150 Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012
Consenso Latino-Americano para as
Diretrizes de Tratamento da Migrânea Crônica
Latin American Consensus Guidelines for the Treatment of
Chronic Migraine
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLE
Giacomozzi AR, Vindas AP, da Silva Junior AA, Bordini CA, Buonanotte CF, Roesler CA,
Brito CM, Perez C, Carvalho DS, Macedo DD, Piovesan EJ, Sarmento EM, Melhado EM, Éckeli FD,
Kowacs F, Sobrino F, Rabello GD, Rada G, Souza JA, Casanovas JR, Durán JC, Calia LC, Medina LR,
Queiroz LP, Ciciarelli MC, Valença MM, Cusicanqui M, Jimenez MK, Goycochea MT, Peres MF,
Sandoval MV, Vincent MB, Gomes MV, Diez M, Aranaga N, Barrientos N, Kowacs PA, Moreira Filho PF
Consenso Latino-Americano para as Diretrizes de Tratamento da Migrânea Crônica.
Headache Medicine. 2012;3(4):150-61
INTRODUÇÃO
A Classificação Internacional das Cefaleias é o
resultado de um esforço grandioso para elaborar um
sistema taxonômico das diferentes condições que ocorrem
com cefaleia, estando nela catalogadas mais de 200
condições mórbidas em sua segunda edição (International
Headache Classification [ICHD-II], 2004).
(1)
De maneira simplificada, pode-se dividir as cefa-
leias em três grupos:
1) Cefaleias primárias: condições cujos mecanismos
são eminentemente neuroquímicos;
2) Cefaleias secundárias ou "atribuídas a": quando
há um mecanismo bem determinado passível de
provocá-la, como cefaleia atribuída à meningite bac-
teriana;
3) Neuralgias cranianas.
A migrânea (ou enxaqueca) é o exemplo típico de
cefaleia primária. Trata-se de uma afecção neurológica
recorrente, por vezes progressiva e altamente prevalente.
Tipicamente, a crise de migrânea se caracteriza por
cefaleia de intensidade moderada a forte, predominante
em um dos lados da cabeça, com caráter pulsátil e que
piora com os esforços físicos. Frequentemente, associa-
se a náusea, vômitos, fotofobia e fonofobia. As pessoas
afetadas devem apresentar exames físico e neurológico
normais.
O termo crônica é usado na ICHD-II em três situ-
ações distintas:
a) Para se referir à cefaleia que persiste por um
período de tempo superior a três meses do evento ou da
resolução do processo que a originou (por exemplo,
cefaleia pós-traumática crônica);
b) Para designar cefaleias que perduram por um
período de tempo maior que o convencionado para
categorizar uma dada cefaleia como episódica (por
exemplo, cefaleia em salvas crônica);
c) Quando a cefaleia está presente em 15 ou mais
dias por mês, por mais de três meses. Essa é a acepção
do termo crônica em migrânea crônica.
A migrânea crônica é uma condição com prevalência
significativa em todo o mundo, com alto impacto socio-
econômico e seu manuseio tem desafiado os neurolo-
gistas. Os avanços na compreensão de seus mecanismos
e das condições a ela associadas, bem como nas novas
terapêuticas, têm sido rápidos e importantes, fato que
motivou a Sociedade Latino-Americana e a Sociedade
Brasileira de Cefaleia a elaborar o presente consenso.
EPIDEMIOLOGIA
De acordo com os dados da Organização Mundial
da Saúde (OMS) (Word Health Organization, 2011,
Geneva), a cefaleia representa um dos motivos mais fre-
Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012 151
quentes de consultas médicas, constando-se a migrânea
entre as vinte doenças mais incapacitantes.
(2)
Essa moda-
lidade de cefaleia apresenta prevalência anual entre 3%
e 24,6% da população mundial, e um trabalho recente
refere que a prevalência pode chegar até a 27,5%.
(3)
Na
América Latina, o sexo masculino é afetado em uma
faixa entre 2,9% e 7,8%, e o feminino, entre 10,1% e
17,4%.
Em 1994, foi publicado o conceito de cefaleia
crônica diária como um grupo heterogêneo de cefaleias
primárias com duração mínima de quatro horas diárias
e ocorrência em 15 ou mais dias por mês, durante os
últimos três meses. Entre as cefaleias crônicas diárias,
foram incluídas a cefaleia do tipo tensional crônica, a
migrânea transformada, a cefaleia diária de início recente
e a hemicrânia contínua, destacando-se migrânea trans-
formada como a principal causa. Em 2004, foi publicada
a segunda edição da Classificação Internacional de
Cefaleias (ICHD-II), que introduz o termo "migrânea
crônica", cujos critérios de diagnósticos foram modificados
em 2006, sendo também motivos de discussão. A falta
de unificação desses critérios dificulta os estudos epide-
miológicos.
De acordo com a OMS, a prevalência anual de
cefaleia crônica diária é de 1,7% a 4% da população
adulta, representando a migrânea crônica aproxima-
damente a metade dos casos. Em revisões sistemáticas
de estudos populacionais mundiais, a prevalência de
migrânea crônica oscila entre 0,9% e 5,1%.
(4,5)
Na América Latina, os estudos epidemiológicos sobre
a migrânea crônica realizados revelaram as seguintes
prevalências: 5,12% (Brasil), 6,9% (Cuba) e 7,76%
(Colômbia) (evidências B e C). Não existem estudos de
incidência na América Latina.
De acordo com estudos realizados nos Estados
Unidos, a prevalência da migrânea crônica em adoles-
centes oscila entre 0,76% e 1,48%. Para a América
Latina, não existem dados para esse grupo populacio-
nal.
Aproximadamente 50% das pessoas com cefaleia
se automedicam (OMS) e um problema frequente é o
uso excessivo de medicamentos sintomáticos, cujos
critérios diagnósticos estão definidos pela International
Headache Society (IHS).
(1)
Os trabalhos publicados
informam prevalência aproximada de 1,4% de cefaleia
atribuída a uso excessivo de medicamentos na popu-
lação geral, e em centros especializados essa por-
centagem aumenta para 30% a 50%.
(6,7)
Em pacientes
com migrânea crônica, entre 31% e 69% apresentam
uso excessivo de medicamentos.
(4)
Em centros espe-
cializados da América Latina relatam-se entre 55% e
70%.
(8)
A história natural de migrânea crônica revela que
26,1% retornam à condição de migrânea episódica,
33,9% persistem como migrânea crônica e 40% fazem
uma transição contínua entre as formas episódica e
crônica.
(9)
A taxa de conversão de migrânea crônica para
episódica aumenta com a idade, variando, no sexo
feminino, de 1,7% (20 anos) a 7,1% (60 anos); no sexo
masculino, a variação é de 4,2% (20 anos) a 8,3% (60
anos).
Em comparação com a migrânea episódica, a
forma crônica proporciona maiores incapacidade,
impacto na qualidade de vida, utilização do sistema de
saúde e número de comorbidades.
(10)
Por paciente, estima-se o custo direto anual da migrâ-
nea crônica em US$4.144,00 e US$1.883,00, respecti-
vamente, para os sistemas de saúde dos Estados Unidos
e do Canadá. Os correspondentes custos para os paci-
entes com migrânea episódica são de US$1.533,00 e
US$687,00. Não se dispõem de dados para a América
Latina.
(11)
Cabe mencionar que há importantes barreiras à
investigação e ao manejo das cefaleias em todos os
níveis, com falta de políticas governamentais, pouca
repercussão das informações nas instâncias de tomada
de decisão, subnotificação do impacto socioeconômico
dessas doenças aos sistemas de saúde e treinamento
insuficiente para os estudantes de graduação e pós-
graduação (Word Health Organization, 2011,
Geneva).
(2)
EVOLUÇÃO NO CONCEITO DE MIGRÂNEA
CRÔNICA A PARTIR DA CEFALEIA CRÔNICA
DIÁRIA
A cefaleia crônica diária é um termo descritivo que
engloba diferentes tipos de cefaleias, as quais se carac-
terizam por sintomas que se apresentam, pelo menos,
15 dias por mês durante mais de três meses, com duração
mínima de quatro horas por dia, na ausência de doenças
orgânicas.
(12,13)
A migrânea crônica é uma doença incapacitante.
Tentou-se classificá-la por meio de diversos nomes:
cefaleia mista crônica,
(14)
migrânea transformada,
(13,15)
e migrânea crônica.
(1,16)
Atualmente, a Sociedade
Internacional de Cefaleias a define conforme mostra
a Tabela 1.
CONSENSO LATINO-AMERICANO PARA AS DIRETRIZES DE TRATAMENTO DA MIGRÂNEA CRÔNICA
152 Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012
MecanismosMecanismos
MecanismosMecanismos
Mecanismos
A cronificação da migrânea é um processo gradual.
As crises evoluem de esporádicas a frequentes e, final-
mente, para diárias ou quase diárias. Esse mecanismo é
bidirecional, podendo haver remissões espontâneas ou
induzidas. Esse fenômeno apresenta alterações clínicas,
funcionais e estruturais.
(17,18)
O mecanismo fisiopatológico da migrânea crônica
ainda não foi estabelecido com certeza. Provavelmente,
é um distúrbio de fatores múltiplos, tendo a participação
de mais de um nível do sistema nervoso. A hipersensibi-
lidade central do complexo trigêmeo-vascular
(19-21)
aumenta a excitabilidade ou reduz os mecanismos inibi-
dores da dor. A alta frequência de crises de migrânea e
a suscetibilidade genética, entre outros fatores como as
comorbidades, favorecem esse mecanismo fisiopato-
lógico.
COMORBIDADES
Comorbidade é a ocorrência, em um mesmo
paciente, de duas ou mais condições em uma frequência
maior do que a esperada pelo acaso.
Há evidências de comorbidade entre a migrânea e
as condições mencionadas a seguir.
Doenças cerebrovascularesDoenças cerebrovasculares
Doenças cerebrovascularesDoenças cerebrovasculares
Doenças cerebrovasculares
As lesões isquêmicas subclínicas na circulação pos-
terior são mais frequentes em pacientes com migrânea,
principalmente com aura.
(22)
Além disso, os acidentes
vasculares encefálicos (AVEs) isquêmicos e a migrânea
estão associados.
(23)
O AVE isquêmico é mais prevalente
na migrânea crônica do que na população geral;
comparativamente, a migrânea episódica apresenta
maior comorbidade com AVE isquêmico do que a migrâ-
nea crônica.
(24)
A migrânea crônica também significa-
tivamente se associa menos à história familiar de AVE do
que a migrânea episódica.
(25)
Doenças cardiovascularesDoenças cardiovasculares
Doenças cardiovascularesDoenças cardiovasculares
Doenças cardiovasculares
A migrânea, particularmente a com aura, associa-
se à maior incidência de infarto do miocárdio e à claudi-
cação vascular.
(26)
Não há dados na literatura que de-
monstrem a associação entre doenças cardiovasculares
e migrânea crônica. Os primeiros trabalhos sugeriram a
associação entre migrânea e forame oval patente,
(27)
porém isso não foi confirmado em estudos subse-
quentes.
(28)
Inexistem trabalhos específicos sobre asso-
ciação de forame oval patente e migrânea crônica.
Cefaleia atribuída ao uso excessivo deCefaleia atribuída ao uso excessivo de
Cefaleia atribuída ao uso excessivo deCefaleia atribuída ao uso excessivo de
Cefaleia atribuída ao uso excessivo de
drogas até a classificação atualdrogas até a classificação atual
drogas até a classificação atualdrogas até a classificação atual
drogas até a classificação atual
A cefaleia atribuída ao uso excessivo de medica-
mentos analgésicos ou antimigranosos é uma cefaleia
secundária do tipo crônico. Resulta da interação entre
o agente terapêutico e a suscetibilidade do paciente.
Até 2004, referia-se a esse problema como "cefa-
leia de rebote". A classificação da IHS (2004) incluiu
o item "cefaleia atribuída ao uso excessivo de medica-
mento", que tem entre os critérios de diagnósticos o
consumo excessivo regular por mais de três meses de
um ou mais medicamentos que podem ser ingeridos
para o tratamento agudo ou sintomático da cefaleia.
Nessa ocasião, estabeleceram-se critérios para o uso
excessivo de medicação e a obrigatoriedade da
melhora da cefaleia, dentro de dois meses a partir da
suspensão da medicação utilizada em excesso para
que se possa firmar o diagnóstico de migrânea
crônica.
(1)
A partir de 2006, propôs-se o estabelecimento do
diagnóstico no momento da consulta, eliminando o
critério anterior.
(16)
O paciente acentua sua cefaleia
enquanto estiver fazendo uso excessivo de analgésicos
(Tabela 2).
Na prática clínica, observou-se que a migrânea
crônica pode apresentar-se com ou sem uso excessivo
de medicação.
Tabela 2. Critérios de cefaleia atribuída ao uso excessivo de
medicação para diversas substâncias de acordo com a ICHD-II
(1)
A. Cefaleia que ocorre em 15 ou mais dias por mês
B. Consumo regular de um ou mais medicamentos para o tratamento
sintomático agudo, definidos nos seguintes subtipos:
1. Analgésicos comuns não combinados: ingestão, pelo menos,
em 15 dias por mês durante, no mínimo, três meses
2. Ergotamina, triptanas, opiáceos ou analgésicos combinados:
ingestão, pelo menos, em dez dias por mês durante, no mínimo, um
período de três meses
C. A cefaleia foi desenvolvida ou piorou significativamente durante o
período de uso excessivo
Tabela 1. Critérios de diagnóstico de migrânea crônica
(16)
A. Cefaleia que ocorre em 15 ou mais dias por mês, por um período
superior a três meses
B. Diagnóstico prévio de migrânea episódica sem aura
C. Mais de oito dias por mês: cefaleia com critérios de migrânea ou
alívio da cefaleia com triptanas ou ergóticos
D. Sem uso excessivo de analgésicos
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012 153
TT
TT
T
ranstornos psiquiátricosranstornos psiquiátricos
ranstornos psiquiátricosranstornos psiquiátricos
ranstornos psiquiátricos
Os transtornos do humor, de ansiedade e a migrâ-
nea são condições comórbidas.
(29)
Há poucos trabalhos
sobre a comorbidade entre a migrânea crônica e a
depressão. Tanto na população geral quanto naqueles
que procuram clínicas especializadas, a migrânea
crônica revelou comorbidade com depressão maior,
distimia, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade
generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo, soma-
tizações e fobias.
(30)
Um estudo sugere falta de asso-
ciação entre migrânea crônica e transtorno obsessivo-
compulsivo.
(24)
Outros transtornos neurológicosOutros transtornos neurológicos
Outros transtornos neurológicosOutros transtornos neurológicos
Outros transtornos neurológicos
Há evidências de comorbidade entre a migrânea
episódica e outras condições neurológicas,
(24)
como
epilepsia,
(31)
síndrome de Ménière, vertigem paroxística
posicional benigna, cinetose
(32)
e esclerose múltipla.
(33)
Com relação à migrânea crônica e epilepsia, um estudo
revelou não haver comorbidade.
(31)
Inexistem trabalhos
relativos à migrânea crônica e às demais condições
neurológicas.
Outras enfermidadesOutras enfermidades
Outras enfermidadesOutras enfermidades
Outras enfermidades
A migrânea crônica é comórbida com hipertensão
arterial sistêmica, hiperlipidemia, sinusite, asma, enfisema
pulmonar, úlcera péptica, insônia e fibromialgia.
(24,34,35)
A síndrome do intestino irritável apresenta comorbidade
com migrânea,
(36)
mas não há dados disponíveis quanto
à associação com migrânea crônica. A relação entre
cefaleias e disfunção temporomandibular é controversa,
embora se descreva comorbidade com migrânea.
(37,38)
Fatores de riscoFatores de risco
Fatores de riscoFatores de risco
Fatores de risco
Os fatores de risco para a cronificação da migrânea
dividem-se em:
• não modificáveis (ou não facilmente modificá-
veis): incluem idade, sexo feminino, etnia branca, fatores
genéticos e baixos níveis educacional e socioeconômico;
• modificáveis (descritos a seguir).
a) Frequência das crises
Quanto maior a frequência das crises de migrânea,
maior o risco de cronificação. Comparados a pacientes
com zero a quatro dias de cefaleia por mês, os pacientes
com cinco a nove dias têm seis vezes mais chance de
desenvolver cefaleia crônica diária, incluindo migrânea
crônica. Os pacientes com dez a 14 dias de cefaleia
apresentam um risco vinte vezes maior.
(39)
b) Uso excessivo de medicação analgésica
O risco para desenvolver migrânea crônica é 19
vezes maior nos pacientes que usam excessivamente
medicações analgésicas, quando comparados àqueles
que não o fazem.
(39)
Os medicamentos utilizados no
tratamento agudo da migrânea apresentam diferentes
potenciais para induzir a cronificação; os opioides e
barbituratos, independentemente da frequência de uso,
elevam esse risco. Por outro lado, a utilização controlada
de triptanas (menos de dez dias ao mês) não mostrou
potencial de cronificação significativo. Os anti-infla-
matórios não hormonais (menos de dez dias ao mês) se
associam à redução do risco de cronificação da
migrânea.
(40)
c) Obesidade
O índice de massa corporal igual ou superior a 30
é um fator de risco para o desenvolvimento de cefaleia
crônica diária.
(41)
A razão de probabilidade de evolução
para migrânea crônica é 1,4 em pacientes com sobre-
peso, 1,7 em obesos e 2,2 em obesos mórbidos,
comparados àqueles com peso normal.
(42)
d) Ronco
O ronco é duas vezes mais prevalente em pacientes
com cefaleia crônica diária, quando comparado àqueles
com cefaleia episódica, sendo, possivelmente, um fator
de risco independente para a progressão.
(43)
Não há
dados específicos disponíveis para migrânea crônica.
e) Consumo de cafeína
O consumo de cafeína na dieta em quantidade
superior a 241 mg/dia revelou-se um fator de risco
moderado para a transformação de cefaleia episódica
em crônica em mulheres abaixo de 40 anos. Além disso,
demonstrou-se que pacientes com cefaleia crônica diária
consomem mais analgésicos contendo cafeína do que
aqueles com cefaleia episódica, especialmente mulheres
abaixo de 40 anos de idade e migranosos.
(44)
Não há
dados específicos disponíveis sobre a migrânea crônica.
f) Comorbidades psiquiátricas e eventos estressantes
A migrânea crônica é três vezes mais frequente em
pacientes com ansiedade e depressão quando compa-
rados àqueles sem comorbidade psiquiátrica.
(45)
A migrâ-
nea crônica também se demonstrou mais frequente em
pacientes que apresentaram importantes mudanças de
vida no último ano, como separação, perdas financeiras
e de familiares.
(46)
CONSENSO LATINO-AMERICANO PARA AS DIRETRIZES DE TRATAMENTO DA MIGRÂNEA CRÔNICA
154 Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
POSSÍVEIS CIRCUNSTÂNCIAS QUE SUGEREM
A INTERNAÇÃO DO PACIENTE MIGRANOSO
Eventualmente, o paciente com migrânea crônica
pode necessitar de internação hospitalar. As circunstâncias
para admissão do paciente podem estar relacionadas
com o tratamento da própria doença, suas complicações,
efeitos adversos de medicamentos e doenças associadas.
A hospitalização também pode ser feita para a reava-
liação diagnóstica.
As recomendações a seguir são baseadas em normas
de boas práticas clínicas.
Situações para considerar internação hospitalar:
• Falta de resposta ao tratamento apropriado, em
regime ambulatorial.
• Histórico de atendimentos frequentes em uni-
dade de emergência.
• Estado migranoso ou crise refratária ao trata-
mento agudo na unidade de emergência.
• Náusea intensa, vômitos ou diarreia ocasio-
nando desidratação, distúrbio hidroeletrolítico e/ou
impedindo o tratamento por via oral. Deve-se dar
atenção especial em condições como gravidez, puer-
pério, insuficiência renal crônica, cardiopatia isquêmica
grave e arritmias.
• Alteração dos dados vitais hemodinâmicos (pres-
são arterial e frequência cardíaca) e respiratórios (fre-
quência respiratória e saturação de O
2
).
• Necessidade de interromper o uso excessivo de
medicamentos sintomáticos (analgésicos e antimigra-
nosos agudos) e o tratamento de manifestações relacio-
nadas à toxicidade e/ou fenômenos de dependência/
rebote que não possam ser manejados com segurança
em regime ambulatorial (tratamento parenteral e/ou
monitoramento intensivo de sintomas).
• Crises epilépticas subentrantes ou status epilep-
ticus, reações alérgicas graves, insuficiência renal ou
hepática, plaquetopenia, sangramento, insuficiência
vascular, infecção grave.
• Necessidade concomitante de internação psi-
quiátrica (risco de agressão, suicídio, exposição moral,
psicose grave, desintoxicação de dependentes químicos,
abstinência).
• Quando a revisão do diagnóstico requer
procedimentos mais bem realizados em regime hos-
pitalar.
• Presença de fatores psicossociais que impeçam
o tratamento adequado fora de um ambiente contro-
lado.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA TRADICIONAL:
FARMACOLÓGICA E NÃO FARMACOLÓGICA
O tratamento da migrânea crônica deve ser sempre
precedido por cuidadosa revisão do diagnóstico; detec-
ção de possíveis fatores de agravamento e condições
associadas; estratificação da gravidade/intratabilidade;
estabelecimento de monitoração com diário de dor.
Investigações diagnósticas complementares deverão
ser realizadas, conforme a revisão da anamnese e dos
exames prévios, levando em consideração diagnósticos
comórbidos ou associados.
(47)
Na possível migrânea crônica associada à provável
cefaleia por uso excessivo de analgésicos, deve-se prio-
rizar o tratamento profilático em relação ao tratamento
agudo. Caso os sintomas de dor sejam limitantes, deve-
se estimular a analgesia por métodos não farmacoló-
gicos. No entanto, deve-se tratar de maneira vigorosa
as cefaleias intensas e/ou incapacitantes (rebote/exacer-
bações).
Objetivo do tratamento daObjetivo do tratamento da
Objetivo do tratamento daObjetivo do tratamento da
Objetivo do tratamento da
migrânea crônicamigrânea crônica
migrânea crônicamigrânea crônica
migrânea crônica
Considerar a expectativa do paciente em relação
ao tratamento é fundamental. O objetivo do tratamento
é reduzir a frequência e intensidade das crises e melhorar
sua resposta ao tratamento agudo, diminuindo seu
impacto na qualidade de vida do paciente.
(48,49)
A abordagem da migrânea crônica envolve as
seguintes modalidades de tratamento: das crises; de
transição; preventiva.
TT
TT
T
ratamento sintomático das crisesratamento sintomático das crises
ratamento sintomático das crisesratamento sintomático das crises
ratamento sintomático das crises
(exacerbação) de cefaleia(exacerbação) de cefaleia
(exacerbação) de cefaleia(exacerbação) de cefaleia
(exacerbação) de cefaleia
O tratamento farmacológico da cefaleia deve levar
em consideração a medicação em uso excessivo asso-
ciada; o cenário (se extra-hospitalar ou hospitalar); a
formulação do fármaco (se oral ou parenteral); a
eficácia do fármaco relativa à intensidade da dor; o
potencial de desencadear dependência; a história
prévia de intolerância e respostas idiossincrásicas; o
perfil farmacodinâmico; a resposta aos tratamentos
agudos prévios; a estratificação do paciente quanto ao
grau de intratabilidade a tratamentos agudos.
(50,51)
Inexistem estudos classe I de medicamentos sinto-
máticos no tratamento agudo em indivíduos com migrâ-
nea crônica, devendo-se utilizar as evidências existentes
para migrânea episódica. Deve-se realizar tratamento
agudo pensando na sua extensão para a fase de tran-
Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012 155
sição, devendo-se priorizar, nesse sentido, os anti-
inflamatórios não hormonais, os corticosteroides e os
neuromoduladores. O valproato de sódio, o sulfato de
magnésio, a clorpromazina e o haloperidol são
medicamentos com efeitos analgésico e neuromodulador
de possível uso tanto hospitalar quanto extra-hos-
pitalar.
(52-54)
A clorpromazina e o haloperidol também
podem ser utilizados pelo paciente em gotas sublinguais,
considerando-se a mais rápida absorção e o menor
metabolismo de primeira passagem.
O uso parenteral de valproato de sódio,
(55)
sulfato
de magnésio,
(56)
clorpromazina,
(57,58)
haloperidol
(59)
olanzapina,
(60,61)
lidocaína
(57)
e propofol
(62)
é particular-
mente útil no tratamento em ambiente hospitalar, e o uso
dos quatro primeiros e/ou de seus análogos
(63,64)
pode
ser estendido para o tratamento de transição e/ou preven-
ção. A di-hidroergotamina parenteral, particularmente útil
no tratamento de crises de migrânea, de exacerbações
de migrânea crônica e de cefaleias rebote,
(57)
não está
disponível no Brasil e apenas em alguns países da
América Latina.
TT
TT
T
ratamento de transiçãoratamento de transição
ratamento de transiçãoratamento de transição
ratamento de transição
Compreende-se por tratamento de transição
aquele que envolve medidas de duração limitada
(menor que trinta dias) precedentes ou concomitantes
ao início do tratamento preventivo. São elas: des-
continuação do fármaco em uso excessivo, se presente;
tratamento sintomático da cefaleia rebote com
analgésicos/antimigranosos; tratamento dos sintomas
de abstinência.
A descontinuação do fármaco em uso excessivo,
também chamada de desintoxicação, deve ser feita, se
possível, de forma abrupta, exceto quando em asso-
ciações contendo barbitúricos, benzodiazepínicos e
opioides, situações em que a retirada precisa ser
gradual.
Para tratar as crises de cefaleia, devem ser estimu-
ladas medidas não farmacológicas. Quando utili-
zadas, as medicações sintomáticas deverão ser
diferentes daquelas das quais se vinha fazendo uso
excessivo e numa frequência limitada a dois dias por
semana.
Os sintomas de abstinência podem ser tratados
com antieméticos e corticosteroides, no entanto as evi-
dências quanto à sua eficácia são limitadas ou contra-
ditórias.
(65-68)
Ainda como tratamento de transição, o uso de corti-
costeroides pode ser realizado por curtos períodos,
preferencialmente de até sete dias e em pacientes de
difícil controle submetidos a tratamentos preventivos
(61)
e/ou aqueles pacientes com migrânea crônica asso-
ciada a uso excessivo de analgésicos do tipo "com-
plexo" (mais de um ano de cronicidade, uso excessivo
de medicações combinadas, múltiplas comorbidades
psiquiátricas e tentativa[s] de "desintoxicação" pré-
via[s]).
(69)
TT
TT
T
ratamento preventivoratamento preventivo
ratamento preventivoratamento preventivo
ratamento preventivo
Poucos medicamentos foram testados para o trata-
mento preventivo de migrânea crônica. A onabotulinum-
toxinA
(70,71)
e o topiramato
(72-74)
têm estudos classe I e
nível de evidência A, e o valproato de sódio,
(75)
um estudo
classe I e nível de evidência B. A duração do tratamento
preventivo na migrânea crônica não está estabelecida,
porém há dados demonstrando um substancial índice
de recidiva em pacientes tratados por um ano ou menos
com a suspensão precoce do tratamento (inferior a um
ano).
(54,74)
a) Topiramato
O uso de topiramato no tratamento profilático da
migrânea "episódica" se baseia em estudos classe I com
nível de evidência A.
(76-78)
Estudos duplo-cegos, placebo-
controlados, aleatórios e grupo-paralelos, que ava-
liaram pacientes portadores de migrânea crônica com
uso excessivo de analgésicos, mostraram que o topira-
mato em doses relativamente baixas (50 mg a 100 mg/
dia) reduziu a frequência dos dias com dor
(71,74)
e
melhorou a qualidade de vida desses pacientes.
(79)
Essa
ação foi mais eficiente após as primeiras quatro semanas
do uso da droga.
(79)
b) Valproato de sódio e divalproato
Também se recomendam valproato de sódio e
divalproato na profilaxia da migrânea episódica
baseado em estudos classe 1 com nível de evidência
A.
(80-82)
Um estudo com valproato de sódio mostrou
também eficácia no tratamento da migrânea crônica,
em doses em torno de 1.000 mg/dia, demonstrando
maior eficácia quando comparado ao da cefaleia do
tipo tensional crônica.
c) Outros fármacos
A amitriptilina, a gabapentina, a pregabalina e a
tizanidina, embora tenham sido estudadas na cefaleia
crônica diária e tenham revelado eficácia (níveis de evi-
dência variando de I a III), não foram pesquisadas espe-
CONSENSO LATINO-AMERICANO PARA AS DIRETRIZES DE TRATAMENTO DA MIGRÂNEA CRÔNICA
156 Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
cificamente para a migrânea crônica. A metisergida,
uma medicação profilática bastante útil no manejo de
pacientes de difícil manejo,
(83)
vem se tornando pro-
gressivamente indisponível nos mercados local e interna-
cional.
Os procedimentos de neuroestimulação,
(84)
apesar
de promissores, ainda não têm seu papel bem esta-
belecido. Da mesma forma, os medicamentos compro-
vadamente preventivos para a migrânea em sua forma
"episódica" podem ser usados de forma isolada ou
combinada, ainda que não haja evidência da eficácia
deles para a migrânea crônica.
(53)
d) Toxina botulínica do tipo A
A onabotulinumtoxinA está indicada no tratamento
profilático da migrânea crônica, em pacientes de 18 a
65 anos.
(71,85)
Dois estudos (Phase I/II REsearch Evaluating
Migraine Prophylaxis Therapy [PREEMPT I e PREEMPT
II]),
(70,71)
ao utilizarem um protocolo novo de aplicação
da toxina, demonstraram redução do número de dias
com cefaleia e com migrânea, da intensidade e do
número de horas de dor, do consumo de triptanas e de
outros medicamentos analgésicos,
(71,85)
independente-
mente da interrupção do uso excessivo de analgésicos.
A melhora desses parâmetros promoveu um incremento
na qualidade de vida dos pacientes
(71,85)
(classe I de
evidência).
Cada sessão deve ser repetida após 12 semanas
até resposta satisfatória, por no mínimo 2-3 ciclos.
(86)
Nos pacientes que não obtiveram resposta satisfatória
após esse período não há evidência de benefício na
continuidade do tratamento.
(87)
Não há consenso quanto
à duração do tratamento. Importante salientar que nos
estudos houve seguimento por até 56 semanas.
(71,85)
A
presença de alodinia
(88)
é considerada um fator preditivo
de boa resposta. A utilização da onabotulinumtoxinA já
é aceita como tratamento profilático de primeira linha
em pacientes com migrânea crônica ou como de
segunda linha naqueles indivíduos farmacorresis-
tentes.
(89)
Estudos recentes demonstraram eficácia semelhante
entre onabotulinumtoxinA e topiramato no tratamento
profilático da migrânea crônica, e os pacientes que
receberam onabotulinumtoxinA revelaram menos efeitos
colaterais e menor índice de abandono ao tratamento
(90)
(classe II de evidência). OnabotulinumtoxinA representa
mais uma arma no modesto arsenal terapêutico para
migrânea crônica.
TT
TT
T
ratamentos não farmacológicos e terapiasratamentos não farmacológicos e terapias
ratamentos não farmacológicos e terapiasratamentos não farmacológicos e terapias
ratamentos não farmacológicos e terapias
complementarescomplementares
complementarescomplementares
complementares
O uso de medidas não farmacológicas e de
terapias complementares na migrânea crônica é limitado
pela falta de estudos nessa condição específica. Uma
exceção a essa afirmativa é a acupuntura, que foi
avaliada, obtendo-se resultados promissores.
(91)
As medidas não farmacológicas e as terapias
complementares mais utilizadas pelos pacientes, a
despeito de evidências sólidas
(92-95)
incluem: valorizar o
início do tratamento com mudança das atividades, como
interromper as atividades em geral durante uma semana;
ioga; meditação; relaxamento; terapias físicas de relaxa-
mento; massagens; termoterapia; higiene do sono;
hábitos alimentares regulares e saudáveis; restrição
dietética específica para aqueles pacientes que apre-
sentam desencadeantes alimentares; limitação do consu-
mo de cafeína; atividade aeróbica leve a moderada
com regularidade; manejo do estresse; terapia cognitiva
comportamental; busca de atividades e pensamentos
prazerosos; acupuntura e biofeedback.
AUTORES
•
Alex Rodrigo Espinoza GiacomozziAlex Rodrigo Espinoza Giacomozzi
Alex Rodrigo Espinoza GiacomozziAlex Rodrigo Espinoza Giacomozzi
Alex Rodrigo Espinoza Giacomozzi. Neurólogo
de adultos, professor adjunto da Universidade de Santiago
de Chile e membro do Grupo de Cefaleias da Sociedad de
Neurologia, Psiquiatria e Neurocirurgia (Sonepsyn).
•
Alexander PAlexander P
Alexander PAlexander P
Alexander P
arajeles Vindasarajeles Vindas
arajeles Vindasarajeles Vindas
arajeles Vindas. Professor da
Universidade de Costa Rica e chefe do Serviço de Neurologia
do Hospital San Juan de Dios, Costa Rica.
•
Ariovaldo Alberto da Silva JuniorAriovaldo Alberto da Silva Junior
Ariovaldo Alberto da Silva JuniorAriovaldo Alberto da Silva Junior
Ariovaldo Alberto da Silva Junior. Doutor em
Neurociências, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
professor de Neurologia – Unifenas-BH; assistente do
Ambulatório de Cefaleias do Hospital das Clínicas da UFMG.
•
Carlos Alberto BordiniCarlos Alberto Bordini
Carlos Alberto BordiniCarlos Alberto Bordini
Carlos Alberto Bordini. Mestre e doutor em Neuro-
logia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP.
Professor de Neurologia da Faculdade de Medicina Barão
de Mauá.
•
Carlos Federico BuonanotteCarlos Federico Buonanotte
Carlos Federico BuonanotteCarlos Federico Buonanotte
Carlos Federico Buonanotte. Professor de Neuro-
logia da Universidade Nacional de Córdoba, Argentina.
•
Célia Aparecida de PCélia Aparecida de P
Célia Aparecida de PCélia Aparecida de P
Célia Aparecida de P
aula Raula R
aula Raula R
aula R
oesleroesler
oesleroesler
oesler. Neurologista
titular da Academia Brasileira de Neurologia e membro das
Sociedades Brasileira e Internacional de Cefaleia.
•
Cláudio Manoel BritoCláudio Manoel Brito
Cláudio Manoel BritoCláudio Manoel Brito
Cláudio Manoel Brito. Mestre em Neurologia pela
Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor de Neuro-
logia do Centro Universitário de Volta Redonda.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012 157
•
Cristina PCristina P
Cristina PCristina P
Cristina P
erezerez
erezerez
erez. Professora adida da Faculdade
de Medicina da Universidade da República, Montevidéu,
Uruguai, e chefe do Serviço de Neurologia do Hospital
Maciel.
•
Deusvenir de Souza CarvalhoDeusvenir de Souza Carvalho
Deusvenir de Souza CarvalhoDeusvenir de Souza Carvalho
Deusvenir de Souza Carvalho. Médico neurolo-
gista, professor adjunto doutor de Neurologia Clínica da
Disciplina de Neurologia e chefe do Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias da Escola Paulista de Medicina
(EPM) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
•
Djacir Dantas PDjacir Dantas P
Djacir Dantas PDjacir Dantas P
Djacir Dantas P
ereira de Macedoereira de Macedo
ereira de Macedoereira de Macedo
ereira de Macedo. Professor
adjunto de Neurologia da UFRN e membro das Sociedades
Brasileira e Internacional de Cefaleia.
•
Elcio Juliato PiovesanElcio Juliato Piovesan
Elcio Juliato PiovesanElcio Juliato Piovesan
Elcio Juliato Piovesan. Doutor em Clínica Médica
pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e docente em
Medicina pela UFPR.
•
Elder Machado SarmentoElder Machado Sarmento
Elder Machado SarmentoElder Machado Sarmento
Elder Machado Sarmento. Mestre em Neurologia
pela UFF e presidente da Associação Latino-americana de
Cefaleia.
•
Eliana Meire MelhadoEliana Meire Melhado
Eliana Meire MelhadoEliana Meire Melhado
Eliana Meire Melhado. Doutora em Neurologia
pela Universidade Estadual de Campinas e docente de
Neurologia da Faculdade de Medicina de Catanduva (SP).
•
Fabíola Dach ÉckeliFabíola Dach Éckeli
Fabíola Dach ÉckeliFabíola Dach Éckeli
Fabíola Dach Éckeli. Doutora em Neurologia pela
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo (FMRP-USP). Neurologista do Hospital das Clínicas
da FMRP-USP.
•
Fernando KowacsFernando Kowacs
Fernando KowacsFernando Kowacs
Fernando Kowacs. Neurologista, doutor em Medi-
cina pela UFRGS. Professor adjunto do Departamento de
Clínica Médica da Universidade Federal de Ciências da Saúde
de Porto Alegre. Membro titular da Academia Brasileira de
Neurologia.
•
Fidel SobrinoFidel Sobrino
Fidel SobrinoFidel Sobrino
Fidel Sobrino. Professor de Pós-graduação de
Neurologia da Universidade de La Sabana, Bogotá, Colôm-
bia.
•
Getúlio Daré RabelloGetúlio Daré Rabello
Getúlio Daré RabelloGetúlio Daré Rabello
Getúlio Daré Rabello. Doutor em Neurologia pela
FMUSP.
•
Grisel RadaGrisel Rada
Grisel RadaGrisel Rada
Grisel Rada. Coordenadora da Unidade de Neuro-
logia do Hospital Pérez Carreño, Caracas, Venezuela.
•
Jano Alves de SouzaJano Alves de Souza
Jano Alves de SouzaJano Alves de Souza
Jano Alves de Souza. Mestre e doutor em Neuro-
logia pela UFF e professor adjunto de Neurologia da UFF.
•
Juan Carlos DuránJuan Carlos Durán
Juan Carlos DuránJuan Carlos Durán
Juan Carlos Durán. Professor de Fisiologia da
Universidad Mayor de San Andrés, La Paz, Bolívia.
•
Juana Rosa CasanovasJuana Rosa Casanovas
Juana Rosa CasanovasJuana Rosa Casanovas
Juana Rosa Casanovas. Médica clínico e neuro-
logista adjunto do Hospital Vargas de Caracas da Univer-
sidade Central da Venezuela.
•
Leandro Cotoni CaliaLeandro Cotoni Calia
Leandro Cotoni CaliaLeandro Cotoni Calia
Leandro Cotoni Calia. Doutor em Neurologia pela
EPM/Unifesp e professor titular da Universidade de Santo
Amaro (SP).
•
LL
LL
L
uis Ruis R
uis Ruis R
uis R
oberto Poberto P
oberto Poberto P
oberto P
artida Medinaartida Medina
artida Medinaartida Medina
artida Medina. Professor titular de
Pós-graduação de Neurologia da Universidade de Gua-
dalajara, México.
•
LL
LL
L
uiz Puiz P
uiz Puiz P
uiz P
aulo de Queirozaulo de Queiroz
aulo de Queirozaulo de Queiroz
aulo de Queiroz. Neurologista da Universi-
dade Federal de Santa Catarina e doutor em Ciências/
Neurologia pela Unifesp.
•
Marcelo Cedrinho Ciciarelli
Marcelo Cedrinho Ciciarelli
Marcelo Cedrinho CiciarelliMarcelo Cedrinho Ciciarelli
Marcelo Cedrinho Ciciarelli. Doutor em Neuro-
logia pela FMRP-USP. Docente de Neurologia do Centro
Educacional Barão de Mauá, em Ribeirão Preto.
•
Marcelo Moraes VMarcelo Moraes V
Marcelo Moraes VMarcelo Moraes V
Marcelo Moraes V
alençaalença
alençaalença
alença. Doutor e livre-docente
da FMRP-USP e professor associado de Neurologia e Neuro-
cirurgia da Universidade Federal de Pernambuco.
•
Maria CusicanquiMaria Cusicanqui
Maria CusicanquiMaria Cusicanqui
Maria Cusicanqui. Médica neurologista de adultos
do Hospital das Clínicas e professora de Semiologia da
Universidad Mayor de San Andrés, em La Paz, Bolívia.
•
Maria KMaria K
Maria KMaria K
Maria K
arina Varina V
arina Varina V
arina V
elez Jimenezelez Jimenez
elez Jimenezelez Jimenez
elez Jimenez. Médica neurologista
clínico do Hospital Especialidades Centro Médico La Raza.
Membro do Grupo de Cefaleias da Academia Mexicana de
Neurologia.
•
Maria TMaria T
Maria TMaria T
Maria T
ereza Goycocheaereza Goycochea
ereza Goycocheaereza Goycochea
ereza Goycochea. Médica neurologista
de adultos e membro do Grupo de Cefaleias da Sociedade
Neurológica Argentina.
•
Mário FMário F
Mário FMário F
Mário F
ernando Pernando P
ernando Pernando P
ernando P
rieto Prieto P
rieto Prieto P
rieto P
ereseres
ereseres
eres. Professor do Curso
de Pós-graduação de Neurologia e Neurociências da Unifesp.
Pesquisador sênior do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita
Albert Einstein.
•
Mario Victor Fuentealba SandovalMario Victor Fuentealba Sandoval
Mario Victor Fuentealba SandovalMario Victor Fuentealba Sandoval
Mario Victor Fuentealba Sandoval. Professor
associado de Neurologia da Universidade de Concepción,
Chile.
•
Maurice Borges VincentMaurice Borges Vincent
Maurice Borges Vincent
Maurice Borges Vincent
Maurice Borges Vincent. Doutor em Cefaleias/
Neurologia pela Universidade de Trondheim, Noruega.
Membro do Corpo Editorial da Cephalalgia. Professor
associado da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Chefe do Serviço de Neuro-
logia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho
(HUCFF) da UFRJ.
•
Michel VMichel V
Michel VMichel V
Michel V
olcy Gomesolcy Gomes
olcy Gomesolcy Gomes
olcy Gomes. Médico neurologista especi-
alista em Cefaleias, presidente do Capítulo de Cefaleias da ASS
Colombiana de Neurologia e membro do Comitê de Educação
da AHS.
•
Mónica Diez.Mónica Diez.
Mónica Diez.Mónica Diez.
Mónica Diez. Médica neurologista da Universidade
de Buenos Aires, Argentina.
CONSENSO LATINO-AMERICANO PARA AS DIRETRIZES DE TRATAMENTO DA MIGRÂNEA CRÔNICA
158 Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
•
Nayeska AranagaNayeska Aranaga
Nayeska AranagaNayeska Aranaga
Nayeska Aranaga. Neurologista clínico da Univer-
sidade Central da Venezuela e médico adjunto do Hospital
Vargas.
•
Nelson BarrientosNelson Barrientos
Nelson BarrientosNelson Barrientos
Nelson Barrientos. Professor titular de Neurologia
da Universidade Diego Portales e da Universidade de
Santiago, Chile.
