ÍNDICE
EDITORIAL
Headache Medicine: a new star is appearing on the horizon ................................................................................. 4
Marcelo Moraes Valença, Fernando Kowacs
ORIGINAL ARTICLE
Headaches and hyperhidrosis: clinical features and outcomes after surgery ............................................................ 5
Dores de cabeça e hiperidrose: características clínicas e os resultados após a cirurgia
Mario Fernando Prieto Peres, Bianca Ferreira S. Brandão, Paulo Kauffman, José Ribas Milanez de Campos,
Fábio Biscegli Jatene, Nelson Wolosker
Chronobiological features in episodic and chronic migraine .................................................................................. 9
Aspectos cronobiológicos na enxaqueca episódica e crônica
Mario Fernando Prieto Peres, Andre Leite Gonçalves, Marcelo Rodrigues Masruha,
Marlind Alan Stiles Charles Siow, Stephen D Silberstein, José Cipolla-Neto
Analysis of the package inserts of migraine prophylactics .................................................................................... 13
Análise das bulas dos profiláticos da migrânea
Raimundo Pereira da Silva Neto, Jerlene Maria de Sousa Barbosa, Kelson James Almeida
Epidemiological aspects of headache in elderly patients in the Outpatient Headache Unit of Sergipe ....................... 17
Aspectos epidemiológicos das cefaleias em pacientes idosos atendidos no Ambulatório de Cefaleia de Sergipe
Alan Chester Feitosa de Jesus, Débora Dias Barreto
Frequency of migraine among patients followed at the Epilepsy Clinic of the Hospital das Clinicas,
Universidade Federal de Minas Gerais ............................................................................................................. 21
Frequência de migrânea entre os pacientes acompanhados no Ambulatório de Epilepsia do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Bruno Engler Faleiros, Sílvio Roberto de Sousa-Pereira, Bernardo Cardoso Pinto Coelho, Marilis Tissot Lara,
Eduardo Jardel Portela, Antônio Lúcio Teixeira
REVIEW
Lithium-responsive headaches ....................................................................................................................... 25
Cefaleias lítio-responsivas
Raimundo Pereira da Silva Neto, Kelson James Almeida
Migraine and tension-type headache: a few historical aspects ............................................................................. 29
Migrânea e cefaleia do tipo tensional: alguns aspectos históricos
Michelly Cauás, Murilo Costa Lima, Carlos Augusto Pereira do Lago, Elizabeth Arruda Carneiro Ponzi,
Daniella Araujo de Oliveira, Marcelo M. Valença
CASE REPORT
Successful treatment of SUNCT syndrome with divalproex sodium extended-release: case report ........................... 34
Síndrome SUNCT tratada com sucesso com divalproato de sódio de liberação prolongada: relato de caso
Raimundo Pereira da Silva Neto, Kelson James Almeida
INFORMATION FOR AUTHORS ..................................................................................................................... 36
ISSN 1678-6270
Scientific Publications of the Brazilian Headache Society
Volume 1 Number 1 January/February/March 2010
Headache Medicine
Headache Medicine, v. 1, n.1, p.1, jan/fev/mar. 2010 1
Headache Medicine
ISSN 1678-6270
Jornalista responsável: Ana Carneiro Cerqueira-Reg.23751 DRT/RJ
A revista Headache Medicine é uma publicação de propriedade da Sociedade Brasileira de Cefaleia, publicada pela Trasso Comunicação Ltda., situada
na cidade do Rio de Janeiro, na Av. N. Sra. de Copacabana, 1059 sala 1201- 22060-001 - Copacabana - Rio de Janeiro-RJ - Tel.: (21) 2521-6905 -
Email: trasso@trasso.com.br - site: www.trasso.com.br. Tiragem: 2.000 exemplares. Distribuição gratuita para os membros associados, bibliotecas
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os editores (fkowacs@yahoo.com ou mmvalenca@yahoo.com.br). Publicidade: Paulo Carneiro
Editors-in-ChiefEditors-in-Chief
Editors-in-ChiefEditors-in-Chief
Editors-in-Chief
Marcelo M. Valença
Fernando Kowacs
PP
PP
P
ast Editorsast Editors
ast Editorsast Editors
ast Editors
-in--in-
-in--in-
-in-
ChiefChief
ChiefChief
Chief
Edgard Raffaelli Júnior (1994-1995)
José Geraldo Speciali (1996-2002)
Carlos Alberto Bordini (1996-1997)
Abouch Valenty Krymchantowsky (2002/2004)
Pedro André Kowacs and Paulo H. Monzillo (2004-2007)
Editors EmeritiEditors Emeriti
Editors EmeritiEditors Emeriti
Editors Emeriti
Eliova Zukerman, São Paulo, SP
Wilson Luiz Sanvito, São Paulo, SP
International Associate EditorsInternational Associate Editors
International Associate EditorsInternational Associate Editors
International Associate Editors
Cristana Peres Lago, Uruguai
Gregorio Zlotnik, Canadá
Isabel Luzeiro, Portugal
José Pereira Monteiro, Portugal
Kelvin Mok, Canadá
Marcelo Bigal, USA
Nelson Barrientos Uribe, Chile
Editorial BoardEditorial Board
Editorial BoardEditorial Board
Editorial Board
Headache Medicine
A publication of the Brazilian Headache Society
2
Headache Medicine, v. 1, n.1, p.2, jan/fev/mar. 2010
Abouch Valenty Krymchantowski, Rio de Janeiro, RJ
Alan Chester F. Jesus, Aracaju, SE
Ana Luisa Antonniazzi, Ribeirão Preto, SP
Ariovaldo A. Silva Junior, Belo Horizonte, MG
Carla da Cunha Jevoux, Rio de Janeiro, RJ
Carlos A. Bordini, Batatais, SP
Celia P. Roesler, São Paulo, SP
Claudia Tavares, MG
Cláudio M. Brito, Barra Mansa, RJ
Deusvenir de Sousa Carvalho, São Paulo, SP
Djacir D. P. Macedo, Natal, RN
Domingos Sávio de Souza Vieira, Caruaru, PE
Élcio Juliato Piovesan, Curitiba, PR
Elder M. Sarmento, Barra Mansa, RJ
Eliana Meire Melhado, Catanduva, SP
Fabíola Dach, Ribeirão Preto, SP
Fabíola Lys Medeiros, Recife, PE
Jano Alves de Sousa, Rio de Janeiro, RJ
João José F. Carvalho, Fortaleza, CE
Joaquim Costa Neto, Recife, PE
José G. Speciali, Ribeirão Preto, SP
Luis Paulo Queiróz, Florianópolis, SC
Marcelo M. Ciciarelli, Ribeirão Preto, SP
Marcelo Rodrigues Masruha, Vitória, ES
Marcos A. Arruda, Ribeirão Preto, SP
Mario Fernando Prieto Peres, São Paulo, SP
Maurice Vincent, Rio de Janeiro, RJ
Pedro A. S. Rocha Filho, Recife, PE
Pedro F. Moreira Filho, Rio de Janeiro, RJ
Pedro Kowacs, Curitiba, PR
Raimundo Silva-Néto, Teresina, PI
Renan Domingues, Vitória, ES
Renata Silva Melo Fernandes, Re
cife, PE
Sociedade Brasileira de Cefaleia – SBCe
filiada a International Headache Society – IHS
Rua Eusébio Matoso, 366 - Pinheiros-São Paulo-SP - Brasil - CEP: 05423-000 - Tel: + (16) 3662-1774
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Secretária:
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Departamento Científico:
Mário P. Peres, Luis Paulo Queiróz, Eliova Zukerman,
Marcelo Ciciarelli, Pedro Kowacs, José Geraldo Speciali
Comitê de Dor Oro-Facial:
José Luiz Peixoto
Comitê de Cefaléia na infância:
Sandro Espósito
Comitê de Leigos:
Ana Luíza Antoniazzi, Célia Roesler, Cláudia Tavares,
Marcelo C. Ciciarelli e Patrícia Peixoto
Delegado junto à IHS:
Mário P. Peres
Delegado junto à ASOLAC:
Elder Sarmento
Responsável pelo portal eletrônico:
Mário P. Peres
Representante junto à SBED:
José Geraldo Speciali
Diretoria Biênio 2009/2010
Presidente
Carlos Federico Buonanotte
Vice-Presidente
Elder Sarmento
1º Secretário
Cristina Perez Lago
Associação Latino-americana de Cefaleia – ASOLAC
Diretoria Biênio 2008-2010
2º Secretário
Marco Antônio Arruda
1º Tesoureiro
Lorenzo Gardella
2º Tesoureiro
Claudio Martinez
Headache Medicine, v. 1, n.1, p.3, jan/fev/mar. 2010 3
D
Headache Medicine: a new star is appearing on the horizon
EDITORIAL
Figure 1. Number of articles published per year encountered in PubMed with the words "Brazil and/or
headache". Ist BHC, First Brazilian Headache Congress; M&C, Migrâneas & Cefaléias; IHS, International
Headache Society; ICHD, The International Classification of Headache Disorders.
Marcelo M. VMarcelo M. V
Marcelo M. VMarcelo M. V
Marcelo M. V
alença, Falença, F
alença, Falença, F
alença, F
ernando Kernando K
ernando Kernando K
ernando K
owacsowacs
owacsowacs
owacs
Dear friends,
Headache Medicine is a medical specialty that is attracting neurologist, neurosurgeons,
pain specialists and basic researchers. The United Council of Neurologic Subspecialist (UCNS)
considered Headache Medicine as a subspecialty concerned with the diagnosis and treatment
of headache and face pain. A great expansion has been occurring in the field of Headache
Medicine during the recent years, manifesting in a substantial increase in scientific publication
in this area (Figure 1). We could enumerate several different facts related with this mentioned
booming success, among then surely the creation of both the American Headache Society
(1959) and the International Headache Society (1981) were very important. A similar
phenomenon occurred in our country with the foundation of the Brazilian Headache Society
(1978, see Figure 1). Another point of importance is the existence of good scientific journals
in the field of Headache Medicine (e.g. Cephalalgia, Headache, Journal of Headache
and Pain, among others). In the past, a great number of Brazilian articles in the area of
headache were published in Neurobiologia (1938), Arquivos de Neuro-Psiquiatria (1943)
and Migrâneas & Cefaléias (1994-2009). We wish that the publication of this new Brazilian
Headache Journal - Headache Medicine - will further stimulate the growth and development
of our Brazilian Headache Society and spread new understanding and ideas in the magnificent
branch of learning of Headache and Pain Medicine.
4 Headache Medicine, v. 1, n.1, p.4, jan/fev/mar. 2010
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 5-8, jan./fev./mar. 2010 5
Headaches and hyperhidrosis: clinical features
and outcomes after surgery
Dores de cabeça e hiperidrose: características clínicas e os resultados
após a cirurgia
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Cefaleias e hiperidrose são doenças comuns e incapacitantes.
Várias cefaleias primárias têm proeminente envolvimento do
sistema nervoso autônomo. A principal opção terapêutica
para a hiperidrose focal grave aborda o sistema nervoso autô-
nomo (simpatectomia toracoscópica). Avaliamos os resultados
das características das cefaleias em pacientes com hiperidrose
antes e após a simpatectomia. A amostra foi composta de 53
pacientes (43 mulheres e 10 homens) com hiperidrose e dores
de cabeça. As características clínicas e os resultados foram
avaliados no início e após a cirurgia. A média de idade da
amostra foi de 27,1 anos, 29 pacientes apresentaram hiperi-
drose palmar-plantar, 17 tinham palmar-axilar, 9 tiveram
craniofacial e 4 apresentavam hiperhidrose axilar pura. Vinte
e quatro (54,8%) pacientes preencheram critérios para diag-
nóstico de enxaqueca, 20 (37,7%) tinham provável enxaqueca
e 4 (7,5%) apresentaram cefaleia do tipo tensional. Cefaleia
ocorreu após o início da hiperidrose em 37 (69,8%) pacientes.
A ansiedade foi relatada por 94% dos pacientes. Vinte e quatro
(45,3%) pacientes relataram melhora dos sintomas de dor
após a cirurgia, 23 (43,4%) não relataram nenhuma mudança
e 6 (11,3%) tiveram piora dos sintomas após a cirurgia. A
freqüência de crises de cefaleia foi significativamente reduzida
após a cirurgia. A hiperidrose pode ser uma comorbidade da
enxaqueca, que compartilham uma disfunção autonômica.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Hiperidrose; cefaleia; simpatectomia.
ORIGINAL ARTICLE
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Both headache disorders and hyperhidrosis are debilitating
conditions. Several primary headache syndromes have
prominent autonomic features; the main therapeutic option
for severe, focal hyperhidrosis addresses the autonomic system
(thoracoscopic sympathectomy). Accordingly, herein we
assessed headache outcomes in patients with hyperidrosis after
sympathectomy. Sample consisted of 53 patients (43 women
and 10 men) with hyperhidrosis and headaches. Headache
clinical features and outcomes were assessed at baseline and
after surgery. Mean age of sample was 27.1 years; 29 patients
had palmar-plantar hyperidrosis, 17 had palmar-axillary, 9
had craniofacial and 4 had purely axillary hyperhidrosis. Twenty
four (54.8%) patients had migraine; 20 (37.7%) had probable
migraine and 4 (7.5%) had tension-type headache. Headache
onset occurred after hyperhidrosis onset in 37 (69.8%) patients.
Anxiety was reported by 94% of patients. Twenty four (45.3%)
patients reported improvement of headache symptoms after
surgery, 23 (43.4%) reported no change and 6 (11.3%) had
worsening of symptoms after surgery. Overall headache
frequency was significantly reduced after surgery, as contrasted
to baseline. Hyperhidrosis may be comorbid to migraine,
trough shared autonomic dysfunctions.
