Headache Medicine, v.5, n.2, p.59-63, Apr./May/Jun. 2014 59
Cefaleias primárias e síndrome de dor miofascial
Primary headaches and myofascial pain syndrome
VIEW AND REVIEW
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
A síndrome de dor miofascial é um complexo de sintomas
causados por pontos-gatilho miofasciais. Os pontos-gatilho
quando comprimidos são dolorosos e produzem dor referida,
alterações autonômicas e de sensibilidade em estruturas
distantes com um padrão estereotipado. Este artigo revisa a
literatura referente às relações entre as cefaleias primárias e
as dores miofasciais. Pacientes com cefaleia tem
significativamente mais pontos-gatilho que os sem cefaleia.
Não há diferença entre a prevalência de pontos-gatilho na
migrânea e na cefaleia tipo tensional. Pacientes com migrânea
unilateral fixa tem significativamente mais pontos-gatilho do
mesmo lado da dor. O número de pontos-gatilho está
relacionado com a duração e frequência da cefaleia nos
pacientes com cefaleia tipo tensional crônica e migrânea. Os
pontos-gatilho podem contribuir para o processo de
sensibilização central e cronificação das cefaleias. Em
pacientes com migrânea ou cefaleia tipo tensional com pontos-
gatilho cuja palpação reproduza a cefaleia do paciente, se
pode considerar a infiltração dos mesmos com anestésicos
locais.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave:chave:
chave:chave:
chave: Cefaleias; Migrânea; Cefaleia tipo
tensional; Dor; Síndrome de dor miofascial; Pontos-
gatilho
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Myofascial pain syndrome is a complex of sensory, motor and
autonomic symptoms that are caused by myofascial trigger
points. Compression of these trigger points can induce local
and referred pain. This article reviews the available published
knowledge about the relationship of primary headaches and
myofascial pain syndrome. Headache patients have significantly
more trigger points than those without headaches. There is no
difference in trigger points` prevalence between migrainous
and patients with tension-type headache patients. In patients
Pedro Augusto Sampaio Rocha-Filho
1.2
1
Departamento de Neuropsiquiatria, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
2
Ambulatório de Cefaleias, Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Universidade de Pernambuco, Recife, Brasil
Rocha-Filho PA. Cefaleias primárias e síndrome de dor miofascial. Headache Medicine. 2014;5(2):59-63
with unilateral migraine, there are significantly more trigger
points ipsilateral to migraine headaches. There are a positive
and significant correlation between the presence of trigger
points and headache frequency and duration in migranous
and chronic tension-type headache subjects. Sensitization of
pain pathways in the central nervous system due to prolonged
nociceptive stimuli from myofascial trigger points may contribute
to the conversion of episodic to chronic headache. Patients
with migraine and/or tension-type headache who had
myofascial trigger points that, when pressed, reproduce their
typical headache pain may be treated with trigger point
injections.
KK
KK
K
eywordseywords
eywordseywords
eywords: Headache; Migraine; Tension-type headache;
Pain; Myofascial pain syndrome; Trigger Points
INTRODUCTION
As cefaleias primárias são doenças muito preva-
lentes. Estima-se que globalmente, 46% da população
adulta tenha cefaleia ativa, 11% tenha migrânea e 42%
tenha cefaleia tipo tensional (CTT).
(1)
A síndrome dolorosa miofascial é uma das
causas mais comuns de dor musculoesquelética. A dor
e a incapacidade geradas por essa síndrome podem
ser bastante importantes. Sua prevalência na
população é de difícil determinação, pois os critérios
diagnósticos são clínicos e dependem do exame físico
dos pacientes.
Este texto pretende abordar as relações entre as
cefaleias primárias e as dores miofasciais.
60 Headache Medicine, v.5, n.2, p.59-63, Apr./May/Jun. 2014
ROCHA-FILHO PA
SÍNDROME DE DOR MIOFASCIAL
A síndrome de dor miofascial é um complexo de
sintomas causados por pontos-gatilho miofasciais (PG).
