July/August/September 2016
Nº 3
7
VOLUME
Headache
Medicine
Headache
Medicine
ISSN 2178-7468
ORIGINAL ARTICLES
Medication overuse headache and its specific clinical markers
Cefaleia por uso excessivo de medicação e seus marcadores clínicos específicos
Nelson Barrientos U, Philippe Salles G, Anna Milán S, Paulina Meza C, Raúl Juliet P,
Alan Rapoport
ARTIGO COMENTADO
Synopsis on the paper "Acute migraine in pregnancy: Therapeutic opportunities"
Sinopse do artigo "Migrânea aguda na gravidez: oportunidades terapêuticas"
Eliana Meire Melhado
IN MEMORIAM
Dr. Getúlio Daré Rabello (1951- 2016)
Antonio Cesar Ribeiro Galvão
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
XI CONGRESSO DO COMITÊ DE DOR OROFACIAL
Mensagem do Presidente da SBCBe - Pedro André Kowacs
Mensagem do presidente do Congresso - Carlos Alberto Bordini
Mensagem do Presidente do Comitê de Dor Orofacial - Ricardo Tanus
PROGRAMA
RESUMO DOS TEMAS LIVRES/PÔSTERES
CONTENTS
ORIGINAL ARTICLE
Medication overuse headache and its specific clinical markers
Cefaleia por uso excessivo de medicação e seus marcadores clínicos específicos ........................................ 64
Nelson Barrientos U, Philippe Salles G, Anna Milán S, Paulina Meza C, Raúl Juliet P, Alan Rapoport
ARTIGO COMENTADO
Synopsis on the paper "Acute migraine in pregnancy: Therapeutic opportunities"
Sinopse do artigo “Migrânea aguda na gravidez: oportunidades terapêuticas”............................................ 71
Eliana Meire Melhado
IN MEMORIAM
Dr. Getúlio Daré Rabello (1951- 2016) ........................................................................................................ 74
Antonio Cesar Ribeiro Galvão
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA E XI CONGRESSO DO COMITÊ DE DOR OROFACIAL
MENSAGENS DOS PRESIDENTES ................................................................................................................. 77
Pedro Kowacs - Presidente da SBCBe
Carlos Alberto Bordini - Presidente do Congresso
Ricardo Tanus - Presidente do Comitê de Dor Orofacial
COMISSÕES................................................................................................................................................ 79
PALESTRANTES ............................................................................................................................................ 80
INFORMAÇÕES GERAIS .............................................................................................................................. 83
PROGRAMA CIENTÍFICO ............................................................................................................................. 85
RESUMO DOS TEMAS LIVRES/ABSTRACTS - CEFALEIA ................................................................................. 93
RESUMO DOS TEMAS LIVRES/ABSTRACTS - DOR OROFACIAL ...................................................................117
INFORMAÇÕES AOS AUTORES ..................................................................................................................128
Scientific Publication of the Brazilian Headache Society
Volume 7 Number 3 July/August/September 2016
Headache Medicine
ISSN 2178-7468
Headache Medicine, v.7, n.3, p.61, Jul./Aug./Sep. 2016 61
Headache Medicine
ISSN 2178-7468
Jornalista responsável: Ana Carneiro Cerqueira – Reg. 23751 DRT/RJ
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Claudia Tavares, Belo Horizonte, MG
Cláudio M. Brito, Barra Mansa, RJ
Daniella de Araújo Oliveira, Recife, PE
Deusvenir de Sousa Carvalho, São Paulo, SP
Djacir D. P. Macedo, Natal, RN
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Elder Machado Sarmento, Barra Mansa, RJ
Eliana Meire Melhado, Catanduva, SP
Fabíola Dach, Ribeirão Preto, SP
Fabíola Lys Medeiros, Recife, PE
Fernando Kowacs, Porto Alegre, RS
Hugo André de Lima Martins, Recife, PE
Jano Alves de Sousa, Rio de Janeiro, RJ
João José F. Carvalho, Fortaleza, CE
Joaquim Costa Neto, Recife, PE
José Geraldo Speciali, Ribeirão Preto, SP
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Marcelo C. Ciciarelli, Ribeirão Preto, SP
Marcelo Rodrigues Masruha, Vitória, ES
Marcos A. Arruda, Ribeirão Preto, SP
Mario Fernando Prieto Peres, São Paulo, SP
Maurice Vincent, Rio de Janeiro, RJ
Mauro Eduardo Jurno, Barbacena, MG
Pedro A. S. Rocha Filho, Recife, PE
Pedro Ferreira Moreira Filho, Rio de Janeiro, RJ
Pedro André Kowacs, Curitiba, PR
Raimundo Silva-Néto, Teresina, PI
Renan Domingues, Vitória, ES
Renata Silva Melo Fernandes, Recife, PE
Headache Medicine
Scientific Publication of the Brazilian Headache Society
Editorial Board
62 Headache Medicine, v.7, n.3, p.62-63, Jul./Aug./Sep. 2016
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Thais Rodrigues Villa
Headache Medicine, v.7, n.3, p.62-63, Jul./Aug./Sep. 2016 63
Medication overuse headache and its specific clinical
markers
Cefaleia por uso excessivo de medicação e seus marcadores clínicos específicos
Nelson Barrientos U.
1,2
, Philippe Salles G.
2
, Anna Milán S.
2
, Paulina Meza C.
2
, Raúl Juliet P.
2
, Alan Rapoport
3
1
Director, DIPRECA`s Hospital Headache Unit, Santiago, Chile. Neurology Professor, Head of the Neurology
Department at the Universidad de Santiago de Chile (USACH) and at the Universidad Diego Portales (UDP)
2
Neurologist, DIPRECA`s Hospital, Chile
3
The David Geffen School of Medicine at UCLA, Los Angeles, CA USA
Barrientos NU, Salles PG, Milán AS, Meza PC, Juliet RP, Rapoport A. Medication overuse headache and
its specific clinical markers. Headache Medicine. 2016;7(3):64-9
ORIGINAL ARTICLE
ABSTRACT
Introduction: Clinical markers of medication overuse
headache (MOH) are based on headache classification
developed by the International Headache Society (IHS). This
classification include only two criteria: 1) frequency of
headache must be 15 or more days per month for at least
three or more months; 2) the number of days of overuse
medication must be either 10 or 15 days per month
depending on the type of medication. However, patients often
present with associated clinical markers that are overlooked
by most physicians at the first visit. Methods: This is a
prospective, longitudinal and observational study of 76
patients admitted to DIPRECA´s hospital Headache Unit.
They were all diagnosed with MOH according to the criteria
established by the his ICHD III beta. Patients were given
standard therapeutic approach that included detoxification,
prescription of preventative medications and a standardized
follow-up of 6 months. Symptoms of interest were recorded
at each appointment and Zung, MIDAS and HIT-6 (headache
impact test) scales were applied. Results: Overused
medications included nonsteroidal anti-inflammatory drugs
(NSAIDs), triptans and ergots. The most significant associated
features were headache at awakening, awaking by headache,
attentional difficulties, depression, cervical pain and
myofascial pain syndrome. All symptoms improved with
therapy as well as MIDAS and HIT-6 scores. Discussion: In
evaluating patients with MOH consider both the ICHD III
beta diagnostic criteria and the common and specific
symptoms seen in most cases of MOH.
Keywords: Medication overuse headache, Chronic migraine,
ICHD-III beta, Depression, Early morning awakening
headache, Quality of life, MIDAS, HIT-6.
INTRODUCTION
Medication overuse headache (MOH) is a secondary
headache usually seen in patients with chronic daily
headache (CDH), in whom most meet diagnostic criteria
for chronic migraine. These patients usually have 15 or
more headache days in which the episodes last at least 4
hours a day for three months or longer. In addition, they
must be taking analgesic medication(s) for at least 10 or
15 days per month depending on the medication.
(1,2,3)
Chronic daily headache reaches a prevalence of 4-5% in
the United States.
(4,5)
The annual incidence of new onset
chronic migraine (CM) in patients with episodic migraine
(EM) averages 2.5%
(6,7)
and MOH prevalence in the ge-
neral population is estimated to be of 1-2%, mostly affecting
women. At dedicated headache centers, MOH accounts
for 70% of the new patients or more.
(4,3)
A survey by Rapoport
showed that MOH has become the third most common
cause of headache in the United State,
(8)
a relevant aspect
since of its high socio-economic impact.
(2,4,9)
A meta-analysis revealed that the most frequent
headache diagnoses in patients with MOH were migraine
(65%), tension-type headache (27%) and migraine associated
with other headaches (8%).
(10)
Other studies confirmed
migraine to be the most common headache that precedes
MOH.
(2,4,3)
In the United States, triptans in conjunction with
opioids were the mostly abused headache drugs, in spite of
the widespread use of NSAIDS and/or butalbital containing
64 Headache Medicine, v.7, n.3, p.64-70, Jul./Aug./Sep. 2016
medications.
(11)
This pattern of headache drug abuse was
not found in other headache populations.
(4)
Regardless of the initial headache syndrome or the
specific medication being overused, the mainstays of our
treatment are: 1) detoxification from the overused
medication, 2) non-pharmacological and 3)
pharmacological preventive treatment, with 4) proper use
of symptomatic medications.
(12,13)
Patients with MOH have
MIDAS scores three times higher as compared to those
who have episodic migraine who are not overusing
medications.
(2,14)
MOH patients also have an increased
risk of mood disorders and anxiety.
(15-18)
Sleep disorders
are more frequent among patients with MOH that in those
presenting episodic headaches.
(19)
It is usually agreed that by most headache specialists
that an structured approach for treating MOHs includes:
a) educating patients to stop taking the medicine abused
(day 1), b) detoxification from the overused medications
with the help of an antiemetic and analgesic, if needed
(days 1-7), c) institution of a preventive medicine between
days 1-7, d) prescription of an appropriate use of analgesics
and e) follow-up visits for at least six months.
(20,21)
Preventive medications considered useful are
valproate,
(21-23)
topiramate,
(21,24,25)
onabotulinumtoxinA
(21,26)
and quetiapine, the last one used as an add-on therapy
during detoxification.
(27)
While treating MOH, a treatment can be considered
as successful if a reduction in the headache days of 50%
or more is attained after 3 months of therapy.
(9)
Success rates of MOH therapy are reported to fall around
70%. These results are commonly based on in-patient treatment,
rescue medication and continued support. In addition, the
70% success rates reported were based on different outcome
measures and therefore difficult to compare.
(28)
Some factors that appear to negatively affect the results
are the high use of medicines at the beginning of detoxification,
the reuse of previously abused drugs, failure to improve after
two months of treatment, smoking and alcohol use. Although
psychiatric comorbidities are not related to relapse after one
year of treatment, those patients with lesser depression and/or
anxiety scores had better results after four years of
detoxification.
(4,16-18)
Treatment of MOH undoubtedly has a
positive impact on the quality of life of these patients.
(29,30)
OBJECTIVES
To determine the following in patients with MOH:
headache frequency and intensity, if the patient awakens
in the morning with headache, if the patient is awakened
at dawn by headache, inattention, depression, cervical pain
and myofascial pain syndrome.
To describe the evolution of these symptoms during
the 6 month follow-up and their impact on quality of life in
relation to treatment.
MATERIAL AND METHODS
The present study was approved by the Ethics and
Research Committee of DIPRECA Hospital and all patients
were fully informed and agreed to participate in the study.
Patients allowed the use of their medical record data and
gave consent regarding the use of their clinical records for
research purposes, anonymously.
This was a prospective, longitudinal observational,
study on 76 consecutive patients who met the IHS criteria
for medication overuse headache. They were admitted to
DIPRECA´s Hospital Headache Unit between March 2014
and April 2015. Patients were given follow-up neurological
evaluations at month 1, 2, 3 and 6.
During the initial evaluation, relevant clinical data
were considered and recorded in a standardized record,
including headache frequency and intensity as recorded
on a visual analog scale (VAS), medication use and overuse,
awakening times and reasons, attention difficulties, cervical
pain and myofascial pain syndrome.
The Zung scale was used for evaluation of depression
and the MIDAS and HIT-6 scales for evaluation of disability
and impact on quality of life.
For statistical analysis, parametric tests the 2 test, and
nonparametric Student t test, with the SSSP program were
used.
The detoxification and treatment protocol used in our
Headache Unit at DIPRECA Hospital consists of suspension
of the overused medication and initiation of a joint
pharmacological support therapy during the first 3 months.
In the first month we attempt an ambulatory therapy,
utilizing different medications from those overused by the
patient. We use injectable NSAIDs, not to exceed 2 vials of
diclofenac 75 mg IM, secondly oral quetiapine 25 mg/
day, and then treatment with sodium divalproex ER 500
mg daily for 3 months as a preventive approach. An
alternative treatment is onabotulinumtoxinA 100 IU, within
the first 2 weeks of treatment.
During the second and third months of treatment
injectable NSAIDs were replaced by oral analgesics if
necessary, not to exceed 10 days of use per month, while
maintaining the use of quetiapine and divalproex sodium
ER in the same dose for 3 months.
MEDICATION OVERUSE HEADACHE AND ITS SPECIFIC CLINICAL MARKERS
Headache Medicine, v.7, n.3, p.64-70, Jul./Aug./Sep. 2016 65
If progress is satisfactory, an assessment to decide
whether to maintain treatment during the third month is
made and monitoring continues.
RESULTS
A total of 76 patients met the diagnostic criteria for
MOH, all consented to the present study, all received
detoxification treatment, and all completed 6 months of
follow-up for this study.
The demographic characteristics of the study population
reveals an average age of 41.17 years (16-68), with a
female predominance (80.26%). The average length of
painkiller overuse was two years, but for some patients over
a decade. Nine of our patients had a history of prior MOH
treatment (11.8%), with little use of preventive drugs. Among
the significant comorbidities overweight, obesity and
depression are highlighted. (Table 1 and Table 2)
according to the clinical experience of the authors. This
group of patients was remarkable for their low use of opioids
and barbiturates. (Figures 1 and 2)
Frequency of headache attacks
Regarding the frequency of headache attacks during
the initial evaluation of our patients, we found an average
of 22.25 days of headache per month (range between
15 and 30 days of pain), with a gradual decrease in
frequency after the initiation of therapy and
discontinuation of the overused drug. There was a
statistically significant reduction in headache frequency,
as compared to the initial frequency, for each assessment
during follow-up (95%, Paired sample test, p <0.001);
this reached a minimum of 3.86 average headache days
in the third month, which was maintained during the sixth
month of monitoring. There was no statistical difference
when comparing the frequency between the third and
sixth months (95% CI, Paired sample test, p 0.321). It is
noteworthy that only 2 patients persisted with an attack
BARRIENTOS NU, SALLES PG, MILÁN AS, MEZA PC, JULIET RP, RAPOPORT A
Overused Medications
The most overused medication were the nonsteroidal
anti-inflammatories (NSAIDs) (84.21%), followed by ergots
(35.52%), triptans (34.21%), the combination of NSAIDs
with ergots (14.47%), or triptans (15.78%). This seemed
representative of the situation of patients nationwide,
Figure 1. Medications overused
Figure 2. Mix of medications overused
66 Headache Medicine, v.7, n.3, p.64-70, Jul./Aug./Sep. 2016
frequency of greater than 15 days per month at 3 months
follow-up, and 9 patients were actually headache free at
6 months follow-up. (Figure 3)
Waking up in the morning with headache
As Figure 4 shows, waking up in the morning with
headache was the most frequently reported symptom before
detoxification treatment began and it decreased progressively
once management of MOH was initiated.
This symptom was reported at the initiation of the study
in 98.7%, at the end of the first month in 50%, at the end
of the 2nd month in 30.7%, at the end of the 3rd month
in 14.7% and at the end of the 6th month in 21%. The
difference was significant comparing initiation and month
3. (χ
2
p < 0.001)
This headache is typically mild and located in frontal
and periorbital areas. (Figure 5).
Headache Intensity
There was a progressive decline in the intensity of
pain during headache crises, highlighting a mean baseline
intensity of 7.3±1.2, decreasing to 5.2±1.5 ) at 1 month,
to 4.1 (SD 1.8 ) at 2 month, to 3,1±2.1 at 3 month
and to 2.7±2.7 at 6 months, respectively. The average
pain intensity decrease was statistically significant from
the initial intensity (Paired sample test, p < 0.001) with
no significant difference comparing the third and sixth
months. (Figure 4)
Being awakened at dawn by headache: Being
awakened at dawn by headache is a frequently reported
symptom in patients with MOH. In this series it is the second
most frequently observed symptom, seen in 88.15% of
patients on study entry, and improving to 24% at the end
of month 1, 16% at month 2, 9.2% at month 3 and 17.1%
at month 6; this was significant when compared to baseline
(χ
2
test, p < 0.001), and not significant comparing month
3 and 6. This headache is typically holocraneal and always
severe and 76% of the patient are headache free by the 1st
month. (Figures 5 and 6).
Cervical Myofascial Syndrome
The cervical myofascial syndrome is a non-
inflammatory disorder manifested by localized pain and
stiffness, associated with trigger points and limited cervical
movement. The three basic components of this syndrome
include: a palpable band in the affected muscle, the
presence of trigger points and referred pain patterns. It was
clinically evaluated for each patient by history and physical
examination. Myofascial pain was also frequently reported
Figure 3. Average of headache frequency during follow-up
Figure 5. Acompanying symptoms in the first evaluation
MEDICATION OVERUSE HEADACHE AND ITS SPECIFIC CLINICAL MARKERS
Figure 4. Headache intensity
Other Clinical Symptoms
During the initial evaluation of patients, almost all
patients reported waking up with headache in the morning.
This was followed in frequency by being awakened by
headache at dawn and myofascial pain syndrome,
difficulties in attention, neck pain, and psychiatric
comorbidities such as depression (assessed by the Zung
scale). These findings are presented in Figure 4.
Headache Medicine, v.7, n.3, p.64-70, Jul./Aug./Sep. 2016 67
by these patients: at the start of the study 83.78% (61
patients) had myofascial pain, decreasing to 81.08% (60
patients) at 1 month follow-up, 55.55% (40 patients) at 2
months, 36.48% (27 patients) at 3 months and 35% (26
patients) at 6 months. A response was seen after treatment
initiation with statistically significant differences from
baseline to 6 month (95 % χ
2
: p < 0.001). (Figure 6)
Cervical Pain
Neck pain as a separate symptom from myofascial
syndrome is assessed by the patient's history during the
interview, and is also a common symptom in these patients.
Prior to initiation of treatment 72.97% (54 patients) reported
neck pain, and a significant decrease during follow-up
assessments was noted. During the first month 71.62% (53
patients) had neck pain, 52.77% (38 patients) at month
2, 32.43% at month 3 and 29.72% at 6 months. (Figure
6) Statistically significant differences were noted comparing
baseline to 6 months (95% χ
2
: p < 0.001).
Attentional Difficulties
Difficulty in sustaining a focus of attention on a parti-
cular task is also common among these patients. To evaluate
this symptom we asked the following questions in relation
to the three months prior to the first visit: "Have you noticed
more difficulty in sustaining attention regarding tasks that
require sustained mental effort?", "Are you easily distracted
by minor stimuli?", " have you noticed major difficulty in
completing work related tasks or during other entertaining
activities?", "Are you more forgetful than before?"
The presence of inattention was considered as an
affirmative response to any of the questions above. Initially
78.94% (60 patients) reported attention problems, at the end
of the first month 61.33%, 45.33% at month 2, 34.21% (26
patients) at month 3 and 32.9% (25 patients) at month 6.
There was a statistically significant difference from baseline
at month 6 (95% χ
2
: p < 0.001). (Figure 5).
Depression
In order to evaluate depression we used the Zung Scale
abbreviated and validated for South American
populations.
(31)
This validated version established the cutoff
for mild depression at 15-20 points, 23-24 points for mild
for moderate depression, 21-27 for moderate depression
and 27-40 points for severe depression.
At the initial assessment 41 patients had scores of 24
or more points (53.9%) and 21 patients (27.37%) had
severe depression, with an average score of 24.41±5.226
points. At baseline, severe depression was detected in
27.37% of the sample, in 5.56% after one month of
protocol and in 0% of the sample at months two, three and
six. Within the first month the average depression score
was 20.11±4.61, after months 18.49±4.82,
16.24±4.68 after three months and 16.71±5.61 at 6
months. The last 3 values were under the cutoff for
depression.
Comparing the average values between the different
months up to month 3, there is a statistical difference in all
of them, as compared to baseline (95% CI Paired sample
test Sig two-tailed p <0.000), with no statistical difference
between the sixth and third month (p 0.363). (Figure 5)
Quality of Life
In order to evaluate quality of life we used the MIDAS
and HIT-6 scales, which are broadly used and validated for
this purpose.
(32,33)
Both scales demonstrated a poor quality
of life during the baseline assessment, with a fall in its severity
once detoxification treatment began. In regard to the MIDAS
scale, a larger grade signifies a worse quality of life with
more disability (Grade I: 0-5 points; Grade II: 6-10 points;
Grade III: 11-20 points; Grade IV: 21 or more points). This
scale was evaluated at baseline and at months 3 and 6.
The average score for all patients (n = 76) at initial
evaluation was 72.08±60.58 points, falling to
14.39±13.33 at month 3 and 11.96±18.51 at month
6, There is a significant difference when comparing the
baseline value with the average of 3 to 6 months (95% CI,
Paired sample test, p <0.0001), and no differences between
the third and six months (95% CI, Sig. 2-tailed 0.106). By
classifying the severity of the alteration of quality of life we
found 93.42% (71 patients) with severe limitations and
need for treatment (Grade IV) at baseline, and only 15.4%
(12 patients) in this category by 6 month follow-up. None
Figure 6. Changes in symptoms during follow-up assessments
BARRIENTOS NU, SALLES PG, MILÁN AS, MEZA PC, JULIET RP, RAPOPORT A
68 Headache Medicine, v.7, n.3, p.64-70, Jul./Aug./Sep. 2016
of the patients evaluated had scores for grade I on the
MIDAS scale (minor limitations and no needs for treatment)
in the initial assessment; however, 25% (n=19) and 52.3%
(n=39) were qualified as grade I at 3 and 6 months,
respectively. In Figure 7 the changes obtained in the
evaluation of this scale can be observed during follow-up.
MEDICATION OVERUSE HEADACHE AND ITS SPECIFIC CLINICAL MARKERS
Figure 7. MIDAS Score
The results obtained with the HIT-6 scale are similar to
those obtained with the MIDAS scale. The HIT-6 scale
categorizes the results according to severity: very severe
(60 or more points), severe (56-59), moderate (50-55)
and mild or no impact (36-49). The average of all patients
in the initial evaluation of the HIT-6 was 65.5±6.675
points, falling to 51.15±8.52 at the first month,
45.75±9.75 at the second month, 41.3±10.48 at the
third month and 41.2±12.23 at the sixth month.
There were statistically significant differences when
comparing results from baseline. (Paired sample test, 95%
next 2-tail; p <0.001), with significant differences also
between the months 1, 2 and 3 of follow-up (p <0.001),
but with no statistical difference when comparing the third
and sixth month (p 0.175).
To categorize patients according to severity in the first
evaluation 81.58% (n= 62) were "very severe," 7.8 (n= 6)
"severe" and 10.5 score (n= 8) "moderate" noting that no
patient fulfilled score for "slight or no impact on their quality
of life". As with the MIDAS scale, we can see a progressive
increase in mild or no impact category (quality of life) after
treatment started, with 65 (85.5%) and 63 (82.25%) patients
reaching the mild category at 3 and 6 months, respectively;
there was a significant drop in the number of patients with
severe alterations in quality of life, with only 7 (9.2%) patients
in this category at 3 months follow-up. (Figure 8).
Figure 8. HIT-6 Score
DISCUSSION
Traditionally the diagnosis of MOH is made based on
the criteria set by the diagnostic classification of the IHS,
which basically takes into account the headache frequency
parameter (more than 15 days per month) and the number
of days of medication overuse, as well as the type of
medication. However, in clinical practice patients report
additional symptoms, namely awakening in the morning
with headache, being awakened at dawn by headache,
depression, inattention, cervical pain and myofascial pain
syndrome. These symptoms, despite not being included in
the diagnostic criteria, aid in the clinical evaluation process
and the monitoring of patients during the treatment of this
disease.
This paper demonstrates that the symptoms described
above are frequently observed in patients with MOH, as
they are seen in over 80-90% of patients. As such, we
consider them of great importance in strengthening the IHS
criteria and achieving greater accuracy and usefulness in
following outcomes during the management of this condition.
There are specific situations that may result in early
diagnosis of MOH, such as patients who overuse medication,
have a lower frequency of headaches than the 15 days a
month that the IHS criteria requires, but demonstrate some
of the symptoms described above. Early diagnosis can lead
to initiation of early treatment. The same situation pertains
to patients with chronic headache who do not meet the
criteria for medication overuse described in the IHS criteria.
In the authors' opinion these clinical markers, specific to
MOH, such as waking up in the morning with headache,
being awakened at dawn by headache and the myofascial
Headache Medicine, v.7, n.3, p.64-70, Jul./Aug./Sep. 2016 69
syndrome, are frequent occurrences and quite specific for
MOH. Depression, neck pain and inattention are
comorbidities, but helpful in combination. We suggest that
these symptoms we have delineated should be further
evaluated and possibly be included in MOH diagnostic
criteria in future ICHD versions.
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BARRIENTOS NU, SALLES PG, MILÁN AS, MEZA PC, JULIET RP, RAPOPORT A
Correspondence
N. Barrientos
Dipreca Hospital
Av Vital Apoquindo 1200 - Santiago, Chile
e-mail: barrientosymendoza@gmail.com>
Tel.: +562-2734015 Fax: +562-2751842
70 Headache Medicine, v.7, n.3, p.64-70, Jul./Aug./Sep. 2016
ARTIGO COMENTADO
Synopsis on the paper "Acute migraine in pregnancy:
Therapeutic opportunities"
Sinopse do artigo “Migrânea aguda na gravidez: oportunidades
terapêuticas”
Eliana Meire Melhado
Doutora e Mestre em Ciências Médicas, Docente de Neurologia da Fundação Padre Albino
Faculdade de Medicina de Catanduva, Catanduva, SP, Brazil
Melhado EM. Synopsis on the paper "Acute migraine in pregnancy: Therapeutic opportunities"
Headache Medicine. 2016;7(3):71-3
ABSTRACT
Acute migraine is a debilitating pain crisis for which there
are several therapeutic options, although no single universally
effective prescription. When the migraine attack occurs in
pregnant women, the pharmacological treatment options are
very limited and a complex situation arises, in which to do or
not to do have potential implications. The fear of possible
damage to the fetus by the mother or the physician and the
effect of recurrent and severe pain on the pregnant woman
do not have a unidirectional response. For most drugs, the
real risk potential in pregnancy has not been established,
and suffering from chronic or recurrent pain also has potential
adverse effects on pregnancy. This often leads to inaction or
to the prescription of medication that is not necessarily useful.
Pain should be treated effectively in all circumstances and
pregnancy is no exception. This paper reviews the available
options for the treatment of migraine attacks that may be
used in pregnant women.
RESUMEN
La migraña aguda es una crisis de dolor discapacitante para
la cual hay opciones terapéuticas pero no hay una única
prescripción eficaz universal. Cuando la crisis migrañosa se
produce en la mujer gestante son muy limitadas las opciones
terapéuticas farmacológicas y se plantea una compleja
situación en la que hacer o no hacer tienen su consecuencia
potencial. El temor al daño posible del feto por parte de la
madre o el médico y el efecto del dolor recurrente y severo
sobre la mujer embarazada no tiene una respuesta
unidireccional. En la mayoría de las medicaciones no está
establecido el riesgo potencial real en el embarazo y presentar
dolor crónico o recurrente tiene potenciales efectos nocivos
sobre el embarazo. Esto lleva muchas veces a la inacción o
SYNOPSIS
Buonanotte & Buonanotte started explaining
epidemiological aspects of migraine which affects on
average 11% to 14% of the adult population with a clear
female predominance. Headache improvement in 2
nd
and
3
rd
quarters of pregnancy is explained as related to women
with menstrual migraine before pregnancy. Even though,
some women migraines get worse during pregnancy, and
there are also complications such as preeclampsia, and
coagulation disorders.
The authors go into a delicate terrain: the neurophobia
in dealing with such women. This is a worldwide fact. The
prescripción de medicación que no necesariamente es útil.
El dolor debería tratarse eficazmente en todas las
circunstancias y esta no es la excepción. El presente trabajo
revisa las opciones de tratamiento de la crisis de migraña
con posibilidad de uso en la mujer embarazada.
Carlos Federico Buonanotte
a,b
; Maria Carla Buonanotte
c
a
Jefe Servicio Neurología, Sanatorio Allende Cerro,
Ciudad de Córdoba, Córdoba, Argentina
b
Jefe de Neurología, Hospital Nacional de Clínicas,
Córdoba, Argentina
c
Médica Neuróloga del Hospital Misericordia, Ciudad de
Córdoba, Córdoba, Argentina
Headache Medicine, v.7, n.3, p.71-73, Jul./Aug./Sep. 2016 71
scenario is more complicated when we consider the medical
act and the principle of beneficence of seeking the patient
well-being. There is the fear of medical legal consequences
in this case, by action or omission, which in practice leads
to considering that nothing could be pharmacologically
prescribed in this clinical context. There is also the
neurophobia by the fear of a secondary headache, added
to the logical fear of potential harm to the fetus. This is
associated with the existence of few safe drugs or medicines
which safety is known but studies cannot be performed,
thus tables are based on case reports.
Also, we must remember that 2 to 7% of migraines in
pregnancy are "de novo" and it is necessary to think of
secondary headaches, and that 35% of pregnant patients
in the doctor's waiting room have secondary headache.
Neuroimaging procedures are essential in the ancillary
investigation of those patients, and tomography and
magnetic resonance bring a minimal risk for both pregnant
women and fetus – as long as an intravenous contrast
enhancement is not used.
Secondary headaches to be considered in pregnancy
are hypertensive syndromes associated with pregnancy:
eclampsia and preeclampsia; posterior reversible
encephalopathy; hemolysis, increased liver enzymes, and
low platelets syndrome (HELLP); reversible cerebral
vasoconstriction syndrome; pituitary apoplexy; venous
thrombosis; brain hemorrhage: aneurysmal or AVM; artery
dissection; idiopathic intracranial hypertension; and
meningitis.
