Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 4
October 2020.
4
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.4
Lellis, C.; Paniago, S; Dib, M. C.; Campos, L.; Diniz, P.
Headache Medicine
A relação bidirecional entre a migrânea e a depressão: uma
revisão sistemática da literatura
Caio Lellis, Samyla Paniago, Maria Clara Dib, Luiza Campos, Paulo Diniz
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Introdução
A migrânea consiste em uma cefaleia intensa, geralmente acompanhada de sensibilidade à luz e ao som, enquanto a depressão se
centraliza na perda de interesse do paciente em atividades até então prazerosas, sendo as suas causas multifatoriais. As duas são
doenças prevalentes na população brasileira e costumam estar associadas. O objetivo deste estudo é buscar na literatura atual qual
a relação entre a depressão e a migrânea, buscando as melhores opções terapêuticas de diminuir o agravamento das duas nesses
pacientes.
Material e métodos
Foi realizada uma revisão sistemática da literatura no banco de dados PubMed, com os descritores: Depression* Migraine* (n = 1786
artigos). Os ltros utilizados foram: ensaios clínicos randomizados, metanálises, publicados nos últimos 5 anos, humanos e artigos em
inglês, independente da idade ou gênero (n = 24 artigos). Foram excluídos, após leitura dos resumos e texto completo, os estudos que
não se enquadravam nos objetivos.
Resultados
Os estudos apontaram que a migrânea tem consequências psicológicas adversas, podendo acarretar a uma maior tendência a depressão,
enquanto essa doença psiquiátrica pode agravar as crises dessa cefaleia. Fisiopatologicamente, isso seria explicado pelo polimorsmo
do gene transportador de serotonina que afeta a capacidade dos neurônios se adaptarem às mudanças externas, sendo essa variação
alélica descrita como comum entre migrânea e a depressão. Assim, uma metanálise concluiu que a migrânea pode desempenhar um
papel importante no aumento da incidência de depressão, sendo que o tratamento da doença pode ser benéco e essencial na redução
desses efeitos psicológicos negativos. Ademais, a respeito das opções terapêuticas, um estudo randomizado, duplo cego, apontou que
a terapia cognitiva comportamental (TCC) mostrou melhora signicativa nas medidas de cefaleia, depressão, ansiedade e qualidade
de vida de pacientes com migrânea, independente do sexo. Também, outro estudo randomizado concluiu que pacientes com migrânea
associada a ansiedade e depressão, apresentaram diminuição concomitante dos dias de manifestação das três comorbidades após
tratamento com acupuntura.
Conclusão
A migrânea e a depressão possuem uma íntima relação bidirecional, sendo necessário o tratamento de ambas as doenças para garantia
da qualidade de vida do paciente. Os artigos apontaram a TCC e a acupuntura como opções terapêuticas não farmacológicas ecazes
e seguras no manejo dessas duas doenças.
Palavras-chave:
Migrânea, Depressão, Cefaleia.