A presença desses PG é a característica mais
importante do exame físico da dor miofascial. Estes são
pontos de dolorimento e irritabilidade no músculo e suas
fáscias encontrados numa banda de tensão muscular
palpável que tem contração localizada de fibras muscu-
lares a palpação (twitch response). Os PG quando
comprimidos são dolorosos e produzem dor referida,
alterações autonômicas e de sensibilidade em estruturas
distantes com um padrão estereotipado.
(2)
Os PG podem ser divididos em ativos e latentes. Os
PG ativos produzem quadro clínico doloroso espontâneo
e quando comprimidos, reproduzem a dor sentida pelo
paciente. Os PG latentes só produzem dor quando com-
primidos ao exame e podem ou não estão associados
com dor referida à palpação. Os pontos latentes podem
se tornar ativos por exercícios prolongados, movimentos
repetitivos musculares, estresse persistente e isquemia do
músculo.
(3)
Os PG podem ser primários se forem causados por
sobrecarga aguda ou crônica de um músculo ou secun-
dários, se o foco doloroso primário estiver localizado em
uma estrutura somática ou visceral profunda. O PG
secundário pode ser gerado pela sensibilização central
causado por esse foco de dor distante e a partir daí, se
autoperpetuar, mesmo que o foco primário seja resolvido.
(2)
Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na
formação dos pontos-gatilho não estão plenamente
esclarecidos. A liberação excessiva de acetilcolina na
junção neuromuscular pode ter participação nesse
processo. Ela pode levar a contração muscular excessiva
e consequentemente, à isquemia, hipóxia local e a
liberação de substâncias algógenas.
(4)
O tratamento da síndrome dolorosa miofascial
consiste na correção de fatores desencadeantes e per-
petuantes, alongamento muscular e exercícios aeróbicos,
fisioterapia e no uso de anti-inflamatórios não hormonais.
A acupuntura pode trazer benefícios. Nos casos refratários,
pode-se fazer agulhamento seco ou infiltração de
substâncias como anestésicos locais e toxina botulínica.
(5)
DORES MIOFASCIAIS E CEFALEIAS PRIMÁRIAS
Cefaleia em salvasCefaleia em salvas
Cefaleia em salvasCefaleia em salvas
Cefaleia em salvas
Calandre e colaboradores
(6)
avaliaram 12 pacientes
consecutivamente atendidos com cefaleia em salvas, oito
dos quais tinham cefaleia em salvas crônica. Todos
tinham pelo menos um PG cuja palpação reproduzia
a cefaleia. Em nove pacientes, os PG eram do mesmo
lado da dor. A infiltração do PG com mepivacaína
abortou a cefaleia em cinco de seis pacientes e
preveniu a crise em seis entre sete pacientes. Em sete
de oito pacientes com cefaleia em salvas crônicas, a
frequência da cefaleia diminuiu em pelo menos 50
por cento.
(6)
Cefaleia TCefaleia T
Cefaleia TCefaleia T
Cefaleia T
ipo Tipo T
ipo Tipo T
ipo T
ensionalensional
ensionalensional
ensional
Segundo a terceira versão da Classificação Interna-
cional de Cefaleias, as cefaleias causalmente associadas
a PG miofasciais devem ser classificadas como CTT com
dolorimento pericraniano. No entanto, esta classificação
inclui no seu apêndice o item "Cefaleia Atribuída à dor
Miofascial Cervical (A11.2.5)". Para se classificar uma
cefaleia como tal, é necessário que a mesma preencha
pelo menos dois dos seguintes critérios: 1 - Dor com
relação temporal com o início da dor miofascial cervical
e/ ou melhora com a melhora desta; 2 - A compressão
dos músculos cervicais reproduzem a cefaleia do
paciente; 3 - A dor é temporariamente abolida por
infiltração dos PG com anestésicos locais ou por
massagem dos mesmos.
(7)
O apêndice desta classificação inclui as cefaleias
que tem menos evidências científicas do que as que estão
no corpo da classificação.
Pacientes com cefaleia tipo tensional episódica
(CTTE) têm significativamente mais PG ativos de que
controles sem cefaleia. Nesses pacientes, a presença
de PG ativos não está relacionada com os parâmetros
da cefaleia (intensidade, frequência e duração).
(8-10)
Pacientes com cefaleia tipo tensional crônica
(CTTC) também tem significativamente mais PG ativos
que controles sem cefaleia.
(10-12)
e do que os com
CTTE.
(10)
Comparando-se os PG dos pacientes com
CTTC em relação aos sem cefaleia, os primeiros têm
significativamente maior área de dor local e de dor
referida do que os controles.
(13)
Os PG ativos na CTTC
estão relacionadas com intensidade, frequência e
duração da cefaleia.
(11-13)
Dessa forma parece haver
uma relação bidirecional entre a CTTC e a dor
miofacial. Possivelmente os PG sejam uma fonte de
sensibilização periférica importante para a cronificação
da CTT.
(14)
A somação espacial das aferências
nociceptivas dos múltiplos PG ativos poderiam
contribuir com o processo de sensibilização periférica
e central.
(15-17)
Headache Medicine, v.5, n.2, p.59-63, Apr./May/Jun. 2014 61
MigrâneaMigrânea
MigrâneaMigrânea
Migrânea
Pacientes com migrânea tem tantos PG quanto os
com CTT.
(18)
Pacientes migranosos têm significativamente
mais PG do que controles sem cefaleia
(19,20)
e pacientes
com migrânea unilateral fixa têm significativamente mais
PG do mesmo lado da dor.
(19)
Quanto maior a frequência
e a duração das crises de migrânea, maior o número de
PG encontrados nos pacientes. Pacientes com migrânea
e PG podem ter suas crises desencadeadas pela palpa-
ção destes em até 30% dos casos.
(20)
Giamberardino e colaboradores, comparando
migranosos com PG tratados com infiltração de
bupivacaína versus os não tratados, demonstraram que
o limiar para dor por estímulo elétrico na pele, subcutâneo
e músculo aumenta progressivamente com o transcorrer
do tempo no grupo tratado em área adjacente ao PG e
na área de irradiação da dor e que permanece inalterado
no grupo não tratado. A frequência e intensidade da
cefaleia diminuíram significativamente nos tratados e
permaneceram inalteradas no grupo sem tratamento.
Esses dados sugerem que o processo de sensibilização
periférica gerado pelos PG pode contribuir para a
cronificação da migrânea.
(21)
PG, protrusão da cabeça e cefaleias primáriasPG, protrusão da cabeça e cefaleias primárias
PG, protrusão da cabeça e cefaleias primáriasPG, protrusão da cabeça e cefaleias primárias
PG, protrusão da cabeça e cefaleias primárias
Os migranosos e os pacientes com CTTC têm
significativamente maior protusão da cabeça do que os
controles.
(8,10,19,22)
Os estudos realizados com pacientes
com CTTE apresentam resultados conflitantes.
(8,10)
Quanto
maior a protrusão da cabeça nos com CTT, maior é o
número de PG ativos e latentes.
(10)
Não está claro se a
protrusão da cabeça é um fator de risco para a dor
miofacial ou é uma consequência (posição antálgica).
Infiltração de PG e cefaleias primáriasInfiltração de PG e cefaleias primárias
Infiltração de PG e cefaleias primáriasInfiltração de PG e cefaleias primárias
Infiltração de PG e cefaleias primárias
A infiltração de pontos-gatilho no tratamento das
cefaleias primárias é controversa. Apesar das poucas
evidencias na literatura, este é um procedimento comu-
mente usado por cefaliatras.
A American Headache Society promoveu recente-
mente um inquérito entre seus membros sobre o assunto.
Dos 13% que retornaram o questionário, 75% admitiram
fazer uso desse procedimento, que era usado mais
frequentemente no tratamento das cefaleias crônicas
diárias (migrânea crônica, cefaleia tipo tensional crônica
e cefaleia persistente diária desde o início).
(23)
Poucos estudos foram feitos para avaliar o efeito da
infiltração de pontos-gatilho no tratamento das cefaleias
primárias.
Um ensaio clínico aleatorizado, duplo-cego com
placebo que incluiu 108 pacientes, avaliou a infiltração
de pontos gatilhos como tratamento profilático de CTTE.
Nesse estudo não foi feito o cálculo do tamanho da
amostra, nem se usou diário no seguimento. Os pacientes
foram divididos em 4 grupos: uma injeção de NaCl 0,5%
(G1); uma injeção de lidocaína 0,5% (G2); cinco injeções
de NaCl 0,5% (G3) e cinco injeções de lidocaína 0,5%
(G4). Houve melhora da frequência da cefaleia nos
grupos G2, G3 e G4 nos dois primeiros meses após as
aplicações. No entanto, esta melhora só se manteve por
seis meses no grupo G4.
(24)
Venancio e colaboradores compararam o agulha-
mento seco, a lidocaína e a toxina botulínica no trata-
mento das cefaleias reproduzidas pela palpação de PG
na musculatura mastigatória ou cervical (migrânea e/ou
CTT) através de ensaio clínico aleatorizado. Utilizou-se
diário de cefaleias no seguimento. Não é feito cálculo
de tamanho da amostra e não está claro na metodologia
se os pacientes foram avaliados de maneira cega no
seguimento. Os três grupos melhoraram o índice de
cefaleia (frequência X intensidade x duração), sem
diferença entre os grupos. Também não houve diferença
em relação ao uso de anti-inflamatórios não hormonais.
Os PG dos pacientes que usaram toxina botulínica
permanereram significativamente menos dias dolorosos
dos que os com agulhamento seco.
(25)
Harden e colaboradores avaliaram o uso de toxina
botulínica para o tratamento de pacientes com CTTC e
pontos-gatilho cervicais através de um ensaio clínico
aleatorizado, duplo-cego com placebo. Não houve
cálculo do tamanho da amostra por se tratar de um estudo
piloto. Houve uma melhora significativa da frequência
da cefaleia no grupo com toxina botulínica em relação
aos que receberam infiltrações com solução salina, com
pico do efeito entre cinco e oito semanas, mas isso não
se manteve ao final de 12 semanas. Não houve melhora
da intensidade da cefaleia.
(26)
Outro ensaio clínico aleatorizado, duplo-cego com
placebo avaliou a infiltração de pontos gatilhos
(também houve bloqueio dos nervos supraorbital,
infraorbital, mentoniano e gânglio cervical superior)
como tratamento da cefaleia tipo tensional crônica. O
grupo com lidocaína teve uma diminuição da frequência
e da intensidade da cefaleia significativamente maior
ao final de três meses.
(27)
Um ensaio clínico aberto avaliou a infiltração de
pontos gatilhos com ropivacaína (uma vez por semana
por 12 semanas) no tratamento da migrânea (62% com
CEFALEIAS PRIMÁRIAS E SÍNDROME DE DOR MIOFASCIAL
62 Headache Medicine, v.5, n.2, p.59-63, Apr./May/Jun. 2014
ROCHA-FILHO PA
migrânea crônica). As crises migranosas de forte inten-
sidade diminuíram significativamente.(
28)
Não há evidências sobre que substância injetada
seria superior no tratamento dos pontos gatilho asso-
ciados às cefaleias primárias. Segundo consenso de
especialistas publicado recentemente, se deve dar
preferência aos anestésicos locais (lidocaína a 1% ou
ropivacaína a 0,5%). A infiltração deve ser feita em
pacientes com PG miofasciais na cabeça ou no pescoço
cuja palpação reproduza a cefeleia do paciente,
sugerindo-se uma frequência de aplicações de uma vez
ao mês.
(29)
CONCLUSÕES
1 - Pacientes com cefaleia têm mais pontos-gatilho
miofasciais que pacientes sem cefaleia.
2 - Os pontos-gatilho miofasciais podem contribuir
para o processo de sensibilização central e cronificação
da cefaleia.
3 - Em pacientes com migrânea ou cefaleia tipo
tensional com pontos-gatilho miofasciais cuja palpação
reproduza a cefaleia do paciente, se pode considerar a
infiltração dos mesmos com anestésicos locais.
REFERENCES
1. Stovner L, Hagen K, Jensen R, Katsarava Z, Lipton R, Scher A, et al.
The global burden of headache: a documentation of headache
prevalence and disability worldwide. Cephalalgia. 2007;27(3):
193-210.
2. Giamberardino MA, Affaitati G, Fabrizio A, Costantini R.
Myofascial pain syndromes and their evaluation. Best Pract Res
Clin Rheumatol. 2011;25(2):185-98.
3. Celik D, Mutlu EK. Clinical implication of latent myofascial trigger
point. Curr Pain Headache Rep. 2013;17(8):353.
4. Bron C, Dommerholt JD. Etiology of myofascial trigger points.
Curr Pain Headache Rep. 2012;16(5):439-44.
5. Borg-Stein J, Iaccarino MA. Myofascial pain syndrome treatments.
Phys Med Rehabil Clin N Am. 2014;25(2):357-74.
6. Calandre EP, Hidalgo J, Garcia-Leiva JM, Rico-Villademoros
F, Delgado-Rodriguez A. Myofascial trigger points in cluster
headache patients: a case series. Head Face Med. 2008;
4:32.
7. The International Classification of Headache Disorders, 3rd edition
(beta version). Cephalalgia. 2013;33:629-808.
8. Fernández-de-Las-Peñas C, Cuadrado ML, Pareja JA. Myofascial
trigger points, neck mobility, and forward head posture in episodic
tension-type headache. Headache. 2007;47(5):662-72.
9. Fernández-de-Las-Peñas C, Alonso-Blanco C, Cuadrado ML, Pareja
JA. Myofascial trigger points in the suboccipital muscles in episodic
tension-type headache. Man Ther. 2006;11(3):225-30.
10. Sohn J-H, Choi H-C, Lee S-M, Jun a-Y. Differences in cervical
musculoskeletal impairment between episodic and chronic
tension-type headache. Cephalalgia. 2010 ;30(12):1514-23.
11. Fernández-de-Las-Peñas C, Alonso-Blanco C, Cuadrado ML,
Gerwin RD, Pareja JA. Myofascial trigger points and their
relationship to headache clinical parameters in chronic tension-
type headache. Headache. 2006;46(8):1264-72.
12. Fernández-de-las-Peñas C, Fernández-Mayoralas DM, Ortega-
Santiago R, Ambite-Quesada S, Palacios-Ceña D, Pareja JA.
Referred pain from myofascial trigger points in head and neck-
shoulder muscles reproduces head pain features in children with
chronic tension type headache. J Headache Pain. 2011;12(1):
35-43.
13. Fernández-de-Las-Peñas C, Ge H-Y, Arendt-Nielsen L, Cuadrado
ML, Pareja JA. The local and referred pain from myofascial trigger
points in the temporalis muscle contributes to pain profile in chronic
tension-type headache. Clin J Pain. 2007;23(9):786-92.
14. Fernández-de-las-Peñas C, Cuadrado ML, Arendt-Nielsen L,
Simons DG, Pareja JA. Myofascial trigger points and sensitization:
an updated pain model for tension-type headache. Cephalalgia.
2007;27(5):383-93.
15. Fernández-de-las-Peñas C, Caminero AB, Madeleine P, Guillem-
Mesado A, Ge H-Y, Arendt-Nielsen L, et al. Multiple active
myofascial trigger points and pressure pain sensitivity maps in
the temporalis muscle are related in women with chronic tension
type headache. Clin J Pain. 2009;25(6):506-12.
16. Fernández-de-las-Peñas C, Madeleine P, Caminero A B, Cuadrado
ML, Arendt-Nielsen L, Pareja JA. Generalized neck-shoulder
hyperalgesia in chronic tension-type headache and
unilateral migraine assessed by pressure pain sensitivity
topographical maps of the trapezius muscle. Cephalalgia.
2010;30(1):77-86.
17. Bendtsen L, Fernández-de-la-Peñas C. The role of muscles in
tension-type headache. Curr Pain Headache Rep. 2011;
15(6):451-8.
18. Marcus DA, Scharff L, Mercer S, Turk DC. Musculoskeletal
abnormalities in chronic headache: a controlled comparison of
headache diagnostic groups. Headache. 1999;39(1):21-7.
19. Fernández-de-Las-Peñas C, Cuadrado ML, Pareja JA. Myofascial
trigger points, neck mobility and forward head posture in
unilateral migraine. Cephalalgia. 2006;26(9):1061-70.
20. Calandre EP, Hidalgo J, García-Leiva JM, Rico-Villademoros F.
Trigger point evaluation in migraine patients: an indication of
peripheral sensitization linked to migraine predisposition? Eur J
Neurol. 2006;13(3):244-9.
21. Giamberardino MA, Tafuri E, Savini A, Fabrizio A, Affaitati G,
Lerza R, et al. Contribution of myofascial trigger points to migraine
symptoms. J Pain. 2007;8(11):869-78.
22. Fernández-de-las-Peñas C, Alonso-Blanco C, Cuadrado ML,
Pareja JA. Forward head posture and neck mobility in chronic
tension-type headache: a blinded, controlled study. Cephalalgia.
2006;26(3):314-9.
23. Blumenfeld A, Ashkenazi A, Grosberg B, Napchan U, Narouze
S, Nett B, et al. Patterns of use of peripheral nerve blocks and
trigger point injections among headache practitioners in the
USA: Results of the American Headache Society Interventional
Procedure Survey (AHS-IPS). Headache 2010;50(6):937-42.
Headache Medicine, v.5, n.2, p.59-63, Apr./May/Jun. 2014 63
Correspondência
PP
PP
P
edro Aedro A
edro Aedro A
edro A
ugusto Sampaio Rugusto Sampaio R
ugusto Sampaio Rugusto Sampaio R
ugusto Sampaio R
ocha Focha F
ocha Focha F
ocha F
ilhoilho
ilhoilho
ilho
Rua General Joaquim Inacio, 830, Sala 1412
Edf The Plaza Business Center
50070-270 – Recife, PE, Brazil
E-mail: pasrf@ig.com.br
Conflitos de interesses: nenhum
Recebido: 18 de junho de 2014
Aceito: 23 de junho de 2014
24. Karadas Ö, Gül HL, Inan LE. Lidocaine injection of pericranial
myofascial trigger points in the treatment of frequent episodic
tension-type headache. J Headache Pain. 2013;14:44.
25. Venancio RA, Alencar FGJr, Zamperini C. Botulin toxin lidocain
and dry needlinsg injections myofascial pain headaches. Cranio.
2009;27(1):47-53.
26. Harden RN, Cottrill J, Gagnon CM, Smitherman TA, Weinland
SR, Tann B, et al. Botulinum toxin a in the treatment of chronic
tension-type headache with cervical myofascial trigger points: a
randomized, double-blind, placebo-controlled pilot study.
Headache. 2009;49(5):732-43.
27. Karadas Ö, Inan LE, Ulas ÜH, Odabasi Z. Efficacy of local
lidocaine application on anxiety and depression and its curative
effect on patients with chronic tension-type headache. Eur Neurol.
2013;70(1-2):95-101.
28. García-Leiva JM, Hidalgo J, Rico-Villademoros F, Moreno V,
Calandre EP. Effectiveness of ropivacaine trigger points
inactivation in the prophylactic management of patients with
severe migraine. Pain Med. 2007;8(1): 65-70.
29. Robbins MS, Kuruvilla D, Blumenfeld A, Charleston L 4th, Sorrell
M, Robertson CE, et al. Trigger point injections for headache
disorders: expert consensus methodology and narrative review.
Headache. 2014;54(9):1441-59.
CEFALEIAS PRIMÁRIAS E SÍNDROME DE DOR MIOFASCIAL