And then, the authors described the treatment of
migraines in pregnancy, giving emphasis to non-
pharmacological management. As for drugs, in acute pain
not every medication can be taken, and this should be
taken into account by migraineurs before becoming
pregnant.
Further, the paper elegantly addresses the need to
prevent migraine chronification, and discusses that among
the modifiable factors are overweight, snoring, sleep apnea
and insomnia, excessive consumption of caffeine, high
frequency of headaches, frequent use of analgesics, other
associated pains, neck trauma, emotional disturbances, and
social, labour or affective changes.
In this review, products such as riboflavin and
magnesium are emphasized with level of evidence B. Topical
products like capsaicin with mint prepared with ethyl alcohol
solution and topic acetaminophen are interesting to be
prescribed to pregnant women. And here this review brought
a novelty to the physicians who treat their pregnant
migraineur patients.
The paper defines teratogenicity which is the structural
or functional defect in organogenesis, involving from 3rd
to 8th gestational weeks. The teratogenic action produced
by medicines varies along the timeline related to the different
periods of susceptibility to the injury. The risk of teratogenicity
is not known in more than 90 % of the drugs approved by
the FDA.
The prescription should balance or consider aspects
which are very easy to be considered, even though difficult
to be performed or to act. This is because no controlled
studies are available, and the use of drugs would not be
recommended.
Considering the risk and benefit includes to evaluate
the gestational age and teratogenic risk at this stage, the
effectiveness of the medication, the risk categories of this
drug, and the will of the pregnant to use medication, to
decide to bear the pain (which I do not agree particularly),
to take the risk of the drug, to face the possibility of the
route of administration, and to take the effects of pain on
the body and on pregnancy, and the adverse effects of the
available medicines.
There is not enough evidence to recommend a
specific protocol in the treatment of acute migraine in
any given situation. This absence obliges the physician
to make a decision in each case where the indication
does not necessarily correlate to the prescription (in this
situation I name it as the 'art of medicine with little
evidence').
Yet, the paper describes the options in acute migraine
during pregnancy considering the principles of beneficence
and nonmaleficence.
Acetaminophen - no established risk, mothers often
use in pregnancy.
Anti-inflammatories - can be used diclofenac (50
mg), ibuprofen (400mg), naproxen (500 - 1,000 mg),
piroxicam and indomethacin, which are categorized as risk
B. Aspirin in doses of 900 - 1,000 mg shown efficacy in
relief from migraine, and the risk is C. Avoid in the first
quarter and in the woman who plans to become pregnant
due to the possibility to prevent ovulation, implantation of
the egg, or abortion. It is not recommended to use cyclo-
oxygenase-2 inhibitors.
Triptans - a recent meta-analysis study concluded
that the use of sumatriptan in pregnancy does not show
increased risk of prematurity or birth malformations, and
this sporadic use in pregnancy is acceptable because of
low-risk.
Opioids - the risk is C, as the triptans, but opioids are
associated with numerous complications in both the fetus
MELHADO EM
72 Headache Medicine, v.7, n.3, p.71-73, Jul./Aug./Sep. 2016
and the mother (physical dependence and withdrawal,
growth retardation, neonatal respiratory depression and
malformations). In general they are safe.
Magnesium - the infusion of 1 g of magnesium sulfate
demonstrated efficacy in controlling migrainous attacks.
Usage is safe in pregnancy and should not be administered
for more than 3 consecutive days since the prolonged use
may be associated with neonatal hypocalcemia and
osteopenia. For that reason it was reclassified as risk D.
It is interesting this reclassification of magnesium, and
this is another prominent aspect in this paper.
Antihistamines
Steroids - Steroids should not be prescribed more than
6 times. Dexamethasone has risk C and prednisone is B.
Dipyrone - It is as safe as the acetaminophen.
Antiemetics
Nerve Blocks
Acupuncture
The authors conclude by making the remark that to
decide a specific action on pregnant with migraine attacks
is a complex choice, in which multiple factors are present.
A strategy should be proposed for each particular case,
considering the opportunities, and evaluating the lower risk;
and the pain should always be treated.
The paper is very complete and brings some interesting
news. More and more papers of this nature with regard to
pregnant women are needed, since in this setting double-
blind randomized studies cannot be performed.
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SYNOPSIS ON THE PAPER "ACUTE MIGRAINE IN PREGNANCY: THERAPEUTIC OPPORTUNITIES"
Correspondence
Original Paper
C.F. Buonanotte
email: federicobuonanotte@gmail.com
Synopsis
E.M. Melhado
email: elianamelhado@hotmail.com
Recebido: June 20, 2016
Aceito: June 28, 2016
Headache Medicine, v.7, n.3, p.71-73, Jul./Aug./Sep. 2016 73
IN MEMORIAM
Dr. Getúlio Daré Rabello (1951- 2016)
Antonio Cesar Ribeiro Galvão
Médico, neurogista. Professor-assistente da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo - USP. São Paulo, SP, Brasil
Já se vão 7 meses desde que o destino levou de
maneira abrupta e inesperada o Dr. Getúlio Daré Rabello,
um dos mais competentes neurologistas de nossa gera-
ção. Conhecia-o há quase 50 anos; fomos colegas de
turma no curso de Medicina, depois na residência de
Neurologia no Hospital das Clínicas da FMUSP e sem-
pre fomos bons amigos.
O Getúlio prezava pela inteligência e mostrava uma
personalidade marcante; era brilhante, tenaz, obstina-
do, perspicaz, estudioso, tudo isso gerado pela supera-
ção de enormes obstáculos em sua vida. Nasceu em
família de poucas posses; seu pai era cobrador de bon-
des da extinta Light (depois CMTC) e faleceu de leucemia
quando o Getúlio tinha 4 anos, deixando-o órfão na
tenra infância. Com 12,13 anos já manifestava seu ob-
jetivo de um dia ser médico, e, sabendo das dificulda-
des econômicas de sua família, dedicou-se com afinco
Dr. Getúlio Daré Rabello
aos estudos. Aos 14 anos foi trabalhar como contínuo
em um banco enquanto completava o curso secundário
noturno num colégio público no bairro da Penha em
São Paulo. E ainda assim, com todas essas dificuldades,
em 1969 conseguiu a façanha de passar no vestibular
para a Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo sem fazer o cursinho, pois não tinha recursos para
tal, o que despertou permanente admiração em todos
nós, seus colegas de turma.
Mas o Getúlio foi além! No primeiro ano da facul-
dade, o grande temor dos alunos era o curso e a prova
de Neuroanatomia, considerada o "terror" do ano leti-
vo. Lembro-me como hoje quando nosso professor de
Neuroanatomia, o exigente Eros Abrantes Erhart, fez
questão de anunciar na sala lotada que nunca havia
dado nota 10 para nenhum aluno até então, mas não
"tinha alternativa" a não conceder a nota máxima à prova
Galvão ACR. Dr. Getúlio Daré Rabello (1951- 2016).
Headache Medicine. 2016;7(3):74-6
74 Headache Medicine, v.7, n.3, p.74-76, Jul./Aug./Sep. 2016
do Getúlio. Com merecimento adicionou mais ainda à
sua pessoa um enorme respeito de todos, alunos e pro-
fessores. Sempre incansável nos estudos, para se susten-
tar na faculdade, dava aulas noturnas de Biologia num
"cursinho de madureza" (hoje conhecido como supleti-
vo). Durante a graduação em Medicina ganhou três prê-
mios: como melhor aluno do curso básico, da disciplina
de Microbiologia e Imunologia e, na formatura em 1974,
lhe foi concedido o prêmio como o melhor aluno de
todo o curso.
Na residência mostrava seu grande pendor para a
Neurologia, mas muito mais como um excepcional mé-
dico, pois seus vastos conhecimentos de Medicina sem-
pre suplantaram a especialidade. Era extremamente de-
dicado aos seus pacientes, que o adoravam, e de mui-
tos se tornou amigo. Como seria de se esperar, com o
prestígio e a admiração de seus pares formou com o
tempo uma magnífica clínica particular, na qual boa
parte dos clientes eram médicos e seus parentes.
No Hospital das Clínicas da FMUSP tornou-se mé-
dico-assistente após o término da residência em 1977;
fez o Mestrado, o Doutorado e depois permaneceu como
Supervisor do Serviço de Neurologia de Emergência até
1986, quando assumiu a chefia do Serviço de Neurolo-
gia Clínica do Hospital Heliópolis. Foram nesses anos
que despontou sua capacidade de formação de novos
neurologistas. Era um grande professor! Com seu jeito
informal, despojado, ensinava Medicina (e não apenas
Neurologia) como poucos. Com sua maneira única de
se expressar, sua marca registrada, conseguia transmitir
de forma clara e direta seus conhecimentos. Tinha um
agudo senso clínico e sabia envolver os mais jovens com
sua energia e entusiasmo pela profissão. Considerava a
Medicina uma diversão e conseguiu seduzir para a Neu-
rologia muitos alunos do curso médico. Sempre foi um
eterno estudante e estudioso de todos os aspectos da
Medicina e era um tremendo formador de opiniões, um
neurologista que ia além dos livros. No Hospital
Heliópolis conseguiu dar um excelente padrão à forma-
ção de residentes em Neurologia e seus discípulos de
várias gerações estão espalhados em diversos locais do
Brasil para onde carregaram com certeza parte do seu
vasto saber, que ele dividia generosamente com todos.
Por muitos anos foi membro da Comissão de Edu-
cação e depois da Comissão de Ensino da Academia
Brasileira de Neurologia. Foi por muito tempo o princi-
pal responsável pelas provas para o título de especialis-
ta em Neurologia e por isso era conhecido e respeitado
por toda a comunidade neurológica do Brasil.
No Hospital das Clínicas continuou ajudando na
formação dos residentes coordenando o Ambulatório Di-
dático da Clínica Neurológica. Ao mesmo tempo assu-
miu em 1995 a chefia do Ambulatório de Cefaleias,
onde juntos, eu, a Dra. Ida Fortini, o Dr. José Osvaldo
de Oliveira Jr, a Dra. Dalva Carrocini e o Dr. Marcelo
Calderaro desfrutamos do seu brilhantismo e do seu
carisma por quase 20 anos, numa agradável convivên-
cia que foi cruelmente rompida por fato grotesco, muito
injusto e humilhante que o compeliu a se aposentar e se
afastar definitivamente do Hospital das Clínicas.
O Getulio não fugia dos desafios, pelo contrário os
procurava; vibrava com os casos complicados, os quais
geralmente eram solucionados. Em 1999 resolveu se
tornar advogado; dizia que queria vislumbrar horizontes
diferentes da Medicina. Mais uma vez demonstrou sua
incrível capacidade; prestou o vestibular na FUVEST e
entrou para o curso noturno da renomada Faculdade
de Direito da USP, no Largo São Francisco. Formou-se
sem problemas em 2003; nunca exerceu o Direito como
profissão, mas fez questão de prestar (e passar) no difícil
exame da OAB e aproveitou seus novos conhecimentos
como advogado para integrá-los em situações médicas;
costumava dar muitas aulas sobre aspectos legais da
Neurologia e foi membro da Câmara Técnica do Con-
selho Regional de Medicina até sua morte. Entretanto,
após algum tempo de formado em Direito fez uma con-
fissão reveladora à sua esposa Ivonete: "Não adianta,
eu sou mesmo um médico".
Como pessoa era uma figura ímpar, às vezes polê-
mica, inconfundível, inesquecível, iluminada! Com suas
opiniões fortes e peculiares se destacou em todas as ati-
vidades em que se envolveu. Era impossível o Getúlio
passar despercebido! Inegavelmente era divertido, ani-
mado e bem humorado. Seu "pão-durismo" era folclóri-
co; todos os seus amigos tinham histórias para contar,
mas também sabíamos que ele gostava de "fazer tipo"
com essa "sua fama". No fundo era uma alma genero-
sa, que jamais deixava de compartilhar sentimentos e
conhecimentos; nunca cobrou consulta da imensa quan-
tidade de médicos e seus familiares que o procuravam,
mesmo os que mal conhecia. Ao longo da vida foi de-
senvolvendo opiniões mais rígidas, mas sem nunca dei-
xar ter a humildade de ouvir as considerações dos ou-
tros colegas. Apesar de termos estudado juntos desde a
juventude, de sermos grandes amigos, sempre o consi-
derei como um mentor e mestre, não apenas de Neuro-
logia, mas principalmente da sua magnífica postura como
médico na qual sempre procurei me espelhar.
DR. GETÚLIO DARÉ RABELLO (1951- 2016)
Headache Medicine, v.7, n.3, p.74-76, Jul./Aug./Sep. 2016 75
O Dr. Antonio Cezar Ribeiro Galvão é Neurologista, Mestre e
Doutor em Neurologia, Professor-Assistente da Clínica Neurológi-
ca do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universi-
dade de São Paulo, atua nas áreas de Cefaleia e Dor tanto no nível
profissional como no institucional e associativo.
Como todos associados da SBCE o Dr. Antonio Cezar pran-
teou a morte de nosso colega Getúlio, e teve a gentileza de colocar
no papel suas lembranças e seus sentimentos sinceros sobre nos-
so tão querido colega que foi o Getúlio. Fica para o Getúlio o
nosso adeus e para o Antonio Cezar nosso muito obrigado pela
homenagem.
Pedro André Kowacs
Presidente da SBCe
Correspondência
Antonio Cesar Ribeiro Galvão
email: acrgalv@uol.com.br
Deixou-nos cedo! Ainda tinha muito para ensinar
aos mais jovens. Tinha paixão para correr e talvez tenha
se esquecido um pouco dos seus limites quando o se-
gundo infarto o surpreendeu. Nós, seus amigos, sentire-
mos muito sua falta e nunca vamos nos deixar de
reverenciá-lo por tudo que representou em nossas vidas.
Era um dedicado pai de família! Sua perda jamais dei-
xará de ser irreparável! Sentiremos muitas saudades e
mais ainda a sua esposa Ivonete, os filhos Lucia, Gui-
lherme e Francisco, o genro Luciano, a nora Virgínia e
o seu netinho Nicholas.
Recebido: June 26, 2016
Aceito: June 28, 2016
GALVÃO ACR
76 Headache Medicine, v.7, n.3, p.74-76, Jul./Aug./Sep. 2016
78 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Está chegando a hora...
Quem vem a congressos talvez não faça ideia de o que é organizá-los. Os deta-
lhes são muitos. Com relação a palestras vão desde a seleção de temas que sejam de
interesse dos participantes, evitando duplicidades e conflitos, à escolha dos
palestrantes, cada qual com sua demanda em relação a passagens e/ou estadia. Isso
sem falar na escolha do local, da infraestrutura (som, projeção, wi-fi, coffe-break)
dos cuidados de logística, etecetera... E não se trata somente disso: há que planejar a disposição dos
pôsteres, dos trabalhos para temas livres e organizar a comissão de prêmios. Ainda que não seja de
cunho científico, a festa do congresso também requer cuidados, da escolha do local, dos comes e bebes,
da banda e da cerimônia de premiação. Pela multiplicidade de pessoas e equipamentos envolvidos, é
comum que problemas ocorram, e estes geralmente acontecem na última hora. E é por estes motivos que
um congresso não se faz sozinho. Neste sentido não posso de mencionar o trabalho de um grupo de
incansáveis colaboradores da SBCe, dentre eles o Dr. Marcelo Valença, o Dr. Carlos Bordini, o Dr. Marce-
lo Ciciarelli, a Dra. Fabíola Dach, o Dr. Ricardo Tânus e a Dra. Renata Campi. É claro que outros colegas
também colaboraram com sugestões. Nomear a todos tornaria esta lista muito extensa, mas fica aqui o
meu agradecimento aos anônimos. Os esforços da Oxford Eventos, personificados na pessoa de sua
diretora, a Sra. Sandra Souza, e de suas colaboradoras Daniela Cristina e Alessandra Juns também foi
fundamental.
Não menos importante foi o auxilio de nossos Patrocinadores da indústria farmacêutica, tão massa-
crados pela elevada carga tributária e pelos desacertos das políticas financeiras dos últimos governos,
mas que nem por isso deixaram de estarem presentes. O apoio de entidades educacionais, como a
Universidade Barão de Mauá, e de instituições como o CNPq e a International Headache Society também
não nos faltaram.
Digo tudo isso por que espero que vocês prestigiem o evento e desfrutem muito, pois após todos estes
esforços, queremos oferecer o melhor a todos.
Mas por favor, não nos poupem de comentários, críticas e sugestões, pois sempre aprendemos com
vocês.
Está chegando a hora.... Confiram o resultado de nossos esforços. E aproveitem!
ou, Namastê.
Pedro André Kowacs
Presidente da SBCe Biênio 2014-2016
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA SBCBE
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 79
Amigos,
Mais um congresso se inicia em outubro em Ribeirão Preto e com ele iremos desfrutar
de todos os momentos de aprendizado e conhecimento nesse campo tão fascinante das
dores orofaciais. Vamos fazer desse encontro um lugar de paz, amizade, respeito, alegria e
que juntos possamos dividir conhecimento e experiência.
Ricardo Tanus
Presidente do Comitê de Dor Orofacial da SBCe
MENSAGEM DO PRESIDENTE DO COMITÊ DE DOR OROFACIAL
MENSAGEM DO PRESIDENTE DO CONGRESSO
RECÔNDITOS DE RIBEIRÃO PRETO
Cidade criada à época áurea do café, meados do século XIX, onde ainda se pode
admirar as residências de seus "barões do café". Bastante famosa por seu chopp, pelo campus
da Universidade de São Paulo, cuja joia da coroa é a Faculdade de Medicina e seu Hospital
das Clínicas. Nesse, se abriga o Ambulatório de Cefaleia, possivel-
mente o mais prolífico em publicações e produções de teses de
mestrados e doutorados, como também pela excelência de atendi-
mento a pacientes.
Um dos bairros mais antigos de Ribeirão Preto é a Vila Tibério que até a década de 1970
era separada do resto da cidade pela estação ferroviária da Companhia Mogiana. Era aí tam-
bém a localização da Companhia Antarctica Paulista (onde se produzia o memorável chopp).
Vila Tibério era o bairro de imigrantes italianos que não foram para a lavoura, trabalhando
nessas empresas e fundando outras menores; ou seja, artesãos. Nesse quadrilátero de cerca de
1km², também nasceu o Botafogo FC, orgulho de Ribeirão. De maneira curiosa, mais de 150
tiberenses se graduaram em medicina, a maioria na supra-citada instituição. Houve o ano em
que cerca de 10% das vagas entre 10.000 candidatos eram de tiberenses (não havia trambiques).
Hoje, Vila Tibério ostenta um comércio popular e, à noite, uma vida boêmia.
Vindo a Ribeirão, além da excelência do XXX Congresso de Cefaleia (eu garanto), deem uma passadinha pela Vila
Tibério, meu bairro.
Carlos Alberto Bordini
Presidente do Congresso
Igreja Matriz de Nossa
Sra. do Rosário
Gloriosa Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto, USP.
Companhia Cervejaria Antártica, Vila
Tibério, onde se produzia a melhor cerveja
do Brasil.
Estádio Luis Pereira, ativo até á década
de 1960, do Botafogo FC.
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
80 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Eduardo Grossmann
Jorge Alberto Von Zuben
José Luiz Peixoto
José Stechman Neto
Renata Campi de Andrade Pizzo
Renata Silva Melo Fernandes
Ricardo Tanus Valle
COMISSÕES
COMISSÃO CIENTÍFICA
Carlos Alberto Bordini
Fabíola Dach Eckeli
Jose Geraldo Speciali
Marcelo Cedrinho Ciciarelli
Mauro Eduardo Jurno
Marcelo Moraes Valença
Thais Rodrigues Villa
REALIZAÇÃO
SBCe – Sociedade Brasileira de Cefaleia
COMISSÃO ORGANIZADORA
Pedro André Kowacs
Presidente da SBCe
Célia Aparecida de Paula Roesler
Tesoureira da SbCe
Marcelo Moraes Valença
Secretário da SBCe
Liomar Miglioretto
Secretário Executivo
COMISSÃO LOCAL
Carlos Alberto Bordini
Fabíola Dach Eckeli
Jose Geraldo Specialli
Marcelo Cedrinho Ciciarelli
Marco Antônio Arruda
Renata Campi de Andrade Pizzo
SESSÃO PARA LEIGOS
Fabíola Dach Eckeli
Jose Geraldo Speciali
Marcelo Cedrinho Ciciarelli
Renata Campi de Andrade Pizzo
CAMINHA E CORRIDA
«VENCENDO AS CEFALEIAS»
Cláudia Baptista Tavares
José Luis Maida Jr.
Marcelo Cedrinho Ciciarelli
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 81
PALESTRANTES DOR OROFACIAL
Alan Luiz Eckeli
André Oliveira Pepato
Antonio Albuquerque de Brito
Bruno Cavellucci
César Bataglion
Cláudia Maria de Felício
Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves
Debora Bevilaqua Grossi
Eduardo Grossman
Eduardo Januzzi
PALESTRANTES
PALESTRANTES CEFALEIA
Alan Mark Rapoport
Alexandre Campos Pulido
Alexandre Ottoni Kaup
Ana Luisa de Lima Antoniazzi
Carlos Alberto Bordini
Carlos Federico Buonanotte
Célia Aparecida de Paula Roesler
Cláudio Manoel Brito
Deusvenir de Souza Carvalho
Djacir Dantas Pereira de Macedo
Elcio Juliato Piovesan
Elder Machado Sarmento
Eliana Meire Melhado
Erasmo Barros da Silva
Fabiola Dach Eckeli
Fernando Kowacs
Henrique Carneiro de Campos
Alan Mark Rapoport – Estados Unidos
Carlos Federico Buanonotte – Argentina
Maria Teresa Goicochea – Argentina
PALESTRANTES ESTRANGEIROS
Mario Fernando Prieto Peres
Maurice Borges Vincent
Mauro Eduardo Jurno
Murilo Rubens Schaefer
Pedro André Kowacs
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
Pedro Ferreira Moreira Filho
Peter Goadsby
Priscila Colavite Papassidero
Raimundo Pereira Silva Néto
Roberto Satler Cetlin
Sandro Blasi Esposito
Sandro Luiz de Andrade Matas
Takassu Sato
Thais Rodrigues Villa
Vincenzo Guidetti
Yara Dadalti Fragoso
Peter Goadsby – Inglaterra
Vincenzo Guidetti – Itália
Liete Maria Liarte Figueiredo Zwir
Marcelo Oliveira Mazzeto
Marco Antônio Moreira Rodrigues da Silva
Renata Campi de Andrade Pizzo
Renata Silva Melo Fernandes
Ricardo Tanus Valle
Thais Cristina Chaves
Vera Lucia de Oliveira Fogaça
Wagner de Oliveira
Wagner Hummig
Hilton Mariano da Silva Junior
Ida Fortini
Jano Alves de Souza
Jayme Antunes Maciel Júnior
João Espir Filho
João José Freitas de Carvalho
Jose Geraldo Speciali
Karen dos Santos Ferreira
Liselotte Menke Barea
Luiz Paulo de Queiroz
Marcelo Calderaro
Marcelo Cedrinho Ciciarelli
Marcelo Moraes Valença
Márcia Maria Ferreira Lima
Marco Antônio Arruda
Maria Eduarda Nobre Magalhães Costa
Maria Teresa Goicochea
Eduardo Tanaka Massuda
Erica Negrini Lia
Flavio Calil Petean
Henrique Carneiro de Campos
Jorge Alberto Von Zuben
Jose Geraldo Speciali
José Luiz Peixoto Filho
José Stechman Neto
José Tadeu Tesserolli de Siqueira
Juliana Stuginski Barbosa
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
82 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Salão Ipê
Salão Orquídea
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 83
Via Anhanguera, Km 306,5 - Ribeirão Preto - SP
Tel. 16 2101.1400 / 0800.7073470
Secretaria - Funcionamento:
13/10-7h30 às 19h30
14/10-7h às 19h
15/10-7h30 às 16h30
Sala VIP & Mídia Desk - Funcionamento:
13/10-7h30 às 19h30
14/10-7h às 19h
15/10-7h30 às 16h30
Assembleia
14/10-18h às 19h
Simpósios Satélites
ALLERGAN
14/10-12h30 às 13h30
POLITEC SAÚDE
15/10-12h às 13h
Será oferecido lunch box
Social
13/10-18h às 19h30 - Visita aos Pôsteres e
Cervejada na área de exposição e na área da piscina.
15/10 - 21h - Festa de confraternização
Local - Le Jardin
R. Teresa Nomura Yamada, 704 - Recreio das
Acácias, Ribeirão Preto
Haverá transfer saindo dos hotéis conveniados:
Hotel JP, Hotel Mont Blanc e Hotel Garden.
Necessária apresentação do convite. (Atenção! Retirada
do convite na secretaria somente no dia 15/10 a partir
das 12h).
Certificado
A SBCe consciente da responsabilidade ambiental
emitirá os certificados eletronicamente de todas as ca-
tegorias. Os mesmos serão enviados por e-mail após
evento (último dia) junto com a Pesquisa de Satisfa-
ção.
INFORMAÇÕES GERAIS
Local:
Trabalhos
Os trabalhos estão publicados nesta revista.
Os trabalhos premiados serão divulgados na Festa
de confraternização.
Programação científica
Para ter a programação científica da Cefaleia e Dor
Orofacial, em seu celular ou tablet, baixe o aplicativo QR
Reader e insira o leitor sobre o código.
Avisos
Credencial
Necessário uso da Credencial para todas as atividades
do Congresso.
Internet
Os participantes do Congresso terão acesso à Internet
(wi-fi), localize o sinal. Login: CEFALEIA - Senha: LIBBS
Tradução Simultânea
(inglês/ português / inglês ) nas sessões identificadas
na Programação Científica, localize o símbolo.
A retirada do fone deverá ser feita na entrada do auditó-
rio. É necessário apresentar um documento com foto.
Alimentação
No restaurante do Hotel JP
R$ 66,00 + 10%
Coffee breaks
Os coffees-breaks mencionados na programação es-
tarão disponíveis na área de exposição.
Visite os stands.
Estacionamento
Diária R$30,00
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
84 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
Sistema de perguntas aos palestrantes
- Microfone: pedestal
- WhatsApp: o número será divulgado no sistema de avisos
dentro da sala. Faça sua pergunta em cada sessão.
Direcione cada questão informando o palestrante e a per-
gunta.
Agência de Viagem
(transfers, hospedagem, passagem
aérea e turismo)
O atendimento da agência de via-
gem está na área de exposição em
frente à secretaria
C. 16. 9.8127.1656 e 16.9.9770.3197
Stand SBCe
A secretaria da SBCe está localizada na área de ex-
posição em frente a secretaria do Congresso. Atualize o
seu cadastro.
Tiradentes 2017
Conheça a promoção especial para inscrição an-
tecipada para o XXXI Congresso Brasileiro de Cefaleia e
XII Congresso do Comitê de Dor Orofacial 2017.
Visite o espaço Tiradentes na área de exposição.
Sessão interativa
15/10 - No meu consultório - como eu faço
Apresentação de Casos
Acompanhantes
Os acompanhantes interessados em participar das
atividades sociais, deverão adquirir o convite:
Cervejada - 13/10 - até as 15h.
Valor - R$ 150,00
Festa de confraternização - 15/10 - às 18h
Valor - R$ 200,00
Transfer
Dos hotéis conveniados para o congresso:
Mont blanc e Garden Hotel: a partir das 7h da manhã
Retorno ao final das atividades.
Confira os horários na recepção dos hotéis.
Telefones Úteis
Código da Área:........................16
Aeroporto: ................................16 3626-3376
Ambulância: .............................192
Hospital de Emergência: .............16 3602.1000
Coopertáxi: ...............................16 3323.7000
Corpo de Bombeiros: ..................193
Oxford Eventos: .........................16 3967.1003
Polícia Militar: ...........................190
Terminal Rodoviário: ......16 3625.7386 ou 3625.1601
CNA
Confira a pontuação no site
Organização
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Programa Científico
XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia
XI Congresso do Comitê de Dor Orofacial
Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016 85
Alexandre Ottoni Kaup - SP
Maria Teresa Goicochea
Cláudio Manoel Brito - RJ
Mauro Eduardo Jurno - MG
HORÁRIO
TEMA
TERÇA-FEIRA - 11/10/2016
08:30 - 12:10
HORÁRIO
ATIVIDADE
08:00
QUINTA-FEIRA - 13/10/2016
Migrânea quadro clínico e fisiopatologia
Migrânea ônus e tratamento
Cefaleia tipo tensional
Cefaleias trigêmino-autonômicas
08:30 - 08:50
08:50 - 09:10
09:10 - 09:30
09:30 - 09:50
Coffee break
10:00 - 10:30
Outras cefaleias primárias
Migrânea Hemiplégica – estado atual do
conhecimento
Cefaleias: quando investigar?
