínico de extenso
trauma de face que provocou lesão no V e VII desencadeando
uma dor pós traumática. Paciente do gênero masculino, 28
anos, melanoderma, o qual sofreu acidente motociclístico usan-
do o capacete de proteção no momento do acidente. No en-
tanto, sofreu trauma de alta complexidade, o que provocou
ferimentos extensos de pele, músculos e ossos em terços médio
e superior da hemiface esquerda. No plano ósseo, houve fratu-
ra complexa do osso zigomático e cominutiva da maxila. O
paciente recebeu os cuidados iniciais pela equipe do SAMU e
foi encaminhado a um centro de referência em trauma. Após o
atendimento do suporte avançado de vida no trauma, foi sub-
metido à cirurgia para reparo de suas deformidades, conferin-
do um bom resultado estético e funcional e cuidados pós ope-
ratórios para minimizar as dores orofaciais. Traumas faciais
representam grande parte da demanda nas emergências hos-
pitalares e o acidente motociclístico é uma das principais cau-
sas de tais ocorrências. Dessa forma, o conhecimento de técni-
cas de avaliação e tratamento inicial e avançado às vítimas de
tais acidentes se faz necessário para que haja uma melhor ex-
pectativa e qualidade de vida desses pacientes.
Palavras-chaves: Neuralgia facial; Traumatismos do nervo
facial; Traumatismo múltiplo
PD-19
NEUROMA TRAUMÁTICO NA REGIÃO RETROMOLAR APÓS
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO CAUSANDO PERDA DA
SENSIBILIDADE DO LÁBIO INFERIOR
Camilla Siqueira de Aguiar
1
, Carolina Siqueira Nunes
4
,
Rodrigo Henrique Mello Varela Ayres de Melo
2
,
Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
4
, Marcela Côrte
Real Fernandes
1
, Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinhei-
ro
3
, Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
HMGV - Hospital Municipal Getúlio Vargas
3
Coopfisio - Cooperativa dos Fisioterapeutas e Serviços em
Saúde de Pernambuco
4
UNINASSAU - Universidade Maurício de Nassau
Resumo: Os neuromas traumáticos são caracterizados por
dor neuropática associada ao trauma prévio. É importante
observar que cicatrizes mucogengivais após os procedimen-
tos cirúrgicos orais, como exodontias e apicectomias podem
levar a uma dor neuropática típica. É causado devido à pro-
liferação de um nervo, consequente a uma ruptura de seus
ligamentos após uma cirurgia e/ou lesão na região da cabe-
ça e pescoço. É diagnosticado, sobretudo, na meia-idade e
mostram uma predileção ao sexo feminino. Clinicamente
apresenta-se nódulo firme tão doloroso que é, geralmente,
visto na área do forame mentoniano, língua e lábio inferior.
O objetivodesse trabalho é relatar o caso clínico de uma pa-
ciente que desenvolveu um neuroma traumático na região
mandibular direita após exodontia doterceiro molar. Paciente
do gênero feminino, 26 anos, procurou o Ambulatório de Ci-
rurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Universidade
Federal de Pernambuco relatando perda de sensibilidade do
lábio inferior direito e ausência de queixa dolorosa, exceto
quando o local é agravado por pressão ou estiramento. Du-
rante anamnese a paciente relatou que tinha realizado uma
cirurgia de exérese de dentes inclusos há aproximadamente 3
anos. Ao exame imaginológico (panorâmica), apresentou rup-
tura do nervo alveolar inferior direito associado a uma massa
radiolúcida. A paciente foi submetida a uma biópsia incisional
onde confirmou-se o diagnóstico de neuroma traumático.
Verifica-se a necessidade uma completa anamnese do pacien-
te, uma correta avaliação dos exames complementares a fim
de que o diagnóstico, bem como a causa da doença sejam
precisos e o tratamento seja efetivado de forma completa.