KK
KK
K
ey words: ey words:
ey words: ey words:
ey words: Hyperhidrosis; headache; sympathectomy
..
..
.
Mario Fernando Prieto Peres,
1
Bianca Ferreira S. Brandão,
1
Paulo Kauffman,
1,2
José Ribas Milanez de Campos
1,2
Fábio Biscegli Jatene,
1,2
Nelson Wolosker
1,2
1
Hospital Israelita Albert Einstein, Instituto Israelita e Ensino e Pesquisa Albert Einstein
São Paulo-SP, Brazil
2
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
São Paulo-SP, Brazil
Peres MFP, Brandão BFS, Kauffman P, Campos JRM, Jatene FB, Wolosker N
Headaches and hyperhidrosis: clinical features and outcomes after surgery. Headache Medicine. 2010;1(1):5-8
6 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 5-8, jan./fev./mar. 2010
MARIO FERNANDO PRIETO PERES E COLABORADORES
INTRODUCTION
Both primary headache syndromes and hyperhidrosis
are common and debilitating disorders. Taking migraine
as an example, it affects around 10% of men and 20% of
women from the general population.
1-3
Primary focal
hyperhidrosis is a disorder of idiopathic excessive sweating
that typically affects the axillae, palms, soles, and face.
4,5
Although epidemiologic data on hyperhidrosis are scarce
and insufficient to provide precise prevalence or impact
estimates, the condition seems to affect up to 9% of the
population, in the U.S., a prevalence of 2.8% was found, of
which 0.5% were intolerable.
6,7
Hyperhidrosis is associated
with significant psychosocial impact.
8
Comorbidity is one of the most challenging areas in
the headache field,
9
relevant to epidemiology,
10-12
mechanisms,
13
and management.
14
Hyperhidrosis and
migraine have features in common. First, autonomic
features are prominent in both conditions,
15,16
although
with different magnitude of effect. Second, therapeutic
interventions targeting the autonomic system are first line
for the treatment of both conditions. Beta-blockers are
approved for the preventive treatment of migraine,
17
while
thoracoscopic sympathectomy is the first-line treatment for
hyperhidrosis.
18
Finally, both conditions have common
comorbidities, including anxiety and obesity.
10,19-21
Although the many similarities, headache disorders
and hyperhidrosis have not been studied in detail.
Accordingly, herein we aimed to study, in patients with
migraine and hyperhidrosis, headache outcomes after
thoracoscopic sympathectomy.
PATIENTS AND METHODS
Our sample was identified from a pool of 1,119
patients with hyperhidrosis, referred to surgical intervention
from 1995 to 2004. Since this study is retrospective, we
identified 53 patients that had spontaneously reported
migraine headaches in the pre-surgical assessments.
All patients were evaluated in detail before the
surgery, and information was documented. Data on age,
gender, time of onset of hyperhidrosis, hyperhidrosis
location and subtype, headache diagnosis, headache
frequency 3 months before and after surgery, level of
surgery (G2, 3, 4), and improvement or worsening of
headaches after surgery were collected.
Headache diagnosis was made according to the
International Headache Society diagnostic criteria
(2004)
22
and reviewed by one of the authors (MFP).
Anxiety levels were also ascertained before surgery. Anxiety
was categorized in absent, mild, moderate, or severe.
Data were summarized using descriptive statistics. Pre-
post analyses were conducted using the paired t-test. A
significance level of 0.05 was defined a priori.
RESULTS
Our sample consists of 43 women and 10 men, with
mean age of 27.1 years.
16-52
Of them, 29 had palmar-
plantar hyperhidrosis, 17 had palmar-axillary, 9
craniofacial and 4 pure axillary hyperhidrosis symptoms.
All patients were submitted to surgery, 10 at the G2
level, 5 at G2 and G3, 20 at G3, and 18 at G3 and G4.
All procedures involved thermal ablation. A total of 24
(54.8%) patients had migraine, 20 (37.7%) had probable
migraine and 4 (7.5%) had tension-type headache.
Headache onset preceded onset of hyperhidrosis in
16 (30.2%) patients; it appeared after hyperhidrosis onset
in 37 (69.8%). Anxiety was reported by 50 patients (94%),
being mild in 2, moderate in 17, severe in 24 and very
severe in 7.
Twenty four (45.3%) patients reported improvement
of headache symptoms after surgery, 23 (43.4%) reported
no change and 6 (11.3%) reported worsening after
surgery. Comparing headache frequency reported 3
months before and after surgery, 28 (53%) patients
reported no change in frequency; 13 (24.5%) were
headache free; 7 (13.2%) reported reduction of 50% or
more, and only 5 (9.3%) reported increased headache
frequency.
Mean headache frequency was 7.9 ± 1.6 headache
days before surgery, and was significantly reduced after
surgery (4.8 ± 2.1, p<0.01). Both migraine and tension-
type headache equally improved after surgery.
DISCUSSION
Herein we assessed headache outcomes in patients
with headache and hyperhidrosis submitted to thoracoscopic
sympathectomy. Since autonomic dysfunctions are of
importance in both conditions,
15,16,23
the topic is of
relevance, although poorly studied.
The sample size of our study was neither large nor
selected to be representative of the population. It is indeed
a convenience sample of patients with hyperhidrosis who
spontaneously complained about headaches to the
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 5-8, jan./fev./mar. 2010 7
thoracic surgeon. Since the prevalence of primary
headache disorders is much higher than the 5% rate found
in our sample,
2,24,25
we acknowledge the existence of an
enrollment bias and issues of non-representability. The
proportion of individuals with anxiety (94%) supports this
assumption. Accordingly, we emphasize that this is not a
study designed to evaluate headache prevalence in
individuals with hyperhidrosis, but to investigate headache
outcomes in individuals submitted to autonomic surgical
intervention, who were unaware of the potential benefit
of the intervention to the headaches.
Our data collection is retrospective, not obtained from
headache diaries. Although the obtained information may
not be precise, the subjective perception of improvement
after surgery should be real. Since improvement of
hyperhidrosis after surgery is high,
8,26
and patients
satisfaction with surgery is higher than 90%, the observed
headache response after surgery could be secondary to
improvement in self-image and reduction of overall
burden due to hyperhidrosis. Few patients reported
worsening of headaches after surgery. Accordingly,
although our data suggest headache improvement after
thoracoscopic sympathectomy, putative mechanisms
(autonomic ablation versus decrease in anxiety or stress)
need to be further studied.
Headache is commonly reported by individuals with
hyperhidrosis. In a study of 388 patients, most frequent
associated features were facial blushing (60.3%),
palpitations (52.3%), muscle contraction (48%), hand
tremors (31.8%) and headaches (30.8%), although
headache diagnosis was not performed.
27
Anxiety disorders are also highly associated with
hyperhidrosis
28
and with headache disorders.
14
After
surgery, patients with hyperhidrosis are less likely to report
anxiety and other symptoms including headaches (29%
before versus 9% after surgery).
20
Causality is still to be
determined, and it may be that headache response is
explained by autonomic regulation after sympathectomy.
Indeed, hyperhidrosis and headache disorders may share
common pathophysiologic mechanisms included altered
sympathetic nervous system and hypothalamic dysfunction.
CONCLUSION
In patients with hyperhidrosis, migraine was the most
common primary headache type. Headaches usually
started after the onset of hyperhidrosis symptoms. Most
but not all patients reported headache improvement after
thoracic sympathectomy.
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HEADACHES AND HYPERHIDROSIS: CLINICAL FEATURES AND OUTCOMES AFTER SURGERY
8 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 5-8, jan./fev./mar. 2010
Correspondence
Mario FMario F
Mario FMario F
Mario F
ernando Pernando P
ernando Pernando P
ernando P
rieto Prieto P
rieto Prieto P
rieto P
eres, MDeres, MD
eres, MDeres, MD
eres, MD
01424-001 – São Paulo-SP – Brazil
http://cefaleias.com.br
marioperes@yahoo.com
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MARIO FERNANDO PRIETO PERES E COLABORADORES
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 9-11, jan./fev./mar 2010 9
Chronobiological features in episodic and
chronic migraine
Aspectos cronobiológicos na enxaqueca episódica e crônica
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Altered melatonin secretion and circadian, seasonal variations
have been shown in migraine patients, but little is known about
migraine chronobiological features. Two hundred migraine
patients were studied. Headaches were reported to occur after
changes in patients sleep schedule (46%), shift work (86%)
and traveling across time zones (79%). Patients significantly
delayed their sleep phase, 54% shifted their sleep phase.
Chronobiology is a relevant aspect in migraine patients.
KK
KK
K
ey words: ey words:
ey words: ey words:
ey words: Melatonin; migraine; chronobiology.
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Secreção alterada de melatonina e as variações sazonais têm
sido demonstrado em pacientes com enxaqueca, mas pouco
é sabido sobre as características cronobiológicas na enxa-
queca. Duzentos pacientes com enxaqueca foram estudados.
Dores de cabeça foram relatadas ocorrer após as alterações
do horário do sono em pacientes (46%), trabalho por turnos
trocados (86%) e viajar através dos fusos horários (79%).
Pacientes atrasaram significativamente a fase do sono, 54%
alteraram a fase de sono. Cronobiologia é um aspecto
relevante em pacientes com enxaqueca.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Melatonina; enxaqueca; cronobiologia.
ORIGINAL ARTICLE
Mario Fernando Prieto Peres
1
,
Andre Leite Gonçalves,
1
Marcelo Rodrigues Masruha,
1
Marlind Alan Stiles,
2
Charles Siow,
2
Stephen D Silberstein,
2
José Cipolla-Neto
3
1
Hospital Albert Einstein, FMABC, Unifesp, SP, Brazil;
2
Jefferson Headache Center, USA
3
Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo,SP, Brazil
Peres MFP, Gonçalves AL, Masruha MR, Stiles MA, Siow C, Silberstein SD, Cipolla-Neto J.
Chronobiological features in episodic and chronic migrainet. Headache Medicine. 2010;1(1):9-11
INTRODUCTION
The nervous system evolved to meet the demands of
environmental conditions, including the light-dark cycle,
in order to assure survival and reproduction of living
organisms. A synchronization system to adapt the internal
to the external environment is one of the key elements of
the central nervous system to maintain life. It has been
demonstrated in the past decades that the circadian
biological rhythm is not only the response to the 24-hour
day night environment but in fact is due to a system in the
brain.
1
Chronobiological disorders occurring in human being
can be divided in two types. 1) the environmental or
external variety, due to the life style and environment, as
in shift workers, individuals crossing time zones in the jet
lag syndrome, and in maladaptation to daylight savings.
2) the endogenous or internal type, including the delayed
and advanced sleep phase syndromes, and the non-24-
hour sleep -wake disorder with free-running circadian
rhythm.
2
It has been proposed the endogenous type may
underlie many conditions including depression, chronic
fatigue, fibromyalgia, and migraine.
3
Chronobiology is connected to headache disorders
in many ways, from experimental models
4
to clinical
settings and treatment.
5
Increasing evidence links melatonin
secretion and pineal function with cluster headache, hypnic
headache, hemicranias continua, migraine and its
10 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 9-11, jan./fev./mar 2010
MARIO FERNANDO PRIETO PERES E COLABORADORES
comorbid conditions.
5-14
Pineal cysts have been found to
be linked with headache disorders.
11
Melatonin secretion has been studied in menstrual
migraine,
15
chronic migraine,
1
acute migraine,
8
migraine
status,
16
and migraine comorbid disorders.
7
All studies
found altered levels of melatonin in plasma or urine.
Clinical symptoms may fluctuate over time, in
menstrual migraine a cycle is evident, but headaches may
vary according to circadian and circannual variation.
Many migraine patients work in shift hours and travel
across time zones but it is unknown whether these could
be aggravating factors. Chronobiological features have
not been studied in detail.
We aimed in this study to evaluate clinical features of
chronic and episodic migraine patients regarding
chronobiological aspects.
PATIENTS AND METHODS
We included 200 consecutive migraine patients, men
or women, episodic or chronic migraine according to the
International Classification of Headache Disorders, 2nd
edition. Informed consents were obtained, the local ethics
committee approved the study. Patients filled out a
questionnaire about their headache and sleep features,
including chronobiological issues. Patients were asked if
headaches were aggravated when they changed their
sleep schedule, went to shift work or after traveling across
time zones. Time patients went to bed, time they slept,
and their preferred time to sleep were ascertained. A shift
of patients sleep cycle was then calculated subtracting the
time they really went to bed to the time they preferred go
to bed. Number of patients who delayed or advanced
their sleep phase (stayed up too late or went to bed too
soon) was calculated, based on more than 2 hours of
shift.
Chi square and Student t-test were applied for sleep
features comparisons between chronic versus episodic
migraine, with a p<0.05 considered statistically significant.
No missing data was observed in our sample.
RESULTS
Two hundred patients were studied, 162 (81%) women
and 38 (19%) men, 72 episodic migraine (36%), and
128 chronic migraine (64%) patients. Ninety-three patients
(46.5%) reported headaches after changing their sleep
schedule. Chronic migraineurs had more headaches after
changing sleep schedule than episodic migraine patients,
p < 0.05. Twenty-eight patients (14%) reported shift work.
86% of them reported having worse headaches after shift
work. Eighty six patients (43%) reported frequent traveling
across time zones, and 79% had worsening of headaches
when traveling. Patients significantly delayed their sleep
phase (22:46 h±01:20 h) vs. (22:22 h±01:17 h)
p<0.001, 108 patients (54%) shifted their sleep phase
ranging from -2:30 h to+05:00 h. Most of them – 75
(69%) delayed the sleep phase (stayed up too late), as
opposed to 33 (31%) that advanced it (went to bed too
soon). Patients shifting more than 02:00 h in both directions
represented 12.5% of migraineurs.