O tratamento agudo da migrânea
Discussão
10:30 - 10:50
10:50 - 11:10
11:10 - 11:30
11:30 - 11:50
11:50 - 12:10
Intervalo12:10 - 13:40
Cerimônia de abertura
A Escola Cefaliátrica de Ribeirão Preto
13:40 - 14:00
14:00 - 14:20
P R O G R A M A C I E N T Í F I C O C E FA L E I A
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Raimundo Pereira da Silva Néto - PI
Elder Machado Sarmento - RJ
Hilton Mariano da Silva Júnior - SP
Maria Eduarda Nobre de M. Costa - RJ
QUARTA-FEIRA - 12/10/2016
HORÁRIO ATIVIDADE
19:00
Sessão para Leigos: Dor de cabeça? Fale com um especialista
Local: Centro Universitário Barão de Mauá
2ª Caminhada e Corrida "Vencendo as
Cefaleias»
O percurso será em uma área extremamente
PALESTRANTE
Pedro André Kowacs - PR
Jose Geraldo Speciali - SP
Faça sua inscrição
Curso pré-congresso: Curso básico de cefaleia
Coordenadores:
Roberto Satler Cetlin - SP
Karen dos Santos Ferreira - SP
86 Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016
Carlos Alberto Bordini - SP
Pedro Ferreira Moreira Filho - RJ
Jano Alves de Souza - RJ
Marcelo Cedrinho Ciciarelli - SP
Maria Teresa Goicochea
Vincenzo Guidetti
Alan Mark Rapoport
14:20 - 16:00
Cefaleia em salvas: o estado da arte
Epidemiologia da Cefaleia
Cefaleia em idosos
Cefaleia e concussão cerebral
Cefaleia Pós-Craniotomia
14:20 - 14:40
14:40 - 15:00
15:00 - 15:20
15:20 - 15:40
15:40 - 16:00
Coffee break16:00 - 16:30
16:30 - 17:50 *Simpósio Internacional
Coordenadores:
Marco Antônio Arruda - SP
Murilo Rubens Schaefer - PR
Visita aos Pôsteres e Cervejada
18:00 -19:30
From 0 to 18th: how the headache change over
time
Everything you always wanted to know about
CGRP but were afraid to ask
16:30 - 17:10
17:10 - 17:50
Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016 87
TEMA
QUINTA-FEIRA - 13/10/2016
PALESTRANTE
P R O G R A M A C I E N T Í F I C O C E FA L E I A
HORÁRIO
*Simpósio Presidencial
Coordenadores:
Célia Aparecida de Paula Roesler - SP
Marcelo Moraes Valença - PE
* Haverá tradução simultânea
* Haverá tradução simultânea
PROGRAMA CIENTÍFICO
Marco Antônio Arruda - SP
Lisellote Menke Barea - RS
Thais Rodrigues Villa - SP
Sandro Blasi Esposito - SP
Vincenzo Guidetti
Alan Mark Rapoport
Vincenzo Guidetti
SEXTA-FEIRA - 14/10/2016
P R O G R A M A C I E N T Í F I C O C E FA L E I A
HORÁRIO TEMA PALESTRANTE
08:00 - 10:00
Epidemiologia das cefaleias primárias em
crianças brasileiras: um problema de saúde
pública
Cefaleias secundárias na infância e
adolescência: quando suspeitar?
Migrânea e cognição
Atualidades no tratamento das cefaleias
em crianças e adolescentes
Behavioral management of headache: does it
work?
Discussão
08:00 - 08:20
08:20 - 08:40
08:40 - 09:00
09:00 - 09:20
09:20 - 09:40
09:40 - 10:00
Coffee break
10:00 - 10:30
Sessão controvérsia
10:30 - 11:30
Coordenadores:
João Espir Filho - SP
Mauro Eduardo Jurno - MG
A cefaliatria e a medicina da dor têm mais
pontos em comum do que diferenças
A cefaliatria e a medicina da dor têm mais
diferenças do que pontos em comum
Réplicas e Tréplicas
10:30 - 10:50
10:50 - 11:10
11:10 - 11:30
* Mini-Simpósio Internacional
11:30 - 12:30
Coordenadores:
Carlos Alberto Bordini - SP
Luiz Paulo de Queiroz - SC
Attacking headaches with electrical and
magnetic stimulation devices
The Placebo: problem or resource
11:30 - 12:00
12:00 - 12:30
*Simpósio Satélite
ESTADO DA ARTE: Atualização no Tratamento
da Migrânea Crônica
12:30 - 13:30
* Haverá tradução simultânea
*Sessão Cefaleia na infância
Coordenadoras:
Thais Rodrigues Villa - SP
Márcia Maria Ferreira Lima - SP
Djacir Dantas Pereira de Macedo - RN
Henrique Carneiro de Campos - MG
* Haverá tradução simultânea
Peter Goadsby
88 Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Peter Goadsby
Mark Rapoport
SEXTA-FEIRA - 14/10/2016
HORÁRIO TEMA PALESTRANTE
P R O G R A M A C I E N T Í F I C O C E FA L E I A
Sessão Cefaleias variadas
14:00 - 16:20
Coordenadores:
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho - PE
Priscila Colavite Papassidero - SP
Sexo e cefaleias
Cefaleia na dissecção arterial
Handl versus AVCi - Quando suspeitar, como
diagnosticar
Cefaleia da diálise
Cefaleia da hipertensão intracraniana
Cefaleia na trombose venosa cerebral
Cefaleia e AIDS
14:00 - 14:20
14:20 - 14:40
14:40 - 15:00
15:00 - 15:20
15:20 - 15:40
15:40 - 16:00
16:00 - 16:20
Assembleia da SBCe18:00 - 19:00
How about Cluster Headache - Current
Understanding 2016 -
Medication Overuse Headache
16:50 - 17:20
17:20 - 17:50
Coordenadores: Célia Aparecida de Paula Roesler - SP
Jano Alves de Souza - RJ
75
Coffee break16:20 - 16:50
*Conferências Magnas
Coordenadores:
Célia Aparecida de Paula Roesler - SP
Jano Alves de Souza - RJ
16:50 - 17:50
Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016 89
João José Freitas de Carvalho - CE
Marcelo Calderaro - SP
Yara Dadalti Fragoso - SP
Ana Luisa de Lima Antoniazzi - SP
Ida Fortini - SP
Sandro Luiz de Andrade Matas - SP
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho - PE
* Haverá tradução simultânea
PROGRAMA CIENTÍFICO
90 Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016
SÁBADO - 15/10/2016
P R O G R A M A C I E N T Í F I C O C E FA L E I A
HORÁRIO TEMA PALESTRANTE
Sessão Tratamento das Cefaleias e Neuralgias 1
08:30 - 10:00
Coordenadores: José Geraldo Speciali - SP
Erasmo Barros da Silva - PB
Manejo da migrânea na gestação
Monoterapia ou politerapia na progressão da
Migrânea
Tratamentos não convencionais e outros
Bloqueios e infiltrações
Discussão
08:30 - 08:50
08:50 - 09:10
09:10 - 09:30
09:30 - 09:50
09:50 - 10:00
Coffee break10:00 - 10:30
Sessão Tratamento das Cefaleias e Neuralgias 2
10:30 - 12:00
Coordenadores:
Alexandre Campos Pulido - PR
Takassu Sato - SP
Cefaleias estritamente unilaterais
Tratando um paciente do SUS
O uso da toxina botulínica nas cefaleias e
nas neuralgias
Cefaleia na mulher - aspectos selecionados
Discussão
10:30 - 10:50
10:50 - 11:10
11:10 - 11:30
11:30 - 11:50
11:50 - 12:00
Apresentação Oral - PCE 01 a PCE 07
Coordenação: Jose Geraldo Speciali - SP
13:30 - 15:00
Coordenador: JosÉ Geraldo Speciali - SP
Sessão Interativa: No meu consultório -
como eu faço
15:00 - 16:30
Apresentação de Caso:
Marcelo Moraes Valença - PE
Comentadores:
Carlos Alberto Bordini - SP
Pedro André Kowacs - PR
Festa de Encerramento e Premiação dos Trabalhos21:00
Simpósio Satélite - Politec Saúde
12:00 - 13:00
Carlos Federico Buonanotte
Fernando Kowacs - RS
Mario Fernando Prieto Peres - SP
Fabíola Dach Eckeli - SP
Maurice Borges Vincent - RJ
Luiz Paulo de Queiroz - SC
Elcio Juliato Piovesan - PR
Eliana Meire Melhado - SP
Neuromodulação – Tratamento e Prevenção
para Enxaqueca
Thais Rodrigues Villa - SP
Deusvenir de Souza Carvalho - SP
Jayme Antunes Maciel Junior - SP
João José Freitas de Carvalho - CE
Marcelo Cedrinho Ciciarelli - SP
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
P R O G R A M A C I E N T Í F I C O D O R O R O FA C I A L
DTM Articular: Diagnóstico Diferencial
HORÁRIO TEMA PALESTRANTE
08:30 - 12:00
QUINTA-FEIRA - 13/10/2016
Presidente: Renata Silva Melo Fernandes - PE
DTM e Dor Orofacial no ambulatório de algias
crânio faciais
Entre o Sorriso e a Dor
Como interpretar os aspectos psicossomáticos
da dor crônica
08:30 - 08:50
08:50 - 09:30
09:30 - 10:00
Coffee break10:00 - 10:30
DTM e DOF: conhecer ou não, eis a questão!
Diagnóstico diferencial das patologias
intra-articulares: aspectos clínicos
Como enfrentar e tratar as doenças articulares
degenerativas em atividade?
10:30 - 11:00
11:00 - 11:30
11:30 - 12:00
Intervalo12:00 - 13:40
Cerimônia de abertura 13:40 - 14:00
DTM Articular: Aspectos Cirúrgicos
14:00 - 16:00
Presidente: José Stechman Neto - PR
Há espaço para cirurgia da ATM?
Artrocentese da ATM: o que mudou nos últimos
anos?
Artroscopia: limites entre o tratamento clínico e
o cirúrgico na DTM
Cirurgia Ortognática trata DTM?
14:00 - 14:30
14:30 - 15:00
15:00 - 15:30
15:30 - 16:00
Coffee break16:00 - 16:30
Simpósio Viscosuplementação16:30 - 17:30
Presidente: José Luiz Peixoto Filho - RJ
TERÇA-FEIRA - 11/10/2016
08:00
QUARTA-FEIRA - 12/10/2016
HORÁRIO ATIVIDADE
19:00
Sessão para Leigos: Dor de cabeça? Fale com um especialista
Local: Centro Universitário Barão de Mauá
2ª Caminhada e Corrida "Vencendo as Cefaleias
O percurso será em uma área extremamente agradável, aproveitando o feriado!
Faça sua inscrição!
"
Renata Campi de Andrade Pizzo - SP
José Tadeu Tesserolli de Siqueira - SP
Jorge Alberto Von Zuben - SP
Ricardo Tanus Valle - MG
Marcelo Oliveira Mazzetto - SP
Liete Maria Liarte Figueiredo Zwir - SP
Antonio Albuquerque de Brito - MG
Eduardo Grossman - RS
André Oliveira Pepato - SP
Antonio Albuquerque de Brito - MG
Quando aplicar este recurso terautico e suas
perspectivas no tratamento
cnicas de aplicação e posveis complicões
Hands on
16:30 - 17:00
17:00 - 17:30
17:30 - 18:00
Visita aos Pôsteres e Cervejada18:00 - 19:30
Eduardo Januzzi - MG
Eduardo Grossman - RS
Eduardo Grossman - RS
Eduardo Januzzi - MG
Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016 91
PROGRAMA CIENTÍFICO
92 Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016
SEXTA-FEIRA 14/10/2016
P R O G R A M A C I E N T Í F I C O D O R O R O FA C I A L
DTM Muscular
08:00 - 10:00
HORÁRIO
TEMA PALESTRANTE
Presidente: Ricardo Tanus Valle - MG
Eletromiografia nas disfunções musculares
Comportamento clínico das disfunções
musculares
Mitos e verdades: Toxina Botulínica X DTM
Placas oclusais, ainda devem ser indicadas
no tratamento das DTM?
08:00 - 08:25
08:25 - 08:50
08:50 - 09:20
09:20 - 10:00
Coffee break
10:00 - 10:30
Dores Orofaciais 10:30 - 12:30
Presidente: Eduardo Grossman - RS
A neurofisiologia da DOR: Aspectos clínicos
Como as medicações atuam no tratamento
da dor muscular
Agentes tópicos no controle das dores
neuropáticas
A utilização dos "adesivos" nas neuropatias
10:30 - 11:00
11:00 - 11:30
11:30 - 12:00
12:00 - 12:30
Coffee break
16:20 - 16:50
Comorbidades e DTM16:50 - 17:50
Presidente: Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves - SP
A importância do sono, os efeitos da sua
privação e distúrbios na dor orofacial
Disfunção Temporomandibular associada a
doenças reumáticas: Limites da Odontologia
Qual a verdadeira relação entre Fibromialgia
e DTM?
16:50 - 17:10
17:10 - 17:30
17:30 - 17:50
Assembléia da SBCe18:00 - 19:00
Intervalo12:30 - 13:30
Comorbidades e DTM 13:30 - 16:00
Presidente: Jorge Alberto Von Zuben - SP
Interface entre Bruxismo e DTM
Sono, ronco e apneia podem influenciar
no controle das DTM?
É possível o tratamento do Zumbido?
Visão do otorrino
É possível o tratamento do Zumbido?
Visão do dentista
13:30 - 14:00
14:00 - 14:30
14:30 - 15:00
15:30 - 16:00
Marco Antônio Moreira Rodrigues da
Silva - SP
César Bataglion - SP
Jorge Alberto Von Zuben - SP
Wagner de Oliveira - SP
José Luiz Peixoto Filho - RJ
Erica Negrini Lia - DF
Bruno Cavellucci - SP
Wagner Hummig - PR
Juliana Stuginski Barbosa - SP
Vera Lucia de Oliveira Fogaça - SP
Eduardo Tanaka Massuda - SP
José Stechman Neto - PR
Alan Luiz Eckeli - SP
Renata Silva Melo Fernandes - PE
Flavio Calil Petean - SP
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
SÁBADO - 15/10/2016
P R O G R A M A C I E N T Í F I C O D O R O R O FA C I A L
HORÁRIO TEMA PALESTRANTE
Fisioterapia, Fonoaudiologia, DTM e DOF
08:00 - 10:00
Presidente: Renata Campi de Andrade Pizzo - SP
Por que avaliar e tratar a coluna cervical de
pacientes com DTM?
Evidências da Fisioterapia nas disfunções
temporomandibulares: onde estamos e para
onde vamos?
Por que tratar as funções orofaciais?
Efeitos da terapia fonoaudiológica em DTM
08:00 - 08:30
08:30 - 09:00
09:00 - 09:30
09:30 - 10:00
Coffee break10:00 - 10:30
Cefaleias para os não médicos 10:30 - 12:00
Presidente: Ricardo Tanus Valle - MG
Comorbidades em Cefaleia e DTM: Visão médica
Comorbidades em Cefaleia e DTM: Visão dentista
Como gerenciar expectativas no atendimento
do paciente com Dor
10:30 - 11:00
11:00 - 11:30
11:30 - 12:00
Intervalo12:00 - 13:30
Apresentação Oral - PDO1 ao PDO 0513:30 - 15:00
Festa de Encerramento e Premiação dos Trabalhos21:00
93 Headache Medicine, v.7, n.3, p.61-128, Jul./Aug./Sep. 2016
Coordenadora: Renata Silva Melo Fernandes - PE
Debora Bevilaqua Grossi - SP
Thais Cristina Chaves - SP
Cláudia Maria de Felício - SP
Cláudia Maria de Felício - SP
José Geraldo Speciali - SP
Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves - SP
Henrique Carneiro de Campos - MG
PROGRAMA CIENTÍFICO
94 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia
XI Congresso de Dor Orofacial
Temas Livres - Sessão de Pôsteres
Cefaleia e Dor Orofacial
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 95
CÓDIGO NOME TEMA AUTORES
SESSÃO PÔSTERES - CEFALEIA
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
96 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
CÓDIGO NOME TEMA AUTORES
SESSÃO PÔSTERES - CEFALEIA
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 97
CÓDIGO NOME TEMA AUTORES
SESSÃO PÔSTERES - CEFALEIA
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
98 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
CÓDIGO NOME TEMA AUTORES
SESSÃO PÔSTERES- DOR OROFACIAL
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 99
CEFALEIA
PCE 01
CONFIABILIDADE DA AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR
VOLUNTÁRIA MÁXIMA DOS MÚSCULOS CERVICAIS PELA
DINAMOMETRIA MANUAL EM MULHERES COM MIGRÂNEA
Ana Paula de Oliveira Carnevalli
1
, Lidiane Lima Florêncio
1
,
Fabíola Dach Eckeli
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP)
Objetivos: Está estabelecido que a força e a resistência dos
músculos estabilizadores e flexores profundos da coluna
cervical estão reduzidas em pacientes com migrânea. Portan-
to, medidas de força muscular cervical confiáveis são de ex-
trema importância para o diagnóstico cinético funcional ade-
quado e para a prescrição de programas de tratamento
fisioterapêutico. Diante deste desafio, o uso de um dinamô-
metro manual é uma alternativa viável por ser de fácil aplica-
ção e financeiramente acessível aos profissionais. O objetivo
deste estudo foi verificar a confiabilidade do teste de força
voluntária máxima dos músculos cervicais com o Lafayette
Manual Muscle Testing System em mulheres com migrânea.
Métodos: A amostra foi composta por 25 mulheres com
migrânea, de 18 a 55 anos, recrutadas dentre as pacientes
do Ambulatório de Cefaleia do HCRP-FMRP-USP. Foi mensu-
rada a força muscular cervical nos movimento de flexão, ex-
tensão e inclinações laterais da coluna cervical. Para a análi-
se da confiabilidade interexaminador, dois avaliadores reali-
zaram o teste de força no mesmo dia, e para a análise intra-
examinador, um mesmo avaliador realizou duas avaliações
no mesmo indivíduo com um intervalo de uma semana. Foi
aplicado o coeficiente de correlação intraclasse (ICC). Resul-
tados: A confiabilidade variou de moderado a excelente para
a avaliação intraexaminador considerado a média das me-
didas (ICC ranges 0,72-0,84) e confiabilidade foi excelente
quando considerado o valor de pico entre as medidas (ICC
ranges 0,79-0,90). A confiabilidade para a avaliação interexa-
minador variou de fraco a excelente quando considerado a
média das medidas (ICC ranges 0,69-0,86), e se manteve
excelente quando considerado o valor de pico entre as medi-
das (ICC ranges 0,77-0,88). Conclusão: Portanto conclui-se
que a quantificação da força cervical por meio do dinamô-
metro manual Lafayette Manual MuscleTesting System especi-
almente considerando os valores de pico é uma alternativa
confiável e de fácil aplicação na prática clínica.
Palavras-chaves: Dinamometria Manual, Confiabilidade,
Músculos Cervicais
PCE 02
WOMEN LIVING TOGETHER HAVE A HIGHER PREVALENCE OF
MENSTRUAL MIGRAINE
Karen dos Santos Ferreira
2
, Angel Ayumi Tome Uchiyama
2
,
Larissa Mazini Borges
2
, Gisela Guilherme
2
,
Viviane Ribeiro Faria
2
2
CBM – Centro Universitário Barão de Mauá
(Ribeirão Preto, SP)
Objetivos: Menstrual migraine is a highly prevalent disorder
among adult women, resulting in disability and loss of quality
of life. Some studies have reported menstrual cycle synchrony
among women living together. No study has reported whether
there may also be a higher prevalence of menstrual migraine
among these women. Thus, we report here the prevalence of
menstrual migraine in a group of women living together
compared to a control group of women living alone. Methods:
The study was conducted on female university students aged
18 to 30 years with a diagnosis of migraine according to the
the criteria of the International Classification of Headache
Disorders (ICHD) III, beta appendix criteria. The subjects were
divided into a group of women who lived together with two or
more other students and a control group of age-matched
students who lived alone, interviewed with a specific
questionnaire and assessed for 3 months by means of a pain
diary. The data evaluated included frequency of headache cri-
ses, presence of menstrual migraine, intensity of crises,
medications used including contraceptives, and triggering
factors such as diet, sleep deprivation and stress. Results: We
detected a higher prevalence of menstrual migraine among
women living together (9, 50%) compared to women living
alone (3, 16.7%) (p = 0.03). After binary logistic regression
analysis, this finding was not related to the main influencing
factors detected, i.e., use of a contraceptive, test stress or sleep
deprivation (p = 0.03, adjusted odds ratio: 1.27; 0.02 -0.81).
These women also showed menstrual cycle synchrony with their
roommates (8, 44.4%) and the presence of headache crises
during the menstruation of their colleagues (11, 61.1%).
Conclusion: The present findings have not been reported
previously by others and no consensus exists about menstrual
cycle synchrony among women. However, we believe that the
present study could represent a step towads more elaborate
investigations of this complex topic.
Keywords: Headache; Migraine disorders; Menstruation
PCE 03
ALTERAÇÕES NO EQUILÍBRIO FUNCIONAL E RELATO DE
QUEDAS EM PACIENTES COM MIGRÂNEA CRÔNICA,
MIGRÂNEA COM E SEM AURA - ESTUDO CONTROLADO
Gabriela Carvalho
1
, Carolina Silva
1
, Lidiane Florencio
1
,
Carina Pinheiro
1
, Fabiola Dach
1
, Débora Bevilaqua-Grossi
1
1
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP)
Objetivos: Avaliar o relato de quedas e o desempenho em
tarefas funcionais em diferentes subgrupos de migranosos.
Métodos: Foram avaliados 140 pacientes divididos igual-
mente em 4 grupos de acordo com o diagnóstico, migrânea
com aura (MA, idade: 37,2±9,5) e sem aura (M, idade:
34,8±8,7), migrânea crônica (MC, idade: 36,8±9,2) e con-
troles (GC, idade: 35,9±9,5). Um avaliador cego quanto ao
diagnóstico aplicou um questionário relacionado ao relato
de desequilíbrio e ocorrência de quedas nos últimos 12 me-
ses. Além disso foi aplicado um protocolo de avaliação funci-
onal realizado no equipamento Balance Master (Neurocom®)
composto pelos testes de marcha, marcha tandem, subida e
descida do degrau e movimento de sentado para em pé. Os
grupos foram comparados pelo teste ANCOVA com a=0.05
pelo software SAS® versão 9.2. Este estudo foi aprovado pelo
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
100 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Comitê de Ética em Pesquisa (processo nº: 16693/2012). Re-
sultados: Comparados aos grupos M e GC, pacientes dos
grupos MA e MC apresentaram maior relato de desequilíbrio
(MA: 85,7%, MC: 62.9%, p<0.0001) e número quedas no úl-
timo ano (MA: 2,2, MC: 1,37, p<0.04). Todos os pacientes
com migrânea apresentaram velocidade e comprimento de
passo reduzido durante a marcha (p<0.0009) e marcha tan-
dem (p<0.03) em relação ao GC. A largura de passo foi maior
nos grupos MA e MC em relação ao GC durante a marcha
(p<0.03). Migranosos foram diferentes do GC nas variáveis
de transferência de peso e índice de elevação durante o mo-
vimento de levantar a partir da posição sentada (p<0.002).
No teste de subida e descida do degrau foram observadas
diferenças nas variáveis de velocidade de movimento, impacto
durante a subida e descida no GC versus migranosos (p<0.02)
e grupo M versus MA (p<0.01). Conclusão: Pacientes com
migrânea apresentam alterações na performance em tarefas
funcionais, sugerindo deterioração precoce do controle
postural com consequente interferência na vida diária com
maior prevalência de quedas. Avaliação adequada do equi-
líbrio e estratégias de reabilitação devem ser consideradas
para pacientes com migrânea.
Palavras-chaves: Aura; Equilíbrio; Migrânea; Migrânea crô-
nica; Quedas
PCE 04
ASPECTOS CLÍNICOS DA CERVICALGIA EM INDIVÍDUOS
MIGRANOSOS E SAUDÁVEIS
Marcela Mendes Bragatto
1
, Lidiane Lima Florencio
1
,
Gabriela Ferreira Carvalho
1
, Carina Ferreira Pinheiro
1
,
Mariana Tedeschi Benatto
1
, Samuel Straceri Lodovichi
1
,
Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(Ribeirão Preto, SP)
Objetivos: Descrever os aspectos clínicos da cervicalgia em
pacientes com migrânea episódica (ME), migrânea crônica
(MC) e em controles saudáveis (GC). Métodos: Foram ava-
liados indivíduos com ME (n=31; 33 anos; DP: 11,22), MC
(n=21; 34 anos; DP:9,76) e GC (n=31; 31 anos; DP:9,08).
O diagnóstico da migrânea foi dado por um neurologista
experiente segundo a Classificação Internacional de Cefaleia
– 3ª edição. A dor cervical foi avaliada por auto relato, in-
cluindo a frequência (dias/mês), intensidade (escala numéri-
ca de dor 0 a 10) e tempo de dor. A análise estatística dos
dados foi realizada com o software SAS 9.2 adotando um
alfa de 0,05. A análise one-way de variância (ANOVA) foi
utilizada para frequência, intensidade e tempo de dor no
pescoço. A razão da prevalência (RP) foi calculada para de-
terminar o risco relativo associado à migrânea de apresen-
tar cervicalgia em relação ao GC. Este trabalho foi aprova-
do pelo comitê de ética (processo nº 16692/2012). Resul-
tados: Ambos os grupos com migrânea estão associados
ao maior risco de relatar dor no pescoço em relação ao GC
(MC= RP: 4,4; IC95%: 2,11 –9,27; p=0,001/ ME= RP:4,0;
IC95%: 1,90 –8,41; p=0,003). Embora sem diferença no
tempo de dor no pescoço nos três grupos (GC: 5,6 anos;
ME: 7,6 anos; MC: 5,6 anos; p>0,05), os indivíduos com
dor no pescoço do grupo MC (n=18) e do grupo ME (n=24)
relataram maior frequência (MC=18,5dias/mês; DP:11/
ME=10,7dias/mês;DP:9,9) quando comparados ao GC
(n=6; 5.2dias/mês; DP:5,7) (p<0,05). Conclusão: Indiví-
duos com MC e ME apresentaram quatro vezes mais chance
de relatar cervicalgia que aqueles sem cefaleia. Além disso,
os grupos MC e ME relataram maior frequência e intensida-
de de dor cervical quando comparados com controles sau-
dáveis.
Palavras-chaves: Migrânea, cervicalgia
PCE 05
MIGRÂNEA É COMÓRBIDA AO TRANSTORNO DO DÉFICIT DE
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NA INFÂNCIA: UM ESTUDO
POPULACIONAL NACIONAL
Marco Antônio Arruda
1
, Renato Arruda
2
, Vincenzo Guidetti
3
,
Marcelo Eduardo Bigal
4
1
IG - Instituto Glia – Ribeirão Preto, SP
2
FCM-UNICAMP – Faculdade de Ciências Médicas da
UNICAMP - Campinas, SP
3
La Sapienza – Universidade de Roma "La Sapienza"
(Roma, Itália)
4
AECM - Albert Einstein College of Medicine
(NY, Estados Unidos)
Objetivos: A migrânea e o Transtorno do Déficit de Atenção
e Hiperatividade (TDAH) apresentam alta prevalência e im-
pacto na população infantil, a possibilidade de comorbidade
entre ambas é cogitada por estudos clínicos, mas carece de
evidências advindas de estudos populacionais representati-
vos, não influenciados por viéses de seleção. A partir de uma
amostra final de 5.671 crianças com idade entre 5 e 12 anos,
randomicamente selecionadas em 87 cidades de 18 estados
brasileiros, os autores avaliam essa associação. Métodos:
Os pais responderam questionários validados na população
infantil brasileira para captar informações necessárias para o
diagnóstico de cefaleias primárias de acordo com os critérios
da segunda edição da International Classification of
Headache Disorders (ICHD-II), bem como escalas validadas
para captar sintomas e prejuízos provocados pelo TDAH (SNAP
IV, SDQ) conforme critérios da DSM-IV. Resultados: A preva-
lência de TDAH foi de 3,9% e da migrânea episódica de 9,4%
da amostra. Em comparação a crianças sem cefaleia, a preva-
lência de TDAH foi significativamente maior em crianças com
migrânea episódica (RR 3,3 IC 95% 2,0-5,3), provável
migrânea (RR 2,5; IC95% 1,6-3,4) e migrânea crônica (RR 8,2;
IC95% 3,8-17,9). A análise multivariada revelou que em cri-
anças com qualquer subtipo de migrânea, o diagnóstico de
TDAH foi significativamente influenciado pela frequência das
crises de cefaleia (p <0,04), intensidade da cefaleia (p <0,001),
presença de náusea (p <0,000) e fonofobia (p <0,024) nas
crises, bem como escores anormais de ajuste psicossocial (p
<0,000), problemas de conduta (p <0,008) e desempenho
escolar abaixo da média (p <0,000). Conclusão: Os resul-
tados do presente estudo representam as primeiras evidênci-
as de comorbidade entre a migrânea e o TDAH na infância
advindas de estudo populacional de abrangência nacional.
Adicionalmente, mapeia variáveis clínicas independentes en-
volvidas nessa associação. Esses resultados têm implicação
clínica imediata, seja na abordagem diagnóstica, seja na
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 101
tomada de decisões terapêuticas diante de uma criança com
cefaleia crônica e/ou TDAH.
Palavras-chaves: Migrânea, TDAH, comorbidade, infância,
epidemiologia
PCE 06
CEFALEIA DA DIÁLISE
Eduardo Sousa de Melo
1
, Rodrigo Pinto Pedrosa
2
,
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
1,2
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (Recife, PE)
2
UPE - Universidade de Pernambuco (Recife, PE)
Objetivos: Determinar frequência, características, impacto
da cefaleia da diálise (CD) e comparar o comportamento
vascular cerebral nos pacientes com e sem o diagnóstico des-
ta cefaleia. Métodos: Este é um estudo transversal. Foram
incluídos pacientes submetidos consecutivamente à hemo-
diálise em duas unidades de hemodiálise na cidade do Reci-
fe. Foram utilizados: questionário semiestruturado, as escalas
Headache Impact Test, Hospital Anxiety and Depression Scale
e Short Form-36 Health Survey (SF-36). Foi realizada ultrasso-
nografia doppler transcraniana na primeira e quarta horas
de hemodiálise para avaliação das artérias cerebrais médi-
as. Resultados: 100 pacientes foram incluídos, idade média
de 51,8 (±13,6) anos, 50 eram mulheres, 49 tinham CD. O
caráter pulsátil, início insidioso, localização bilateral e início
da dor na quarta hora de diálise, foram as características mais
frequentes da CD. As mulheres, os mais jovens, maior escola-
ridade e maior tempo em programa de hemodiálise tiveram
significativamente mais CD (regressão logística). Os com CD
tiveram significativamente pior qualidade de vida nos domí-
nios dor (p<0,05, teste de Mann Whitney) e estado geral de
saúde (p<0,05, teste de Mann Whitney) do SF-36. Ter uma
renda familiar menor, ter ansiedade e ter da cefaleia da diálise
tiveram associação significativa com um maior impacto da
cefaleia (regressão logística). O índice de pulsatilidade foi me-
nor, nos com CD tanto antes quanto após a hemodiálise
(p=0,02, teste de Mann Whitney). Conclusão: A CD é fre-
quente, ocorre mais nas mulheres, nos mais jovens, com mai-
or escolaridade e maior tempo em programa de hemodiálise,
tem impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes. A
avaliação por doppler transcraniano sugere padrão de
vasodilatação cerebral nos pacientes com CD.