Palavras-chaves: Neuralgia facial; Neuroma; Traumatologia
PD-20
HIPERPLASIA FIBROSA EM SEIO MAXILAR PROVOCANDO
INTENSA SENSIBILIDADE DOLOROSA NA
HEMIFACE ESQUERDA
Camilla Siqueira de Aguiar
1
, José Erenildo Alves da Silva
1
,
Rodrigo Henrique Mello Varela Ayres de Melo
2
,
Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
3
, Marcela Côrte
Real Fernandes
1
, Milena Mello Varela Ayres de Melo
4
,
Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
HMGV - Hospital Municipal Getúlio Vargas
3
UNINASSAU - Universidade Maurício de Nassau
4
Coopfisio - Cooperativa dos Fisioterapeutas e Serviços em
Saúde de Pernambuco
Resumo: A hiperplasia fibrosa inflamatória consiste em uma
lesão fibrosa inflamatória de desenvolvimento onde ocorre
uma resposta proliferativa com formação de tecido epitelial
e tecido conjuntivo fibroso, porém sem o risco de evolução
para uma lesão maligna. Essa lesão se localiza frequente-
mente nas regiões de mucosa jugal, língua e palato duro,
podendo também ter localizações distintas como por exem-
plo o seio maxilar. Podemos também classificá-la de acordo
com a sua característica microscópica em fibrosa ou inflama-
tória. Quando observado no seio maxilar a infecção sinusal,
ou sinusite, consiste em uma inflamação do tecido que reves-
te o seio da face que leva a uma infecção que pode resultar
em acúmulo de muco e dor. Seu tratamento é feito cirurgica-
mente, pois assim evita-se o risco de que a lesão possa ter
recidiva. O caso relatado aqui envolve o tratamento de um
paciente que possuía hiperplasia fibrosa no seio maxilar es-
querdo com intesa sensibilidade dolorosa, onde ao decorrer
de anos foi feita uma marsupialização, porém o paciente com
medo de que sua lesão se tratasse de uma lesão maligna
acabou abandonando o Ambulatório de Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Universidade Federal
de Pernambuco, retornando ao serviço após alguns anos com
a piora do seu quadro e sintomatologia dolorosa intensifica-
da, sendo assim realizado o tratamento definitivo, onde foi
realizada a exérese do espécime de forma cirúrgica o qual foi
levado ao laboratório de Patologia Oral da UFPE e foi confir-
mada a hipótese diagnóstica de Hiperplasia Fibrosa. Verifi-
ca-se a necessidade uma completa anamnese do paciente,
uma correta avaliação dos exames complementares a fim de
que o diagnóstico, bem como a causa da doença sejam pre-
cisos e o tratamento seja efetivado de forma completa.
Palavras-chaves: Dor; Hiperplasia; Neuralgia facial
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 167
PD-21
DESTRUIÇÃO DE ESTRUTURAS ORBITÁRIAS DEVIDO A
PROCESSO INFECCIOSO CAUSADO POR MIÍASES
Camilla Siqueira de Aguiar
1
, Bruno José de Barros Carneiro
1
,
Rodrigo Henrique Mello Varela Ayres de Melo
2
,
Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
3
, Marcela Côrte
Real Fernandes
1
, Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinhei-
ro4, Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
HMGV - Hospital Municipal Getúlio Vargas
3
UNINASSAU - Universidade Maurício de Nassau
4
Coopfisio - Cooperativa dos Fisioterapeutas e Serviços em
Saúde de Pernambuco
Resumo: A miíase pode ser definida como uma zoodermatose
causada pela presença de larvas de moscas em órgãos e te-
cidos do homem ou outros animais vertebrados, onde se nu-
trem e evoluem como parasitos. Más condições de higiene
associadas a ferimentos contribuem para que as moscas de-
positem seus ovos e se desenvolvam. Coceira, dor em fisgada,
sensação de movimento sob a pele, de queimação ou de
fisgada na área da lesão são sintomas típicos do acometi-
mento, que variam de intensidade conforme e localização e
o tamanho da infestação. Embora a ocorrência da miíase em
cavidade orbitária seja rara, o seu conhecimento é importan-
te para a eventualidade do cirurgião-dentista em se deparar
na prática com um caso desta infestação. O objetivo do tra-
balho é abordar o relato de caso clínico sobre o tratamento
em pacientes com destruição do globo ocular por miíases.
Paciente 64 anos de idade apresentando lesão localizada na
região supra-orbitária há 14 dias. Ao exame clínico obser-
vou-se destruição do globo ocular direito, necrose nos teci-
dos periorbitários, destruição parcial do assoalho da órbita e
dos ossos nasais, com presença de prurido, odor fétido e
edema. O tratamento a princípio foi a retirada das larvas e
debridamento dos tecidos desvitalizados, limpeza e curativo.
Posteriormente, foi realizado curetagem do seio maxilar di-
reito e o pós-operatório transcorreu dentro dos padrões da
normalidade. Portanto, é necessário a higienização das le-
sões em cavidades do organismo para que não sejam
infectadas por larvas de moscas e consequentemente por
miíases.
