156 Headache Medicine, v.2, n.3, p.129-156, Jul./Aug./Sep. 2011
mandibular (DTM) associados à dor crônica cervical.
Introdu-Introdu-
Introdu-Introdu-
Introdu-
ção:ção:
ção:ção:
ção: Devido às conexões entre a base do crânio, região mandi-
bular e cervical, a presença simultânea de dor nessas regiões é
um achado comumente observado. Entretanto há escassez de evi-
dências científicas que comprovem protocolos fisioterapêuticos
para seu tratamento.
Método:Método:
Método:Método:
Método:Os indivíduos foram clinicamente
avaliados por um fisioterapeuta e por um cirurgião dentista trei-
nados. Para classificação da DTM foi aplicado o eixo I do Research
Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD).
O tratamento osteopático consistiu na aplicação da técnica glo-
bal de Fryette uma vez por semana, em cinco semanas consecuti-
vas. As avaliações consistiram em: medida subjetiva da dor na
face e região cervical por meio de escala analógica visual (EAV);
algometria dos músculos masseter inferior (MI) e temporal anteri-
or (TA); medida da amplitude de movimento (ADM) de depressão
da mandíbula e de rotação da cabeça sem dor. Os pacientes fo-
ram avaliados antes e após cada sessão de tratamento, obtendo-
se uma média de valores inicial e final para comparação.
Resul-Resul-
Resul-Resul-
Resul-
tados:tados:
tados:tados:
tados: A amostra foi composta por seis mulheres, com média de
idade 30,67 anos. Todas as pacientes apresentavam dor miofascial
e artralgia, três delas com deslocamento do disco articular. Ob-
servou-se uma redução nos valores da EAV face (variando de 0,2
a 2,0 unidades) e cervical (0,2 a 1,6). O limiar de dor no músculo
TA aumentou em três pacientes (0,03 a 0,11 kgf) e em duas no MI
(0,09 e 0,10). Ainda, para todas as pacientes houve aumento na
ADM de depressão mandibular (0,2 a 4,2mm) e de rotação da
cabeça (2,1 a 5,3 graus).
Conclusões:Conclusões:
Conclusões:Conclusões:
Conclusões:Obtiveram-se efeitos
positivos na dor cervical crônica e nos sinais e sintomas de DTM
após o tratamento osteopático da coluna cervical superior. Pala-
vras-chave: dor facial, síndrome da disfunção da articulação
temporomandibular, núcleo espinal do trigêmeo, manipulação
osteopática, fisioterapia.
DOR 18
ASSOCIAÇÃO ENTRE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
DOLOROSA CRÔNICA, CEFALÉIAS PRIMÁRIAS E
DORES NO CORPO
Camparis CM, DDS, PhD
1
; de Andrade ACF, Esp
2
; Fernandes G,
DDS, MSc
3
; Franco AL, DDS, MSc
4
; Gonçalves DAG, DDS, PhD
5
1
Professor Adjunto. Faculdade de Odontologia de Araraquara,
UNESP, SP, Brasil;
2
Fisioterapeuta;
3,4
Aluna de Pós Graduação,
5
Professora Assistente.
Introdução:Introdução:
Introdução:Introdução:
Introdução: A literatura científica sugere uma associação entre
disfunção temporomandibular (DTM), cefaleias primárias e dores
no corpo, sendo a sensibilização central um provável mecanismo
comum entre essas entidades.
Objetivo:Objetivo:
Objetivo:Objetivo:
Objetivo: Estimar a prevalência de
cefaleias primárias (episódica e crônica) e avaliar a associação com
dores no corpo em indivíduos com DTM dolorosa crônica.
Méto-Méto-
Méto-Méto-
Méto-
do:do:
do:do:
do: Foram avaliados 212 indivíduos (184 mulheres e 28 homens,
média de idade de 36,95 anos) no ambulatório de dor orofacial da
Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. Os dados fo-
ram coletados pelos instrumentos: ficha clínica para diagnóstico
diferencial de dor orofacial, RDC/TMD, questionário de cefaleia
baseado nos critérios da Classificação Internacional de Cefaléias e
mapa do corpo para marcação das áreas dolorosas: pescoço;
ombros; partes superior e inferior das costas; cotovelos; punhos/
mãos; quadril/ coxas; joelhos e tornozelos/pés.