DISCUSSION
Chronobiological parameters have been studied in
several neurological disorders and have been implicated
in migraine mechanisms and treatment. Our data
suggest the presence of chronobiological dysfunction in
migraine patients. Our sample is from a tertiary
headache center, therefore a more severe patient
population. In the general population, with less severe
migraine individuals, chronobiological issues could be
less relevant, but, on the other hand, migraine patients
sensitive to time changes may not look for treatment. A
study on chronobiological features in the general
population would solve this question.
Migraine patients should be systematically asked
about their sleep patterns including other chronobiological
aspects, and should be managed accordingly. Severe
cases should avoid when possible travels across many
time zones, or take short term preventives, such as long
acting triptans or NSAIDs before the trip. Migraine patients
should avoid shift work when possible, or short term
prevention should also be considered.
More than 10% of patients shifted their cycle more
than 2 hours, most of them delayed their sleep phase.
Delayed sleep phase syndrome (DSPS) could be the cause
or consequence of migraine. The suprachiasmatic nuclei
and an altered melatonin secretion are probably behind
this clinical feature, but other neuropeptides may also be
involved including orexin, adiponectin, and others.
1
Melatonin supplementation is the first line choice for this
patients (migraine + DSPS).
17
Patients who shifted less than
2 hours may also benefit from melatonin supplementation.
Melatonin analogues such as ramelteon and agomelatin
should be tested.
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 9-11, jan./fev./mar 2010 11
Since migraine with comorbid conditions, including
depression, anxiety, fatigue and fibromyalgia, have
decreased melatonin levels
7, 18
(i.e. a well known internal
synchronizer of the central and peripheral biological
clocks)19, chronobiological features may particularly be
implicated in those patients, a special attention to those
aspects is important in migraine patients.
REFERENCES
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De Luca S, Eds. New Research on Neurosecretory System. Nova
Biomedical Books, New York, 2008, pp. 151-177.
Endereço para correspondência
DrDr
DrDr
Dr
. Mario F. Mario F
. Mario F. Mario F
. Mario F
ernando Pernando P
ernando Pernando P
ernando P
rieto Prieto P
rieto Prieto P
rieto P
ereseres
ereseres
eres
Al. Joaquim Eugenio de Lima, 881cj 708
São Paulo,SP, Brazil
http://cefaleias.com.br/
marioperes@cefaleias.com.br
CHRONOBIOLOGICAL FEATURES IN EPISODIC AND CHRONIC MIGRAINE
12 Headache Medicine, v.1, n.1, p.12-16, jan./fev./mar. 2010
Análise das bulas dos profiláticos da migrânea
Analysis of the package inserts of migraine prophylactics
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Introdução: Introdução:
Introdução: Introdução:
Introdução: O uso dos profiláticos da migrânea baseia-se
em evidências clínicas e na experiência pessoal de quem os
prescreve. São utilizados medicamentos comumente indicados
em outras doenças e que não trazem na sua bula nenhuma
recomendação na prevenção da migrânea.
Objetivo:Objetivo:
Objetivo:Objetivo:
Objetivo: Anali-
sar as indicações em bula dos medicamentos recomendados
para a profilaxia da migrânea.
Material e Método: Material e Método:
Material e Método: Material e Método:
Material e Método: Foram
analisadas 52 bulas de apresentações comerciais distintas
de medicamentos utilizados na profilaxia da migrânea. Os
medicamentos pertenciam a cinco grupos farmacológicos, a
saber: bloqueadores beta-adrenérgicos; antidepressivos tricí-
clicos; bloqueadores dos canais de cálcio; antagonistas da
serotonina e antiepilépticos. A classificação destes grupos foi
de acordo com o consenso da Sociedade Brasileira de Cefaleia
para o tratamento profilático da migrânea.
Resultados:Resultados:
Resultados:Resultados:
Resultados: As
52 bulas foram distribuídas nos seguintes grupos farma-
cológicos: 23 (44,2%) pertenciam aos bloqueadores beta-
adrenérgicos; 7 (13,5%) eram antidepressivos tricíclicos; 6
(11,5%) eram bloqueadores dos canais de cálcio; 2 (3,9%)
eram antagonistas da serotonina e 14 (26,9%) eram
antiepilépticos. Vinte e sete (51,9%) bulas não apresentavam
a expressão "indicado no tratamento profilático da migrânea
(ou enxaqueca)". No grupo dos antidepressivos tricíclicos e
em todas as apresentações comerciais do ácido valpróico e
gabapentina não havia indicação em bula. No entanto, em
100% das bulas do propranolol, dos antagonistas seroto-
ninérgicos e do topiramato, essa indicação esteve presente.
Conclusão:Conclusão:
Conclusão:Conclusão:
Conclusão: A inexistência da indicação explícita em bula
para o tratamento da migrânea tem ocasionado o abandono
do tratamento por muitos pacientes.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Bulas; cefaleia; profilaxia da migrânea.
ORIGINAL ARTICLE
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Introduction:Introduction:
Introduction:Introduction:
Introduction: The use of migraine prophylactics is based on
clinical evidence and the personal experience of those who
prescribe them. Medicines commonly indicated for other
diseases are used and they do not have any recommendation
for preventing migraines on their package inserts.
Objective:Objective:
Objective:Objective:
Objective:
Analyzing the indication on the package inserts of the
medicines recommended for migraine prophylaxis. Material
and Method: Fifty-two package inserts of medicines used in
migraine prophylaxis from different commercial applications
were analyzed. The medicines belonged to five
pharmacological groups, which were: beta blockers; tricyclic
antidepressants; calcium channel blockers; serotonin
antagonists and antiepileptics. The classification of these groups
was done according to the consensus of the Brazilian Headache
Society for migraine prophylactic treatment.
Results: Results:
Results: Results:
Results: The fifty-
two package inserts were distributed into the following
pharmacological groups: twenty-three (44.2%) belonged to
beta blockers; seven (13.5%) were tricyclic antidepressants;
six (11.5%) were calcium channel blockers; two (3.9%) were
serotonin antagonists and fourteen (26.9%) were antiepileptics.
Twenty-seven (51.9%) package inserts did not say "indicated
for migraine prophylactic treatment". In the tricyclic
antidepressants group and in all valproic acid and gabapentin
commercial applications there was no indication on the
package insert. However, in all the propranolol, serotonin
antagonists and topiramate package inserts this information
was present.
Conclusion:Conclusion:
Conclusion:Conclusion:
Conclusion: The inexistence of an explicit
indication on the package insert for treating migraines has
led many patients to abandon the treatment.
KK
KK
K
ey words:ey words:
ey words:ey words:
ey words: Package inserts; headache; migraine prophylaxis.
Raimundo Pereira da Silva Neto
1
, Jerlene Maria de Sousa Barbosa
2
, Kelson James Almeida
3
1
Neurologista e Membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia, Centro de Neurologia e Cefaleia
do Piauí - Teresina PI, Brasil
2
Professora Assistente de Neurologia da Faculdade Integral Diferencial (FACID), Teresina, Piauí
3
Residente de Neurologia do HC-USP
Silva Neto RP, Barbosa JMS, Almeida KJ. Análise das bulas dos profiláticos da migrânea.
Headache Medicine. 2010;1(1):12-16
Headache Medicine, v.1, n.1, p.12-16, jan./fev./mar. 2010 13
INTRODUÇÃO
A palavra bula vem do latim bulla e significa bola
ou círculo, por alusão aos selos dos documentos pon-
tifícios com o nome ou imagem do Papa, os quais se
apresentavam em formato redondo e que supriam a
assinatura. Com o decorrer do tempo, bula passou a
significar o próprio documento em que era posto o selo,
conhecida como bula papal.
1
É provável que, por extensão semântica, a "bula
papal", por conter informações e prescrições, tenha
evoluído para "informações sobre um medicamento",
através da qual também se dão ordens ou instruções.
Hoje, a palavra bula tem um novo significado: é o
conjunto de informações diversas sobre um medicamento
que, obrigatoriamente, os laboratórios farmacêuticos
devem acrescentar como se fosse uma garantia ou
identificação que transitam entre os usuários. No Brasil,
a partir do século XX, passou a designar um impresso
que acompanha os medicamentos, contendo vários
tópicos, tais como: nome do medicamento, forma farma-
cêutica e apresentações, informações ao paciente, infor-
mações técnicas ou propriedades, uso, composição, indi-
cações, contraindicações, precauções, reações adversas,
interações medicamentosas, posologia, conduta na
superdosagem e nome do fabricante.
2
Muitos pacientes, ao comprarem um medicamento,
ignoram a bula, mas existem aqueles que a leem e,
não raro, que se assustam com os efeitos colaterais
possíveis, bem como podem chegar a conclusões
equivocadas acerca da indicação ou da dose reco-
mendada pelo médico. A maioria não
sabe que muitos medicamentos têm
várias indicações e nem todas constam
em bula.
A migrânea é uma das doenças cujas
medicações preventivas não têm indicação
em bula. O seu tratamento profilático veio
a partir dos estudos de Sicuteri,
3
quando
atribuiu à serotonina um papel de desta-
que na sua gênese. Foram testadas as
drogas que interferiam no metabolismo da
serotonina; inicialmente, a metisergida e
o pizotifeno, depois, o propranolol e a
amitriptilina.
Em 2002, a Sociedade Brasileira de
Cefaleia (SBCe) designou um Comitê ad
hoc com os propósitos de estabelecer um
consenso sobre o tratamento profilático da
migrânea e de elaborar recomendações para serem
difundidas entre os profissionais da área médica. Os
seguintes grupos farmacológicos foram recomendados
e têm sido utilizados na profilaxia da migrânea: blo-
queadores beta-adrenérgicos, antidepressivos tricíclicos,
bloqueadores dos canais de cálcio, antagonistas da
serotonina e antiepilépticos.
4
MATERIAL E MÉTODO
Foram analisadas 52 bulas de apresentações comer-
ciais e laboratórios distintos, pertencentes a 13 fármacos
distribuídos nos cinco grupos farmacológicos que são
recomendados pelo consenso da SBCe para o trata-
mento profilático da migrânea.
As bulas foram obtidas conforme a sua dispo-
nibilidade nas embalagens dos medicamentos ou no
Dicionário de Especialidades Farmacêuticas (DEF) e foram
lidas todas as suas indicações na busca da expressão
"indicado no tratamento profilático da migrânea (ou
enxaqueca)".
RESULTADOS
Segundo a Tabela 1, a distribuição das 52 bulas
nos respectivos grupos farmacológicos foi a seguinte: 23
(44,2%) pertenciam aos bloqueadores beta-adrenér-
gicos; 7 (13,5%) eram antidepressivos tricíclicos; 6 (11,5%)
eram bloqueadores dos canais de cálcio; 2 (3,9%) eram
antagonistas da serotonina e 14 (26,9%) eram antiepi-
lépticos.
ANÁLISE DAS BULAS DOS PROFILÁTICOS DA MIGRÂNEA
14 Headache Medicine, v.1, n.1, p.12-16, jan./fev./mar. 2010
RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA NETO E COLABORADORES
A análise das Tabelas 2 e 3 permitiu constatar que
27 (51,9%) bulas não apresentavam a expressão "indi-
cado no tratamento profilático da migrânea (ou enxa-
queca)". No grupo dos antidepressivos tricíclicos e em
todas as apresentações comerciais do ácido valproico e
gabapentina não havia indicação em bula. No entanto,
em 100% das bulas do propranolol, dos antagonistas
serotoninérgicos e do topiramato essa indicação esteve
presente.
DISCUSSÃO
As medicações recomendadas para o tratamento
profilático da migrânea pelo consenso da SBCe são
baseadas em evidências da literatura médica mundial e
na experiência pessoal dos profissionais que elaboraram
tal consenso.
4
As evidências da literatura foram proporcionadas
por, pelo menos, um ensaio clínico bem desenhado,
randomizado e com grupo controle (Classe I) ou por um
estudo clínico do tipo caso-controle ou estudos de coorte
(Classe II).
Hoje, sabe-se que essas drogas melhoram a quali-
dade de vida dos migranosos, diminuindo o grau de
incapacidade relacionado às crises, reduzindo sua fre-
quência e intensidade. Essas drogas são utilizadas há
muito tempo no tratamento de outras patologias e, apesar
de serem eficazes na profilaxia da migrânea, algumas
ainda não foram aprovadas pelo Food and Drug
Administration (FDA) para esse fim. Com isso, as suas
bulas contêm apenas as indicações das outras doenças,
omitindo a profilaxia da migrânea.
Os grupos farmacológicos recomendados pelo
consenso da SBCe são os bloqueadores beta-
adrenérgicos, os antidepressivos tricíclicos, os bloquea-
dores dos canais de cálcio, os antagonistas da sero-
tonina e os antiepilépticos.
4
Dentre os bloqueadores beta-adre-
nérgicos, apenas o propranolol, o ate-
nolol, o nadolol e o metoprolol são
recomendados pelo consenso da SBCe
na profilaxia da migrânea. Nas bulas
dessa classe terapêutica há indicação no
tratamento de hipertensão arterial, angina
pectoris, arritmias cardíacas, taquicardia
por ansiedade, tireotoxicose e crise tireo-
tóxica, cardiomiopatia hipertrófica
obstrutiva, feocromocitoma, tremor essen-
cial, infarto do miocárdio, estenose sub-
aórtica hipertrófica e prolapso de válvula mitral.
5
Todas
as apresentações comerciais do propranolol e do
nadolol também são indicadas na prevenção da migrâ-
nea ou enxaqueca, mas o atenolol, uma das drogas
mais prescritas com esse fim, consta de tal indicação
apenas na bula do Ablok®.
Os antidepressivos tricíclicos, como o próprio nome
sugere, são medicações que se usam para depressão.
De fato, essa é a sua principal prescrição, mas também
são indicados para tratar a enurese noturna.
5
Apesar de
nenhum deles citar nas suas bulas a profilaxia da migrâ-
nea, tanto a amitriptilina como a nortriptilina são reco-
mendadas pelo consenso da SBCe para esse fim e fazem
parte do arsenal terapêutico de muitos cefaliatras.
O único bloqueador dos canais de cálcio reco-
mendado na profilaxia da migrânea é o dicloridrato de
flunarizina. Ele é popularmente usado no tratamento dos
distúrbios do equilíbrio e circulatórios cerebrais, mas nas
bulas de todas as apresentações comerciais, com exceção
do Fluvert®, há indicação na profilaxia da migrânea.
5
Os antagonistas da serotonina representados pela
metisergida e pizotifeno são as únicas drogas específicas
para o tratamento preventivo da migrânea, apesar da
metisergia também ser usada para tratar a diarreia
causada pela síndrome carcinoide.
5
Os antiepilépticos são tradicionalmente utilizados no
tratamento das epilepsias, mas alguns mostraram eficácia
no tratamento das dores neuropáticas e na prevenção
da migrânea. São eles: ácido valproico, divalproato de
sódio, gabapentina e topiramato.
4
As bulas do ácido valproico e da gabapentina
fazem menção de seu uso nas epilepsias e, especifica-
mente, para a gabapentina, no tratamento das dores
neuropáticas. Em nenhuma apresentação comercial há
indicação em bula para a prevenção da migrânea.
5
O divalproato de sódio foi a primeira droga anti-
epiléptica a receber indicação em bula para a profilaxia
Headache Medicine, v.1, n.1, p.12-16, jan./fev./mar. 2010 15
ANÁLISE DAS BULAS DOS PROFILÁTICOS DA MIGRÂNEA
16 Headache Medicine, v.1, n.1, p.12-16, jan./fev./mar. 2010
da migrânea. Inicialmente, com uma apresentação
comum, depois com uma de liberação prolongada.
Exceção se faz à sua apresentação sprinkle, que é indi-
cada apenas no tratamento de crises parciais complexas
e de ausência.
5
O topiramato foi o segundo antiepiléptico a ser
liberado para o tratamento preventivo da migrânea e é
o único que, em todas as suas apresentações comerciais,
traz essa indicação em bula.
5
Muitos cefaliatras enfrentam problemas ao pres-
creverem medicamentos profiláticos para a migrânea,
porque na maioria de suas bulas não há nenhuma
referência de sua indicação para esse tipo de tratamento
e, habitualmente, essas drogas são indicadas para outras
doenças. É fundamental essa informação quando se trata
de promover a adesão ao tratamento, especialmente em
doenças crônicas, como no caso da migrânea.
6
Estudos mostraram que 87,3% das pessoas fazem
uso de algum medicamento e que apenas 20% não
leem a bula. Esta minoria justifica tal atitude em função
da falta de hábito de leitura ou porque consideram
suficiente a explicação médica. Geralmente, a bula não
é lida na sua totalidade. O paciente escolhe o item de
seu interesse, sendo as "indicações" o mais lido (35%),
seguido das "contraindicações" (30%) e da "posologia"
(27%).
7
Sabe-se que, aproximadamente, 50% dos pacientes
em uso contínuo de medicamentos não aderem ao trata-
mento estabelecido pelo médico
8
e aqueles que leem a
bula podem seguir as recomendações médicas ou
abandonar o tratamento, alegando não ter nenhum dos
sintomas ou das doenças que estavam escritos na bula,
além de manifestar o seu medo dos efeitos colaterais
mencionados.
9
Embora os profiláticos da migrânea tenham eficácia
comprovada, muitos pacientes se recusam a usar
determinados medicamentos por serem indicados para
outras doenças. Por exemplo, não usam um bloqueador
beta-adrenérgico, argumentando que não têm hiper-
tensão arterial ou alguma doença cardíaca ou não usam
um antiepiléptico porque não têm epilepsia.
No início dos anos de 1970, Edgard Raffaelli Júnior
encontrou uma solução para tal problema: formular todas
as suas prescrições em farmácias de manipulação.
10
Naquele tempo, as farmácias de manipulação no Brasil
só preparavam fórmulas magistrais (aquelas que apa-
reciam nos livros de medicina) e Raffaelli começou a criar
fórmulas diferenciadas (não magistrais) para cada tipo
de paciente.
CONCLUSÕES
Apesar de todos os profiláticos da migrânea serem,
comprovadamente, eficazes no seu tratamento, o fato
de não trazerem essa indicação em bula leva a um grande
impacto negativo. Muitos pacientes abandonam o
tratamento, mesmo quando prescrito por um médico de
sua confiança.
É necessário que as bulas de muitos medicamentos
sejam modificadas e que as suas indicações terapêuticas
sejam determinadas por estudos clínicos de eficácia.
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<http://odia.terra.com.br/educacao/htm/geral_97439.asp>
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10. Silva Neto RP. Quem foi Edgard Raffaelli Júnior. Migrâneas
Cefaleias 2006;9(4):152-8.
Endereço para correspondência:
DrDr
DrDr
Dr
. R. R
. R. R
. R
aimundo Paimundo P
aimundo Paimundo P
aimundo P
ereira da Silva Netoereira da Silva Neto
ereira da Silva Netoereira da Silva Neto
ereira da Silva Neto
Centro de Neurologia e Cefaleia do Piauí
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RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA NETO E COLABORADORES
Headache Medicine, v.1, n.1, p.17-20, jan./fev./mar. 2010 17
Aspectos epidemiológicos das cefaleias em
pacientes idosos atendidos no Ambulatório de
Cefaleia de Sergipe
Epidemiological aspects of headache in elderly patients in the Outpatient
Headache Sergipe
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Introdução:Introdução:
Introdução:Introdução:
Introdução: Pacientes idosos constituem importante parcela
de todos os atendimentos médicos no Brasil. A cefaleia
continua sendo a queixa neurológica mais frequente nessa
população; suas peculiaridades nessa faixa etária devem
receber atenção especial devido à presença de características
distintas e a maior possibilidade de causas secundárias.
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Determinar a prevalência das cefaleias em idosos
em ambulatório especializado além de descrever características
dessa algia craniana nesta faixa etária.
Material e Método: Material e Método:
Material e Método: Material e Método:
Material e Método:
Estudo retrospectivo e descritivo, realizado no Ambulatório
de Cefaléias do Hospital Universitário da UFS. Foram
estudadas as variáveis: quantidade de pacientes idosos
atendidos, idade, sexo, classificação das cefaleias,
comorbidades, anormalidade/normalidade no exame
neurológico e número de pacientes que retornaram para
segunda consulta.
Resultados: Resultados:
Resultados: Resultados:
Resultados: A prevalência de idosos no
centro de referência foi de 5,37%. Os tipos de cefaleias mais
frequentes foram a migrânea (45,94%) e a cefaleia tipo
tensional (21,62%); 32,43% incluíam outros tipos de cefaleia.
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: Estes achados sugerem que a cefaleia continua
sendo prevalente nos idosos, sendo mais comum entre
mulheres e que o tipo mais frequente continua sendo uma
cefaleia primária, a migrânea. Entretanto, o diagnóstico de
cefaleias secundárias aumenta nessa faixa etária.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Idosos; cefaleia.
ORIGINAL ARTICLE
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Introduction:Introduction:
Introduction:Introduction:
Introduction: Elderly patients constitute important parcel of
all the medical care in Brazil. The headache continues being
the more frequent neurological complaint in this population;
its peculiarities in this age have received special attention due
to presence of distinct characteristics and a biggest possibility
of secondary causes.
Objective: Objective:
Objective: Objective:
Objective: To determine the prevalence
and characteristic of chronic headaches in aged patients.
Material and Methods:Material and Methods:
Material and Methods:Material and Methods:
Material and Methods: Carried through retrospective and
descriptive study in the Clinic of Chronic headache of the
University Hospital of the UFS, where the variable had been
studied: prevalence, age, sex, classification of the chronic
headaches, comorbidities, abnormality/normality in the
neurological examination and number of patients who had
returned for a second consultation.
Results:Results:
Results:Results:
Results: The ratio of elderly
was of 5.37%. The more frequent headache was migraine
(45.94%) and tensional type headache (21.62%), being that
32.43% correspond other types of chronic headaches.
Conclusion:Conclusion:
Conclusion:Conclusion:
Conclusion: These findings suggest that the chronic
headache continues being prevalent in the aged ones, being
more common in women and that the type most frequent in
aged continues being a primary chronic headache, the
migraine, even so the secondary chronic headaches increase
in frequency in this age.
Key words: Key words:
Key words: Key words:
Key words: Elderly; headache.
Alan Chester Feitosa de Jesus, Débora Dias Barreto
Ambulatório de Cefaleia, Liga de Cefaleia de Sergipe (Licese), Hospital Universitário,
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
de Jesus ACF, Barreto DD. Aspectos epidemiológicos das cefaleias em pacientes idosos atendidos
no Ambulatório de Cefaleia de Sergipel. Headache Medicine. 2010;1(1):17-20
18 Headache Medicine, v.1, n.1, p.17-20, jan./fev./mar. 2010
ALAN CHESTER FEITOSA DE JESUS E COLABORADORA
INTRODUÇÃO
Pacientes idosos constituem importante parcela de
todos os atendimentos médicos no Brasil e a expectativa
é que essa proporção aumente. A cefaleia é a queixa
neurológica mais frequente nesta população e as suas
peculiaridades na faixa etária dos idosos tem recebido
atenção especial na atualidade. Ao contrário do que
acontece com a maioria das queixas neurológicas, a
incidência e a prevalência da cefaleia diminuem com o
envelhecimento, mas continuam sendo significativas.
1,3
As cefaleias primárias, ou seja, aquelas que não
podem ser atribuídas a alterações estruturais, metabólicas,
tóxicas ou infecciosas, tais como a migrânea (enxaqueca),
a cefaleia do tipo tensional (CTT), a cefaleia em salvas e
outras são ainda as formas de dor de cabeça mais
prevalentes no idoso.
3
Apesar disso, a proporção de
cefaleias secundárias, como as decorrentes da arterite
temporal, de tumores cerebrais e de causas potencial-
mente graves, aumenta significativamente nessa faixa
etária.
3,4
Sabe-se ainda que pessoas idosas são mais
suscetíveis a efeitos adversos das medicações utilizadas
para tratamento e são frequentemente tratados com
vários fármacos.
4
No caso específico de medicamentos
para cefaleia, o tratamento oferece principalmente
prejuízos para a função renal e/ou hepática, aumentando
a morbimortalidade nessa faixa etária.
5
Na população senil é importante ainda investigar
doenças sistêmicas como hipertensão paroxística ou
grave, anemia ou policitemia, insuficiência renal, doenças
da tireoide, insuficiência pulmonar, apneia do sono,
hipercalemia, hiponatremia, infecções e cefalalgia
cardíaca.
6
Os principais sinais de alerta para cefaleias secun-
dárias são: primeiro episódio ou piora da cefaleia prévia,
cefaleia de início abrupto, progressão ou mudança no
padrão da dor, cefaleia recente em menores de 5 anos
ou maiores que 50 anos de idade, aparecimento de
cefaleia com câncer, imunossupressão ou gravidez,
associação com síncope ou ataque de uma doença,
desencadeada por esforço/valsalva/sexo, sintomas
neurológicos com mais de uma hora de duração e
anormalidades no exame geral ou neurológico.
7,8
Como se observa na prática clínica, as cefaleias
secundárias são mais frequentes no idoso e poucos estu-
dos sobre o tema abordam esse grupo populacional.
Há necessidade de se estudar a frequência e as carac-
terísticas da cefaleia em pessoas acima de 60 anos, bem
como suas peculiaridades para que se possa diagnosticar
corretamente e adequar o tratamento a essa população
diferenciada.
MATERIAL E MÉTODO
Este estudo retrospectivo e descritivo foi realizado
através da análise dos prontuários dos pacientes aten-
didos no Ambulatório de Cefaleia do Hospital Univer-
sitário da Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde
foram estudadas as variáveis: proporção de pacientes
idosos (idade acima de 60 anos) atendidos, idade, sexo,
classificação das cefaleias segundo critérios da Clas-
sificação Internacional de Cefaleias (ICHD-II, 2004),
8
comorbidades, anormalidade/normalidade no exame
neurológico e número de pacientes que retornaram para
segunda consulta.
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da UFS, de acordo com o processo N° CAAE -
0095.0.107.000-09.
Foram incluídos no estudo todos os pacientes que
se apresentaram com idade igual ou maior que 60 anos
e que foram atendidos no Ambulatório de Cefaléia no
período de janeiro de 2005 a janeiro de 2009.
A amostra foi não probabilística, dependente da
demanda do Ambulatório de Cefaleia da UFS.
Os dados foram organizados em banco de dados
em planilha de excel, onde foram calculados os parâ-
metros de desvio padrão e média de Idades e as porcen-
tagens dos diferentes tipos de cefaleia encontrados.
RESULTADOS
Dos 689 pacientes atendidos no ambulatório de
Cefaleia de Sergipe no período de janeiro de 2005 a
janeiro de 2009, 37 (5,37%) apresentavam idade maior
ou igual 60 anos. A média de idade desses pacientes foi
de 66,24 anos e o desvio padrão de ± 5,77.
Com relação ao sexo, observou-se maior prevalên-
cia de cefaleia em mulheres; foram 25 mulheres (67,57%)
para apenas 12 homens (32,43%).