•
P P
P P
P
edro André Kedro André K
edro André Kedro André K
edro André K
owacsowacs
owacsowacs
owacs. Médico neurologista.
•
PP
PP
P
edro Fedro F
edro Fedro F
edro F
erreira Moreira Ferreira Moreira F
erreira Moreira Ferreira Moreira F
erreira Moreira F
ilhoilho
ilhoilho
ilho. Professor associado
IV de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal Fluminense.
REFERÊNCIAS
1. International Headache Society Classification Subcommittee.
International classification of headache disorders, 2nd edition.
Cephalalgia. 2004;24(suppl 1):1-160.
2. Atlas of Headache Disorders and Resources in the World 2011.
Geneva: WHO; 2011.
3. Stovner Lj, Hagen K, Jensen R, Katsarava Z, Lipton R, Scher A, et
al. The global burden of headache: a documentation of headache
prevalence and disability worldwide. Cephalalgia. 2007; 27
(3):193-210.
4. Natoli JL, Manack A, Dean B, Butler Q, Turkel CC, Stovner L, et al.
Global prevalence of chronic migraine: a systematic review.
Cephalalgia. 2010;30(5):599-609.
5. Lipton RB, Bigal ME, Diamond M, Freitag F, Reed ML, Stewart
WF; AMPP Advisory Group. Migraine prevalence, disease
burden, and the need for preventive therapy. Neurology. 2007;
68(5):343-9.
6. Silva Junior AA, Tavares RM, Lara RP, Faleiros BE, Gomez RS,
Teixeira AL. Frequency of types of headache in the tertiary care
center of the Hospital das Clínicas of the Universidade Federal
de Minas Gerais, MG, Brazil. Rev Assoc Med Bras. 2012;
58(6):709-13.
7. Davies P. Medication overuse headache: a silent pandemic. Pain.
2012;153(1):7-8. Comment in: Pain. 2012;153 (1): 56-61.
8. Allena M, Katsarava Z, Nappi G; COMOESTAS Consortium.
From drug-induced headache to medication overuse headache.
A short epidemiological review, with a focus on Latin American
countries. J Headache Pain. 2009;10(2):71-6. Comment in: J
Headache Pain. 2009; 10(6):477-8; author reply 479-80.
9. Manack A, Buse DC, Serrano D, Turkel CC, Lipton RB. Rates,
predictors, and consequences of remission from chronic migraine
to episodic migraine. Neurology. 2011;76(8):711-8. Comment
in: Neurology. 2011; 76(8):682-3.
10. Buse DC, Manack A, Serrano D, Turkel C, Lipton RB. Socio-
demographic and comorbidity profiles of chronic migraine and
episodic migraine sufferers. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2010;
81(4):428-32.
11. Stokes M, Becker WJ, Lipton RB, Sullivan SD, Wilcox TK, Wells L,
et al. Cost of health care among patients with chronic and
episodic migraine in Canada and the USA: results from the
International Burden of Migraine Study (IBMS). Headache.
2011;51(7):1058-77.
12. Cevoli S, Sancisi E, Pierangeli G, Grimaldi D, Zanigni S, Nicodemo
M, et al. Chronic daily headache: risk factors and pathogenic
considerations. Neurol Sci. 2006;27(suppl. 2):S168-S173.
13. Silberstein SD, Lipton RB, Sliwinski M. Classification of daily
and near-daily headaches: field trial of revised IHS criteria.
Neurology. 1996;47(4):871-5. Comment in: Neurology.
1997;49(2):638-9.
14. Saper JR. The mixed headache syndrome: a new perspective.
Headache. 1982;22(6):284-6.
15. Mathew NT. Transformed migraine. Cephalalgia. 1993;13
(suppl. 12):78-83.
16. Olesen J, Bousser MG, Diener HC, Dodick D, First M, Goadsby
PJ, et al. Headache Classification Committee. New appendix
criteria open for a broader concept of chronic migraine.
Cephalalgia. 2006;26:742-6. Comment in: Cephalalgia.
2007;27(5):469; author reply 469-70.
17. Suh GI, Park JW, Shin HE. Differences in clinical features and
disability according to the frequency of medication use in patients
with chronic migraine. J Clin Neurol. 2012;8(3):198-203.
18. Pozo-Rosich P. Migraña crónica: epidemiología e impacto. Rev
Neurol. 2012 (suppl. 2):S3-S11.
19. Goadsby PJ, Charbit AR, Andreou AP, Akerman S, Holland
PR. Neurobiology of migraine. Neuroscience. 2009;161
(2):327-41.
20. Lipton RB. Tracing transformation: chronic migraine classification,
progression, and epidemiology. Neurology. 2009;72(5 suppl.):
S3-S7.
21. Srikiatkhachom A. Chronic daily headache: a scientist's
perspective. Headache. 2002;42(6):523-37.
22. Kruit MC, van Buchem MA, Launer LJ, Terwindt GM, Ferrari MD.
Migraine is associated with an increased risk of deep white
matter lesions, subclinical posterior circulation infarcts and brain
iron accumulation: the population-based MRI CAMERA study.
Cephalalgia. 2010; 30(2):129-36.
23. Spector JT, Kahn SR, Jones MR, Jayakumar M, Dalal D, Nazarian
S. Migraine headache and ischemic stroke risk: an updated meta-
analysis. Am J Med. 2010;123(7):612-24. Comment in: Am J
Med. 2011;124(8):e9; author reply e11. Evid Based Med.
2010;15(6):193-4.
24. Chen YC, Tang CH, Ng K, Wang SJ. Comorbidity profiles of
chronic migraine sufferers in a national database in Taiwan. J
Headache Pain. 2012;13(4):311-9.
25. Yoon G, Baggaley S, Bacchetti P, Fu YH, Digre KB, Ptácek LJ.
Clinic-based study of family history of vascular risk factors and
migraine. J Headache Pain. 2005;6(5):412-6.
26. Bigal ME, Kurth T, Santanello N, Buse D, Golden W, Robbins M,
et al. Migraine and cardiovascular disease: a population-based
study. Neurology. 2010; 74(8):628-35. Comment in: Neurology.
2010; 74(8):622-3.
27. Tembl J, Lago A, Sevilla T, Solis P, Vilchez J. Migraine, patent
foramen ovale and migraine triggers. J Headache Pain. 2007;
8(1):7-12.
28. Garg P, Servoss SJ, Wu JC, Bajwa ZH, Selim MH, Dineen A, et
al. Lack of association between migraine headache and patent
foramen ovale: results of a case-control study. Circulation.
2010;121(12):1406-12. Comment in: Circulation. 2010;
121(12):1377-8. Circulation. 2010;122(24):e582; author
Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012 159
reply e583. Circulation. 2010;122(24):e581; author reply
e583.
29. Merikangas KR, Angst J, Isler H. Migraine and psychopathology.
Results of the Zurich cohort study of young adults. Arch Gen
Psychiatry. 1990;47(9):849-53.
30. Teixeira AL, Costa EA, da Silva AA Jr, dos Santos IA, Gómez RS,
Kummer A, et al. Psychiatric comorbidities of chronic migraine
in community and tertiary care clinic samples. J Headache Pain.
2012;13(7):551-5.
31. Ottman R, Lipton RB, Ettinger AB, Cramer JA, Reed ML, Morrison
A, et al. Comorbidities of epilepsy: results from the Epilepsy
Comorbidities and Health (EPIC) survey. Epilepsia. 2011;52
(2):308-15.
32. von Brevern M, Neuhauser H. Epidemiological evidence for a
link between vertigo and migraine. J Vestib Res. 2011;21(6):
299-304.
33. Kister I, Caminero AB, Herbert J, Lipton RB. Tension-type
headache and migraine in multiple sclerosis. Curr Pain
Headache Rep. 2010;14(6):441-8.
34. de Tommaso M, Sardaro M, Serpino C, Costantini F, Vecchio
E, Prudenzano MP. Fibromyalgia comorbidity in primary
headaches. Cephalalgia. 2009;29(4):453-64.
35. Peres MF, Young WB, Kaup AO, Zukerman E, Silberstein SD.
Fibromyalgia is common in patients with transformed migraine.
Neurology. 2001;57(7):1326-8.
36. Riedl A, Schmidtmann M, Stengel A, Goebel M, Wisser AS,
Klapp BF, et al. Somatic comorbidities of irritable bowel
syndrome: a systematic analysis. J Psychosom Res. 2008;64
(6):573-82.
37. Stuginski-Barbosa J, Macedo HR, Bigal ME, Speciali JG.
Signs of temporomandibular disorders in migraine patients:
a prospective, controlled study. Clin J Pain. 2010; 26(5):
418-21.
38. Gonçalves DA, Camparis CM, Speciali JG, Franco AL,
Castanharo SM, Bigal ME. Temporomandibular disorders are
differentially associated with headache diagnoses: a controlled
study. Clin J Pain. 2011;27(7):611-5.
39. Katsarava Z, Schneeweiss S, Kurth T, Kroener U, Fritsche G,
Eikermann A, et al. Incidence and predictors for chronicity of
headache in patients with episodic migraine. Neurology.
2004;62:788-90.
40. Bigal ME, Serrano D, Buse D, Scher A, Stewart WF, Lipton RB.
Acute migraine medications in evolution from episodic to chronic
migraine: a longitudinal population-based study. Headache.
2008;48:1157-68.
41. Scher AI, Stewart WF, Ricci JA, Lipton RB. Factors associated with
the onset and remission of chronic daily headache in a
population-based study. Pain. 2003;106:81-9.
42. Bigal ME, Lipton RB. Obesity is a risk factor for transformed
migraine but not chronic tension-type headache. Neurology.
2006;67(2):252-7.
43. Scher AI, Lipton RB, Stewart WF. Habitual snoring as a risk factor
for chronic daily headache. Neurology. 2003;60(8): 1366-8.
44. Scher AI, Stewart WF, Lipton RB. Caffeine as a risk factor for
chronic daily headache: a population-based study. Neurology.
2004;63:2022-7. Comment in: Neurology. 2005;65(1):180;
author reply 180.
45. Tietjen GE, Peterlin BL, Brandes JL, Hafeez F, Hutchinson S,
Martin VT, et al. Depression and anxiety: effect on the migraine-
obesity relationship. Headache. 2007;47:866-75. Comment
in: Headache. 2007;47(6):876-7.
46. Scher AI, Stewart WF, Buse D, Krantz DS, Lipton RB. Major life
changes before and after the onset of chronic daily headache: a
population-based study. Cephalalgia. 2008;28(8):868-76.
47. Lipton RB, Silberstein SD, Saper JR, Bigal ME, Goadsby PJ.
Why headache treatment fails. Neurology. 2003;60(7):
1064-70.
48. Yu S, Liu R, Zhao G, Yang X, Qiao X, Feng J, et al. The prevalence
and burden of primary headaches in China: a population-based
door-to-door survey. Headache. 2012;52(4):582-91.
49. Stuginski-Barbosa J, Dach F, Bigal M, Speciali JG. Chronic pain
and depression in the quality of life of women with migraine - A
controlled study. Headache. 2012;52(3):400-8.
50. Valença MM, Valença LPAA, Bordini C, Farias da Silva W, Speciali
JG. Cefaleia de "difícil controle". Migrâneas & Cefaleias.
2003;6(4):117-20.
51. Silberstein SD, Dodick DW, Pearlman S. Defining the
pharmacologically intractable headache for clinical trials and
clinical practice. Headache. 2010;50(9):1499-506. Comment
in: Headache. 2010; 50(10):1637-9. Headache. 2011;
51(2):310-1.
52. Sociedade Brasileira de Cefaleia. Recomendações para o
tratamento da crise migranosa. Arq Neuropsiquiatr. 2000; 58(2-
A):371-89.
53. Sociedade Brasileira de Cefaleia. Recomendações para o
tratamento profilático da migrânea. Arq Neuropsiquiatr. 2002;
60(1)159-69.
54. Pascual J. Chronic migraine: treatment. Rev Neurol. 2012;
54(suppl. 2):S31-8. [Article in Spanish]
55. Schwartz TH, Karpistikiy VV, Sohn RS. Intravenous valproate
sodium in the treatment of daily headache. Headache. 2002;
42(6):519-22.
56. Demirkaya S, Vural O, Dora B, Topçuoglu MA. Efficacy of
intravenous magnesium sulfate in the treatment of acute migraine
attacks. Headache. 2001;41(2):171-7.
57. Paemeleire K, Crevits L, Goadsby PJ, Kaube H. Practical
management of medication-overuse headache. Acta Neurol Belg.
2006;106(2): 43-51.
58. Lane RL, Ross R. Intravenous chlorpromazine - preliminary results
in acute migraine. Headache. 1985;25(6):302-4.
59. Monzillo PH, Nemoto PH, Costa AR, Sanvito WL. Acute treatment
of migraine in emergency room: comparative study between
dexametasone and haloperidol. Preliminary results. Arq
Neuropsiquiatr. 2004;62(2B):513-8. [Article in Portuguese].
60. Hill CH, Miner JR, Martel ML. Olanzapine versus droperidol for
the treatment of primary headache in the emergency department.
Acad Emerg Med. 2008;15(9):806-11.
61. Silberstein SD, Peres MF, Hopkins MM, Shechter AL, Young WB,
Rozen TD. Olanzapine in the treatment of refractory headache.
Headache. 2002;42(6):515-8.
62. Mendes PM, Silberstein SD, Young WB, Rozen TD, Paolone MF.
Intravenous propofol in the treatment of refractory headache.
Headache. 2002;42(7):638-41.
CONSENSO LATINO-AMERICANO PARA AS DIRETRIZES DE TRATAMENTO DA MIGRÂNEA CRÔNICA
160 Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012
63. Dusitanond P, Young WB. Neuroleptics and migraine. Cent Nerv
Syst Agents Med Chem. 2009;9(1):63-70.
64. Krymchantowski AV, Jevoux C, Moreira PF. An open pilot study
assessing the benefits of quetiapine for the prevention of migraine
refractory to the combination of atenolol, nortriptyline, and
flunarizine. Pain Med. 2010;11(1):48-52.
65. Obermann M, Katsarava Z. Management of medication-overuse
headache. Expert Rev Neurother. 2007;7(9):1145-55.
66. Pageler L, Katsarava Z, Diener HC, Limmroth V. Prednisone
vs. placebo in withdrawal therapy following medication
overuse headache. Cephalalgia. 2008;28(2):152-6.
Comment in: Cephalalgia. 2008; 28(9):999-1000; author
reply 1000.
67. Katsarava Z, Holle D, Diener HC. Medication overuse headache.
Curr Neurol Neurosci Rep. 2009;9(2):115-9.
68. Zeeberg P, Olesen J, Jensen R. Discontinuation of medication
overuse in headache patients: recovery of therapeutic
responsiveness. Cephalalgia. 2006;26:1192-8. Comment in:
Cephalalgia. 2007; 27(6):568; author reply 568-9.
69. Rossi P, Jensen R, Nappi G, Allena M; COMOESTAS Consortium.
A narrative review on the management of medication overuse
headache: the steep road from experience to evidence. J
Headache Pain. 2009;10(6):407-17. Erratum in J Headache
Pain. 2010; 11(1):85.
70. Dodick DW, Turkel CC, DeGryse RE, Aurora SK, Silberstein
SD, Lipton RB, et al; PREEMPT Chronic Migraine Study Group.
Onabotulinumtoxina for treatment of chronic migraine: pooled
results from the double-blind, randomized, placebo-controlled
phases of the PREEMPT clinical program. Headache.
2010;50(6):921-36. Comment in: Curr Pain Headache Rep.
2011;15(1):4-7. Headache. 2011; 51(6):1002-3; author reply
1003-5.
71. Diener HC, Dodick DW, Aurora SK, Turkel CC, DeGryse RE,
Lipton RB, et al.; PREEMPT 2 Chronic Migraine Study Group.
OnabotulinumtoxinA for treatment of chronic migraine:
results from the double-blind, randomized, placebo-controlled
phase of the PREEMPT 2 trial. Cephalalgia. 2010;30(7):804-
14.
72. Silberstein SD, Lipton RB, Dodick DW, Freitag FG, Ramadan N,
Mathew N, et al.; Topiramate Chronic Migraine Study Group.
Efficacy and safety of topiramate for the treatment of chronic
migraine: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial.
Headache. 2007;47(2):170-80. Comment in: Nat Clin Pract
Neurol. 2007; 3(8):434-5.
73. Silvestrini M, Bartolini M, Coccia M, Baruffaldi R, Taffi R,
Provinciali L. Topiramate in the treatment of chronic migraine.
Cephalalgia. 2003;23(8): 820-4.
74. Diener HC, Bussone G, Van Oene JC, Lahaye M, Schwalen S,
Goadsby PJ; TOPMAT-MIG-201(TOP-CHROME) Study Group.
Topiramate reduces headache days in chronic migraine: a
randomized, double-blind, placebo-controlled study.
Cephalalgia. 2007;27(7): 814-23. Erratum in: Cephalalgia.
2007;27(8):962.
75. Yurekli VA, Akhan G, Kutluhan S, Uzar E, Koyuncuoglu HR,
Gultekin F. The effect of sodium valproate on chronic daily
headache and its subgroups. J Headache Pain. 2008;9(1):37-
41. Comment in: J Headache Pain. 2008; 9(1):3-4
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
76. Silberstein SD, Neto W, Schmitt J, Jacobs D; MIGR-001 Study
Group. Topiramate in migraine prevention: results of a large
controlled trial. Arch Neurol. 2004;61(4):490-5.
77. Brandes JL, Saper JR, Diamond M, Couch JR, Lewis DW, Schmitt J,
et al.; MIGR-002 Study Group. Topiramate for migraine
prevention: a randomized controlled trial. JAMA.
2004;291(8):965-73. Comment in: J Pediatr. 2004; 145(3):419-
20. Expert Opin Pharmacother. 2004 5(8):1837-40.
78. Silberstein SD, Hulihan J, Karim MR, Wu SC, Jordan D, Karvois
D, et al. Efficacy and tolerability of topiramate 200 mg/d in the
prevention of migraine with/without aura in adults: a
randomized, placebo-controlled, double-blind, 12-week pilot
study. Clin Ther. 2006; 28(7):1002-11. Erratum in: Clin Ther.
2006;28(9):1482.
79. Silberstein S, Lipton R, Dodick D, Freitag F, Mathew N, Brandes J,
et al. Topiramate treatment of chronic migraine: a randomized,
placebo-controlled trial of quality of life and other efficacy
measures. Headache. 2009; 49(8):1153-62.
80. Hering R, Kuritzky A. Sodium valproate in the prophylactic
treatment of migraine: a double-blind study versus placebo.
Cephalalgia. 1992;12(2):81-4. Comment in: Cephalalgia.
1992;12(2):67.
81. Silberstein SD, Collins SD. Safety of divalproex sodium in
migraine prophylaxis: an open-label, long-term study. Long-term
Safety of Depakote in Headache Prophylaxis Study Group.
Headache. 1999;39(9):633-43. Comment in: Headache.
2001;41(5):515-7.
82. Freitag FG, Collins SD, Carlson HA, Goldstein J, Saper J,
Silberstein S, et al.; Depakote ER Migraine Study Group. A
randomized trial of divalproex sodium extended-release tablets
in migraine prophylaxis. Neurology. 2002;58 (11):1652-9.
83. Rowe A, Iachinski R, Rizelio V, Sato HK, Nascimento MT, Souza
RK, et al. Hospital management of intractable headaches. The
Instituto de Neurologia de Curitiba approach. Headache
Medicine. 2011;2(4):194-9.
84.Lionetto L, Negro A, Palmisani S, Gentile G, Del Fiore MR,
Mercieri MS, et al. Emerging treatment for chronic migraine
and refractory chronic migraine. Expert Opin Emerg Drugs.
2012;17(3):393-406.
85. Aurora SK, Dodick DW, Turkel CC, et al.; PREEMPT 1 Chronic
Migraine Study Group. OnabotulinumtoxinA for treatment of
chronic migraine: results from the double-blind, randomized,
placebo-controlled phase of the PREEMPT 1 trial. Cephalalgia.
2010;30(7):793-803.
86. Diener HC. Detoxification for medication overuse headache is
not necessary. Cephalalgia. 2012;32(5):423-7.
87. Aurora S. Letter to the Editor. Cephalalgia. 2011;31(3):378-9.
88. Cutrer, FM, Mathew P, Garza I. Cutaneous allodynia as a
prognostic factor in the treatment of migraine with Botulinum
toxin. [Abstract PO-69]. Paper presented at: 52
nd
Annual Service
Meeting of the American Headache Society. 2010 Jun 24-27;
Los Angeles (CA).
89. Frampton JE. OnabotulinumtoxinA (Botox®): a review of its
use in the prophylaxis of headaches in adults with chronic
migraine. Drugs. 2012;72(6):825-45.
90. Mathew NT, Jaffri SF. A double-blind comparison of ona-
botulinumtoxinA (Botox®) and topiramate (Topamax) for the
Headache Medicine, v.3, n.4, p.150-161, Oct./Nov./Dec. 2012 161
Recebido: 01/11/2012
Aceito: 03/11/2012
Correspondência
Carlos Alberto BordiniCarlos Alberto Bordini
Carlos Alberto BordiniCarlos Alberto Bordini
Carlos Alberto Bordini
Faculdade de Medicina Barão de Mauá
cabord@com4.com.br
prophylactic treatment of chronic migraine: a pilot study.
Headache. 2009;49(10):1466-78. Comment in: Headache.
2009;49(10):1401.
91. Yang CP, Chang MH, Liu PE, Li TC, Hsieh CL, Hwang KL, et al.
Acupuncture versus topiramate in chronic migraine
prophylaxis: a randomized clinical trial. Cephalalgia. 2011;
31(15):1510-21.
92. Rossi P, Di Lorenzo G, Malpezzi MG, Faroni J, Cesarino F, Di
Lorenzo C, et al. Prevalence, pattern and predictors of use of
complementary and alternative medicine (CAM) in migraine
patients attending a headache clinic in Italy. Cephalalgia.
2005;25(7):493-506.
93. Gaul C, Eismann R, Schmidt T, May A, Leinisch E, Wieser T, et al.
Use of complementary and alternative medicine in patients
suffering from primary headache disorders. Cephalalgia. 2009;
29(10):1069-78.
94. Wells RE, Bertisch SM, Buettner C, Phillips RS, McCarthy EP.
Complementary and alternative medicine use among adults
with migraines/severe headaches. Headache. 2011;51 (7):
1087-97.
95. Kristoffersen ES, Grande RB, Aaseth K, Lundqvist C, Russell
MB. Management of primary chronic headache in the general
population: the Akershus study of chronic headache. J Headache
Pain. 2012; 13(2):113-20.
CONSENSO LATINO-AMERICANO PARA AS DIRETRIZES DE TRATAMENTO DA MIGRÂNEA CRÔNICA
162 Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012
Consenso Latinoamericano para las Directrices
de Tratamiento de la Migraña Crónica
Latin American Consensus Guidelines for the Treatment of
Chronic Migraine
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLE
Giacomozzi AR, Vindas AP, da Silva Junior AA, Bordini CA, Buonanotte CF, Roesler CA, Brito CM, Perez C,
Carvalho DS, Macedo DD, Piovesan EJ, Sarmento EM, Melhado EM, Éckeli FD, Kowacs F, Sobrino F,
Rabello GD, Rada G, Souza JA, Casanovas JR, Durán JC, Calia LC, Medina LR, Queiroz LP, Ciciarelli MC,
Valença MM, Cusicanqui M, Jimenez MK, Goycochea MT, Peres MF, Sandoval MV, Vincent MB, Gomes MV,
Diez M, Aranaga N, Barrientos N, Kowacs PA, Moreira Filho PF
INTRODUCCIÓN
La Clasificación Internacional de las Cefaleas es el
resultado de un gran esfuerzo para elaborar un sistema
taxonómico de las diferentes condiciones que ocurren con
la cefalea, estando catalogadas en ella más de 200
condiciones mórbidas en su segunda edición (International
Headache Classification [ICHD-II], 2004).
(1)
De manera simplificada, las cefaleas se pueden
dividir en tres grupos:
1) Cefaleas primarias: condiciones cuyos meca-
nismos son eminentemente neuroquímicos;
2) Cefaleas secundarias o "atribuidas a": cuando
existe un mecanismo bien determinado responsable de
provocarla, como la cefalea atribuida a la meningitis
bacteriana;
3) Neuralgias craneanas.
La migraña (o jaqueca) es el ejemplo típico de
cefalea primaria. Se trata de una afección neurológica
recurrente, a veces progresiva y altamente prevalente.
Típicamente, la crisis de migraña se caracteriza por
cefalea de intensidad moderada a severa, predominante
en uno de los lados de la cabeza, con carácter pulsátil y
que empeora con los esfuerzos físicos. Frecuentemente,
asociada a náusea, vómitos, fotofobia y fonofobia. Las
personas afectadas deben presentar exámenes físico y
neurológico normales.
El término crónica es usado en la ICHD-II en tres
situaciones distintas:
a) Para referirse a la cefalea que persiste por un
período de tiempo superior a tres meses del evento o de
la resolución del proceso que la originó (por ejemplo,
cefalea postraumática crónica);
b) Para designar cefaleas que perduran por un
período de tiempo mayor que el convencional para
categorizar una cefalea como episódica (por ejemplo,
cefalea en salvas crónica);
c) Cuando la cefalea está presente en 15 o más
días por mes, por más de tres meses. Esta es la acepción
del término crónica en migraña crónica.
La migraña crónica es una condición con un
predominio significativo en todo el mundo, con alto
impacto socioeconómico y su manejo ha desafiado a
los neurólogos. Los avances en la comprensión de sus
mecanismos y de las condiciones asociadas a ella, así
como, en las nuevas terapéuticas, han sido rápidos e
importantes, hecho que motivó a la Sociedad Latino-
americana y Sociedad Brasileña de Cefalea a elaborar
el presente consenso.
EPIDEMIOLOGIA
De acuerdo con los datos de la Organización
Mundial de la Salud (OMS) (Word Health Organization,
Consenso Latinoamericano para las Directrices de Tratamiento de la Migraña Crónica.
Headache Medicine. 2012;3(4):162-72
Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012 163
2011 Ginebra) la cefalea representa uno de los motivos
más frecuentes de consultas médicas, siendo la migraña
una de las 20 enfermedades más incapacitantes.
(2)
Este
tipo de cefalea presenta prevalencia una anual entre el
3% y 24,6% de la población mundial y un trabajo reciente
relata que la prevalencia puede llegar al 27,5%.
(3)
En
América Latina, el sexo masculino es afectado en un rango
de 2,9% a 7,8% y el femenino, entre el 10,1% y 17,4%.
En 1994, se publico el concepto de cefalea crónica
diaria como un grupo heterogéneo de cefaleas primarias
con duración mínima de cuatro horas diarias e incidencia
en 15 o más días por mes, durante los últimos tres meses.
Entre las cefaleas crónicas diarias, se incluyó la cefalea
tipo tensional crónica, la migraña transformada, la cefalea
diaria de inicio reciente y la hemicránea continua,
destacándose la migraña transformada como la principal
causa. En el 2004, se publicó la segunda edición de la
Clasificación Internacional de Cefaleas (ICHD-II) la cual,
introduce el término "migraña crónica", cuyos criterios de
diagnósticos fueron modificados en el 2006, siendo
también motivos de discusión. La falta de unificación de
estos criterios dificulta los estudios epidemiológicos.
De acuerdo con la OMS, la prevalencia anual de
cefalea crónica diaria es de 1,7% a 4% de la población
adulta, representando la migraña crónica aproxima-
damente la mitad de los casos. En revisiones sistemáticas
de estudios poblacionales mundiales, la prevalencia de
migraña crónica oscila entre el 0,9% y 5,1%.
(4,5)
En América Latina, los estudios epidemiológicos
realizados sobre la migraña crónica revelaron las
siguientes prevalencias: 5,12% (Brasil), 6,9% (Cuba) y
7,76% (Colombia) (evidencias B y C). No existen estudios
de incidencia en América Latina.
De acuerdo con los estudios realizados en Estados
Unidos, la prevalencia de la migraña crónica en ado-
lescentes oscila entre el 0,76% y 1,48%. Para América
Latina, no existen datos para este grupo poblacional.
Aproximadamente el 50% de las personas con
cefalea se automedican (OMS) y un problema frecuente
es el uso excesivo de medicamentos sintomáticos, cuyos
criterios diagnósticos están definidos por la International
Headache Society (IHS).
(1)
Los trabajos publicados informan
una prevalencia aproximada de 1,4% de cefalea atribuida
al uso excesivo de medicamentos en la población en
general y en centros especializados este porcentaje
aumenta para un 30% a 50%.
(6,7)
En pacientes con migraña
crónica, aproximadamente un 31% al 69% presentan uso
excesivo de medicamentos.
(4)
En centros especializados
de América Latina, se relata del 55% al 70%.
(8)
La historia natural de la migraña crónica revela que
el 26,1% vuelve a la condición de migraña episódica, el
33,9% persiste como migraña crónica y el 40% pasa a
una transición continua entre las formas episódicas y
crónica.
(9)
La tasa de conversión de migraña crónica para
episódica aumenta con la edad, variando en el sexo
femenino, de 1,7% (20 años) a 7,1% (60 años); en el
sexo masculino, la variación es de 4,2% (20 años) a 8,3%
(60 años).
En comparación con la migraña episódica, la forma
crónica proporciona mayor incapacidad, impacto en la
calidad de vida, frecuencia del sistema de salud y número
de comorbilidades.
(10)
Por paciente, se estima el costo directo anual de la
migraña crónica en US$ 4.144,00 y US$ 1.883,00 res-
pectivamente para los sistemas de salud de los Estados
Unidos y del Canadá. Los costos correspondientes para
los pacientes con migraña episódica son de US$ 1.533,00
y US$ 687,00. No se tienen datos para América Latina.
(11)
Cabe mencionar que existen importantes barreras
para la investigación y manejo de las cefaleas en todos
los niveles, principalmente por la falta de políticas
gubernamentales, poca repercusión de las informaciones
en las instancias de toma de decisión, subnotificación
del impacto socio económico de estas enfermedades a
los sistemas de salud e insuficiente entrenamiento para
los estudiantes de graduación y post-graduación (Word
Health Organization, 2011, Ginebra).
(2)
EVOLUCIÓN EN EL CONCEPTO DE
MIGRAÑA CRÓNICA A PARTIR DE LA CEFALEA
CRÓNICA DIARIA
La cefalea crónica diaria es un término descriptivo
que engloba diferentes tipos de cefaleas, las cuales se
caracterizan por síntomas que se presentan por lo menos
15 días al mes, en un período de más de tres meses, con
duración mínima de cuatro horas por día, en la ausencia
de enfermedades orgânicas.
(12,13)
La migraña crónica es una enfermedad incapacitante.
Ya se la intentó clasificar con diversos nombres: cefalea
mixta crónica,
(14)
migraña transformada
(13,15)
y migraña
crónica.
(1,16)
Actualmente, la Sociedad Internacional de
Cefaleas la define conforme se muestra en la Tabla 1.
Cefalea atribuida al uso excesivo de drogasCefalea atribuida al uso excesivo de drogas
Cefalea atribuida al uso excesivo de drogasCefalea atribuida al uso excesivo de drogas
Cefalea atribuida al uso excesivo de drogas
hasta la clasificación actual.hasta la clasificación actual.
hasta la clasificación actual.hasta la clasificación actual.
hasta la clasificación actual.
La cefalea atribuida al uso excesivo de medica-
mentos analgésicos o antimigrañosos es una cefalea
CONSENSO LATINOAMERICANO PARA LAS DIRECTRICES DE TRATAMIENTO DE LA MIGRAÑA CRÓNICA
164 Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
secundaria del tipo crónico. Resulta de la interacción
entre el agente terapéutico y la susceptibilidad del
paciente.
Hasta el 2004, este problema era mencionado como
"cefalea de rebote". La clasificación de la IHS (2004)
incluyó el ítem "cefalea atribuida al uso excesivo de
medicamento", que tiene entre los criterios de diagnósticos,
el consumo excesivo regular por más de tres meses de
uno o más medicamentos que pueden ser ingeridos para
el tratamiento agudo o sintomático de la cefalea. En esta
oportunidad, se establecieron criterios para el uso
excesivo de medicamentos y la obligatoriedad de la
mejoría de la cefalea en dos meses a partir de la
suspensión del medicamento utilizada en exceso para
que se pueda firmar el diagnóstico de migraña crónica.
(1)
A partir de 2006, se propuso establecer el diag-
nóstico en el momento de la consulta, eliminando el crite-
rio anterior.
(16)
El paciente acentúa su cefalea cuando utiliza
en forma exagerada los analgésicos (Tabla 2).
En la práctica clínica, se observó que la migraña
crónica puede presentarse con o sin uso excesivo de
medicamento.
El mecanismo fisiopatológico de la migraña crónica
aún no fue establecido con seguridad. Probablemente
es un disturbio de múltiples factores, participando más
de un nivel del sistema nervioso. La hipersensibilidad
central del complejo trigémeo-vascular
(19-21)
aumenta la
excitabilidad o reduce los mecanismos inhibidores del
dolor. La alta frecuencia de crisis de migraña y la suscep-
tibilidad genética, entre otros factores como las comor-
bilidades, favorecen este mecanismo fisiopatológico.
COMORBILIDADES
Comorbilidad es la presencia en un mismo paciente,
de dos o más condiciones en una frecuencia mayor que
la esperada por casualidad.
Existen evidencias de comorbilidad entre la migraña
y las condiciones mencionadas a seguir.
Enfermedades cerebrovascularesEnfermedades cerebrovasculares
Enfermedades cerebrovascularesEnfermedades cerebrovasculares
Enfermedades cerebrovasculares
Las lesiones isquémicas subclínicas en la circulación
posterior son más frecuentes en pacientes con migraña,
principalmente con aura.
(22)
Además de esto, los acci-
dentes vasculares encefálicos (AVE) isquémicos y la
migraña están asociados.
(23)
El AVE isquémico es más
prevalente en la migraña crónica que en la población
general; comparativamente, la migraña episódica pre-
senta mayor comorbilidad con AVE isquémico que la
migraña crónica.
(24)
La migraña crónica también se asocia
significativamente menos a la historia familiar de AVE
que la migraña episódica.
(25)
Enfermedades cardiovascularesEnfermedades cardiovasculares
Enfermedades cardiovascularesEnfermedades cardiovasculares
Enfermedades cardiovasculares
La migraña, particularmente aquella con aura, se
asocia a la mayor incidencia de infarto del miocardio y a la
claudicación vascular.
(26)
No existen datos en la literatura
que demuestren la asociación entre enfermedades
cardiovasculares y migraña crónica. Los primeros trabajos
sugirieron la asociación entre la migraña y el foramen oval
permeable,
(27)
sin embargo, esto no fue confirmado en
estudios posteriores.
(28)
No existen trabajos específicos sobre
la asociación del foramen oval patente y la migraña crónica.
TT
TT
T
rastornos psiquiátricosrastornos psiquiátricos
rastornos psiquiátricosrastornos psiquiátricos
rastornos psiquiátricos
Los trastornos del humor, de ansiedad y la migraña
son condiciones comórbidas.
(29)
Hay pocos trabajos sobre
la comorbilidad entre la migraña crónica y la depresión.
Tanto en la población general, como en las que buscan
clínicas especializadas, la migraña crónica reveló comor-
bilidad con depresión mayor, distimia, trastorno bipolar,
Tabla 1. Criterios de diagnóstico de migraña crónica
(16)
A. Cefalea que ocurre en quince o más días por mes, por un período
superior a tres meses
B. Diagnóstico previo de migraña episódica sin aura
C. Más de ocho días por mes: cefalea con criterios de migraña o
alivio de la cefalea con triptanes o ergóticos
D. Sin uso excesivo de analgésicos
MecanismosMecanismos
MecanismosMecanismos
Mecanismos
La cronificación de la migraña es un proceso
gradual. Las crisis evolucionan de esporádicas a frecuentes
y finalmente pasan para diarias o casi diarias. Este
mecanismo es bidireccional, pudiendo existir remisiones
espontáneas o inducidas. Este fenómeno presenta
alteraciones clínicas, funcionales y estructurales.
(17,18)
Tabla 2. Criterios de cefalea atribuida al uso excesivo de medicamento
para diversas sustancias de acuerdo a ICHD-II
(1)
A. Cefalea ocurre 15 ó más días por mes
B. Consumo regular de uno o más medicamentos para el tratamiento
sintomático agudo, definidos en los siguientes subtipos:
1. Analgésicos comunes no combinados: ingestión de por lo menos
15 días por mes durante un mínimo de tres meses
2. Ergotamina, triptanes, opiáceos o analgésicos combinados:
ingestión de por lo menos diez días por mes durante un período
mínimo de tres meses
C. La cefalea se desarrolló o empeoró significativamente durante el
período de uso excesivo
Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012 165
trastorno de ansiedad generalizada, trastorno obsesivo-
compulsivo, somatizaciones y fobías.
(30)
Un estudio sugiere
falta de asociación entre migraña crónica y trastorno
obsesivo-compulsivo.
(24)
Otros trastornos neurológicosOtros trastornos neurológicos
Otros trastornos neurológicosOtros trastornos neurológicos
Otros trastornos neurológicos
Hay evidencias de comorbilidad entre la migraña
episódica y otras condiciones neurológicas,
(24)
como
epilepsia,
(31)
síndrome de Ménière, vértigo paroxístico
posicional benigno, cinetosis
(32)
y esclerosis múltiple.
(33)
Con relación a la migraña crónica y epilepsia, un estudio
reveló que no existe comorbilidad.
(31)
No hay trabajos
relativos a la migraña crónica y demás condiciones neuro-
lógicas.
Otras enfermedadesOtras enfermedades
Otras enfermedadesOtras enfermedades
Otras enfermedades
La migraña crónica es comórbida con hipertensión
arterial sistémica, hiperlipidemia, sinusitis, asma, enfisema
pulmonar, úlcera péptica, insomnio y fibromialgia.
(24,34,35)
El
síndrome del intestino irritable presenta comorbilidad con
migraña,
(36)
pero no existen datos disponibles al respecto
de la asociación con migraña crónica. La relación entre
cefaleas y disfunción temporomandibular es controvertido,
aunque se describa comorbilidad con migraña.
(37,38)
Factores de riesgoFactores de riesgo
Factores de riesgoFactores de riesgo
Factores de riesgo
Los factores de riesgo para la cronificación de la
migraña se dividen en:
• no modificables (o no fácilmente modificables):
incluyen edad, sexo femenino, etnia blanca, factores
genéticos y bajos niveles educacionales y socioeconómicos;
• modificables (descritos a seguir).
a) Frecuencia de las crisis
Cuanto mayor la frecuencia de las crisis de migraña,
mayor el riesgo de cronificación. Comparados a los
pacientes con cero a cuatro días de cefalea por mes, los
pacientes con cinco a nueve días tienen seis veces más
chance de desarrollar cefalea crónica diaria, incluyendo
migraña crónica. Los pacientes con diez a 14 días de
cefalea presentan un riesgo veinte veces mayor.
(39)
b) Uso excesivo de medicamento analgésico
El riesgo para desarrollar migraña crónica es dieci-
nueve veces mayor en pacientes que usan en exceso
medicaciones analgésicas, comparados a los que no lo
hacen.
(39)
Los medicamentos utilizados en el tratamiento
agudo de la migraña presentan diferentes potenciales
para inducir la cronificación; los opioides y barbituricos
independientemente de la frecuencia de uso, elevan este
riesgo. Por otro lado, el uso controlado de triptanes
(menos de diez días por mes) no mostró potencial de
cronificación significativo. Los antiinflamatorios no hormo-
nales (menos de diez días por mes) se asocian a la
reducción del riesgo de cronificación de la migraña.
(40)
c) Obesidad
El índice de masa corporal igual o superior a 30 es
un factor de riesgo para el desarrollo de cefalea crónica
diaria.
(41)
La razón de probabilidad de evolución para
migraña crónica es 1,4 en pacientes con sobrepeso, 1,7
en obesos y 2,2 en obesos mórbidos, comparados a los
que tienen peso normal.
(42)
d) Ronco
El ronco es dos veces más prevalente en pacientes
con cefalea crónica diaria, cuando es comparado a los
de cefalea episódica, siendo probablemente, un factor
de riesgo independiente para la progresión.
(43)
No existen
datos específicos disponibles para migraña crónica.
e) Consumo de cafeína
El consumo de cafeína en la dieta en cantidad
superior a 241 mg/día se reveló un factor de riesgo mode-
rado para la transformación de cefalea episódica en
crónica en mujeres con edad inferior de 40 años. Además
de esto, se demostró que pacientes con cefalea crónica
diaria consumen más analgésicos conteniendo cafeína
que aquellos con cefalea episódica, especialmente
mujeres con edad inferior a los 40 años de edad y migra-
ñosos.
(44)
No hay datos específicos disponibles sobre la
migraña crónica.
f) Comorbilidades psiquiátricas y eventos estresantes
La migraña crónica es tres veces más frecuente en
pacientes con ansiedad y depresión cuando son
comparados con aquellos sin comorbilidad psiquiá-
trica.
(45)
La migraña crónica también se demostró más
frecuente en pacientes que presentaron importantes
cambios de vida en el último año, como separación,
pérdidas financieras y de familiares.
(46)
POSIBLES CIRCUNSTANCIAS QUE SUGIEREN LA
INTERNACIONE DEL PACIENTE MIGRAÑOSO
Eventualmente, el paciente con migraña crónica
puede necesitar de internación hospitalaria. Las circuns-
tancias para admisión del paciente pueden estar rela-
CONSENSO LATINOAMERICANO PARA LAS DIRECTRICES DE TRATAMIENTO DE LA MIGRAÑA CRÓNICA
166 Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
cionadas con el tratamiento de la propia enfermedad,
sus complicaciones, efectos adversos de medicamentos
y enfermedades asociadas. La hospitalización también
puede ser realizada para la reevaluación diagnóstica.
Las siguientes recomendaciones están basadas en
normas de buenas prácticas clínicas.
Situaciones para considerar internación hospitalaria:
• Falta de respuesta al tratamiento apropiado, en
régimen ambulatorio.
• Historial de atenciones frecuentes en unidad de
emergencia.
• Estado migrañoso o crisis refractaria al trata-
miento agudo en la unidad de emergencia.
• Náusea intensa, vómitos o diarrea ocasionando
deshidratación, disturbio hidroelectrolítico y/o impidiendo
el tratamiento por vía oral. Debe prestarse atención especial
en condiciones como embarazo, puerperio, insuficiencia
renal crónica, cardiopatía isquémica grave y arritmias.
• Alteración de los datos vitales hemodinámicos
(presión arterial y frecuencia cardíaca) y respiratorios
(frecuencia respiratoria y saturación de O
2
).