Palavras-chaves: Cefaleia, diálise, qualidade de vida,
ultrassonografia Doppler transcraniana
PCE 07
THE ASSOCIATION OF EPILEPSY, HEADACHE AND MIGRAINE:
A CROSS-SECTIONAL STUDY
Renata Gomes Londero
1
, Marino Muxfeldt Bianchin
1
,
Isabel Cristina Bandeira
1
, José Augusto Bragatti
1
1
HCPA – Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS)
Objetivos: Migraine and epilepsy are disorders that are
common, chronic and paroxysmal. A number of studies have
suggested a pathophysiologic link between both disorders. The
objective of this study is to examine the prevalence and
characteristics of headache in patients with epilepsy compared
to controls of the same population. Methods: In a cross-
sectional study of two hundred and forty-four patients with
epilepsy and one hundred and seventy-one healthy controls
we studied prevalence and characteristics of headache,
epilepsy and headache/epilepsy comorbidity. Results: We
assessed in 415 individuals (223 women). The mean age was
43.9 for patients and 44.1 for controls. One hundred and eighty
one (75.1%) patients and 67 (39.2%) controls reported having
headache during the last year. Migraine occurred in 92 (38.2%)
patients and 32 (18.7%) controls (OR=2.63; 95% CI = 1.65-
4.18; p<0.0001). After multinominal logistic regression, female
sex, familial history of headache or migraine, focal epilepsy
were all independently associated with tension type headache,
migraine and the other headaches. Conclusion In spite of
findings supporting an association of headache and epilepsy,
not all studies could confirm it. Our study showed that headache
is more prevalent in patients with epilepsy and disclosed some
independent risk factors for this association.
Palavras-chaves: Migraine; Headache; Epilepsy; Comorbidity
Referências: (1) Mainieri G, Cevoli S, Giannini G, Zummo L, Leta C,
Broli M, Ferri L, Santucci M, Posar A, Avoni P, Cortelli P, Tinuper P, Bisulli F.
Headache in epilepsy: prevalence and clinical features. J Headache Pain.
2015;16:556.
(2) Raggi A, Leonardi M, D'Amico D, Villani F, Quintas R. A Step Forward
on Similarities Between Migraine and Epilepsy: Psychosocial Difficulties.
Headache. 2015 Oct;55(9):1272.
(3) Nye BL, Thadani VM. Migraine and epilepsy: review of the literature.
Headache. 2015 Mar;55(3):359-80.
PCE 08
HIPOTENSÃO LIQUORICA ESPONTANEA SECUNDÁRIA A
DEFEITO NA DURA-MATER NA TRANSIÇÃO TÓRACO-LOMBAR
Aline Turbino Neves Martins da Costa
1
, Thais Villa
1
,
Daniel Tomedi
1
, Tomas Freddi
1
, Gustavo Dalul Gomez
1
1
UNIFESP-SP – Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: A hipotensão intracraniana idiopática é síndrome
relativamente rara , caracterizada por diminuição da pressão
inicial do LCR, no valor menor que 60 mmhg, e cefaleia que
piora em ortostase. A entidade é frequentemente subdiagnos-
ticada, mas tem características clínicas e de imagem típicas,
e que podem facilitar o desafio diagnóstico. O objetivo deste
trabalho é revisar as características, definições, clínica e crité-
rios de imagem. Métodos: Relatamos um caso de hipotensão
idiopática em mulher de 39 anos previamente hígida. Reali-
zamos revisão de literatura sobre os aspectos clínicos, diag-
nósticos e terapêuticos desta patologia a fim de discutir crité-
rios diagnósticos e o melhora manejo da dor. Resultados:
Melhora completa da cefaleia após o Blood Patch. Conclu-
são: O quadro clínico típico associado à punção liquórica e
os critérios radiológicos de imagem são importantes ao diag-
nóstico. Na literatura, o tratamento ainda é controverso já que
ainda não há grandes estudos comparativos dos métodos
disponíveis. Opções a serem consideradas se o tratamento
conservador falhar são o uso de cola de fibrina, o fechamen-
to cirúrgico caso alguma fistula seja identificada, e o Blood
Patch (BP) guiado ao local da fistula ou pelo método tradicio-
nal (BP) abaixo de L2.
Palavras-chaves: Hipotensão; Liquórica; Espontânea, idiopática
Referências: 1. Ducros A, Biousse V. Headache arising from idiopathic
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
102 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
changes in CSF pressure. Lancet Neurol. 2015 Jun;14(6):655-68.
2. Schievink W, Deline CR. Headache secondary to intracranial
hypotension. Curr Pain Headache Rep. 2014 Nov;18(11):457.
3. Spears RC. Low-pressure/spinal fluid leak headache. Curr Pain
Headache Rep. 2014 Jun;18(6):425.
4. Mokri B. Spontaneous CSF leaks: low CSF volume syndromes. Neurol
Clin. 2014 May;32(2):397-422.
5. Schievink W, Dodick DW, Mokri B, Silberstein S, Bousser MG, Goadsby
PJ. Diagnostic criteria for headache due to spontaneous intracranial
hypotension: a perspective. Headache. 2011 Oct;51(9):1442-4.
6. Fishman RA, Dillon WP. Dural enhancement and cerebral displacement
secondary to intracranial hypotension. Neurology. 1993;43:609-611.
PCE 09
AVALIAÇÃO DE PERFIL DEMOGRÁFICO DE UM AMBULATÓRIO
DE MIGRÂNEA E TONTURA
Aline Turbino N M Costa
1
, Larissa Mendonça Agessi
1
, Camila
Naegeli Caverni
1
, Daniel Guedes Tomedi
1
Rosimeire Fukue
1
,
Thaís Rodrigues Villa
1
1
UNIFESP-SP – Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: Avaliar o perfil demográfico de pacientes com
migrânea com aura e sem aura associada à vertigem e/ou
tonturas não vertiginosas atendidos em um ambulatório
terciário. Métodos: Foram analisados 143 prontuários de
pacientes atendidos no ambulatório de migrânea e tontura
no período de janeiro de 2014 a julho de 2016. Os pacientes
preenchiam critério para migrânea com aura ou sem aura de
acordo com a International Headache Society (ICHD-III Beta,
2013) e apresentavam sintomas vestibulares associados. Os
pacientes incluídos eram de ambos os sexos, com idade mé-
dia de 37,83(± 17,66) anos. Critérios de exclusão: doença
otológica e/ou outras neurológicas. Os dados coletados fo-
ram: idade de início da dor de cabeça, duração, intensidade
e frequência das crises de cefaleia, presença de aura, náuse-
as, vômito, fotofobia, fonofobia e sintomas vestibulares asso-
ciados (vertigem, tontura, zumbido, cinesiofobia, plenitude
auricular, cinetose, e perda auditiva). Foi realizada análise
estatística descritiva com o uso dos testes de Mann-Whitney e
teste qui-quadrado para as variáveis quantitativas. Resulta-
dos: Em pacientes com diagnóstico de migrânea associada
a sintomas vestibulares, a migrânea com aura foi o subtipo
mais prevalente (70,63%), e os sintomas acompanhantes mais
frequentes são as náuseas (87,41%), seguido de fonofobia
(79,02%). A frequência média de dias de cefaleia/mês foi 17,52,
sendo que 53 pacientes apresentavam cefaleia diária. No
subtipo migrânea com aura, a aura mais comum foi a visual
(86,14%).Os pacientes com migrânea apresentaram em sua
maioria vertigem (54,55%), no entanto, houve a ocorrência de
vertigem combinada a tontura não vertiginosa (16,78%) grupo
e outra amostra de pacientes apresentou apenas tontura
(28,67%), com o subtipo mais frequentemente descrito como
desequilíbrio. Os pacientes com vertigem foram diagnostica-
dos como Migrânea Vestibular(MV), já os que apresentaram
apenas tonturas não vertiginosas, não puderam ser classifica-
dos como MV segundo os atuais critérios diagnósticos. Sugeri-
mos que futuras revisões nos critérios possam diagnosticar tam-
bém esse grupo de pacientes.
Palavras-chaves: Migrânea; Vestibular; Tontura; Enxaque-
ca; Crônica
PCE 10
PROFILAXIA DA MIGRÂNEA ASSOCIADA A SINTOMAS
VESTIBULARES: UM ESTUDO COMPARATIVO APÓS 3 E 6 MESES
DE TRATAMENTO PREVENTIVO
Aline Turbino Neves Martins da Costa
1
, Larissa Mendonça
Agessi
1
, Camila Naegeli Caverni
1
, Daniel Guedes Tomedi
1
,
Rosimeire Fukue
1
, Thais Rodrigues Villa
1
1
UNIFESP-SP – Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: Avaliar a eficácia do tratamento profilático de
pacientes com migrânea com aura e sem aura associados à
vertigem e/ou tontura não vertiginosa após de 3 e 6 meses de
prevenção medicamentosa. Métodos: Foram analisados 89
prontuários de pacientes atendidos no ambulatório de
Migrânea e tontura no período de janeiro de 2014 a julho de
2016. Os pacientes preenchiam critério para migrânea com
aura ou sem aura de acordo com a International Headache
Society (ICHD-III Beta, 2013) e apresentavam sintomas vesti-
bulares associados. Os pacientes de ambos os sexos, 94,3%
mulheres. Critério de inclusão:uso regular da medicação pre-
ventiva prescrita após 3 e 6 meses de seguimento. Critérios
de exclusão: diagnóstico prévio de vestibulopatia periférica e
exames otoneurológicos alterados. As drogas utilizadas fo-
ram topiramato (41,57%), ácido valproico (28,09%), dival-
proato (17,98%), amitriptilina (14,61%), propranolol (15,73%)e
flunarizina (1,12%). A resposta a droga utilizada foi verificada
através da variáveis, frequência, intensidade e duração da
cefaleia e tontura. Resultados: As drogas utilizadas foram
topiramato (41,57%), ácido valproico (28,09%), divalproato
(17,98%), amitriptilina (14,61%), propranolol (15,73%)e
flunarizina (1,12%). A resposta a droga utilizada foi verificada
através da variáveis, frequência, intensidade e duração da
cefaleia e tontura. Conclusão: Conclui-se que houve dife-
rença estatisticamente significante (p < 0,002) com efeito de
tempo para todas as medicações utilizadas, tanto nas variá-
veis relacionadas a cefaleia como quanto a tontura, sem dife-
rença entre vertigem e tonturas não vertiginosas.
Palavras-chaves: migranea, tontura, vertigem, tratamento,
enxaqueca
PCE 11
A POSITIVIDADE DO FLEXION ROTATION TEST ESTÁ
ASSOCIADA A PRESENÇA DE DOR EM PACIENTES COM
MIGRÂNEA CRÔNICA E EPISÓDICA
Ana Izabela Sobral de Oliveira
1
, Lidiane Lima Florêncio
1
,
Carina Ferreira Pinheiro
1
, Fabiola Dach
1
,
Débora Bevilaqua-Grossi
1
1
USP – Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos: Verificar se a positividade do flexion rotation test
(FRT) está associado à presença de dor ou a restrição articu-
lar durante a realização do teste em pacientes com migrânea
crônica (MC), episódica (ME) e controle. Métodos: Foram
avaliadas 85 mulheres divididas em 3 grupos: MC (n=25),
ME (n=30) e Controle (n=30). As pacientes com migrânea
foram diagnosticadas por neurologistas do Ambulatório de
Cefaleia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto. A mobilidade do segmento vertebral C1/C2
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 103
foi avaliada com o FRT por um fisioterapeuta cego para o
diagnóstico. O teste é totalmente passivo e foi interrompido
quando o paciente relatava dor próximo ao segmento C1/
C2 ou o fisioterapeuta identificava uma restrição articular
ao movimento, foi considerado positivo os testes com valo-
res <34°. A comparação da prevalência de FRT positivo e
da razão de interrupção do teste foi verificada pelo teste Qui-
quadrado (χ
2
). Resultados: Dentre os pacientes com MC,
23(92%) apresentaram FRT positivo, sendo diferente dos gru-
pos ME (24(80%)) e controle (9(30%)) (p<0,05). Dos voluntá-
rios que apresentaram FRT positivo, a prevalência de dor
como motivo de interrupção no teste foi superior nos grupos
MC (17(74%)) e ME (18(75%)) em relação ao grupo controle
(2(22%)) (χ
2
: 30.91,4; p<0.001). Conclusão: O FRT positi-
vo é altamente prevalente em pacientes com diagnóstico de
migrânea em comparação ao grupo controle. A presença
de dor durante a movimentação deste segmento é o princi-
pal motivo para a hipomobilidade do segmento C1/C2 em
pacientes migranosos enquanto que para as voluntárias sau-
dáveis é a restrição articular. Este resultado reforça a presen-
ça da hipersensibilidade que as pacientes migranosas apre-
sentam na região cervical durante a movimentação cervical.
Palavras-chaves: Cefaleia; transtornos migranosos, mo-
bilidade cervical
PCE 12
A SEVERIDADE DE INCAPACIDADE CERVICAL NÃO INTERFERE
NO RESULTADO DO FLEXION ROTATION TEST EM
PACIENTES COM MIGRÂNEA
Ana Izabela Sobral de Oliveira
1
, Lidiane Lima Florêncio
1
,
Carina Ferreira Pinheiro
1
, Fabiola Dach
1
,
Débora Bevilaqua-Grossi
1
1
USP – Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos: Verificar se a severidade da incapacidade
cervical avaliada pelo índice de incapacidade cervical (NDI)
interfere na mobilidade do segmento C1/C2 com o flexion
rotation test (FRT) em pacientes com migrânea. Métodos:
Foram avaliadas 55 mulheres com migrânea com média de
idade de (35,14 (10,44)) anos. As pacientes com migrânea
foram diagnosticadas por neurologistas do Ambulatório de
Cefaleia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medici-
na de Ribeirão Preto. A mobilidade do segmento vertebral
C1/C2 foi avaliada com o FRT por um fisioterapeuta cego
para o diagnóstico. O teste foi considerado positivo quando
os valores obtidos foram <34°. Para a avaliação da incapa-
cidade cervical foi utilizado o NDI, cujos resultados variam
de 0 a 50 pontos e pode ser classificado em: sem incapaci-
dade (0-4), incapacidade leve (5-14), incapacidade mode-
rada (15-24) e incapacidade severa (25-50). As voluntárias
foram classificadas de acordo com o score e foram distribu-
ídas em dois grupos: G1 - incapacidade leve ou sem inca-
pacidade e G2 - incapacidade moderada e severa. A com-
paração do resultado do FRT entre os grupos foi verificada
pelo teste T-Student. Resultados: 37 voluntárias foram clas-
sificadas no grupo G1 e 18 no grupo G2. No grupo G1 a
média (desvio padrão) do FRT direito foi de 29,63º (6,58º) e
de 29,39º (6,58º) no FRT esquerdo não sendo estatistica-
mente diferente do grupo G2 que obteve média de 29,96º
(7,66º) e de 29,74º (6,62º) no FRT direito (p<0,710) e es-
querdo (p<0,814), respectivamente. Conclusão: Os gru-
pos, estratificados por nível de severidade da incapacidade
cervical, não apresentaram diferença no resultado do FRT,
indicando que a redução da mobilidade do segmento C1/
C2 encontrada nessas pacientes está relacionada ao diag-
nóstico de migrânea e parece não ser influenciada pela se-
veridade da incapacidade cervical.
Palavras-chaves: Cefaleia, transtornos migranosos, coluna
cervical
PCE 13
PREVALÊNCIA E IMPACTO DA TONTURA EM PACIENTES
COM MIGRÂNEA
Carina Ferreira Pinheiro
1
, Gabriela Ferreira Carvalho
1
,
Lidiane Lima Florencio
1
, Flávia Heck Vianna Bell
1
,
Fabiola Dach
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP)
Objetivos: Identificar a prevalência de tontura e seu im-
pacto em atividades diárias em pacientes com migrânea com
aura, sem aura e crônica. Métodos: Duzentas e quarenta
mulheres foram divididas em quatro grupos: migrânea com
aura (MA, n=60, 36,28 anos), migrânea sem aura (M, n=60,
34,56 anos), migrânea crônica (MC, n=60, 37,1 anos) e con-
trole (GC, n=60, 35,33 anos). O diagnóstico de migrânea
seguiu os critérios da Classificação Internacional de Cefaleias
(ICHD-II), realizado por um neurologista experiente. Todas
as voluntárias foram questionadas quanto à presença de ton-
tura durante e fora a crise de migrânea e responderam ao
questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI). A
prevalência da tontura durante e fora da crise foi analisada
de forma descritiva e a pontuação total no questionário DHI
foi comparada entre os grupos pelo teste não paramétrico
de Kruskal Wallis (p<0,05). Este estudo obteve aprovação
do comitê de ética e pesquisa (Processo 16693/2012). Re-
sultados: A prevalência de tontura nos grupos foi de 13,3%
no grupo controle e 68,3% no grupo migrânea, com 25%
também fora da crise. Os grupos MA e MC apresentaram
prevalência de 85%, com 40% fora da crise. Na compara-
ção entre os grupos do escore total do DHI, o GC (2,6 pon-
tos, IC95% 0 -5,4) foi menor do que todos os grupos
migranosos: M (24,4 pontos, IC95% 18,2-30,6), MA (41,2
pontos, IC95% 34,8-47,6) e MC (41,7 pontos, IC95% 24,7-
48,8). O grupo M também apresentou diferença significati-
va em relação aos grupos MA e MC, que apresentaram as
maiores pontuações. Conclusão: A tontura é um sintoma
prevalente em pacientes com migrânea, especialmente em
sua forma com aura e crônica. Além disso, nestes mesmos
subtipos de migrânea, a tontura exerce maior impacto ne-
gativo na realização de atividades diárias.
Palavras-chaves: Migrânea, tontura, equilíbrio, fisioterapia.
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
104 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PCE 14
NEUROPATIA ÓPTICA ISQUÊMICA BILATERAL ASSOCIADA À
MIGRÂNEA COM AURA: RELATO DE CASO
Daniel Tomedi
1
, Aline Costa
1
, Thaís Villa
1
1
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: Casos de neuropatia óptica isquêmica anterior
após episódio de migrânea com aura visual e, ocasionalmen-
te, após episódio de aura visual sem cefaleia tem sido descri-
tas na lietratura, assim como relatos de neuropatia óptica
posterior isquêmica associada à migrânea. Entretanto, a gran-
de maioria dos casos relatados é de perda visual unilateral,
com exceção de um relato em que uma paciente apresentou
amaurose bilateral associado a edema de papila bilateral-
mente após episódio de crise migranosa. O objetivo deste
relato de caso é descrever um caso de amaurose bilateral
permanente em uma paciente diagnosticada com migrânea
com aura, dada a relativa escassez de casos na literatura de
neuropatia óptica isquêmica associado à migrânea, princi-
palmente com perda visual bilateral. Métodos: Relato de um
caso de uma paciente do sexo feminino, 63 anos, que procu-
rou assistência médica no Hospital São Paulo em Dezembro
de 2015. Os dados da história clínica foram colhidos do pron-
tuário eletrônico do Hospital São Paulo, Universidade Fede-
ral de São Paulo (UNIFESP). Foram analisados os registros
das seguintes especialidades: Reumatologia, Neurologia,
Oftalmologia e Cirurgia Torácica. A seguir foi feito uma revi-
são de literatura através com a finalidade de levantamento
de outros relatos de caso de neuropatia óptica isquêmica em
paciente com migrânea. Resultados: Foram encontrados pou-
cos relatos de casos de neuropatia óptica isquêmico em paci-
entes com migrânea com aura e apenas 01 caso em que a
neuropatia óptica foi bilateral. Conclusão: Neuropatia
óptica isquêmica é causada por insuficiência vascular na por-
ção anterior ou posterior do nervo óptico. Apesar dos casos
relatados de neuropatia óptica isquêmica associada à
migrânea serem escassos, principalmente com perda visual
bilateral, a migrânea pode ser um fator de risco etiológico
em pacientes com esse diagnóstico.
Palavras-chaves: Migrânea com aura; Neuropatia óptica;
Isquemia
PCE 15
EFEITO DO TREINO COM EXERCÍCIOS AERÓBICOS EM
MULHERES COM FIBROMIALGIA E MIGRÂNEA
Manuella Moraes Monteiro Barbosa Barros
1
,
Angélica da Silva Tenório
1
, Joaquim José de Souza Costa
Neto
1
, Maria Inês Remígio de Aguiar
1
, Amanda de Oliveira
Freire Barros
1
, Reydiane Rodrigues Santana
1
, Débora
Wanderley
1
, Arméle de Fátima Dornelas de Andrade
1
,
Daniella Araújo de Oliveira
1
1
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco (Recife, PE)
Objetivos: Avaliar os efeitos do protocolo de exercícios
aeróbicos sobre a frequência, duração e intensidade das cri-
ses de migrânea em mulheres com fibromialgia. Métodos:
Foi realizado um ensaio clínico randomizado duplo-cego com
10 mulheres diagnosticadas com fibromialgia e migrânea,
com idade entre 30 a 57 anos (49±8 anos). Inicialmente, to-
das responderam questionários que avaliavam qualidade de
vida, impacto da cefaleia, nível de depressão e ansiedade,
qualidade do sono, questionário de percepção de mudança,
e ergoespirometria para investigação da tolerância ao exer-
cício. O diário de cefaleia foi utilizado para análise dos des-
fechos principais: frequência, duração e intensidade da migrâ-
nea. O grupo experimental (n=6) realizou um protocolo com-
posto por aquecimento, treino aeróbico com frequência car-
díaca garantindo uma intensidade moderada e desaqueci-
mento com duração total de 30 minutos; o grupo controle
(n=4) realizou o aquecimento com velocidade baixa e fre-
qüência cardíaca próxima á basal por 10 minutos. Ambos os
grupos foram acompanhados durante oito semanas, com
frequência de três encontros semanais. Aprovado no Comitê
de Ética em Pesquisa com seres humanos (CCS-UFPE): CAAE
37052114.3.0000.5208. Registro no Clinical trials:
NCT02458326. Financiado pela Coordenação de Aperfei-
çoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Resultados:
Os resultados obtidos não foram suficientes para mostrar di-
ferenças nas características da cefaleia (frequência, duração
e intensidade) entre os grupos (p>0,05). O treino de exercíci-
os aeróbicos mostrou melhoras na qualidade do sono com 4
semanas de tratamento (p=0,02), mas o resultado não se
manteve ao final das 8 semanas. Também foi observado que
83,3% das participantes alocadas no grupo experimental re-
lataram melhora significante ao final da intervenção. Con-
clusão: Não houve diferenças entre as características da
cefaleia (frequência, duração e intensidade) após a aplica-
ção do treino aeróbico com frequência semanal de três vezes
e duração de oito semanas, em mulheres fibromiálgicas com
migrânea.Devido a restrição do tamanho amostral, este estu-
do não permite fazer considerações quanto à recomendação
de exercícios aeróbicos como terapia profilática para migrânea
nesta população.
Palavras-chaves: Cefaleia, exercício aeróbico, fibromialgia,
transtornos de enxaqueca
PCE 16
PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE CEFALEIA NA EMERGÊNCIA
EM UM HOSPITAL-ESCOLA
Eliana Meire Melhado
1
, Izabela Dias Brugugnolli
1
,
Guiherme Vedovato Vilela de Salis
1
, Carolina Buck
1
,
Lilian Audi Goulart
1
, Talita Alvarez Sucena
1
,
Juliana Vilaça Vaz
1
, Pedro Matheus Benelli
1
,
Renata Perri Soares Ferreira
1
, Maria Emilia Miani Pereira
1
1
FIPA - Faculdade de Medicina das Faculdades Integradas
Padre Albino (Catanduva, SP)
Objetivos: Nas Unidades de Urgência e Emergência (UUE),
cefaleias são responsáveis por 16% das queixas principais.
Destes casos, 90% são cefaleias de causas primárias. Por isso o
objetivo do estudo foi implantar um protocolo de atendimento
às cefaleias na UEE de um hospital-escola. Métodos: A busca
na literatura científica foi o método utilizado, pesquisando-se
bibliograficamente, os sites da Bireme, MedLine, Scielo, Lilacs
e PubMed. Após a revisão do tema, montou-se um protocolo
que foi implantado no pronto-atendimento de um hospital-es-
cola. Resultados: O manejo adequado da cefaleia na UUE
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 105
depende primeiramente do diagnóstico adequado, segundo
os critérios da Sociedade Internacional de Cefaleia (ICHD-3-
beta) 2013, o qual deve excluir causas de cefaleia secundá-
ria, por exemplo, traumas, infecções, massas intracranianas,
hemorragias. Quanto ao tratamento farmacológico, deve-se
seguir o protocolo abaixo. Administrar Dipirona 1g IV
(intravenoso). Se evoluir bem o paciente é liberado e orienta-
se acompanhamento ambulatorial. Caso contrário, opta-se
por Clorpromazina 0,5-1mg/kg IV diluída em SF 0,9% 500
ml por 2 horas, ou Clorpromazina 0,1 mg/kg em bolo IV. Caso
paciente apresente vômito, considerar uso de Ondansetrona
8mg em SF 0,9% 100ml em 15min, ou Dimenidrinato IV. Caso
resposta desfavorável usar Cetoprofeno 100mg IV em SF 0,9%
100 ml em 30min com protetor gástrico. Caso persista, utili-
zar Dexametasona 10mg IV e se necessário repetir 4mg IV. Se
não houver melhora da dor após essas medidas, internar pa-
ciente para investigação. Quando a resposta for boa libera-
se o paciente. Deve-se então desencorajar o abuso crônico
de analgésicos e orientar o paciente a procurar tratamento
especializado. A utilização de opioides no tratamento da cri-
se migranosa na sala de emergência deve ser desencorajado,
tanto pela falta de comprovação de eficácia como pelo risco
de induzir à cronificação da migrânea. Conclusão: A abor-
dagem da cefaleia primaria na UUE deve-se basear em pro-
tocolos padrões que sistematizem o atendimento ao paciente
de maneira a minimizar os custos e efetivar o tratamento.
Palavras-chaves: Cefaleia, Emergência, Diagnóstico, Tra-
tamento, Migrânea
PCE 17
CEFALEIA ATRIBUÍDA A CICLOFOSFAMIDA
Fabiano Taira HIga
1
, Jorge Alberto Martins Pentiado Júnior
1
,
Renan Cenize Guardia
1
1
HCFMRP - Hospital das Clínicas (Ribeirão Preto, SP)
Objetivos: Relatar dois casos de pacientes que fizeram uso
de ciclofosfamida e desenvolveram cefaleia com padrão
migrânea-símile. Resultados: A primeira paciente é uma
mulher, 38 anos, com diagnóstico de esclerose sistêmica e
história pregressa de migrânea com aura (visual) desde a
infância. A paciente apresentou bom controle de crises nos
últimos anos (sem medicação profilática no momento) e
após a introdução de ciclofosfamida em outubro de 2015
apresentou piora na intensidade da dor. Procurou atendimen-
to neurológico e não foi evidenciada alteração ao exame
físico. Realizou TC de crânio com contraste (normal) e foi
submetida a punção lombar para análise de líquor (sem al-
terações). Em março de 2016 a medicação foi suspensa com
melhora dos sintomas. O segundo paciente é um jovem, 12
anos, com diagnóstico de sarcoma de Ewing. Já havia sido
submetido à ressecção cirúrgica e à quimioterapia prévia
(temodal e bevacizumab) e evoluiu com neutropenia. Em ju-
nho de 2015 foi observado recidiva da doença e linfoma
anaplásico de grandes células ALK+ sendo novamente sub-
metido a quimioterapia, agora com ciclofosfamida. No pe-
ríodo de junho a dezembro de 2015 (período da
quimioterapia), o paciente apresentou cefaleia com carac-
terísticas migranosas, frequência de 4 a 5 vezes por sema-
na. Realizado ressonância magnética de encéfalo e exame
de líquido cefalorraquidiano, ambos sem alterações. Após
dezembro o paciente cessou com os sintomas apresentados.
Conclusão: Segundo The International Classification of
Headache Disorders 3rd edition da International Headache
Society (IHS)
2
a cefaleia atribuída a uma medicação é ca-
racterizada por dor persistente por mais de 15 dias por mês
e início dos sintomas com relação temporal com o começo
da administração do medicamento, havendo melhora sig-
nificativa do sintoma com diminuição da dose da medica-
ção e resolução após seu término. Dessa forma, os dois ca-
sos satisfazem os critérios da IHS: relação temporal e cau-
sal. Até o presento momento não há relato na literatura de
cefaleia induzida pela ciclofosfamida.
Palavras-chaves: Cefaleia, Ciclofosfamida, Imunossupressor
PCE 18
ASSOCIAÇÃO DE QUETIAPINA AO TRATAMENTO
CONVENCIONAL PARA PREVENÇÃO DE MIGRÂNEA REFRATÁRIA
Mayara Teles
1
, Fernanda Herculano
1
, Maria Graziella
Cavaliere
1
, Leonardo Modenezi
1
, Cecilia Vidal
1
, Jano Souza
1
1
UFF – Universidade Federal Fluminense ( Niteroi, PR)
Objetivos: Relato de caso clínico de paciente com enxa-
queca crônica, refratária a diversos profiláticos
(betabloqueador, tricíclico e Topiramato), com melhora sig-
nificativa após a associação da quetiapina ao esquema
terapêutico. Métodos: Paciente feminina, 36 anos atendi-
da no ambulatório por cefaleia crônica iniciada há 10 me-
ses, refratária a betabloqueador, tricíclico e Topiramato. Re-
lato também de ausência de melhora com a Clorpromazina
venosa. Sem resposta aos anti-inflamatórios e triptanos. A
dor era pulsátil, holocraniana, com fotofobia, fonofobia e
náuseas, sem aura. Piorava com estresse e atividade física.
A intensidade pela Escala visual e analógica (EVA) era 8.