Os principais tipos de cefaleias nos idosos atendidos
no serviço estão dispostos na Tabela 1.
As cefaleias primárias totalizaram 31 casos
(83,78%), incluindo migrânea, cefaleia tipo tensional
(CTT), cefaleia tipo tensional crônica (CTTC), cefaleia
hípnica, hemicrânia contínua, cefaleia primária desde o
início e a cefaleia numular. As cefaleias secundárias
estiveram presentes em 6 casos (16,22%), incluindo a
Headache Medicine, v.1, n.1, p.17-20, jan./fev./mar. 2010 19
cefaleia por uso excessivo de medicação analgésica, a
secundária a rinossinusite, a pós-traumática crônica e a
cefaleia da apneia do sono.
Dos 37 pacientes idosos atendidos nesse período
não foram evidenciadas alterações no exame neuro-
lógico.
Avaliando as comorbidades da população estuda-
da, encontramos os resultados mostrados na Tabela 2.
Com relação ao retorno para a segunda consulta
médica, observou-se que dos 37 pacientes idosos, 26
(70,27%) retornaram e apenas 11 (29,73) não.
DISCUSSÃO
Os idosos são parcela da população com tendência
numérica crescente e as peculiaridades das afecções que
esse grupo sofre devem ser estudadas e pesquisadas para
melhor condução clínica. Pessoas com idade acima de
60 anos costumam apresentar diversas doenças crônicas
e fazer uso de várias medicações. Estudando melhor esse
grupo populacional é possível prever o comportamento
das doenças mais prevalentes e quais as melhores con-
dutas a serem adotadas. Como a cefaleia é uma queixa
ainda comum nos idosos, seu diagnóstico e condução
adequada são essenciais.
Este estudo encontrou uma prevalência de pessoas
idosas atendidas no Ambulatório de Cefaleia do Hospital
Universitário de 5,73% (37 idosos) de um total de 689
atendimentos. A prevalência encontrada foi menor que
a observada na literatura. Santin e colaboradores
9
rela-
taram percentual de 17% de idosos atendidos e a mesma
frequência também foi encontrada por Pascual e Berci-
ano.
10
Souza e colegas
1
encontraram 21%. Já Camarda
e Monastero
11
verificaram maior proporção de atendi-
mentos para este grupo etário, de 21,8%. Bensenor e
colegas
12
encontraram 45,6% e Prencipe e colabo-
radores,
13
estudando população de idosos em área rural
da Itália, encontraram uma proporção da queixa cefaleia
em 51% do total de avaliações.
Com relação ao sexo, neste estudo encontrou-se
uma maior prevalência de cefaleia em mulheres idosas
(67,57%) em relação aos homens (32,43%). Isso
também já havia sido verificado por outros autores,
como Santin e colegas
9
que relataram 86% de mulheres.
Pascual e Berciano
10
encontraram 63% das mulheres
com cefaleia e apenas 37% dos homens. Prencipe e
colegas
13
também referem uma prevalência de cefaleia
maior entre mulheres idosas (62,1%), do que em homens
(36,6%). No estudo de Camarda e Monastero,
11
a
frequência no sexo feminino foi de 26,3%, e no sexo
masculino, de 16,5%. Essa frequência é menor, pois
refere-se à população geral e não a pessoas atendidas
em centro de referência em cefaleia, mas, mesmo assim,
observamos maior percentual de mulheres acometidas
do que homens. Essa indicação sugere, pela nossa
avaliação, que o sexo feminino parece ter uma maior
propensão a continuar apresentando cefaleia, mesmo
após a menacme.
Com relação aos tipos de dor de cabeça mais fre-
quentes observou-se que esse estudo encontrou uma
prevalência diferente da encontrada na literatura. O tipo
mais frequente foi a migrânea (45,94%, ou seja, 17
pacientes), divergindo de outros estudos onde predo-
minou a CTT.
12-14
Esses autores relatam, respectivamente,
frequência de migrânea de 10,6%, 4,6% e 11%. O
segundo tipo mais comum nessa pesquisa foi a CTT,
com 21,62%, enquanto na literatura observou-se
prevalência de 44,5%,
13
33,1%
14
e 16%.
14
Essa fre-
quência mais elevada de CTT encontrada em outros
estudos pode ser devida à transformação do quadro
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS CEFALEIAS EM PACIENTES IDOSOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE CEFALEIA DE SERGIPE
20 Headache Medicine, v.1, n.1, p.17-20, jan./fev./mar. 2010
Endereço para correspondência
DrDr
DrDr
Dr
. Alan Chester F. Alan Chester F
. Alan Chester F. Alan Chester F
. Alan Chester F
eitosaeitosa
eitosaeitosa
eitosa
Universidade Federal de Sergipe
Rua Cláudio Batista s/n – Sanatório
49060-100 – Aracaju-SE – Brasil
alanchester@uol.com
migranoso ao longo do tempo, passando a ser seme-
lhante ao de cefaleia de tensão.
Nessa pesquisa, seguindo a ICHDII/2004, observou-
se que as cefaleias primárias continuam sendo as mais
frequentes, com 31 pacientes acometidos (83,78%), pro-
porção maior que a de 59% encontrada por Souza e
colaboradores, em 2004.
1
As cefaleias secundárias foram
diagnosticadas em 6 pacientes (16,22%), enquanto Souza
e colegas relatam frequência de 41%.
1
Embora a fre-
quência de cefaleias secundárias tenha sido menor do
que a encontrada na literatura observa-se que esta con-
tinua sendo maior do que em pessoas jovens (6,5%),
como relatado anteriormente.
1
Com relação ao retorno para a segunda consulta
médica, observou-se que 70,27% dos idosos retornaram
para seguimento clínico. Resultado diferente foi observado
por Alonso
14
em pacientes atendidos em clínica particular,
onde apenas 27,8% completaram tempo satisfatório de
tratamento, (mais de um ano), e quase 50% abando-
naram o tratamento nos dois primeiros meses. Apesar
dos dados não poderem ser comparados de forma direta,
pode-se sugerir maior preocupação dos idosos com suas
cefaleias.
CONCLUSÃO
O presente estudo encontrou prevalência de
cefaleia em idosos atendidos em centro de referência
em cefaleia de Sergipe reduzida em relação à literatura;
este fato pode ser devido a uma menor procura local
desse grupo populacional pelos serviços de saúde ou
por dificuldade de acesso aos serviços locais.
Diferentemente do encontrado na literatura, o tipo de
cefaleia mais prevalente foi a migrânea, seguida pela
CTT. De forma geral essa queixa foi mais frequente no
sexo feminino. A divergência observada pode ser
atribuída às alterações no padrão dessa algia craniana
decorrentes das modificações sofridas com o
envelhecimento, levando à confusão diagnóstica
principalmente com a CTT.
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Brasileiro de Cefaléia, Natal, RN, 2007.
ALAN CHESTER FEITOSA DE JESUS E COLABORADORA
Headache Medicine, v.1, n.1, p.21-24, jan./fev./mar. 2010 21
Frequência de migrânea entre os pacientes
acompanhados no Ambulatório de Epilepsia do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Minas Gerais
Frequency of migraine among patients followed at the Epilepsy Clinic
of the Hospital das Clinicas, Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
A relação entre migrânea e epilepsia é reconhecida há anos.
Ambas as condições são crônicas, ocorrem em crises
paroxísticas e apresentam aspectos semiológicos, fisiopa-
tológicos e terapêuticos em comum. O objetivo deste traba-
lho foi determinar a frequência de migrânea entre os pacien-
tes epilépticos acompanhados no Ambulatório de Epilepsia
do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, Brasil. Trata-se de um estudo descri-
tivo transversal baseado na análise de 554 prontuários mé-
dicos de pacientes atendidos consecutivamente em um ano.
O diagnóstico de migrânea foi registrado no prontuário de
3,1% dos pacientes. Comparando-se variáveis clínicas entre
os pacientes epilépticos com e sem migrânea, houve diferen-
ça apenas no sexo. A frequência de migrânea encontrada é
menor que a relatada na literatura. Possivelmente, essa di-
vergência decorre da metodologia utilizada no estudo e/ou
fatores como a negligência da queixa de cefaléia e o empre-
go de drogas como ácido valpróico e topiramato, também
eficazes na profilaxia da migrânea. É importante realizar in-
vestigação ativa de migrânea em pacientes epilépticos no
sentido de proporcionar melhor tratamento clínico e qualida-
de de vida para os mesmos.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Migrânea; epilepsia; frequência, epide-
miologia
ORIGINAL ARTICLE
Bruno Engler Faleiros
1
, Sílvio Roberto de Sousa-Pereira
2
, Bernardo Cardoso Pinto Coelho
1
,
Marilis Tissot Lara
2
, Eduardo Jardel Portela
2
, Antônio Lúcio Teixeira
2,3
¹Acadêmico da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais; ²Neurologista do Hospital
das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais; ³Professor do Departamento de Clínica Médica da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Faleiros BE, Sousa-Pereira SR, Coelho BCP, Lara MT, Portela EJ, Teixeira AL.
Frequência de migrânea entre os pacientes acompanhados no Ambulatório de Epilepsia do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Headache Medicine. 2010;1(1):21-24
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
The relationship between migraine and epilepsy is well known
for many years. Both conditions are chronic neurologic
disorders, occur in paroxistic attacks and present a series of
clinical features in common. The objective of the present study
was to determine the frequency of migraine among epileptic
patients seen in the Epilepsy Clinic of University Hospital of
the Federal University of Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil.
This is a transversal descriptive study based on the analysis of
554 medical charts from patients evaluated consecutively in
one year period. The diagnosis of migraine was recorded in
3.1% of the medical charts. Only gender differed between
epileptic patients with and without migraine. The frequency of
migraine found in this study is lower than the reported in the
literature. Possibly this finding result from the methodology
used and/or other factors such as the relative negligence of
headache complaint and the use of anti-epileptic drugs, such
as valproic acid or topiramate, also effective for migraine
prophylaxis. It is relevant to actively search for the diagnosis
of migraine in epileptic patients in order to provide them better
clinical treatment and quality of life.
KK
KK
K
ey words: ey words:
ey words: ey words:
ey words: Migraine; epilepsy; frequency; epidemiology.
22 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 21-24, jan./fev./mar. 2010
BRUNO ENGLER FALEIROS E COLABORADORES
INTRODUÇÃO
A relação entre migrânea e epilepsia já é classica-
mente reconhecida.
1-7
A prevalência de migrânea na po-
pulação geral é de 10-%15%,
8-10
enquanto a epilepsia,
de 1%-2%.
11-15
Ambas são condições neurológicas crô-
nicas que ocorrem em crises paroxísticas, sendo frequen-
temente acompanhadas por sintomas gastrointestinais,
autonômicos e psíquicos.
1,2
Alguns estudos sugerem hiperexcitabilidade cere-
bral, disfunções de neurotransmissores no sistema ner-
voso central e fatores genéticos como alterações
fisiopatológicas comuns às duas entidades.
1,3,4
Algumas
drogas, como o ácido valproico e o topiramato, po-
dem ser utilizadas para tratar ambas as condições com
bons resultados.
16-18
A presença de uma delas torna o indivíduo cerca
de duas vezes mais suscetível à outra e, mais raramen-
te, a migrânea pode desencadear crises epilépticas.
2,5
Em alguns casos, o diagnóstico diferencial de migrânea
e crise epiléptica pode representar um desafio para o
clínico.
1
O objetivo deste trabalho é determinar
a frequência de migrânea entre os paci-
entes epilépticos acompanhados no Am-
bulatório de Epilepsia do Serviço de Neu-
rologia do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Minas Gerais
(HC-UFMG).
MATERIAL E MÉTODO
Trata-se de um estudo descritivo trans-
versal baseado na análise dos prontuários
dos pacientes acompanhados no Ambu-
latório de Epilepsia do HC-UFMG. Foram
analisados 554 prontuários de indivíduos
a partir de 18 anos de idade atendidos
consecutivamente no serviço no período
de um ano. Foi pesquisado o diagnósti-
co de migrânea explicitado no prontuário
pelo médico neurologista responsável
pelo atendimento.
Os dados foram compilados e ana-
lisados através do programa SPSS® 17.0.
RESULTADOS
O diagnóstico de migrânea foi
explicitado em 3,1% (n=17) dos 554 pacientes (280
mulheres) estudados. Entre os 17 pacientes com
migrânea, 10 (76,5%) eram do sexo feminino. Em
relação à síndrome epiléptica, 64,7% (n=11) apresen-
tavam síndrome sintomática; 11,8% (n=2) idiopática e
em 23,5% (n=4) não foi possível classificá-la. Quanto
ao tipo de crise, 58,8% (n=10) dos pacientes apresen-
tavam crises focais, 23,5% (n=4) generalizadas ou se-
cundariamente generalizadas e 17,7% (n=3) crises não
classificáveis.
A monoterapia com droga antiepiléptica (DAE) foi
empregada em 67,9% dos 554 pacientes. A associação
de drogas antiepilépticas (DAEs) ocorreu em 32,1% sen-
do que 29,5% usavam duas DAEs e 2,6% usavam três
ou mais DAEs. Entre as DAEs, a carbamazepina foi a
mais empregada, 55,6% do total de pacientes; seguido
de fenitoína 21,1%; ácido valpróico 18,9%; lamotrigina
15,3%; fenobarbital 13,6% e topiramato 8,2%. Dos pa-
cientes migranosos, 64,7% estavam em monoterapia. A
carbamazepina também foi a mais utilizada (53,3%), se-
guida do fenobarbital, topiramato e lamotrigina (20%
cada).
Headache Medicine, v.1, n.1, p.21-24, jan./fev./mar. 2010 23
Comparando-se o grupo de pacientes epilépticos
com e sem migrânea, quanto às variáveis 'sexo', 'tipo de
síndrome', 'tipo de crise' e 'número de DAEs', houve dife-
rença apenas no item 'sexo' (p=0,03) (Tabela).