• Necesidad de interrumpir el uso excesivo de
medicamentos sintomáticos (analgésicos y antimigrañosos
agudos) y el tratamiento de manifestaciones relacionadas
a la toxicidad y/o fenómenos de dependencia/rebote
que no pueden ser manejados con seguridad en régimen
ambulatorio (tratamiento parenteral y/o monitoreo inten-
sivo de síntomas).
• Crisis epilépticas sub-entrantes o status epilepticus,
reacciones alérgicas graves, insuficiencia renal o hepática,
plaquetopenia, sangrado, insuficiencia vascular, infección
grave.
• Necesidad concomitante de internación psiquiá-
trica (riesgo de agresión, suicidio, exposición moral,
psicosis grave, desintoxicación de dependientes químicos,
abstinencia).
• Cuando la revisión del diagnóstico requiere
procedimientos que sean mejor realizados en régimen
hospitalario.
• Presencia de factores psicosociales que impidan
el tratamiento adecuado fuera de un ambiente contro-
lado.
ENFOQUE TERAPÉUTICO TRADICIONAL:
FARMACOLÓGICO Y NO FARMACOLÓGICO
El tratamiento de la migraña crónica debe ser
siempre precedido por: una cuidadosa revisión del
diagnóstico; detección de posibles factores de agrava-
miento y condiciones asociadas; estratificación de la
gravedad/intratabilidad; establecimiento de monitoreo
con diario de dolor.
Investigaciones diagnósticas complementarias
deberán ser realizadas, conforme la revisión de la
anamnesis y de los exámenes previos, tomando en consi-
deración diagnósticos comorbidos o asociados.
(47)
En la posible migraña crónica asociada a la
probable cefalea por uso excesivo de analgésicos, se
debe priorizar el tratamiento profiláctico con relación al
tratamiento agudo. En el caso que los síntomas de dolor
sean limitantes, se debe estimular la analgesia por
métodos no farmacológicos. Sin embargo, las cefaleas
intensas y/o con incapacidades (rebote/exacerbaciones)
debe tratarse de manera enérgica.
Objetivo del tratamiento de la migrañaObjetivo del tratamiento de la migraña
Objetivo del tratamiento de la migrañaObjetivo del tratamiento de la migraña
Objetivo del tratamiento de la migraña
crónicacrónica
crónicacrónica
crónica
Considerar la expectativa del paciente con relación
al tratamiento es fundamental. El objetivo del tratamiento
es reducir la frecuencia e intensidad de las crisis y mejorar
su respuesta al tratamiento agudo, disminuyendo su
impacto en la calidad de vida del paciente.
(48,49)
El enfoque de la migraña crónica involucra las
siguientes modalidades de tratamiento: de las crisis; de
transición; preventiva.
TT
TT
T
ratamiento sintomático de las crisisratamiento sintomático de las crisis
ratamiento sintomático de las crisisratamiento sintomático de las crisis
ratamiento sintomático de las crisis
(exacerbación) de cefalea(exacerbación) de cefalea
(exacerbación) de cefalea(exacerbación) de cefalea
(exacerbación) de cefalea
El tratamiento farmacológico de la cefalea debe
llevar en consideración: la medicación en uso excesivo
asociada; al escenario (si es extrahospitalario u hospi-
talario); la formulación del fármaco (si es oral o paren-
teral); la eficacia del fármaco relativa a la intensidad del
dolor; el potencial de desencadenar dependencia; la
historia previa de intolerancia y respuestas idiosincrásicas;
el perfil farmacodinámico; la respuesta a los tratamientos
agudos previos; la estratificación del paciente en lo
referente al grado de intratabilidad a tratamientos
agudos.
(50,51)
No existen estudios clase I de medicamentos sinto-
máticos en el tratamiento agudo en individuos con
migraña crónica, se debe utilizar las evidencias existentes
para migraña episódica. Se debe realizar tratamiento
agudo pensando en su extensión para la etapa de tran-
sición, debiéndose priorizar, en ese sentido, los anti-
inflamatorios no hormonales, los corticosteroides y los
neuromoduladores. El valproato de sodio, sulfato de
magnesio, la clorpromazina y el haloperidol son medi-
Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012 167
camentos con efectos analgésicos y neuromoduladores
de posible uso tanto hospitalario como extrahospi-
talario.
(52-54)
La clorpromazina y el haloperidol también
pueden ser utilizados por el paciente en gotas sublin-
guales, considerándose la más rápida absorción y el
menor metabolismo de primer pasaje.
El uso parenteral de valproato de sodio,
(55)
sulfato
de magnesio,
(56)
clorpromazina,
(57,58)
haloperidol,
(59)
olanzapina,
(60,61)
lidocaína
(57)
y propofol
(62)
es particu-
larmente útil en el tratamiento en ambiente hospitalario,
y el uso de los cuatro primeros y/o de sus análogos
(63,64)
puede ser extendido para el tratamiento de transición y/
o prevención. La dihidroergotamina parenteral, particu-
larmente útil en el tratamiento de crisis de migraña, de
exacerbaciones de migraña crónica y de cefaleas
rebote,
(57)
no está disponible en Brasil y apenas en algunos
países de América Latina.
TT
TT
T
ratamiento de transiciónratamiento de transición
ratamiento de transiciónratamiento de transición
ratamiento de transición
El tratamiento de transición es aquel que involucra
medidas de duración limitada (menor que 30 días)
precedentes o concomitantes al inicio del tratamiento
preventivo. Ellas son: discontinuidad del fármaco en uso
excesivo, si está presente; tratamiento sintomático de la
cefalea rebote con analgésicos/antimigrañosos; trata-
miento de los síntomas de abstinencia.
La discontinuidad del fármaco en uso excesivo,
también llamada de desintoxicación, debe ser realizada,
si es posible, de forma abrupta, excepto cuando están
asociadas con barbitúricos, benzodiacepinas y opioides,
situaciones en que la retirada necesita ser gradual.
Para tratar las crisis de cefalea, se debe estimular
medidas no farmacológicas. Cuando son utilizadas, las
medicaciones sintomáticas deberán ser diferentes de
aquellas de las cuales se venía haciendo uso excesivo y
en una frecuencia limitada a dos días por semana.
Los síntomas de abstinencia pueden ser tratados con
antieméticos y corticosteroides, sin embargo las evidencias
en lo referente a su eficacia son limitadas o contra-
dictorias.
(65-68)
Aún como el tratamiento de transición, el uso de
corticosteroides puede ser realizado por cortos períodos,
preferencialmente de hasta siete días, y en pacientes de
difícil control sometidos a tratamientos preventivos
(61)
y/o
aquellos pacientes con migraña crónica asociada a uso
excesivo de analgésicos del tipo "complejo" (más de un
año de cronicidad, uso excesivo de medicaciones
combinadas, múltiples comorbilidades psiquiátricas y
tentativa[s] de "desintoxicación" previa[s]).
(69)
TT
TT
T
ratamiento preventivoratamiento preventivo
ratamiento preventivoratamiento preventivo
ratamiento preventivo
Pocos medicamentos fueron probados para el
tratamiento preventivo de migraña crónica. La onabo-
tulinumtoxinA
(70,71)
y el topiramato
(72-74)
tiene estudios clase
I y nivel de evidencia A, y el valproato de sodio,
(75)
un
estudio clase I y nivel de evidencia B. La duración del
tratamiento preventivo en la migraña crónica no está
establecida, pero hay datos demostrando un substancial
índice de recidiva en pacientes tratados por un año o
menos con la suspensión precoz del tratamiento (inferior
a un año).
(54,74)
a) Topiramato
El uso de topiramato en el tratamiento profiláctico
de la migraña "episódica" se basa en estudios clase I con
nivel de evidencia A.
(76-78)
Estudios doble ciegos, placebo
controlados, aleatorios y grupo paralelos, que evaluaron
pacientes portadores de migraña crónica con uso excesivo
de analgésicos, mostraron que el topiramato en dosis
relativamente bajas (50 mg a 100 mg/día) redujo la
frecuencia de los días con dolor
(71,74)
y mejoró la calidad
de vida de esos pacientes.
(79)
Esta acción fue más eficiente
después de las primeras cuatro semanas do uso de la
droga.
(79)
b) Valproato de sodio y divalproato
También se recomiendan valproato de sodio y dival-
proato en la profilaxis de la migraña episódica basado
en estudios clase 1 con nivel de evidencia A.
(80-82)
Un estudio
con valproato de sodio mostró también eficacia en el
tratamiento de la migraña crónica, en dosis en torno de
1.000 mg/día, demostrando mayor eficacia cuando
comparado al de la cefalea del tipo tensional crónica.
c) Otros fármacos
La amitriptilina, gabapentina, pregabalina y la tiza-
nidina, aunque hayan sido estudiadas en la cefalea
crónica diaria y hayan revelado eficacia (niveles de
evidencia variando de I a III), no fueron investigados
específicamente para la migraña crónica. La metisergida,
un medicamento profiláctico muy útil en el manejo de
pacientes de difícil manejo,
(83)
se viene tornando progre-
sivamente indisponible en los mercados local e interna-
cional.
Los procedimientos de neuroestimulación,
(84)
apesar
de promisorios, aún no tienen bien establecido su papel.
De la misma forma, los medicamentos comprobada-
mente preventivos para la migraña en su forma "episó-
dica" pueden ser usados de forma aislada o combinada,
CONSENSO LATINOAMERICANO PARA LAS DIRECTRICES DE TRATAMIENTO DE LA MIGRAÑA CRÓNICA
168 Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
aunque no haya evidencia de la eficacia de ellos para
la migraña crónica.
(53)
d) Toxina botulínica del tipo A
La onabotulinumtoxinA está indicada en el trata-
miento profiláctico de la migraña crónica, en pacientes
de 18 a 65 años.
(71,85)
Dos estudios (Phase I/II REsearch Evaluating Migraine
Prophylaxis Therapy [PREEMPT I e PREEMPT II]),
(70,71)
al
utilizar un protocolo nuevo de aplicación de la toxina,
demostraron reducción del número de días con cefalea
y con migraña, de la intensidad y del número de horas
de dolor, del consumo de triptanes y de otros medica-
mentos analgésicos,
(71,85)
independientemente de la
interrupción del uso excesivo de analgésicos. La mejora
de esos parámetros promovió un incremento en la cali-
dad de vida de los pacientes
(71,85)
(clase I de evidencia).
Cada sesión debe repetirse después de 12 semanas
hasta obtener una respuesta satisfactoria, por 2-3 ciclos
(86)
como mínimo. En los pacientes que no obtengan respuesta
satisfactoria después de ese período no existe evidencia
de beneficio en la continuidad del tratamiento.
(87)
No existe
consenso en lo referente a la duración del tratamiento. Es
importante resaltar que en los estudios hubo acompa-
ñamiento durante 56 semanas.
(71,85)
La presencia de alo-
dinia
(88)
es considerada un factor predictivo de buena
respuesta. El uso de la onabotulinumtoxinA ya es aceptada
como tratamiento profiláctico de primera línea en pacientes
con migraña crónica o como de segunda línea en aquellos
individuos farmacorresistentes.
(89)
Estudios recientes demostraron eficacia semejante
entre onabotulinumtoxinA y el topiramato en el tratamiento
profiláctico de la migraña crónica, y los pacientes que
recibieron onabotulinumtoxinA revelaron menos efectos
colaterales y menor índice de abandono al tratamiento
(90)
(clase II de evidencia). La OnabotulinumtoxinA representa
un arma más en el modesto arsenal terapéutico para la
migraña crónica.
TT
TT
T
ratamientos no farmacológicos y terapiasratamientos no farmacológicos y terapias
ratamientos no farmacológicos y terapiasratamientos no farmacológicos y terapias
ratamientos no farmacológicos y terapias
complementariascomplementarias
complementariascomplementarias
complementarias
El uso de medidas no farmacológicas y de terapias
complementarias en la migraña crónica es limitado por
la falta de estudios en esa condición específica. Una
excepción a esta afirmación es la acupuntura, que fue
evaluada, obteniéndose resultados promisorios.
(91)
Las medidas no farmacológicas y las terapias
complementarias más utilizadas por los pacientes, a pesar
de evidencias sólidas,
(92-95)
incluyen: valorizar el inicio del
tratamiento con cambio de las actividades, tales como
interrumpir las actividades en general durante una
semana; yoga; meditación; relajamiento; terapias físicas
de relajamiento; masajes; termoterapia; higiene del
sueño; hábitos alimentarios regulares y saludables;
restricción dietética específica para aquellos pacientes
que presentan desencadenantes alimentarios; limitación
del consumo de cafeína; actividad aeróbica ligera a
moderada con regularidad; manejo del estrés; terapia
cognitiva comportamental; busca de actividades y
pensamientos placenteros; acupuntura y biofeedback.
AUTORES
•
Alex Rodrigo Espinoza GiacomozziAlex Rodrigo Espinoza Giacomozzi
Alex Rodrigo Espinoza GiacomozziAlex Rodrigo Espinoza Giacomozzi
Alex Rodrigo Espinoza Giacomozzi. Neurólogo
de adultos, profesor adjunto de la Universidad de Santiago
de Chile y miembro del Grupo de Cefaleas de la Sociedad de
Neurología, Psiquiatría y Neurocirugía (Sonepsyn).
•
Alexander PAlexander P
Alexander PAlexander P
Alexander P
arajeles Vindasarajeles Vindas
arajeles Vindasarajeles Vindas
arajeles Vindas. Profesor de la Univer-
sidad de Costa Rica y jefe del Servicio de Neurología del
Hospital San Juan de Dios, Costa Rica.
•
Ariovaldo Alberto da Silva JuniorAriovaldo Alberto da Silva Junior
Ariovaldo Alberto da Silva JuniorAriovaldo Alberto da Silva Junior
Ariovaldo Alberto da Silva Junior. Doctor en
Neurociencias, Universidad Federal de Minas Gerais (UFMG);
profesor de Neurología - Unifenas-BH; asistente del Ambu-
latorio de Cefaleas del Hospital das Clínicas de la UFMG.
•
Carlos Alberto BordiniCarlos Alberto Bordini
Carlos Alberto BordiniCarlos Alberto Bordini
Carlos Alberto Bordini. Máster y doctor en Neuro-
logía en la Facultad de Medicina de Ribeirão Preto - USP. Profesor
de Neurología de la Facultad de Medicina Barão de Mauá.
•
Carlos Federico BuonanotteCarlos Federico Buonanotte
Carlos Federico BuonanotteCarlos Federico Buonanotte
Carlos Federico Buonanotte. Profesor de Neurología
de la Universidad Nacional de Córdoba, Argentina.
•
Célia Aparecida de PCélia Aparecida de P
Célia Aparecida de PCélia Aparecida de P
Célia Aparecida de P
aula Raula R
aula Raula R
aula R
oesleroesler
oesleroesler
oesler. Neuróloga
titular de la Academia Brasileña de Neurología y miembro de
las Sociedades Brasileña e Internacional de Cefalea.
•
Cláudio Manoel BritoCláudio Manoel Brito
Cláudio Manoel BritoCláudio Manoel Brito
Cláudio Manoel Brito. Máster en Neurología en la
Universidad Federal Fluminense (UFF) y profesor de Neuro-
logía del Centro Universitario de Volta Redonda.
•
Cristina PCristina P
Cristina PCristina P
Cristina P
erezerez
erezerez
erez. Profesora adida de la Facultad de
Medicina de la Universidad de la República, Montevideo,
Uruguay, y jefe del Servicio de Neurología del Hospital Maciel.
•
Deusvenir de Souza CarvalhoDeusvenir de Souza Carvalho
Deusvenir de Souza CarvalhoDeusvenir de Souza Carvalho
Deusvenir de Souza Carvalho. Médico neurólogo,
profesor Adjunto Doctor de Neurología Clínica de la Disciplina
de Neurología y jefe del Sector de Investigación y Tratamiento
de las Cefaleas de la Escuela Paulista de Medicina (EPM) de la
Universidad Federal de São Paulo (Unifesp).
•
Djacir Dantas PDjacir Dantas P
Djacir Dantas PDjacir Dantas P
Djacir Dantas P
ereira de Macedoereira de Macedo
ereira de Macedoereira de Macedo
ereira de Macedo. Profesor adjunto
de Neurología de la UFRN y miembro de la Sociedad Brasileira
e Internacional de Cefaleia.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012 169
•
Elcio Juliato PiovesanElcio Juliato Piovesan
Elcio Juliato PiovesanElcio Juliato Piovesan
Elcio Juliato Piovesan. Doctor en Clínica Médica
en la Universidad Federal de Paraná (UFPR) y docente en
Medicina en la UFPR.
•
Elder Machado SarmentoElder Machado Sarmento
Elder Machado SarmentoElder Machado Sarmento
Elder Machado Sarmento. Máster en Neurología por
la UFF y presidente de la Asociación Latinoamericana de Cefalea.
•
EE
EE
E
liana Meire Melhadoliana Meire Melhado
liana Meire Melhadoliana Meire Melhado
liana Meire Melhado. Doctora en Neurología en
la Universidad Estatal de Campinas y docente de Neurología
de la Facultad de Medicina de Catanduva (SP).
•
Fabíola Dach ÉckeliFabíola Dach Éckeli
Fabíola Dach ÉckeliFabíola Dach Éckeli
Fabíola Dach Éckeli. Doctora en Neurología en la
Facultad de Medicina de Ribeirão Preto de la Universidad de
São Paulo (FMRP-USP). Neuróloga del Hospital das Clínicas
da FMRP-USP.
•
Fernando KowacsFernando Kowacs
Fernando KowacsFernando Kowacs
Fernando Kowacs. Neurólogo. Doctor en Medicina en
la UFRGS. Profesor adjunto del Departamento de Clínica Médica
de la Universidad Federal de Ciencias de la Salud de Porto
Alegre. Miembro titular de la Academia Brasileira de Neurologia.
•
FF
FF
F
idel Sobrinoidel Sobrino
idel Sobrinoidel Sobrino
idel Sobrino. Profesor de Posgrado de Neurología
de la Universidad de La Sabana, Bogotá, Colombia.
•
Getúlio Daré RabelloGetúlio Daré Rabello
Getúlio Daré RabelloGetúlio Daré Rabello
Getúlio Daré Rabello. Doctor en Neurología en la
FMUSP.
•
Grisel RadaGrisel Rada
Grisel RadaGrisel Rada
Grisel Rada. Coordinadora de la Unidad de Neuro-
logía del Hospital Pérez Carreño, Caracas, Venezuela.
•
Jano Alves de SouzaJano Alves de Souza
Jano Alves de SouzaJano Alves de Souza
Jano Alves de Souza. Máster y doctor en Neurología
en la UFF y profesor adjunto de Neurología de la UFF.
•
Juan Carlos DuránJuan Carlos Durán
Juan Carlos DuránJuan Carlos Durán
Juan Carlos Durán. Profesor de Fisiología de la
Universidad Mayor de San Andrés, La Paz, Bolivia.
•
Juana Rosa CasanovasJuana Rosa Casanovas
Juana Rosa CasanovasJuana Rosa Casanovas
Juana Rosa Casanovas. Médica clínica y neuróloga
adjunta del Hospital Vargas de Caracas de la Universidad
Central de Venezuela.
•
Leandro Cotoni CaliaLeandro Cotoni Calia
Leandro Cotoni CaliaLeandro Cotoni Calia
Leandro Cotoni Calia. Doctor en Neurología en la
EPM/Unifesp y profesor titular de la Universidad de Santo
Amaro (SP).
•
LL
LL
L
uis Ruis R
uis Ruis R
uis R
oberto Poberto P
oberto Poberto P
oberto P
artida Medinaartida Medina
artida Medinaartida Medina
artida Medina. Profesor titular de
Posgrado de Neurología de la Universidad de Guadalajara,
México.
•
LL
LL
L
uiz Puiz P
uiz Puiz P
uiz P
aulo de Queirozaulo de Queiroz
aulo de Queirozaulo de Queiroz
aulo de Queiroz. Neurólogo de la Universidad
Federal de Santa Catarina y Doctor en Ciencias/Neurología
en la Unifesp.
•
Marcelo Cedrinho CiciarelliMarcelo Cedrinho Ciciarelli
Marcelo Cedrinho CiciarelliMarcelo Cedrinho Ciciarelli
Marcelo Cedrinho Ciciarelli. Doctor en Neurología
en la FMRP-USP. Docente de Neurología del Centro Educa-
cional Barão de Mauá, en Ribeirão Preto.
•
Marcelo Moraes VMarcelo Moraes V
Marcelo Moraes VMarcelo Moraes V
Marcelo Moraes V
alençaalença
alençaalença
alença. Doctor y libre docencia
de la FMRP-USP y Profesor Asociado de la Universidad
Federal de Pernambuco.
•
Maria CusicanquiMaria Cusicanqui
Maria CusicanquiMaria Cusicanqui
Maria Cusicanqui. Médica neuróloga de adultos
del Hospital das Clínicas y profesora de Semiología de la
Universidad Mayor de San Andrés, en La Paz, Bolivia.
•
Maria KMaria K
Maria KMaria K
Maria K
arina Varina V
arina Varina V
arina V
elez Jimenezelez Jimenez
elez Jimenezelez Jimenez
elez Jimenez. Médica neuróloga
clínica del Hospital Especialidades Centro Médico La Raza.
Miembro del Grupo de Cefaleas de la Academia Mexicana
de Neurología.
•
Maria TMaria T
Maria TMaria T
Maria T
ereza Goycocheaereza Goycochea
ereza Goycocheaereza Goycochea
ereza Goycochea. Médica neuróloga de
Adultos y miembro del Grupo de Cefaleas de la Sociedad
Neurológica Argentina.
•
Mário FMário F
Mário FMário F
Mário F
ernando Pernando P
ernando Pernando P
ernando P
rieto Prieto P
rieto Prieto P
rieto P
ereseres
ereseres
eres. Profesor del Curso
de Posgrado de Neurología y Neurociencias de la Unifesp.
Investigador sénior del Instituto del Cerebro del Hospital Israelita
Albert Einstein.
•
Mario Victor Fuentealba SandovalMario Victor Fuentealba Sandoval
Mario Victor Fuentealba SandovalMario Victor Fuentealba Sandoval
Mario Victor Fuentealba Sandoval. Profesor aso-
ciado de Neurología de la Universidad de Concepción,
Chile.
•
Maurice Borges VincentMaurice Borges Vincent
Maurice Borges VincentMaurice Borges Vincent
Maurice Borges Vincent. Doctor en Cefaleas/Neuro-
logía en la Universidad de Trondheim, Noruega; miembro
del Cuerpo Editorial de Cephalalgia; profesor asociado de la
Facultad de Medicina de la Universidad Federal de Rio de
Janeiro (UFRJ); jefe del Servicio de Neurología del Hospital
Universitario Clementino Fraga Filho (HUCFF) de la UFRJ.
•
Michel VMichel V
Michel VMichel V
Michel V
olcy Gomesolcy Gomes
olcy Gomesolcy Gomes
olcy Gomes. Médico neurólogo especialista
en Cefaleas, presidente del Capítulo de Cefaleas de la ASS
Colombiana de Neurología y Miembro del Comité de Edu-
cación de AHS.
•
Mónica DiezMónica Diez
Mónica DiezMónica Diez
Mónica Diez. Médica neuróloga de la Universidad
de Buenos Aires, Argentina.
•
Nayeska AranagaNayeska Aranaga
Nayeska AranagaNayeska Aranaga
Nayeska Aranaga. Neuróloga clínica de la
Universidad Central de Venezuela y médico adjunto del
Hospital Vargas.
•
Nelson BarrientosNelson Barrientos
Nelson BarrientosNelson Barrientos
Nelson Barrientos. Profesor titular de Neurología de
la Universidad Diego Portales y de la Universidad de Santiago,
Chile.
•
PP
PP
P
edro André Kedro André K
edro André Kedro André K
edro André K
owacsowacs
owacsowacs
owacs. Médico neurólogo.
•
PP
PP
P
edro Fedro F
edro Fedro F
edro F
erreira Moreira Ferreira Moreira F
erreira Moreira Ferreira Moreira F
erreira Moreira F
ilhoilho
ilhoilho
ilho. Profesor asociado
IV de Neurología de la Facultad de Medicina de la Universidad
Federal Fluminense.
REFERÊNCIAS
1. International Headache Society Classification Subcommittee.
International classification of headache disorders, 2nd edition.
Cephalalgia. 2004;24(suppl 1):1-160.
2. Atlas of Headache Disorders and Resources in the World 2011.
Geneva: WHO; 2011.
CONSENSO LATINOAMERICANO PARA LAS DIRECTRICES DE TRATAMIENTO DE LA MIGRAÑA CRÓNICA
170 Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
3. Stovner Lj, Hagen K, Jensen R, Katsarava Z, Lipton R, Scher A, et
al. The global burden of headache: a documentation of headache
prevalence and disability worldwide. Cephalalgia. 2007;27
(3):193-210.
4. Natoli JL, Manack A, Dean B, Butler Q, Turkel CC, Stovner L,
et al. Global prevalence of chronic migraine: a systematic
review. Cephalalgia. 2010;30(5):599-609.
5. Lipton RB, Bigal ME, Diamond M, Freitag F, Reed ML, Stewart
WF; AMPP Advisory Group. Migraine prevalence, disease
burden, and the need for preventive therapy. Neurology. 2007;
68(5):343-9.
6. Silva Junior AA, Tavares RM, Lara RP, Faleiros BE, Gomez RS,
Teixeira AL. Frequency of types of headache in the tertiary care
center of the Hospital das Clínicas of the Universidade Federal
de Minas Gerais, MG, Brazil. Rev Assoc Med Bras. 2012;
58(6):709-13.
7. Davies P. Medication overuse headache: a silent pandemic. Pain.
2012;153(1):7-8. Comment in: Pain. 2012;153 (1): 56-61.
8. Allena M, Katsarava Z, Nappi G; COMOESTAS Consortium.
From drug-induced headache to medication overuse headache.
A short epidemiological review, with a focus on Latin American
countries. J Headache Pain. 2009;10(2):71-6. Comment in: J
Headache Pain. 2009; 10(6):477-8; author reply 479-80.
9. Manack A, Buse DC, Serrano D, Turkel CC, Lipton RB. Rates,
predictors, and consequences of remission from chronic migraine
to episodic migraine. Neurology. 2011;76(8):711-8. Comment
in: Neurology. 2011; 76(8):682-3.
10. Buse DC, Manack A, Serrano D, Turkel C, Lipton RB. Socio-
demographic and comorbidity profiles of chronic migraine and
episodic migraine sufferers. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2010;
81(4):428-32.
11. Stokes M, Becker WJ, Lipton RB, Sullivan SD, Wilcox TK, Wells L,
et al. Cost of health care among patients with chronic and
episodic migraine in Canada and the USA: results from the
International Burden of Migraine Study (IBMS). Headache.
2011;51(7):1058-77.
12. Cevoli S, Sancisi E, Pierangeli G, Grimaldi D, Zanigni S, Nicodemo
M, et al. Chronic daily headache: risk factors and pathogenic
considerations. Neurol Sci. 2006;27(suppl. 2):S168-S173.
13. Silberstein SD, Lipton RB, Sliwinski M. Classification of daily
and near-daily headaches: field trial of revised IHS criteria.
Neurology. 1996;47(4):871-5. Comment in: Neurology.
1997;49(2):638-9.
14. Saper JR. The mixed headache syndrome: a new perspective.
Headache. 1982;22(6):284-6.
15. Mathew NT. Transformed migraine. Cephalalgia. 1993;13
(suppl. 12):78-83.
16. Olesen J, Bousser MG, Diener HC, Dodick D, First M, Goadsby
PJ, et al. Headache Classification Committee. New appendix
criteria open for a broader concept of chronic migraine.
Cephalalgia. 2006;26:742-6. Comment in: Cephalalgia.
2007;27(5):469; author reply 469-70.
17. Suh GI, Park JW, Shin HE. Differences in clinical features and
disability according to the frequency of medication use in patients
with chronic migraine. J Clin Neurol. 2012;8(3):198-203.
18. Pozo-Rosich P. Migraña crónica: epidemiología e impacto. Rev
Neurol. 2012 (suppl. 2):S3-S11.
19. Goadsby PJ, Charbit AR, Andreou AP, Akerman S, Holland PR.
Neurobiology of migraine. Neuroscience. 2009;161 (2):327-41.
20. Lipton RB. Tracing transformation: chronic migraine classification,
progression, and epidemiology. Neurology. 2009;72(5 suppl.):
S3-S7.
21. Srikiatkhachom A. Chronic daily headache: a scientist's
perspective. Headache. 2002;42(6):523-37.
22. Kruit MC, van Buchem MA, Launer LJ, Terwindt GM, Ferrari MD.
Migraine is associated with an increased risk of deep white
matter lesions, subclinical posterior circulation infarcts and brain
iron accumulation: the population-based MRI CAMERA study.
Cephalalgia. 2010; 30(2):129-36.
23. Spector JT, Kahn SR, Jones MR, Jayakumar M, Dalal D, Nazarian
S. Migraine headache and ischemic stroke risk: an updated meta-
analysis. Am J Med. 2010;123(7):612-24. Comment in: Am J
Med. 2011;124(8):e9; author reply e11. Evid Based Med.
2010;15(6):193-4.
24. Chen YC, Tang CH, Ng K, Wang SJ. Comorbidity profiles of
chronic migraine sufferers in a national database in Taiwan. J
Headache Pain. 2012;13(4):311-9.
25. Yoon G, Baggaley S, Bacchetti P, Fu YH, Digre KB, Ptácek LJ.
Clinic-based study of family history of vascular risk factors and
migraine. J Headache Pain. 2005;6(5):412-6.
26. Bigal ME, Kurth T, Santanello N, Buse D, Golden W, Robbins M,
et al. Migraine and cardiovascular disease: a population-based
study. Neurology. 2010;74(8):628-35. Comment in: Neurology.
2010; 74(8):622-3.
27. Tembl J, Lago A, Sevilla T, Solis P, Vilchez J. Migraine, patent
foramen ovale and migraine triggers. J Headache Pain. 2007;
8(1):7-12.
28. Garg P, Servoss SJ, Wu JC, Bajwa ZH, Selim MH, Dineen A, et al.
Lack of association between migraine headache and patent
foramen ovale: results of a case-control study. Circulation.
2010;121(12):1406-12. Comment in: Circulation. 2010;
121(12):1377-8. Circulation. 2010;122(24):e582; author reply
e583. Circulation. 2010;122(24):e581; author reply e583.
29. Merikangas KR, Angst J, Isler H. Migraine and psychopathology.
Results of the Zurich cohort study of young adults. Arch Gen
Psychiatry. 1990;47(9):849-53.
30. Teixeira AL, Costa EA, da Silva AA Jr, dos Santos IA, Gómez RS,
Kummer A, et al. Psychiatric comorbidities of chronic migraine
in community and tertiary care clinic samples. J Headache Pain.
2012;13(7):551-5.
31. Ottman R, Lipton RB, Ettinger AB, Cramer JA, Reed ML, Morrison
A, et al. Comorbidities of epilepsy: results from the Epilepsy
Comorbidities and Health (EPIC) survey. Epilepsia. 2011;52
(2):308-15.
32. von Brevern M, Neuhauser H. Epidemiological evidence for a
link between vertigo and migraine. J Vestib Res. 2011;21(6):
299-304.
33. Kister I, Caminero AB, Herbert J, Lipton RB. Tension-type headache
and migraine in multiple sclerosis. Curr Pain Headache Rep.
2010;14(6):441-8.
34. de Tommaso M, Sardaro M, Serpino C, Costantini F, Vecchio E,
Prudenzano MP. Fibromyalgia comorbidity in primary headaches.
Cephalalgia. 2009;29(4):453-64.
35. Peres MF, Young WB, Kaup AO, Zukerman E, Silberstein SD.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012 171
CONSENSO LATINOAMERICANO PARA LAS DIRECTRICES DE TRATAMIENTO DE LA MIGRAÑA CRÓNICA
Fibromyalgia is common in patients with transformed migraine.
Neurology. 2001;57(7):1326-8.
36. Riedl A, Schmidtmann M, Stengel A, Goebel M, Wisser AS, Klapp
BF, et al. Somatic comorbidities of irritable bowel syndrome: a
systematic analysis. J Psychosom Res. 2008;64 (6):573-82.
37. Stuginski-Barbosa J, Macedo HR, Bigal ME, Speciali JG. Signs
of temporomandibular disorders in migraine patients: a
prospective, controlled study. Clin J Pain. 2010; 26(5):418-21.
38. Gonçalves DA, Camparis CM, Speciali JG, Franco AL,
Castanharo SM, Bigal ME. Temporomandibular disorders are
differentially associated with headache diagnoses: a controlled
study. Clin J Pain. 2011;27(7):611-5.
39. Katsarava Z, Schneeweiss S, Kurth T, Kroener U, Fritsche G,
Eikermann A, et al. Incidence and predictors for chronicity of
headache in patients with episodic migraine. Neurology.
2004;62:788-90.
40. Bigal ME, Serrano D, Buse D, Scher A, Stewart WF, Lipton RB.
Acute migraine medications in evolution from episodic to chronic
migraine: a longitudinal population-based study. Headache.
2008;48:1157-68.
41. Scher AI, Stewart WF, Ricci JA, Lipton RB. Factors associated with
the onset and remission of chronic daily headache in a
population-based study. Pain. 2003;106:81-9.
42. Bigal ME, Lipton RB. Obesity is a risk factor for transformed
migraine but not chronic tension-type headache. Neurology.
2006;67(2):252-7.
43. Scher AI, Lipton RB, Stewart WF. Habitual snoring as a risk factor
for chronic daily headache. Neurology. 2003;60(8):1366-8.
44. Scher AI, Stewart WF, Lipton RB. Caffeine as a risk factor for
chronic daily headache: a population-based study. Neurology.
2004;63:2022-7.
45. Tietjen GE, Peterlin BL, Brandes JL, Hafeez F, Hutchinson S,
Martin VT, et al. Depression and anxiety: effect on the migraine-
obesity relationship. Headache. 2007;47:866-75. Comment
in: Headache. 2007;47(6):876-7.
46. Scher AI, Stewart WF, Buse D, Krantz DS, Lipton RB. Major life
changes before and after the onset of chronic daily headache: a
population-based study. Cephalalgia. 2008;28(8):868-76.
47. Lipton RB, Silberstein SD, Saper JR, Bigal ME, Goadsby PJ. Why
headache treatment fails. Neurology. 2003;60(7): 1064-70.
48. Yu S, Liu R, Zhao G, Yang X, Qiao X, Feng J, et al. The prevalence
and burden of primary headaches in China: a population-based
door-to-door survey. Headache. 2012;52(4):582-91.
49. Stuginski-Barbosa J, Dach F, Bigal M, Speciali JG. Chronic pain
and depression in the quality of life of women with migraine - A
controlled study. Headache. 2012;52(3):400-8.
50. Valença MM, Valença LPAA, Bordini C, Farias da Silva W, Speciali
JG. Cefaleia de "difícil controle". Migrâneas & Cefaleias.
2003;6(4):117-20.
51. Silberstein SD, Dodick DW, Pearlman S. Defining the
pharmacologically intractable headache for clinical trials and
clinical practice. Headache. 2010;50(9):1499-506. Comment
in: Headache. 2010; 50(10):1637-9. Headache. 2011;
51(2):310-1.
52. Sociedade Brasileira de Cefaleia. Recomendações para o
tratamento da crise migranosa. Arq Neuropsiquiatr. 2000; 58(2-
A):371-89.
53. Sociedade Brasileira de Cefaleia. Recomendações para o
tratamento profilático da migrânea. Arq Neuropsiquiatr. 2002;
60(1)159-69.
54. Pascual J. Chronic migraine: treatment. Rev Neurol. 2012;
54(suppl. 2):S31-8. [Article in Spanish]
55. Schwartz TH, Karpistikiy VV, Sohn RS. Intravenous valproate
sodium in the treatment of daily headache. Headache. 2002;
42(6):519-22.
56. Demirkaya S, Vural O, Dora B, Topçuoglu MA. Efficacy of
intravenous magnesium sulfate in the treatment of acute migraine
attacks. Headache. 2001;41(2):171-7.
57. Paemeleire K, Crevits L, Goadsby PJ, Kaube H. Practical
management of medication-overuse headache. Acta Neurol Belg.
2006;106(2): 43-51.
58. Lane RL, Ross R. Intravenous chlorpromazine - preliminary results
in acute migraine. Headache. 1985;25(6):302-4.
59. Monzillo PH, Nemoto PH, Costa AR, Sanvito WL. Acute treatment
of migraine in emergency room: comparative study between
dexametasone and haloperidol. Preliminary results. Arq
Neuropsiquiatr. 2004;62(2B):513-8. [Article in Portuguese].
60. Hill CH, Miner JR, Martel ML. Olanzapine versus droperidol for
the treatment of primary headache in the emergency department.
Acad Emerg Med. 2008;15(9):806-11.
61. Silberstein SD, Peres MF, Hopkins MM, Shechter AL, Young WB,
Rozen TD. Olanzapine in the treatment of refractory headache.
Headache. 2002;42(6):515-8.
62. Mendes PM, Silberstein SD, Young WB, Rozen TD, Paolone MF.
Intravenous propofol in the treatment of refractory headache.
Headache. 2002;42(7):638-41.
63. Dusitanond P, Young WB. Neuroleptics and migraine. Cent Nerv
Syst Agents Med Chem. 2009;9(1):63-70.
64. Krymchantowski AV, Jevoux C, Moreira PF. An open pilot study
assessing the benefits of quetiapine for the prevention of migraine
refractory to the combination of atenolol, nortriptyline, and
flunarizine. Pain Med. 2010;11(1):48-52.
65. Obermann M, Katsarava Z. Management of medication-overuse
headache. Expert Rev Neurother. 2007;7(9):1145-55.
66. Pageler L, Katsarava Z, Diener HC, Limmroth V. Prednisone vs.
placebo in withdrawal therapy following medication overuse
headache. Cephalalgia. 2008;28(2):152-6. Comment in:
Cephalalgia. 2008; 28(9):999-1000; author reply 1000.
67. Katsarava Z, Holle D, Diener HC. Medication overuse headache.
Curr Neurol Neurosci Rep. 2009;9(2):115-9.
68. Zeeberg P, Olesen J, Jensen R. Discontinuation of medication
overuse in headache patients: recovery of therapeutic
responsiveness. Cephalalgia. 2006;26:1192-8. Comment in:
Cephalalgia. 2007; 27(6):568; author reply 568-9.
69. Rossi P, Jensen R, Nappi G, Allena M; COMOESTAS Consortium.
A narrative review on the management of medication overuse
headache: the steep road from experience to evidence. J
Headache Pain. 2009;10(6):407-17. Erratum in J Headache
Pain. 2010; 11(1):85.
70. Dodick DW, Turkel CC, DeGryse RE, Aurora SK, Silberstein SD,
Lipton RB, et al; PREEMPT Chronic Migraine Study Group.
Onabotulinumtoxina for treatment of chronic migraine: pooled results
from the double-blind, randomized, placebo-controlled phases of
172 Headache Medicine, v.3, n.4, p.162-172, Oct./Nov./Dec. 2012
Recebido: 01/11/2012
Aceito: 03/11/2012
the PREEMPT clinical program. Headache. 2010;50(6):921-
36. Comment in: Curr Pain Headache Rep. 2011;15(1):4-7.
Headache. 2011; 51(6):1002-3; author reply 1003-5.
71. Diener HC, Dodick DW, Aurora SK, Turkel CC, DeGryse RE,
Lipton RB, et al.; PREEMPT 2 Chronic Migraine Study Group.
OnabotulinumtoxinA for treatment of chronic migraine: results
from the double-blind, randomized, placebo-controlled phase
of the PREEMPT 2 trial. Cephalalgia. 2010;30(7):804-14.
72. Silberstein SD, Lipton RB, Dodick DW, Freitag FG, Ramadan N,
Mathew N, et al.; Topiramate Chronic Migraine Study Group.
Efficacy and safety of topiramate for the treatment of chronic
migraine: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial.
Headache. 2007;47(2):170-80. Comment in: Nat Clin Pract
Neurol. 2007;3(8):434-5.
73. Silvestrini M, Bartolini M, Coccia M, Baruffaldi R, Taffi R,
Provinciali L. Topiramate in the treatment of chronic migraine.
Cephalalgia. 2003;23(8):820-4.
74. Diener HC, Bussone G, Van Oene JC, Lahaye M, Schwalen S,
Goadsby PJ; TOPMAT-MIG-201(TOP-CHROME) Study Group.
Topiramate reduces headache days in chronic migraine: a
randomized, double-blind, placebo-controlled study. Cephalalgia.
2007;27(7): 814-23. Erratum in: Cephalalgia. 2007;27(8):962.
75. Yurekli VA, Akhan G, Kutluhan S, Uzar E, Koyuncuoglu HR,
Gultekin F. The effect of sodium valproate on chronic daily
headache and its subgroups. J Headache Pain. 2008;9(1):37-
41. Comment in: J Headache Pain. 2008; 9(1):3-4
76. Silberstein SD, Neto W, Schmitt J, Jacobs D; MIGR-001 Study
Group. Topiramate in migraine prevention: results of a large
controlled trial. Arch Neurol. 2004;61(4):490-5.
77. Brandes JL, Saper JR, Diamond M, Couch JR, Lewis DW, Schmitt
J, et al.; MIGR-002 Study Group. Topiramate for migraine
prevention: a randomized controlled trial. JAMA. 2004;291
(8):965-73. Comment in: J Pediatr. 2004;145(3):419-20.
Expert Opin Pharmacother. 2004 5(8):1837-40.
78. Silberstein SD, Hulihan J, Karim MR, Wu SC, Jordan D, Karvois
D, et al. Efficacy and tolerability of topiramate 200 mg/d in the
prevention of migraine with/without aura in adults: a randomized,
placebo-controlled, double-blind, 12-week pilot study. Clin Ther.
2006; 28(7):1002-11. Erratum in: Clin Ther. 2006;28(9):
1482.
79. Silberstein S, Lipton R, Dodick D, Freitag F, Mathew N, Brandes J,
et al. Topiramate treatment of chronic migraine: a randomized,
placebo-controlled trial of quality of life and other efficacy
measures. Headache. 2009; 49(8):1153-62.
80. Hering R, Kuritzky A. Sodium valproate in the prophylactic
treatment of migraine: a double-blind study versus placebo.
Cephalalgia. 1992;12(2):81-4. Comment in: Cephalalgia.
1992;12(2):67.
81. Silberstein SD, Collins SD. Safety of divalproex sodium in
migraine prophylaxis: an open-label, long-term study. Long-term
Safety of Depakote in Headache Prophylaxis Study Group.
Headache. 1999;39(9):633-43. Comment in: Headache.
2001;41(5):515-7.