Prejudicava suas atividades laborais e de lazer. Todos os exa-
mes complementares eram normais, sendo eles Ressonân-
cia magnética de crânio com angiografia, avaliação
liquórica e laboratoriais. Foi, então, iniciado o Divalproato
de sódio (até 500mg/dia), em seguida a Nortriptilina, de-
pois Candesartana por ter tolerado apenas 25 mg do
triciclico por efeitos colaterais. Foi submetida a uma sessão
de toxina botulínica. Houve atenuação da dor apenas com
a associação da Quetiapina até a dose de 150mg/dia, com
EVA próximo a 4, mas ainda diaria. O Divalproato de sódio
foi trocado pelo Topiramato com resposta positiva, com EVA
de 2. Resultados: Estudado caso de paciente com crises
intensas de cefaléia diária, que obteve redução da intensi-
dade da dor, medida na escala EVA, após associação da
quetiapina à terapia. Nesse tipo de paciente, objetiva-se re-
duzir a dor, medida pela escala visual e analógica, gradual-
mente, por se tratar de enxaqueca crônica. A paciente atual-
mente está em uso de Nortriptilina 25mg/dia, Quetiapina
75mg/dia e Topiramato 50mg/dia, com melhora importan-
te na qualidade de vida, ainda que tendo EVA 2. Conclu-
são: Esse estudo oferece dados iniciais para a possível utili-
dade da quetiapina em associação a tratamento convenci-
onais na prevenção da migrânea refratária.
Palavras-chaves: Migrânea, quetiapina, refratária, trata-
mento preventivo
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
106 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PCE 19
PAROXISMOS DE DOR FACIAL E VERMELHIDÃO DO NARIZ:
A SÍNDROME DO NARIZ VERMELHO? FACIAL PAIN AND NOSE
REDDENING PAROXYSMS: THE RED NOSE SYNDROME?
Renata Gomes Londero
1,3
, Fernando Kowacs
1,2
1
HMV - Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre,RS)
2
UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre (RS)
3
HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS)
Descrição do caso: Paciente masculino de 28 anos, bran-
co, solteiro, engenheiro, há 4 anos apresentando diariamen-
te crises de dor facial em ardência (3-5/10 na escala verbal)
na região do região do septo nasal inferior e do filtro
nasolabial. As crises de dor são desencadeadas pelas refei-
ções e acompanhadas por rinorreia intensa, sobretudo du-
rante a mastigação. Após as refeições, principalmente à noi-
te, permanece por 30-120 minutos com dor (VRS 4-7/10),
rinorreia e sensação de ardência. Observa ainda vermelhi-
dão intensa no nariz e, de forma localizada, sudorese e au-
mento da oleosidade da pele com duração média de 1 a 2
horas. Após os episódios de dor na região nasal, costuma
apresenta dor fraca (VRS 3-4/10) e uma leve sensação de pres-
são na região imediatamente inferior à articulação temporo-
mandibular, usualmente bilateral e simétrica, com duração
média de 1 a 2 horas. Além da mastigação, mudanças de
temperatura também podem desencadear os episódios des-
critos. Histórico: TCE leve com 2 anos de idade, tendo fica-
do em observação por 12 horas; tratamento ortodôntico dos
11 aos 17 anos, com extração dos 4 sisos. Dos 11 aos 20
anos, crises de cefaleia com características migranosas, a cada
30 a 60 dias. Exame neurológico normal, porém nunca ob-
servado durante uma crise. Investigação prévia: Avaliado por
otorrinolaringologista e dentista, sem evidência de alteração.
Foram considerados normais a TC de crânio e seios paranasais,
RM das articulações temporomandibulares, coluna cervical e
crânio, com gadolíneo, e raio-x panorâmico da arcada
dentária. Tratamento: Faz acompanhamento com cirurgião
bucomaxilofacial, estando em uso de aparelho para melhora
da oclusão, há 6 meses. Submeteu-se a acupuntura (face), fi-
sioterapia com aplicação de calor, acupuntura com eletro-
estimulação, bloqueio do gânglio estrelado homolateral, sem
melhora significativa com qualquer desses tratamentos. Fez uso
de nortriptilina (até 25 mg/dia, por 3 meses), carbamazepina
(até 1200 mg/dia, por 3 meses), gabapentina (1600 mg/dia,
por 6 meses), gabapentina + amitriptilina, propranolol, lamo-
trigina (300 mg/dia (em curso, há 6 meses). Foi submetido a
bloqueio dos nervos auricular anterior e infraorbital com
lidocaína, também sem melhora. Resultado: Melhora parcial
com gabapentina e resposta mais intensa à lamotrigina, per-
manecendo com dor diária, embora de menor intensidade.
Palavras-chaves: Cefaleia, dor facial
PCE 20
CORRELAÇÃO ENTRE A FORÇA MUSCULAR CERVICAL E
INCAPACIDADE CERVICAL EM MULHERES COM MIGRÂNEA
Gabriella de Almeida Tolentino
1
, Lidiane Lima Florencio
1
,
Debora Bevilaqua Grossi
1
1
USP – Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos: Verificar a correlação entre a força muscular
cervical e a incapacidade relacionada a coluna cervical em
mulheres com migrânea. Métodos: Foram avaliadas 65
mulheres, com idade entre 18 e 55 anos, com migrânea,
diagnosticadas segundo os critérios da terceira versão da
Classificação Internacional de Cefaleias. A incapacidade fun-
cional da cervical foi avaliada através do questionário Neck
Disability Index. Já a força muscular foi obtida a partir da con-
tração voluntária máxima utilizando um dinamômetro manu-
al (Lafayette Instrument Company). Foram realizadas três re-
petições de flexão, extensão e de inclinação lateral, sustenta-
das por 3 segundos, com intervalo de 15 segundos entre as
repetições e de 2 minutos entre os movimentos. Os valores de
pico foram convertidos para Newton e normalizados pela
massa corpórea do voluntário. Para avaliar a correlação en-
tre o NDI e a força o coeficiente de correlação de Pearson foi
calculado adotando um nível de significância de 0,05. Re-
sultados: A correlação entre a incapacidade e a força mus-
cular cervical foi significativa em todos os movimentos
(p<0,05), considerada moderada para extensão (r=-0,37),
inclinação lateral direta (r=-0,34) e esquerda (r=-0,38), en-
quanto na flexão a correlação foi fraca (r=-0,29). Conclu-
são: Demonstramos uma correlação moderada entre a for-
ça muscular e a incapacidade cervical em mulheres com
migrânea para a maioria das direções indicando que quanto
maior a incapacidade cervical menor força muscular encon-
trada nesses pacientes.
Palavras-chaves: Migrânea; Força muscular; Cervicalgia
PCE 21
PSEUDOTUMOR CEREBRAL ASSOCIADO À ATIVIDADE DO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Helena Ramos Daoud Yacoub
1
, Eduardo de Paula Estephan
1
,
Ida Fortini
1
1
HC-FMUSP – Hospital das Clínicas da Universidade de
São Paulo (SP)
Objetivos: Ilustrar caso clínico de pseudotumor cerebral
(PTC) relacionado à atividade do Lúpus Eritematoso
Sistêmico (LES), na ausência de trombose venosa cerebral
(TVC). Métodos: Relato de caso e revisão de literatura. Re-
sultados: Mulher, 27 anos, com antecedente de LES (aco-
metimento renal e articular), em tratamento com infusões
mensais de ciclofosfamida (sem tratamento há 2 meses). Há
15 dias com cefaléia holocraniana, em aperto, contínua,
associada a náuseas e vômitos. Há 7 dias iniciou quadro de
borramento visual, com 2 episódios de escurecimento visual
súbitos e transitórios, duração de segundos. Exame neuroló-
gico na admissão: acuidade visual normal, dessaturação do
vermelho bilateralmente, lentificação do reflexo fotomotor
direto. Campimetria digital com constricção de campo e
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 107
aumento da mancha cega. Papiledema bilateral. Exames de
investigação: piora da função renal, C3 e C4 baixos,
anticorpo antifosfolípide negativo. Líquor: pressão de aber-
tura 70cmH2O, quimiocitológico normal. Angio-RNM
encéfalo: retificação dos discos ópticos, sem sinais de trom-
bose venosa. Evolução: Iniciada acetazolamida, com au-
mento até 4g/dia, sem melhora. Realizou pulsoterapia com
metilprednisona 1g por 3 dias, seguida de ciclofosfamida
para tratamento da atividade lúpica, com melhora comple-
ta dos sintomas. Líquor de controle: pressão inicial
15cmH2O. Exame físico: melhora importante da
campimetria, bem como do papiledema. Recebeu alta sem
uso de acetazolamida. Conclusão: A associação de LES
com hipertensão intracraniana na ausência de TVC é uma
entidade pouco relatada (mais presente em curso agressivo
da doença, com envolvimento renal). Sua patofisiologia per-
manece desconhecida. Entre os possíveis mecanismos, pos-
tula-se injúria imune-mediada nas granulações aracnóides,
resultando em diminuição da drenagem venosa, e um esta-
do de hipercoagulabilidade causando microbliteração do
sistema venoso, sem, contudo, levar à TVC. O presente rela-
to demonstra como o tratamento da atividade do LES é im-
portante, e pode levar à resolução da síndrome de hiperten-
são intracraniana.
Palavras-chaves: Lúpus Eritematoso Sistêmico, Pseudotumor
cerebral
PCE 22
USO DE HORMÔNIOS DA GRAVIDEZ (OCITOCINA E
RELAXINA) COMO TRATAMENTO DE CEFALEIA CRÔNICA
REFRATÁRIA DE CARACTERÍSTICAS MISTAS
(DOR NEUROPÁTICA + MIOFASCIAL): RELATO DE CASO
Karen dos Santos Ferreira
1
, Isadora Cerruti Guarnieri
1
,
Driéli Pacheco Rodrigues
1
, Samuel K. Yue
2
1
CBM – Centro Universitário Barão de Mauá (Ribeirão Preto)
2
MPC – Minnesota Pain Center (United States)
Objetivos: Alguns estudos têm relacionado o uso de
hormônios relacionados à gravidez ao tratamento de
síndromes dolorosas crônicas em geral. A hipótese do uso da
oxitocina sintética no tratamento de dor crônica baseia-se em
mecanismos de diminuição de sensibilização periférica,
sensibilização central e estabilização de circuitos límbicos na
modulação da dor. Por outro lado, a relaxina atuaria em me-
canismos do sistema nervoso central e periférico, além de re-
laxamento muscular. O objetivo deste estudo foi relatar um
caso de uma paciente que apresentava cefaleia crônica re-
fratária de características mistas (dor neuropática +
miofascial), a qual apresentou reposta ao tratamento com
oxitocina e relaxina sintéticas. Métodos: Mulher, 41 anos, ini-
ciou quadro de dor há 10 anos, após uma cirurgia
odontológica. A dor se localizava em região gengival, com
irradiação para hemiface direita, intensa (VAS=10), de ca-
racterísticas neuropáticas, diagnosticada como Dor Facial
Atípica (Trigeminalgia atípica). Posteriormente, desenvolveu
dor em região cervical direita, com irradiação para ombro,
com múltiplos pontos de gatilho musculares em região
pericraniana, sugestiva de Dor miofascial. Após tratamentos
convencionais, tais como tratamento medicamentoso com anti-
depressivos e neuromoduladores, bloqueios anestésicos,
capsaicina e lidocaína tópicas, com resultados parciais e re-
cidiva de dor, foi submetida a tratamento com oxitocina intra-
muscular (10 unidades intramusculares a cada 3 dias) e
relaxina via oral (Relaxina - 20 mcg 2 vezes ao dia). Resulta-
dos: Durante o período de um ano em que se submeteu ao
tratamento proposto houve apresentou dor mais leve (VAS=4),
maiores intervalos sem dor, diminuição de bloqueios de dor,
melhora da qualidade do sono, atividades diárias, tolerân-
cia ao exercício físico e alodinia em face. Conclusão: Qua-
dros de cefaleias mistas (dor neuropática + dor miofascial
associada) com sensibilização central e periférica, frequente-
mente resultam em pior prognóstico e refratariedade. Neste
relato de caso, a oxitocina e relaxina sintéticas apresentaram
uma resposta satisfatória para este tipo de cefaleia.
Palavras-chaves: Transtornos da Cefaleia, Dor Orofacial,
Ocitocina, Relaxina
PCE 23
PREVALÊNCIA DE MIGRÂNEA E FATORES ASSOCIADOS EM
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE SÃO PAULO
Kelly Mayumi Isizuka
1
, Thaís Rodrigues Villa
2
,
Juliana Masami Morimoto
1
, Renata Furlan Viebig
1
1
UPM – Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo - SP)
2
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo (SP)
Objetivos: Avaliar a prevalência de migrânea e influência
de fatores desencadeantes de crises entre adultos jovens, uni-
versitários de uma Instituição de Ensino Superior (IES) da re-
gião central do município de São Paulo (SP). Métodos: Foi
realizado um estudo transversal, com 197 estudantes, homens
e mulheres, matriculados em diversos cursos da IES, com ida-
de acima dos 18 anos. Os alunos responderam a dois questi-
onários, um sobre presença de critérios diagnósticos de
migrânea, recomendado pela International Headache Society
(2013) e o outro sobre fatores desencadeantes de crises de
migrânea, utilizado por Rockett (2010), no sul do Brasil. A pes-
quisa foi conduzida com base nas diretrizes da Resolução CNS
196/96 sobre ética em pesquisa com seres humanos e foi
aprovada pelo Comitê Ética da IES, sob o número
CAAE51061015.0.0000.0084. Resultados: A idade média
dos participantes foi de 21,75 anos (DP=4,82), sendo a mai-
or parte mulheres (70,7%). Dentre os entrevistados, 121 (64,4%)
relataram que somente estudavam e 55,9% relataram que
praticavam atividade física regularmente, sendo 67 (50,4%)
do sexo feminino. A grande maioria dos estudantes (94,7%)
relatou ter apresentado cefaleia nos últimos 12 meses, sendo
que 72,3% apresentaram critérios diagnósticos para migrâ-
nea. A prevalência de migrânea com aura foi mais elevada,
acometendo 52,2% dos universitários. As estudantes do sexo
feminino apresentaram uma prevalência de migrânea signifi-
cativamente maior do que os homens (79,4% contra 20,6%;
p. Conclusão: Os estudos sobre migrânea ainda são escas-
sos no país, porém a prevalência de migrânea encontrada
neste estudo foi superior a outros estudos epidemiológicos
brasileiros.
Palavras-chaves: Migrânea, Migrânea com aura,
Prevalência, Universitários
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
108 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PCE 24
COMPARAÇÃO DA ALODÍNIA CUTÂNEA EM PACIENTES
MIGRANOSOS COM E SEM AURA
Laís Sestari
1
, Carina Ferreira Pinheiro
1
,
Lidiane Lima Florencio
1
, Thais Cristina Chaves
1
,
Fabíola Dach
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
USP – Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto, SP)
Objetivos: O objetivo deste estudo foi comparar os níveis
de alodinia cutânea em pacientes migranosos com e sem aura
utilizando o questionário Allodynia Symptom Checklist (ASC-
12). Métodos: Participaram deste estudo 59 pacientes migra-
nosos, divididos em dois grupos: migrânea com aura (MCA,
n=29, 2 homens, 27 mulheres) , idade média de 40.78 anos
e migrânea sem aura (MSA, n=30, 6 homens, 24 mulheres),
idade média de 43.5 anos. O diagnóstico de migrânea se-
guiu os critérios da Classificação Internacional de Cefaleias,
realizado por um neurologista experiente. Todos responde-
ram ao questionário de alodínia ASC-12 – versão brasileira.
A análise estatística para comparação entre os grupos foi re-
alizada utilizando o teste t de student (p<0,05). Este estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o processo
n°1950/2010. Resultados: O grupo migrânea com aura
apresentou maior pontuação no questionário (7,96 pontos;
IC95% 6,27-9,66), sendo significativamente diferente em re-
lação ao grupo migrânea sem aura (5,37 pontos; IC95% 3,67-
7,05). Conclusão: A presença de aura na crise migranosa
parece estar relacionada com a exacerbação do processo de
sensibilização central, verificada pelo aumento de sintomas
de alodínia neste grupo de pacientes.
Palavras-chaves: Aura, Enxaqueca, Hipersensibilidade
PCE 25
CEFALEIA EM PACIENTES COM DISTROFIA MUSCULAR DE
DUCHENNE
Felipe Augusto Ferreira Siquelli*
1
, Lara Maria Pain Vilares*
1
,
Luíza Yamanaka Marin*
1
, Arnaldo José Godoy
1
Facisb – Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos
Dr. Paulo Prata (Barretos, SP)
Objetivos: Avaliar a frequência de cefaleias em pacientes
com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) e as suas carac-
terísticas. Métodos: Elaboramos um questionário sobre dor
de cabeça, incluindo as principais características da enxaqueca
e da cefaleia tensional e aplicamos em cinco pacientes com
Distrofia Muscular de Duchenne, de 6 a 16 anos de idade. Há
poucos meses implementamos um ambulatório exclusivo para
pacientes com distrofias musculares, em Barretos. Desde en-
tão, fomos procurados pelos pacientes incluídos nesse relato.
Resultados: Oitenta por cento dos pacientes referiram dor
de cabeça. Sessenta por cento descreveram uma dor unilate-
ral, com osmo, fono ou fotofobia, de moderada ou forte in-
tensidade, necessitando o uso de analgésicos com frequência.
Dificuldade para raciocinar durante o episódio doloroso e
comprometimento de outras atividades diárias comuns tam-
bém foram relatados. Conclusão: Pretendemos aplicar o
questionário para um número maior de pacientes com
Distrofia Muscular de Duchenne, mas nosso trabalho, desde
já, chama a atenção para condições patológicas encefálicas
tão frequentes na população em geral, como as cefaleias,
em pacientes com miopatias hereditárias. Enxaqueca ou
cefaleia tensional foram encontradas em 80 por cento dessas
crianças e adolescentes com DMD.
Palavras-chaves: Cefaleia; Duchenne; Distrofia muscular
PCE 26
MULHERES COM MIGRÂNEA CRÔNICA APRESENTAM
DIFERENTE DESEMPENHO E COMPORTAMENTO DOS
MÚSCULOS DO PESCOÇO DURANTE TESTE DE
FLEXÃO CRANIOCERVICAL
Lidiane Florencio
1
, Gabriela Ferreira Carvalho
1
,
Tenysson Will Lemos
1
, Marcelo Eduardo Bigal
3
,
César Fernández de las Peñas
2
, Anamaria Siriani de Oliveira
1
,
Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP
(Ribeirão Pretp, SP)
2
URJC - Universidad Rey Juan Carlos (Madrid, ES)
3
Tevapharm (Frazer, PA)
Objetivos: Comparar a atividade eletromiográfica dos mús-
culos do pescoço de mulheres com migrânea, migrânea crô-
nica e sem dor de cabeça durante o desempenho de uma
atividade de baixa carga de estabilização da coluna cervical.
Métodos: Foram avaliadas trinta e uma mulheres com
migrânea com ou sem aura (33 anos), 21 mulheres com
migrânea crônica (34 anos) e 31 mulheres sem dor de cabe-
ça (31 anos). O diagnóstico seguiu os critérios da terceira
edição da Classificação Internacional de Cefaleias. Foram
excluídas mulheres com idade menor que 18 ou maior que
55 anos, patologias cervicais diagnosticadas, história de
trauma no pescoço ou face, doenças sistêmicas que impos-
sibilitassem os testes. As voluntárias realizaram os cinco es-
tágios do teste de flexão crânio-cervical (TFCC) utilizando a
unidade pressórica de biofeedback (Stabilizer, Chattanooga
South Pacific; USA). A atividade dos músculos esternocleido-
mastoideo, escaleno anterior e do esplênio da cabeça fo-
ram analisadas pela eletromiografia de superfície utilizan-
do o Trigno TM Wireless System (Delsys Inc. Boston, MA) por
um avaliador cego. O sinal bruto foi processado
(Butterworth de 4ª ordem; passa banda 20-500Hz) e o Root
Mean Square (RMS) foi calculado no programa MATLAB.
Ainda, o sinal foi normalizado pelo RMS de uma contração
isométrica voluntária máxima. Os grupos foram compara-
dos pela ANOVA e o teste post-hoc de Bonferroni no pro-
grama SPSS 20.0 adotando um nível de significância de
0,05. Resultados: A atividade dos músculos flexores su-
perficiais e do esplênio aumentou em todos os grupos de
acordo com a progressão do TFCC conforme esperado
(p<0,001). A atividade do esplênio da cabeça foi maior
para o grupo migrânea crônica que para o grupo controle
(p<0.01) nos dois últimos estágios do TFCC, mas não hou-
ve diferença entre os grupos dos flexores superficiais. Con-
clusão: A migrânea na subforma crônica, não na episódica,
demonstra maior atividade do extensor que mulheres sem
dor de cabeça durante o TFCC.
Palavras-chaves: Transtornos migranosos, coluna cervical
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 109
PCE 27
REPERCUSSÃO DO PONTO GATILHO MIOFASCIAL NA
ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DO
ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO DE MULHERES COM MIGRÂNEA
Lidiane Florencio
1
, Gabriela Natalia Ferracini
1
,
Maria Palacios Ceña
2
, César Fernández de las Peñas
2
,
Thaís Cristina Chaves
1
, Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
USP (Ribeirão Preto, SP)
2
URJC – Universidad Rey Juan Carlos (Madrid, ES)
Objetivos: Verificar a influência do ponto gatilho na ativida-
de do esternocleidomastoideo de mulheres com migrânea du-
rante o teste de flexão craniocervical (TFCC). Métodos: Foram
avaliadas 70 mulheres com migrânea, diagnosticadas segun-
do a Classificação Internacional de Cefaleia (2013), com mé-
dia de idade de 42,6(DP= 12) e média de frequência de 10,2
(DP=8,1) dias de cefaleia/mês. Foram incluídas mulheres com
idade entre 18 e 60 anos e excluídas as que apresentavam
outro diagnóstico de cefaleia, trauma na cabeça ou pescoço,
hérnia discal na região cervical ou outras doenças sistêmicas
que impossibilitassem os testes. As voluntárias realizaram o teste
de flexão craniocervical (TFCC), composto por cinco estágios
progressivos sustentados por 10s cada com o auxílio de unida-
de pressórica de biofeedback (Stabilizer, Chattanooga South
Pacific; USA). A eletromiografia de superfície do
esternocleidomastoideo foi adquirida pelo EMG16 (LISiN-OT
Bioelettronica, Turim, Itália). Um par de eletrodos foi
posicionado no terço distal da porção esternal do esterno-
cleidomastoideo e o eletrodo de referência no punho direito. A
identificação dos pontos gatilho foi feita após o TFCC pela
palpação muscular bilateralmente por um examinador cego
de acordo com os critérios sugeridos por Simons et al.
7
O Root
Mean Square (RMS) do sinal processado (Butterworth 4ª ordem;
passa banda 20-400 Hz) foi calculado pelo MATLAB. Os dados
foram normalizados pelo RMS de 10s de sustentação da cabe-
ça. Os grupos foram comparados pela análise de variância
(ANOVA) e pelo posthoc Bonferroni utilizando o SPSS 20.0 e
adotando um nível de significância de 0,05. Resultados: A
atividade do esternocleidomastoideo foi significantemente
menor para as mulheres migranosas com ponto-gatilho (n=36)
quando comparadas às sem pontos-gatilho (n=34) durante do
desempenho do TFCC nos estágios de 24, 26, 28 e 30 mmHg
(p<0,002). Conclusão: A presença de pontos-gatilho ativo
no esternocleidomastoideo está associada a uma menor da
atividade elétrica desse músculo durante o TFCC.
Palavras-chaves: Transtornos migranosos, coluna cervical,
disfunção miofascial.
Referências: Instituição de fomento: FAPESP (processo 2014/13103-5)
PCE 28
MIGRÂNEA ESTÁ RELACIONADA COM PREJUÍZO DA
CAPACIDADE MOTORA DOS MÚSCULOS CERVICAIS
Lidiane Florencio
1
, Gabriella de Almeida Tolentino
1
,
Ana Paula Carnevalli
1
, Fabíola Dach
1
,
Débora Bevilaqua Grossi
1
1
FMRP-USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP
(Ribeirão Preto, USP)
Objetivos: Comparar a força dos músculos cervicais duran-
te a contração isométrica voluntária máxima de mulheres com
migrânea episódica, migrânea crônica e sem dor de cabeça.
Métodos: Foram incluídas 31 com migrânea episódica, mé-
dia de idade de 33 anos (DP:11,0), média de 5,9 dias de
cefaleia por mês (DP: 3,7); 31 com migrânea crônica, com
média de idade de 34 anos (DP:9,8) e 20.4 dias de cefaleia
por mês (DP:6,7) e 31 mulheres sem cefaleia com média de
idade de 31 (DP: 9,0). A força de flexão, extensão e inclinação
lateral bilateral foi mensurada por um sistema customizado
utilizando um dinamômetro manual (Lafayette Instrument
Company, Lafayette, Indiana, EUA) por um examinador cego.
Tanto o aparelho quanto o indivíduo foram estabilizados por
faixas não elásticas. Para cada direção, foram realizadas três
repetições de 3s intervaladas de 15s entre elas e 2min entre
as diferentes direções. A força em Kgf foi transformada em N
e normalizada pela massa corporal do voluntário. A compa-
ração do pico de força foi feita pela ANOVA e pelo post hoc
Bonferroni com um nível de significância de 0,05. Resulta-
dos: O grupo migrânea crônica apresentou menor força dos
extensores da coluna cervical (12,7N/kg) em comparação ao
grupo com migrânea episódica (16,4N/kg) e ao grupo con-
trole (17,1 N/kg) (p<0.05). Além disso, os pacientes com
migrânea crônica levaram maior tempo para atingir o pico
de força na flexão (2,4s) em relação ao grupo controle (1,9s),
e na inclinação lateral esquerda (2,8) em relação aos outros
dois grupos (controle: 2,4; migrânea episódica: 2,3; p<0,05).
Conclusão: Pacientes com migrânea crônica apresentam di-
minuição de força dos músculos extensores da coluna cervical,
além de mais tempo para atingir o pico de força em flexão e
inclinação lateral esquerda.
Palavras-chaves: transtornos migranosos, coluna cervical,
força muscular
Referência: Instituição de fomento: FAPESP (processo 2012/22245-2)
PCE 29
CEFALEIA TRIGÊMINO-AUTONONÔMICA SECUNDÁRIA A
VASCULITE POR POLICONDRITE RECIDIVANTE
Lucas Ravagnani Silva
1
, Fabiano de Melo
1
, Jorge Alberto
Martins Pentiado Junior
1
, Roberto Satler Cetlin
1
,
Fabíola Dack
1
1
FMRP-USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(Ribeirão Preto, SP)
Objetivos: Cefaleias Trigêmino-autononômicas (CTA) são um
grupo de cefaleias caracterizadas por ataques de dor unilate-
ral, retro-orbitária e/ou frontal/temporal, associada a sinais/
sintomas autonômicos craniofaciais ipsilaterais à dor. Pode-
se classificá-las em primárias e secundárias, porém, neste gru-
po, a relação causal entre a lesão subjacente e a cefaleia é
difícil de se determinar na maioria dos casos. O caso descrito
é de uma CTA secundária à vasculite sistêmica, com padrão
salvas-símile. Métodos: Realizou-se coleta de dados e obte-
ve-se acesso aos exames de imagem e laboratoriais em pron-
tuário eletrônico. Resultados: Paciente de 44 anos, sexo fe-
minino, negra, dois meses após Acidente Vascular Cerebral
isquêmico carotídeo, iniciou quadro de cefaleia em regiões
orbitária, supraorbitária e temporal à esquerda, de forte in-
tensidade (10/10), associada a hiperemia conjuntival,
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
110 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
lacrimejamento, rinorreia e obstrução nasal ipsilaterais à dor,
com duração de 30 a 120 minutos, diária, sem resposta à
oxigenioterapia e com melhora parcial ao cetoprofeno
endovenoso. Iniciado verapamil e terapia de transição com
prednisona, sem melhora do quadro. Optou-se por topiramato
(TPM) até a dose de 175 mg/dia com controle total dos sinto-
mas durante um ano, sendo suspensa a medicação. Em in-
vestigação, foi feito o diagnóstico de Vasculite Sistêmica se-
cundária a Policondrite Recidivante. Dez meses depois, a pa-
ciente retornou queixando-se de cefaleia com as mesmas ca-
racterísticas descritas acima, além do surgimento de ptose
palpebral, proptose e midríase (todos à esquerda), somados
a diplopia binocular vertical. Reiniciado TPM com resolução
do quadro álgico. Conclusão: Este relato visa alertar quan-
to à importância de se identificar sinais e sintomas atípicos
para as CTA (p. ex. ausência de resposta à oxigenioterapia na
cefaleia sálvica, melhora com cetoprofeno, exoftalmia e
diplopia), a presença de uma etiologia identificável e, por
fim, descrever a policondrite recidivante como uma rara cau-
sa de CTA e sem relatos na literatura até o momento.
Palavras-chaves: Cefaleia Trigêmino-autonômica secun-
dária, Cefaleia em salvas símile, Policondrite Recidivante,
Vasculite Sistêmica
Referências: 1- The International Classification of Headache Disorders,
3rd edition. DOI:10.1177/0333102413485658
2- Edvardsson. Symptomatic cluster headache: a review of 63 cases.