Palavras-chaves: Dor ocular; Neuralgia facial; Hipodermose
PD-22
RECONSTRUÇÃO HEMIMAXILAR ESQUERDA COMPLEXA,
PÓS-RESSECÇÃO DE ADENOCARCINOMA POLIMORFO,
A BASE DE RETALHO MUCOSO
Camilla Siqueira de Aguiar
1
, Paula Luiza de Oliveira Alvim
Soares
1
, Rodrigo Henrique Mello Varela Ayres de Melo
2
,
Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
3
, Marcela Côrte
Real Fernandes
1
, Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinhei-
ro
4
, Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
HMGV - Hospital Municipal Getúlio Vargas
3
UNINASSAU - Universidade Maurício De Nassau
4
Coopfisio - Cooperativa dos Fisioterapeutas e Serviços em
Saúde de Pernambuco
Resumo: O adenocarcinoma polimorfo de baixo grau é uma
neoplasia maligna das glândulas salivares incomum em re-
gião de cabeça e pescoço, que ocorre quase exclusivamente
em glândulas salivares menores. Entretanto essa patologia
apresenta sinais clinicopatólgicos próprio e baixo potencial
biológico. A dor é um sintoma comum. No momento do di-
agnóstico de 30% a 40% das pessoas sentem dor. Se o câncer
disseminou, 65% a 85% das pessoas sentem dor, e até 95%
da dor causada pelo câncer pode ser tratada com sucesso. A
dor pode fazer com que outros aspectos do câncer, tais como
fadiga, fraqueza, falta de ar, náusea, constipação, distúrbios
do sono, depressão, ansiedade e confusão mental, pareçam
mais graves. A lesão ocorre com maior frequência em indiví-
duos idosos do gênero feminino, entre a sexta e oitava déca-
da de vida, com maior prevalência para as regiões do palato
duro, palato mole, sendo o lábio superior e a mucosa jugal
as outras localizações mais comuns. O diagnóstico diferenci-
al tanto clínico quanto histológico é feito com o adenoma
pleomórfico e o carcinoma adenoide cístico. O tratamento
cirúrgico mais indicado e descrito na literatura médica é a
excisão cirúrgica ampla, incluindo algumas vezes a ressecção
do osso subjacente. Podem ocorrer metástases para os
linfonodos regionais, porém são incomuns. A dissecção radi-
cal do pescoço não esta indicada a menos que haja uma evi-
dência clínica de metástase cervical. O presente estudo tem
como objetivo relatar um caso clínico de exérese de
adenocarcinoma polimorfo de baixo grau em região de
tuberosidade maxilar esquerda. Paciente do gênero masculi-
no, com 63 anos de idade, leucoderma, procurou o Ambula-
tório de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial do Hos-
pital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco,
relatando sitomatologia dolorosa a região hemimagilar es-
querda e que aproximadamente 10 anos, havia realizado uma
exodontia na arcada superior esquerda e a partir desse pro-
cedimento cirúrgico, surgiu uma tumoração a região, que foi
aumentando de volume gradativamente ocasionando des-
conforto. Diante da extensão e complexidade da lesão se
fez necessário realizar a hemimaxilectomia, com margem
livre de segurança devido ao seu potencial infiltrativo e agres-
sivo. Verifica-se a necessidade uma completa anamnese do
paciente, uma correta avaliação dos exames complementa-
res a fim de que o diagnóstico, bem como a causa da doen-
ça sejam precisos e o tratamento seja efetivado de forma
completa.
Palavras-chaves: Adenocarcioma; Dor; Patologia
PD-23
RECONSTRUÇÃO CIRÚRGICA DE PÁLPEBRA ATRAVÉS DE
AUTO ENXERTIA, SEM PROVOCAR LESÃO DO NERVO FACIAL
Camilla Siqueira de Aguiar
1
, Manoel Nunes da Silva Neto
1
,
Rodrigo Henrique Mello Varela Ayres de Melo
2
,
Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
3
, Marcela Côrte
Real Fernandes
1
, Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinhei-
ro
4
, Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
HMGV - Hospital Municipal Getúlio Vargas
3
UNINASSAU - Universidade Maurício De Nassau
4
Coopfisio - Cooperativa dos Fisioterapeutas e Serviços em
Saúde de Pernambuco
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
168 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Resumo: O carcinoma adenoide cístico é considerado o se-
gundo tumor maligno mais frequente de glândula salivar. Aco-
mete principalmente pessoas idosas, do gênero feminino, nas
áreas expostas do corpo e é diagnosticado através de biópsia.