82. Freitag FG, Collins SD, Carlson HA, Goldstein J, Saper J,
Silberstein S, et al.; Depakote ER Migraine Study Group. A
randomized trial of divalproex sodium extended-release tablets
in migraine prophylaxis. Neurology. 2002;58 (11):1652-9.
83. Rowe A, Iachinski R, Rizelio V, Sato HK, Nascimento MT, Souza
RK, et al. Hospital management of intractable headaches. The
Instituto de Neurologia de Curitiba approach. Headache
Medicine. 2011;2(4):194-9.
84.Lionetto L, Negro A, Palmisani S, Gentile G, Del Fiore MR,
Mercieri MS, et al. Emerging treatment for chronic migraine
and refractory chronic migraine. Expert Opin Emerg Drugs.
2012;17(3):393-406.
85. Aurora SK, Dodick DW, Turkel CC, et al.; PREEMPT 1 Chronic
Migraine Study Group. OnabotulinumtoxinA for treatment of
chronic migraine: results from the double-blind, randomized,
placebo-controlled phase of the PREEMPT 1 trial. Cephalalgia.
2010;30(7):793-803.
86. Diener HC. Detoxification for medication overuse headache is
not necessary. Cephalalgia. 2012;32(5):423-7.
87. Aurora S. Letter to the Editor. Cephalalgia. 2011;31(3):378-9.
88. Cutrer, FM, Mathew P, Garza I. Cutaneous allodynia as a prognostic
factor in the treatment of migraine with Botulinum toxin. [Abstract
PO-69]. Paper presented at: 52
nd
Annual Service Meeting of the
American Headache Society. 2010 Jun 24-27; Los Angeles (CA).
89. Frampton JE. OnabotulinumtoxinA (Botox®): a review of its
use in the prophylaxis of headaches in adults with chronic
migraine. Drugs. 2012;72(6):825-45.
90. Mathew NT, Jaffri SF. A double-blind comparison of ona-
botulinumtoxinA (Botox®) and topiramate (Topamax) for the
prophylactic treatment of chronic migraine: a pilot study.
Headache. 2009;49(10):1466-78. Comment in: Headache.
2009;49 (10):1401.
91. Yang CP, Chang MH, Liu PE, Li TC, Hsieh CL, Hwang KL, et al.
Acupuncture versus topiramate in chronic migraine prophylaxis: a
randomized clinical trial. Cephalalgia. 2011; 31(15):1510-21.
92. Rossi P, Di Lorenzo G, Malpezzi MG, Faroni J, Cesarino F, Di
Lorenzo C, et al. Prevalence, pattern and predictors of use of
complementary and alternative medicine (CAM) in migraine
patients attending a headache clinic in Italy. Cephalalgia.
2005;25(7):493-506.
93. Gaul C, Eismann R, Schmidt T, May A, Leinisch E, Wieser T, et al.
Use of complementary and alternative medicine in patients
suffering from primary headache disorders. Cephalalgia. 2009;
29(10):1069-78.
94. Wells RE, Bertisch SM, Buettner C, Phillips RS, McCarthy EP.
Complementary and alternative medicine use among adults
with migraines/severe headaches. Headache. 2011;51(7):
1087-97.
95. Kristoffersen ES, Grande RB, Aaseth K, Lundqvist C, Russell
MB. Management of primary chronic headache in the general
population: the Akershus study of chronic headache. J Headache
Pain. 2012;13(2):113-20.
Correspondência
Carlos Alberto BordiniCarlos Alberto Bordini
Carlos Alberto BordiniCarlos Alberto Bordini
Carlos Alberto Bordini
Faculdade de Medicina Barão de Mauá
cabord@com4.com.br
GIACOMOZZI AR, VINDAS AP, DA SILVA JUNIOR AA, BORDINI CA, BUONANOTTE CF, ROESLER CA, ET AL.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.173-180, Oct./Nov./Dec. 2012 173
PRACTICE e ICPC-2 na abordagem de pacientes
acometidos por cefaleia crônica diária
PRACTICE and ICPC-2 in the approach of patients affected by
chronic daily headache
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLE
Rafael de Tasso Almada Picardi, Ariovaldo Alberto da ilva Júnior, Ruth Borges Dias, Enio Rodrigues da Silva,
Paulo de Tasso Almada Picardi, Fidel Castro Meira, Vanessa Vilela Caires, Frederico Siqueira Araújo,
Neson Morozini Júnior, Anna Carolina Gelini, Bianca Wilke Carvalho, Bruna Sobreira Britto, Camila Catizani Alvin,
Camila Marcondes dos Santos, Carla Caroline Barreto Cunha, Carla Cassiana Souza Bueno, Francine Luiza
Seganfredo, Jane Carolina Guimarães, Larissa Figueirêdo Carvalho, Laura Campos Egídio, Luiz Paulo Nunes
Ferreira Tomaz, Marcelo Vassalo Visciani, Márcia Andrea Coutinho Mattos, Maria Rita de Souza Costa,
Mariella Perraro Martins, Patrícia Bernardes Silva, Rômulo de Carvalho Quadros Barros, Thays Marchi
Picardi RTA, Silva AA, Jr, Dias RB, Silva ER, Picardi PTA, Meira FC, Caires VV, Araújo FS, Morozini N Jr,
Gelini AC, Carvalho BW, Britto BS, Alvin CC, Santos CM, Cunha CCB, Bueno CCS, Seganfredo FL,
Guimarães JC, Carvalho LF, Egídio LC, Tomaz LPNF, Visciani MV, Mattos MAC, Costa MRS, Martins MP,
Silva PB, Barros RCQ, Marchi T. Practice e ICPC-2 na abordagem de pacientes acometidos por
cefaleia crônica diária. Headache Medicine. 2012;3(4):173-80
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Introdução:Introdução:
Introdução:Introdução:
Introdução: A CCD caracteriza-se por quinze episódios
dolorosos mensais nos últimos três meses consecutivos. Na
gênese do quadro encontram-se fatores como comorbidades
psiquiátricas, abuso de analgésicos e fragilidade sociofamiliar.
Abordar tais aspectos constitui tarefa importante na sua
condução.
Objetivos:Objetivos:
Objetivos:Objetivos:
Objetivos: Descrever a utilização do PRACTICE
e ICPC-2 na abordagem da CCD. Avaliar quantitativamente
o resultado da codificação pelo ICPC-2.
Metodologia:Metodologia:
Metodologia:Metodologia:
Metodologia:
Pacientes consecutivos apresentando CCD foram entrevistados
utilizando o PRACTICE. A ferramenta compõe-se de sete
domínios que exploram a dinâmica familiar no enfrentamento
do problema. As informações foram codificadas pela ICPC-
2, que permite a classificação das queixas da maneira
enunciada, utilizando um sistema biaxial compreendendo
sistemas orgânicos, psicológicos e sociais no primeiro eixo e
as características do relato no segundo.
Resultados:Resultados:
Resultados:Resultados:
Resultados: Foram
abordados 14 pacientes, 86% mulheres e média de idade
42,7 anos. O diagnóstico mais frequente foi cefaleia por abuso
de medicação, abrangendo 86% dos casos, com período de
evolução médio da doença de 18,7 anos, e frequência
semanal média de episódios dolorosos de 5,2 dias. Os códigos
ICPC mais relevantes foram P01 (57,1%); P03 (57,1%); P18
(85,7%); Z10 (50%); Z20 (85,7%).
Conclusões:Conclusões:
Conclusões:Conclusões:
Conclusões: A amostra
apresentou características compatíveis com a literatura. A
codificação pela ICPC-2 indicou fatores reconhecidamente
envolvidos na manutenção do quadro. O presente estudo é
o primeiro utilizando as ferramentas PRACTICE e ICPC-2 na
CCD e nas cefaleias em geral. A codificação dos dados
qualitativos obtidos pelo PRACTICE através da ICPC-2,
possibilitando a análise quantitativa dos relatos, não foi
utilizada em outros trabalhos pelo conhecimento dos autores
até o momento.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Cefaleia; Cefaleia crônica diária;
Questionários; Atenção primária à saúde
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Chronic daily headache (CDH) is characterized by 15 days
with headache per month in the last three months. In its genesis,
factors such as psychiatric comorbidities and painkillers abuse
can be listed. It is important to address these factors.
Objectives:Objectives:
Objectives:Objectives:
Objectives: To describe the use of PRACTICE and ICPC-2
in CDH and quantitatively evaluate the result of ICPC-2 coding.
Methodology:Methodology:
Methodology:Methodology:
Methodology: Consecutive CDH patients were interviewed
using PRACTICE. Seven domains, exploring the family dynamic
facing the problem, compose this tool. The information
obtained was coded using ICPC-2, which allows to classify
the complaints in the manner they were spoken, using a biaxial
system in which the organic, psychological and social systems
are in the first axis and the account characteristics of are in
the second one.
Results:Results:
Results:Results:
Results: 14 patients were approached (86%
174 Headache Medicine, v.3, n.4, p.173-180, Oct./Nov./Dec. 2012
PICARDI RT, SILVA JR AA, DIAS RB, SILVA ER, PICARDI PT, MEIRA FC, ET AL.
rios.
(16)
A migrânea crônica, previamente conhecida por
migrânea transformada na literatura,
(1,2,3)
constitui a mais
prevalente causa de CCD, atingindo cerca de 75% desses
pacientes.
(17)
A cefaleia do tipo tensional atinge 8% de
prevalência na CCD,
(16)
e o abuso de medicação, que
pode ocorrer em todos os tipos de CCD, pode chegar a
80% dos pacientes.
(3,17)
Abuso de medicamentos sinto-
máticos caracteriza dificuldade no diagnóstico diferencial
e tratamento da CCD, uma vez que se relaciona com a
perda das características clínicas clássicas das cefaleias,
(18)
não permitindo o diagnóstico diferencial antes de dois
meses após sua interrupção,
(19)
e também com a perda
em efetividade do tratamento profilático e aumento da
taxa de refratariedade.
(20)
O abuso de medicação anal-
gésica é independentemente associada à piora nos esco-
res de qualidade de vida (QV) dos pacientes.
(21)
A preva-
lência de comorbidades psiquiátricas em pacientes aco-
metidos por CCD e abusadores pode chegar a 87,5%.
(22)
De fato, ainda não se conhece o mecanismo exato pelo
qual a cefaleia se cronifica, mas a inter-relação com o
uso abusivo de analgésicos e as comorbidades psiquiá-
tricas vem sendo bem estabelecida, conforme tem mos-
trado diversos estudos realizados tanto em centros de
atendimento especializado quanto na própria comuni-
dade.
(23,24)
O elevado impacto da CCD na QV é bem docu-
mentado tanto através de estudos com questionários
gerais de QV quanto em questionários específicos para
QV em cefaliatria.
(25)
A presença de estresse atinge até
90% dos pacientes com CCD, sendo que pacientes nessa
situação pontuam significativamente menos nos questio-
nários de QV, sugerindo que estresse e baixa qualidade
de vida estão relacionados tanto ao desenvolvimento
quanto à manutenção da CCD.
(26)
O tratamento da CCD deve ser individualizado e
integral, baseando-se em medidas farmacológicas e não
farmacológicas,
(27)
compreendendo medidas gerais com-
portamentais, como mudança no estilo de vida, atividade
física aeróbica regular e aprendizado da adaptação aos
estressores, e medidas farmacológicas para analgesia e
profilaxia. No caso da CAM, é imperativo o abandono
do abuso de analgésicos para o sucesso do tratamento,
interrupção dificultada pela frequência de sintomas de
abstinência, que podem ocorrem em até 98% dos
casos,
(27)
e pela ocorrência de piora clínica da cefaleia
durante um período de 03 a 06 meses após a cessação
do abuso,
(28)
o que dificulta a aderência do paciente.
Porém cerca de 29,7% dos pacientes não retornam a um
padrão episódico de dor, causa frequente de reincidência
women, average age 42,7 years old). The most frequent
diagnosis was migraine associated to medication overuse
(86%), with an illness average duration of 18,7 years, and
weekly average frequency of painful episodes of 5,2 days.
Conclusions:Conclusions:
Conclusions:Conclusions:
Conclusions: The sample characteristics were in accordance
to what is found in the literature. Coding by ICPC-2 indicated
known factors involved in clinical presentation maintenance.
The present paper is the first using the PRACTICE tools and
ICPC-2 in the approach of CDH and migraine. The authors
are not aware of any previous paper describing the qualitative
data coding obtained by PRATICE through ICPC-2.
Keywords: Keywords:
Keywords: Keywords:
Keywords: Headache; Chronic daily headache;
Questionnaires; Primary health care
INTRODUÇÃO
A Cefaleia Crônica Diária (CCD) constitui síndrome
caracterizada pela presença de cefaleia em pelo menos
15 dias por mês num período mínimo de três meses.
(1)
Trata-se de uma síndrome e não de um diagnóstico etioló-
gico,
(2)
mas o termo CCD é usado de forma corrente nos
centros especializados em cefaleia, tendo em vista que é
muito comum a demanda por atendimento de pacientes
que sofriam de cefaleias episódicas e que com o tempo
passaram a apresentá-la de forma diária ou quase
diária.
(3)
O conceito de CCD foi proposto por Silberstein
et al.
(4)
e abriga cefaleias primárias (as não relacionadas
a alterações estruturais ou funcionais) e secundárias (as
em que uma causa básica pode ser identificada), uma
vez que o conceito expressa temporalidade e não etio-
patogenia.
(2)
As principais afecções que evoluem clinica-
mente como CCD e são nosologicamente contempladas
pela International Classification of Headache Disorders
(ICHD-II)(5) são a migrânea crônica (MC; CID-10
G43.3), a cefaleia do tipo tensional crônica (CTTC;
G44.2) e a cefaleia por abuso de medicação (CAM;
G44.41).
(1,2,5,6)
Diversos estudos populacionais estimaram a preva-
lência de CCD em cerca de 3% a 5% da população
mundial em geral,
(7-10)
dados corroborados em estudos
conduzidos no Brasil.
(11-14)
Tal prevalência gera impacto
significativo em termos econômicos e de saúde pública.
Estima-se que 9% das consultas em atenção primária
(14)
e quase 30% das consultas a neurologistas
(15)
resultem
de queixa principal de cefaleia, enquanto a CCD é res-
ponsável por 80% ou mais de todos os pacientes aten-
didos em serviços especializados em cefaleia
(3)
e por até
70% dos atendimentos por cefaleias em centros terciá-
Headache Medicine, v.3, n.4, p.173-180, Oct./Nov./Dec. 2012 175
no abuso e falha terapêutica.
(29)
O prognóstico da CCD
ainda é motivo de controvérsia, mas sabe-se que longos
períodos de abuso de medicações analgésicas relacio-
nam-se a piores prognósticos.
(27)
Processos psíquicos, sociais e familiares estão envol-
vidos na transformação e manutenção do quadro e não
podem ser negligenciados.
(2)
São comuns na prática
clínica os relatos de pacientes envolverem questões psicos-
sociais e sociofamiliares, seja identificando gatilhos para
as crises, justificando o abuso medicamentoso ou eviden-
ciando impacto da dor nos sistemas sociofamiliares que
muitas vezes retroalimenta e favorece a cronificação,
aspectos reconhecidos por profissionais da área como
desafiadores na sua abordagem, mas pouco estudados
em pesquisas quantitativas e qualitativas adequadas. O
núcleo familiar cada vez mais é valorizado e privilegiado
como foco das políticas sociais no Brasil,
(30)
haja vista a
existência de programas de destaque mundial como Bolsa
Família e a Estratégia de Saúde da Família (ESF), trans-
formando-se na unidade básica de atenção social e à
saúde.
(31)
Tal fato reflete-se bem no manejo de doenças
crônicas de alta prevalência como hipertensão arterial
sistêmica (HAS) e diabetes mellitus no âmbito da ESF,
onde diversas ferramentas específicas de abordagem
familiar são comumente utilizadas com bons resultados,
sendo consideradas um acréscimo ao tratamento conven-
cional.
(32)
O manejo da CCD, no entanto, encontra-se
ainda distante dessa realidade. Pode-se dizer que as
cefaleias como um todo carecem da valorização na
saúde pública que seu impacto econômico e social bem
documentado deveria garantir.
Buscando suprir essa lacuna, ampliar o cuidado,
melhorar a escuta aos pacientes e captar as nuances
sociais e familiares ao mesmo tempo em que se produzam
dados científicos quantitativos, comparáveis e consis-
tentes, o presente estudo buscou ferramentas da medicina
de família e comunidade capazes de auxiliar essa tarefa.
FERRAMENTA PRACTICE
O acróstico PRACTICE (Presenting problem; Roles and
structure; Affect; Communication; Time in life cycle; Illness
in family; Coping with stress; Ecology) consiste num
instrumento de entrevista semiestruturada utilizado para
o entendimento da dinâmica familiar no enfrentamento
de problemas. Pode ser utilizado para organizar infor-
mações adquiridas da família em intervenções individuais
ou grupais, sempre de forma objetiva e focada no pro-
blema em questão. Serve como guia na investigação do
problema e pode-se realizá-lo mais como conversa que
como entrevista, sem seguir rigidamente sua ordem, mas
em geral inicia-se a aplicação do instrumento definindo-
se o problema apresentado, no caso, a cefaleia crônica
diária de um dos membros. Esse primeiro momento
pouco difere da queixa principal de uma avaliação
formal.
No segundo passo, Roles and structure, identificam-
se as regras e estrutura familiar, ou seja, explicita-se o
papel de cada membro do agrupamento familiar no
sistema e propõe-se a reflexão acerca das mudanças de
papéis ocorridas durante as crises de cefaleia ou ao
longo do período de cronificação da doença. Exemplos
de estruturas familiares possíveis são a família nuclear,
formada por familiares consanguíneos do paciente em
foco, possuindo geralmente um núcleo de casal com seus
filhos; as famílias monoparentais, formadas por um dos
pais biológicos e um ou mais filhos; a família reconstituída,
composta por membros de uma família que sofreu uma
ruptura e passou a exibir uma nova configuração.
Affect investiga o afeto entre os membros da família
diante do problema apresentado, os sentimentos de cada
membro, identificando pontos de apoio emocional tanto
quanto de tensão. A seguir busca-se compreender o
padrão de comunicação familiar, tanto verbal quanto
não verbal, em Communication. A definição do momento
no ciclo de vida da família ocorre através da observação
do entrevistador, ou seja, sem a necessidade de exterio-
rizar a questão, e auxilia a identificar as tensões mais
comumente apresentadas ao longo de cada uma das
fases evolutivas do grupamento familiar. Exemplos de
Time in life cycle possíveis são as famílias recém-cons-
tituídas, as famílias com filhos adolescentes e as famílias
chamadas de “ninho vazio”, onde o processo de desliga-
mento dos filhos adultos é iminente ou recente. Em Illness
in family investigam-se também outras doenças impor-
tantes na dinâmica familiar, presentes e passadas. A
penúltima etapa explora as estratégias de enfrentamento
de situações estressoras dos indivíduos. Há indivíduos,
por exemplo, que assumem posturas proativas diante dos
problemas, enquanto outros desestabilizam-se ou depri-
mem, sem direcionar seus esforços para a solução do
problema.
Por fim, em Ecology produz-se o genograma/eco-
mapa que permite ampliar e visualizar graficamente as
relações familiares, entre as diversas gerações (sugere-
se que o genograma estude no mínimo três gerações da
família) e a rede de apoio social, econômico e cultural,
bem como identificar situações de fragilidade social. A
PRACTICE E ICPC-2 NA ABORDAGEM DE PACIENTES ACOMETIDOS POR CEFALEIA CRÔNICA DIÁRIA
176 Headache Medicine, v.3, n.4, p.173-180, Oct./Nov./Dec. 2012
ferramenta utiliza símbolos padronizados para construir
a representação gráfica da dinâmica familiar capturada
nos itens anteriores, auxiliando a família a perceber
fragilidades na relação entre seus membros e com a
comunidade e demonstrando o impacto de eventos
ocorridos com um dos membros sobre os demais. Por
resgatar essas informações, o genograma/ecomapa
pode ensejar oportunidade de reflexões acerca do
problema; facilitar o planejamento de intervenções;
enfatizar barreiras e padrões de comunicação e explorar
aspectos emocionais. Mais que uma ferramenta de coleta
de dados, é parte do processo terapêutico.
(31)
O Anexo
01 apresenta o PRACTICE de um sujeito da pesquisa
plenamente preenchido. Tal abordagem é comumente
utilizada na atenção primária brasileira e na ESF.
FERRAMENTA ICPC-2
Ao longo das décadas de 60 e 70 diversos pesqui-
sadores buscaram desenvolver uma classificação que
atendesse às necessidades da atenção primária, onde
grande parte das vezes o médico lida com problemas e
não com diagnósticos. Após a conferência de Alma Ata
em 1978 esses esforços foram potencializados pelo
interesse da Organização Mundial de Saúde (OMS), um
processo que culminou em 1987 com a publicação da
International Classification of Primary Care (ICPC). Uma
revisão em 1998 possibilitou a comparabilidade de seus
códigos com a Classificação Internacional de Doenças
(CID-10).
(33)
A International Classification of Primary Care,
2
nd
edition (ICPC-2)
(34)
consiste nessa revisão da ICPC e
atua de maneira complementar à CID-10 nos serviços
de atenção primária à saúde.
(35)
Sua estrutura permite a
classificação das queixas do paciente da maneira como
são enunciadas, através de um sistema biaxial que com-
preende os sistemas orgânicos, psicológicos e sociais no
primeiro eixo enquanto o segundo eixo contempla as
características do relato.
(35)
O primeiro eixo é sempre com-
posto por uma letra e o segundo sempre por um número.
A ICPC-2 é composta por dezessete capítulos que podem
corresponder ao primeiro eixo do código, a saber, geral
e inespecífico (A); sangue, órgãos hematopoiéticos e linfá-
ticos (B); digestivo (D); olho (F); ouvido (H); circulatório
(K); musculoesquelético (L); neurológico (N); psicológico
(P); respiratório (R); pele (P); endocrinometabólico e
nutricional (T); urológico (U); gravidez e planejamento
familiar (W); aparelho genital feminino (X); aparelho
genital masculino (Y) e problemas sociais (Z). Estudos
nacionais demonstram a confiabilidade interobservador
desse instrumento, sugerindo um bom desempenho do
mesmo na codificação dos dados de inquéritos de saúde
compostos de questões abertas.
(35)
O presente artigo tem como objetivo descrever a
utilização da codificação do PRACTICE através do ICPC-
2 na abordagem da CCD num ambulatório de refe-
rência secundária em neurologia.
MÉTODOS
Trata-se de estudo transversal realizado em centro
de atendimento secundário em neurologia.
O CEASC da Unifenas-BH constitui a referência para
atendimento neurológico das Unidades Básicas de Saúde
(UBSs) da Região Norte de Belo Horizonte. A cidade de
Belo Horizonte, com população de aproximadamente
2,4 milhões de habitantes em 2010, localiza-se no sudeste
brasileiro e está dividida em nove regiões administrativas,
cabendo à Regional Norte a responsabilidade por cerca
de 200 mil habitantes, dos quais 11 mil famílias são
beneficiários do Programa Bolsa Família, que repassa
recursos a famílias com renda per capita de até
R$140,00.
(36)
A Regional Norte conta com 19 UBSs
responsáveis pela atenção primária à saúde da
população que referenciam casos de maior comple-
xidade e que demandam atendimento especializado ao
Centro de Especialidades Médicas Norte (CEM-Norte),
que através de parceria com a Unifenas-BH funciona
nas dependências do CEASC. O CEASC constitui unidade
de ensino, contando com a participação de acadêmicos
de medicina, enfermagem e nutrição, entre outros, no
atendimento à população e aliando rigor acadêmico e
científico aos princípios da humanização no atendimento
à saúde presentes no Sistema Único de Saúde (SUS) do
Brasil. Dados de estudo conduzido nessa unidade infor-
mam que a demanda por atendimento no ambulatório
de neurologia por queixas principais de cefaleia é de
30,7%,
(37)
dificultando por limitações de tempo e número
de profissionais a abordagem e intervenção nos aspectos
psicossociais dos pacientes acometidos por CCD, em
suma, o atendimento integral a esses pacientes.
Os participantes foram selecionados por médicos
neurologistas no ambulatório de neurologia do Centro
de Ensino e Atenção à Saúde da Comunidade Edson
Antônio Vellano (CEASC) durante as consultas neuro-
lógicas. Ao longo do primeiro semestre de 2010, 14 paci-
entes consecutivos diagnosticados por neurologistas
através do ICHD-II (International Classification of
Headache Disorders – 2
nd
Edition)
(5)
e apresentando CCD
PICARDI RT, SILVA JR AA, DIAS RB, SILVA ER, PICARDI PT, MEIRA FC, ET AL.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.173-180, Oct./Nov./Dec. 2012 177
foram entrevistados por acadêmicos de medicina utili-
zando a ferramenta PRACTICE.
Os pacientes foram convidados à participação na
pesquisa através da assinatura de Termo de Consen-
timento Livre e Esclarecido (TCLE) previamente aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unifenas. As
informações colhidas foram então codificadas utilizando-
se o ICPC-2.
Os resultados foram utilizados na discussão dos casos
e na elaboração de estratégias de intervenção. O projeto
foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Unifenas.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 14 pacientes, 86% do
sexo feminino. Quanto à idade, a amostra apresentou
média de 42,71 anos, com mediana 38 e DP 12,06. A
escolaridade, avaliada em anos frequentados sem levar
em consideração o nível do ensino, apresentou média
de 10,21 anos, mediana 11 e DP 3,78.
Quanto às características cefaliátricas da amostra,
encontramos 86% de cefaleia por uso excessivo de
medicação sintomática, 7% de migrânea crônica com
aura e 7% de migrânea crônica sem aura. Em média os
pacientes relataram um período de evolução diária ou
quase diária da doença de 18,71 anos, com mediana
12,5 e DP 18,68. A frequência semanal de episódios
dolorosos foi de 5,21 dias por semana em média, com
mediana de 6 e DP 2,04.
A codificação do PRACTICE pelo ICPC-2 encontrou
no domínio Presenting problem relatos mais frequente-
mente pertencentes ao capítulo psicológico do ICPC-2,
como P01 (sensação de ansiedade/nervosismo/tensão)
em 57,1% dos casos; P03 (sensação de depressão) em
57,1%; P04 (sentir/comportar de forma irritável/zangada)
em 35,7%; P06 (perturbação de sono) 14,3%; P18
(abuso de medicação) em 85,7% dos casos.
Os domínios Roles and structure; Affect;
Communication e Ecology foram agrupados por abor-
darem aspectos sociofamiliares. Encontramos nesses
domínios uma queixa psicológica frequente, P04 em
21,4%. As demais queixas pertencem ao domínio social
do ICPC-2, como Z01 (pobreza/problemas econômicos)
em 35,7% dos casos; Z03 (problemas de habitação/
vizinhança) 35,7%; Z05 (problemas com condições de
trabalho) 14,3%; Z06 (problema de desemprego)
14,3%; Z10 (problema relacionado ao sistema de
saúde) 50%; Z11 (problema relacionado a estar doente)
14,3%; Z12 (problema relacional com parceiro) 42,8%;
Z20 (problema relacional com familiares) 85,7%; Z23
(perda/falecimento familiar) 28,6%; Z25 (ato ou
acontecimento violento) 21,4%; Z24 (problema
relacional com amigos) 21,4%. O domínio Time in life
cycle não foi codificado pelo ICPC-2. O domínio Illness
in family encontrou relato de história familiar de N01
(cefaleia) em 50% dos casos.
A Figura 1 representa um exemplo de elaboração
de PRACTICE e posterior codificação pelo ICPC-2
coletado na pesquisa.
DISCUSSÃO
A principal limitação do estudo relaciona-se à
exiguidade da amostra, apesar de termos encontrado
resultados condizentes com a literatura de cefaleias. O
achado de 86% da amostra pertencer ao sexo feminino
encontra eco no estudo de Radat e cols.(38), em que as
mulheres representavam 88,2% da população estudada
em centro terciário. Na série clássica de Mathew e cols.
(3)
a média de idade nos pacientes com migrânea trans-
formada foi 41±12 anos e a duração da migrânea
episódica até a transformação foi de 16±11 anos. Os
participantes do presente estudo apresentaram idade
média de 42,71 anos, com mediana 38 e DP 12,06 e
relataram um período de evolução diária ou quase diária
da doença de 18,71 anos, com mediana 12,5 e DP
18,68.
Quanto às características cefaliátricas da amostra,
o diagnóstico de CUEM em 86% é bem próximo da
série de Mathew et al. que encontrou prevalência de abuso
de medicações analgésicas em 87,2% dos casos.
(3)
O
abuso, quando presente, é a maior causa de cronificação
da dor
(4)
e relaciona-se à fisiopatologia da transfor-
mação da migrânea episódica em migrânea crônica
possivelmente devido à diminuição do limiar de dor nos
pacientes abusadores e ao prejudicar o efeito protetor
das medicações profiláticas.
(20)
Os pacientes abusadores
também apresentam maior prevalência de comorbidades
psiquiátricas.
(22)
A ferramenta PRACTICE, ao ampliar o foco do relato
para o espectro sociofamiliar, propicia ao paciente e ao
médico a reflexão acerca de fatores relacionados à
cronificação da cefaleia pouco abordados em consultas
formais. A Figura 1 mostra um exemplo de preenchimento
do PRACTICE e também um caso típico do esquema de
cronificação da cefaleia após eventos estressores e seu
impacto na dinâmica familiar da paciente.
PRACTICE E ICPC-2 NA ABORDAGEM DE PACIENTES ACOMETIDOS POR CEFALEIA CRÔNICA DIÁRIA
178 Headache Medicine, v.3, n.4, p.173-180, Oct./Nov./Dec. 2012
PICARDI RT, SILVA JR AA, DIAS RB, SILVA ER, PICARDI PT, MEIRA FC, ET AL.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.173-180, Oct./Nov./Dec. 2012 179
A codificação através do ICPC-2 encontrou alta
prevalência de queixas reconhecidas por favorecer a
cronificação. Os dados da codificação não são plena-
mente comparáveis com a literatura, onde os trabalhos
buscam diagnósticos e não queixas, mas propiciam várias
reflexões interessantes. Estudos encontraram transtornos
ansiosos em 30% em pacientes migranosos
(39)
e 57,1%
em pacientes com CCD,
(22)
enquanto outros encontraram
RR de 5,3 para transtorno de ansiedade generalizada,
(40)
enquanto a queixa P01 (sensação de ansiedade/
nervosismo/tensão) foi encontrada em 57,1% da amostra.
A prevalência de transtornos depressivos na CCD pode
chegar a 45,7%;
(22)
encontramos o código P03 (sensação
de depressão) em 57,1% dos casos. Micieli et al.
relacionaram a transformação da migrânea episódica
em crônica com distúrbios do sono em 19% dos casos;
(41)
P06 (perturbação de sono) foi queixa em 14,3% da
amostra. Esses dados sugerem que seria interessante
estudar o valor preditivo positivo das queixas psiquiátricas
utilizando o ICPC-2.
Nos domínios PRACTICE relacionados a aspectos
sócio-familiares, pode-se identificar códigos ICPC como
Z20 (problema relacional com familiares) em 85,7% dos
casos e Z05 (problemas com condições de trabalho) em
14,3%, enquanto Sandrini et al. encontraram situações
de estresse familiar em 21,3% e situações de estresse no
trabalho em 16%, sugerindo que o ICPC-2 possa ser
mais sensível na identificação de atritos familiares. A lite-
ratura aponta que fatores existenciais traumáticos podem
estar relacionados à cronificação na CCD em 11,9%
dos casos;
(41)
segundo nossa amostra o ambiente socio-
familiar em 21,4% dos pacientes se relaciona a Z25 (ato
ou acontecimento violento).
O código Z10 (problema relacionado ao sistema
de saúde) foi identificado em 50% dos casos. O fato
levanta a problemática da elevada demanda desses
pacientes aos serviços de saúde, fato muito comentado
pelos profissionais e que carece de dados objetivos. O
código Z03 (problema relacionado a habitação/vizi-
nhança) encontrado em 35,7% dos casos pode ser
explicado pela condição comum na região estudada de
erigirem-se várias residências no mesmo lote, levando à
convivência com extensos grupamentos familiares.
CONCLUSÃO
A amostra apresentou características compatíveis com
a literatura. A codificação do ICPC-2 indicou fatores
reconhecidamente envolvidos na manutenção do quadro.
O presente estudo é o primeiro utilizando as ferramentas
PRACTICE e ICPC-2 na CCD e nas cefaleias em geral e
a codificação dos dados qualitativos obtidos pelo
PRACTICE através da ICPC-2, possibilitando a análise
quantitativa dos relatos, não foi utilizada em outros
trabalhos pelo que temos conhecimento até o momento.
Os autores não encontraram trabalhos semelhantes na
literatura nacional e internacional. Sua relevância clínica
relaciona-se à possibilidade de ampliar o acolhimento e
cuidado ao paciente através de ferramentas capazes de
perceber o indivíduo como parte de um sistema biopsi-
cossocial. A produção de dados quantitativos acerca de
fenômenos sociofamiliares nessa população possibilita
a materialização objetiva de percepções clínicas pra-
ticamente consensuais entre os cefaliatras que encontram
pouco espaço em pesquisas científicas em parte devido
a pouca familiaridade da maioria dos pesquisadores
da área com pesquisas qualitativas. Sua relevância na
saúde pública se dá através do desbravamento da
utilização na CCD de instrumentos já amplamente
utilizados para outras doenças crônicas no âmbito da
ESF. Isso representa uma movimentação que pode com
o tempo contribuir para corrigir a pouca atenção dada
à CCD na ESF a despeito de sua elevada incidência na
população em geral e do bem documentado impacto
econômico e na qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
1. Silberstein SD. Chronic daily headache. J Am Osteopath Assoc.
2005;105(Suppl 2):23S-29.
2. Jevoux CC, Moreira Filho PF, Souza JA. Cefaléia crônica diária
primária: características clínicas. Arq Neuropsiquiatr. 1998;
56(1):64-8.
3. Mathew NT, Reuveni U, Perez F. Transformed or evolutive migraine.
Headache. 1987;27(2):102-6. Comment in: Headache. 2008;
48(5):728; discussion 729.
4. Silberstein SD, Lipton RB, Solomon S, Mathew NT. Classification
of daily and near-daily headaches: proposed revisions to the
IHS criteria. Headache 1994;34(1):1-7.
5. Society. HCSotIH. The International Classification of Headache
Disorders. 2nd Edition. Cephalalgia. 2004 24(Suppl 1):1-
149.
6. Bigal ME, Tepper SJ, Sheftell FD, Rapoport AM, Lipton RB. Chronic
daily headache: correlation between the 2004 and the 1988
International Headache Society diagnostic criteria. Headache.
2004;44(7):684-91.
7. Rasmussen BK, Jensen R, Schroll M, Olesen J. Epidemiology of
headache in a general population – a prevalence study. J Clin
Epidemiol. 1991;44(11):1147-57.
8. Rasmussen BK. Epidemiology of headache. Cephalalgia. 1995;
15(1):45-68.
PRACTICE E ICPC-2 NA ABORDAGEM DE PACIENTES ACOMETIDOS POR CEFALEIA CRÔNICA DIÁRIA
180 Headache Medicine, v.3, n.4, p.173-180, Oct./Nov./Dec. 2012
Correspondência
RR
RR
R
afael de Tafael de T
afael de Tafael de T
afael de T
asso Almada Passo Almada P
asso Almada Passo Almada P
asso Almada P
icardiicardi
icardiicardi
icardi
Rua Flórida, 40, Apt 01 – Carmo
30310710 – Belo Horizonte, MG
Recebido: 07/12/2012
Aceito: 20/12/2012
9. Sandrini G, Manzoni GC, Zanferrari C, Nappi G. An
epidemiological approach to the nosography of chronic daily
headache. Cephalalgia. 1993;13(Suppl. 12):72-7.
10. Evers S, Suhr B, Bauer B, Grotemeyer KH, Hussted IW. A
retrospective long-term analysis of the epidemiology and features
of drug-induced headaches. J Neurol. 1999;246(9): 802-9.
11. Silva AA, Jr, Krymchantowski AV, Moreira Filho PF, Vasconcelos
LPB, Gomez RS, Teixeira AL. Prevalence of headache in the entire
population of a small city in Brazil. Headache. 2009;49(6):895-9.
12. Queiroz LP, Barea LM, Blank N. An epidemiological study of headache
in Florianopolis, Brazil. Cephalalgia. 2006;26 (2):122-7.
13. Queiroz LP, Peres MF, Kowacs F, Piovesan EJ, Ciciarelli MC,
Souza JA, et al. Chronic daily headache in Brazil: a nationwide
population-based study. Cephalalgia. 2008;28(12):1264-9.
14. Bigal ME, Bordini CA, Speciali JG. Etiology and distribution of
headaches in two Brazilian primary care units. Headache. 2000;
40(3):241-7.
15. Ferri-de-Barros JE, Nitrini R. Que pacientes atende um neurolo-
gista? Alicerce de um currículo em neurologia. Arq Neuropsiquiatr.
1996;54:637-44.
16. Krymchantowski AV. Primary headache diagnosis among
chronic daily headache patients. Arq Neuropsiquiatr. 2003;
61(2-B):364-7.
17. Mathew NT, Stubits E, Nigam MP. Transformation of episodic
migraine into daily headache: analysis of factors. Headache.
1982;22(2):66-8.
18. Diener HC, Limmroth V. Medication overuse headache: a world
wide problem. Lancet Neurol. 2004;3(8):475-83.
19. Krymchantowski AV, Barbosa JSS, Lorenzatto W, Cheim C,
Adriano M. Características clínicas da migrânea transformada.
Arq Neuropsiquiatr. 1999;57(4):990-3.
20. Weiller C, May A, Limmroth V, Jüptner M, Kaube H, Schayck RV,
et al. Brain stem activation in spontaneous human migraine
attacks. Nat Med. 1995; 1(7):658-60.
21. Lipton RB, Hamelsky SW, Kolodner KB, Steiner TJ, Stewart WF.
Migraine, quality of life and depression. A population- based
case control study. Neurology 2000;55(5):629-35.
22. Costa EAC. Comorbidades psiquiátricas na migrânea com e sem
abuso de medicações analgésicas [dissertação]. Belo Horizonte:
Universidade Federal de Minas Gerais; 2007.
23. Silva AA, Jr, Faleiros BE, Santos TM, Gómez RS, Teixeira AL.
Relative frequency of headache types: a longitudinal study in the
tertiary care. Arq Neuropsiquiatr. 2010;68(6):878-81.
24. Silva AA, Jr, Costa EAC, Gomes JB, Leite FM, Gomez RS,
Vasconcelos LP, et al. Chronic headache and comorbibities: a
two-phase, population-based, crosssectional study. Headache.
2010; 50(8):1306-12.
25. Zukerman E, Guendler VZ, Mercante JPP, Peres MFP. Cefaléia e
qualidade de vida. Einstein. 2004;2(Supl 1):73-5.
26. Galego JCB, Moraes AM, Cordeiro JA, Tognola WA. Chronic
daily headache: stress and impact on the quality of life. Arq
Neuropsiquiatr. 2007;65(4-B):1126-9.
27. Volcy-Gómez M. Cefalea crónica diaria: II. Tratamiento. Rev
Neurol. 2005;40(3):180-7.
28. Oliveira MF, Speciali JG. Cefaléia crônica diária: conceitos e
tratamentos. Medicina, Ribeirão Preto. 2002;35:455-63.
29. Bigal M, Rapoport A, Sheftell F, Tepper S, Lipton R. Transformed
migraine and medication overuse in a tertiary headache center-
clinical characteristics and treatment outcomes. Cephalalgia.
2004; 24(6):483-90.
30. Itaboraí NR. A proteção social da família brasileira
contemporânea: reflexões sobre a dimensão simbólica das
políticas públicas. [site da Internet] 2005 [acessado em 2011
ago 19]:18. Disponível em: http://www.abep. nepo.unicamp.br/
docs/anais/outros/FamPolPublicas/NathalieItaborai.pdf
31. Moimaz SAS, Fadel CB, Yarid SD, Diniz DG. Family Health: the
challenge of a collective attention. Cien Saude Colet. 2011;16
Suppl 1:965-72. [Article in Portuguese].
32. Zanetti ML, Biagg MV, Santos MA, Peres DS, Teixeira CRS. O
cuidado à pessoa diabética e as repercussões na família. Rev
Bras Enferm. 2008;61(2):186-92.
33. Gusso GDF. Diagnóstico de demanda em Florianópolis utilizando
a Classificação Internacional de Atenção Primária: 2a edição
(CIAP-2) [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2009.
34. Comissão de Classificações da Organização Mundial de Ordens
Nacionais, Academias e Associações Acadêmicas de Clínicos Gerais/
Médicos de Família (WONCA). Classificação internacional de
cuidados primários. 2a ed. Oxford: Oxford University Press;1999.
35. Sampaio MMA, Coeli CM, Miranda NN, Faerstein E, Werneck
GL, Chor D, et al. Confiabilidade interobservador da classifi-
cação internacional de cuidados primários. Rev Saúde Pública.
2008;42(3):536-41.
36. Prefeitura Municipal de Belo Horizonte [homepage]. Belo Hori-
zonte, MG: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte; c2009
[atualizado em 2011; acessado em 19 de out. de 2011]. [4
telas]. Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/
comunidade.do?app=regionalnorte
37. Rodrigues JM, Caires VV, Fontoura KBC, Silva TCS, Goulart SF,
Teixeira AL, et al. Prevalence of headaches in individuals refered
from the primary to the secondary care. Headache Medicine.
No prelo 2011.
38. Radat F, Sakh D, Lutz G, El Amrani M, Ferreri M, Bousser MG.
Psychiatric comorbidity is related to headache induced by chronic
substance use in migraineurs. Headache. 1999; 39(7):477 -80.
39. Breslau N, Davis GC, Andreski P. Migraine, psychiatric disorders,
and suicide attempts: an epidemiologic study of young adults.
Psychiatry Res. 1991; 37(1):11-23.
40. Merikangas KR, Angst J, Isler H. Migraine and psychopathology.
Results of the Zurich cohort study of young adults. Arch Gen
Psychiatry. 1990;47(9): 849-53.
41. Micieli G, Piazza D, Sinforiani E, Cavallini A, Trucco M, Gabellini
S, et al. Antimigraine drugs in the management of daily chronic
headaches: clinical profiles of responsive patients. Cephalalgia
1985;5(Suppl 2): 219-24.