DISCUSSÃO
A frequência de migrânea em pacientes epilépticos
encontrada em nosso estudo foi inferior à relatada na
literatura, que varia de 8%-25%.
1,2,5,6
Ao compararmos
o grupo de pacientes migranosos com o de não
migranosos, observamos diferença apenas no item 'sexo',
evidenciando, como na população geral, a maior
prevalência de migrânea entre as mulheres.
Frente à divergência de frequência de migrânea em
epilépticos entre o presente estudo e a literatura, elabo-
ramos algumas hipóteses para explicá-la. Primeiro, tra-
ta-se de um estudo fundamentado em análise retrospec-
tiva da anotação em prontuários, sendo que o relato de
cefaleia fora feito provavelmente de forma espontânea
pelo paciente e não como resultado de uma investiga-
ção sistemática. Desse modo, podemos supor que a
casuística encontrada refere-se a cefaleias clinicamente
significativas e com considerável grau de incapacidade,
o que motivaria a queixa do paciente e o subsequente
registro em prontuário.
Segundo, é possível que a cefaleia relatada por um
indivíduo epiléptico possivelmente seja negligenciada, ora
pelo fato de a epilepsia ser considerada clinicamente
mais relevante, ora pelo sintoma de dor de cabeça ser
atribuído a fenômenos ictais ou pós-ictais.
1,2
Nesse senti-
do, alguns estudos relatam uma frequência de até 50%
de cefaleia na epilepsia, que pode ou não estar relacio-
nada às crises, incluindo migrânea, cefaleia do tipo
tensional ou mesmo as cefaleias exclusivamente interictais
ou periictais, o que torna o diagnóstico diferencial com-
plexo.
5
De nota, Lipton e colaboradores
2
demonstraram
que, de todos os indivíduos com epilepsia em que se di-
agnosticou migrânea por busca ativa, apenas 44% havi-
am recebido o diagnóstico prévia de migrânea.
Finalmente, as DAEs utilizadas para tratamento de
pacientes epilépticos podem também ser eficazes na
profilaxia da migrânea, dificultando o reconhecimento desta
condição.
1,2
Observamos, nos 554 prontuários analisa-
dos, uma frequência de 18,9% de prescrição do ácido
valproico e 8,2% de topiramato, drogas reconhecidamente
eficazes na profilaxia das crises de migrânea.
16-18
O reconhecimento da associação epilepsia e migrâ-
nea é importante na condução clínica do paciente. Velioglu
e colaboradores,
7
em um estudo longitudinal, no qual
acompanhou pacientes epilépticos com migrânea e sem
migrânea, observaram que os pacientes migranosos apre-
sentavam pior prognóstico. Pacientes epilépticos com
migrânea têm menor chance de remissão das crises, mai-
or incidência de refratariedade ao tratamento, maior du-
ração das crises, apresentando resposta terapêutica mais
lenta e dependente de politerapia.
7
Essas evidências de-
monstram inequivocamente a relevância de se realizar
busca ativa de migrânea no paciente epiléptico e, desse
modo, otimizar o tratamento de ambas as condições e,
assim, alcançar melhores resultados terapêuticos e prog-
nósticos.
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FREQUÊNCIA DE MIGRÂNEA ENTRE OS PACIENTES ACOMPANHADOS NO
AMBULATÓRIO DE EPILEPSIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
24 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 21-24, jan./fev./mar. 2010
Correspondência
DrDr
DrDr
Dr
. Antonio L. Antonio L
. Antonio L. Antonio L
. Antonio L
ucio Tucio T
ucio Tucio T
ucio T
eixeiraeixeira
eixeiraeixeira
eixeira
Departamento de Clínica Médica,
Faculdade de Medicina, UFMG.
Av. Alfredo Balena, 190. Santa Efigênia,
30130-100 – Belo Horizonte, MG.
E-mail: altextr@gmail.com
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BRUNO ENGLER FALEIROS E COLABORADORES
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 25-28, jan./fev./mar. 2010 25
Lithium-responsive headaches
Cefaleias lítio-responsivas
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
IntroductionIntroduction
IntroductionIntroduction
Introduction: Lithium-responsive headaches are primary and
they have beginning nocturnal or on awakening. They are
classified in three groups: Nocturnal Migraine, Cluster
Headache, and Hypnic Headache. All three types show a
positive therapeutic response to lithium and the average dose
is from 300 to 900 mg at bedtime.
Objective:Objective:
Objective:Objective:
Objective: To review the
headaches that have nocturnal or on awakening beginnings
and those which demonstrate a therapeutic response to lithium.
Method: Method:
Method: Method:
Method: We reviewed the literature on lithium and its
historical and pharmacological aspects, and its use in the
treatment of nocturnal headaches.
Conclusion: Conclusion:
Conclusion: Conclusion:
Conclusion: Lithium is
an efficient drug in the treatment of nocturnal headache and
headache on awakening.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Nocturnal migraine; cluster headache;
hypnic headache; lithium-responsive headaches.
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Introdução:Introdução:
Introdução:Introdução:
Introdução: As cefaleias lítio-responsivas são primárias e
se caracterizam por seu início noturno ou ao despertar. São
divididas em três grupos: migrânea noturna, cefaleia em
salvas e cefaleia hípnica. Todas têm boa resposta terapêutica
ao lítio e a dose varia de 300 a 900 mg/dia.
Objetivo Objetivo
Objetivo Objetivo
Objetivo:
Revisar as cefaleias que têm início durante o sono ou ao
despertar e que respondem ao lítio.
Método:Método:
Método:Método:
Método: Foi revisada a
literatura sobre o lítio quanto ao seu histórico, sua farmacologia
e a sua utilização clínica no tratamento das cefaleias noturnas.
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: O lítio é uma medicação eficaz no tratamento
da cefaleia noturna e ao acordar.
Key words: Key words:
Key words: Key words:
Key words: Migrânea noturna; cefaleia em salvas; cefaleia
hípnica; cefaleias lítio-responsivas.
REVIEW ARTICLEREVIEW ARTICLE
REVIEW ARTICLEREVIEW ARTICLE
REVIEW ARTICLE
Raimundo Pereira da Silva Neto
1
, Kelson James Almeida
2
1
Neurologista e Membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia
2
Residente de Neurologia do HC-USP
Centro de Neurologia e Cefaleia do Piauí - Teresina PI, Brasil
Silva Neto RP, Almeida KJ
Lithium-responsive Headaches. Headache Medicine. 2010;1(1):25-28
INTRODUCTION
Nocturnal headaches (Table 1) are generated during
sleep and occur either at dawn or awaken the patient
during the night.
1-7
There is a temporal relationship
between the nocturnal headache attacks and the period
of REM sleep. These headaches are divided into primary
(nocturnal migraine, cluster headache and hypnic
headache) and secondary (attributed to giant-cell arteritis,
intracranial hypertension secondary to hydrocephalus or
intracranial neoplasia and sleep apnea headache). All
primary headaches respond to therapy using lithium
carbonate and therefore are referred to as lithium-
responsive, while the treatment of secondary headaches
is based on the removal of their cause.
LITHIUM IN HEADACHES
Lithium (from the Greek lithos, stone) is a chemical
element represented by the symbol Li, discovered by Johan
August Arfwedson in 1817 through minerals derived from
a petalite mine on the island of Utö (Sweden). The
principal minerals from which lithium is extracted are
lepidolite, petalite, spodumine and amblygonite. The
name lithium was given due to the fact that it had been
found inside a mineral, even though it was later found in
plant ashes as well.
Lithium is found in diverse forms within nature, such
as: salts, chlorides, bromides, stearate, hydroxides, etc.
26 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 25-28, jan./fev./mar. 2010
RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA NETO E COLABORADOR
Only the lithium salts are used in medicine, particularly
lithium carbonate (Li
2
CO
3
). Initially classified as an anti-
psychotic, but today it is used for its regulating effects on
mood, anti-mania and, secondarily, as an anti-
depressant.
The activating mechanism of lithium is not well
elucidated, however it is known to be effective in
pathologies of clinical evolution, inhibiting the synthesis
of prostaglandin and the action of the prolactin, acting
on the monoamine, the cyclic AMP, the platelet and sleep.
Lithium establishes and increases the serotoninergic
transmission in the central nervous system, particularly in
the hippocampus. Due to this, it has been used in the
treatment of nocturnal headaches. According to Silva Neto
et al.,
8
lithium is an effective medication in the treatment
of nocturnal and awakening headaches as well as
nightmares.
Lithium is rapidly absorbed by the gastrointestinal tract
and the plasmatic concentration reaches its peak within
two to four hours after ingestion. Lithium slowly crosses
the blood-brain barrier. Ninety-five percent (95%) of the
drug is excreted via urine in a rapid phase and in another
slower phase, which may take as long as 14 days. Lithium
should not be used concurrently with a hyposodic diet or
with diuretics that induce the loss of sodium, given that the
depletion of sodium provokes intracellular retention of
lithium.
The average dose is from 300 mg two to three times
daily, taken orally, aiming to maintain a plasmatic
concentration between 0.4 and 0.8 mEq/l. The periodic
control of the serum level should be given.
There are diverse collateral effects to various organs,
some of them quite worrisome:
1. Neurotoxicity: drowsiness, mental confusion,
lethargy, clouded vision, shaking of the extremities,
cramping, dizziness, nystagmus, ataxia, extrapyramidal
signs, and convulsions;
2. Thyroid: hypothyroidism (10 times more frequent
in women) in 5% of the cases and painless increase in the
thyroid (reversible with the suspension of the use of the
drug). Doses of TSH, T3 and T4 should be given every
six months;
3. Renal: edema and sodium retention in the initial
phase of treatment, polyuria, polydipsia, and insipid
diabetes by hormonal anti-diuretic blockage at the renal
tube level;
4. Hematological: leukocytosis for polymorpho-
nuclears;
5. Cardiac: tachycardia and narrowing of the T wave
and dysfunction of the sinus nodule;
6. Dermatalogical: cutaneous ulcers, psoriasis, hair
loss, and acne-like eruptions;
7. Gastrointestinal: nausea, vomiting, diarrhea, and
abdominal pains;
8. Pregnancy: there are registered occurrences of
new-borns of mothers using lithium that acquire depression
of the central nervous system, hypotonia, neonatal goiter,
and cardiac malformations, especially Ebstein's anomaly.
THE PRIMARY NOCTURNAL HEADACHES
Nocturnal MigraineNocturnal Migraine
Nocturnal MigraineNocturnal Migraine
Nocturnal Migraine
A migraine without aura where all of the attacks begin
during the night or upon awakening.
1
Still has not been
sufficiently validated by scientific studies. Overall, the
experience of specialists suggests the existence of a primary
headache that arises either during sleep or upon awakening
and fulfills the diagnostic criteria for migraine and not for
other primary headaches. Additional scientific evidence is
required in order to formally accept and include in the
next international classification of headaches.
According to Edgard Raffaelli (personal
conversation), similar to the menstrual headache, nocturnal
migraine do not respond to habitual prophylactic
treatments for migraine, suggesting the existence of at least
three different neurotransmission systems.
Due to the use of lithium in pathologies having a
cyclical evolution, testing was begun on nocturnal
migraine. These patients have had an absolute therapeutic
response to lithium carbonate, at a daily dosage of 300
to 900 mg/day in the form of a singular night-time
dosage.
8,9
Cluster HeadacheCluster Headache
Cluster HeadacheCluster Headache
Cluster Headache
A primary headache from the trigeminal autonomic
cephalalgias group that presents certain peculiarities such
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 25-28, jan./fev./mar. 2010 27
LITHIUM-RESPONSIVE HEADACHES
as: excruciating pain, short-term attacks, evident circadian
rhythm, regularity, and autonomic disturbances.
10
The classification of headaches of the International
Headache Society (IHS-2004)
11
describes the cluster
headache as attacks of intense pain, strictly unilateral,
located in the orbital, supraorbital or temporal region,
lasting from 15 to 180 minutes and occurring from once
every other day to eight times daily. This headache occurs
in association with one or more of the following aspects,
all of which are ipsilateral to the pain: conjunctival
injection, lacrimation, nasal congestion, rhinorrhoea,
facial and forehead sweating, miosis, ptosis, and eyelid
edema.
Some nuances not described in the classification of
headaches are observed in clinical practice such as the
time at which the attacks occur. It has been observed that
the attacks consistently occur at the same time of day in a
significant number of patients. According to Lance, the
occurrence of a circadian rhythm will be present in 80%-
85% of the cases and the nocturnal attacks will be more
frequent, in the range of 50-60% of the crises,
approximately 90 minutes after the patient falls asleep.
Dexter and Riley
6
reference their findings that seven in
nine crises of cluster headaches occur during REM sleep.
Polysomnographic study shows that awakening with a
headache occurs more frequently during the period of
REM sleep, during the third and fourth stages.
Lithium was indicated as the treatment for cluster
headache by Ekbon in 1974. It is used in the treatment of
episodic nocturnal cluster headache attacks at the dosage
of 300 to 600 mg/day given orally at night in a single
dose. For chronic cases a dosage of 300 mg two-three
times daily is recommended.
12
Hypnic HeadacheHypnic Headache
Hypnic HeadacheHypnic Headache
Hypnic Headache
A primary headache that awakens the patient, also
known as an "alarm clock headache" or "clockwise
headache" and characteristically affecting the middle-
aged and elderly.
13
A primary headache that awakens the patient, also
known as an "alarm clock headache" and characteristically
affecting the middle-aged and elderly.