A escolha do tratamento depende do tipo, tamanho, localiza-
ção e profundidade de penetração, da idade do paciente,
suas condições de saúde e do provável resultado estético. Por
causa dessas características infiltrativas, quando o tumor cresce
em regiões com estrutura anatômica complexa, como o nariz
e seios paranasais, a ressecção cirúrgica completa da lesão
se torna mais difícil, além de existir a possibilidade de inva-
são tumoral de nervos intracranianos podendo ocasionar em
sua excisão ruptura desses nervos levado a paralisia facial. A
paralisia facial periférica é uma morbidade neuromotora en-
volvendo o nervo facial, de caráter temporário ou definitivo,
em que a sua etiologia pode ter envolvimento traumático, in-
feccioso, neoplásico, metabólica, congênita e iatrogênica.
Entretanto, o fator causal dificilmente é identificado de forma
específica, podendo variar desde uma combinação
multifatorial até uma etiologia idiopática. A freqüência é bai-
xa e incomum após cirurgias bucais e maxilofaciais. O objeti-
vo deste trabalho é mostrar a excisão e reconstrução cirúrgica
de região palpebral inferior sem o comprometimento do ner-
vo facial. Neste caso clínico, a paciente do gênero feminino,
leucoderma, 80 anos, apresentava lesão na região palpebral
inferior esquerdo com aproximadamente 10 anos de evolu-
ção. A lesão apresentava 3,0cm x 1,5cm, dura à palpação,
indolor e pedunculada. Foi realizada a biópsia do tipo
excisional. Foi feita a moldagem da cavidade para obtenção
do formato e tamanho ideal e optou-se pelo autoenxerto de
pele do tipo parcial. A área doadora escolhida foi a região
posterior do pavilhão auricular esquerdo. Foi retirada da re-
gião doadora o tamanho correspondente à área a ser enxer-
tada e realizado o procedimento suturando os tecidos a pon-
tos separados. Os curativos foram realizados utilizando fibrase
com cloranfenicol. A sutura foi removida com 15 dias do ato
operatório. A paciente foi examinada a cada 15 dias e teve
alta após 45 dias com resultado estético e funcional satisfa-
tório. Conclui-se a necessidade de uma minuciosa aborda-
gem cirúrgica nos casos de ressecções tumorais a fim de se
evitarem comprometimentos nervosos.
Palavras-chaves: Patologia; Nervo facial; Nervos cranianos
PD-24
OSTEOMIELITE DE MANDÍBULA
Camilla Siqueira de Aguiar
1
, Aline Vitória Tavares de
Almeida
1
, Rodrigo Henrique Mello Varela Ayres de Melo
2
,
Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
3
, Marcela Côrte
Real Fernandes
1
, Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinhei-
ro
4
, Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
HMGV - Hospital Municipal Getúlio Vargas
3
UNINASSAU - Universidade Maurício de Nassau
4
Coopfisio - Cooperativa dos Fisioterapeutas e
Serviços em Saúde de Pernambuco
Resumo: A osteomielite é uma infecção óssea, geralmente
causada pelo Staphylococcus aureus, que pode ser aguda ou
crônica e ocorre a partir de osteítes não circunscritas que se
difudem através do osso esponjoso e a diabetes mellitus e
redução da vascularização são fatores predisponentes para
o surgimento dessa lesão. A osteomielite causa dor óssea, in-
fecções recorrentes do tecido mole sobre o osso e drenagem
constante ou intermitente de pus através da pele. O presente
trabalho visa o diagnóstico e o tratamento da osteomielite de
mandíbula. Paciente do gênero feminino, 28 anos, sofreu aci-
dente motociclístico que resultou em fratura de mandíbula.
Comparecendo ao ambulatório de traumatologia Buco
Maxilo Facial da Universidade Federal de Pernambuco, apre-
sentava edema e sintomatologia dolorosa na região retro-
molar esquerda. Radiograficamente foram demonstradas áre-
as de rarefação e sequestros ósseos. A cintilografia através
do Tecnécio99 demonstrou a evolução do rocesso crônico até
a região de ângulo direito. Após cultura, o Staphylococcus
aureus foi evidenciado. Com o diagnóstico de osteomielite
de mandíbula, a paciente foi submetida ao tratamento cirúr-
gico e à antibioticoterapia. O presente relato permite a asso-
ciação do desenvolvimento de osteomielite pós-cirúrgica com
a fixação com miniplacas e parafusos e destacar o sucesso
do tratamento dessas lesões.