PICARDI RT, SILVA JR AA, DIAS RB, SILVA ER, PICARDI PT, MEIRA FC, ET AL.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.181-187, Oct./Nov./Dec. 2012 181
Revisão dos principais fatores de risco para
cronificação da enxaqueca
Review of major risk factors for chronic migraine
VIEW AND REVIEWVIEW AND REVIEW
VIEW AND REVIEWVIEW AND REVIEW
VIEW AND REVIEW
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
A enxaqueca é uma doença crônica com manifestações
episódicas que pode progredir num determinado grupo de
pacientes para uma forma mais frequente (15 ou mais dias
ao mês) e incapacitante. Esse processo ocorre com uma taxa
de cerca de 3% ao ano e denominamos de enxaqueca crônica.
Os fatores de risco que levam a este processo de transformação
de uma enxaqueca episódica em crônica é um assunto
importante no tratamento destes doentes. Nós realizamos uma
revisão sistemática através da United States National Library
of Medicine (PUBMED) usando os termos "chronic migraine"
e selecionamos dentre aqueles que eram pertinentes ao estudo
dos fatores de risco para ocorrência da enxaqueca crônica.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chavechave
chavechave
chave: Enxaqueca crônica; Fatores de risco
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Migraine is a chronic disease with episodic manifestations
that can progress in a particular group of patients to a more
frequent (15 or more days per month) and disabling form.
This process occurs at a rate of about 3% per year and is
called chronic migraine.The risk factors that lead to this process
of transformation of episodic migraine into a chronic illness is
an important issue in such patients. We performed a systematic
review by the United States National Library of Medicine
(PUBMED) using the terms "chronic migraine" and selected
from among those that were pertinent to the study of risk factors
for the occurrence of chronic migraine.
Keywords:Keywords:
Keywords:Keywords:
Keywords: Chronic migraine; Risk factors
INTRODUÇÃO
A cefaleia crônica diária (CCD) é um termo que des-
creve diferentes diagnósticos, que têm em comum a alta
frequência das crises de dor de cabeça independente-
mente de sua intensidade, ocorrendo 15 ou mais dias
por mês. Em estudos populacionais, a prevalência da
CCD é de cerca de 3% a 4%
(1,2)
e sua incidência em
cerca de 3/100 indivíduos/ano.
(3)
Os tipos primários de CCD podem ser divididos
naqueles com longa duração, cujas crises duram mais
de quatro horas, que incluem a enxaqueca crônica,
cefaleia tensional crônica, nova cefaleia persistente diária
de início súbito e a hemicrânia contínua. A CCD de curta
duração (duração inferior a quatro horas) inclui cefaleia
em salvas crônica, hemicrânia paroxística crônica, cefaleia
em facada idiopática, cefaleia hípnica, e a cefaleia
neuralgiforme de curta duração com injeção conjuntival
e lacrimejamento (SUNCT).
(4)
A maioria dos pacientes com CCD tem sido diag-
nosticada como enxaqueca crônica ou cefaleia tensional
crônica.
A enxaqueca é uma doença crônica com mani-
festações episódicas que progride em alguns pacientes.
Como não evolui na maioria dos pacientes, a identi-
ficação de fatores de risco que possam levar à trans-
formação de um quadro episódico (menos de 15 crises
ao mês) para um quadro crônico (15 ou mais crises ao
mês) passa ser um importante assunto para a prevenção
de um quadro tão debilitante.
(5,6)
Carlos Alberto da Silva de Jesus
Mario Fernando Prieto Peres
1
Universidade Federal de São Paulo – Unifesp – São Paulo, SP, Brasil
Jesus CAS, Peres MFP. Review of major risk factors for chronic migraine.
Headache Medicine. 2012;3(4):181-7
182 Headache Medicine, v.3, n.4, p. 181-187, Oct./Nov./Dec. 2012
JESUS CAS, PERES MFP
O processo de cronificação especifica o aumento
da frequência das crises, fato este que pode ser consi-
derado empírico, usando-se como corte o número de
15 dias ou mais ao mês. Mais importante seria compre-
endermos os processos fisiopatológicos envolvidos neste
processo.
Podemos entender o processo de cronificação de
três maneiras complementares: a transformação clínica,
fisiológica e anatômica
(7)
(Figura 1).
a remissão espontânea para um padrão de alta ou baixa
frequência de cefaleia episódica (menos de 180 dias ao
ano) foi observada em 57%, e menos de uma crise por
semana em 14% dos pacientes portadores de cefaleia
crônica.
Katsavara et al.,
(13)
por sua vez, encontraram uma
taxa de conversão de enxaqueca episódica em cefaleia
crônica diária mais alta, de cerca de 14%.
A prevalência da enxaqueca crônica (referida ante-
riormente como enxaqueca transformada) na população,
com ou sem uso abusivo de medicação, é aproximada-
mente de 1%-2%.
(14)
A cronificação da enxaqueca é caracterizada pelo
aumento progressivo da frequência e duração da
cefaleia, frequentemente associada a redução da intensi-
dade e sintomas acompanhantes.
(15)
A fisiopatologia da dor na cefaleia crônica diária
primária ainda é desconhecida e pode depender de
vários mecanismos biológicos: (a) excitação anormal das
fibras periféricas aferentes nociceptivas (talvez pela
inflamação neurogênica repetitiva); (b) responsividade
aumentada núcleo caudal do trigêmeo e dos neurônios
da coluna dorsal (sensibilização central); (c) modulação
alterada do controle da dor central; (d) dor espontânea
central devido à ativação das células no bulbo; (e) uma
combinação destes fatores.
(16)
Observações clínicas indicam que as cefaleias crô-
nicas estão associadas com uma hiperalgesia persistente
e alodínia.
(17)
Estímulos nociceptivos prolongados pode-
riam não apenas iniciar a sensibilização dos circuitos
centrais da dor, mas também poderiam causar uma
neuroplasticidade nestes circuitos levando à transfor-
mação da cefaleia episódica em crônica.
(18,19)
A frequência da cefaleia é um fator de risco impor-
tante para a transformação de uma cefaleia episódica
em crônica,
(12)
sendo que uma frequência basal de
quatro a cinco dias de cefaleia por mês foi identificada
como o limiar para um aumento do risco de transfor-
mação para formas crônicas de cefaleia incluindo a
enxaqueca crônica.
(20)
A substância cinzenta periaquedutal, que constitui o
centro de um circuito neuronal antinoceptivo descendente,
apresenta uma deterioração progressiva na homeostase
do ferro tanto na enxaqueca episódica quanto na CCD,
possivelmente causada por crises repetidas de enxa-
queca, o que sugere o papel da substância cinzenta peri-
aquedutal como possível gerador da crises de enxaqueca,
potencialmente pelo controle disfuncional do sistema
nociceptivo trigeminovascular.
(21)
Figura 1. Podemos entender o processo de cronificação de três
maneiras complementares: a transformação clínica, fisiológica e
anatômica.
A transformação clínica, como já foi citado, refere-
se ao aumento da frequência das crises. Sua incidência
é menos estudada do que a prevalência da enxaqueca
crônica. Vale a pena ressaltar as diversas denominações
que já foram utilizados para discriminar uma mesma
situação, como cefaleia crônica diária, enxaqueca trans-
formada e enxaqueca crônica, o que evidentemente pode
levar a um viés nos estudos epidemiológicos. Isso ocorreu,
pois a definição dos vários termos não ocorreu de
maneira sistemática ao decorrer das diversas classifi-
cações da International Headache Society,
(8-10)
assim
como das propostas paralelas sugeridas.
(11)
Scher et al.
(12)
mostraram que, durante um ano,
portadores de cefaleias episódicas de baixa frequência
(2-104 dias por ano) apresentam um risco anual de 6%
para progredir para um padrão de episódico de alta
frequência (105-179 dias por ano) e um risco de 3%
para desenvolverem uma condição crônica (180 ou mais
dias de cefaleia ao ano); portanto, a incidência da
cefaleia crônica seria ao redor de 3%. No mesmo estudo,
SCP: Substância cinzenta periaquedutal
Headache Medicine, v.3, n.4, p.181-187, Oct./Nov./Dec. 2012 183
Uma das explicações para o acúmulo de ferro na
substância cinzenta periaquedutal, uma estrutura que
normalmente mostra uma alta atividade metabólica e
uma alta circulação de ferro, é que a hiperóxia repetitiva
poderia resultar em lesão celular mediada por radicais
livres, o que predisporia a uma sensibilização central,
que poderia explicar a cefaleia prolongada da enxa-
queca e a mudança do fenótipo da enxaqueca episó-
dica em crônica.
(22)
Haas
(23)
descreveu um caso de um paciente de 16
anos, sem antecedentes de cefaleia, portador de escle-
rose múltipla, em que uma placa desmielinizante na
substância cinzenta periaquedutal causou uma intensa
cefaleia tipo enxaqueca.
No entanto, devemos entender a transformação da
enxaqueca como um processo altamente dinâmico,
sendo que, da mesma forma como existe a cronificação
da enxaqueca, também temos sua remissão no mesmo
paciente.
(24)
O melhor conceito temporal da enxaqueca é que
se trata de uma desordem neurológica crônica caracte-
rizada por episódios recorrentes de cefaleia e sintomas
associados (náuseas, fotofobia, fonofobia, entre outros)
que duram em média de 4 a 72 horas, que, num deter-
minado grupo, pode ocorrer a progressão da cefaleia,
numa condição mais incapacitante.
(5)
Um subgrupo de pacientes que apresentam a
característica de cefaleia diária ou quase diária (dentre
estes a enxaqueca crônica como a mais frequente) tem
um quadro muito incapacitante, com uma diminuição
da qualidade de vida, além de um maior custo finan-
ceiro, levando-se em consideração o valor das medica-
ções e o absenteísmo ou diminuição da qualidade no
trabalho.
O estudo de fatores de risco que levam a um au-
mento da frequência das crises é de suma importância
para atenuarmos uma doença que, mesmo episódica,
já traz grande transtorno para os pacientes.
Em outras doenças crônicas também são estudadas
os fatores de risco para sua piora. Por exemplo, no
diabetes mellitus, o controle do peso, uma dieta espe-
cífica, a realização de exercícios contribuem para uma
evolução melhor. Nos pacientes com epilepsia, o controle
do estresse, evitar a privação do sono são recomenações
rotineiras, e assim por diante podemos enumerar uma
centena de doenças, onde não apenas a prescrição de
uma medicação é a única ferramenta de tratamento.
As comorbidades desempenham um papel impor-
tante neste processo de cefaleia diária ou quase diária.
O conceito de comorbidade é utilizado para se referir à
associação de duas condições que ocorram simultanea-
mente no mesmo indivíduo com uma probabilidade
maior do que o acaso.
(24)
Pacientes com enxaqueca apresentam várias comor-
bidades, as quais podem influenciar a escolha do trata-
mento preventivo. Condições tais como depressão, distúr-
bios do sono, ansiedade, depressão, hipertensão arterial
e obesidade podem aumentar a frequência da cefaleia
e a percepção da dor. Portanto, a identificação e apro-
priado tratamento de todas as condições clinicas comór-
bidas significativas é essencial antes de declarar o paci-
entes com enxaqueca crônica intratável.
(25)
Os fatores de risco podem ser subdividos em modi-
ficáveis e não modificáveis (Tabela 1).
Dentre os fatores de risco não facilmente modificáveis
temos a idade, baixo nível educacional/socioeconômico
e antecedente de trauma de crânio. Dentre os fatores de
risco modificáveis temos a frequência das crises, a obe-
sidade, o uso excessivo de medicações, eventos estres-
santes, uso excessivo de cafeína e o ronco.
(26)
A frequência das crises é um fator de risco importante,
sendo que Sher et al.
(12)
verificaram, num estudo popu-
lacional, que aqueles pacientes que apresentavam mais
do que quatro crises ao mês tinham um risco maior de
cronificação. O risco de cronificação da enxaqueca foi
seis vezes maior naqueles pacientes que tinham frequência
basal de seis a nove dias de cefaleia ao mês, e vinte
vezes maior naqueles que tinham frequência de dez a
14 dias ao mês, num estudo que incluiu 532 pacientes
comparado-os com aqueles com baixa frequência (0 a
4 dias ao mês).
(13)
A explicação fisiopatológica que envolve a frequên-
cia das crises na cronificação da enxaqueca refere-se
REVISÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA CRONIFICAÇÃO DA ENXAQUECA
184 Headache Medicine, v.3, n.4, p. 181-187, Oct./Nov./Dec. 2012
JESUS CAS, PERES MFP
ao processo de sensibilização central. As crises sucessivas
modificam a matrix dos centros modulatórios inibitórios
da dor, o que favorece o aumento das crises até a sua
cronificação.
Nicole Schmitz et al.
(27)
estudaram a frequência e
duração da enxaqueca como indicadores de dano
cerebral.
Infartos cerebrais subclínicos na circulação posterior
e lesões difusas na substância branca são mais evidentes
com o aumento da frequência da enxaqueca. Esta asso-
ciação com a frequência da enxaqueca aumenta a
possibilidade de que os achados de ressonância mag-
nética possam refletir insultos cerebrais cumulativos
devido a crises repetidas. Caso esta interpretação seja
correta, a enxaqueca poderá causar um dano cerebral
progressivo.
(28)
Portanto, as medicações profiláticas têm um papel
teórico importante em evitar o processo de sensibilização
central. Neste sentido vale ressaltar que temos uma
pequena porcentagem de pacientes que se utilizam do
tratamento medicamentoso profilático. Num estudo que
envolveu mais de 162.000 pacientes, apenas 13%
daqueles que poderiam se beneficiar de uma terapia
profilática faziam uso deste tratamento.
(29)
O uso abusivo de medicações é outro fator de risco
muito discutido na literatura como causa da cronificação
da enxaqueca.
(5,6,29-32)
Porém existe ainda um impasse
se o uso excessivo de medicações seria um fator causador
ou uma consequência do aumento da frequência das
crises.
(33)
Do ponto de vista farmacológico não é claro se
episódios repetitivos de curtas abstinências diárias ou um
efeito pró-nociceptivo dos analgésicos é o responsável
pela cefaleia induzida por analgésicos. Foi provado que
o fenômeno da tolerância à analgesia ao opioide pode
induzir a dor paradoxal, portanto muitos pacientes porta-
dores de cefaleia frequente poderiam apresentar um
efeito analgésico diminuído e exibir um aumento no con-
sumo de analgésicos.
(34)
Uma prevalência significativamente maior de trans-
torno depressivo maior, transtorno do pânico, fobia social
e uso de outras substâncias foram encontrados em
pacientes com história de cefaleia crônica por uso abusivo
de medicação.
(35)
A disfunção da substância cinzenta periaquedutal,
que é o centro de um sistema antinoceptivo central, pode
explicar porque o uso frequente de analgésico pode resul-
tar na cefaleia por uso excessivo de medicação em enxa-
quecosos.
(36)
O excesso de peso é outro fator de risco modificável
atribuído à transformação da enxaqueca episódica em
crônica. Vale ressaltar que o mesmo não ocorreu na
cefaleia tensional crônica.
(37)
Winter et al., num estudo que englobou 63.467
participantes do sexo feminino com idade igual ou
superior a 45 anos, das quais 12.613 (19,9%) relataram
história de enxaqueca, encontraram que o índice de
massa corpórea (IMC) não estava relacionado com a
ocorrência da enxaqueca, porém havia uma asssociação
entre o IMC e a sua frequência.
(38)
Muitos dos mediadores inflamatórios que estão
presentes nos pacientes obesos são importantes na
fisiopatologia da enxaqueca, incluindo interleucinas e o
peptídeo relacionado ao gene da calcitonina, assim como
ambas as entidades são estados pró-trombóticos.
(39)
A disfunção hipotalâmica no circuito da orexinas e
da serotonina parece ser um fator de risco para as duas
condições.
(39,40)
A adiponectina e a leptina são duas adipocito-
cinas que têm um papel central e periférico na regula-
ção da alimentação e também estão alteradas na enxa-
queca.
(40-43)
Apesar disso pouco se sabe sobre a influência do
controle do peso como tratamento preventivo na melhora
da enxaqueca.
Bigal et al.
(44)
não conseguiram confirmar em um
estudo que os enxaquecosos obesos eram mais refratários
ao tratamento preventivo que os não obesos.
O estresse é um fator de piora ligado a várias enti-
dades nosológicas e pode estar relacionado à transfor-
mação da enxaqueca episódica em crônica.
(45-47)
Um estudo onde participaram 5.766 indivíduos de
uma amostra populacional, aqueles com idade inferior
a 50 anos com pelo menos uma crise de migrânea ao
mês apresentavam mais eventos estressantes.
(48)
D'Amico et al.
(49)
estudaram o estresse como fator
transformador na cronificação de uma cefaleia episódica,
avaliando 267 pacientes italianos com cefaleia crônica
e destes, 44,8% relacionaram um evento estressante com
o processo de transformação.
Vários estudos sugerem que existe uma correlação
entre os eventos estressantes da vida e a ocorrência de
cefaleia, que ocorreria principalmente em jovens e poderia
ser evidente apenas em grandes amostras.
(50)
Houle e Nash
(51)
descreveram os possíveis mecanis-
mos pelos quais o estresse influenciaria a cefaleia. A
exposição ao estresse influenciaria na iniciação do ataque
agudo de cefaleia. O medo associado ao estresse levaria
Headache Medicine, v.3, n.4, p.181-187, Oct./Nov./Dec. 2012 185
a uma inabilidade de controlar a dor, levando a um uso
excessivo de medicações, o que pioraria a cefaleia e
poderia influenciar em outras comorbidades relacio-
nados à cronificação, como distúrbios do sono, obesi-
dade e psicopatias.
O estresse que iniciamente poderia ter um efeito
analgésico, em longo prazo levaria a uma sensibilização
central, exaurindo o sistema de controle central da dor.
(51,52)
A experiência da cefaleia levaria a um aumento do
estresse, não apenas pela dor em si, mas também pelas
limitações e perdas associadas, como atividades recre-
ativas e profissionais.
(53)
As comorbidades psiquiátricas também têm sido
implicadas como um potencial fator de risco para a croni-
ficação da enxaqueca. Dentre estas, a depressão e a
ansiedade, fisiopatologicamente explicadas pela disfun-
ção do sistema serotoninérgico, uso excessivo de medi-
cações e fatores psicológicos, estando associados com
um prognóstico de tratamento pior.
(54)
A associação entre a enxaqueca e doenças psiqui-
átricas tem sido observada tanto em estudos clínicos
quanto populacionais.
(55)
A prevalência de doenças
psiquiátricas é maior em pacientes com CCD do que
outras formas de cefaleia, ocorrendo de 64% a 66,1%
até 90%. A maioria destas psicopatias foram ansiedade
e transtorno de humor.
(56)
Os transtornos de ansiedade ocorrem duas vezes
mais frequentemente em pacientes com enxaqueca.
(57)
Dentre os transtornos mais relacionados temos o trans-
torno do pânico, transtorno de ansiedade generalizada,
transtorno obsessivo compulsivo e fobias e são mais
prevalentes nos casos de enxaqueca crônica.
(54)
Karakurum et al.
(58)
estudaram a depressão, ansie-
dade e transtornos de personalidade como fatores de
risco para a enxaqueca crônica.Verificaram que 74% dos
pacientes com enxaqueca crônica e 26% dos pacientes
com a forma episódica tinham depressão e 80% dos
pacientes com enxaqueca crônica e 36% dos pacientes
com a forma episódica tinham ansiedade. Traços de
personalidade como histeria, hipocondria, psicastenia,
depressão e fobia social estavam associados a enxa-
queca crônica.
Uma possível explicação para a comorbidade
entre a enxaqueca e os transtornos de ansiedade rela-
ciona-se à disfunção comum do sistema serotoninér-
gico. Níveis diminuídos da serotonina plasmática entre
as crises de enxaqueca e o aumento da serotonina
durante as crises foram observados com relativa con-
sistência.
(58,59)
Os distúrbios do sono são outro fator de risco que
está associado ao aumento da frequência e intensidade
das crises,
(47)
sendo que estão mais presentes nas cefaleias
crônicas do que as episódicas, sendo um fator de pior
prognóstico pelo menos nas cefaleias tensionais.
(60)
Pacientes com cefaleias crônicas apresentam várias
queixas de distúrbios do sono. A prevalência de insônia,
sonolência excessiva diurna e roncos associados a apneia
do sono foi significativamente maior em pacientes com
cefaleia crônica do que em cefaleias episódicas, sendo
que a insônia foi um fator de risco independente para
cronificação da cefaleia. Pacientes com cefaleia crônica
também relataram uso maior de drogas hipnóticas do
que pacientes com cefaleia episódica.
(61)
Os traumas de crânio e pescoço também têm sido
associados com uma maior frequência de cefaleia.
Couch et al.,
(62)
através de estudo populacional,
verificaram que o número de episódios de trauma, e
não a sua gravidade, estavam associados a maior risco
para cronificação da cefaleia e, portanto, que os
clínicos que atendiam pacientes com CCD deveriam
estar atentos a este antecedente.
Deste modo, como já foi referido anteriormente, o
estudo de novos fatores de risco para cronificação da
enxaqueca são de suma importância para prevenirmos
sua ocorrência que, por sua vez, diminui ainda mais a
qualidade de vida dos pacientes que, mesmo na forma
episódica, já ocupa lugar entre as vinte doenças mais
incapacitantes, segundo a Organização Mundial de
Saúde.
REFERÊNCIAS
1. Rasmussen BK. Epidemiology of headaches. Cephalalgia.1995;
15(1):45-68.
2. Pascual J, Colas R, Castillo J. Epidemiology of chronic daily
headache. Curr Pain headache Rep. 2001; 5(6):529-36.
3. Sher AI, Stewart WF, Ricci JA, Lipton RB. Chronic daily headache,
including transformed migraine, chronic tension-type headache,
and medication overuse. In Wolff´s Headache and Other Head
Pain, edn 8. Edited by Silberstein SD, Lipton RB, Dodick DW.
New York: Oxford University Press; 2008:315-377.
4. Midgette LA, Scher AI. The epidemiology of chronic daily headache.
Curr Pain Headache Rep. 2009; 3(1):59-63.
5. Lipton RB, Bigal ME. Migraine: Epidemiology, impact, and risk
factors for progression. Headache. 2005;45(suppl 1):S3-S13.
6. Bigal ME, Lipton RB. Modifiable risk factor for migraine progression
(or for chronic daily headaches) - clinical lessons. Headache.
2006; 46(suppl 3): S144-S146.
7. Bigal ME, Lipton RB.Clinical course in migraine - Conceptualizing
migraine transformation. Neurology. 2008;71(11):848-55.
REVISÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA CRONIFICAÇÃO DA ENXAQUECA
186 Headache Medicine, v.3, n.4, p. 181-187, Oct./Nov./Dec. 2012
JESUS CAS, PERES MFP
8. Classification and diagnostic criteria for headache disorders,
cranial neuralgias and facial pain. Headache Classification
Committe of the International Headache Society. Cephalalgia.
1988;8(suppl 7): 1-98.
9. The International Classification of Headache Disorders: 2nd
Edition. Headache Classification Subcommittee of the
International Headache Society. Cephalalgia. 2004;24 (suppl
1): 9-160.
10. Headache Classification Committee, Olesen J, Bousser MG,
Diener HC, Dodick D, First M, Goadsby PJ, Göbel H, Lainez
MJ, Lance JW, Lipton RB, Nappi G, Sakai F, Schoenen J,
Silberstein SD, Steiner TJ. New appendix criteria open for a
broader concept of chronic migraine. Cephalalgia. 2006;
26(6):742-6. Comment in: Cephalalgia. 2007;27(5): 469;
author reply 469-70.
11. Silberstein SD, Lipton RB, Sliwinski M.Classification of daily
and near-daily headaches: field trial of revised IHS criteria.
Neurology. 1996;47(4):871-5. Comment in: Neurology.
1997;49(2):638-9.
12. Scher AI, Stewart WF, Ricci JA, Lipton RB. Factors associated with
the onset and remission of chronic daily headache in a
population-based study. Pain. 2003;106(1-2):81-9.
13. Katsarava Z, Schneeweiss S, Kurth T, Kroener U, Fritsche G,
Eikermann A, et al. Incidence and predictors for chronicity of
headache in patients with episodic migraine. Neurology. 2004;
62(5):788-90.
14. Scher AI, Stewart WF, Liberman J, Lipton RB. Prevalence of frequent
headache in a population sample. Headache. 1998; 38(7):497-
506. Comment in: Headache. 1999;39(1):58.
15. De Simone R, Ranieri A, Fiorillo C, Bilo L, Bonavita V. Is idiopathic
intracranial hypertension without papilledema a risk factor for
migraine progression? Neurol Sci. 2010; 31(4):411-5.
16. Moschiano F, D'Amico D, Schieroni F, Bussone G. Neurobiology
of chronic migraine. Neurol Sci. 2003; 24(Suppl 2):S94-6
17. Kitaj MB, Klink M. Pain thresholds in daily transformed migraine
versus episodic migraine headache patients. Headache. 2005;
45(8):992-8.
18. Welch KMA, Goadsby PJ. Chronic daily headache. Curr Opinion
Neurol. 2002;115(3):287-95.
19. Lovati C, D'Amico D, Rosa S, Suardelli M, Mailland E, Bertora P,
et al. Allodynia in different forms of migraine. Neurol Sci.
2007;28(Suppl 2):S220-1.
20. Limmroth V, Biondi D, Pfeil J, Schwalen S. Topiramate in patients
with episodic migraine: reducing the risk for chronic forms of
headache. Headache. 2007;47(1):13-21.
21. Welch KMA, Nagesh V, Aurora SK, Gelman N. Periaqueductal
gray matter dysfunction in migraine: cause or the burden of
illness? Headache. 2001;41(7):629-37.
22. Welch KMA. Contemporary concepts of migraine pathogenesis.
Neurology. 2003; 61(8 Suppl 4):S2-8.
23. Haas DC, Kent PF, Friedman DI. Headache caused by a single
lesion of multiple sclerosis in the periaqueductal area.
Headache.1993; 33(8):452-5.
24. Lipton RB, Silberstein SD. Why study the comorbity of migraine?
Neurology. 1994;44(10 Suppl 7):S4-5
25. D'Amico D,Leone M,Grazzi L,Bussone G. When should "chronic
migraine" patients be considered "refractory" to pharmacological
prophylaxis? Neurol Sci. 2008;29(Suppl 1):S55-8.
26. Lipton RB, Bigal ME.Looking to the future: research designs for
study of headache disease progression. Headache. 2008;48
(1):58-66.
27. Schmitz N, Admiraal-Behloul F, Arkink EB, Kruit MC, Schoonman
GG, Ferrari MD, et al. Attack frquency and disease duration as
indicators for brain damage in migraine. Headache. 2008;
48(7):1044-55.
28. Lipton RB, Pan J. Is migraine a progressive brain disease?
JAMA. 2004;291(4):493-4. Comment in: JAMA. 2004; 291
(4):427-34.
29. Lipton RB, Bigal ME, Diamond M, Freitag F, Reed ML, Stewart
WF; AMPP Advisory Group. Migraine prevalence, disease
burden, and the need for preventive therapy. Neurology. 2007;
68(5):343-9.
30. Mathew NT, Stubits E, Nigam MP. Transformation of episodic
migraine into daily headache: analysis of factors. Headache.
1982; 22(2):66-8.
31. Bigal ME, Lipton RB. Overuse of acute migraine medications
and migraine chronification. Curr Pain headache Rep. 2009;
13(4):301-7.
32. Bigal ME, Sheftell FD, Rapoport AM, Tepper SJ, Lipton RB. Chronic
daily headache: identification of factors associated with induction
and transformation. Headache. 2002;42(7):575-81.
33. Tepper SJ. Analgesic overuse is a cause, not consequence, of
chronic daily headache. Headache. 2002;42(6):543-54.
34. Cevoli S, Sancisi E, Pierangeli G, Grimaldi D, Zanigni S, Nico-
demo M, et al. Chronic daily headache: risk factors and
pathogenetic considerations. Neurol Sci. 2006;27(Suppl 2):
S168-73.
35. Radat F, Creac'h C, Swendsen JD, Lafittau M, Irachabal S,
Dousset V, et al. Psychiatric comorbity in the evolution from
migraine to medication overuse headache. Cephalalgia. 2005;
25(7):519-22.
36. Boes CJ, Black MD, Dodick DW. Pathophysiology and
management of transformed migraine and medication overuse
headache. Semin Neurol. 2006;26(2):232-41.
37. Bigal ME, Lipton RB. Obesity is a risk factor for transformed
migraine but not chronic tension-type headache. Neurology.
2006;67(2):252-7.
38. Winter AC, Berger K, Buring JE, Kurth T. Body mass index,
migraine, migraine frequency and migraine features in women.
Cephalagia. 2008;29(2):269-78.
39. Bigal ME, Lipton RB. Putative mechanisms of the relationship
between obesity and migraine progression. Curr Pain Headache
Rep. 2008;12(3):207-12.
40. Peterlin BL, Rapoport AM, Kurth T. Migraine and obesity:
epidemiology, mechanisms, and implications. Headache. 2010;
50(4):631-48. Comment in: Headache. 2010; 50(4):649.
41. Peterlin BL, Alexander G, Tabby D, Reichenberger E.
Oligomerization state-dependent elevations of adiponectin in
chronic daily headache. Neurology. 2008;70(20):1905-11.
42. Berilgen MS, Bulut S, Gonen M, Tekatas A, Dag E, Mungen B.
Comparison of the effects of amitripyline and flunarizine on
weight gain and serum leptin, C peptide and insulin levels when
Headache Medicine, v.3, n.4, p.181-187, Oct./Nov./Dec. 2012 187
used as migraine preventive treatment. Cephalalgia. 2005;
25(11):1048-53.
43. Guldiken B, Guldiken S, Demir M, Turgut N, Tugrul A. Low leptin
levels in migraine: A case control study. Headache. 2008;
48(7):1103-7.
44. Bigal ME, Gironda M, Tepper SJ, Feleppa M, Rapoport AM,
Sheftell FD, et al. Headache prevention outcome and body mass
index. Cephalalgia. 2005;26(4):445-50.
45. Penzien DB, Rains JC, Lipton RB. Introduction to the special series
on the chronification of headache: Mechanisms, risk factors, and
behavioral strategies aimed at primary and secondary prevention
of chronic headache. Headache. 2008; 48:5-6.
46. Bigal ME, Lipton RB. Concepts and mechanisms of migraine
chronification. Headache. 2008;48(1):7-15.
47. Scher A, Midgette L, Lipton R. Risk factors for headache
chronification. Headache. 2008;48(1):16-25.
48. Passchier J, Schouten J, van der Donk J, van Romunde LK. The
association of frequent headaches with personality and life
events. Headache.1991;31(2):116-21.
49. D'Amico D, Libro G, Prudenzano MP, et al. Stress and chronic
headache. J Headache Pain.2000; 1(Suppl):S49–S52.
50. Reynolds DJ, Hovanitz CA. Life event strees and headache
frequency revisited. Headache. 2000;40(2):111-8.
51. Houle T, Nash JM. Stress and headache chronification. Headache.
2008;48(1):40-4.
52. Fanciullacci M, De Cesaris F. Preventing chronicity of migraine.
J Headache Pain.2005; 6(4):331-3.
53. Nash JM, Thebarge RW. Understanding psychological stress, its
biological processes, and impact on primary headache.
Headache. 2006;46(9):1377-86.
54. Smitherman TA, Rains JC, Penzien DB. Psychiatric comorbidities
and migraine chronification. Curr Pain Headache Rep. 2009;
13(4):326-31.
55. Wang SJ, Juang KD. Psychiatric comorbidity of chronic daily
headache: impact, treatment, outcome, and future studies. Curr
Pain Headache Rep. 2002;6(6):505-10.
56. Guidetti V, Galli F. Psychiatric comorbidity of chronic daily
headache: pathophysiology, etiology, and diagnosis. Curr Pain
Headache Rep. 2002;6(6):492-7.
57. Breslau N. Psychiatric comorbidity in migraine. Cephalalgia.
1998;18(Suppl 22):56-8; discussion 58-61.
58. Karakurum B, Soylu O, Karatas, M, Giray S, Tan M, Arlier Z, et
al. Personality, depression, and anxiety as risk factors for chronic
migraine. Intern J Neuroscience. 2004;114(11):1391-9.
59. Ferrari MD, Saxena PR. On serotonin and migraine: a clinical
and pharmacological review. Cephalalgia.1993;13(3):151-65.
60. Rains JC. Chronic headache and potentially modifiable risk
factors: screening and behavioral management of sleep
disorders. Headache. 2008;48(1):32-9.
61. Sancisi E, Cevoli S, Vignatelli L, Nicodemo M, Pierangeli G,
Zanigni S, et al. Increased prevalence of sleep disorders in
chronic headache: a case-control study. Headache. 2010;50
(9):1464-72.
62. Couch JR, Lipton RB, Stewart WF, Scher AI. Head or neck injury
increases the risk of chronic daily headache: a population-based
study. Neurology. 2007;69(11):1169-77.
Correspondência
Mario FMario F
Mario FMario F
Mario F
ernando Pernando P
ernando Pernando P
ernando P
rieto Prieto P
rieto Prieto P
rieto P
ereseres
ereseres
eres
R Joaquim Eugenio de Lima, 881 cj 708
01403-001 – São Paulo, SP
Submetido: 15/09/2012
Aceito: 05/11/2012
REVISÃO DOS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA CRONIFICAÇÃO DA ENXAQUECA
188 Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012
Cluster headache and the hypothalamus – causal
relationship or epiphenomenon?
A cefaleia em salvas e o hipotálamo – relação causal ou epifenômeno?
VIEW AND REVIEWVIEW AND REVIEW
VIEW AND REVIEWVIEW AND REVIEW
VIEW AND REVIEW
Dagny Holle, Mark Obermann
Department of Neurology, University of Duisburg-Essen, Essen, Germany
Holle D, Obermann M. Cluster headache and the hypothalamus – causal relationship or epiphenomenon?
Headache Medicine. 2012;3(4):188-97
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Typical clinical features of cluster headache (CH) include
trigeminal distribution of pain, circadian/circannual rhythmicity,
and ipisilateral cranial autonomic features. This presentation
led to the assumption that the hypothalamus plays a pivotal
role in this primary headache disorder. Several studies using
neuroimaging techniques or measuring hormone levels
supported the hypothesis of a hypothalamic involvement in
the underlying pathophysiology in CH. Animal studies added
further evidence regarding this hypothesis. Based on previous
data even invasive treatment methods such as hypothalamic
deep brain stimulation (DBS) were tried for therapy. However,
the principal question whether these alterations are
pathognomonic for CH or whether they might be detected in
trigeminal pain disorders in general in terms of an
epiphenomenon is still unsolved. This review summarizes
studies on hypothalamic involvement in CH pathophysiology,
demonstrates the involvement of the hypothalamus in other
diseases, and tries to illuminate the role of the hypothalamus
based on this synopsis.
KK
KK
K
eywords:eywords:
eywords:eywords:
eywords: Hypothalamus; Tegmentum; Deep brain
stimulation; Headache pain; Pain generator; Voxel based
morphometry; Functional imaging
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Características clínicas típicas da cefaleia em salvas (CS)
incluem a distribuição trigeminal da dor, o ritmo circadiano/
circanual e as manifestações autonômicas cranianas
ipsilaterais. Esta apresentação levou à hipótese de que o
hipotálamo exerce um papel fundamental nesta cefaleia
primária. Vários estudos baseados em técnicas de neuro-
imagem ou na medição de níveis hormonais apoiaram a
hipótese de um envolvimento hipotalâmico na patofisiologia
subjacente à CS. Estudos envolvendo animais acrescentaram
evidências adicionais relacionadas a essa hipótese. A partir
de dados prévios, foram tentados até mesmo métodos
invasivos de tratamento, como a estimulação cerebral pro-
funda hipotalâmica. No entanto, a questão principal – se
essas alterações são patognomônicas para a CS ou se elas
podem ser detectadas em transtornos dolorosos trigeminais
em geral, na qualidade de um epifenômeno – está ainda
não solucionada. Esta revisão sintetiza estudos sobre o envol-
vimento hipotalâmico na fisiopatologia da CS, demonstra o
envolvimento do hipotálamo em outras doenças e tenta
elucidar o papel do hipotálamo com base nesta sinopse.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave: chave:
chave: chave:
chave: Hipotálamo; Tegmento; Estimulação
cerebral profunda; Cefaleia; Morfometria baseada em voxel;
Neuroimagem funcional
INTRODUCTION
Cluster headache (CH) is a rare primary headache
disorder that is characterized by strictly unilateral headache
attacks accompanied by ipsilateral trigeminal autonomic
symptoms such as lacrimation, rhinorrhea, conjunctival
injection, tearing, facial sweating or ptosis.
(1)
As of its clinical
presentation CH is classified as a trigeminal autonomic
cephalalgia (TAC). Up to eight headache attacks occur
per day often showing a strict time relationship with a
nocturnal predominance of headache attacks.
(1)
Most
patients have an episodic course of disease with a
circannual periodicity of symptoms that occur mainly in
autumn and spring. These clinical features suggested a
pivotal role of the hypothalamus in CH. It was even
Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012 189
hypothesized that the hypothalamus could be the key "pain
generator" in this primary headache disorder.
The current opinion about the role of the
hypothalamus in CH is based primarily on a strong a
priori hypothesis mainly in regard to the clinical picture.
This review analyses the actual knowledge regarding the
hypothalamus in the pathophysiology of CH and discusses
whether these observations are specific for CH in terms of
a "primum movens" or whether they might be just
epiphenomena in pain/headache diseases in general.
As CH shares many clinical and pathophysiological
similarities with other TACs in general (which are paroxymal
hemicrania, short lasting unilateral neuralgiform headache
attacks with conjuctival injection and tearing (SUNCT)) a
particular comparison with these headache disorders will
not be done in this review.
processing network. However, there is emerging evidence
that it might also be involved in central pain processing
with predominantly antinociceptive effects contributing to
descending pain modulation. The hypothalamus displays
various ascending and descending connections to the
nucleus tractus solitarius, rostroventromedial medulla,
periaqueductal gray, raphe nuclei, and corticolimbic
structures, which have an important function in the central
pain matrix.
(4)
Despite this anatomical evidences there are
also functional data pointing at the hypothalamus to take
part in central pain processing. Stimulation of the
hypothalamic medial preoptic nucleus (MPO) has
antinociceptive effects on spinal cord neurons; after
stimulation of the paraventricular nucleus which is also
localized within the hypothalamus similar antinociceptive
activations on hypothalamic subnuclei was detected.
(5)
Two
hypothalamic neuropetides – orexin-A and orexin-B – also
seem to play an important role in pain central pain
processing of the trigeminal systems as they display
pronociceptive and antinociceptive effects.
(6)
Autonomic nervous systemAutonomic nervous system
Autonomic nervous systemAutonomic nervous system
Autonomic nervous system
The hypothalamus coordinates the interaction
between autonomic function (facial nerve, para-
sympathetic outflow) and pain processing. The trigeminal
autonomic reflex is thought to be involved in this
connection, which is pictured by the clinical feature of
trigeminal autonomic symptoms in trigeminal autonomic
cephalalgias (TAC) in general, including CH.
(7)
Circadian rhythmsCircadian rhythms
Circadian rhythmsCircadian rhythms
Circadian rhythms
The hypothalamus is often referred to as the
"biological clock" as it is involved in several circadian
patterns such as sleep- wake cycle, temperature, and
hormonal regulation.
(8)
The main anatomic structure for
chronobiological regulation is the hypothalamic
suprachiasmatic nucleus (SCN).
(9)
Via direct neuronal
connections the SCN influences various parts of the brain
and induces, in turn, endocrine and autonomic functions.
CLINICAL PICTURE
The clinical presentation of CH has always been
the foundation to allegedly proof the pathognomonic
involvement of the hypothalamus in this disorder.
However, other diseases share common clinical features
that also suggest hypothalamic involvement. Many
migraneurs report premonitory symptoms that precede
the virtual headache attack up to two days and herald
THE HYPOTHALAMUS
Although the hypothalamus is only a small brain
structure and contributes only to 0.5% of total brain
volume
(2)
it plays a pivotal role in the human organism
being involved in regulation of different biological systems
that are essential for human survival (i.e. hormones,
autonomic nervous system, temperature, emotional
behaviour, arousal, cardiovascular system).
(3)
PP
PP
P
ain processing and autonomic nervousain processing and autonomic nervous
ain processing and autonomic nervousain processing and autonomic nervous
ain processing and autonomic nervous
systemsystem
systemsystem
system
Interestingly, the hypothalamus is currently not
considered to be part of the classical central pain
CLUSTER HEADACHE AND THE HYPOTHALAMUS – CAUSAL RELATIONSHIP OR EPIPHENOMENON?
190 Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012
HOLLE D, OBERMANN M
the pain ahead.
(10)
The underlying pathophysiology of
these premonitory symptoms which include irritability,
craving for food, hunger, or tiredness are interpreted as
clinical signs of hypothalamic dysregulation. Interestingly,
most migraine attacks occur in the early morning,
although this circadian rhythmicity is not as obvious as in
CH patients.
(11)
In this context, a hypothalamic involvement
has been suggested. Trigeminal autonomic features are
a key clinical feature in CH, what also supports the
hypothesis of a major role of the hypothalamus in the
pathophysiology of CH. However, similar headache
accompanying cranial autonomic symptoms can be also
detected in many migraneurs during the headache,
questioning the uniqueness of this clinical feature.
(12)
Other
primary headache disorders do also share several
important features of CH. Hemicrania continua (HC), a
rare primary headache disorder, is characterized by strictly
unilateral headache attacks accompanied by trigeminal
autonomic symptoms. Hypnic headache (HH) patients
share the characteristic time dependency and sleep
association with CH. Some HH patients even report
trigeminal autonomic symptoms.
(13,14)
NEUROENDOCRINAL ABNORMALITIES
Neuroendocrinal abnormalities in CHNeuroendocrinal abnormalities in CH
Neuroendocrinal abnormalities in CHNeuroendocrinal abnormalities in CH
Neuroendocrinal abnormalities in CH
Many neuroendocrinological observations suggested
an involvement of the hypothalamus in CH and suggested
a deranged hypothalamic function. Inside bout a reduced
plasma testosterone concentration was measured in male
CH patients.
(15)
Imbalances of other hormones such as
melatonin, cortisol, luteinizing hormone, follicle-stimulating
hormone, prolactin, growth hormone, and thyroid-
stimulating hormone, whose secretion is mainly controlled
by the hypothalamus, have been detected.
(16)
These
hormonal disturbances support the idea of a hypothalamic-
pituitary-adrenal (HPA) axis malfunction in this primary
headache disorder. Interestingly, changes of the CSF
orexin level, which are considered to play a pivotal role
in the pain processing of CH patients, were not observed
during active CH episodes. Cavoli et al. measured orexin-
A in ten patients with CH by radioimmunoassay. CSF
Orexin levels were in normal range and no association
between clinical presentation and orexin-A level could be
observed.
(17)
Several possbilities were discussed regarding the
observed alterations. First, these changes may be result
of the strong CH pain itself. Second, they may reflect a
stress reaction (pain associated or independent) or, third,
are induced by pain accompanying sleep disturbances.