SpringerPlus 2014, 3:64
PCE 30
SÍNDROME DE SUNA DESENCADEADA POR MENINGITE
VIRAL AGUDA
Marcella Segato de Sousa Melo
1
, Fílippe da Cruz Machado
Teixeira
1
, Edson de Sousa Marquez
1
, Matheus Diego Oliveira
Pinheiro
1
, Samher Mariano Damach
1
, Vivian de Souza
Lemos
1
, Walter Bruce Fonseca II
1
, Zaila Caroline Saretta
1
1
UNIUBE – Universidade de Uberaba (Uberaba-MG)
Objetivos: A Síndrome de SUNA se apresenta como uma
condição rara. Este trabalho é um relato de caso de Síndrome
SUNA associada a meningite viral aguda. Métodos: Trata-
se de uma paciente de 54 anos que apresentou há 8 anos um
quadro agudo caracterizado por febre, cefaleia holocraniana
intensa, acompanhada de disartria, afasia, confusão mental,
perda de memória recente e sinais de irritação meníngea. Com
a investigação foi diagnosticada com meningite viral, apre-
sentando melhora do quadro infeccioso em 6 dias. Após a
internação iniciou acompanhamento ambulatorial devido a
episódios recorrentes de cefaleia lancinante em região tem-
poral esquerda, paroxística, de forte intensidade, com dura-
ção de 2 a 5 minutos, com mais de 5 episódios por dia , ocor-
rendo em dois ou mais dias no mês. Acompanhadas de verti-
gem, fotofobia, fonofobia, sudorese fria em face e mãos, sen-
sação de “ouvido cheio'' e turvação visual. Não apresentan-
do aura, náuseas, vômitos, lacrimejo, hiperemia conjuntival,
edema de pálpebra e ptose. A Tomografia de encéfalo e os
exames laboratoriais se mostraram sem alterações. Resulta-
dos: A paciente em questão se enquadra nos critérios de
SUNA, sendo uma cefaleia de curta duração, unilateral,
neuralgiforme associada a ausência de hiperemia conjuntival
ou lacrimejo - de acordo com a Classificação Internacional
de cefaleias. Há relação temporal entre a meningite e o ime-
diato desenvolvimento da Síndrome SUNA, ficando bem evi-
dente a possível relação causal para os mecanismos de de-
senvolvimento da dor. Conclusão: A cefaleia, no âmbito da
fase aguda de uma meningite é muito frequente, porém não
é comumente descrita como uma possível complicação a lon-
go prazo de uma infecção meníngea. Não há essa relação
frequente na literatura, embora seja uma entidade nosológica
mencionada na Classificação Internacional de Cefaleias, le-
vando-nos a concluir que mais estudos devem ser realizados
a fim de compreender melhor esta doença.
Palavras-chaves: Cefaleia, meningite viral, SUNA
PCE 31
PSEUDOTUMOR ORBITARIO REFRATÁRIO AO TRATAMENTO
Fernanda Herculano
1
, Leonardo Modenezi
1
,
Maria Graziella Cavaliere
1
, Mayara Teles
1
, Cecilia Vidal
1
,
Jano Souza
1
, Pedro Moreira
1
, Luiz Felipe Pagliarini
1
,
Ana Carolina Andorinho
1
, Aline Ferrari
1
1
UFF – Universidade Federal Fluminense (Niteroi, RJ)
Objetivos: Relatar o caso clínico de uma paciente com
pseudotumor orbitário de difícil tratamento e aventar a hipó-
tese de uso da varfarina para controle clínico. Métodos: Foi
acompanhada uma paciente feminina, 43 anos, em nível
ambulatorial e hospitalar por três anos, para tratamento de
pseudotumor orbitário. Sintomas se iniciaram em 2013 com
diplopia, cefaleia holocraniana de forte intensidade e náuse-
as. RNM de crânio evidenciou realce do tecido adjacente a
musculatura do globo ocular direito. Foram feitos exames
laboratoriais para excluir outras causas. Foi então iniciado
tratamento com prednisona em altas doses com boa respos-
ta inicial. Em 2015, foi necessário uso de azatioprina 250mg/
dia devido retorno dos sintomas iniciais acrescidos de ptose
palpebral à direita e como uma opção para poupar corticoide.
Como efeito colateral do uso crônico de corticoides, a paci-
ente evoluiu com diabetes de difícil controle, a despeito do
acompanhamento intensivo da endocrinologia com ajuste
insulinico. Resultados: Atualmente a paciente encontra-se em
terapia de manutenção com 15mg/dia de prednisona, po-
rém ainda apresenta-se sintomática. Aventamos a possibili-
dade de iniciar o uso de varfarina para controle da cefaleia
causada pelo pseudotumor orbitario. Em um relato de caso
Souza et. al. observaram a remissão de uma cefaleia em sal-
vas refrataria ao tratamento após a administração de varfarina
devido a episódio de trombose venosa profunda. Conclu-
são: Apesar da resposta dramática do pseudotumor orbitario
a corticoterapia, os efeitos colaterais de seu uso a longo pra-
zo podem não ser tolerados pelo paciente. Faz-se então ne-
cessário a busca por novas terapias a fim de proporcionar
melhor tratamento clínico da doença.
Palavras-chaves: Pseudotumor orbitário, tratamento re-
fratário
Referências: 1.Souza, Jano Alves de, et al. "Remission of refractory
chronic cluster headache after warfarin administrations: case report."
Arquivos de neuro-psiquiatria 62.4 (2004): 1090-1091
2.Szabo, B. I. A. N. C. A., et al. "Idiopathic orbital inflammatory
pseudotumor: case report and review of the literature." Rom J Morphol
Embryol 52.3 (2011): 927-930
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 111
PCE 32
ASSOCIAÇÃO ENTRE A FREQUÊNCIA DE CRISES DE MIGRÂNEA
COM A SEVERIDADE DA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Mariana Tedeschi Benatto
1
, Lidiane Lima Florencio
1
,
Gabriela Ferreira Carvalho
1
, Marcela Mendes Bragatto
1
,
Samuel Straceri Lodovichi
1
, Fabiola Dach
1
,
Thais Cristina Chaves
1
, Débora Bevilaqua-Grossi
1
1
FMRP-USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP)
Objetivos: Investigar associações entre a frequência de cri-
ses de migrânea com a severidade da disfunção temporo-
mandibular (DTM). Métodos: O estudo foi composto por 31
pacientes com migrânea episódica (ME, média de idade: 33
anos e DP: 11), 21 pacientes com migrânea cônica (MC, mé-
dia de idade: 35 anos e DP: 10) e 32 controles (GC, média de
idade: 31 anos e DP: 9). Os participantes com migrânea fo-
ram diagnosticados por um neurologista experiente de acor-
do com a Classificação Internacional de Cefaleias, 2ª ed. Para
aqueles com DTM, a severidade dos sinais e sintomas foram
avaliados de acordo com o índice de Fonseca. Os mesmos
foram classificados em: sem DTM (0-15 pontos), DTM leve
(20-40 pontos), DTM moderada (45-60 pontos) e DTM severa
(70-100 pontos). Resultados: A média da frequência de cri-
ses de migrânea para o grupo ME foi de 5.9/mês (DP: 3,7), já
para o grupo de MC foi de 20.7 (DP: 6,2). Migranosos
episódicos apresentaram porcentagens de 34%, 31% e 9% para
DTM leve, moderada e severa, respectivamente. Por sua vez,
as porcentagens para os migranosos crônicos foram de 19%,
48% e 33%. Já para os controles os valores foram de 29%, 6%
e 10%. Sendo assim, foi possível observar que indivíduos com
migrânea, episódica e crônica apresentam maior propensão
a ter DTM, em qualquer grau de severidade, do que os con-
troles. Todavia, pacientes com MC apresentam maior severi-
dade do que episódicos (ME: 9% e MC: 33%) além de um
risco aumentado para as manifestações mais severas de DTM
do que controles (OR: 3,31) e tal associação não foi observa-
da para o grupo ME. Conclusão: Os dados permitem con-
cluir que a severidade da DTM está associada à frequência
das crises de migrânea.
Palavras-chaves: Migrânea, Disfunção temporomandibular,
Severidade
PCE 33
MIGRÂNEA E DISTÚRBIOS DO SONO: ASPECTOS
RELACIONADOS
Mauro Eduardo Jurno
1
, Sarah Oliveira Rocha
1
, Daniela
Guimarães Franco
1
, Marcela Malta de Lima Barra
1
, Tulio
Marcus Ribeiro Bellard
2
, Fellipe Cardoso Camargos
1
1
FAME/Funjobe – Faculdade de Medicina de Barbacena (MG)
2
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
(Belo Horizonte, MG )
Objetivos: A migrânea é uma doença multifatorial que apre-
senta fatores desencadeantes como o excesso ou a privação
do sono, portanto, essa relação tem sido recentemente alvo
de diversas análises de polissonografias. Estudos apontam
para uma correlação entre distúrbios do sono e cefaleia. Eles
sugerem uma via fisiopatológica comum, entretanto tal expli-
cação não é bem esclarecida. O que se sabe é que um supos-
to modelo poderia explicar a relação entre as duas doenças,
o qual confluiria para uma alteração estrutural nas vias
dopaminérgicas e nas vias serotoninérgica. O presente tra-
balho tem por objetivo fazer uma comparação entre grupos
equivalentes de migranosos e não migranosos em relação
aos resultados obtidos no exame de polissonografia. Méto-
dos: Trata-se de um estudo comparativo entre grupos, reali-
zado em uma Clínica de polissonografia, avaliou-se os resul-
tados dos exames realizados e as relações entre migranosos
e não migranosos. O protocolo foi aprovado pelo CEP de
número 1.107.349. Os critérios de inclusão foram pacientes:
acima de 18 anos; com distúrbio do sono encaminhados a
esta clínica; que concordarem em participar do estudo atra-
vés do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi apli-
cado o teste Migraine-ID antecedendo a polissonografia. Os
Migraine-ID positivos formaram o primeiro grupo e respon-
deram perguntas baseadas na Classificação Internacional de
Cefaleias, caracterizando a migrânea. O outro grupo, foi com-
posto pelos Migraine-ID negativos pareados por conveniên-
cia. Resultados: A apneia foi encontrada em uma porcenta-
gem maior nos não migranosos. A eficiência do sono teve
maior índice entre os pacientes não migranosos. Os demais
resultados não mostraram diferenças significativas entre os
dois grupos. Conclusão: Não foi possível comprovar uma
relação direta entre migrânea e distúrbios do sono. No en-
tanto, é necessário incentivar pesquisas que busquem maior
esclarecimento sobre uma fisiopatologia capaz de associar o
sono com a migrânea, pois há um número considerável de
pacientes com as duas condições.
Palavras-chaves: Apneia, Epworth, Migranea, Polissonografia,
Sono
PCE 34
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA PREVALÊNCIA DE CEFALEIA EM
SALVAS EM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE DO
ESTADO DE MINAS GERAIS
Mauro Eduardo Jurno
1
, Carlos Eduardo Bordini
1
, Bárbara
Sousa Reis Pereira
1
, Felipe Antônio de Souza Fonseca
1
,
Gabriel Alves Teixeira
1
, Ludimila Queiroz Maffia
1
, Maria
Raquel Andrade Barros
1
, Vívian Camilo Figueiredo
1
1
FAME- Funjobe – Faculdade de Medicina de Barbacena (MG)
Objetivos: Determinar a prevalência da cefaleia em salvas
na população de um município de médio porte no estado de
Minas Gerais. Métodos: Este estudo observacional de corte
transversal tem como meta avaliar pacientes portadores de
cefaleia em salvas, através da realização de triagem e posteri-
or aplicação de questionários por 181 agentes de saúde, dis-
tribuídos em 28 postos pertencentes à Estratégia de Saúde da
Família (ESF's). Estas cobrem 67% da população do Município
de Barbacena (MG), que segundo o IBGE (2010), corresponde
a aproximadamente 126.284 habitantes. Por tratar-se de uma
pesquisa censitária, não foram adotadas técnicas de
amostragem. Após o treinamento dos agentes de saúde, atra-
vés de palestra explanatória sobre a cefaleia em salvas, listas
de triagem foram entregues para contabilização do número
de pessoas entrevistadas em cada residência. Diante de um
paciente com cefaleia e presença de lacrimejamento, um ques-
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
112 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
tionário também foi aplicado pelos agentes em suas visitas
mensais nos locais. Posteriormente, os questionários aplicados
foram avaliados pelo neurologista responsável pelo projeto,
com o objetivo de identificar possíveis portadores de cefaleia
em salvas. Esses pacientes selecionados foram convidados para
consulta com o especialista para diagnóstico ou exclusão da
patologia em questão. Para definição de cefaleia em salvas,
utilizamos os critérios estabelecidos pela 3ª edição da Classifi-
cação Internacional de Cefaleias. Resultados: O questioná-
rio de triagem foi aplicado por 28 ESF´s, perfazendo um total
de 36.145 habitantes, que corresponde a 42,72% da popula-
ção coberta pelo Sistema Único de Saúde. Foram diagnostica-
dos 13 pacientes, que correspondem a uma prevalência de
0,036%. Conclusão: A cobertura de 100% da meta não foi
possível em virtude da dificuldade prática deste estudo
epidemiológico, que exige a obtenção de recursos financeiros,
infraestrutura adequada e motivação dos agentes de saúde.
Palavras-chaves: Cefaleia em salvas, Estudo epidemio-
lógico, Estratégia de Saúde da Família, Prevalência, Sinto-
mas autonômicos
Referências: Headache Classification Committee of the International
Headache Society (IHS). The international classification of headache
disorders, 3rd edition (beta version). Cephalalgia. 2013; 33(9):40-45.
PCE 35
PREVALÊNCIA DOS SINTOMAS DE
DISFUNÇÃOTEMPOROMANDIBULAR EM PACIENTES
MIGRANOSOS
Mauro Eduardo Jurno
1
, Caroline Moreira de Oliveira
1
,
Luiza Almeida Brandão
1
, Mayara Sol Miranda
1
,
Paulo Henrique Marcelino Amaral
1
,
Verônica Fontoura Ribeiro e Lima
1
1
FAME - Faculdade de Medicina de Barbacena
Objetivos: Introdução: A migrânea é um distúrbio comum
de cefaleia primária, caracterizada por dores de cabeça re-
correntes com sintomas gastrointestinais, neurológicos e au-
tônomos associados. A disfunção temporomandibular (DTM)
é uma condição clínica envolvendo a articulação temporo-
mandibular (ATM), os músculos mastigatórios, e estruturas
associadas. Caracteriza-se pela presença de cefaleia, crepi-
tações na ATM, limitações dos movimentos mandibulares e
desvio da mesma estrutura, aumento da sensibilidade e dor
nos músculos mastigatórios da cabeça e do pescoço. Estudos
recentes apontam a presença de DTM em mais de 50% da
população migranosa. Objetivo: Identificar, usando uma
abordagem multidisciplinar, a prevalência de sintomas de
DTM em pacientes migranosos em relação aos pacientes sem
migrânea. Métodos: Foi conduzido um estudo clínico de cor-
te transversal em que a presença e a frequência de sintomas
de DTM em indivíduos com migrânea (n=150) e sem migrânea
(n=150) foi comparada por meio da aplicação do questio-
nário da AAOP. Resultados: Foram estatisticamente signifi-
cativos, mostrando uma prevalência maior de sintomas de
DTM no grupo dos migranosos. Conclusão: Os sintomas mais
prevalentes nos pacientes enxaquecosos foram dor orofacial
e distúrbios extra capsulares de ATM como dor na região tem-
poral e presença de crepitações articulares.
Palavras-chaves: Cefaleia, Transtornos da ATM, Dor
orofacial
PCE 36
HEADACHE AS THE SOLE MANIFESTATION OF
A BRAIN ABSCESS
Paulo Sergio Faro Santos
1
, Pedro André Kowacs
1
1
INC – Instituto de Neurologia de Curitiba (PR)
Objectives: Describe the case of a patient with single complaint
of headache which was secondary to brain abscess. Methods:
Case report A 26-year-old male complained one day before
of frontal severe headache associated nausea, photophobia
and blurred vision. Two weeks before he had presented gingivitis.
His neurological exam was normal. Magnetic resonance
imaging (MRI) revealed a right frontal lobe ring enhancing
lesion associated with edema and mass effect, whose MRI
features were compatible with brain abscess (figure). Diagnosis
was confirmed through a diagnostic and therapeutic stereotaxic
aspiration of the abscess content. Patient underwent therapy
with intravenous ceftriaxone, metronidazole and vancomycin
during 6 weeks. Nowadays the patient is asymptomatic, no
neurological deficits. Results: Discussion: Brain abscess is a
severe infectious condition. It's most common in male and
occured mainly in the first two decades of life. Usually there
are history of underlying disease, e.g. gengivitis, like our patient.
The MRI showed a lesion with characteristcs of the third stage
(early capsule formation) of brain abscess, suggesting its
formation for about 11-14 days before. Besides headache,
brain abscesses usually present with altered mental status, fever,
focal motor deficits and seizures among other symptoms.
However it has already been described a case of brain abscess
causing only headache. Conclusion: Physicians should
suspect of brain abscess for patients with previous infections
presenting with headaches, even in case of a normal
neurological examination.
Palavras-chaves: Brain abscess, Headache, Neuroimage
PCE 37
NEURALGIA SUPRAORBITAL COMO MANIFESTAÇÃO ISOLADA
DE HIPOTENSÃO LIQUÓRICA
Paulo Sergio Faro Santos
1
, Pedro André Kowacs
1
1
INC - Instituto de Neurologia de Curitiba (PR)
Objetivos: Descrever o caso de uma paciente com neural-
gia supraorbital como manifestação isolada de hipotensão
liquórica. Métodos: Relato de caso. Mulher, 30 anos, his-
tória prévia de migrânea com aura, submetida a raqui-
anestesia para procedimento estético abdominal, evoluiu 2
dias após com dor em choque na região supraorbital do olho
direito, de forte intensidade, com duração de segundos, ocor-
rendo diversas vezes ao dia, com piora em ortostase e melho-
ra em decúbito. Ao exame, apenas reprodução da dor à
palpação do nervo supraorbital direito. Exames de neuro-
imagem sem alterações. Realizado inicialmente dois bloque-
ios anestésicos do nervo supraorbital, num intervalo de 1 se-
mana, com desaparecimento transitório da dor. Em seguida,
tentado tratamento conservador medicamentoso, sem suces-
so. Então, foram realizados dois tampões sanguíneos epidu-
rais, havendo melhora completa do quadro após o 2º proce-
dimento. Resultados: Discussão. A hipotensão liquórica é
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 113
uma complicação possível após raquianestesia, sendo a
cefaleia um dos principais sintomas secundários a esta condi-
ção. Geralmente a cefaleia é occipital, associada a cervi-
calgia, náuseas e tinnitus, que ocorrem por tracionamento dos
nervos cervicais altos e de outros nervos cranianos, tendo como
característica principal o padrão ortostático. Embora a dor
referida pela paciente tenha sido estritamente localizada, a
característica postural e a história de raquianestesia que su-
geriram o diagnóstico e direcionaram a conduta. Como os
bloqueios anestésicos e as medicações endovenosas não fo-
ram eficazes, optou-se por fazer o tamponamento sanguíneo
epidural. O desaparecimento da queixa corrobora a suspeita
diagnóstica. Conclusão: Até o momento a associação de
neuralgia supraorbital e hipotensão liquórica não havia sido
descrita. Isto reforça a diversidade de manifestações doloro-
sas secundárias à redução da pressão intracraniana.
Palavras-chaves: Hipotensão liquórica, Neuralgia
supraorbital
PCE 38
CEFALEIA ATRIBUÍDA À DISTONIA CRÂNIO-CERVICAL
Marcos Eugênio Ramalho Bezerra
1
, Domingos Savio Rego
Lins Junior
1
, Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
1,2
1
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (Recife, PE)
2
UPE - Universidade de Pernambuco (Recife, PE)
Objetivos: Estudar a prevalência, características e impacto
da cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical em pacientes
com distonia cervical recebendo tratamento com toxina
botulínica. Métodos: Este é um estudo de coorte prospectivo.
Vinte e quatro pacientes com distonia cervical, atendidos con-
secutivamente no Hospital das Clínicas da Universidade Fe-
deral de Pernambuco foram seguidos por quatro meses. Estes
pacientes foram avaliados em três momentos quanto às ca-
racterísticas clínicas da distonia e cefaleia, e através de ques-
tionários padronizados: questionário semiestruturado,
Headache Impact Test-6 (HIT-6) e Toronto Western Spasmodic
Torticollis Rating Scale (TWSTRS). As cefaleias foram classifica-
das de acordo com a terceira edição da Classificação Inter-
nacional de Cefaleias. Resultados: Dezenove (79%) pacien-
tes tiveram dor associada à distonia cervical; 18 (75%), cefa-
leias. A prevalência da cefaleia atribuída à distonia crânio-
cervical foi de 29%. Pacientes com esta cefaleia tiveram esco-
res de dor (TWSTRS) significativamente piores dos que os com
outros tipos de cefaleia (Kruskal-Wallis; p = 0,01) e dos que
os que não tinham cefaleia (Kruskal-Wallis; p = 0,03). Os com
cefaleia atribuída à distonia crânio-cervical apresentaram sig-
nificativamente mais incapacidade pela distonia (TWSTRS) do
que os sem cefaleia (Kruskal-Wallis; p = 0,02), sendo os úni-
cos a apresentar redução no impacto das cefaleias (HIT-6)
junto com a melhora da distonia durante o acompanhamento
((MANOVA; p<0,05). Conclusão: A cefaleia atribuída à
distonia crânio-cervical tem prevalência alta e tem um im-
pacto negativo na vida dos pacientes com distonia.
Palavras-chaves: Cefaleia, Distonia, Impacto
PCE 39
REGISTRO DAS ORIENTAÇÕES SOBRE TABAGISMO E USO DE
ESTRÓGENOS A PACIENTES COM MIGRÂNEA COM AURA,
NO AMBULATÓRIO DE CEFALEIA DO HCPA
Leonardo Augusto Carbonera
1
, Ana Cláudia de Souza
1
,
Renata Gomes Londero
1
1
HCPA – Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS)
Objetivos: Identificar em nosso serviço o fornecimento de ori-
entações à paciente com migrânea com aura pelo médico as-
sistente em relação ao uso de método anticoncepcional (MAC)
que não contenha estrógenos e à cessação do tabagismo.
Métodos: Revisão de dados de prontuário. Foram incluídas
30 pacientes do sexo feminino, em idade fértil, com diagnósti-
co firmado de migrânea com aura, atendidas no Ambulatório
de Cefaleia de um hospital-escola de referência no estado do
Rio Grande do Sul (HCPA). Resultados: O registro do MAC
utilizado constava em 21 de 30 prontuários. A informação so-
bre tabagismo constava em nove; duas mulheres eram
tabagistas. Não há registro sobre orientação da importância
da abstinência do tabaco. Oito pacientes utilizavam anticon-
cepcional oral com estrógeno, e seis foram orientadas a trocar
o método. Três pacientes fizeram a mudança para anticoncep-
cional oral com progestágeno isolado, duas para método de
barreira e uma permaneceu utilizando anticoncepcional com
estrógeno. O tempo médio de acompanhamento ambulatorial
até que fosse registrado o MAC em uso pela paciente foi de
45,3 meses (máximo de 154 meses; cinco pacientes tiveram o
registro efetuado na primeira consulta). Em relação às pacien-
tes orientadas a trocar o método contraceptivo, o tempo mé-
dio até a primeira orientação foi de 54,3 meses (mínimo de 13
meses, máximo de 122 meses). Conclusão: Embora a orien-
tação de que pacientes com migranea com aura (e, com mais
gravidade, se fumantes) não devam fazer uso de anticoncepci-
onal que contenha estrógeno já conste nas orientações da
FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Gineco-
logia e Obstetrícia) e da ACOG (American College of
Obstetricians and Gynecologists) desde 2010 e 2006, respecti-
vamente, devido ao aumento de risco da ocorrência de even-
tos cerebrovasculares isquêmicos, ela ainda não alcança to-
das as pacientes. O presente estudo visa reforçar a importân-
cia da orientação às pacientes por seus os médicos, em especi-
al neurologistas, médicos de família e ginecologistas.
Palavras-chaves: Migrânea, estrógenos, anticoncepção, ta-
bagismo
PCE 40
HEADACHE AS A FIRST MANIFESTATION OF
NEUROSARCOIDOSIS: A CASE REPORT.
Brunna de Bem Jaeger
1
, Thaise Fellini Dal Moro
1
,
Roger Vicente Zanandrea
1
, Pedro Abrahim Cherubini
1
,
Carlos Eduardo Alves Batista
1
, Leonardo Cordenonzi Pedroso
de Albuquerque
1
, Renata Gomes Londero
1
1
HCPA – Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS)
Objectives: Sarcoidosis is a multisystem granulomatous
disorder of unknown aetiology. Initial symptoms include
neurologic problems in less than 10 percent of cases. Our
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
114 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
objective is to describe the report of a patient with
neurosarcoidosis presented with headache and multiple
mononeuropathy. Methods: Case Report: A 40-year-old
woman developed a new daily persistent headache, frontal,
severe, varying from pulsating to pressing, with photophobia,
tingling in the right upper face, with neither phonophobia nor
nausea thirty days before ask for medical attention. The
neurological examination showed infra nuclear paralysis of the
left facial nerve, right eye mydriasis with reduced photoreaction,
sensory loss in right V1 distribution, and tongue deviation
toward the right side. Results: Magnetic Resonance Imaging
of the brain showed enhancement of the intracanalicular
portion of facial nerve after gadolinium injection.
Cerebrospinal fluid analysis showed 5 white blood cells/μL,
total protein 38 mg/dL, glucose 46 mg/dL. The blood count
showed lymphopenia. Chest tomography identified enlarged
lymph nodes in the supraclavicular, mediastinal, symmetrical
and bilateral hilar regions. The abdominal computerized
tomography presented an increase in lymph nodes in the
hepatic hilum as well as other smaller nodes in the gastro-
heptatic ligament. A biopsy of the the right paratracheal lymph
node was performed. Immunohistochemistry revealed
noncaseating epithelioid cell granulomas. Considering the
probable neurosarcoidosis diagnosis, corticosteroid therapy
was recommended. There was a complete remission of
symptoms, including headache, after 3 months of treatment.
Conclusion: Headaches attributed to neurosarcoidosis have
no typical characteristics and may present themselves in many
different forms. The headache of this patient had a temporal
relation to neurosarcoidosis which was resolved after treatment.
Palavras-chaves: Headache, sarcoidosis, cranial nerve palsy,
biopsy, Immunohistochemistry
PCE 41
PRESENÇA DE PONTOS GATILHO MIOFASCIAIS NOS
MÚSCULOS DO PESCOÇO EM MULHERES COM MIGRÂNEA
Samuel Straceri Lodovichi
1
, Marcela Mendes Bragatto
1
,
Mariana Tedeschi Benatto
1
, Lidiane Lima Florêncio
1
,
Gabriela Ferreira Carvalho
1
, Ana Izabela Sobral de
Oliveira
1
, Fabiola Dach
1
, César Fernández De-Las-Peñas
2
,
Anamaria Siriani de Oliveira
1
, Debora Bevilaqua-Grossi
1
1
FMRP-USP – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP
(Ribeirão Preto, SP)
2
URJC – Universidad Rey Juan Carlos (Madrid, Espanha)
Objetivos: Comparar a presença de Pontos-Gatilho (PG) nos
músculos cervicais entre mulheres com migrânea, migrânea
crônica e sem cefaleia. Métodos: Foram avaliadas 22 mu-
lheres do grupo sem cefaleia (média de idade: 32; DP: 9,0);
21 grupo migrânea (média de idade=34; DP=11,8) média
de 5 dias de cefaleia por mês e 17 do grupo migrânea crô-
nica (média de idade=34; DP=10,2) média de 22 dias de
cefaleia/mês. O diagnóstico de migrânea foi realizado por
neurologistas experientes de um serviço terciário seguindo a
terceira edição da Classificação Internacional de Cefaleias.
A palpação dos músculos esternocleidomastoideo, escaleno
anterior, esplênio da cabeça e trapézio superior para a iden-
tificação de PG foi realizada por um fisioterapeuta experien-
te e cego quanto ao diagnóstico da cefaleia. As frequências
de PG para cada grupo em geral e separado por músculo
foram comparadas pelo χ² utilizando o software SPSS 20.0,
com nível de significância de 0.05. Resultados: A
prevalência de pelo menos um PG na musculatura cervical
foi 86% no grupo migrânea crônica, 82% no grupo migrânea
episódica e 55% no grupo sem cefaleia (p=0,04). O trapézio
superior foi quem apresentou mais PG tanto do lado direito
(36% do grupo sem cefaleia; 67% do grupo migrânea e 59%
do grupo migrânea crônica) quanto do lado esquerdo (23%
do grupo sem cefaleia; 52% do grupo migrânea e 35% do
grupo migrânea crônica), com diferença na proporção de
presença de PG entre os grupos apenas para o músculo
esternocleidomastoideo esquerdo (p=0,02). Conclusão:
mulheres com migrânea, independente da frequência, apre-
sentaram maior frequência de PG na musculatura cervical
que mulheres sem cefaleia. O músculo com maior frequência
de PG em todos os grupos foi o trapézio superior. Mulheres
migranosas apresentaram mais PG no esternocleidomas-
toideo que mulheres sem cefaleia.
Palavras-chaves: Migrânea, cervical, pontos-gatilho
PCE 42
ASSOCIAÇÃO ENTRE TROMBOSE VENOSA CEREBRAL E
MASTOIDITE: RELATO DE CASO
Wellington Gondim de Oliveira
1
, Ana Helena Gomes de
Barros Murgolo
2,1
, Dheybson Markes Batista de Sousa
2,1
,
Karine Queiroz Vieira
2,1
, Sílvia de Araújo Rezende
2,1
,
Simone Kitamura Moura
2,1
, Thayane Cabral Lopes
2,1
1
HGP – Hospital Geral de Palmas (Palmas, TO)
2
Unirg – Centro Universitário UNIRG (Gurupi, TO)
3
ITPAC - Porto – Instituto Tocantinense Presidente Antônio
Carlos (Porto Nacional, TO)
4
UFT – Universidade Federal do Tocantins (Palmas, TO)
Objetivos: Relatar o caso de um paciente de 70 anos de
idade, sexo masculino, admitido no serviço de Neurologia
do Hospital Geral de Palmas, que desenvolveu Trombose Ve-
nosa Cerebral (TVC), após quadro de mastoidite. Métodos:
Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, através do qual
foram analisados fatores de risco, quadro clínico e exames
de imagem para TVC. Resultados: Diagnóstico de TVC em
paciente com quadro de cefaleia crônica, que teve início após
episódio de mastoidite à esquerda confirmada por tomografia
computadorizada (TC) de crânio. Apesar da tomografia
computadorizada do crânio não ter visualizado trombos, a
suspeita de TVC foi confirmada após angioressonância mag-
nética do encéfalo, que detectou falha de enchimento de seio
venoso transversal esquerdo. O paciente apresentou melhora
sintomática após anticoagulação, porém houve recidiva do
quadro após suspensão do anticoagulante oral após trata-
mento com este por quatro meses. Conclusão: A TVC é uma
doença cerebrovascular rara, potencialmente fatal, que pos-
sui um difícil diagnóstico, uma vez que apresenta manifesta-
ções clínicas variáveis e inespecíficas. Assim, não se deve des-
valorizar nenhum sinal clínico que possa ser suspeito, como
cefaleia, difusa ou localizada, que é o sintoma mais frequen-
te na TVC, e o único sintoma encontrado no paciente
supracitado. O quadro de TVC pode ser acompanhado de
hipertensão intracraniana, déficits neurológicos focais,
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 115
papiledema, diplopia, turvação visual, convulsões ou altera-
ções do estado de consciência. A etiologia da trombose pode
ser infecciosa ou não, e apesar de a etiologia séptica não ser
a mais prevalente foi a principal hipótese no caso descrito,
uma vez que foi precedida por uma mastoidite homolateral,
sugerindo acometimento por contiguidade. Muitas vezes os
achados de imagem não são tão claros em pacientes com
TVC, sendo que se deve sempre ter em mente esta hipótese
diagnóstica, permitindo a instituição do tratamento em uma
fase precoce, reduzindo a morbimortalidade da doença.