Palavras-chaves: Dor; Osteomielite; Edema
PD-25
RESSECÇÃO DE TUMOR DE WARTHIN SEM LESÃO DO
NERVO FACIAL
Camilla Siqueira de Aguiar
1
, Gisele Priscilla de Barros Alves
da Silva
2
, Rodrigo Henrique Mello Varela Ayres de Melo
3
,
Victor Leonardo Mello Varela Ayres de Melo
4
, Marcela Côrte
Real Fernandes
1
, Milena Mello Varela Ayres de Melo Pinhei-
ro
5
, Ricardo Eugenio Varela Ayres de Melo
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
2
FAINTVISA - Faculdades Integradas da Vitória de Santo
Antão
3
HMGV - Hospital Municipal Getúlio Vargas
4
UNINASSAU - Universidade Maurício De Nassau
5
Coopfisio - Cooperativa dos Fisioterapeutas e Serviços em
Saúde de Pernambuco
Resumo: O Cistoadenoma Papilar Linfomatoso ou Tumor de
Warthin e uma neoplasia benigna de patogênese incerta que
ocorre quase que exclusivamente na glândula parótida. Ge-
ralmente se apresenta como uma massa nodular indolor e de
crescimento lento na região correspondente a glândula po-
dendo ser firme ou flutuante a palpação. Acomete mais entre
a sexta e sétima década de vida e é mais predominante no
sexo masculino. Tem como sintomatologia mais conhecida o
edema facial, otalgia, dores faciais, zumbidos e até a surdez.
É comumente tratada através de excisão cirúrgica e suas com-
plicações são raas mas podem ocorrer como a paresia e a
sidrome de frey. Este trabalho objetiva relatar um caso clinico
da excisão de um Tumor de Warthin localizado na glândula
parótida. Paciente, gênero masculino, 71 anos de idade, mela-
noderma, HIV positivo, apresentava aumento de volume na
região de angulo mandibular direito com 05 anos de evolu-
ção, com sitomatologia dolorosa e flutuante a palpação. A
cirurgia foi realizada sob anestesia geral. Através da incisão
extrabucal de Risdon, realizou-se a dissecção dos tecidos ate
a localização da lesão, que se encontrava intraglandular. Apos
a excisão do tecido neoplásico sem a realização da
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 169
parotidectomia, foi realizada limpeza da cavidade e
hemostasia de vasos sangrantes com posterior sutura dos te-
cidos. A partir desse caso, concluímos que a ressecção local
com o envolvimento mínimo de tecidos circunjacentes trouxe
ao paciente um resultado estético e funcional satisfatório, sem
o comprometimento do nervo facial.
Palavras-chaves: Adenolinfoma; Dor; Patologia
PD-26
A AMPLITUDE DE MOVIMENTO MANDIBULAR SE
CORRELACIONA COM UMA PIOR FUNÇÃO MANDIBULAR EM
PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR?
Laís Ribeiro do Valle Sales
1
, Ana Izabela Sobral de Oliveira-
souza
1
, Alexandra Daniele de Fontes Coutinho
1
,
Tamara Cavalcanti M. C. Neta
1
, Alessandra Carolina de
Santana Chagas
1
, Daniella Araújo de Oliveira
1
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A disfunção temporomandibular é uma desor-
dem caracterizada pela presença de dor orofacial, fadiga mus-
cular dos músculos mastigatórios, limitação ou desvios nos
movimentos mandibulares. A função mandibular desses pa-
cientes pode estar prejudicada por razões como dor, reduzi-
da amplitude de movimento e perda da coordenação motora.