All of these possibilities would suggest that these alterations
are rather unspecific phenomenon. Interestingly, some of
the observed hypothalamic changes can be also detected
in remission periods (i.e. CH outside bout) what would
imply that these changes can be considered to be specific
for CH itself continuing independently of the pain and
therefore might be a kind of trait marker for the disease
itself.
Neuroendocrinal abnormalities in otherNeuroendocrinal abnormalities in other
Neuroendocrinal abnormalities in otherNeuroendocrinal abnormalities in other
Neuroendocrinal abnormalities in other
disordersdisorders
disordersdisorders
disorders
Even though endocrinal evidence suggests a strong
involvement of the hypothalamus in CH, similar changes
were observed in very different disorders as well. Chronic
migraneurs show an abnormal pattern of hypothalamic
hormonal secretion, such as a decreased nocturnal
prolactin peak, increased cortisol concentrations, and
delayed nocturnal melatonin peak. 338 blood samples
(13 per patient) from 17 patients with chronic migraine
and nine age and gender matched controls were
analysed.
(18)
These observations question the exclusivity
of hypothalamic involvement in CH.
A hyporeactive HPA axis similar to the changes
observed in CH can be also detected patients suffering
from fibromyalgia. Changes included disturbance of
cortisol secretion (flattening of the circadian level, increased
daytime levels in plasma and saliva) and increased
nocturnal melatonin levels.
(19)
HPA axis alterations were
also observed in chronic widespread pain,
(19)
chronic
fatigue syndrome
(20)
and irritable bowel syndrome
(21)
(for
meta-analysis of HPA axis activity in functional somatic
disorders, see reference
(22)
).
GENETIC STUDIES IN CH
Children rarely suffer from CH. In these rare cases
a genetic background is presumable as 2 to 7% have a
positive family medical history for this disorder.
(23)
First-
degree – relatives develop five to 18 times, second-
degrees one to three times more often CH than the
general population.
(24)
Genetic alterations within the
orexinergic system of the hypothalamus were discussed
to be responsible for this observation. It has been shown
that the G1246A polymorphism of the OX
2
R gene
(HCRTR2) increases the risk for CH.
(25)
However, these
data were not replicated in larger CH patient
populations.
(26)
In migraineurs this gene polymorphism
was not observed.
(27)
Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012 191
CEREBRAL IMAGING: VBM, MRI, PET, SPECT
An increasing number of imaging studies was
performed over the last year in CH. Although initial data
were quite promising in detecting specific morphological
changes in CH and distinct activation patterns, recent
studies were often not able to replicate these findings or
question the specificity of these observations for CH.
Structural imagingStructural imaging
Structural imagingStructural imaging
Structural imaging
Structural imaging of the hypothalamus in CH
One of the pioneer studies showing hypothalamic
involvement in CH was performed by May et al. in the
late 90ies of the last century. He used the method of voxel-
based morphometry (VBM), that is an automated,
unbiased, whole brain technique. It allows comparing
structural brain images, especially regarding the volume
or density of gray and white matter. May et al. investigated
25 CH patients compared with 29 healthy controls and
detected isolated increased gray matter in the inferior
posterior hypothalamus.
(28)
Because of the low prevalence
of this headache disorder it took several years to repeat
this investigation in a larger patient population and with
newer probably more accurate analysis algorithm. Up to
now, three studies were performed or are still ongoing,
which did not confirm the initial finding. Matharu et al.
investigated 66 patients suffering from CH, and 96 age-
and gender-matched healthy subjects. This study did not
detect any hypothalamic changes at all.
(29)
Similar findings
were reported by two later studies.
(30,31)
Our own working
group investigated 91 CH patients and failed to detect
any hypothalamic changes. However, we were able to
demonstrate several changes within the central pain-
processing network.
(30)
Structural imaging of the hypothalamus in other pain
and headache disorders
An alteration of the hypothalamic gray matter in a
similar area compared to the area described in CH was
detected in hypnic headache (HH).
(32)
HH is a different
rare primary headache entity that mainly affects elderly
patients. Patients report strictly nocturnal headache attacks,
mostly at the same time at night – that is why this headache
disorder is also called alarm clock headache.
(1)
Interestingly,
hypothalamic structural changes are even observed in
diseases that do not share the sleep relationship as CH
and HH do. Additionally, VBM and cortical thickness analysis
showed an increase of hypothalamic gray matter in 11
patients with irritable bowel syndrome (IBS).
(33)
Structural imaging of the hypothalamus in other
diseases
Despite pain and headache disorders structural
hypothalamic alterations can also be observed in other
diseases without or with less prominent pain symptoms.
Boghi et al. investigated 21 anorexic patients and 27
healthy control subjects using VBM. In the patient group
they observed focal atrophy in the hypothalamus besides
other changes. These changes correlated with the body
mass index (BMI). The authors suggested that these
hypothalamic changes point to hormonal dysfunction and
central dysregulation of homeostasis.
(34)
Hypothalamic
gray matter loss was also observed in 52 children and
adolescents with autism. The authors contemplated that
this alteration underlies the theory of dysfunction of the
hormonal system in autism, mainly an alteration of oxytocin
and arginine vasopressin.
(35)
Reduced hypothalamic gray
matter was also found in boys suffering from fragile X
syndrome.
(36)
Several studies showed changes of the hypothalamus
in patients with narcolepsy and cataplexy.
(37,38)
Narcolepsy
is a sleep disorder, characterized by reduced hypocretin
concentration in the cerebrospinal fluid. As hypocretin
neurons are exclusively localized in the hypothalamus
hypothalamic dysfunction was suggested.
Another VBM study showed gray matter atrophy in
the area of the hypothalamus in patients with Huntington's
disease.
(39)
Functional imagingFunctional imaging
Functional imagingFunctional imaging
Functional imaging
Functional imaging in CH
Functional imaging allows picturing ongoing pain
in the suffering brain in vivo. This technique thus offers a
possibility to investigate acute pain processing and to
figure out which anatomic structures might be involved.
Nitroglycerine triggered headache attacks in nine chronic
CH patients resulted in a strong activation of the
ipsilateral posterior hypothalamus detected by H
2
15
O
positron emission tomography (PET).
(40)
This activation
pattern was also observed in spontaneous CH attacks in
one patient who had undergone deep brain stimulation
(DBS).
(41)
In four patients with episodic CH functional
magnetic resonance imaging (fMRI) confirmed the
activation pattern within the ipsilateral posterior
hypothalamus.
(42)
However, some authors suggested that the detected
activation pattern in the functional imaging shows activation
of an area only close to the hypothalamus, most likely the
midbrain tegmentum.
(43)
CLUSTER HEADACHE AND THE HYPOTHALAMUS – CAUSAL RELATIONSHIP OR EPIPHENOMENON?
192 Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012
HOLLE D, OBERMANN M
Functional imaging in other pain and headache
conditions showing hypothalamic involvement
Hypothalamic investigation sometimes appears to be
almost a pathognomonic feature in CH or TACs in general,
but carefully crosschecking the literature does not confirm
this first impression.
In several other pain disorders and even experimental
pain conditions distinct hypothalamic activation during the
acute pain state has been demonstrated suggesting that
hypothalamic involvement might be a more general
feature of pain itself.
In seven migraneurs without aura cerebral activations
(H
2
15
O PET) were recorded during spontaneous migraine
attacks without aura.
(44)
The observed activation pattern
included several brainstem areas (bilateral ventral
midbrain, dorsal contralateral midbrain in regard to the
headache side, dorsomedial pons), cerebellum, frontal
cortex, and cingulate cortex, which had been shown in
prior studies. Additionally, activation of the bilateral
hypothalamus was detected during the acute migraine
attack. This activation pattern had never been described
before. In contrast, further functional imaging studies
studying migraneurs did not detect any hypothalamic
activation.
(45-47)
In HC an activation of the contralateral posterior
hypothalamus was observed during acute pain
exacerbation using PET.
(48)
Twelve patients with angina pectoris were treated with
intravenous dobutamine to elicit an acute sensation. Due
to this pain experience the blood flow in the pain matrix
and the hypothalamus increased.
(49)
One patient who was implanted with a stimulation
electrode within the left ventro-posterior medial thalamic
nucleus because of a chronic facial pain was also
investigated using functional imaging methods. The patient
was measured when the stimulation electrode was working
(without pain) and without stimulation (with ongoing pain).
During the experience of pain significant increase of blood
flow was observed in common areas of the central pain
matrix and additionally in the hypothalamus.
(50)
Hypothalamic activation is not only shown during pain
disorders but can also be observed during experimental
pain. Twelve healthy volunteers were stimulated with pain
and warm sensations, which were applied to the left leg.
Pain-related skin conductance reactivity was measured and
association with fMRI activation pattern determined. Pain
sensation activated several areas of the central pain
processing system such as the anterior cingulate cortex,
amygdala, and thalamus, but also in the contralateral
hypothalamus.
(51)
In another PET study ethanol was injected
intracutaneously in the right upper arm of four healthy
volunteers to elicit acute traumatic nociceptive pain. Pain
lead to a strong activation of the contralateral (left)
hypothalamus.
(52)
Another study used the cold pressor
test, which applies prolonged tonic painful cold stimulation
to investigate pain associated activation pattern in healthy
subjects. Additionally, cold non-painful stimulation was
applied. Painful and non-painful sensations lead to an
activity increase in brainstem and hypothalamic areas.
Simultanously the galvanic skin response decreased. In
line with the expectations the painful conditions induced a
significantly stronger activation compared with the cold
sensation.
(53)
Resting state fMRIResting state fMRI
Resting state fMRIResting state fMRI
Resting state fMRI
The analysis of low-frequency (<0.1 Hz) fluctuations
seen on fMRI scans at rest allows detection of functionally
connected brain regions, so called resting state networks
(RSNs). Synchronous variations of the BOLD signal can
be measured as percentage signal change compared to
the BOLD mean signal intensity over time.
(54-56)
The
fluctuations observed by resting state analysis are thought
to reflect the intrinsic property of the brain to handle the
past and prepare for the future.
(57)
RS alterations were
observed in chronic pain.
(58)
Rocca et al. studied RS in 13
patients with episodic CH compared with healthy controls.
Patients were studied in a pain free state. Apart from other
changes the authors observed functional connectivity within
the network staring from the hypothalamus.
(59)
Magnetic resonance spectroscopyMagnetic resonance spectroscopy
Magnetic resonance spectroscopyMagnetic resonance spectroscopy
Magnetic resonance spectroscopy
An additional exciting imaging technique to study
brain biochemistry in vivo is magnetic resonance
spectroscopy. In episodic CH patients hypothalamic N-
acetylaspartate/creatine and choline/creatine levels are
significantly reduced compared with healthy controls.
Interestingly, changes were even detectable when the
patients were outside bout, which means that they had no
actual CH attacks anymore.
(60,61)
This observation led to
the assumption that these alterations cannot simply reflect
an epiphenomenon of pain itself.
(61)
DEEP BRAIN STIMULATION: EVIDENCE OF
HYPOTHALAMIC INVOLVEMENT IN CH?
The clinical picture of CH and the results from imaging
studies provided the rationale for hypothalamic deep
brain stimulation (DBS) in the treatment of CH. It was
Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012 193
though that this technique might offer a possibility to "turn
off the CH generator" as high-frequency hypothalamic
stimulation would inhibit hypothalamic hyperactivity.
(62)
The
stimulation area was mainly chosen by adoption of the
results from the initial VBM study.
(28)
To assess to what extent
DBS stimulation is able to abort acute CH attacks Leone
et al. investigated 136 CH attacks in 16 chronic CH
patients.
(63)
Only 23 % of patients reported a reduction of
pain intensity by more than 50%, and only 16% of
headache attacks were completely terminated. These data
indicated that DBS is not sufficient in the treatment of active
CH attacks.
(63)
Further studies showed, that only continuous
stimulation over several weeks markedly reduces or
terminates CH attacks (for review
(64,65)
). Fifty-eight patients
with chronic drug resistant CH and posterior hypothalamic
DBS have been documented in literature, yet. Leone et
al. investigated 16 drug-resistant chronic CH patients who
received hypothalamic implants over a mean period of
four years. After the first two years 83.3% of patients had
experienced a pain termination or at least major pain
reduction. After four years, still 62% of patients were pain
free.
(66)
These results were confirmed by several other
studies.
Interestingly, there were no changes in regard to long-
term stimulation in electrolyte balance, sleep-wake cycle,
or hormone levels of cortisol, prolactin, thyroid hormone,
thyroid-stimulating hormone, which were accused before
to be involved in the occurrence of CH attacks.
(62,66-73)
Although the evidence of the imaging studies seemed
to be overwhelming, some authors raised the question of
the precise anatomical localization of the DBS. Sanchez
del Rio and Linera questioned if the shown diencephalic/
midbrain activity pattern corresponds rather to the midbrain
tegmentum than to the genuine hypothalamus.
(43,74)
Although the anatomical boundaries of the hypothalamus
are quite clear (anterior: lamina terminalis; posterior:
posterior margin of the maxillary bodies; superior:
hypothalamic sulcus; medial: third ventricle; lateral:
subthalamus and internal capsule; inferior: optic chiasm,
median eminence, tuber cinereum, mammillary bodies,
and posterior pituitary), the functional boundaries are more
vaguely determined.
(75)
Matharu et al. re-examined the
statistical parametric maps and coordinates of the
activation pattern of PET studies in CH.
(74)
The observed
activation in the diencephalon and the mesencephalon in
CH are centered over the midbrain tegmentum and are
close to the hypothalamus but more anterior.
(40)
In contrast,
functional imaging studies in CH using BOLD-fMRI studies
detected activation of the posterior and middle
hypothalamus rather than the mesencephalon. The authors
suggest that these differences are most likely based on
methodological issues, mainly the problem of insufficient
spatial resolution (fMRI 4 to 5mm; PET 5 to 10mm). They
conclude that these data can only be interpreted in the
context of other knowledge, but might be, therefore, also
influenced by a priori hypothesis. Moreover, stimulation
of the trigeminal pain processing network by greater
occipital nerve (GON) stimulation in CH patients presented
similar results in regard to pain reduction efficacy suggesting
a rather unspecific role of DBS stimulation in CH.
Additionally, positive DBS results were also observed
in other pain disorders, questioning the patho-
physiological concept of specific hypothalamic alteration
in CH and raising some serious concerns regarding their
validity and specificity. Interestingly, hypothalamic DBS
was also effective in treatment of symptomatic trigeminal
neuralgia (TN) in five multiple sclerosis patients.
(76)
These
patients had to be therapy refractory prior to electrode
implantation. Beneficial effects in regard to pain
reduction were observed in three of the patients even
within the first 24 hours after implantation. Symptomatic
TN seems, therefore, according to the opinion of the
study authors, a possible area of application for DBS.
As long as controlled studies are missing in this regard
the results of such studies should be interpreted with
caution and careless utilization should be avoided.
However, one can conclude based on the reported study
results that DBS of the posterior hypothalamus is not
exclusively effective in CH but also shows beneficial
effects in other pain conditions as well.
In contrast, there are also chronic pain conditions
were hypothalamic DBS seems not to be effective. Franzini
et al. reported on four patients with secondary neuropathic
trigeminal pain (pain after resection of a posterior
mandibular carcinoma, unspecified facial pain; pain after
radiotherapy of a nasopharyngeal carcinoma; and no
description) who did not experienced any relevant pain
reduction after electrode implantation.
(76)
However, the
reported patient population was inhomogenous with not
comparable clinical features, which makes an
interpretation of the study results difficult.
HYPOTHALAMUS: PRIMUM MOVENS IN CH
OR ONLY PART OF THE CENTRAL
PAIN-PROCESSING NETWORK?
Looking at the clinical features of CH with trigeminal
distribution of pain, circadian/circannual rhythmicity, and
CLUSTER HEADACHE AND THE HYPOTHALAMUS – CAUSAL RELATIONSHIP OR EPIPHENOMENON?
194 Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012
HOLLE D, OBERMANN M
ipsilateral cranial autonomic symptoms in combination
with the results from the many imaging studies the patho-
physiological importance of the hypothalamus seems to
be obvious and scientifically proven, but newer data
question the pivotal role of the hypothalamus in CH.
Particularly structural and functional neuroimaging studies
supported the hypothesis of hypothalamic alterations being
involved in the pathophysiology of CH.
(28,41,42)
These data
seemed to be so conclusive that even invasive therapy
methods such as DBS were used to directly influence the
"hypothalamic CH generator". However, other contrary
findings should be also taken into consideration before
prematurely adopt this hypothalamic hypothesis. One
major criticism about most of the interpretations from
previous studies is, that the focus was directed almost
exclusively at results that support the hypothalamic
importance of the hypothalamus in CH, while other data
were often neglected or rendered unimportant. It might
be useful to take a step back and have a look at the
whole picture, as this strong hypothesis driven research
might have led us in the wrong direction.
Hypothalamic activation and structural changes can
also be also detected in other primary headache
disorders such as migraine,
(44)
hemicrania continua
(48)
chronic facial pain
(50)
and hypnic headache
(32)
and is
not an exclusive feature in CH. Interestingly, hypothalamic
changes can even be observed in totally different pain
conditions such as angina pectoris,
(49)
irritable bowel
syndrome
(33)
or even conditions that not involve pain at
all such as anorexia nervosa,
(34)
autism,
(35)
fragile X
syndrome,
(36)
narcolepsy,
(37,38)
and Huntington's
disease.
(39)
However, most of the neuro-imaging studies
that investigated pain disorders other than CH, did not
observe any hypothalamic alterations. However, most
of the CH imaging studies take the involvement of the
hypothalamus a priori as a basis of their analysis, which
allows reduction of the significance level. In contrast, most
of the other studies that investigated pain disorders, did
not predefine the hypothalamus as target anatomic
region, what impedes the dectection of more subtle
activation or structural change below the threshold of
statistical significance.
The exact anatomic localization of the observed
activations or structural alterations in CH has been
discussed quite controversially in the past
(43,74)
in regard
to the limitation of spatial resolution (PET: 2 to 7 mm;
MRI 4 and 5 mm). Based on these methodological
limitations, it was suggested that the observed activations
might be localized in the midbrain tegmentum rather than
in the hypothalamus itself. Taking the limitation of spatial
resolution into consideration, PET and MRI seem to be
not proper methods to distinguish anatomically between
these two regions. This might challenge the validity of
many neuroimaging results presented in regard to
anatomic precision.
Although neuroendocrine
(16)
and genetic studies
(25)
detected changes in CH and also seem to point at
hypothalamic changes, the specificity of these observations
must be questioned. HPA axis disturbances can be also
detected in fibromyalgia,
(19)
chronic fatigue syndrome,
(20)
irritable bowel syndrome,
(21)
and migraine,
(18)
genetic
mutations were not reproducible.
(26)
EXPERT COMMENTARY
Although the clinical picture of CH with trigeminal
distribution of pain, circadian/circannual rhythmicity, and
ipsilateral cranial autonomic features support the
hypothesis of hypothalamic changes in terms of a specific
CH generator as primum movens, more and more
studies results, especially conducted in other pain
conditions, question this hypothesis. Taking all current
information together it seems to be much more probable
that the hypothalamus is only involved in pain processing
in general as part of a pain network.
Previous studies on this topic were often driven by
strong a priori hypothesis and all results were only
interpreted in the context of these hypothesis. We can
mainly learn from this example that overly clear
pathophysiological concepts of any particular disease
evidently lead to overinterpretation and bias. As these
interpretations even lead to invasive treatment
methods, which may even jeopardize patients´
wellbeing, it seems mandatory to question even strong
plausible hypotheses more often, because they might
not explain the whole truth and might point future
science in a wrong direction.
FIVE-YEAR VIEW
There is a need for investigation of the true patho-
physiological background of CH, probably based on a
more multi-causal concept, as research of the last ten
years was at least partly misguided by the main focus
on the hypothalamus in CH pathophysiology. Further
research should concentrate on different structures other
than the hypothalamus that might be involved in the
pathophysiology of CH.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012 195
REFERENCES
1. The International Classification of Headache Disorders: 2nd
edition. Cephalalgia. 2004;24 Suppl 1:9-160.
2. Kiernan J. The Human Nervous System: An Anatomical View
Point. New York: Lippincott-Raven; 1998.
3. Settle M. The hypothalamus. Neonatal Netw. 2000;19(6):9-
14.
4. Millan MJ. The induction of pain: an integrative review. Prog.
Neurobiol. 1999;57(1):1-164.
5. Miranda-Cardenas Y, Rojas-Piloni G, Martínez-Lorenzana
G, Rodríguez-Jiménez J, López-Hidalgo M, Freund-Mercier
MJ, u. a. Oxytocin and electrical stimulation of the para-
ventricular hypothalamic nucleus produce antinociceptive
effects that are reversed by an oxytocin antagonist. Pain. 2006;
122(1-2):182-9.
6. Bartsch T, Levy MJ, Knight YE, Goadsby PJ. Differential modulation
of nociceptive dural input to [hypocretin] orexin A and B receptor
activation in the posterior hypothalamic area. Pain. 2004;
109(3):367-8.
7. Goadsby PJ, Lipton RB. A review of paroxysmal hemicranias,
SUNCT syndrome and other short-lasting headaches with
autonomic feature, including new cases. Brain. 1997;120 ( Pt
1):193-209.
8. Panda S, Hogenesch JB. It's all in the timing: many clocks, many
outputs. J Biol Rhythms. 2004;19(5):374-87.
9. Davidson AJ, Yamazaki S, Menaker M. SCN: ringmaster of the
circadian circus or conductor of the circadian orchestra? Novartis
Found Symp. 2003;253:110-121; discussion 121-125, 281-
284.
10. Schoonman GG, Evers DJ, Terwindt GM, van Dijk JG, Ferrari
MD. The prevalence of premonitory symptoms in migraine: a
questionnaire study in 461 patients. Cephalalgia. 2006;26
(10):1209-13.
11. Solomon GD. Circadian rhythms and migraine. Cleve Clin J
Med. 1992;59(3):326-9.
12. Yoon M-S, Mueller D, Hansen N, Poitz F, Slomke M, Dommes P,
u. a. Prevalence of facial pain in migraine: a population-based
study. Cephalalgia. 2010;30(1):92-6.
13. Donnet A, Lantéri-Minet M. A consecutive series of 22 cases
of hypnic headache in France. Cephalalgia. 2009;29(9): 928-
34.
14. Holle D, Naegel S, Krebs S, Katsarava Z, Diener H-C, Gaul C,
u. a. Clinical characteristics and therapeutic options in hypnic
headache. Cephalalgia. 2010;30(12):1435-42.
15. Kudrow L. Plasma testosterone levels in cluster headache
preliminary results. Headache. 1976;16(1):28-31.
16. Leone M, Bussone G. A review of hormonal findings in cluster
headache. Evidence for hypothalamic involvement. Cephalalgia.
1993;13(5):309-17.
17. Cevoli S, Pizza F, Grimaldi D, Nicodemo M, Favoni V, Pierangeli G,
u. a. Cerebrospinal fluid hypocretin-1 levels during the active period
of cluster headache. Cephalalgia [Internet]. 2011 März 28 [zitiert
2011 Juni 3];Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/
21444644
18. Peres MF, Sanchez del Rio M, Seabra ML, Tufik S, Abucham J,
Cipolla-Neto J, u. a. Hypothalamic involvement in chronic
migraine. Neuro Neurosur Psychiatr. 2001;71(6):747-51.
19. Sommer C, Häuser W, Gerhold K, Joraschky P, Petzke F, Tölle T,
u. a. [Etiology and pathophysiology of fibromyalgia syndrome
and chronic widespread pain]. Schmerz. 2008;22(3):267-82.
20. Van Den Eede F, Moorkens G. HPA-axis dysfunction in chronic
fatigue syndrome: clinical implications. Psychosomatics. 2008;
49(5):450.
21. Chang L, Sundaresh S, Elliott J, Anton PA, Baldi P, Licudine A, u.
a. Dysregulation of the hypothalamic-pituitary-adrenal (HPA) axis
in irritable bowel syndrome. Neurogastroenterol Motil. 2009;
21(2):149-59.
22. Tak LM, Cleare AJ, Ormel J, Manoharan A, Kok IC, Wessely S, u.
a. Meta-analysis and meta-regression of hypothalamic-pituitary-
adrenal axis activity in functional somatic disorders. Biol Psychol.
2011;87(2):183-94.
23. Bahra A, May A, Goadsby PJ. Cluster headache: a prospective
clinical study with diagnostic implications. Neurology. 2002 12;
58(3):354-61.
24. Russell MB. Epidemiology and genetics of cluster headache.
Lancet Neurol. 2004;3(5):279-83.
25. Rainero I, Gallone S, Valfrè W, Ferrero M, Angilella G, Rivoiro C,
u. a. A polymorphism of the hypocretin receptor 2 gene is associated
with cluster headache. Neurology. 2004;63(7):1286-8.
26. Baumber L, Sjöstrand C, Leone M, Harty H, Bussone G, Hillert
J, u. a. A genome-wide scan and HCRTR2 candidate gene analysis
in a European cluster headache cohort. Neurology. 2006;
66(12):1888-93.
27. Pinessi L, Binello E, De Martino P, Gallone S, Gentile S, Rainero
I, u. a. The 1246G-->A polymorphism of the HCRTR2 gene is
not associated with migraine. Cephalalgia. 2007;27(8):945-9.
28. May A, Ashburner J, Büchel C, McGonigle DJ, Friston KJ,
Frackowiak RS, u. a. Correlation between structural and functional
changes in brain in an idiopathic headache syndrome. Nat Med
1999;5(7):836-8.
29. Matharu MS. Functional and structural neuroimaging in primary
headache disorders [PhD thesis]. 2006;
30. Naegel S, Holle D, Desmarattes N, Theysohn C, Gaul HC,
Diener Z. Course of disease in cluster headache is reflected by
distinct grey matter transformation. 21st Meeting of the European
Neurological Society Lisbon, Portugal. 2011. (AAN Abstract).
31. Absinte M. Selective gray matter atrophy in the pain-matrix
network in cluster headache. Twenty-first Meeting of the European
Neurological Society 28–31 May, 2011. Journal of Neurology.
2011;258(Supp 1).(AAN Abstract).
32. Holle D, Naegel S, Krebs S, Gaul C, Gizewski E, Diener H-C, u.
a. Hypothalamic gray matter volume loss in hypnic headache.
Ann Neurol. 2011;69(3):533-9.
33. Blankstein U, Chen J, Diamant NE, Davis KD. Altered brain
structure in irritable bowel syndrome: potential contributions of
pre-existing and disease-driven factors. Gastroenterology.
2010;138(5):1783-9.
34. Boghi A, Sterpone S, Sales S, D'Agata F, Bradac GB, Zullo G, u.
a. In vivo evidence of global and focal brain alterations in anorexia
nervosa. Psychiatry Res. 2011;192(3):154-9.
CLUSTER HEADACHE AND THE HYPOTHALAMUS – CAUSAL RELATIONSHIP OR EPIPHENOMENON?
196 Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012
HOLLE D, OBERMANN M
35. Kurth F, Narr KL, Woods RP, O'Neill J, Alger JR, Caplan R, u. a.
Diminished Gray Matter Within the Hypothalamus in Autism
Disorder: A Potential Link to Hormonal Effects? Biol Psychiatry
[Internet]. 2011 Apr 29 [zitiert 2011 Juni 3];Available from:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21531390
36. Hoeft F, Lightbody AA, Hazlett HC, Patnaik S, Piven J, Reiss AL.
Morphometric spatial patterns differentiating boys with fragile X
syndrome, typically developing boys, and developmentally
delayed boys aged 1 to 3 years. Arch Gen Psychiatry. 2008;
65(9):1087-97.
37. Kim SJ, Lyoo IK, Lee YS, Lee J-Y, Yoon SJ, Kim JE, u. a. Gray
matter deficits in young adults with narcolepsy. Acta Neurol Scand.
2009;119(1):61-7.
38. Buskova J, Vaneckova M, Sonka K, Seidl Z, Nevsimalova S.
Reduced hypothalamic gray matter in narcolepsy with cataplexy.
Neuro Endocrinol Lett. 2006;27(6):769-72.
39. Douaud G, Gaura V, Ribeiro M-J, Lethimonnier F, Maroy R,
Verny C, u. a. Distribution of grey matter atrophy in Huntington's
disease patients: a combined ROI-based and voxel-based
morphometric study. Neuroimage. 2006;32 (4):1562-75.
40. May A, Bahra A, Büchel C, Frackowiak RS, Goadsby PJ.
Hypothalamic activation in cluster headache attacks. Lancet.
1998;352(9124):275-8.
41. Sprenger T, Boecker H, Tolle TR, Bussone G, May A, Leone M.
Specific hypothalamic activation during a spontaneous cluster
headache attack. Neurology. 2004;62(3):516-7.
42. Morelli N, Pesaresi I, Cafforio G, Maluccio MR, Gori S, Di Salle
F, u. a. Functional magnetic resonance imaging in episodic cluster
headache. J Headache Pain. 2009;10(1):11-4.
43. Sánchez del Rio M, Alvarez Linera J. Functional neuroimaging of
headaches. Lancet Neurol. 2004;3(11):645-51.
44. Denuelle M, Fabre N, Payoux P, Chollet F, Geraud G.
Hypothalamic activation in spontaneous migraine attacks.
Headache. 2007;47(10):1418-26.
45. Weiller C, May A, Limmroth V, Jüptner M, Kaube H, Schayck RV,
u. a. Brain stem activation in spontaneous human migraine
attacks. Nat Med. 1995;1(7):658-60.
46. Bahra A, Matharu MS, Buchel C, Frackowiak RS, Goadsby PJ.
Brainstem activation specific to migraine headache. Lancet.
2001;357(9261):1016-7.
47. Afridi SK, Giffin NJ, Kaube H, Friston KJ, Ward NS, Frackowiak
RSJ, u. a. A positron emission tomographic study in spontaneous
migraine. Arch Neurol. 2005;62(8):1270-5.
48. Matharu MS, Cohen AS, McGonigle DJ, Ward N, Frackowiak RS,
Goadsby PJ. Posterior hypothalamic and brainstem activation in
hemicrania continua. Headache. 2004;44(8):747-61.
49. Rosen SD, Paulesu E, Frith CD, Frackowiak RS, Davies GJ, Jones
T, u. a. Central nervous pathways mediating angina pectoris.
Lancet. 1994;344(8916):147-50.
50. Kupers RC, Gybels JM, Gjedde A. Positron emission tomography
study of a chronic pain patient successfully treated with
somatosensory thalamic stimulation. Pain. 2000;87(3):295-
302.
51. Dubé A-A, Duquette M, Roy M, Lepore F, Duncan G, Rainville P.
Brain activity associated with the electrodermal reactivity to acute
heat pain. Neuroimage. 2009;45(1):169-80.
52. Hsieh JC, Ståhle-Bäckdahl M, Hägermark O, Stone-Elander S,
Rosenquist G, Ingvar M. Traumatic nociceptive pain activates
the hypothalamus and the periaqueductal gray: a positron
emission tomography study. Pain. 1996;64(2):303-14.
53. Petrovic P, Petersson KM, Hansson P, Ingvar M. Brainstem
involvement in the initial response to pain. Neuroimage. 2004;
22(2):995-1005.
54. Fox MD, Raichle ME. Spontaneous fluctuations in brain activity
observed with functional magnetic resonance imaging. Nat Rev
Neurosci. 2007;8(9):700-11.
55. Biswal B, Yetkin FZ, Haughton VM, Hyde JS. Functional
connectivity in the motor cortex of resting human brain using
echo-planar MRI. Magn Reson Med. 1995 ;34(4):537-41.
56. Damoiseaux JS, Rombouts SARB, Barkhof F, Scheltens P, Stam
CJ, Smith SM, u. a. Consistent resting-state networks across
healthy subjects. Proc Natl Acad Sci U.S.A. 2006;103 (37):
13848-53.
57. Raichle ME, MacLeod AM, Snyder AZ, Powers WJ, Gusnard DA,
Shulman GL. A default mode of brain function. Proc Natl Acad
Sci U.S.A. 2001;98(2):676-82.
58. Baliki MN, Geha PY, Apkarian AV, Chialvo DR. Beyond feeling:
chronic pain hurts the brain, disrupting the default-mode network
dynamics. J Neurosci. 2008;28(6):1398-403.
59. Rocca MA, Valsasina P, Absinta M, Colombo B, Barcella V, Falini
A, u. a. Central nervous system dysregulation extends beyond
the pain-matrix network in cluster headache. Cephalalgia. 2010;
30(11):1383-91.
60. Lodi R, Pierangeli G, Tonon C, Cevoli S, Testa C, Bivona G, u.
a. Study of hypothalamic metabolism in cluster headache by
proton MR spectroscopy. Neurology. 2006;66(8):1264-6.
61. Wang S-J, Lirng J-F, Fuh J-L, Chen J-J. Reduction in hypothalamic
1H-MRS metabolite ratios in patients with cluster headache. J
Neurol Neurosurg Psychiatr. 2006;77(5):622-5.
62. Leone M, Franzini A, Bussone G. Stereotactic stimulation of
posterior hypothalamic gray matter in a patient with intractable
cluster headache. N Engl J Med. 2001;345(19):1428-9.
63. Leone M, Franzini A, Broggi G, Mea E, Cecchini AP, Bussone G.
Acute hypothalamic stimulation and ongoing cluster headache
attacks. Neurology. 2006;67(10):1844-5.
64. Leone M, Proietti Cecchini A, Franzini A, Broggi G, Cortelli P,
Montagna P, u. a. Lessons from 8 years' experience of
hypothalamic stimulation in cluster headache. Cephalalgia.
2008;28(7):787-97; discussion 798.
65. Leone M, Franzini A, Cecchini AP, Broggi G, Bussone G.
Hypothalamic deep brain stimulation in the treatment of chronic
cluster headache. Ther Adv Neurol Disord. 2010;3(3):187-95.
66. Leone M, Franzini A, Broggi G, Bussone G. Hypothalamic
stimulation for intractable cluster headache: long-term
experience. Neurology. 2006;67(1):150-2.
67. Fontaine D, Lazorthes Y, Mertens P, Blond S, Géraud G, Fabre N,
u. a. Safety and efficacy of deep brain stimulation in refractory
cluster headache: a randomized placebo-controlled double-
blind trial followed by a 1-year open extension. J Headache
Pain. 2010;11(1):23-31.
68. Bartsch T, Pinsker MO, Rasche D, Kinfe T, Hertel F, Diener HC, u.
a. Hypothalamic deep brain stimulation for cluster headache:
Headache Medicine, v.3, n.4, p.188-197, Oct./Nov./Dec. 2012 197
experience from a new multicase series. Cephalalgia. 2008;
28(3):285-95.
69. Owen SLF, Green AL, Davies P, Stein JF, Aziz TZ, Behrens T, u. a.
Connectivity of an effective hypothalamic surgical target for
cluster headache. J Clin Neurosci. 2007;14(10):955-60.
70. Starr PA, Barbaro NM, Raskin NH, Ostrem JL. Chronic
stimulation of the posterior hypothalamic region for cluster
headache: technique and 1-year results in four patients. J
Neurosurg. 2007;106(6):999-1005.
71. Leone M, Franzini A, Broggi G, May A, Bussone G. Long-term
follow-up of bilateral hypothalamic stimulation for intractable
cluster headache. Brain. 2004;127(Pt 10):2259-64.
72. Franzini A, Ferroli P, Leone M, Broggi G. Stimulation of the
posterior hypothalamus for treatment of chronic intractable
cluster headaches: first reported series. Neurosurgery. 2003;
52(5):1095-9; discussion 1099-1101.
73. Franzini A, Ferroli P, Leone M, Bussone G, Broggi G. Hypothalmic
deep brain stimulation for the treatment of chronic cluster
headache: a series report. Neuromodulation. 2004; 7:1-8.
74. Matharu MS, Zrinzo L. Deep brain stimulation in cluster
headache: hypothalamus or midbrain tegmentum? Curr Pain
Headache Rep. 2010 ;14(2):151-9.
75. De Armond S, Fusco M, Dewey M. Structure of the Human brain:
A Photographic Atlas. Oxford university press; 1989.
76. Franzini A, Messina G, Cordella R, Marras C, Broggi G. Deep
brain stimulation of the posteromedial hypothalamus: indications,
long-term results, and neurophysiological considerations.
Neurosurg Focus. 2010;29(2):E13.
Correspondence
Mark Obermann, MDMark Obermann, MD
Mark Obermann, MDMark Obermann, MD
Mark Obermann, MD
Department of Neurology
University of Duisburg-Essen
Hufelandstr. 55
45122 Essen
Phone: + 49-201-723-84385
Email: mark.obermann@uni-due.de
Received: 11/28/2012
Accepted: 12/15/2012
CLUSTER HEADACHE AND THE HYPOTHALAMUS – CAUSAL RELATIONSHIP OR EPIPHENOMENON?
198 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
SHORT COMMUNICATIONSSHORT COMMUNICATIONS
SHORT COMMUNICATIONSSHORT COMMUNICATIONS
SHORT COMMUNICATIONS
BACKGROUND
Although migraine is more common in women than
in men,
(1)
it is yet little explored whether migraine, migraine
types, or headache frequency are linked to specific events
of the reproductive cycle. Since particular migraine sub-
types seem to be risk factor for more serious diseases (e.g.
cardiovascular disease),
(2)
the topic is of relevance.
OBJECTIVES
To contrast aspects related to women's reproductive
cycle (age of menarche, number of pregnancies,
headaches during pregnancy, menstrual cycle, duration
of period, use of contraceptive pills) as a function of
headache status and of headache type.
METHODS
Sample consisted of 422 college students. A structured
questionnaire was used, allowing the classification of the
headaches according to the second edition of the
International Classification for Headache Disorders.
(3)
Information about reproductive life was obtained (use of
contraceptive pills, age of menarche, duration of period,
menstrual cycle, headaches during pregnancy, number
of pregnancies).
Questionnaire consisted of 44 questions divided in 3
parts. Part 1 assessed demographics. Part 2 (22 questions)
obtained detailed headache information. Part 3 (10
questions) explored temporality of headache relative to
the menstrual cycle, and aspects related to fertility and
reproductive life. Pregnant women and women younger
than 18 or older than 45 years were excluded.
Menstrual headache was defined as headaches
happening from two days before the first day of
menstruation until the third day of the period. It was divided
in pure (not happening in other times) or related. Findings
were contrasted as a function of headache type.
The study was approved by an academically affiliated
Investigation Review Board, and consent forms were
obtained (Conselho de Ética em Pesquisa-FIPA, nº 38/
10 de 14/6/2010).
RESULTS
Median age of the participating sample was 22
years. Of participants, 27.9% had migraine without aura
(MO), 17.8% had migraine with aura (MA), 16.9% had
probable migraine (PM), 6.8% had chronic daily
headaches (CDH), 3.1% had tension-type headache
(TTH) and 6.6% had other headache types.
Figure 1 displays the age of menarche as a function
of current headache status. Overall, median age of
Headache type and aspects of reproductive life
in young women
Eliana Meire Melhado
1
, Andressa Regina Galego
2
, João Paulo Galdezzani
2
,
Luiz Paulo de Queiroz
3
, Marcelo Eduardo Bigal
4
1
MD, PhD. Department of Neurology – Unicamp. Head of Padre Albino Integrated Colleges,
Department of Neurology, Catanduva, São Paulo, Brazil
2
College students of Padre Albino Integrated Colleges (Medical School), Catanduva, SP, Brazil
3
MD, PhD. Department of Neurology – Unifesp, São Paulo, SP, Brazil
4
M.D., Ph.D. Head of the Merck Investigator Studies Program, Scientific Engagements and Education
(MISP/SEE) Office of the Chief Medical Officer – Merck North Wales, PA, USA
Melhado EM, Galego AR, Galdezzani JP, Queiroz LP, Bigal ME. Headache type and aspects of
reproductive life in young women. Headache Medicine. 2012;3(4):198-9
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 199
menarche was 12.3 years. As seen, women with MA were
significantly more likely to have had their menarche at earlier
ages than women without headaches (p = 0.03) (Figure 1).
Women with CDH were significantly more likely than
women with episodic migraine or with no headaches to
have longer menstrual periods (7 days or more, p < 0.05).
Use of hormonal contraceptive pills was strikingly similar
as a function of having or not migraine headaches, having
or not aura, and as a function of number of headache
days per month (around 73% for all groups) (Table 1).
Pregnancy modified the phenotype of the headache
quite considerably. The relative frequency of CDH and of
MA was significantly increased during pregnancy relative
to outside of pregnancy (p < 0.01) (Figure 2).
CONCLUSIONS
The fact that women with MA are equally likely to
receive hormonal contraceptives relative to women without
headaches or with other headache types raise the question
whether providers are properly assessing risk of
cardiovascular
(2)
outcomes in some women with
headaches. Since we did not assess body mass index or
tabagism, we can't infer on properness of care. We did
however expect lower proportion of women with MA to
be using hormonal medications.
Although headaches tend to improve during
pregnancy
(4-6)
relative frequency of aura or frequent
headaches is increased in pregnancy relative to outside
pregnancy. Reasons for this change need to be further
explored. Studies should also focus on whether these
headache types are associated with complications during
pregnancy.
Finally, the finding that the duration of the menstruation
varied as a function of headache frequency also raises
the suspicion that hormonal fluctuations not only relate to
the prevalence of migraine, but also to the frequency of
headaches.
REFERENCES
1. Macgregor EA, Rosenberg JD, Kurth T. Sex-related differences in
epidemiological and clinic-based headache studies. Headache.
2011;51:843-859.
2. Bigal ME, Kurth T, Santanello N, Buse D, Golden W, Robbins M,
Lipton RB. Migraine and cardiovascular disease. A population-
based study. Neurology. 2010; 74:628-35.
3. Headache Classification Subcommittee of the International
Headache Society. The International Classification of Headache
Disorders (2nd ed.). Cephalalgia. 2004; 24(Suppl1): 1-151.
4. Melhado EM, Maciel JA, Guerreiro CA. Headache during
gestation: evaluation of 1101 women. Can J Neurol Sci.
2007;34(2):187-92.
5. Sances G, Granella F, Nappi RE, Fignon A, Ghiotto N, Polatti F et
al. Course of migraine during pregnancy and postpartum: a
prospective study. Cephalalgia; 2003; 23(3):197-205.
6. Rasmussen BK. Migraine and tension-type headache in a general
population: precipiting factores, female hormones, sleep pattern
and relation to lifestyle. Pain; 1993; 53:65-72.
Figure 1 – Age of menarche as a function of headache type. PM =
Probable migraine; MO = Migraine without aura; MA = Migraine
with aura; CDH = Chronic daily headache
SHORT COMMUNICATIONS
Figure 2 – Headache diagnoses (the Second Edition of the International
Classification for Headache Disorders) as a function of pregnancy.