The hypnic headache was described originally by
Raskin in 1988 through a study of six subjects (5 men and
one woman), with ranging from 65-77 years of age, with
headache attacks that awakened them (in two of them
always after dream) and lasted from 30 to 60 minutes. In
three of the patients the pain was pulsing. Only two of
those studied reported cases of migraine in the past, one
with and the other without aura. None of the patients
presented autonomic disturbances that suggest cluster
headache and all of them reported bilateral pain.
Through the initial description by Raskin, various cases
were described in literature,
14,15
culminating in its inclusion
in the International Classification of Headaches
Hypnic headache is defined by the International
Headache Society
11
as a dull headache that always
awakens the patient and that fulfills the following diagnostic
criteria: appears only during sleep and awakens the
patient, happens more than 15 times per month, last 15
minutes or more after awakening and occurs for the first
time after 50 years of age. There is an absence of
autonomic signs and there will be no more than one of
the following symptoms: nausea, vomiting, photophobia
or phonophobia. It is not attributed to any other disturbance
or disorder.
Various studies have demonstrated that lithium
carbonate was the most effective treatment in a variety of
related cases.
4,14,15
The dosage used varied from 300 to
600 mg/day in a single dose, always at night upon going
to bed.
CONCLUSION
Lithium has been shown to be a good therapeutic
response to all primary headaches that present themselves
during the night or upon awakening.
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28 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 25-28, jan./fev./mar. 2010
Correspondência
DrDr
DrDr
Dr
. R. R
. R. R
. R
aimundo Paimundo P
aimundo Paimundo P
aimundo P
ereira da Silva Netoereira da Silva Neto
ereira da Silva Netoereira da Silva Neto
ereira da Silva Neto
Centro de Neurologia e Cefaleia do Piauí
Rua São Pedro, 2071 - Centro
Ed. Raimundo Martins - Salas 303/304
64001-260 - Teresina-PI - Brasil
Tel./fax: + 55 86 3221.9000
E-mail: neurocefaleia@terra.com.br
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RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA NETO E COLABORADOR
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 29-33, jan./fev./mar. 2010 29
Migrânea e cefaleia do tipo tensional: alguns
aspectos históricos
Migraine and tension-type headache: a few historical aspects
REVIEW ARTICLEREVIEW ARTICLE
REVIEW ARTICLEREVIEW ARTICLE
REVIEW ARTICLE
Michelly Cauás
1
, Murilo Costa Lima
1
, Carlos Augusto Pereira do Lago
2
,
Elizabeth Arruda Carneiro Ponzi
1
, Daniella Araujo de Oliveira
1
, Marcelo M. Valença
1
1
Departamento de Neuropsiquiatria, Universidade Federal de Pernambuco
2
Universidade Federal de Pernambuco
Cauás M, Lima MC, Lago CAP, Ponzi EAC, Oliveira DA, Valença MM.
Migrânea e cefaleia do tipo tensional: alguns aspectos históricos. Headache Medicine. 2010;1(1):29-33
isquêmicas ou hemorrágicas, desordens neurológicas,
toxicemias, distúrbios no aparelho digestivo bem como
útero e ovário; que o o caráter da dor era muito variável,
podendo ser superficial ou profundo, constante ou
paroxístico, generalizado ou local, maçante ou em peso,
perfurante ou latejante.
1
Na década de 1930, Tilney já relacionava a
migrânea com a capacidade de produzir todo um
complexo de sintomas. A periodicidade e caráter
paroxístico das crises, a presença de náuseas e
vômitos, calafrios e suor, embasamento visual antes
das crises, perda visual, visão dupla, distúrbio de
sensibilidade, hemiparesia e ptose da pálpebra
superior constituiam definitivamente componentes das
crises de migrânea. Não sendo necessário ocorrer
todos ao mesmo tempo, e ainda variar no tempo,
intensidade e duração.
2
Já a cefaleia do tipo tensional (CTT) estava
relacionada a sensibilização central como sendo um
possível mecanismo fisiológico. Dividia-se em um
mecanismo central onde consiste de estresse psicológico
e da supressão exteroceptiva e outro bioquímico onde
encontra-se o mecanismo serotoninérgico.
3
Ou ainda uma
predisposição genética, hiperestesia cutânea e muscular
e fatores ambientais. Tendo como principais aspectos
clínicos a dor tipo peso, moedeira, aperto; intensidade
leve a moderada; bilateral; com exame neurológico
normal.
4
INTRODUÇÃO
Em 1903 discutia-se uma classificação para as
dores de cabeça. Dizia-se que a cefaleia era um sintoma
que ocorria no curso de uma grande variedade de
doenças; doença cerebral de origem orgânica,
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
As cefaleias primárias estão presentes corriqueiramente na
sociedade atual, entre elas as principais representantes são a
cefaleia do tipo tensional (CTT) e a migrânea. Fazemos uma
breve revisão dos aspectos históricos relacionados com o
estudo das cefaleias.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Epidemiologia; migrânea; cefaleia do tipo
tensional.
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
The primary headaches are routinely present in today's society,
among the main representatives are tension-type headache
(TTH) and migraine. We reviewed a few historical aspects
about primary headaches.
Key words: Key words:
Key words: Key words:
Key words: Epidemiology; migraine; tension-type
headache.
30 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 29-33, jan./fev./mar. 2010
MICHELLY CAUÁS E COLABORADORES
ANOANO
ANOANO
ANO
HISTÓRICOHISTÓRICO
HISTÓRICOHISTÓRICO
HISTÓRICO
Século IDC Aretaeus, o Capadócio classifica cefaleia em cefalalgia, cefaleia e migrânea.
5
Século II DC Galeno de Pergamon, fez conexão entre estômago e o cérebro, devido a náusea e vômito presentes
nas crises, usou o termo hemicrania.
5
Século X DC Inicia-se a pesquisa sobre tratamento da migrânea por Abulcasis, sugerindo a aplicação de ferro quente
na cabeça ou inserção de alho em uma incisão feita nas têmporas.
5
Século XII DC Surgiram os pródomos, Abess Hildergard de Bingen relatou que as visões podem ser uma descrição inicial
da migrânea.
5
Século XVII Charles Le Pois descreveu sintomas premonitórios e a migrânea com aura.
5
1712 A biblioteca Anatomica Medic Chirurgica publicada em Londres, caracterizando cinco tipos de cefaleias,
incluindo a "Megrim".
5
1780 Tissot sugeriu que a migrânea se origina no estômago devido a um estado de irritação que se irradia para
os nervos supraorbitários e desencadeia a crise. Na lista de sintomas precedendo ou acompanhando o
episódio incluia a náusea e o vômito.
5
1860 Dubois-Reymond e Mellendorf ressuscitaram o papel vascular na gênese das crises de migrânea. Para
Duboi-Reymond, a crise decorria de um fenômeno vasoespástico relacionado com uma hipertonia simpática,
enquanto para Mellendorf se correlacionava com uma dilatação das artérias na decorrência de uma
paralisia transitória do nervo simpático cervical.
1873 Latham propõe um déficit da irrigação sanguínea em um lado da cabeça como fator causal da crise de
migrânea.
5
1878 e 1894 Eulenberg na Aleamnha e Thomson nos Estados Unidos respectivamente, passaram a usar extratos fluidos
de esporão de centeio (ergotamina) no tratamento das crises de migrânea.
6
1918 Stoll isola a ergotamina.
6
1925 Rothlin demonstava que a ergotamina possuía ação inibidora sobre o simpático
6
1926 Maier utilizou pela primeira vez o tertarato de ergotamina no tratamento das crises de migrânea.
6
1909 Tinha-se em mente que pouco se sabia do verdadeiro mecanismo da cefaleia. O próprio tecido cerebral
parecia ser insensível a estímulos táteis e dolorosos ordinários. A doença do tecido cerebral podia existir
sem dor (abscesso, etc.), porém o revestimento do cérebro e os seus vasos liberavam elementos neuronais
para o trigêmeo, ramos cervicais superiores e ramos sensitivos do vago, os quais transmitiam sensibilidade
para o órgão central. Esses mesmos nervos supriam estruturas extracranianas, de forma superficial e
profunda, encontrando assim uma variedade de dores de cabeça.
7
1909 Relato na literatura da primeira classificação de cefaleia proposta por JW Shields dividida em três partes
funcional, orgânica e circulatória.
8
1929 Briggs ressalta que a migrânea é uma doença estritamente familiar, raramente se disfarça, apresenta-se
como uma entidade clínica exata, com tempo de episódio definido. Ocasionalmente, apresenta
manifestações gastrointestinais, porém uma boa história poderá cancela qualquer dúvida.
9
1930 Tilney relaciona as características das crises de migrânea utilizada até os dias atuais.
2
1957 Friedman dividia a crise de migrânea em três distintas alterações vasculares. A fase prodrômica
ou aura está associada com vasoconstrição das artérias intracranianas e com fenômenos clínicos, como
escotomas, hemianopsia, parestesia e depressão. A segunda fase está associada com vasodilatação,
momento em que os vasos cranianos alteram a sensibilidade e aumenta a amplitude de pulsação. A dor,
nesta fase, geralmente é latejante e agravada por tudo o que aumenta a pressão venosa tais como inclinar-
se ou levantar-se. Na terceira fase há edema nos vasos afetados, que se tornam edemaciados e duros. A
cefaleia nesta fase é constante.
10
1959 É fundada The American Association for the Study of Headache.
11
1961 Lançada a revista Headache.
11
1965 Formaçào do Migraine Trust de Londres.
11
1976 No Brasil Edgard Raffaelli Jr. juntamente com Wilson Farias da Silva e Gilberto Rebello de Mattos,
articularam a criação de uma entidade que congregasse profissionais com interesse voltado ao
estudo das cefaleias.
12
1978 Nasce a Sociedade Brasileira de Cefaleia e Migrânea.
12
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 29-33, jan./fev./mar. 2010 31
MIGRÂNEA E CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL: ALGUNS ASPECTOS HISTÓRICOS
1979 Primeiro Congresso Brasileiro de Cefaleia sob os auspícios da sociedade recém criada.
12
1994 Edgard Raffaelli Júnior criou e batizou a revista Migrânea & Cefaleias da Sociedade Brasileira
de Cefaleia (SBCe), que teve seu primeiro exemplar publicado em março de 1994.
13
1997 Publicado o primeiro artigo original da revista pelo Prof. Dr. Wilson Farias da Silva: Cefaleia em Salvas:
Algumas Considerações. Onde através de quatro casos clínicos teceu algum comentários a respeito de
aspectos clínicos da cefaleia em salvas.
14
Em 1999 publica-se que
"No universo das dores de cabeça, algumas são resolvidas com um simples analgésico ou afastando o fator causal;
outras exigem tratamento cirúrgico ou terapêutico direcionada ao fator etiológico, enquanto que outras, as mais freqüentes,
necessitam de acompanhamento prolongado e medicamentos indicados para cada uma delas",
15
Onde o autor mostra a necessidade de uma visão multifacetária diante do estudo das cefaleias.
e apresentando prevalência abaixo de 50% para a
lateralidade e agravamento pela atividade fisica. Para a
CTT não foi diferente mantendo as porcentagens elevadas
para as principais caracteristicas, porém as náuseas,
fonofobia e fotofobia estiveram presentes em pelo menos
metade dos pacientes com migrânea e em um terço dos
pacientes com cefaleia tipo tensional.
21
Dentre os fatores precipitantes, Ulrich, em 1996,
encontrou, entre 4.000 pessoas, uma prevalência de CTT
de 83%, não sendo diferente da migrânea sem aura,
onde os fatores precipitantes para a CTT estava presente
o estresse mental e o cansaço, porém, apenas migra-
nosos tiveram episódios de CTT precipitada pelo álcool,
excesso de ingestão de queijo, chocolate e atividade
física.
22
Para Niczyporuk (1997), entre os 116 pacientes
(60 migranosos e 24 com CTT), o estresse foi o mais
frequente representando 58% na migrânea e 53% na
CTT.
23
Para Leira e col. (1998), os principais fatores
precipitantes de uma forma em geral para estas entidades
foi o estresse (80%), alimentos (68%), drogas (34%), álcool
(20%) e menstruação (8%).
24
Porém, em 2003. Ho e Org
encontraram, entre 2.096 indivíduos, entre os fatores pre-
cipitantes tanto para migrânea sem aura como para
cefaleia do tipo tensional, a privação do sono apresentou-
se com alta prevalência – 60,9%/71,8% respectivamente,
seguida de estresse – 64,9%/56,0%;
25
e Fragoso e col.
(2003) encontraram, entre 163 pessoas, o choro repre-
sentando 55,2% do fator precipitante de CTT e migrâ-
nea.
26
Na correlação do sexo e idade com a ocorrência
de migrânea e CTT existem algumas variações. Em 1998,
na Coréia do Sul, entre 2.500 indivíduos, a prevalência
foi de 22,3% para a migrânea (20,2%, sexo masculino
e 24,3% feminino) e 16,2% de cefaleia do tipo tensional
(sexo masculino de 17,8% e 14,7% do sexo feminino).
27
No mesmo ano, Zétola e col., após entrevistarem no
As cefaleias primárias são entidades nosológicas que
ocorrem sem etiologia demonstrável pelos exames
clínicos ou laboratoriais usuais. Tendo como principais
exemplos a migrânea, a cefaleia do tipo tensional. Tais
desordens seriam herdadas e sobre tal susceptibilidade
endógena, atuariam fatores ambientais. Em 1988, a
criação da Classificação Internacional das Cefaleias foi
de extrema importância para uniformizar os diagnósticos,
dando maior homogeneidade aos trabalhos oriundos
dos mais diversos centros de estudo das cefaleias, porém
se ela é excelente para excluir, torna-se falha quando o
que está em jogo é a inclusão.