Palavras-chaves: Trombose venosa cerebral, mastoidite,
cefaléia, paralisia facial periferica
PCE 43
REVISÃO SISTEMÁTICA DA ASSOCIAÇÃO DE ENXAQUECA E
SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS
Rafael Donadel
1
, Rodrigo Diniz
1
, Jeshuah Milanez
1
,
Mariana Mongão
1
, Caroline Spessotto
2
, Sonia Castedo Paz
2
,
Yara Fragoso
2
1
L.N.Nc - UNIMES – Liga de Neurologia & Neurociências
UNIMES (Santos, SP)
2
UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos (Santos, SP)
Objetivos: Síndrome das pernas inquietas é uma condição
associada a uma grande variedade de doenças, inclusive
com relatos de associação com enxaqueca. Outras cefaleias
primárias também foram descritas em associação com a
síndrome das pernas inquietas, porém é com a enxaqueca
que os estudos se concentram e definem populações de ris-
co e propostas de abordagem terapêutica. A presente revi-
são sistemática teve o objetivo de avaliar o conhecimento
atual da associação entre enxaqueca e síndrome das pernas
inquietas. Métodos: Revisão sistemática rigorosa (PRISMA)
utilizando Pubmed, Medline, Scielo, LILACS e Google Scholar,
com os termos de busca “migraine” AND “restless legs
syndrome” OR “restless”. Foram incluídos apenas trabalhos
com estas palavras ou expressões em inglês no título ou no
resumo. Resultados: Foram identificados 550 artigos pela
busca, dos quais 350 foram excluídos após avaliação do
título ou resumo. Após reunião do grupo para debate da
inclusão dos trabalhos, foram selecionados 62 artigos que
sistematicamente mostraram associação da síndrome das
pernas inquietas às cefaleias primárias (principalmente en-
xaqueca), em diversas faixas etárias. Conclusão: Investi-
gação da síndrome das pernas inquietas em pacientes com
enxaqueca pode melhorar a proposta de tratamento de
ambas as condições.
Palavras-chaves: Enxaqueca, migrânea, pernas inquietas.
PCE 44
USO EXCESSIVO DE ANALGÉSICOS PARA CONTROLE DAS
CRISES DE ENXAQUECA EM ALUNOS DA
FACULDADE DE MEDICINA
Bruna Orquiza
2
, Pedro Rosa
2
, Filipe Rocha
2
, Raissa Bueno
2
,
Thais Zonta
2
, Marina Pereira
1
, Yara Fragoso
1
1
UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos
2
L.N.Nc - UNIMES – Liga de Neurologia & Neurociências
UNIMES (Santos, SP)
Objetivos: Frequentemente perguntados sobre doenças e sin-
tomas por amigos e familiares, estudantes de medicina po-
dem ter um papel importante na orientação de tratamento
das cefaleias primárias. Caso os estudantes façam uso exces-
sivo de analgésicos e considerem este comportamento acei-
tável, poderão negativamente afetar a evolução da cefaleia
de outra pessoa que o procura por curiosidade. A proposta
do presente trabalho foi avaliar como os alunos da faculda-
de de medicina da Universidade Metropolitana de Santos
(UNIMES) tratam suas próprias crises de cefaleia. Métodos:
Questionário autoaplicável, objetivo e curto, respondido por
alunos que apresentavam cefaleia pelo menos uma vez por
mês. Dados da crise foram obtidos visando classificar o tipo
de cefaleia por suas características e dados de tratamento
foram espontaneamente citados pelos alunos. Resultados:
Foram avaliados 77 alunos (85.7% mulheres), tipicamente com
idade abaixo dos 25 anos (85.7%), e com duas a três crises de
dor de cabeça ao mês (65% dos participantes). Cerca de me-
tade destes estudantes (45%) tinham cefaleia que podia ser
classificada como enxaqueca, e 18% destes apresentavam
critérios de cronicidade da dor. Com relação ao tratamento,
12 alunos com enxaqueca evitavam uso de medicação, nove
usavam preferencialmente anti-inflamatórios e os demais uti-
lizavam analgésicos (tipicamente paracetamol, aspirina ou
dipirona), e/ou combinações (analgésicos, anti-inflamatóri-
os, ergotamina, triptano). De maneira geral, não houve abu-
so de medicações notável neste grupo de estudantes. Não
houve relação entre o ano do curso e o tipo de tratamento
feito para crises. Conclusão: Os estudantes de medicina da
UNIMES que participaram desta pesquisa, independente do
ano do curso, não faziam uso sistemático de excesso de anal-
gésicos ou outras drogas para tratamento de suas crises de
enxaqueca.
Palavras-chaves: Cefaleia, analgésicos
PCE 45
CORRELAÇÃO DE ENXAQUECA, ALEXITIMIA, ANSIEDADE,
DEPRESSÃO E AUTOESTIMA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
DA ÁREA DE SAÚDE
Bruna Orquiza
2
, Rafael Donadel
2
, Claudio Scorcine
1
, Acacio
Mattos
3
, Yara Fragoso
1
1
UNIMES - Universidade Metropolitana de Santos (SP)
2
L.N.Nc - UNIMES – Liga de Neurologia & Neurociências
UNIMES (Santos SP)
3
UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos (SP)
Objetivos: Enxaqueca é uma condição neurológica frequente,
que atinge indivíduos jovens e limita atividades pessoais, so-
ciais e profissionais. Comorbidades como distúrbios do hu-
mor, baixa autoestima, e a dificuldade de comunicar e com-
preender sua doença podem levar o paciente a um pior resul-
tado em seu desempenho pessoal e profissional. O presente
trabalho avaliou, utilizando instrumentos validados, a gravi-
dade da enxaqueca, presença de depressão, ansiedade,
alexitimia e alterações da autoestima em uma população de
estudandes universitários da área da saúde. Métodos: Fo-
ram entrevistados 101 alunos dos cursos de Medicina, Odon-
tologia e Enfermagem da Universidade Metropolitana de
Santos (UNIMES), através de um questionário auto preenchível
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
116 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
e identificado. Quando presente, a cefaleia foi caracterizada
e classificada de acordo com os critérios da IHS. O impacto
da enxaqueca foi analisado pela escala MIDAS. Alexitimia foi
avaliada pela Escala de Toronto (TAS). Traços de ansiedade e
depressão foram identificados pela escala HAD. Autoestima
foi avaliada pela escala de Rosenberg. Para verificar as asso-
ciações entre diversas variáveis, utilizou-se um teste Chi-Qua-
drado de independências, teste exato de Fisher, Shapiro-Wilk
e Kruskal-Wallis. Resultados: Pelo conjunto de observações,
temos 28 estudantes que declararam ter dor crônica compa-
tível com diagnóstico de enxaqueca (27.8% da população
estudada). Valores médios de MIDAS em estudantes com en-
xaqueca mostraram impacto leve em 15 alunos, moderado
em nove alunos e importante em quatro estudantes. As de-
mais avaliações (humor, autoestima, alexitimia) não eviden-
ciaram diferenças entre estudantes com ou sem enxaqueca
ou com o impacto gerado pela enxaqueca. De forma geral,
estas outras condições foram pouco presentes na população
estudada. Conclusão: Embora incapacitante para alguns es-
tudantes da área de saúde, de forma geral a enxaqueca crô-
nica não se relacionou a depressão, ansiedade, baixa
autoestima ou baixa alexitimia que foram notavelmente pou-
co presentes nesta população de estudantes.
Palavras-chaves: cefaleia, enxaqueca, alexitimia, autoestima
PCE 46
IMPACTO DA ENXAQUECA NA MENOPAUSA
Paula Carturan
1
, Claudio Scorcine
1
, Yara Fragoso
1
1
UNIMES - Universidade Metropolitana de Santos (SP)
Objetivos: Período da menopausa é particular na vida das
mulheres, e existe uma opinião geral que as cefaleias pri-
márias melhoram nesta época da vida. O objetivo deste tra-
balho foi avaliar a prevalência de cefaleias primárias em
pacientes na pós-menopausa que não utilizam terapia de
reposição hormonal e o impacto da enxaqueca na vida
laboral, social e familiar destas mulheres. Métodos: Mu-
lheres atendidas nos ambulatórios de ginecologia em San-
tos, Praia Grande e Cubatão participaram deste estudo. Fo-
ram incluídas pacientes com menopausa natural e sem uso
de terapia de reposição hormonal. Avaliamos a prevalência
e as características das cefaleias, o nível sócio econômico e
cultural e o grau de incapacidade causado pelas cefaleias.
Resultados: Cento e três pacientes foram incluídas no estu-
do. O nível sócio econômico da população estudada foi C1,
o que representa a população do Brasil como um todo. A
cefaleia esteve presente em 86,4%, sendo que 14,6% apre-
sentaram enxaqueca e 71,8% "outras cefaleias". A maioria
das pacientes apresentou melhora após a menopausa. Hou-
ve uma relação entre cefaleias e incapacidade total e/ou
parcial nas atividades laborais, sociais e familiares, sendo
que as pacientes com enxaqueca apresentaram maiores
graus de incapacidade com significância estatística e maior
intensidade de dor antes (p=0,01) e após a menopausa
(p=0,05). Conclusão: As cefaleias primárias persistem após
a menopausa com tendência a melhora, embora inda pos-
sam causar incapacidade na vida laboral, social e familiar
das mulheres na pós-menopausa.
Palavras-chaves: enxaqueca, menopausa
PCE 47
REVISÃO SISTEMÁTICA DA ASSOCIAÇÃO DE ALUCINAÇÕES
ÀS ENXAQUECAS
Tamara Beloni
2
, Joara Aniceto
2
, Lucas Abreu
2
,
Marina Pereira
1
, Mariana Cardoso
1
, Yara Fragoso
1
1
UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos (SP)
2
L.N.Nc-UNIMES – Liga de Neurologia & Neurociências
UNIMES (Santos SP)
Objetivos: Alucinações visuais não são raras na enxaque-
ca e inclusive fazem parte da classificação de "auras visu-
ais". No entanto, outras formas de alucinações precedendo
ou acompanhando as crises de enxaqueca são menos des-
critas e citadas. A proposta do presente trabalho foi rever
sistematicamente os dados de literatura sobre alucinações
relacionadas à enxaqueca. Métodos: Revisão sistemática
rigorosa (PRISMA) utilizando Pubmed, Medline, Scielo, LILACS
e Google Scholar, com os termos de busca "migraine" AND
"hallucinations" OR "visual hallucination" OR "olfactory
hallucination" OR "smell hallucination" "audio hallucination"
OR "hearing hallucination" OR "taste hallucination". Foram
incluídos apenas trabalhos com estas palavras ou expres-
sões em inglês no título ou no resumo. Resultados: Foram
identificados 253 artigos que preenchiam os critérios de
busca. Foram selecionados 15 trabalhos após ampla dis-
cussão entre os autores desta revisão. Alucinações visuais
foram as mais frequentemente descritas, embora abranges-
sem um amplo espectro de manifestações. Alucinações
olfatórias, gustativas e auditivas foram menos estudadas e
referidas pelos pacientes, mas questiona-se se não seriam
mais frequentes se fossem parte da rotina de investigações
da anamnese. Conclusão: Alucinações visuais de diversas
características são muitas vezes relatadas por pacientes com
enxaqueca. Outras formas de alucinações são pouco relata-
das e/ou sub-investigadas.
Palavras-chaves: Enxaqueca, alucinações
PCE 48
ENXAQUECAS E CANABINOIDES
Marina Pereira
1
, Caroline Spessotto
1
, Mariana Cardoso
1
,
Camila Pereira
1
, Yara Fragoso
1
1
UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos (SP)
Objetivos: O uso de canabinoides é um tema em ampla
evidência no cenário mundial e apesar de se tratar de um
assunto considerado polêmico por muitos no meio médico e
sócio-político, não podemos deixar de nos atentar a sua rele-
vância como alternativa terapêutica. O presente trabalho é
uma revisão sistemática, nos moldes PRISMA, sobre a associ-
ação entre enxaqueca e uso de canabis, de toda literatura
disponível em plataformas de pesquisa. Métodos: Revisão
sistemática rigorosa (PRISMA) utilizando Pubmed, Scielo,
Medline, LILACS e Google Scholar, com as palavras de busca
"migraine" AND "cannabinoids" OR "migraine" AND
"marijuana". Foram incluídos apenas trabalhos com essas ex-
pressões em inglês no título ou no resumo. Resultados: Fo-
ram identificados 20 artigos que preenchiam os critérios de
busca. Selecionamos 7 trabalhos após discussão com os au-
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 117
tores desta revisão. Em resumo, estes estudos mostraram que
os canabinoides possuem efeito protetor avaliado em estu-
dos pré-clínicos e seu potencial no sistema nervoso central
relacionados à serotonina e vasoconstrição periférica. Con-
clusão: Os trabalhos indicam que canabinoides podem ser
utilizados como terapia alternativa, apesar de não ter estu-
dos de ensaios clínicos disponíveis demonstrando efeito dire-
to na enxaqueca.
Palavras-chaves: Enxaqueca, canabinoide
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
118 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
DOR OROFACIAL
PDO 01
CONTRIBUIÇÃO DE VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS NA PERCEPÇÃO
DA DOR EM INDIVÍDUOS COM DOR OROFACIAL
Fernanda Salloume Sampaio Bonafé
1
, João Maroco
2
,
Juliana Alvares Duarte Bonini Campos
1
1
FOAr-UNESP - Faculdade de Odontologia de Araraquara (SP)
2
ISPA-IU - Instituto Superior de Psicologia Aplicada
(Lisboa-Portugal)
Objetivos: O objetivo deste estudo foi estimar a contribui-
ção de variáveis psicológicas na percepção da dor em indiví-
duos adultos com dor orofacial. Métodos: Foram levanta-
das informações demográficas como sexo, idade e nível eco-
nômico dos indivíduos que procuraram atendimento na Fa-
culdade de Odontologia de Araraquara/UNESP. A presença e
a origem da dor orofacial foi investigada. A severidade e a
interferência da dor na vida dos participantes foram avalia-
das a partir do Inventário Breve de Dor. Foram utilizados para
levantamento das variáveis psicológicas o Questionário de
Vigilância e Consciência em relação à Dor, a Escala de
Catastrofização da dor, o Questionário de Autoeficácia em
relação à Dor, a Escala Multidimensional de Locus de Contro-
le da Saúde - forma C, a Escala de Alexitimia de Toronto - 20
e a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse - 21. A valida-
de dos instrumentos foram validados a partir da análise
fatorial confirmatória utilizando os índices de qualidade de
ajustamento x2/gl, CFI, GFI e RMSEA. A confiabilidade dos
dados foi avaliada pela Confiabilidade Composta (CC). Foi
proposto modelo de equações estruturais para avaliar o im-
pacto das variáveis psicológicas na percepção da severida-
de e da interferência da dor orofacial dos indivíduos adultos.
Resultados: Participaram 438 pacientes com dor orofacial,
a maioria eram mulher (75%), pertencentes ao nível econômi-
co C (56%) e com média de idade de 36 ± 9 anos. A dor mais
frequente foi a de origem odontogênica (77%). Os resultados
de todos os instrumentos foram válidos (x2/gl<5,00, CFI e
GFI>0,90 e RMSEA <0,10) e confiáveis (CC>0,70). As variá-
veis psicológicas apresentaram impacto significativo (p<0,05)
na percepção da dor dos indivíduos e o modelo proposto
explicou 24% da variabilidade da percepção da severidade
da dor e 65% da variabilidade da percepção da interferência
da dor na vida dos indivíduos. Conclusão: As variáveis psi-
cológicas apresentaram contribuição significativa na percep-
ção da severidade e na interferência da dor na vida de indiví-
duos adultos.
Palavras-chaves: Modelagem de Equações Estruturais, Psi-
cologia da Dor, Psicometria
PDO 02
BRUXISMO DO SONO MODIFICA A ASSOCIAÇÃO ENTRE
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DOLOROSA E ALODÍNIA
CUTÂNEA EM PACIENTES MIGRANOSOS
Guilherme Vinícius do Vale Braido
1
, Marco Túlio Faria
Oliveira
1
, Leticia Bueno Campi
1
, Paula Cristina Jordani
1
,
Marcelo Eduardo Bigal
2
, Giovana Fernandes
1
,
Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves
1
1
FOAr – Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP
(Araraquara, SP)
2
Teva - Teva Pharmaceuticals (USA)
Objetivos: O objetivo do presente estudo foi investigar a in-
fluência do provável bruxismo do sono na associação entre
disfunção temporomandibular (DTM) dolorosa e alodínia
cutânea ictal em pacientes migranosos. Métodos: Trata-se de
um estudo transversal com uma amostra clínica composta por
238 indivíduos migranosos que procuraram tratamento na
Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. A presen-
ça de DTM dolorosa foi classificada pelo Research Diagnostic
Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD), e a pre-
sença de alodínia cutânea ictal pelo questionário Allodynia
Symptoms Checklist 12 (ASC-12), traduzido e validado para o
Português. O provável bruxismo do sono foi identificado pelos
critérios clínicos propostos pela American Academy of Sleep
Medicine. Outros fatores associados com a alodínia cutânea,
tais como gênero, obesidade e depressão foram considerados
variáveis de confusão. Os dados foram analisados por meio
de regressões logísticas uni e multivariada. A magnitude das
associações foram estimadas pelo odds ratio com intervalo de
confiança de 95%. Resultados: Os modelos de regressão
logísticas, em que a amostra foi estratificada pela presença de
bruxismo do sono e DTM dolorosa, mostraram que a presença
isolada de tais condições não foram significativamente associ-
adas à presença de AC. Entretanto, a presença concomitante
do bruxismo do sono e DTM dolorosa mostrou-se associada à
AC [OR = 3,6 (IC 95% = 1,54-8,51)]. Conclusão: Podemos
concluir que somente a presença simultânea do bruxismo do
sono e DTM dolorosa está associada à presença de AC ictal
em pacientes migranosos, sugerindo um papel moderador do
bruxismo do sono na associação entre DTM dolorosa e alodínia
cutânea.
Palavras-chaves: Bruxismo, dor facial, transtornos de enxa-
queca
PDO 03
ALODÍNIA CUTÂNEA EM PACIENTES COM
ODONTALGIA ATÍPICA
Juliana Stuginski-Barbosa
1
, André Luis Porporatti
2
,
Paulo César Rodrigues Conti
1
1
FOB-USP – Faculdade de Odontologia de Bauru (SP)
2
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
(Florianópolis, SC)
Objetivos: Estimar a ocorrência de alodínia cutânea (AC)
em pacientes com odontalgia atípica (OA) e correlacionar
com sintomas de ansiedade e depressão, qualidade do sono,
qualidade de vida e resultados de testes quantitativos senso-
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 119
riais (TQS). Métodos: Vinte pacientes com OA (15 mulheres,
58.5 ± 12.9 anos) foram selecionadas a participarem. Allodynia
Symptom Checklist (ASC-12) em sua versão em Português brasi-
leiro foi utilizado para aferir a ACno mês anterior utilizando 12
questões sobre frequência de sintomas de alodínia. Sintomas
de ansiedade foram verificados utilizando o Inventário de Ansi-
edade de Beck (BAI), enquanto o Inventário de Depressão de
Beck (BDI) verificou sintomas de depressão. Indice de Qualida-
de do Sono de Pittsburgh (PSQI) foi utilizado para verificar a
qualidade do sono e o Questionário Short-Form 36 (SF-36) foi
utilizado para verificar qualidade de vida. Intensidade de dor
foi aferida por uma escala visual analógica de 100 mm. Qua-
tro TSQ foram realizados em sequência sobre a mucosa
dentoalveolar nas áreas afetadas: limiar de detecção mecâni-
co (MDT), limiar de detecção de dor (PDT), alodínia mecânica
dinâmica (DMA) e somação temporal (TS). Coeficiente de cor-
relação de Spearman (rho) foi utilizado para estimar as corre-
lações entre as variáveis. Resultados: O escore mediano do
ASC-12 foi3 .5 of 24 [intevalo interquartil (II)= 6]. A presença
de AC por qualquer severidade foi obervada em 55% da amos-
tra. Escores do ASC-12 foram correlacionados positivamente
com escores do questionário BAI (rho=0.682; p=0.001), e BDI
(rho=0.523; p=0.018).
Conclusão: A maioria dos pacientes com OA apresenta AC, o
que sugere que este sintoma deve ser investigado. A severida-
de da AC foi correlacionada com sintomas de ansiedade e de-
pressão.
Palavras-chaves: Alodínia, odontalgia atípica, dor neuropática
PDO 04
AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE DOLOROSA E DE ASPECTOS
EMOCIONAIS DE MULHERES COM DOR MIOFASCIAL
SUBMETIDAS À LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE
Laís Valencise Magri
2,1
, Vinicius Almeida Carvalho
1
,
Flávia de Cássia Cabral Rodrigues
1
, César Bataglion
1
,
Christie Ramos Andrade Leite-Panissi
2,1
1
FORP/USP – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (SP)
2
FFCLRP/USP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto (SP)
Objetivos: Analisar as variações na intensidade e sensibili-
dade à dor, bem como nos níveis de cortisol salivar e de ansi-
edade em mulheres com dor miofascial submetidas à
laserterapia de baixa intensidade (LLLT). Métodos: 61 mu-
lheres com idade entre 18 e 60 anos, com diagnóstico de dor
miofascial (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular
Disorders), foram divididas em: grupo laser (n=31) e placebo
(n=30). Em adição foram analisadas 30 mulheres sem diag-
nóstico de dor miofascial (controle). A LLLT foi aplicada em
pontos pré-estabelecidos da região orofacial, 2x por sema-
na, totalizando oito sessões (780 nm, para masseter e temporal
anterior = 30 J/cm2, 60mW por 20 seg. e na ATM = 75 J/cm
2
,
60mW, 50 seg.). A intensidade de dor foi determinada por meio
de uma Escala Visual Analógica, e a sensibilidade à dor foi
mensurada por meio do limiar de dor à pressão (LDP) em
pontos orofaciais e corporais. Quanto aos aspectos emocio-
nais, foi dosado o cortisol salivar a fim de estabelecer os ní-
veis de estresse, e aplicado o questionário Inventário de Beck
para avaliar a ansiedade. Para comparação intragrupos ao
longo da LLLT foi utilizado o Teste de Friedman e para com-
paração intergrupos, o Mann-Whitney. Resultados: Foi en-
contrada maior sensibilidade à dor nas mulheres com dor
miofascial (p<0.05) comparadas às controles. A LLLT não al-
terou o LDP dos sítios orofaciais e corporais avaliados (laser e
placebo) (p>0.05). Houve redução da intensidade de dor e
dos níveis de ansiedade (p<0.05) para laser e placebo, e não
houve variação dos níveis de cortisol. Conclusão: A LLLT ati-
va e placebo reduziu a intensidade de dor e os níveis de ansi-
edade, porém não alterou a sensibilidade à dor de pontos
orofaciais/corporais e os níveis de cortisol salivar (estresse).
Palavras-chaves: Disfunção temporomandibular, Laser-
terapia de baixa Intensidade, Sensibilidade dolorosa, Aspec-
tos emocionais
PDO 05
A MOBILIDADE DA COLUNA CERVICAL SUPERIOR PELO
FLEXION-ROTATION TEST EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
Michele Peres Ferreira
1
, Cesar Becalel Waisberg
2
, Paulo
Cesar Rodrigues Conti
2
, Debora Bevilaqua-Grossi
1
1
USP RP - Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (SP)
2
USP Bauru - Universidade de São Paulo de Bauru (SP)
Objetivos: Verificar a amplitude de movimento passiva da
coluna cervical no segmento superior pelo Flexion-rotation Test
(FRT) em mulheres com Disfunção Temporomandibular (DTM).
Métodos: Quarenta mulheres foram diagnosticadas com DTM
por uma equipe de dentistas especializados de acordo com o
RDC/TMD. 17 mulheres foram incluídas no grupo controle (Ta-
bela 1). Todas as voluntárias foram avaliadas por um fisiote-
rapeuta com 10 anos de experiência e executou o exame para
analisar a mobilidade da coluna cervical superior com o
Flexion-rotation Test (FRT) com a ferramenta CROM® (Cervical
Range of Motion - Perfomance Attainment Associates). O FRT é
um teste válido para mensurar a mobilidade rotacional espe-
cificamente do nível C1/C2, e útil para auxiliar o diagnóstico
de Cefaleia Cervicogênica. Além disso, apresenta boa confia-
bilidade e o ICC intra e entre-examinador (ICC > 0,95;
ICC>0.76 respectivamente), e com mínima diferença detectá-
vel (MDD) de 7 graus. É considerado um teste preciso e
confiável quando usado por examinadores experientes e
inexperientes. Dada a alta frequência de relato de dor de ca-
beça a amostra de DTM foi estratificada pela presença dos
sintomas, em DTM com cefaleia (n= 25) e DTM sem cefaleia
(n= 15). Paras comparações entre os grupos controle, DTM
Cefaleia e DTM Sem Cefaleia foram aplicados ANOVA one
way, seguida por teste post hoc de Tukay. E para as compara-
ções entre o grupo DTM (independente da presença de
cefaleia) e grupo Controle foi aplicado o test T-student. O ní-
vel de significância adotado foi de 5%. Resultados: Os da-
dos do FRT revelaram que houve diferença entre os três gru-
pos com DTM (média±DP: 32° ± 9.78) DTM com cefaleia
(32°± 8.74) DTM sem cefaleia (31°± 11.57)(p<0.05) em re-
lação ao controle (45°± 7.22). Porém, não foi encontrada di-
ferenças significativas entre os grupos com e sem cefaleia.
Conclusão: Pacientes com DTM com ou sem relato de dor
de cabeça apresentam menor ADM de rotação passiva do
segmento superior (C1-C2) da coluna cervical.
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
120 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
Palavras-chaves: Temporomandibular disorders, Upper
Cervical Spine, Flexion-rotation Test
PDO 06
A MUDANÇA NOS CONTATOS OCLUSAIS NÃO ALTERA O
EQUILÍBRIO POSTURAL
Ana Izabela Sobral de Oliveira
1
, Alice Stahl Gaido
1
,
Claúdia Maria Felício
1
, Débora Bevilaqua-Grossi
1
1
USP – Universidade de São Paulo (SP)
Objetivos: Analisar o equilíbrio postural estático com a
baropodemtria diante de alterações na dimensão vertical de
oclusão bilateral e unilateral em voluntários saudáveis. Méto-
dos: Foram avaliados 10 voluntários saudáveis de ambos os
sexos, com idade média de 23,55 (DP=1,94) anos, sem sinais
de disfunção temporomandibular e oclusão normal. Para ava-
liar o equilibro postural os voluntários permaneceram em pos-
tura estática sob uma plataforma de baropodometria (Matscan
System®), em três condições: repouso, mordida voluntária
máxima com parafilme (4 mm) bilateral e unilateral no lado
de preferência da mordida. O comportamento do centro de
pressão (COP) foi verificado com as análises: distância e área
percorrida; amplitude de deslocamento ântero-posterior e
médio-lateral; velocidade média total. A comparação entre as
três condições foi feita com o teste ANOVA one-way e post-hoc
de Tukey. Resultados: A distância percorrida foi de 211,5
(131,9;290,9)mm em repouso; 187,3 (138,5;236,1)mm na
mordida bilateral e de 208,1 (140,2;275,9)mm na unilateral,
não apresentando diferença entre os grupos (p<0,823), o mes-
mo foi observado na área percorrida que foi de 1,12
(0,31;2,55)mm2 no repouso, 0,48 (0,33;0,63)mm
2
na mordi-
da bilateral e de 0,43 (0,26;0,59)mm
2
na unilateral (p<0,356).
A amplitude de descolamento ântero-posterior apresentou um
aumento durante a mordida unilateral (3,9 (3,04;4,8)mm) quan-
do comparado ao repouso (3,5 (2,9;4,09)mm) e a mordida
bilateral (3,35 (3,0;3,7)mm) no entanto sem diferença estatísti-
ca (p<0,352). Na amplitude de deslocamento médio-lateral
os grupos foram bastante similares: 2,7 (1,7;3,6)mm, 2,3
(1,8;2,8)mm e 2,5 (1,8;3,1) mm, no repouso, mordida bilate-
ral e unilateral respectivamente (p<0,7). A velocidade média
do COP foi reduzida durante as condições com mudanças
oclusais (bilateral: 47,5 (40,3;54,6)mm/s e unilateral: 46,5
(37,9;55,1)mm/s) quando comparada ao controle (51,3
(39,1;63,5)mm/s) porém sem diferença estatística (p<0,69).
Conclusão: Apesar de existir um possível padrão de redu-
ção da oscilação postural durante a mordida bilateral, neste
estudo o aumento da dimensão vertical de oclusão bilateral
ou unilateral parece não ter evidência de perturbação no equi-
líbrio postural.