200 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
SHORT COMMUNICATIONS
Avaliação do equilíbrio, agilidade e presença
de tontura em pacientes com migrânea com e
sem aura
Carvalho GF, Gonçalves MC, Florêncio LL, Dach F, Ferreira KS, Chaves TC, Speciali JG, Bevilaqua-Grossi D
Faculdade de Medicina de Ribeirão preto, Universidade de São Paulo – USP
Carvalho GF, Gonçalves MC, Florêncio LL, Dach F, Ferreira KS, Chaves TC, Speciali JG, Bevilaqua-Grossi D.
Avaliação do equilíbrio, agilidade e presença de tontura em pacientes com migrânea com e sem aura
Headache Medicine. 2012;3(4):200-3
INTRODUÇÃO
A migrânea pode estar associada ao acidente
vascular cerebral e a complicações isquêmicas
devido à depressão da atividade elétrica e conse-
quente diminuição do fluxo sanguíneo cerebral.
(1,2)
A substância branca cerebral é afetada, especial-
mente nas regiões do cerebelo, tronco encefálico
e o ouvido interno, podendo favorecer o apareci-
mento de sinais e sintomas como vertigem, dese-
quilíbrio, aumento da oscilação postural, incoor-
denação dos movimentos, dismetria e/ou disfa-
gia, além de prejuízos na força e ritmo da con-
tração muscular.
(3)
Segundo Etminan (2005) essas
alterações são maiores quando há a presença
de aura.
(1)
OBJETIVO
Avaliar a oscilação do centro de pressão
(COP), a agilidade, o relato e impacto da tontura
em pacientes com migrânea com aura (MA) e sem
aura (M) e indivíduos controle (GC).
MÉTODOS
Os pacientes, todos do gênero feminino e
idade entre 18 e 55 anos, foram triados do am-
bulatório de cefaleia de um hospital terciário e
diagnosticadas com migrânea com aura ou sem
aura por neurologistas especialistas em cefaleia
de acordo com a ICHD-II (2004). Foram excluídos
pacientes obesos, com relato de vestibulopatias,
doenças sistêmicas, outros tipos de cefaleia ou em
uso de medicamentos que afetem o equilíbrio. O
grupo controle foi composto de funcionários e acom-
panhantes, pareados pela idade.
Foram avaliadas 92 voluntárias, sendo 31 do grupo
M, 31 do grupo MA e 30 do GC. A amostra foi homo-
gênea, exceto pelo índice de massa corporal (IMC), maior
no grupo MA em relação ao GC (Tabela 1).
O COP foi mensurado através da estabilometria com
uma plataforma de força (AMTI - OR6-7-1000) em apoio
bipodal e unipodal, com olhos abertos e fechados du-
rante trinta segundos. A coleta foi aleatorizada por sorteio.
A agilidade foi avaliada pelo teste Timed Up and
Go (TUG), no qual o paciente é orientado a se levantar
de uma cadeira, andar três metros e retornar a sentar em
um menor tempo possível.
A tontura foi avaliada pelo questionário Dizziness
Handicap Inventory (DHI), que considera os aspectos
psicológicos, físicos e funcionais relacionados a este
sintoma.
Para análise entre os grupos, foi utilizado um modelo
de regressão linear com efeitos mistos para a plataforma
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 201
de força e teste TUG e um modelo de regressão logística
para o DHI, com nível de significância de α<0,05.
O estudo foi aprovado pelo comitê de ética local
(processo n° 4126/2010).
RESULTADOS
Os resultados revelaram maior oscilação do COP no
grupo MA em relação ao grupo M e GC em apoio bipodal
com olhos abertos e fechados (p<0,02). Pacientes com
MA apresentaram maior deslocamento do COP em rela-
ção ao grupo M nas situações unipodal com olhos abertos
(p<0,02) (Figura 1). Os pacientes com migrânea não
conseguiram executar a coleta em apoio unipodal com
os olhos fechados, sendo este dado dispensado da análise.
Os dados de controle dos pacientes, inclusive o IMC, não
exerceram influência nos dados da plataforma de força,
teste TUG e relato de tontura.
Não houve diferença no tempo de realização do
TUG (segundos) entre os grupos MA (8,5 segundos) e
M (8,2 segundos), porém ambos os grupos foram dife-
rentes do GC (6,5 segundos; p<0,01) (Figura 2). Além
da presença da migrânea, o aumento da idade se mos-
trou relacionado com a diminuição da mobilidade.
Sintomas de tontura foram verificados em 80% do
grupo MA e 65% do grupo M, apresentando um risco
de 58 vezes no grupo MA e de 25 vezes no grupo M
para o desenvolvimento deste sintoma em relação a indi-
víduos sem a patologia. A tontura exerceu influência signi-
ficante nas atividades de vida diária destes pacientes,
com impacto moderado segundo os escores do questio-
nário (p<0,001) (Tabela 2).
Figura 1 – Log. da média e intervalo de confiança das áreas de oscilação corporal (cm
2
) em apoio bipodal com olhos abertos (OA), olhos
fechados (OF), Apoio unipodal direito (DOA) e esquerdo (EOA) com olhos abertos do Grupo Controle (GC), Grupo Migrânea sem Aura (M) e
Grupo Migrânea com Aura (MA).**Transformação da variável em Logaritmo. *p=0,001;
†
p=0,02.
SHORT COMMUNICATIONS
202 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
Figura 2 – Log. da média e intervalo de confiança das áreas do
tempo de execução do teste Timed Up and Go (TUG).
* p<0,001;
†
p<0,01.
em atividades diárias onde haja diminuição da lumi-
nosidade, por exemplo.
Nossos resultados também apontaram para a
influência da idade e da migrânea sobre os resultados
do teste TUG. É possível inferir que idosos com história
de migrânea apresentem um aumento particular do
risco de quedas quando comparado a idosos sem
migrânea.
Além da idade, a cronicidade parece ser um fator
agravante para o desequilíbrio.
(5)
Em pacientes com
migrânea crônica foram detectadas disfunções subclínicas
nos sistemas vestibular e cerebelar, além de alterações
da motricidade ocular, sugerindo que a maior oscilação
tenha causa central.
(5,6)
Esses achados são coerentes com
estudos de imagem que relacionam o aumento da fre-
quência de crises com a maior incidência de lesões corti-
cais, encontradas especialmente no cerebelo de migra-
nosos com aura.
(1,2)
É possível que em uma amostra com-
posta de pacientes com migrânea crônica fosse possível
verificar um maior espectro de diferença em relação ao
grupo controle.
Apesar de estar bem estabelecida a associação entre
as patologias vestibulares e relato de vertigem/tontura
em pacientes com migrânea,
(7)
pouco se sabe sobre o
impacto dessas condições nesse grupo de pacientes.
Os dados revelaram que houve um impacto mode-
rado da tontura nos aspectos físicos, funcionais e psico-
lógicos nos pacientes com migrânea, independente da
presença de aura. Escores semelhantes do DHI foram
encontrados em outros estudos. A melhora dos escores
do DHI com a reabilitação vestibular
(8)
sugere que estes
pacientes precisem ser orientados quanto ao risco de
quedas em atividades funcionais, especialmente durante
a crise.
CONCLUSÕES
Nossos dados demonstraram que pacientes com
migrânea (com e sem aura) apresentam alterações no
equilíbrio estático, na agilidade e mobilidade, além da
alta prevalência de tontura, com impacto em vários
aspectos da vida diária. A aura parece influenciar de
forma significativa a estabilidade postural destes paci-
entes.
REFERÊNCIAS
1. Etminan M, Takkouche B, Isorna FC, Samii A. Risk of ischaemic
stroke in people with migraine: systematic review and meta-
analysis of observational studies. BMJ. 2005;330:63.
DISCUSSÃO
Nossos resultados mostraram que houve maior
oscilação em pacientes com migrânea em nas situações
OA e OF, contudo, houve uma diferença maior entre os
grupos quando o teste foi realizado com os olhos
fechados. Outros estudos já sugeriram uma tendência
de deslocamento maior em migranosos e piores resul-
tados nos testes com olhos abertos
(4)
ou com olhos
fechados.
(3)
É importante salientar que os indivíduos com migrâ-
nea com aura apresentaram prejuízo quanto à oscilação
postural nas posições de apoio bipodal e unipodal com
olhos abertos, todavia, foram capazes de realizar a
função. Já com apoio unipodal e olhos fechados, espe-
cialmente com o membro não dominante, ambos os
grupos com migrânea apresentaram uma limitação
funcional para esta tarefa. Este dado sugere maior risco
de quedas em situações que exijam tal função, como
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 203
2. Swartz RH, Kern RZ. Migraine Is Associated With Magnetic
Resonance Imaging White Matter Abnormalities A Meta-
analysis. Arch Neurol. 2004;61:1366-8.
3. Ishizaki K, Mori N, Takeshima T, Fukuhara Y, Ijiri T. Static
stabilometry in patients with migraine and tension-type headache
during a headache-free period. Psychiatry Clin Neurosci. 2002;
56(1):85-90.
4. Rossi C. et al. Balance disorders in headache patients: evaluation
by computerized static stabilometry. Acta Neurol Scand. 2005;
111(6):407-13
5. So CW, Bent LR. Increased vestibular contribution to posture
control in individuals with chronic headache. J Vestib Res. 2009;
19(1-2)49-58.
6. Harno H, et al. Subclinical vestibulocerebellar dysfunction in migraine
with and without aura. Neurology. 2003;61(12): 1748-52.
7. Parker, W. Migraine and the vestibular system in adults. Am J
Otol. 1991;12(1):25-34.
8. Wrisley DM, Whitney SL, Furman JM. Vestibular rehabilitation
outcomes in patients with a history of migraine. Otol Neurotol.
2002; 23(4):483-7.
xxx-xxx
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 204
Qualidade de vida e incapacidade relacionada
à saúde de crianças com migrânea
Gabriela Natália Ferracini
1
, Fabíola Dach
2
, José Geraldo Speciali
3
1
Fisioterapeuta, doutoranda em Neurociências da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
2
Doutora em Neurologia, Médica assistente do Ambulatório de Cefaleia do Hospital das Clínicas de
Ribeirão Preto (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
3
Professor associado de Neurologia do Departamento de Neurociências e Ciências do
Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
Ferracini
GN, Dach
F, Speciali JG. Qualidade de vida e incapacidade relacionada à
saúde de crianças com migrânea. Headache Medicine. 2012;3(4):203-5
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
A migrânea leva a uma redução da participação de crianças
nas atividades de casa e de lazer e no rendimento escolar,
além de comprometer os aspectos psicológicos, gerando
um impacto negativo na qualidade de vida relacionada à
saúde. Este estudo objetivou avaliar a incapacidade que
esta condição causa na vida diária de crianças de 6 a 12
anos de idade de ambos os gêneros e se influencia a
qualidade de vida. A amostra foi composta por 50 crianças
com migrânea sem aura e 50 crianças sem histórico de
cefaleia. Para verificar a incapacidade aplicou-se o
questionário Pediatric Migraine Disability Score e para
qualidade de vida o questionário Pediatric Quality of Life
Inventory4.0
TM
. Os meninos perderam em média 13 (DP
26,36) dias e as meninas em média 15 (DP 22,43) dias
sobre atividade e rendimento escolar, tarefas de casa e lazer,
em três meses. De acordo com o grau de incapacidade, 19
(38%) apresentaram pouca ou ausência de incapacidade
(Grau I), 17 (34%) leve (Grau II), sete (14%) moderada
(Grau III) e sete (14%) incapacidade grave (Grau IV) sobre
atividade e rendimento escolar, tarefas de casa e lazer. A
qualidade de vida, pela percepção dos pais, é pior nas
crianças com migrânea [IC95% (-16,92 – -6,18) p<0,01],
mas na percepção das crianças é semelhante nos dois
grupos. Quando se analisam separadamente os vários
domínios do questionário, pela percepção dos pais, há
diferenças nos domínios físico [IC95% (-15,24 – -1,88)
p<0,01] e psicossocial [IC95% (-17,96 – -6,74) p<0,01].
Enquanto que pela autoavaliação das crianças, houve
diferença nos domínios emocional [IC95% (-16,95 – -5,70)
p<0,01] e escolar [IC95% (-15,90 – -5,74) p<0,01]. Não
foi encontrada correlação entre os dias perdidos devido à
migrânea e a qualidade de vida.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Cefaleia; Crianças; Qualidade de vida
INTRODUÇÃO
Cefaleia é a causa mais comum de dor na infância,
com alto risco para tornar-se crônica e persistente na
idade adulta.
(1)
A incapacidade que a migrânea causa
durante e entre as crises leva a uma redução da parti-
cipação da criança nas atividades familiar, social e
SHORT COMMUNICATIONS
205 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
escolar, além do comprometimento dos aspectos
psicológicos, gerando um impacto negativo na qualidade
de vida.
(2)
A Qualidade de Vida relacionada à saúde (QVRS)
compreende os efeitos que as doenças e os tratamentos
têm sobre a vida diária e a satisfação pessoal.
(3)
O
impacto sobre a QVRS pode ser avaliado por meio de
instrumentos multidimensionais, que mensuram a per-
cepção subjetiva e individual (autorrelato) nos aspectos
físico, emocional, psicológico e social.
(3)
Um instrumento
genérico, utilizado para a população pediátrica e com
validação para a população brasileira
(4)
é o Pediatric
Quality of Life Inventory (PedsQL™ 4.0),
(5)
que analisa a
percepção da criança e de seus pais perante a do-
ença. Além disso, há um instrumento mais específico
para se mensurar a incapacidade que a migrânea causa
na vida de crianças denominado Pediatric Migraine
Disability Score (PedMIDAS),
(6)
desenvolvido por meio
da versão utilizada em adultos, o Migraine Disability
Assessement Score.
(7)
OBJETIVO
Avaliar a incapacidade que a migrânea causa na
vida diária de crianças de 6 a 12 anos de idade de
ambos os gêneros e se ela influencia a qualidade de
vida.
METODOLOGIA
A amostra foi composta por 100 crianças (68
meninas e 32 meninos) de 6 a 12 anos de idade (média
9,9 anos, DP 1,6), divididas em dois grupos: grupo de
estudo composto por crianças com diagnóstico de migrâ-
nea sem aura de acordo com a segunda edição da
Classificação Internacional de Cefaleias,
(8)
do ambu-
latório de Cefaleia e Algias Craniofaciais da Infância do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto; grupo controle composto por crianças sem
histórico de cefaleia há pelo menos seis meses, sele-
cionadas do Ambulatório de Problemas de Crescimento
e Desenvolvimento. Foram excluídas as crianças que
apresentassem doenças musculares, dermatológicas,
neurológicas graves e inflamatórias crônicas, as que não
compreendessem o que era explicitado ou as que não
concordassem em participar do estudo. O consenti-
mento foi dado pelos pais ou responsáveis, com assina-
tura de um termo de consentimento livre e esclarecido.
Para verificar a incapacidade, foi aplicado o questio-
nário Pediatric Migraine Disability Score
(6)
e, para
qualidade de vida, o questionário Pediatric Quality of
Life Inventory 4.0
TM
.
(5)
RESULTADOS
Os meninos perderam em média 13 (DP 26,36) dias
e as meninas em média 15 dias (DP 22,43) sobre ativi-
dade e rendimento escolar, tarefas de casa e lazer, em
três meses, não havendo diferença significativa entre os
gêneros [IC95% (-14,02 - 16,67); p=0,86].
De acordo com o grau de incapacidade, 19 (38%)
crianças apresentaram pouca ou ausência de incapa-
cidade (Grau I), 17 (34%) incapacidade leve (Grau II),
sete (14%) moderada (Grau III) e sete (14%) incapacidade
grave (Grau IV) sobre atividade e rendimento escolar,
tarefas de casa e lazer. Na análise em separado de
meninos e meninas, 40% das meninas apresentaram
pouca ou ausência de incapacidade (Grau I), 29%
incapacidade leve (Grau II), 17% moderada (Grau III) e
14% grave (Grau IV). Os meninos apresentaram 32%
pouca ou ausência de incapacidade (Grau I), 50% leve
(Grau II), 12% moderada (Grau III) e 6% grave (Grau IV)
(Figura 1).
A qualidade de vida, pela percepção dos pais, é
pior nas crianças com migrânea [IC95% (-16,92 – -6,18)
p<0,01], mas na percepção das crianças a qualidade
de vida é semelhante nos dois grupos. Quando se
analisa separadamente os domínios do questionário, pela
percepção dos pais, há diferenças nos domínios físico
[IC95% (-15,24 – -1,88), p<0,01] e psicossocial [IC95%
(-17,96 – -6,74), p<0,01]. Enquanto que pela auto-
avaliação das crianças, houve diferença nos domínios
emocional [IC95% (-16,95 – -5,70) p<0,01] e escolar
[IC95% (-15,90 – -5,74) p<0,01] (Tabela 1).
SHORT COMMUNICATIONS
Figura 1 – Graus de incapacidade do PedMIDAS entre os gêneros do
Grupo estudo.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 206
Não foi encontrada correlação entre os dias perdidos
devido à cefaleia e a qualidade de vida.
CONCLUSÃO
O grau de incapacidade foi em geral ausente ou
leve em 72% das crianças, e apenas 14% apresentaram
o grau de incapacidade grave.
A qualidade de vida não se apresentou pior em
crianças com migrânea, pela percepção das crianças,
mas pela percepção dos pais, a qualidade de vida
relacionada á saúde é pior em crianças com migrânea.
A incapacidade que a migrânea causa nas ativi-
dades diárias não parece interferir na qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
1. Abu-arafeh I, Razak S, Sivaraman B, Graham C. Prevalence of
headache and migraine in children and adolescents: a systematic
review of population-based studies. Dev Med Child Neurol
2010;52(12):1088-97.
2. Isigkeit AR, Thyen U, Stöven H, Schwarzenberger J, Schmucker P.
Pain among children and adolescents: Restrictions in daily living
and triggering factors. Pediatrics. 2005;115(2): e152-e162.
3. The Whoqol Group. The development of the World Health
Organization quality of life assessment instrument (the
WHOQOL). In: Orley J, Kuyken W editors. Quality of life
assessment: international perspectives. Heidelberg: Springer
Verlag 1994 p. 41-60.
4. Klatchoian DA, Len CA, Terreri MTRA, Silva M, Itamoto C,
Ciconelli RM, et al. Qualidade de vida de crianças e ado-
lescentes de São Paulo: confiabilidade e validade da versão
brasileira do questionário genérico Pediatric Quality of Life
InventoryTM versão 4.0. Jornal de Pediatria. 2008; 24(4):
308-15.
5. Varni Jw, Seid M, Kurti PS. PedsQl 4.0: reliability and validity of
the Pediatric Quality of Life InventoryTM Version 4.0 generic
core scales in healthy and patient populations. Med Care.
2001;39: 800-12.
6. Hershey Ad, Power Sw, Vockell Al, Lecates Sl, Kabbouche Ma,
Maynard MK. PedMIDAS: development os a questionnaire to
assess disability of migraines in children. Neurology. 2001;
57: 2034-9.
7. Stewart Wf, Lipton R, Dowson Aj, Sawyer J. Development and
testing of the migraine disablity; The Migraine Disability
Assessment (MIDAS) Questionnaire to assess headache related
disability. Neurology, 2001;56 (6 Suppl): S20-8.
8. Headache Classification Subcommitte Of The International
Headache Society. The International Classifications of Headache
Disordes. 2 ed. Cephalalgia. 2004;24 (1): 9-160.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo - HCFMRP/USP, sob protocolo
3694/2010.
SHORT COMMUNICATIONS
xxx-xxx
207 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
O que motiva o paciente a procurar assistência
médica por cefaleia?
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
1
, Liliana Raulino Gonçalves
2
, José de Ribamar Coutinho Junior
3
1
Neurologista,
2
Psicóloga médica,
3
Residente Neurologia
Hospital Universitário Oswaldo Cruz – Universidade de Pernambuco, Brasil
Rocha FilhoPA
1
, Gonçalves LR
2
, Coutinho Junior JR. O que motiva o paciente a procurar
assistência médica por cefaleia? Headache Medicine. 2012;3(4):206-7
INTRODUÇÃO
A cefaleia encontra-se entre as queixas mais comuns
da humanidade e é também um motivo frequente de
consultas médicas, equivalendo a 10% de todos os aten-
dimentos realizados no programa de saúde da família
(1)
e sendo a principal causa de atendimento nos ambula-
tórios de neurologia.
(2)
Estima-se que a prevalência de cefaleia em todo o
mundo seja de 47%, de migrânea, 10%; de cefaleia tipo
tensional, 38% e de cefaleia crônica diária, 3%.
(3)
A dor
de cabeça, em muitos casos não é percebida pela popu-
lação como uma condição necessária para procurar
assistência médica, devido à sua natureza episódica, ou
por aliviar com uso de analgésicos de fácil acesso e baixo
custo.
Com isso cresce o número de cefaleias por uso
abusivo de medicamentos e cefaleias crônicas e, em
consequência, há aumento dos custos diretos e indiretos
provocados pelas cefaleias.
(¹)
OBJETIVOS
Verificar expectativas do paciente quanto ao
atendimento e o que influencia nessa expectativa.
MÉTODOS
Pacientes atendidos pela primeira vez no Ambulatório
de Cefaleias do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da
Universidade de Pernambuco no período de 08/01/
2007 a 15/05/2012 foram entrevistados utilizando-se
questionário padronizado e o Hospital Anxiety and
Depression Scale.
A associação das variáveis foi verificada através do
teste do χ
2
.
RESULTADOS
Entrevistaram-se 532 pacientes, idade média = 42,3
anos (DP = 16,1), 82,5% do sexo feminino; 37,4% tinham
escolaridade superior ao primeiro grau. Média de médicos
consultados anteriormente por cefaleia = 2,5 (DP =3,5);
32% já haviam procurado mais de dois médicos. Tempo
médio com cefaleia = 14 anos (DP=12,5); 60% tinham
mais de cinco anos com cefaleia. Frequencia média de
cefaleia = 16 dias por mês (DP = 11,2), 48,1% tinham
cefaleia crônica diária, 23,4% tinham cefaleia tipo
tensional, 71,2% tinham migrânea (Tabela 1).
Figura 1 – Motivos alegados para se ter a consulta
Os motivos alegados para se ter a consulta foram:
"Preocupação em ter doença grave" (26,2%); "Fazer um
exame complementar" (22,2%), "Alívio da dor" (19,5%);
"Ter uma explicação" (18,9%) e "Ter acompanhamento
Médico" (13,2%) (Figura 1).
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 208
Não houve associação entre o motivo ser "Preocu-
pação em ter doença grave/Fazer um exame comple-
mentar" e o gênero, a escolaridade, em ter passado em
consulta por mais de dois médicos, em ter diagnóstico
de migrânea, de cefaleia tipo tensional, de ansiedade
ou depressão, ter cefaleia há mais de dois anos ou ter
cefaleia crônica diária.
CONCLUSÕES
Os motivos mais freqüentemente alegados para
se ter a consulta foram: "Preocupação em ter doença
grave" (26,2%); "Fazer um exame complementar"
(22,2%). Nenhuma das variáveis estudadas influiu
nesses motivos.
REFERÊNCIAS
1. Oliveira DR, Leite AA, Rocha-Filho PA. Which patients with
headache do not seek medical attention? Headache. 2011;
51:1279-84.
2. Ferri-de-Barros JE, Nitrini R. Which patients does the neurologist
assist? Basis for a curriculum in neurology. Arq Neuropsiquiatr.
1996;54:637-44.
3. Stovner LJ, Hagen K, Jensen R, Katsarava Z, Lipton RB, Scher AI,
Teiner TJ, Zwart J-A. The global burden of headache: a
documentation of headache prevalence and disability worldwide.
Cephalalgia. 2007;27:193-210
xxx-xxx
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 209
As crises de cefaleia podem ter duração realmente menor
que duas horas na infância e na adolescência?Análise
crítica prospectiva dos critérios diagnósticos da ICHD II
Márcia M. F. Lima
1
, Luis C. Martin
2
1
Professora Assistente da Disciplina de Neurologia Infantil e Responsável pelo Ambulatório de
Cefaleias na Infância e na Adolescência do HC da FM da UNESP Botucatu
2
Professor Dr. Clínica Médica – HC Botucatu, UNESP – Assessoria estatística
Lima MF, Martin LC. As crises de cefaléia podem ter duração realmente menor que duas horas na
infância e na adolescência?Análise crítica prospectiva dos critérios diagnósticos da ICHD II.
Headache Medicine. 2012;3(4):207-8
INTRODUÇÃO
Os critérios diagnósticos da ICHD foram revistos,
o que resultou em algumas mudanças na ICHD II,
(¹)
como reconhecer que a duração das crises de migrânea
poderiam durar de uma a 72 horas.
Alguns autores observaram duração menor que
duas horas (11%-81%) e menos que uma hora (8%-
25%).
Winner et al.
(2)
referiram que esta redução aumen-
taria a sensibilidade de 66% para 78% usando o critério
clínico diagnóstico como gold standard”.
Maytal et al.
(3)
demonstraram que, diminuindo a
duração para menos de uma hora, haveria poucos
ganhos e redução na especificidade.
Em relação à validação da ICHD II continua a ser
testada, Lima et al.
(4)
observaram que a sensibilidade
para o diagnóstico da migrânea sem aura aumentou de
21% para 53% e da migrânea com aura de 27% para
71% sem alteração da especificidade.
Um estudo da American Headache Society
Pediatric-Adolescent Section
(5)
demonstrou que com a
diminuição da duração da dor os critérios são diag-
nosticados em 80,8%.
OBJETIVO
Analisar criticamente os critérios da Classificação
Internacional das Cefaleias (ICHD II)-2004 prospecti-
vamente, visto que, na classificação, há uma proposição
que esta verificação se faça para termos uma maior
validação e evidência científica.
SHORT COMMUNICATIONS
210 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
MÉTODO
Analisamos prospectivamente 150 indivíduos de
Serviço ambulatorial, não tratados, orientando o preen-
chimento do diário da dor durante a primeira consulta,
com retorno após 30 dias. Observamos todos os critérios
da classificação ICHD II com crises > 2 horas (Grupo
ICHD II) e os mesmos critérios, mas sendo que o critério
duração das crises em crianças seria menor que 2 horas
(Grupo ICHD II-P). Empregou-se o critério diagnóstico
clínico intuitivo (DCI) como padrão gold standard. A
comparação entre CDI, ICHDII, ICHDII – P foi realizada
através do teste de Mc Nemar.
RESULTADOS
Idade de 11 ± 2 anos, 34% sexo masculino/66%
sexo feminino; em relação aos sintomas: náusea – 65%,
vômitos – 52%, fotofobia – 96%, fonofobia – 97%, tontura
– 52%, osmofobia – 54%, sendo que este último não
acrescenta ao diagnóstico, pois todos que a apresenta-
vam também tinham foto/fonofobia. Duração: ICHD II -
88 crises > 2 horas e ICHD II-P – 62 crises < 2 horas.
Observamos que os critérios da ICHD II apresentam
uma sensibilidade (S) de 58% quando comparadas aos
critérios do CDI – 100% e os da ICHDII-P – 94% com
Mc Nemar p < 0,001.
CONCLUSÕES
O uso dos critérios atuais da ICHD II, através da
evidência de um estudo prospectivo demonstra um
aumento importante (94%) da sensibilidade comparada
a (S = 58%) da duração (> 2horas). Podemos então
aceitar a duração < 2horas para as cefaleias na infância
e na adolescência.
REFERÊNCIAS
1. Headache Classification Sub-Committee of the International
Headache Society. The International Classification of
Headache Disorder, 2
nd
ed. Cephalalgia. 2004;24:1-160
2. Winner P, Martinez W, Mate L, Bello L. Classification of
pediatric migraine: proposed revisions to the IHS criteria.
Headache. 1995;35(7):407-10
3. Maytal J, Young M, Shechter A, Lipton RB. Pediatric migraine
and the International Headache Society (IHS) criteria.
Neurology. 1997;48(3):602-7
4. Lima MM, Padula NA, Santos LC, Oliveira LD, Agapejev S,
Padovani C. Critical analysis of the international
classification of headache disorders diagnostic criteria
(ICHD I-1988) and (ICHD II-2004), for migraine in
children and adolescents. Cephalalgia. 2005;25
(11):1042-7.
5. Hershey AD, Winner P, Kabbouche MA, Gladstein J, Yonker M,
Lewis D, et al. Use of the ICHD-II criteria in the diagnosis of
pediatric migraine. Headache. 2005;45(10):1288-97.
xxx-xxx
SHORT COMMUNICATIONS
211 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
Decúbito como fator agravante da cefaleia na
crise migranosa
Juliana P. Macci
1
, Carolina P. Jabarra
1
, Mayara C. M. Teles
1
, Gustavo de F. Ferreira
1
,
Jano Alves De Souza
2
, Pedro Ferreira Moreira Filho
3
1
Médico residente em Neurologia;
2
Professor adjunto II de Neurologia da UFF;
3
Professor associado IV da UFF
Setor de Investigação de Cefaleia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Niterói, RJ, Brasil
Macci JP, Jabarra CP, Teles MC, Ferreira GF, De Souza JA, Moreira Filho PF. Decúbito como fator agravante
da cefaleia na crise migranosa. Headache Medicine. 2012;3(4):208-9
INTRODUÇÃO
As crises de migrânea são frequentemente incapa-
citantes. A atividade física e os movimentos de abaixar a
cabeça são fatores reconhecidos de aumento transitório
da intensidade da dor durante as crises. Por esse motivo,
muitos pacientes buscam o repouso. Na prática clínica,
verifica-se que uma parcela de pacientes se queixa de
agravamento da cefaleia pelo decúbito, durante as crises
de migrânea, preferindo permanecer na posição recos-
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 212
CONCLUSÃO
O agravamento da cefaleia pelo decúbito é mais
frequente no sexo feminino, assim como a migrânea.
Acreditamos que o aumento do retorno venoso no
decúbito e consequentemente da pressão de pulso seja
possivelmente um dos responsáveis pelo agravamento
da cefaleia pelo decúbito.
REFERÊNCIAS
1.Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade
Internacional de Cefaléia. Classificação Internacional das
Cefaléias. 2.Ed. Trad. Sociedade Brasileira de Cefaléia. São
Paulo: Segmento Farma Editores, 2004.
2. Lerusalimschy R.; Moreira Filho PF. Fatores desencadeadores
de crises de migrânea em pacientes com migrânea sem aura.Arq
Neuropsiquiatr. 2002;60(3-A):609-13.
3. Hung CI, Liu CY, Wang SJ.Precipitating or aggravating factors for
headache in patients with major depressive disorder. J Psychosom
Res. 2008;64(2):231-5
4. Spierings EL, Ranke AH, Honkoop PC. Precipitating and
aggravating factrs of migraine versus tension-type headaches.
Headache. 2001;41(6):554-8.
Gráfico 1 – Porcentagem dos pacientes com migrânea que se
queixaram de agravamento da cefaleia pelo decúbito
Gráfico 2 – Distribuição por gênero dentre os pacientes que se
queixaram de agravamento da cefaleia pelo decúbito
tada ou sentada. Esse dado, até onde sabemos, não
foi estudado.
OBJETIVOS
Verificar, numa amostra de pacientes migranosos,
a porcentagem daqueles que se queixam de agrava-
mento da cefaleia, durante a crise, pelo decúbito. Avaliar
se existem diferenças com relação à piora pelo decúbito
entre os sexos.
METODOLOGIA
Estudo retrospectivo de análise de prontuários.
Foram avaliados os dados da anamnese de 734
pacientes consecutivos, com queixa principal de
cefaleia, atendidos numa clínica terciária, desde que
se passou a utilizar o programa HIPATIA (tutorial e banco
de dados em cefaleias). Utilizando-se de filtros de
pesquisa, foram selecionados os pacientes que rece-
beram o diagnóstico de migrânea em qualquer de suas
modalidades (1.1 a 1.6 da Classificação da IHS 2004)
num total de 563 (76,7%). Todos os pacientes foram
interrogados quanto a fatores de agravamento da
cefaleia, no período da crise, entre eles, o decúbito.
Os que afirmaram apresentar agravamento pelo
decúbito foram contabilizados e divididos de acordo
com o gênero.
RESULTADOS
Dos 563 pacientes (482 mulheres – 85,6%; 81
homens – 14,4%) com diagnóstico de migrânea, 20,8%
(n = 117) queixaram-se de agravamento pelo decúbito.
Destes, 89,7% (n = 105) eram mulheres e 10,3% eram
homens (n = 12).
SHORT COMMUNICATIONS
xxx-xxx
213 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
INTRODUÇÃO
Um dos fatores que podem influenciar o quadro de
migrânea nas mulheres são as alterações hormonais
observadas durante a gravidez. Estudos evidenciam que
a maioria das mulheres grávidas que apresentavam cefa-
leia pré-gestacional exibiu melhora ou desaparecimento
da mesma durante a gestação, especialmente quando
se refere à migrânea menstrual.
OBJETIVO
Relacionar a frequência da migrânea com os tri-
mestres gestacionais das pacientes, que foram admitidas
no âmbito ambulatorial em uma clínica de pré-natal, e
comparar com a incidência das crises de cefaleia no
período pré-gravidez.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho constou em um estudo de corte trans-
versal, realizado mediante uma entrevista sobre enxa-
queca em gestantes que apresentaram cefaleia no perío-
do anterior ou durante a gestação. Essas foram diag-
nosticadas como portadoras de migrânea, através dos
critérios da Classificação Internacional. O presente estudo
foi realizado no período entre julho de 2011 e fevereiro
de 2012, em um grupo de 200 gestantes que aceitaram
participar do estudo, com idade entre 18 e 50 anos e se
encontravam no terceiro trimestre de gestação. As par-
ticipantes foram selecionadas sequencialmente entre todas
as gestantes que compareceram ao serviço ambulatorial
e preencheram os critérios de inclusão. A análise estatística
foi realizada com os recursos de processamento estatístico
do Software Stata 9.2.; foram construídas as distribuições
de frequência e calculadas as porcentagens médias e
desvio padrão indicados para cada variável. As propor-
ções foram comparadas em tabelas de contigência RxC
e as médias em tabelas de Anova.
No tocante aos aspectos éticos não houve conflitos
de interesse, e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UNIPAC (CEP-UNIPAC) sob o nº
828/2011.
RESULTADOS
O grupo foi composto por 200 pacientes, onde se
observou que 82 (41,0%) eram migranosas e as restantes
118 (59,0%) não preenchiam os critérios para diagnóstico
de migrânea. As comparações de portadoras ou não de
migrânea segundo a faixa etária são apresentadas na
Tabela 1. As pacientes migranosas e não migranosas
apresentaram idade média igual a 28,3 e 26,3 anos,
respectivamente. Os resultados observados sobre a
evolução da dor de cabeça durante os trimestres da
gestação em relação ao período pré-gestacional estão
representados na Tabela 2. A comparação das crises de
Migrânea durante a gestação – perfil clínico
Mauro Eduardo Jurno
1
, Dilermando Fazito de Rezende
2
, Érica Cristina de Almeida Pereira
3
,
Gustavo Henrique Souza Rocha
3
, Janaíne Coelho
3
, Laíza de Castro Alvarenga
3
, Naiana Ribeiro Borges
3
1
Neurologista, professor da Faculdade de Medicina de Barbacena;
2
Estatístico, professor da Faculdade de
Medicina de Barbacena;
3
Alunos da Faculdade de Medicina de Barbacena, MG
Jurno ME, Rezende DF, Pereira EC, Rocha
GH, Coelho J, Alvarenga LC, Borges NR. Migrânea durante a
gestação – perfil clínico. Headache Medicine. 2012;3(4):210-1
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 214
migrânea quando classificadas se melhoraram, pioraram
ou mantiveram inalteradas, no terceiro trimestre da ges-
tação em relação ao primeiro, se encontram descritas
na Tabela 3.
DISCUSSÃO
A gravidez altera substancialmente a enxaqueca, já
que geralmente irá reduzir a frequência e severidade das
crises de migrânea, devido à relação entre o aumento
do estrogênio e a melhora da cefaleia. Os resultados
obtidos neste trabalho relacionando as pacientes migra-
nosas com os trimestres investigados condizem com relatos
da literatura, em que as crises de enxaqueca, muitas
vezes, têm a frequência aumentada no primeiro trimestre,
mas se espera diminuir nos segundo e terceiro trimestres
da gravidez.
CONCLUSÃO
Os dados obtidos com a realização do nosso tra-
balho estão em concordância com estudos anterior-
mente apresentados, nos quais foi demostrada uma
diminuição gradual de dores de cabeça ao longo dos
três trimestres de gestação. Acreditamos que os
resultados obtidos com esse estudo ajudarão as
próprias pacientes a avaliarem sua qualidade de vida
e aos profissionais da área a orientar e entender melhor
suas pacientes.
REFERÊNCIAS
Kvisvik EV et al. Headache and migraine during pregnancy and
puerperium: the MIGRA-study. J Headache Pain (2011) 12:
443-51.
Melhado EM. Cefaleia na gestação. [Tese].Campinas: Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas; 2005.
Melhado EM. Cefaleia na mulher. Rio de Janeiro: Atheneu, 2011.
Melhado E, Maciel JJA, Guerreiro CAM. Headaches during pregnancy
in women with a prior history of menstrual headaches. Arq
Neuropsiquiatr 2005;63(4):934-940.
Serva WAD et al. Course of migraine during pregnancy among
migraine sufferers before pregnancy. Arq Neuropsiquiatr 2011;
69(4):613-9.
Subcomitê de Classificação das Cefaléias. Classificação Internacional
das Cefaléias. 2ªed. São Paulo: Alaúde Editorial; 2004.
xxx-xxx
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 215
Análise do tempo de profilaxia da migrânea
Raimundo P. Silva-Néto
1
, K.J. Almeida
1
, Marcelo Moraes Valença
2
1
Centro de Neurologia e Cefaleia do Piauí, Teresina, PI, Brasil
2
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
Silva-Néto RP, Almeida KJ, Valença MM. Análise do tempo de profilaxia da migrânea.
Headache Medicine. 2012;3(4):211-3
INTRODUÇÃO
Atualmente, existe consenso sobre o tratamento
profilático da migrânea respaldado em evidências clínicas
e na experiência pessoal de quem o prescreve.
(1)
Para
diminuir a frequência e intensidade das crises, os medica-
mentos profiláticos são administrados, diariamente, por
meses ou anos.
(2)
Comumente, são utilizados bloque-
adores beta-adrenérgicos, antidepressivos tricíclicos,
antagonistas dos canais de cálcio, antagonistas da
serotonina e anti-epilépticos.
(1)
Apesar do conhecimento das medicações profilá-
ticas, ainda permanece a incerteza sobre a duração desse
tratamento.
(3)
Há divergência de condutas. Contudo, há
um estudo que preconiza a manutenção da profilaxia
por 8 a 12 meses após diminuição dos parâmetros de
SHORT COMMUNICATIONS
216 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
dor superior a 50%.
(4)
Por outro lado, há também
recomendação de se manter tal tratamento por, no mínimo,
seis meses após alcançar uma melhora da frequência e
intensidade das crises superior a 75%,
(1)
a qual é observada
através do diário da cefaleia e, a seguir, descontinuar
gradativamente. Porém, se houver recidiva, prolongar o
tratamento pelo tempo que for necessário, considerando
as limitações de cada medicação.
(1)
OBJETIVO
Determinar o tempo de maior eficácia para suspen-
são da profilaxia da migrânea após desaparecimento
da cefaleia.
MÉTODO
Foi um estudo prospectivo, com comparação de
grupos, em uma população de 1.600 pacientes migra-
nosos atendidos em uma clínica de cefaleia no período
de março de 2004 a março de 2007. Todos pre-
encheram os critérios diagnósticos da International
Classification of Headache Disorders - second edition;
usavam profilaxia estandardizada com atenolol, nortri-
ptilina e flunarizina e não apresentavam cefaleia por,
no mínimo, três meses.
Empregou-se amostra aleatória constituída de 50
pacientes, os quais foram distribuídos em dois grupos
iguais: grupo A manteve profilaxia por mais 12 meses, e
grupo B por mais 24 meses. Determinou-se a frequência
de crises de cefaleia antes da profilaxia e decorridos um,
dois e três anos após suspensão do tratamento, utilizando-
se o diário da cefaleia padronizado para este estudo e
previamente testado.
No seguimento foram definidas como variáveis de
estudo o tempo livre de cefaleia e o número de episódios
de recidiva de cefaleia por ano.
A análise estatística foi realizada pelos testes de
Kruskal-Wallis para diferença de médias e do qui-
quadrado com correção de Yates para prova de contin-
gência, ambos com nível de significância de 0,05.
O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pes-
quisas e todos os pacientes assinaram o termo de
consentimento livre esclarecido.
RESULTADOS
Na Tabela 1 observam-se as distribuições por sexo,
idade, frequência inicial da cefaleia e seu tempo de desa-
parecimento, segundo grupos de profilaxia. Identificou-
se que os grupos A e B não diferiram significantemente
na fase terapêutica, embora o tempo médio de desa-
parecimento das crises tenha sido maior no grupo A que
no grupo B.
Constatou-se que 11 (44,0%) pacientes do grupo A
e 19 (76,0%) do grupo B permaneceram assintomáticos
(número de crises igual a zero), durante os três anos sem
profilaxia (Tabela 2).
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 217
Em ambos os grupos, identificou-se tendência de
aumento da frequência de crises ao longo dos três
anos sem profilaxia, tendo o grupo B mantido uma
frequência média significantemente menor que o do
grupo A (Tabela 3).
Na Figura 1, observa-se o comportamento temporal
da frequência média de cefaleia em cada grupo de
profilaxia, identificando-se forte correlação do aumento
dessa frequência com o tempo, após suspensão da
profilaxia, mantendo o grupo B tendência de aumento
do número de dias igual a 0,5 por ano, menor que a do
grupo A que se iguala a 3,2 por ano.
CONCLUSÃO
O tempo de profilaxia da migrânea por 24 meses,
após desaparecimento da cefaleia, apresentou maior
eficácia.
REFERÊNCIAS
1. Comitê Ad Hoc da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Reco-
mendações para o tratamento profilático da migrânea. Arq
Neuropsiquiatr. 2002;60(1):159-69.
2. Silberstein SD, Lipton RB, Goadsby PJ. Migraine: diagnosis and
treatment. In: Silberstein SD, Lipton RB, Goadsby PJ. Headache
in clinical practice. Oxford: Isis Medical Media 1998, chap. 6,
p. 61-90.
3. Dodick, D.W. Acute and prophylactic management of migraine.
Clin Cornerstone. 2001;4(3):36-52.
4. Dodick DW. Preventing migraine pharmacologically. Manag Care
Interface. 2004;17(Suppl D):14-7.