16-18
PREVALÊNCIA
Qual a diferença entre prevalência e incidência de
doença? Ambas são medidas de freqüência de
ocorrência de doença. Prevalência mede quantas pessoas
estão doentes, incidência mede quantas pessoas
tornaram-se doentes. Ambos os conceitos envolvem
espaço e tempo - quem está ou ficou doente num
determinado lugar numa dada época.
19
Em 1991, Ramussen e col. estabeleceram, entre
1.000 participantes com idade entre 25-64 anos, uma
prevalência de migrânea e CTT de 93,8% e 69,0% em
homens e 99,25% e 88,0% em mulheres, respectivamente,
ao longo da vida do indivíduo, havendo um decréscimo
da CTT com o aumento da idade. Entre os migranosos,
a dor era pulsátil em 78%, grave em 85%, unilateral em
62% e agravada com esforço físico em 96%. Para a CTT,
o caráter de pressão foi encontrado em 78%, de inten-
sidade leve a moderada em 99%, bilateral em 90% e
em 72% a dor piorava com atividade física.
20
A pre-
valência de migrânea manteve-se em 1995 com 54,9%
dos 719 pacientes com cefaleia; com relação aos sinto-
mas, 55,7% era pulsátil, porém grave em apenas 57,8%
32 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 29-33, jan./fev./mar. 2010
ambiente de trabalho, aleatoriamente, 1.006
funcionários de um hospital, encontraram 380 individuos
com cefaleia, 65,5% foram classificados como
portadores de migrânea; 27,6% como CTT e 6,8% em
outros grupos. O sexo feminino foi o predominante para
todos os tipos de cefaleia, não havendo diferença
significante entre as médias de idade nos diferentes tipos
de cefaleia.
28
Para Lavados e Tenhamm (2001), a prevalência foi
maior; entre 1.385 encontraram 101 que apresentavam
migrânea e 373 cefaleia do tipo tensional, havendo uma
predominância do sexo feminino de 87,1% e 68,9%,
respectivamente.
29
Para Deleu e col. (2001), entre 403
estudantes de medicina, 62,5% mulheres com média de
idade de 21,9 anos, a taxa de prevalência de migrânea
e cefaleia do tipo tensional encontrada foi a mesma
(12,2%), com uma diferença na distribuição entre os
sexos, 6,6% dos homens e 15,5% do mulheres tinham
migrânea, enquanto 13,9% dos homens e 11,1% das
mulheres foram identificadas como sofrendo de cefaleia
do tipo tensional.
30
Em 2002, para estes mesmos autores
não houve muita diferença onde, entre 1.158 pessoas
(57,1% eram mulheres com média de idade de 25,9
anos) a prevalência de migrânea e cefaleia do tipo ten-
sional foi o ano anterior de 10,1% e 11,2%, respectiva-
mente
31
onde esta prevalência para o sexo feminino se
mantém em vários relatos na literatura.
32-34
Vê-se na literatura uma alta prevalência de cefaleia
primária na população,
35
sendo responsável por um
impacto social e econômico significativo,
36
com crises de
duração de minutos a horas,
37
que podem causar impor-
tante impacto na vida entre os portadores de migrânea
38-39
ou de CTT,
40-41
que, segundo Stovner e col. (2007),
estudando 107 publicações relacionadas a prevalência
mundial de cefaleia, encontraram uma tendência global
para migrânea de 10% e CTT de 38%,
42
podendo haver,
como alguns dos fatores de risco, uma baixa condição
socioeconômica,
43
nível educacional,
44
hábito de tomar
café e fumar.
45
Contudo, para Raffaelli Junior e col. (1997), a migrâ-
nea e a cefaleia do tipo tensional frequentemente co-
existem em um mesmo paciente, variando desde os que
têm migrânea pura até aqueles com migrânea e mode-
rada quantidade de cefaleia do tipo tensional, e che-
gando àqueles com cefaleia do tipo tensional.
46
Pois no
conjunto das cefaleias primárias e secundárias são
computadas cerca de duas centenas de modalidades.
Dentro deste universo, a cefaleia do tipo tensional é a de
maior prevalência. Porém, isto não se reflete no cotidiano
dos consultórios e ambulatórios médicos, por ser sua
forma clínica predominante e chamada episódica, de
aparecimento esporádico; e sendo uma de pouca ou de
moderada intensidade, os pacientes são levados a não
procurar médicos, e se automedicar.
47
CONCLUSÃO
Nas últimas duas décadas observamos uma maior
incidência de migrânea em relação as CTT, com predo-
minância do sexo feminino, e por ser uma afecção que
causa uma dor crônica, influencia na qualidade de vida
do indivíduo, bem como no aspecto social ou
econômico.
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MICHELLY CAUÁS E COLABORADORES
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 29-33, jan./fev./mar. 2010 33
Correspondência
DrDr
DrDr
Dr
. Michelly Cauás. Michelly Cauás
. Michelly Cauás. Michelly Cauás
. Michelly Cauás
Doutorado em Neuropsiquiatria e Ciências do
Comportamento - Departamento de Neuropsiquiatria,
Universidade Federal de Pernambuco, Cidade Universitária
50670-420 - Recife, PE, Brasil
Fone/Fax: (55 81) 2126-8539 - E-mail:
michellycauas@yahoo.com.br
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MIGRÂNEA E CEFALEIA DO TIPO TENSIONAL: ALGUNS ASPECTOS HISTÓRICOS
34 Headache Medicine, v.1, n.1, p. 34-35, jan./fev./mar 2010
Successful treatment of SUNCT syndrome with
divalproex sodium extended-release
Síndrome SUNCT tratada com sucesso com divalproato de sódio de
liberação prolongada
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Introduction:Introduction:
Introduction:Introduction:
Introduction: Short-lasting unilateral neuralgiform headache
attacks with conjunctival injection and tearing (SUNCT)
syndrome is a primary rare headache. This syndrome is known
to be refractory to pharmacotherapy. Various treatments have
been tried for SUNCT syndrome, generally of little benefit.
Objective:Objective:
Objective:Objective:
Objective: To report a case of SUNCT syndrome who was
successfully treated with divalproex sodium extended-release
(DVPX ER) and to review the literature about of drugs used in
this treatment.
P P
P P
P
atient and Method:atient and Method:
atient and Method:atient and Method:
atient and Method: The authors report a
case of a 61 year-old man, suffering from SUNCT syndrome,
who was successfully treated with DVPX ER. We review the
literature about several categories of drugs that are used in
the treatment to this syndrome.
Conclusion:Conclusion:
Conclusion:Conclusion:
Conclusion: SUNCT syndrome
is clinically well identified, but it is poorly treated. This is first
report of SUNCT syndrome responsive to DVPX ER.
Key words: Key words:
Key words: Key words:
Key words: SUNCT syndrome; headache; divalproex sodium.
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Introdução:Introdução:
Introdução:Introdução:
Introdução: A síndrome SUNCT (cefaleia de curta dura-
ção, unilateral, neuralgiforme com hiperemia conjuntival e
lacrimejamento) é um tipo raro de cefaleia e refratária ao
tratamento farmacológico. Diversos tratamentos são tenta-
dos e, geralmente, de pouco benefício.
ObjetivoObjetivo
ObjetivoObjetivo
Objetivo: Relatar
um caso de síndrome SUNCT tratada com divalproato de
sódio de liberação prolongada (DVP ER) e revisar a literatura
sobre as drogas utilizadas neste tratamento.
P P
P P
P
aciente eaciente e
aciente eaciente e
aciente e
MétodoMétodo
MétodoMétodo
Método: Os autores descrevem um caso de um homem de
61 anos, com síndrome SUNCT que foi tratado com DVP ER.
Foi revisada a literatura sobre as diversas drogas que são
utilizadas no tratamento desta síndrome.
Conclusão:Conclusão:
Conclusão:Conclusão:
Conclusão: A
CASE REPORT
síndrome SUNCT é clinicamente bem identificada, mas é
pobremente tratada. Este é o primeiro relato de síndrome
SUNCT responsiva ao DVP ER.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Síndrome SUNCT; cefaleia; divalproato
de sódio.
INTRODUCTION
Short-lasting unilateral neuralgiform headache attacks
with conjunctival injection and tearing (SUNCT) syndrome
is a primary rare headache, described initially by Sjaastad
and colleagues in 1989,
1
and characterized by trigeminal
pain accompanied by autonomic manifestations. The pain
is strictly unilateral, localized to the orbital region, stabbing
or burning in quality, abrupt, of short duration (5 to 240
seconds), frequent (3 to 200 per day), and accompanied
by lacrimation, conjunctival injection, and nasal congestion
or rhinorrhoea, all ipsilateral to the pain.
2,3
The pain is
neuralgiform, so it can be difficult to distinguish from
trigeminal neuralgia. The features that distinguish it from
other trigeminal autonomic cephalalgias are: very brief
duration of attacks that occur very frequently, and the
presence of prominent conjunctival injection and
lacrimation. SUNCT syndrome is clinically well identified,
but it is poorly treated. Several categories of drugs are
Raimundo Pereira da Silva Neto
1
, Kelson James Almeida
2
1
Neurologista e Membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia, Centro de Neurologia e
Cefaleia do Piauí - Teresina PI, Brasil
2
Residente de Neurologia do HC-USP
Silva Neto RP, Almeida KJ. Successful treatment of SUNCT syndrome with divalproex sodium extended-
release: case report. Headache Medicine. 2010;1(1):34-35
Headache Medicine, v.1, n.1, p. 34-35, jan./fev./mar 2010 35
SUCCESSFUL TREATMENT OF SUNCT SYNDROME WITH DIVALPROEX SODIUM EXTENDED-RELEASE
used in the treatment to this syndrome, including
intravenous lidocaine,
4
anesthetic blockades, verapamil,
5
and anti-epileptic drugs such as gabapentin,
6
lamotrigine,
7
oxcarbamazepine,
8
and topiramate.
9
All are generally
of little benefit. Until recently, SUNCT was considered an
intractable headache or highly refractory to treatment.
6
We describe a patient with SUNCT syndrome who
was successfully treated with divalproex sodium extended-
release (DVPX ER). This drug has not previously been tried
in SUNCT syndrome, and to the best of our knowledge
this is the first report of SUNCT syndrome responsive to
DVPX ER.
CASE
A 61 year-old man with an 11-days history of
persistent throbbing headache localized to the orbital
region. The headache was always right-sided. Daily pain
was of severe intensity. The pain often lasted 5 to 10
seconds and recurred with an average of four to five times
per day. The pain was accompanied by autonomic
symptoms (conjunctival injection and lacrimation). The
headache had no known triggering factors. During this
period, the patient used different analgesics and other
antiepileptic drug without success. General physical and
neurologic examinations were normal. Magnetic
resonance imaging was normal. A diagnosis of SUNCT
syndrome was made. We started treatment with DVPX ER.
Daily dosage was initiated at 500 mg/day, and after 7
days, because of the reoccurrence of occasional attacks,
we increased the dosage to 500 mg twice daily. At a
dose of 1,000 mg per day (500 mg twice daily) he
became pain free. Two months later, DVPX ER was stopped
and his pain did not recur in the following 6 months.
DISCUSSION
Our patient's short-lasting headache meets the
diagnostic criteria for SUNCT.
10
This syndrome is known
to be refractory to pharmacotherapy. Various treatments
have been tried for SUNCT syndrome. Rare cases are
responsive to lidocaine,
4
anesthetic blockades, verapamil,
5
and anti-epileptic drugs such as gabapentin,
6
lamotrigine,
7
oxcarbamazepine,
8
and topiramate.
9
DVPX ER is an
antiepileptic drug used for treating other painful neurologic
syndromes such as migraine, cluster headache, and
chronic daily posttraumatic headache. DVPX ER stimulates
brain GABA synthesis and reduces glutamate levels, one
of the excitatory neurotransmitters, by increasing the activity
of glutamic acid decarboxylase.
In our case, the initial dose DVPX ER of 500 mg no
reduced the number of SUNCT attacks. When we
increased the dose to 1,000 mg/day (500 mg twice daily),
the attacks progressively reduced until they finally
disappeared. To induce a remission, the patient required
an average dose of DVPX ER to 1,000 mg/day.
From our experience with this case, DVPX ER should
be considered a possible prophylactic treatment for
SUNCT syndrome.
REFERENCES
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DrDr
DrDr
Dr
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. R. R
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aimundo Paimundo P
aimundo Paimundo P
aimundo P
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should include an abstract in English and Portuguese, both of up to 250
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obtained in helath descriptors of Bireme and in Medical Subjects
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st
paragraph -
a concise general view of the theme (a disease, biological issue, general
problem, etc.). 2
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paragraph - to describe aspects of the theme of the 1
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paragraph. 3
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paragraph - to describe the aim of the study and how the
authors expect to achieve this; Patients/Materials and Methods - should
supply sufficient details to allow reproduction of the work or its comparison
with similar works; Results - organize this section using subtitles, e.g.
population, clinical characteristics, etc.; Discussion - this section should
be concise ad objective. The first paragraph should be a continuation of
the last paragraph of the introduction. The subsequent paragraphs should
explain the results and respect the objectives of the authors. The final
paragraph should include the authors' conclusions.
Special ArticleSpecial Article
Special ArticleSpecial Article
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include a synthesis and critical analysis of a relevant area and not only
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remarks, it must have at least one of the following characteristics: -
special interest to the scientific community; - be a rare case which is
particularly useful to demonstrate the mechanism or diagnostic
difficulty; - a new diagnostic method; - a new or modified treatment;
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ambiguities. The text should be divided in introduction, case report
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Summary of Thesis: Summary of Thesis:
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Marcelo M. Valença
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ache Medicine, v.1, n.1, p. 36, jan./fev./mar 2010
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