Palavras-chaves: Postura, Sistema estomatognático, Articu-
lação temporomandibular
PDO 07
NEUROPATIA HIPERTRÓFICA DE TRIGÊMEO APÓS
MANIPULAÇÃO DENTÁRIA
Cecilia Vidal
1
, Leonardo Modenezi
1
, Fernanda Nogueira
1
,
Marcos RG de Freitas
1
1
UFF – Universidade Federal Fluminense (Niteroi, RJ)
Objetivos: Relatar um caso de neuropatia hipertrófica de ner-
vo trigêmeo esquerdo secundário a manipulação dentária ci-
rúrgica. Métodos: Paciente avaliada no ambulatório de
neuropatias periféricas por queixa de parestesia e dor em ter-
ritório de V2. Paciente foi submetida a Ressonância Magnéti-
ca de crânio. Resultados: Paciente submetida a tratamento
dentário recorrente para obturação em primeiro molar supe-
rior esquerdo desde março de 2015. Única comorbidade é
rinite alérgica que começou a tratar com corticoide intranasal
e anti-histaminico oral. Em outubro de 2015, durante o trata-
mento da rinite alérgica, começou a apresentar parestesias
em lábio superior a esquerda que acometia todo o território
de V2 do lado esquerdo. Na ocasião havia hipoestesia tátil e
dolorosa associada. RM de crânio evidenciou hipertrofia do
ramo V2 do nervo trigêmeo esquerdo junto ao cavum de
Meckel. Após seis meses, paciente evoluiu com alodínia nes-
sa região associado a com sensação de choque que irradia
por toda a aréa inervada por V2 esquerdo, ao tocar a aleta
nasal ipsilateral ("trigger zone"). Conclusão: Há casos na li-
teratura de hipertrofia de nervo trigêmeo após manipulação
cirúrgica que envolva raiz dentária, principalmente após uso
de pasta N2 nos procedimentos ortodônticos. O caso acima
relatado condiz com a literatura, visto que houve uma rela-
ção causal dos procedimentos realizados pela paciente bem
como os achados semiológicos e radiológicos. Não temos
informações em relação a técnica ou o material utilizado du-
rante o procedimento dentário. Não foi encontrado outro fa-
tor causal para o quadro apresentado.
Palavras-chaves: Neuropatia, trigemeo, manipulação, dental
PDO 08
USO DO TESTE DA GOMA DE MASCAR¹ COMO FERRAMENTA
DIAGNÓSTICA PARA CLAUDICAÇÃO DE MANDIBULA NA
ARTERITE DE CÉLULAS GIGANTES- RELATO DE CASO
Deborah Dayane Martins
1
, Filipe Araujo
1
, Thamara Silva
1
,
Rodrigo Gomez
1
1
HMT - Hospital Madre Teresa (Belo Horizonte, MG)
Objetivos: Relatar a aplicabiliade do teste da "goma de mas-
car" como ferramenta diagnóstica na claudicação mandibu-
lar e correlacionar seu resultado com o diagnóstico de arterite
de células gigantes. Métodos: Revisão bibliográfica e pron-
tuário. Resultados: O teste da goma de mascar deflagrou
claudicação mandibular após 2 minutos de uso configuran-
do-se como ferramenta útil na caracterização de dor orofacial
atípica para o diagnóstico de arterite de células gigantes.
Conclusão: Arterite de celulas gigantes é uma vasculite de
grandes arterias afetando a aorta e seus ramos, sendo a
vasculite sistêmica mais comum acima dos 50 anos. As mani-
festações clínicas são frequentemente mal interpretadas acar-
retando o atraso diagnóstico e tratamento e consequente ris-
co de cegueira. Dentre as manifestações clínicas, a claudi-
cação mandibular é reportada em pelo menos 50% dos paci-
entes, porém a caracterização deste sintoma é muitas vezes
inespecifica. Relatamos um caso clinico de uma paciente ido-
sa com diplopia, cefaleia holocraniana de aspecto recente e
dor facial imprecisa. Realizado teste com goma de mascar e
deflagrado claudicação mandibular após 2 minutos. O teste
da goma de mascar foi crucial para direcionar a investiga-
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 121
ção clínica para arterite de celulas gigantes e início precoce do
tratamento. Realizado biópsia de arteria temporal com acha-
dos sugestivos de arterite de celulas gigantes confirmando o
diagnóstico. Concluimos que tal ferramenta pode ser útil em
uma primeira abordagem diagnóstica de pacientes com sus-
peita de arterite de celulas gigantes. Após a caracterização que
a dor facial atípica se assemelhava à claudicação mandibular,
a paciente preencheu todos os criterios da eular-acr², permitin-
do o tratamento em tempo hábil.
Palavras-chaves: Arterite de celulas gigantes, teste da goma
de mascar, claudicação de mandibula, dor orofacial atipica
Referências: ¹Chih Hung Kuo; McCluskey Peter; Fraser, Clare L.
Chewing Gum Test for Jaw Claudication in Giant-Cell Arteritis, N Engl J
Med 2016, 374-18.
² Hunder GG, Bloch DA, Michel BA, et al.: The American College of
Rheumatology 1990 criteria for the classification of giant cell arteritis.
Arthritis Rheum 1990; 33: 1122-8
PDO 09
DISFUNÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR EM PACIENTE COM
ESPASMO HEMIMASTIGATÓRIO
Fabiano Taira Higa
2
, Jorge Alberto Martins Pentiado Júnior
2
,
Laís Valencise Magri
3
, César Bataglion
3
2
HCFMRP – Hospital das Clínicas (Ribeirão Preto, SP)
3
FORP – Faculdade de Odontologia da USP,
ambulatório DORF (Ribeirão Preto, SP)
Objetivos: Relatar um caso de Espasmo Hemimastigatório
associado a disfunção têmporo-mandibular, a resposta ao tra-
tamento proposto e a evolução clínica. Métodos: As infor-
mações foram obtidas por meio de revisão do prontuário,
entrevista com o paciente, exame clínico, odontológico e neu-
rológico, registro fotográfico dos métodos diagnósticos e re-
visão da literatura. Resultados: A paciente apresentou me-
lhora completa dos espasmos e dos sintomas dolorosos após
10 dias de aplicação de toxina botulínica tipo A (TBA), sendo
realizados 50 UI em 4 pontos na musculatura temporal e 50
UI em 5 pontos no masseter. Foram também realizadas ses-
sões de fisioterapia mastigatória e terapia de estabilização
da oclusão dentária com placa de acrílico para tratamento
da DTM. Apresentou também aumento considerável de aber-
tura da boca (45mm) após dois meses de tratamento. Con-
clusão: O espasmo hemimastigatório é um raro distúrbio do
nervo trigêmeo caracterizado por contrações involuntárias
paroxísticas da musculatura mastigatória de fechamento da
mandíbula unilateral. Tais contrações podem se tornar extre-
mamente dolorosas e podem limitar de forma importante a
qualidade de vida do paciente. A aplicação de toxina
botulínica na musculatura inervada pelo nervo trigêmeo de-
monstrou ser muito eficaz no controle dos sintomas. Existem
opções de tratamento farmacológico, como carbamazepina
ou baclofeno, porém com resultados bem mais modestos. Se
houver evidência de conflito vascular do ramo motor do
trigêmeo, a descompressão cirúrgica pode ser uma boa op-
ção terapêtica.
Palavras-chaves: Espasmo hemifacial, Dor , Disfunção
têmporo-mandibular, Eletroneuromiografia, Toxina Botulínica
Referências:1. Cruccu G, Inghilleri M, Berardelli A, Pauletti G, Casali
C, Coratti P, Frisardi G, Thompson PD, Manfredi M (1994) Pathophysiology
of hemimasticatory spasm. J Neurol Neurosurg Psychiatry 57:43-50.
2. Kim JH, Han SW. A Case of Painful Hemimasticatory Spasm with Masseter
Muscle Hypertrophy responsive to Botulinum Toxin (2009). J Mov Disord
2(2):95-7.
3. Ebersbach G, et al. (1995) Hemimasticatory spasm in hemifacial atrophy:
diagnostic and therapeutic aspects in two patients. Mov Disord 10:504-
507
4. KH Chon, et al. (2012). Hemimasticatory spasm treated with microvascular
decompression of the trigeminal nerve. Acta Neurochir 154(9):1635-9.
PDO 10
TEMPOROMANDIBULAR DISORDER PAIN IS ASSOCIATED WITH
MIGRAINE IN ADOLESCENTS
Giovana Fernandes
1
, Marco Antônio Arruda
2
,
Marcelo Eduardo Bigal
3
, Cinara Maria Camparis
1
,
Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves
1
1
FOAr/UNESP – Faculdade de Odontologia de Araraquara
(Araraquara, SP, Brasil )
2
Instituto Glia - Instituto Glia (Ribeirão Preto, SP, Brasil)
3
TEVA - Teva Pharmaceuticals Industries Ltd.
(North Wales, PA, USA.)
Objectives: Headaches and temporomandibular disorders
(TMD) pain are comorbid in adults. Both are also highly prevalent
in adolescents. Herein we investigate the association of TMD
pain with migraine, tension-type headache, and headache
frequency in adolescents. Moreover, we explored the association
of these headaches with the number of sites (muscle and joints)
painful to palpation in the trigeminal area. Methods: This was
a cross-sectional study. TMD pain was assessed through the
Research Diagnostic Criteria for TMD. Migraine and tension-
type headaches were classified according to the Second Edition
of the International Classification for Headache Disorders.
Logistic and linear regression models were used to test the
associations. Results: The final sample consisted of 149
adolescents (57% girls), with mean age of 13.7 (± 0.7) years
old. Among them, 55.7% presented TMD pain, 36.2% had
migraine and 17.4% had tension-type headache. The logistic
regression model demonstrated that adolescents with TMD pain
were more likely to have migraine in relation to adolescents
without TMD pain [OR= 3.0 (95% CI: 1.47-6.19); p=0.033].
Significant differences were not seen for tension-type headache
[OR= 1.0 (95% CI: 0.39-2.14); p=0.834]. TMD pain was also
associated with a gradual increase in headache frequency (p-
for-trend=0.0007). Adolescents with migraine showed a higher
number of painful sites on palpation in the trigeminal area,
compared to adolescents with no migraine. The linear regression
model revealed an unstandardized coefficients of 2.83 (±SE =
0.302; CI= 1.37-4.28; p= 0.000), and a standardized coefficient
of
β= 0.302 and SUM R2 = 0.091. Conclusion: Migraine and
frequency of headache are associated with TMD pain in
adolescents. Causality should be assessed in further studies.
Keywords: Adolescent, central nervous system sensitization,
headaches disorders primary, pain, temporomandibular
disorders
References: Headache Classification Committee of the International
Headache Society. The international classification of headache disorders.
Cephalalgia. 2004;24:(Suppl 1) 9-160. Dworkin SF, LeResche L. Research
diagnostic criteria for temporomandibular disorders: review, criteria,
examinations and specifications, critique. J Craniomandib Disord.
1992;6:301-55.
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
122 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL
PDO 11
ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE MIGRÂNEA E ALODÍNIA
CUTÂNEA EM PACIENTES COM DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR CRÔNICA
Guilherme Vinícius do Vale Braido
1
, Arthuro Ameleto Riga
Neto
1
, Leticia Bueno Campi
1
, Paula Cristina Jordani
1
,
Giovana Fernandes
1
, Daniela Aparecida de Godoi Gonçalves
1
1
FOAr – Faculdade de Odontologia de Araraquara –
UNESP (Araraquara, SP)
Objetivos: Objetivo desse trabalho foi investigar a associ-
ação entre a presença e a frequência da Migrânea (episódica
ou crônica) e da Alodínia Cutânea (AC), com a Disfunção
Temporomandibular (DTM) crônica. Métodos: Para este es-
tudo foi selecionada uma amostra composta por 454 indiví-
duos, que procuraram por tratamento na Faculdade de
Odontologia de Araraquara/UNESP. Deste total, 350 (77,1%)
eram mulheres, e, dentro de toda a amostra, 282 indivíduos
(62,1%) apresentaram DTM dolorosa. O Diagnóstico da DTM
foi feito segundo o Protocolo de Pesquisa Clínica em DTM e
Dor Orofacial, desenvolvido para esse fim. Para a classifica-
ção da DTM dolorosa, foi utilizado o Research Diagnostic
Criteria for Temporomandibular Disorders. O questionário de-
nominado Allodynia Symptom Checklist - 12 foi utilizado para
identificar a AC. E para identificação da Migrânea foi utili-
zado o questionário baseado nos Critérios da Classificação
Internacional das Cefaleias (CIC-2). Para adequado teste da
hipótese, foi conduzido um estudo caso controle. Resulta-
dos: O teste do qui-quadrado foi utilizado para estudo das
associações de interesse. Regressão logística multivariada
foi usada para estimar o odds ratio (razão de chances) para
cada variável exploratória, e mostrou que a Migrânea
(OR=4,41; IC 95%=2,66-7,33) e Sintomas Físicos Não
Especificos (SFNE) (OR=3,52; IC 95%=2,13-5,80) foram fa-
tores de predição para a DTM crônica. A análise multivariada
para predição do grau de incapacidade da DTM crônica de
acordo com o grau de dor relacionada a DTM mostrou que
a AC (OR=3,10;1,67-5,74) contribuiu para maior gravida-
de (maior grau de incapacidade) da DTM crônica. Conclu-
são: Indivíduos com migrânea e SFNE tem maior risco para
cronificação da DTM; sendo que migranosos com AC tem
uma maior chance de terem um alto grau de incapacitação
pela DTM.
Palavras-chaves: Dor facial, Alodínia cutânea, Transtornos
de enxaqueca
PDO 12
AVALIAÇÃO DA DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM PACIENTES COM
DTM E DOR OROFACIAL
Jorge Von Zuben
1
, Getulio Puntel de Morais Junior
1
1
ACDC - ACDC – Campinas, SP
Objetivos: Avaliar o estado de ansiedade e depressão em
pacientes com queixas clínicas de DTM Muscular e ou Articular.
Métodos: Foi aplicada a Escala de Ansiedade e Depressão –
HAD em 27 pacientes com provável DTM Muscular e Articular
entre 23 a 61 anos de idade na clínica de DTM e DOF da ACDC
Campinas, no período de 10/2015 a 05/16.
Resultados: Foi registrado que os pacientes apresentaram
16% provável ansiedade/14% possivel ansiedade – 70% im-
provável ansiedade. Para a depressão: 13% provável – 27%
possível – 60% improvável. Conclusão: Conclui-se que este
estudo não corresponde aos achados clínicos comparados
aos estudos publicados. O que chama a atenção na pesqui-
sa é de se ter maior índice para provável ansiedade do que
para provável depressão, e que registrou-se maior índice de
possível depressão em comparação a possível ansiedade.
já os índices de improvável não se apresentaram com mar-
gem estatística relevante.
Palavras-chaves: Depressão, ansiedade, dor orofacial,
DTM, escala HAD
Referências: Zigmond AS7, Snaith RP. The Hospital Anxiety and Depression
Scale.Acta Psychiatrica Scandinavica 1983;67,361-370
Botega NJ, Bio MR, Zomignani MA, Garcia JR C, Pereira WAB. Transtornos
do humor em enfermaria de clínica médica e validação de escala de medida
(HAD) de ansiedade e depressão. Revista de Saúde Pública, 29(5):355-63,
1995.
PDO 13
DOR NEUROPÁTICA: NEUROMA DE AMPUTAÇÃO
Jorge von Zuben
1
, Getulio Puntel de Morais Junior
1
1
ACDC – Campinas, SP
Objetivos: Apresentar através de um caso clínico com quei-
xas de dores persistentes pós extrações de 3 molares, as ca-
racterísticas clínicas, métodos de diagnóstico e estratégia te-
rapêutica na tentativa de controle e remissão dos sintomas
de dor. Métodos: Foi realizado avaliação com Inventário
DN-4, mais os critérios RDC/DTM eixo I para avaliação das
queixas de DTM e dor orofacial do paciente. Homem, 27
anos, Leucoderma, que se apresentou na clínica de DTM e
DOF da ACDC Campinas, no período de 12/2015 a 05/16.
Resultados: Foi colhido resultados de RDC/DTM - Dor
miofascial com limitação de abertura de boca. Inventário
DN-4 - Provável dor neuropática. Conclusão: Paciente foi
diagnosticado com DTM Muscular e dor neuropática. Atra-
vés do exame clinico e QST constata-se presença de Alodinia
- Parestesia- Hiperalgesia nas regiões pós-exodontia dos ele-
mentos 38 e 18.
Palavras-chaves: Dor neuropática, Leocodema, Dor mio-
fascial , RDC/DTM, Dor orofacial
Referências: Barros N. Manifestações clínicas da dor crônica e princí-
pios do tratamento. Dor diagnóstico e tratamento. 2004;1(3):3-10.
Benoliel R, Sharav Y, Tal M, Eliav E. Management of chronic orofacial
pain: today and tomorrow. Compendium 2003;24(12):909-28.
Dworkin SF, LeResche L. Research diagnostic criteria for
temporomandibular disorders: review, criteria, examinations and
specifications, critique. J Craniomand Disord. 1992;6: 301-355.
Dworkin SF, Sherman J, Mancl L, Ohbach R, LeResche L, Truelove E.
Reliability, validity, and clinical utility of the Research Diagnostic Criteria for
Temporomandibular Disorders Axis II Scales: depression, non-specic physical
symptoms, and graded chronic pain. J Orofac Pain. 2002;16:207-220.
Okeson JP. Dores Bucofaciais de Bell. 5ª ed. São Paulo: Quintessence
Editora Ltda., 1998.
Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016 123
PDO 14
CENTRAL SENSITIZATION AND PAINFUL
TEMPOROMANDIBULAR DISORDERS: A TRANSVERSAL STUDY
Letícia Bueno Campi
1
, Paula Cristina Jordani
1
,
Giovana Fernandes
1
, Daniela Aparecida Godoi Gonçalves
1
1
FOAr-Unesp – Faculdade de Odontologia de Araraquara (SP)
Objectives The presence of generalized allodynia and
hyperalgesia in patients with painful temporomandibular
disorders (TMD) indicates the existence of central sensitization.
Only few studies have investigated the presence of these
phenomena in patients with TMD free of other persistent pain.
Therefore, the aim of this study was to test whether painful TMD
is associated with generalized allodynia and hyperalgesia
independent of the other painful conditions. Additionally, we
also examined if there is an additive effect in this association
related to the migraine. Methods: Participants were classified
according to the presence of painful TMD (Research Diagnostic
Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC) - Axis I),
migraine (The International Classification of Headaches
Disorders-II), depression and non-specific physical symptoms
(RDC-Axis II). Trigeminal and extratrigeminal allodynia and
hyperalgesia were assessed through vibrotactile stimulation
and algometry, respectively. Fisher, Chi-Square, and Mann-
Whitney Tests were performed with level of significance set at
0.05. Results: The sample consisted of 250 individuals, 193
women (77.2%); aged between 19 and 65 years (mean = 35.8
± 12.8 years). Volunteers were free of fibromyalgia, other types
of headaches (not migraine) or other painful conditions.
Presence of TMD pain was higher in females (p<0.001) and in
the presence of migraine (p<0.001). Painful TMD was
associated with higher pain sensitivity in the trigeminal
(p<0.001) and extratrigeminal region (p<0.001) independent
of the presence of migraine, depression, and non-specific
physical symptoms; and lower pressure pain threshold values
in the trigeminal (p<0.001) and extratrigeminal area
(p<0.001). Subjects with painful TMD had significantly lower
pressure pain threshold in the trigeminal (p<0.001) and
extratrigeminal region (p<0.001), suggesting the presence of
secondary hyperalgesia. Conclusion: Our results pointed for
the existence of central sensitization associated with TMD. Cen-
tral sensitization is an important aspect of the chronification
processes. It should be considered in the evaluation and
treatment of patients with painful TMD, since it requires central
approaches, while acute pain responds well to peripheral
approaches.
Keywords: Central Nervous System Sensitization,
Hyperalgesia, Temporomandibular joint disorders
PDO 15
CONTRIBUIÇÃO DA AVALIAÇÃO INSTRUMENTAL NO
ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO DE PACIENTE EM
TRATAMENTO PARA DTM
Melissa de Oliveira Melchior
1
, Laís Valencise Magri
1
,
Ana Elisa Mello Sassaron
1
, Letícia Richard Miranda
Silva
1
, Marcelo Oliveira Mazzetto
1
1
FORP-USP – Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
(Ribeirão Preto, SP)
Objetivos: Relatar e avaliar os resultados parciais do trata-
mento de uma paciente com disfunção temporomandibular
(DTM) basedos em reavaliações clínica e instrumentais. Mé-
todos: Relato do caso: Paciente do gênero feminino, 33
anos, com queixa de dores orofaciais e diagnóstico de DTM
mista de acordo com o Research Diagnostic Criteria for
Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) (Ib, IIa, IIIa), sub-
metida ao tratamento fonoaudiológico. Os parâmetros de
avaliação utilizados foram: Avaliação Miofuncional Orofacial
com Escores (AMIOFE), eletrognatografia (Jaw Motion Analysis)
e eletrovibratografia (Jaw Vibration Analysis). Resultados:
Houve aumento dos escores para o AMIOFE de 66 para 77
pontos. Foi observado pela eletrognatografia ganho na am-
plitude dos movimentos de abertura bucal máxima (de 43,6
para 57mm), e de lateralidade esquerda (de 9,8 para 11mm).
A porcentagem de utilização da abertura bucal durante a fala
em relação ao movimento máximo diminui, conferindo mais
liberdade e conforto durante a fala (de 29,8% para 21,9%). A
porcentagem utilizada para a lateralidade esquerda durante
a fala foi menor do que para a direita, coincidindo com o
desvio mandibular à direita não corrigido na abertura. Por
meio do exame de eletrovibratografia observou-se ruídos de
crepitação (<300hz) em ambas as articulações, sendo que
após o período de terapia houve a percepção e aprendiza-
gem por parte da paciente quanto ao limite funcional de aber-
tura de boca sem causar ruídos (47mm). Conclusão: As
reavaliações clínicas e instrumentais criaram parâmetros que
permitiram observar a evolução dos aspectos funcionais rela-
cionados à fala, à mobilidade mandibular e aos ruídos arti-
culares e direcionar estratégias de manejo fonoaudiológico
para DTM.
Palavras-chaves: Avaliação iInstrumental, Disfunção tem-
poromandibular, fonoaudiologia, Terapia miofuncional
orofacial
PDO 16
ASSOCIAÇÃO DA PERFORMANCE DE TESTES FUNCIONAIS DA
COLUNA CERVICAL EM INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
Michele Ferreira
1
, Cesar Becalel Waisberg
2
,
Paulo Cesar Rodrigues Conti
2
, Debora Bevilaqua-Grossi
1
1
USP – Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (SP)
2
USP – Universidade de São Paulo de Bauru (SP)
Objetivos: Determinar se há a associação entre a perfor-
mance de testes clínicos da coluna cervical como o Flexion-
rotation Test (FRT) e Craniocervical Flexion Test (CCFT), em
mulheres com Disfunção Temporomandibular (DTM). Méto-
dos: Quarenta mulheres (Idade: 37.50±10.38; Peso:
64.25±7.43; Altura:1.64± 0.05) foram diagnosticadas com
DTM por uma equipe de dentistas especializados de acordo
com o RDC/TMD. 17 mulheres foram incluídas no grupo con-
trole (Idade: 35.64 ±11.64; Peso: 66.52±8.53; Altura:
1.64±0.05). Todas as voluntárias foram avaliadas por um fi-
sioterapeuta quanto a mobilidade da coluna cervical superi-
or com o Flexion-rotation Test (FRT) e a performance dos mús-
culos flexores profundos da coluna cervical pelo Craniocervical
flexion Test (CCFT). A análise de associação entre os testes
funcionais (FRT, CCFT) e a presença de DTM foi conduzida
TEMAS LIVRES / ABSTRACTS – PÔSTERES
124 Headache Medicine, v.7, n.3, p.77-128, Jul./Aug./Sep. 2016
pelo teste Qui Square 2X2. Resultados: A associação entre
os testes clínicos e a presença de DTM foi significativa com
p<0.05. O resultado do FRT positivo, ou seja, apresentar uma
limitação da mobilidade rotacional da coluna cervical supe-
rior menor que 33 graus, e a presença de DTM revelaram que
em 65% dos casos o teste foi positivo para o grupo DTM e
negativo em 95% no grupo controle.(IC 95% 1,42; 2,98). Os
dados apontaram também uma associação em ter DTM e
alcançar níveis inferiores (20;22;24mmHg) no desempenho
do CCFT, em 67% dos casos, bem como melhor performance
no teste (26;28;30mmHg) na ausência de DTM, em 82% dos
casos controles. Conclusão: A presença da DTM está associ-
ada à pior performance funcional em testes clínicos cervicais
do que indivíduos sem disfunção. Nossos dados sugerem que
a avaliação funcional da coluna cervical complementa a ava-
liação dos pacientes com DTM.
Palavras-chaves: Temporomandibular joint, cervical spine,
upper cervical spine, temporomandibular disorders
PDO 17
A PERFORMANCE DOS MÚSCULOS FLEXORES PROFUNDOS DA
CERVICAL PELO CRANIOCERVICAL FLEXION TEST EM
INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Michele Peres Ferreira
2
, Cesar Becalel Waisberg
1
,
Paulo Cesar Rodrigues Conti
1
, Debora Bevilaqua-Grossi
2
1
USP – Universidade de São Paulo de Bauru (SP )
2
USP – Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (SP)
Objetivos: Verificar o desempenho dos músculos flexores pro-
fundos da cervical em mulheres com Disfunção Temporo-
mandibular (DTM). Métodos: Quarenta mulheres (idade:
37.50 ±10.38 ) foram diagnosticadas com DTM por uma equi-
pe de dentistas especializados de acordo com o RDC/TMD.
17 mulheres foram incluídas no grupo controle (idade: 35.64
±11.64) (Tabela 1). Todas as voluntárias foram avaliadas por
um fisioterapeuta com 10 anos de experiência e executou o
teste Craniocervical Flexion Test (CCFT) utilizado para avaliar
a performance dos músculos flexores profundos cervicais. O
teste utiliza o instrumento Stabilizar Biofeedback Unit® (sensor
de pressão com ar inflável). A tarefa consistia na execução do
movimento suave de flexão da crânio-cervical (C0-C1), simu-
lando o movimento do "sim". O sujeito deveria manter o pon-
teiro por 10 segundos em cada um dos 5 níveis progressivos
do teste (22,24,26,28,30 mmHg). O procedimento do teste
terminava quando o sujeito não conseguisse manter um nível
de pressão específico pelos 10 segundos obrigatórios, de-
monstrando oscilação no ponteiro. O maior nível alcançado
com sucesso foi registrado. Dada a alta frequência de relato
de dor de cabeça a amostra de DTM foi estratificada pela
presença dos sintomas, em DTM com cefaleia (n= 25) e DTM
sem cefaleia (n= 15). Dados de caracterização da amostra
foram analisados por ANOVA one way ou testes t student quan-
do apropriado. Para as comparações do CCFT entre os gru-
pos foram utilizados os testes Kruskall Wallis e teste U de Mann-
Whitney. Resultados: Na performance do teste CCFT os pa-
cientes com DTM (com e sem cefaleia) apresentaram meno-
res números (mediana 24 mmHg;22 mmHg respectivamen-
te). Os valores máximos de pressão foram significativamente
menores (24 mmHg) entre os grupos com DTM níveis de resis-
tência dos flexores profundos cervicais comparados ao con-
trole (28 mmHg) (p<0.05). Conclusão: Pacientes com DTM
com ou sem relato de dor de cabeça apresentam déficits no
desempenho de flexão craniocervical exercido pelos múscu-
los flexores profundos.
Palavras-chaves: Craniocervical Flexion Test, Temporo-
mandibular disorders, neck pain, Deep Cervical Flexor Muscle
PDO 18
PRIMARY HEADACHES AND TEMPOROMANDIBULAR
DISORDERS INCREASED THE RISK FOR BODY PAIN: A
POPULATION-BASED STUDY
Paula Cristina Jordani
1
, José Geraldo Speciali
2
,
Marcelo Eduardo Bigal
3
, Giovana Fernandes
1
,
Daniela Godoi Gonçalves
1
1
FOAR-UNESP – Faculdade de Odontologia de Araraquara-(SP)
2
USP – Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto, SP
3
Teva Pharmaceuticals - Teva Pharmaceuticals
(Frazer, PA, USA)
Objetives: Previous studies have shown that
temporomandibular disorders (TMD) is associated with primary
headaches (PH), especially migraine and tension-type
headache (TTH). However, there is a lack of studies exploring
the associations with body pain (BP). To investigate whether PH
(migraine and TTH) and TMD increase the risk of the presence
and frequency of persistent BP in a representative population
sample. Methods: HA were classified according to the
International Classification of Headache Disorders-II (ICHD-
2). TMD symptoms were assessed following the criteria of the
American Academy of Orofacial Pain. The presence of BP was
investigated on five areas: chest, abdomen, back, upper and
lower extremities. We performed univariate and multivariate
models, chi-square tests and odds ratios (OR) with 95%
confidence intervals (CI). Results: The sample consisted of
1,230 individuals, 51.5% women. The largest age groups were
the 31 to 35 years old (21.3%). There were no statistically
significant differences in the distribution of men and women
on age groups (2 =5.20; p= 0.39). Most participants had low
educational level (45.7%), were married (58.5%) and were
employed (49.3%). In the multivariate analysis the stronger
factors for presence of persistent BP was TMD (OR=2.02; 95%
CI=1.51-2.71), migraine (OR=1.76; 95% CI=1.30-2.38) and
TTH (OR=1.46; 95% CI=1.06-2.02). In the multiple linear
regression, according to the frequency of the areas of the
persistent BP, the stronger factors were gender (p=0.02;
standardized coefficient β=0.07), TMD (p=0.00; standardized
coefficient β=0.17) and migraine (p=0.01; standardized
coefficient β=0.08). Conclusion: Individuals with migraine,
TTH and TMD have higher odds to develop persistent body
pain. Furthermore, individuals presenting migraine, TMD and
woman have a greater chance of more areas of pain.
Keywords: Temporomandibular joint disorders, body pain,
primary headaches, epidemiology
XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA / XI CONGRESSO DE DOR OROFACIAL