Figura 1 – Comportamento temporal da frequência média de cefaleia
por ano após suspensão da profilaxia em 50 pacientes com migrânea
xxx-xxx
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 218
Raciocínio não verbal, funções motoras e praxia
construtiva em crianças com migrânea: um estudo
controlado
Andréa Regina Correa Moutran, Rosely Aparecida Pereira, Leonardo Vaz,
Thaís Rodrigues Villa, Deusvenir de Souza Carvalho
Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias – Universidade Federal de São Paulo – Unifesp;
Instituto de Psicologia Aplicada e Formação Lev Vygostsky
Moutran AR, Pereira RA, Vaz L, Villa TR, Carvalho DS. Raciocínio não verbal, funções motoras, e praxia
construtiva em crianças com migrânea: um estudo controlado. Headache Medicine. 2012;3(4):213-4
OBJETIVO
Comparar o raciocínio não verbal, funções motoras
e a praxia construtiva de crianças com migrânea e
controles sem cefaléia.
MÉTODO
Grupo migrânea: 10 crianças de ambos os sexos (6
meninas), diagnosticadas segundo os critérios da
International Headache Society (ICHD-II, 2004), 6 com
SHORT COMMUNICATIONS
219 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
aura e 4 sem aura, idade entre 8 e 11 anos e 8 meses
(10,2 ± 1,2 anos) e com uma média de 8,6 dias de
cefaleia /mês (DP ± 4,9). Grupo controle: 10 crianças
(5 meninas), mesma faixa etária (10,2 ± 0,9 anos) sem
história prévia de cefaleia.
Todas as crianças avaliadas são estudantes da rede
pública de ensino. Para a avaliação foram utilizados:
matrizes progressivas coloridas de Raven (raciocínio não
verbal); bateria neuropsicológica Tübinger Luria-Chris-
tensen para crianças – TUKI, organizada segundo a teoria
relacional sistêmica e dinâmica de Luria avaliando a coor-
denação global do corpo, função motora das mãos,
motricidade fina, praxia oral, regulação verbal do ato
motor, sensações cutâneas/sinestésica e estereognosia;
teste de figuras complexas de Rey para avaliar a praxia
construtiva gráfica e memória imediata visual. Critérios
de exclusão: antecedentes mórbidos gestacionais, prema-
turidade, atraso no desenvolvimento psicomotor, defi-
ciência intelectual, epilepsia, trauma craniano, doenças
sistêmicas, meningite, síndromes genéticas, doenças
psiquiátricas, uso de medicação profilática para cefaléia
ou qualquer outra com efeito no sistema nervoso central.
Para todos os participantes foi obtido o consentimento
livre e esclarecido dos pais ou responsáveis, além do
termo de assentimento da própria criança.
Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. A análise
estatística foi realizada por meio do teste t e Mann-Whitney
sendo considerado significativo p<0,05
RESULTADOS
O grupo migrânea apresentou escores significati-
vamente menores que o grupo controle nas matrizes
progressivas coloridas de Raven escore bruto (p < 0,004)/
percentil (p < 0,001); figuras complexas de Rey - cópia
(p < 0,016)/percentil ( p < 0,003) e regulação do ato
motor (p< 0,012) (ver Tabela 1).
CONCLUSÃO
Crianças com migrânea quando comparadas aos
controles apresentaram pior desempenho em testes de
raciocínio não verbal, dificuldades na organização e
integração perceptomotora, ou seja, na praxia construtiva
gráfica, além de se mostrarem menos eficiente na regulação
do ato motor, tarefa esta que está relacionada ao
funcionamento executivo e o processo atencional.
Desta forma, estes déficits podem gerar um impacto
negativo tanto no desempenho escolar, quanto nas
atividades cotidianas da criança.
REFERÊNCIAS
1. Headache Classification Subcommittee of the International
Headache Society The international classification of headache
disorders; 2nd edition. Cephalalgia.2004; 24(suppl 1): 9-160;
2. Deegener G, Dietel B, Kassel H, Matthaei R, Nödl H.
Neuropsychologische Diagnostik bei Kindern und Jugendlichen:
Handbuch zur TÜKI - Tübinger Luria-Christensen neuropsychologische
für kinder. Weinheim:Psychologie-Verlags-Union; 1992
3. Angelini AL, Alves IRC, Custódio E M, Duarte WF, Duarte JLM. Manual
Matrizes Progressivas Coloridas de Raven: escala especial. Centro
Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia, São Paulo, 1999.
4. Oliveira, MS. Figuras Complexas de Rey: teste de cópia e de
reprodução de memória de figuras geométricas. Casa do
Psicólogo, São Paulo, 2010.
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 220
INTRODUCTION
Migraine and probable migraine in childhood has
prevalence rates that range between 3.76% and 17.1%
in Brazil.
(1)
Children with migraine have attention deficits,
and experience negative consequences with regard to
school performance as well as familial and social
relationships.
(2-3)
A possible role for the neurotransmitters was
suggested, as was a close link between migraine and visual
attention deficits.
(3)
In continuation of our line of research,
(3)
we herein aimed to evaluate the visual attention
performance of children undergoing migraine prophylaxis
in comparison with children with untreated migraine and
a healthy control group.
METHODS
Eighty-two children were enrolled and divided into
three groups: untreated migraine (n = 30), migraine
prophylaxis (n = 22), and control (n = 30). Participants
in the untreated migraine group had been newly admitted
to the outpatient childhood headache service at the
Division of Investigation and Treatment of Headaches
(DITH) of the Federal University of São Paulo; all were
diagnosed with migraine with (n = 5) or without aura
(n = 25) according to the International Headache Society
criteria (ICDH-II, 2004).
(4)
They were aged 8-12 years
(mean age, 10.8 ± 1.5 years); 15 were boys. On
average, they experienced 5.8 ± 3.2 days of headache
per month, confirmed by a 30-day headache diary, without
previous or current use of migraine prophylaxis. However,
all children were free of pain and migraine symptoms in
the two days preceding the assessment.
Participants in the migraine prophylaxis group were
regular patients at DITH; all were diagnosed with migraine
with (n = 6) or without aura (n = 16). They were aged
8-12 years (mean age, 10.8 ± 1.5 years); 10 were
boys. They had experienced an average of 6.3 ± 2.0
days of headache per month prior to treatment.
Prophylactic treatment started 3-6 months before
evaluation, and children were free of pain and migraine
symptoms in the two months preceding the assessment.
Eight of them were taking sodium valproate (500-1000
mg/day), six of them propranolol (40-80 mg/day), five
amitriptyline (25-50 mg/day), and three flunarizine (5 mg-
10 mg/day). All of these prophylactic drugs have been
shown to be well tolerated and efficient in the treatment
of migraine in this age group. The control group
comprised children without headache aged 9.9 ± 1.3
years; 16 were boys. Children were selected through
questionnaires completed by parents in two public
schools in the city of São Paulo.
All children were subjected to medical and
psychological evaluations. They were also evaluated using
the Weschler Intelligence Scale for Children, 3
rd
edition
(WISC-III) which was applied by a DITH psychologist.
Exclusion criteria were as follows: any other concomitant
systemic illness; abnormalities revealed on neurological
examination; intelligence quotient (IQ) less than 80;
psychiatric disturbances; learning disabilities; history of
epilepsy; head trauma or use of other drugs acting on the
central nervous system, including alcohol consumption,
smoking, and illicit drugs abuse; prior use of migraine
prophylaxis (in the untreated migraine group) and a history
of episodes of primary headache (in the control group).
Each child was subjected to the following visual
attention tests, between July 2010 and January 2012
under the direction of a DITH psychologist: Trail Making
Tests (TMT) parts A and B), the Letter – Cancellation Test
and the Test of Visual Attention 3
rd
edition, a computerized
test, standardized for the Brazilian population.
SHORT COMMUNICATIONS
Visual attention in children with migraine: the
importance of prophylaxis
Thaís Rodrigues Villa, Andréa Regina Correa Moutran, Alberto Alain Gabbai, Deusvenir de Souza Carvalho
Division of Investigation and Treatment of Headaches (DITH), Department of Neurology and Neurosurgery
Federal University of São Paulo – Unifesp, São Paulo,SP, Brazil
Villa TR, Moutran AR, Gabbai AA, Carvalho DS. Visual attention in children with migraine:
the importance of prophylaxis. Headache Medicine. 2012;3(4):215-7
221 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
All children were students of public schools in São
Paulo city and had similar socio economic backgrounds.
None of them had a prior history of frequent school
absences. Informed consent was obtained from the
parents, and the study was approved by our Local
Research Ethics Committee. For statistical analysis, the
Student t-test and Mann-Whitney test were used. The
significance level was set at p < 0.05.
RESULTS
Children with untreated migraine performed
significantly worse in TMT parts A and B (p < 0.001) and
had a greater number of action errors in tasks 1 (p = 0.032)
and 2 (p = 0.015) of the Visual Attention Test when
compared with control group (Table 1). Children with
untreated migraine performed significantly worse in TMT
part B (p = 0.004) and had a greater number of
omission errors in task 1 (p = 0.019) of the Visual
Attention Test when compared to the migraine prophylaxis
group (Table 2). The migraine prophylaxis and control
group showed similar results. The only variable that was
significantly different between these two groups was the
reaction time in task 1 of the Visual Attention Test (p =
0.038) (Table 3).
DISCUSSION
Children with untreated migraine performed
significantly worse in all tests applied in comparison to
control children or children undergoing migraine
prophylaxis. Nonetheless, the performance in attention
tasks was within the normal range in all groups.
Compared to the other groups, the untreated migraine
group presented deficits in selective and alternate
attention.
In this study, we were unable to evaluate
differences between prophylactic treatments due to
small number of children taking each type of
medication. However, clinical observation revealed no
performance differences between children taking
different prophylactic drugs. Importantly, all the children
who underwent migraine prophylaxis experienced an
improvement in their symptoms, regardless of the drug
being administered.
Attention is the capacity to respond to significant
stimuli, irrespective of other stimuli. This is an important
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 222
cognitive function, highly dependent on a set of
anatomical structures such as the brain stem, the cerebral
cortex, and the limbic system, as well as on a combination
of neurotransmitters, chiefly noradrenaline and
dopamine.
(5)
Disturbances of these neurotransmitters can cause
attention deficits. In addition, they play a role in the
physiopathology of migraine, including pain and other
symptoms in the crisis and intercrisis periods.
(6-8)
With an effective prophylactic treatment, it is possible
that the equilibrium of neurotransmitters is re-established,
consequently restoring attention. This hypothesis being
proposed, could attention deficit be considered a migraine
symptom in some patients? Further large-scale studies are
needed to address this question. It is necessary to
investigate cognitive dysfunction in children with migraine,
and to administer effective prophylactic treatment when
indicated.
SHORT COMMUNICATIONS
REFERENCES
1. Arruda MA, Guidetti V, Galli F, et al. Primary headaches in childhood-
-a population-based study. Cephalalgia. 2010; 30(9):1056-64.
2. Riva D, Usilla A, Aggio F, et al. Attention in children and adolescents
with headache. Headache. 2012;52(3): 374-84.
3. Villa TR, Correa Moutran AR, Sobirai Diaz LA, et al. Visual attention
in children with migraine: a controlled comparative study.
Cephalalgia. 2009; 29(6): 631-4
4. Headache Classification Committee of the International Headache
Society. The International Classification of Headache Disorders:
2nd edition. Cephalalgia. 2004; 24 Suppl 1: 9-160.
5. Posner MI, and Petersen ES. The attention system of the human
brain. Annual Reviews Neurosci. 1990;13: 25-42.
6. Mulder EJ, Linssen WH, Passchier J, et al. Interictal and postictal
cognitive changes in migraine. Cephalalgia. 1999;19:557-65.
7. Peroutka SJ. Migraine: a chronic sympathetic nervous system
disorder. Headache 2004;44: 53-64.
8. Akerman S and Goadsby PJ. Dopamine and migraine: biology
and clinical implications. Cephalalgia. 2007; 27:1308-14.
xxx-xxx
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 223
Headache complaints increase the risk for
temporomandibular disorder among Brazilian
adolescents: A population-based study
Ana L. Franco, DDS. MSc
1
; Giovana Fernandes, DDS. MSc
1
; Daniela Gonçalves, AG. DDS. MSc. PhD
2
;
Cinara Camparis, M. DDS. MSc. PhD
2
; Richard Ohrbach, DDS. PhD.
3
1
Post Graduate student;
2
Professor - Discipline of Temporomandibular Disorders and Orofacial Pain,
Department of Dental Materials and Prosthodontics, Faculdade de Odontologia de Araraquara, Unesp - Univ
Estadual Paulista.
3
Associate Professor - Department of Oral Diagnostic Sciences, University at Buffalo, NY
Franco AL, Fernandes G, Gonçalves D, Camparis C, Ohrbach R. Headache complaints increase the risk for
temporomandibular disorder among brazilian adolescents: A population-based study.
Headache Medicine. 2012;3(4):217-20
SHORT COMMUNICATIONS
INTRODUCTION
Headaches (HA) are one of the most frequent
symptoms observed in children and adolescents diagnosed
with temporomandibular disorders (TMD).
(1)
A Brazilian
research with adolescents from a tertiary care center found
a significant increase in signs and symptoms of TMD in
those with HA,
(2)
similarly to what was recently observed in
adults.
(3)
Although the association between HA and TMD has
been studied in adolescents, results are not yet conclusive,
in part because of methodological design. Indeed, there is
a lack of studies in population-based samples, and in most
cases, TMD pain characteristics are not explored deeply.
AIM
The aim of the present study was to verify if headache
complaints (HAc) are associated to TMD diagnosis and
pain characteristics, by using standardized methods of
sampling and data collection in a population-based
sample of adolescents.
224 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
SHORT COMMUNICATIONS
MATERIALS AND METHODS
The sample consisted of public school students, 12
to 14 years age, from Araraquara - SP, Brazil. Overall,
24 public schools were visited and 3,117 adolescents
were invited to participate of the present study.
This study received full approval of the Research
Ethic Committee of Faculdade de Odontologia de
Araraquara, UNESP – Universidade Estadual Paulista
(process # 70/10).
The Research Diagnostic Criteria for Temporo-
mandibular Disorders (RDC/TMD)
(4)
Axis I (intra-
examiner kappa values 0.529-0.884) and questions #3
(Have you had pain in the face, jaw, temple, in front of
the ear or in your ear in the past month?), #4 (How
many time did your facial pain begin for the first time?),
#14 (Have you ever had your jaw lock or catch so that
it won´t open all the way) and #18 (During the last six
months have you had a problem with headaches or
migraines? - kappa= 0.688) of Axis II questionnaire
were used to collect data.
RESULTS
The sample consisted of 1,307 individuals, 56.8%
(n=742) girls. Among them, 80.7% (n=599) already
presented menarche, mean age was 12.72 years. Overall,
397 (30.4%) adolescents were diagnosed with TMD and
595 (45.5%) presented HAc.
Comparing to boys, girls showed higher risks for
presenting both, TMD and HAc (Relative Risk (RR) = 1.39;
95% Confidence Interval (CI) = 1.15-1.67), significantly
those with menarche (1.38; 1.16-1.66) (Table 1).
Individuals reporting HAc presented higher risks for
TMD (1.88; 1.62-2.17). The risk was particularly
significant for painful TMD diagnosis (1.51; 1.40-1.62)
(Table 2).
Regarding TMD painful subtypes, risks were higher
for combined (muscle and joint) painful TMD (1.24; 1.18-
1.31), followed for muscle TMD (1.23; 1.16-1.30) and
joint TMD (1.04; 1.01-1.07) (Table 3).
Considering chronicity, not only HAc slightly increased
the risk for acute TMD pain (1.09; 1.05-1.14), but also
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 225
SHORT COMMUNICATIONS
increased the risk in higher magnitude for chronic TMD
pain (1.41; 1.32-1.51) (Table 4).
DISCUSSION
The first finding of the present study refers to the high
prevalence rates of HAc and TMD. According to literature,
headache prevalence are up to 51% in children/
adolescents,
(5)
although mostly rates are of 2% to 5%.
(6)
Brazilian data about TMD and HAc in adolescents agree
with international rates for headaches prevalence but not
for TMD, which was surprisingly very high (about 30%).
However, a recent study with adolescents from Mexico
demonstrated similar prevalence of TMD, with 33.2%.
(7)
The reasons which may underlie this higher prevalence
should be further explored.
The second finding of this study refers to gender
differences. After stratifying adolescents by gender, females
demonstrated significant risks for the presence of HAc but
not for TMD, as similar previously observed in adults.
(3)
However, in the presence of both conditions, higher risks
were observed for girls with menarche. Based on this find,
we suggest that the hormonal related pain changes should
be explored in the future. It would be important to verify
how these changes affect the relationship between
headache and TMD, since most of researches exploring
gender differences in pain never consider these conditions
together.
Although a strong association between headaches
and TMD has been demonstrated, this relationship is still
poorly explored in adolescents. Considering TMD and
HA pain characteristics, it becomes also evident that the
relationship between them is complex, from both
pathophysiological and clinical perspectives. Basically,
there are two hypotheses to justify the association.
Clinically, TMD pain can characterize a "secondary
headache", since the temporalis is a masticatory muscle
located in the head. Considering pathophysiology, the
comorbidity of these two chronic pain conditions seems
to be related to central sensitization,
(8)
especially in
trigeminal subnucleus caudalis.
When interpreting the results, some points deserve
attention. First, HAc are based on adolescents responses
to one question, and consequently, no headache
diagnosis could be attributed. Second, a cross sectional
study allows the detection of association, but no causal
226 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
relationship can be established. Strengths include the
standardized methodology for epidemiology and for TMD
classification.
It could be concluded that HAc increased the risk for
TMD in adolescents, especially in girls with menarche.
The risk was particular higher for painful and chronic TMD.
REFERENCES
1. LeResche L, Mancl LA, Drangsholt MT et al. Predictors of onset of
facial pain and temporomandibular disorders in early
adolescence. Pain. 2007;129(3):269-78.
2. Bertoli FMP, Antoniuk SA, Bruck I et al. Evaluation of the signs and
symptoms of temporomandibular disorders in children with
headaches. Arq. Neuro-Psiquiatr. 2007;65(2A):251-5.
3. Franco AL, Gonçalves DA, Castanharo SM, et al. Migraine is the most
prevalent primary headache in individuals with temporo
mandibular disorders. J Orofac Pain. 2010;24 (3):287-92.
xxx-xxx
SHORT COMMUNICATIONS
4. Dworkin SF, LeResche L. 1992. Research diagnostic criteria for
temporomandibular disorders: review, criteria, examinations and
specifications, critique. J Craniomand Disorders. 1992; 6(4):
301-55.
5. Stovner LJ, Hagen K, Jensen R et al. The global burden of headache:
a documentation of headache prevalence and disability
worldwide. Cephalalgia. 2007;27(3):193-210.
6. Nilsson IM, List T, Drangsholt M. Incidence and temporal patterns
of temporomandibular disorder pain among Swedish
adolescents. J Orofac Pain. 2007;21(2):127-32.
7. Moyaho-Bernal A, Lara-Muñoz M C, Espinosa-De Santilhana I et
al. Prevalence of signs and symptoms of temporomandibular
disorders in children in the state of Puebla, Mexico, evaluated
with the Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular
Disorders (RDC/TMD). Acta Odontol Latinoam. 2010;23 (3):
228-33.
8. Woolf CJ. Central sensitization: implications for the
diagnosis and treatment of pain. Pain. 2011;152(3 Suppl):
S2-S15.
227 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
SHORT COMMUNICATIONS
Sleep bruxism, painful temporomandibular
disorders, and self reported headache in a
sample population of adolescents
Giovana Fernandes, DDS, MSc
1
; Ana L Franco, DDS, MSc
2
; Fernanda Bonafé, SS DDS
3
;
Daniela Gonçalves, AG DDS, PhD
4
; Cinara Camparis, M DDS, PhD
5
1,2,3
Graduated Student,
4
Assistant Professor,
5
Associated Professor, Araraquara Dental School, UNESP –
Universidade Estadual Paulista, Department of Dental Materials and Prosthodontics, Araraquara, SP, Brazil
Fernandes G, Franco AL, Bonafé F, Gonçalves D, Camparis C. Sleep bruxism, painful temporomandibular
disorders, and self reported headache in a sample population of adolescents. Headache Medicine. 2012;3(4):220-2
INTRODUCTION
Headache (HA) is the most common manifestation
of pain in adolescence. Its prevalence rate is 51% in
adolescents and it is being perceived as a significant health
problem by pediatricians and parents.
(1)
Moreover, HA is
a frequent cause of disability, affecting the adolescence
life.
(2)
Investigations of risk factors for HA are essential to
prevention and treat this neurological disorder to minimize
its impact on quality of life.
Among the risk factors for HA, temporomandibular
disorder (TMD) and sleep bruxism (SB) have been
considered. HA are often observed in adolescents
diagnosed with TMD
(3)
and SB adolescents frequently
reported HA.
(6)
However, there is a lack of population-based studies
and a multiple association among SB, HA and TMD are
not explored. Based on these statements, the aim of the
present study is to investigate a possible association among
these three entities.
MATERIAL AND METHOD
The sample consisted of public school students, 11
to 16 years aged, from Araraquara – SP, Brazil. Overall,
24 public schools were visited and 3,117 adolescents
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 228
increase the risk for headache self-report. The association
between TMD and SB had significantly increased the risk
for headache self-report (OR=7.8; 95% CI=4.81-12.62),
followed by painful TMD only (OR=4.2; 95% CI=2.89-
6.01) (Table 4).
DISCUSSION
To the best of our knowledge, studies investigating
the multiple associations among painful TMD, SB, and
HA in a sample population of adolescents are missing.
were invited to participate. This study received full approval
of the Research Ethic Committee of Faculdade de
Odontologia de Araraquara, UNESP – Universidade
Estadual Paulista (process # 70/10).
For TMD pain characterization and HA assessment,
data were obtained from Research Diagnostic Criteria for
Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) Axis I (intra-
examiner kappa values range from 0.529 to 0.884), in
addition to questions #3 (Have you had pain in the face,
jaw, temple, in front of the ear or in your ear in the past
month?), #4 (How many time did your facial pain begin
for the first time?), #14 (Have you ever had your jaw lock
or catch so that it won´t open all the way) and #18 (During
the last six months have you had a problem with
headaches or migraines?) (kappa= 0.688) of Axis II
history questionnaire.
(5)
SB was diagnosed according to
validated
(6)
clinical criteria proposed by the American
Academy of Sleep Medicine.
(7)
Data were analyzed by
chi-square and Odds Ratio (OR) test with a 95%
confidence interval (CI) and the significance level adopted
was 0.05.
RESULT
The sample consisted of 1,122 adolescents (54.7%
girls), with average age of 12.7 years. It was found
association among SB, painful TMD and headache self-
report (p<0.0001). The SB increased the risk for painful
TMD (OR=2.5; 95% CI=1.91-3.39) (Table 1).
SHORT COMMUNICATIONS
Similarly, painful TMD and SB increased the risk for
headache self-report. The magnitude of association was
higher for painful TMD (OR=5.1; 95% CI=3.76-6.83),
followed by SB (OR=1.7; 95% CI=1.30-2.21) (Tables 2
and 3).
When the sample was stratified by the presence of
SB and painful TMD, the presence of SB only did not
229 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
Since all those conditions are highly prevalent and present
great impact on individuals' lives, our findings contribute
to the current knowledge. Our study found association
among these three entities.
The present study showed that SB patients presented
a greater risk of painful TMD and it is suggested that
when painful TMD remains over the course of time, there
may be several mechanisms involved. The main
mechanisms are peripheral and central sensitization. At
the periphery, the sensitivity of nociceptors can be altered
by various substances released after tissue injury or
inflammation (post-exercise muscle soreness), and can
modify the excitatory potential of pain receptors,
facilitating neuronal transmission, featuring a peripheral
sensitization. If the peripheral sensitization is continuous
and it comes from deep structures, a central process is
established. This source of ongoing pain could act in
the perpetuation of TMD.
(8)
Therefore, SB could be
considered a risk factor for TMD.
An important result found was the increased odds
for HA self-report notably in patients with painful TMD
and SB. It can be suggested that since TMD has been
deeply associated with HA3, SB could be a risk factor
for TMD8 and this, in turn, a risk factor for headache
self-report.
However, attention should be taken when interpreting
the results because some limitations might be identified.
The present study is a cross-sectional model and thus only
provides a possible association and not a cause-and-
effect relationship. Moreover, the HA was not diagnosed,
but was based on adolescent's response. Future studies
with an accurate diagnose using the international
classification of headache society are highly
recommended.
SHORT COMMUNICATIONS
In conclusion, the present study shows that SB - painful
TMD greatly increases the risk for adolescent´s headache
self-report. For this reason, it was strongly recommend
interaction between neurologists and dentists when
evaluating and managing adolescents suffering from
facial pain and HA.
REFERENCES
1. Stovner LJ, Hagen K, Jensen R, Katsarava Z, Lipton R, Scher A, et
al. The global burden of headache: a documentation of headache
prevalence and disability worldwide. Cephalalgia. 2007; 27:
193-210.
2. Mild-Busch A, Boneberger A, Heinrich S, Thomas S, Kuhnlein A,
Radon K, et al. Higher prevalence of psychopathological
symptoms in adolescents with headache. A population-based
cross-sectional study. Headache. 2010; 50:738-48.
3. LeResche L, Mancl LA, Drangsholt MT, Huang G, Von Korff M.
Preditors of onset of facial pain and temporomandibular
disorders in early adolescence. Pain. 2007;12: 269-78.
4. Arruda MA, Guidetti V, Galli F, Albuquerque RCAP, Bigal ME.
Childhood periodic syndromes: a population-based study.
Pediatr Neurol. 2010;43:420-24.
5. Dworkin SF, LeResche L. Research Diagnostic criteria for
temporomandibular disorders: review, criteria, examinations
and specifications, critique. J Craniomand Disord. 1992;
6:301-55.
6. Lavigne GJ, Rompré PH, Montplaisir JY. Sleep bruxism: validity of
clinical research diagnostic criteria in a controlled poly-
somnographic study. J Dent Res. 1996; 75: 546-52.
7. American Academy of Sleep Medicine. Sleep Related Movement
Disorders. In: Sateia MJ, ed. International classification of
sleep disorders: diagnostic and coding manual. 2nd ed.
Westchester, Illinois: American Academy of Sleep Medicine.
2005:189-91.
8. Lund JP, Lavigne GJ, Dubner R, Sessle BJ. Orofacial Pain: From
basic science to clinical management. São Paulo: Quintessence;
2002.
xxx-xxx
230 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
SHORT COMMUNICATIONS
Fiber-type composition, fiber diameter and
capillary density of the human jaw muscles
Thatiana B. Guimarães
1
, Mariana B.F. Cabrini
1
, A. Wakamatsu
2
, Antônio S. Guimarães
1
, Suely K.N. Marie
3
1
Cirurgião dentista. Ambulatório de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial/Unifesp,
2
Farmacêutica e Bioquímica/USP,
3
Neurologista/USP
Guimarães TB
1
, Cabrini MBF
1
, Wakamatsu A
2
, Guimarães AS
1
,Marie SKN. Fiber-type composition, fiber
diameter and capillary density of the human jaw muscles. Headache Medicine. 2012;3(4):222-5
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 231
Figure 1 – Imunohistochemical preparations on sequential sections of
masseter muscle of 3rd decade male with the antibodies against MyHC
slow (A) and fast (B), showing the double staining. C: single muscle
fiber manually teased from the masseter muscle of 4th decade male
prepared with antibody agaist MyHC slow demonstrating the presence
of a portion of the fiber stained and other without reactio, proving the
presence of hybrid fiber. D: temporalis muscle from 2nd decade male
prepared with antibody againt MyHCneonatal showing the presence
of neonatal fibers stained (in brown)
INTRODUCTION AND OBJECTIVES
Successful performance of daily oral activities, such
as biting, swallowing, chewing, and talking require a
synchronized function of jaw muscles. Precise position
control of the mandible combined with a change of jaw
muscle strength is feasible due to the complex architecture
of the involved muscles. The speed of muscle contraction
depends on the composition of the myosin heavy chain
(MyHC) isoform composition.
Muscle fibers have been classified according to the
differences in contraction speed, and propensity to
fatigability based on immunohistochemical findings.
Contraction velocity increases progressively from type I,
type IIA, type IIX to type IIB. The fiber-type composition
differs within different muscle groups (jaw-closers and jaw-
openers), different regions of the same muscle. It is likely
that specific function is reflected in specific fiber-type
composition.
Jaw-muscles notably present more hybrid fibers,
containing more than one MyHC isoform, than limb or
trunk muscles. These hybrid fibers have contractile
properties that differ from the pure fiber, and present
intermediate characteristics from each of the MyHC
isoforms they express. Thus, hybrid fiber expressing both
MyHC-I and IIA, for instance, will be faster than pure
MyHC-I fiber but slower than pure MyHC-IIA fiber.
During muscle maturation, developmental MyHC
isoforms (embryonic and neonatal) are replaced by adult
slow and fast MyHC isoforms in normal adult limb and
trunk muscle fibers. However, developmental MyHC
isoforms persist in some adult cranial muscles, including
the masseter and they may even increase in relative amount
with aging.
There are several differences between jaw muscles
and limb and trunk muscles. For example, the jaw muscles
contain many hybrid fibers, in contrast to limb and trunk
muscles. Many of these fibers co-express MyHC-neonatal.
Also, there is a difference in the fiber diameter between
the two fiber types. Type II fibers are larger than type I
fibers in limb and trunk muscles, while in jaw muscles the
opposite is observed. Another difference is the jaw muscle
fibers are 50% smaller than limb and trunk muscle fibers.
The aims of the present study were to determine: 1)
the fiber-type and fiber cross sectional area distribution in
masseter and temporal muscles through the aging process,
in both genders, 2) the proportion of hybrid and neonatal
fibers, and their capillary density along the nine decades
of life.
METHODS
We studied the differences of the fiber types in
masseter and temporalis muscles along the first to ninth
decades in both genders. Seventy-four (74) samples
were obtained from the Pathology Department of School
of Medicine of University of São Paulo, according to the
rules of the necropsy service, within an 8-18 hours post
mortem interval, of both genders, and from subjects in
the first to ninth decade of life. It included at least two
samples per decade per gender. Fragments of 2x2x1cm
were collected from deep and posterior portions of
masseter by extraoral access, and from medium and
superficial temporalis by superior access.
For statistical analysis, the samples were grouped into
three subgroups: young (0 to 25 years of age), adult (26
to 59 years of age) and old (60 and above years of
age). Comparisons between two groups was used the t
student test or the Mann-Whitney, and for three groups
used the ANOVA or the Kruskal-Wallis test. The significance
level was set at p<0.05.
ImmunohistochemistryImmunohistochemistry
ImmunohistochemistryImmunohistochemistry
Immunohistochemistry
The muscle specimens were mounted for transverse
sectioning and snap frozen in liquid nitrogen. Serial 6µm
thick cross-sections were prepared in a cryostat microtome
(MICROM HM 505E) at -25°C, and were kept stored in
SHORT COMMUNICATIONS
232 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
-80°C until used for histological, and immuno-
histochemical stainings.
Fiber-type classification was based on the staining
pattern for immunohistochemical myosin heavy chain slow
antibody (clone WB-MHCs, Novocastra, dilution 1:80),
and myosin heavy chain fast antibody (clone WB-MHCf
Novocastra, dilution 1:40). The presence of neonatal fiber
was determined by myosin heavy chain neonatal antibody
(cloneWB-MHCn, Novocastra, dilution 1:40), and the
capillary density with ulex europaeus aglutinin I (clone B-
1065 Vector, dilution 1:800) staining.
The cross-sections were photographed in 3 to 4 areas
using the Nikon-Eclipse E800. Classification of fiber type
was performed in at least 500 muscle fibers from each
muscle sample at 200 times magnification.
The histograms were obtained from a computer
program (CELL) developed specifically for cellular
morphometric studies for the myopathy laboratory of
the Department of Neurology at the University of São
Paulo.
SHORT COMMUNICATIONS
Figure 2 – Graphics of cross section area (A), hybrid fiber (B), capillary
density (C) showing the linear and tendency of the alterations along
the nine decades of age
A
B
C
Isolation of fixed single muscle fibersIsolation of fixed single muscle fibers
Isolation of fixed single muscle fibersIsolation of fixed single muscle fibers
Isolation of fixed single muscle fibers
The isolation of fixed single muscle was prepared
from muscle biopsies obtained from one specimen from
a 39-year-old. The biopsy specimen was removed and
pinned to sylgard-coated dishes for fixation with 2%
paraphormaldeyde, followed by PBS rinses and fixation
in cold methanol. The permeabilized fibers were then
incubated with primary antibody overnight at 4°C, washed
in PBS, incubated with second antibody for 2h at room
temperature, washed and mounted in Vectashield (Vector
Laboratories, Burlingame, CA) on glass slides for analysis
by confocal microscopy.
RESULTS
Slow and fast muscle fiber distribution was similar in
both muscles in both genders. Hybrid fiber was observed
in all decades, and its frequency decreased significantly
(p<0.001) with aging in masseter.
Neonatal myosin expression was observed in all
decades; its expression was more frequent in masseter
(p=0.01), and males in temporalis (p=0.025).
Decrease of the cross-sectional area of fast and slow
fibers and decrease in capillary density were detected
with aging.
CONCLUSIONS
The jaw muscles proved to be highly unusual compared
to limb and trunk muscles. Masseter and temporalis muscles
contain many hybrid fibers, which numbers decrease with
aging, and numerous neonatal fibers in the majority of
samples over nine decades of age.
We also observed a decreased in the capillary density
and of the cross sectional area; together, all findings can
be related to the decrease in bite force with aging.
This muscles are essential components in the
stomatognatic system. Their complex architecture allows
them to execute several motor tasks. One of the structural
peculiarities is the presence of hybrid and neonatal fibers
in all decades.
REFERENCES
1. Bottinelli R, Canepari M, Pellegrino MA, Reggiani C. Force-velocity
properties of human skeletal muscle fibers: myosin heavy chain
isoform and temperature dependence. J Physiol. 1996; 495:
573-86.
2. Hoh JF 'Superfast' or masticatory myosin and the evolution of jaw
closingmuscles of vertebrates. J Exp Biol. 2002;205:2203-10.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 233
3. Korfage JA, Koolstra JH, Langenbach GE, van Eijden TM. Fiber-type
composition of the human jaw muscles--(part 1) origin and functional
significance of fiber-type diversity. J Dent Res. 2005; 84(9):774-83.
4. Korfage JAM, Koolstra JH, Langenbach GEJ, Van Eijden TMGJ.
Fiber-type composition of the human jaw muscles-(Part 2) Role
of hybrid fibers and factors responsible for inter-individual
variation. J Dent Res. 2005;84:784-93.
xxx-xxx
SHORT COMMUNICATIONS
5. Osterlund C, Liu JX, Thornell LE, Eriksson PO. Muscle spindle
composition and distribution in human young masseter and
biceps brachii muscles reveal early growth and maturation. Anat
Rec (Hoboken). 2011; 294(4):683-93.
6. Van Eijden TM, Turkawski SJ. Morphology and physiology of
masticatory muscle motor units. Crit Rev Oral Biol Med. 2001;
12:76-91.
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 234
SHORT COMMUNICATIONS
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Coagulopatias hereditárias são doenças hemorrá-
gicas resultantes da deficiência quantitativa e/ou
qualitativa de uma ou mais proteínas plasmáticas
(fatores) da coagulação. Entre as coagulopatias
hereditárias, as mais comuns são a hemofilia e a doença
de Von Willebrand. A hemofilia é um distúrbio
hereditário da coagulação resultante de herança
genética ligada ao cromossomo X recessiva e, como
tal, é transmitida quase exclusivamente a indivíduos do
gênero masculino por meio de mãe portadora (maioria
dos casos) aparentemente normal ou ainda por
mutações novas. Clinicamente, caracteriza-se por
sangramentos, os quais podem ocorrer em qualquer
estrutura ou órgão do indivíduo acometido. Pode ser
devida à deficiência do fator VIII, condição esta
denominada hemofilia A ou, deficiência do fator IX
conhecida como hemofilia B. Clinicamente, ambas as
entidades são indistinguíveis.
A hemofilia A ocorre em cerca de 1:10.000 indiví-
duos do gênero masculino. As manifestações hemor-
rágicas podem ocorrer já no primeiro ano de vida e sua
gravidade depende dos níveis plasmáticos do fator VIII.
As hemorragias podem se apresentar de diversas
formas: espontâneas ou precedidas por traumas. As
hemorragias podem se expressar clinicamente como
hematúria, epistaxe, hematêmese, melena ou por meio
de hematomas, sangramentos retroperitoniais e intra-
articulares (hemartroses), que constituem um dos
aspectos mais característicos das formas graves da
doença.
A classificação da hemofilia A varia de acordo com
o nível de atividade coagulante do fator VIII (fator VIII:C),
sendo o nível de normalidade definido como 1 UI/ml
de fator VIII:C (100%). Recomenda-se classificar os
pacientes como: graves, aqueles que possuem fator
VIII:C inferior a 1% do normal ou < 0,01 UI/ml;
moderados, aqueles que possuem fator VIII:C entre 1%-
5% do normal ou 0,01 - 0.05 UI/ml e; leves, aqueles
que possuem fator VIII:C > 5%-<40 % do normal ou
> 0,05 - <0,40 UI/ml.
As características da hemofilia B são semelhantes
quanto ao quadro clínico e classificação em relação à
forma A, da qual difere quanto ao fator plasmático
deficiente que, neste caso, é o fator IX. A hemofilia B
apresenta uma incidência 3-4 vezes menor que a
hemofilia A.
Prevalência de disfunção temporomandibular
em pacientes com hemofilia
Thatiana B. Guimarães
1
, Mariana B. F. Cabrini
1
, Sonia M. B. Guimarães
1
, Antônio S. Guimarães
1
,
Camila Q. Leite
1
, Sandra V. Antunes
2
, Luis G. Alonso
3
1
Cirurgião dentista- Ambulatório de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial/Unifesp,
2
Hematologista - Ambulatório de Hemofilia/Unifesp,
3
Médico- Professor Adjunto da Disciplina de Anatomia
Descritiva e Topográfica do Departamento de Morfologia e Genética/Unifesp
Guimarães TB
1
, Cabrini MBF
1
, Guimarães SMB
1
, Guimarães AS
1
, Leite CQ
1
, Antunes SV
2
, Alonso LG
3
.
Prevalência de disfunção temporomandibular em pacientes com hemofilia. 2012;3(4):225-6
235 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
À exceção do hematoma superficial, a hemorragia
intra-articular é a complicação mais comum da hemofilia.
As articulações mais afetadas em ordem decrescente são:
joelhos, cotovelos, tornozelos, pés, quadris e ombros. A
articulação temporomandibular (ATM) parece ser rara-
mente envolvida.
Episódios de hemartrose, nas articulações das extre-
midades em pacientes com hemofilia, são bem docu-
mentados. Entretanto, hemartrose na ATM (e no com-
partimento estomatognático) em pacientes com coagulo-
patias parecem ser eventos raros ou, talvez, não tão bem
documentados.
Uma das complicações mais prevalentes da hemo-
filia é a artropatia crônica, que resulta de repetidos san-
gramentos na articulação, podendo levar à limitação
de movimento. A limitação de movimento mandibular
pode ser um dos sinais dos pacientes que apresentam
disfunção temporomandibular (DTM) que, por defi-
nição, é um termo coletivo que abrange um largo
espectro de problemas clínicos da articulação e dos
músculos da área orofacial, sendo tal disfunção carac-
terizada por dor, ruídos nas ATM e função mandibular
irregular ou limitada. A DTM é considerada um sub-
grupo distinto das desordens musculoesqueléticas e
reumatológicas, e representa uma causa importante de
dor não dental na região orofacial.
Os sinais e sintomas da DTM são extremamente
comuns. Estudos epidemiológicos sugerem que 40% a
75% da população geral possui algum sinal de DTM. A
população adulta jovem, de 20 a 40 anos, é a mais
atingida. A prevalência de DTM é maior entre indivíduos
de 20 a 50 anos. O objetivo deste estudo foi verificar a
prevalência de disfunção temporomandibular em
pacientes com hemofilias A e B.
MÉTODOS
Foram avaliados 39 pacientes hemofílicos do
gênero masculino (18-51 anos) com idade mediana
de 26 anos e 79 controles do gênero masculino (18-
51anos) com idade mediana de 27 anos. Os indivíduos
foram submetidos ao questionário da Academia
Europeia das Desordens Craniomandibulares para
avaliação da presença de sintomas de DTM. Aqueles
que responderam afirmativamente a, pelo menos, uma
pergunta foram submetidos aos eixos I e II do RDC
(critério diagnóstico para pesquisa em disfunção
temporomandibular). A análise estatística foi realizada
com o teste do qui-quadrado considerando-se um nível
de significância p ≤ 0,05.
RESULTADOS
Sinais ou sintomas de hemartrose na ATM não foram
verificados na casuística estudada e não foram obser-
vadas diferenças significantes entre os grupos avaliados.
CONCLUSÕES
A articulação temporomandibular é muito
solicitada com cargas elevadas durante a mastigação
e apertamentos. No entanto, a hemartrose da ATM
em pacientes com coagulonopatias parece ser rara. A
presença de DTM tem sido pouco avaliada em
pacientes com hemofilia. Os sinais e sintomas asso-
ciados à ATM não apresentaram significância estatística
na comparação do grupo controle em relação ao
grupo de estudo.
REFERÊNCIAS
1. Alpkiliç Baskirt E, Ak G, Zulfikar B. Oral and general health-
related quality of life among young patients with haemophilia.
Haemophilia. 2009; 15(1):193-8.
2. Antunes SV. Hemorragia intracraniana em hemofílicos A: Análise
de 36 episódios. [Tese Mestrado]. São Paulo. Escola Paulista de
Medicina, 1992.
3. Dworkin SF, LeResche L. Research diagnostic criteria for
temporomandibular disorders: review, criteria, examinations and
specifications, critique. J Craniomandib Disord. 1992 Fall;
6(4):301-55.
4. Greer RB, Ballard JO. Musculoskeletal bleeding in hemophilia.
Pediatr Ann. 1982;11:521-7.
5. Hitchings EJ. The oral health of individuals with haemophilia: a
review of the literature. N Z Dent J. 2011;107(1):4-11.
6. Soucie JM, Cianfrini C, Janco RL, Kulkarni R, Hambleton J, Evatt B,
et al. Joint range-of-motion limitations among young males with
hemophilia: prevalence and risk factors. Blood.
2004;103(7):2467-73.
7. Nishioka GJ, Van Sickels JE, Tilson HB. Hemophilic arthropathy
of the temporomandibular joint: review of the literature, a case
report, and discussion. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1988;
65(2):145-150.
SHORT COMMUNICATIONS
xxx-xxx