No entanto, não se sabe se há uma correlação entre as am-
plitudes mandibulares e o acometimento da função mandi-
bular. Objetivo: Avaliar se existe uma relação entre o aco-
metimento da função mandibular com as amplitudes de mo-
vimentos mandibulares. Métodos: O diagnóstico foi basea-
do nos critérios do Diagnostic Criteria for Temporomandibular
Disorders, foram incluídas mulheres com disfunção
temporomandibular do tipo miogênica e/ou mista. Para ava-
liação da função mandibular foi utilizada o Questionário de
Limitação Funcional Mandibular (MFIQ), para avaliação das
amplitudes de movimentos mandibulares (abertura da boca
sem dor e máxima com dor, desvios lateral direito e esquerdo
e protrusão) foi utilizado um paquímetro universal (Paquímetro
digital Caliper), foram realizadas 2 medidas e o resultado
apresentado foi a média entre elas. Os dados das amplitudes
foram descritos em milímetros (mm) e apresentados em mé-
dia e desvio padrão, enquanto os dados da função mandibu-
lar foram expostos em distribuição de gravidade, além disso
foi realizada uma análise de correlação de Pearson entre as
variáveis de amplitude de movimento e o MFIQ, com pValor
de 0,05. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Éti-
ca da Universidade Federal de Pernambuco sob o CAAE:
68010717.8.0000.5208. Resultados: 18 voluntárias (22±3
anos) foram incluídas na amostra. A amplitude de movimen-
to da abertura sem dor foi de 29,3±12mm, a de abertura
máxima com dor foi de 41,8±8,1mm, o desvio lateral direito
de 8,8±3,3mm, desvio lateral esquerdo de 9±3mm e a
protrusão de 4±1,2mm. Dentre as pacientes avaliadas 10
apresentam acometimento da função mandibular com gravi-
dade leve, 7 com moderada e 1 não apresentou comprome-
timento de função. A função mandibular apresentou correla-
ção negativa com os movimentos de abertura da boca, seja
sem dor (r=-0,701; p=0,001) ou com dor ao movimento (r=-
0,504; p=0,033). Conclusão: O acometimento da função
mandibular é um sintoma presente entre as pacientes com
disfunção temporomandibular, correlacionando-se negativa-
mente com a amplitude de movimento de abertura da boca,
quanto pior essa função mandibular menor a amplitude de
movimento.
Palavras-chaves: Amplitude de movimento articular;
Disfunção temporomandibular; Função
PD-27
CORRELAÇÃO ENTRE SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL E INTENSIDA-
DE DE DOR, SEVERIDADE, CINESIOFOBIA E CATASTROFIZAÇÃO
EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
MIOGÊNICA CRÔNICA (DTM)
Artur Eduardo Kalatakis dos Santos
1
,
Maria Claudia Gonçalves
1
, Almir Vieira Dibai Filho
2
1
UNICEUMA - Universidade CEUMA
2
UFMA - Universidade Federal Do Maranhão
Introdução: Por ser multifatorial, a disfunção temporoman-
dibular (DTM) relaciona-se com diversos sintomas além da
dor, tais como crepitação, hipersensibilidade na região das
articulações temporomandibulares (ATM), limitação de am-
plitude para abertura da boca, trismo, rigidez matinal ou há-
bitos noturnos como bruxismo. Em indivíduos com DTM crôni-
ca, isto é, com sinais e sintomas há mais de 3 meses, pode
ocorrer o fenômeno de sensibilização central (SC). O objeti-
vo do estudo foi correlacionar a sensibilização central com a
intensidade de dor, severidade da disfução, cinesiofobia e
catastrofização nos indivíduos com DTM miogênica crônica.
Métodos: Trata-se de uma pesquisa transversal, aprovada
no comitê de ética da instituição (protocolo CAAE
87746418.7.0000.5084). Foram incluídos no estudo partici-
pantes com DTM miogênica crônica (há mais de 3 meses),
sendo o critério de diagnóstico da DTM um escore maior que
45 pontos no Índice Anamnésico de Fonseca (IAF). Além do
referido instrumento para avaliar a severidade da DTM e para
diagnosticar a DTM miogênica, foram empregados os seguin-
tes instrumentos: Escala Numérica de Dor (END), Escala de
Pensamentos Catastróficos sobre Dor (EPCD), Escala Tampa
de Cinesiofobia (ETC) e Inventário de Sensibilização Central
(ISC). Na análise estatística, foi empregado inicialmente o teste
Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados, segui-
do do coeficiente de correlação de Pearson, sendo considera-
do um nível de significância de p < 0,05. Resultados: Fo-
ram incluídos no estudo 31 indivíduos com DTM miogênica
(29 do sexo feminino), com idade média de 24,26 anos (des-
vio padrão [DP] = 4,93) e índice de massa corporal médio de
22,44 kg/m2 (DP = 2,75). Com relação às correlações, fo-
ram identificadas associações apenas entre o ISC e a END
em repouso (r = 0,361; p = 0,048), e ISC e END durante
movimentos da boca (r = 0,477; p = 0,005). Conclusão: A
sensibilização central apresenta correlação positiva com a
intensidade de dor ao repouso e durante movimentações ati-
vas da boca, de forma que quanto maior a intensidade de
dor, maior a sensibilização central dos indivíduos com DTM
miogênica crônica.
Palavras-chaves: Dor crônica; Síndrome da Disfunção da
Articulação Temporomandibular; Dor musculoesquelética.
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
170 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
PD-28
ANÁLISE DOS EFEITOS DA MECANOTRANSDUÇÃO NO TRATA-
MENTO DAS SÍNDROMES DOLOROSAS CRÔNICAS UTILIZAN-
DO A TERAPIA POR ONDAS DE CHOQUE
Marcela Nogueira Vasconcelos Melo
1
, Renata Patrícia Freitas
Soares de Jesus, Rebeca Grangeiro de Lacerda Vasconcelos,
Bruno Bruno Cavellucci
1
1
UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco
Introdução:Terapias por Ondas de Choque Extracorpórea
(TOC) são largamente utilizadas como tratamento não inva-
sivo em várias síndromes dolorosas. Ondas de Choque (OC)
foram inicialmente programadas para desintegrar a urolitíase,
no entanto nos dias atuais seu foco é reparação tecidual e
regeneração, principalmente na área das desordens musculo-
esqueléticas. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi descre-
ver os principais dados publicados sobre os mecanismos de
ação das ondas de choque nas síndromes dolorosas. Méto-
do: Foi realizado um estudo de revisão bibliográfica narrati-
va realizado a partir de buscas nas bases de literatura médi-
co-científica em periódicos. Foram revisados 8 artigos, origi-
nais em língua inglesa, publicados entre os anos de 2003 e
2017. O critério de seleção dos artigos forma os descritores
"Terapia por Ondas de Choque, dor crônica, ondas de cho-
que, mecanismo de ação e mecanotransdução". A partir daí
realizou-se a leitura, análise e interpretação dos dados e des-
crição dos resumos apresentados ao longo do texto do pre-
sente artigo. Resultados: Os mecanismos de ação das OC
se traduzem em diferentes vias de ações biológicas para es-
ses estímulos acústicos, por meio da mecanotransdução. Dentre
os achados foram vistos o aumento da expressão de fatores
incluindo óxido nítrico sintetase endothelial (ONSe), fator de
crescimento endothelial do vaso (FCEV), proteína morfológica
do osso (PMO), antígeno de proliferação nuclear celular
(PCNA) assim como também diversas neurotrofinas, em espe-
cial o fator neurotrófico derivado do cérebro (FNDC). Algu-
mas células também sofrem interferência das OC, a exemplo
dos macrófagos antiinflamatórios que se tornam mais recru-
tados para benefíciar uma área lesada após exposição à
OC. Conclusão: Os estudos demonstram a aplicabilidade
da terapia por ondas de choque na regeneração e reparação
teciduais e reinervação de fibras nervosas periféricas sensiti-
vas e motoras, capazes de causar, por meio da
mecanotransdução, diferentes efeitos biológicos intra e extra
celulares que ativam a cascata de inflamação com vários
neurotransmissores e células inflamatórias, evoluindo para
recuperação ou alívio da dor nas síndromes dolorosas crôni-
cas. Dessa forma, embora ainda sejam necessários mais es-
tudos, está bem estabelecido que tais efeitos das OC são ca-
pazes de aliviar a dor, regular inflamação, induzir neoan-
giogênese e atividades celulares para promover reparação
tecidual nas dores crônicas.
Palavras-chaves: Terapia por ondas de choque; Dor crôni-
ca; Mecanismo de ação; Mecanotransdução
PD-29
DESAFIOS NO MANEJO DA SÍNDROME DA BOCA ARDENTE:
UM RELATO DE CASO
Paulo Tojal Dantas Matos
1
, Érica de Brito Marques Cruz
1
,
Isabela Rodrigues da Silva
1
, Larissa Gomes Bezerra
1
, Marcos
André de Holanda Prudente Pessoa
1
, Fábio José Lima
Oliveira
1
, Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
2
1
UNIT - Centro Universitário Tiradentes
2
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Introdução: A síndrome da boca ardente (SBA) constitui uma
sensação de queimação intraoral, diária por mais de duas
horas ao dia por mais de três meses de duração, sem lesões
causais evidentes. A demora no diagnóstico traz sofrimento
aos portadores. Apresentamos um relato de caso e breve re-
visão. Material e Métodos: Relato de caso e breve revisão
bibliográfica. Resultados: Mulher, 49 anos, ardência em lín-
gua e cavidade oral, contínua, há um ano, sem outros sinto-
mas, iniciada 3 dias após extração dentária. Sem comodida-
des psiquiatricas, sem alterações de mucosa oral ou ao exa-
me motor e sensibilidade da cavidade. Sem fatores de me-
lhora. Trazia Fator Reumatoide, Fator Antinuclear, vitamina
B12, sorologias para Hepatite B e C, teste rápido para HIV,
TSH e T4 livre normais, Endoscopia Digestiva Alta com gastrite
enantematosa leve e história de tratamento com Omeprazol
há 2 meses sem melhora. Avaliação com estomatologia su-
geriu xerostomia. Sem resposta a pilocarpina introduzida para
manejo da xerostomia. Prescrito solução de clonazepam para
bochecho, sem melhora. Relatou alívio apenas com a apre-
sentação via oral de clonazepam 2mg, e pregabalina 75mg
com melhora parcial. Encaminhada ao psiquiatra. A SBA tem
prevalência que varia de 0.01% a 1% da população sendo
mais comum em mulheres no climatério. Há evidencias de
que a SBA decorra de lesões nervosas ao longo do eixo
trigeminal sendo possível acometimento periférico e/ou cen-
tral. Este padrão tem importância no manejo dos pacientes
influenciando na resposta às modalidades terapêuticas. Há
pacientes com boa resposta a medicações tópicas, o
clonazepam com o maior grau de evidencia, e há aqueles
com maior acometimento central com resposta a medicações
de uso sistêmico. Transtornos do humor são comuns nesses
pacientes levantando hipótese de algum gatilho emocional
na gênese da SBA. O fato da prevalência dessas alterações
ser semelhante nas demais síndromes álgicas crônicas tam-
bém sugere que atuem na verdade como comorbidades. A
psicoterapia parece trazer benefício no manejo destes paci-
entes. Apenas 1/3 dos pacientes atinjam controle total dos
sintomas. Conclusão: A SBA é pouco frequente. A investiga-
ção dos pacientes requer um exame organizado que conside-
re os diversos diagnósticos diferenciais. O tratamento usa me-
dicações e psicoterapia com graus variados de resposta sen-
do o controle total dos sintomas incomum.
Palavras-chaves: Dor orofacial; Ardência bucal; Disestesia
oral
XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XIII CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018 171
Alguns dos mais de 500 membros que contribuíram com o engrandecimento da
Sociedade Brasileira de Cefaleia ao longo destes 40 anos (1978-2018).
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
172 Headache Medicine, v.8, n.3, p.77-172, Jul./Aug./Sep. 2018
Dra. Márcia Maria Ferreira Lima
IN MEMORIAM
Recentemente, a Dra. Márcia Maria Ferreira Lima nos deixou de forma
inesperada, causando grande pesar para seus amigos, familiares e na comu-
nidade científica.
Ela contribuiu para a Sociedade Brasileira de Cefaeia (SBCe) com suas
palestras, seus trabalhos na área da infância e adolescência, entre eles anali-
sando os critérios diagnósticos de enxaqueca (no que tange à faixa etária em
questão) e recebeu reconhecimento em Recife com o trabalho "Análise crítica
dos critérios diagnósticos da cefaléias na infância e na adolescência" (Migrânes
cefaléias, v. 6, n. 3.).
Brindou-nos também com sua presença sempre delicada e dedicada, como
colega, médica neuropediatra e professora; mas antes de tudo é lembrada
por sua integridade, pela seriedade e empenho na prática profissional e pela
alegria de ter unido a ela (tão próxima das crianças), a realização da materni-
dade, dando um sentido ainda mais completo à sua vida!
Assim sendo, nada mais significativo que pensarmos na possibilidade de
um prêmio em seu nome, para trabalhos na área da Infância e Adolescência (algo que será contemplado
oportunamente), lembrando aos que estão chegando que vale a pena prosseguir!
Ana Maria Ladeira Yamada
Membro Titular da ABN e da Sociedade Brasileira de Cefaléia