Resultados:Resultados:
Resultados:Resultados:
Resultados: Os
dados foram estratificados de acordo com a presença de cefaleia
primária episódica e crônica em indivíduos com DTM dolorosa. A
prevalência de cefaleia episódica foi 51,9% e crônica, 35,8%. Em
relação à dor no corpo, houve associação significativa na presença
de 4 ou mais áreas dolorosas, para cefaleias episódicas (p=0,0064;
OR=7,8; 95% IC = 1,56-38,89) e crônicas (p=0,0036;
OR=10,62; 95% IC=2,05-54,98). Considerando a localização
da dor no corpo, houve associação significativa das cefaleias
episódicas e crônicas com as áreas do pescoço, ombros, parte
superior e inferior das costas. A maior magnitude foi encontrada
para a associação entre parte superior e inferior das costas e
cefaleias crônicas (p=0,0027; OR=8,0; 95% IC=1,91-33,43;
p=0,005; OR=7,69; 95% IC=1,84-32,21, respectivamente).
Conclusões:Conclusões:
Conclusões:Conclusões:
Conclusões:Em indivíduos com DTM dolorosa crônica, tanto a
cefaleia primária episódica quanto a crônica demonstraram associ-
ação com áreas de dor no corpo.
DOR 19
DOR FACIAL SECUNDÁRIA À
COMPRESSÃO VASCULAR TRIGEMINAL
Reis RL; Vasconcellos LF; Afonso CA; Rosa AC
Instituto de Neurologia Deolindo Couto da
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Objetivo:Objetivo:
Objetivo:Objetivo:
Objetivo: Relatar caso de dor em hemiface direita secundária à
compressão vascular da artéria comunicante posterior na topogra-
fia do nervo trigêmio.
Método: Método:
Método: Método:
Método: Relato de caso: Feminina, 84
anos, hipertensa, dislipidêmica e tabagista. Iniciou, há cerca de 1
ano, sensação de desconforto em hemiface direita, a qual referia
como "aflição", não paroxísticos, sem piora com deglutição. Nega-
va claudicação mandibular, fenômenos autonômicos na face e sin-
tomas visuais. Relatava acúfenos (zumbido) em ouvido direito; sem
queixa de vertigem, fazendo uso de flunarizina por 20 anos. Atual-
mente em uso de amitriptilina, captopril, sinvastatina e betaistina.
Exame neurológico: Presença de discinesia oromandibular, força
preservada, reflexos profundos sem alterações, cutâneo-plantares
em flexão, provas cerebelares sem alterações, nervos cranianos
sem alterações, sensibilidade superficial e profunda normais. Res-
sonância de crânio revelando proeminência de artéria comunicante
posterior direita, comprimindo a face ântero-lateral da ponte.
Dis-Dis-
Dis-Dis-
Dis-
cussão:cussão:
cussão:cussão:
cussão: O diagnóstico de dor facial secundária deve ser suspeita-
do nos pacientes idosos, ou naqueles com anormalidades ao exa-
me neurológico. Nestes casos recomenda-se a realização de exa-
mes de imagem, preferencialmente ressonância magnética e/ou
angiorressonância de crânio para exclusão de etiologias vasculares
ou processos expansivos. No caso relatado, a alça vascular, com-
primindo a ponte na origem do nervo trigêmio, justificaria a dor
facial ipsilateral. A paciente nao preenchia criterios diagnosticos
para neuralgia do trigêmio. Devido a idade avançada e comorbidades
optou-se por conduta conservadora, havendo melhora discreta com
uso de oxcarbazepina.
Conclusão:Conclusão:
Conclusão:Conclusão:
Conclusão: Ressaltamos a importância
de investigação com métodos de imagem em individuos idosos,
tanto para definição etiologica e consequentemente planejamento
terapeutico nos casos refratários a terapia medicamentosa.
Bibliografia:Bibliografia:
Bibliografia:Bibliografia:
Bibliografia:
1. The International Classification of Headache Disorders, second edn. Cephalalgia
2004; 24 (suppl 1): 9-160.
2. Majoie CB, Hulsmans FJ, Castelijns JA, et al. Symptoms and signs related to the
trigeminal nerve: diagnostic yield of MR imaging. Radiology 1998; 209: 557-62.
3. Massimiliano M Siccoli, Claudio L Bassetti, Peter S Sándo. Facial pain: clinical
differential diagnosis. The Lancet Neurology 2006,(5)3:257-267
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA