12 Headache Medicine, v.5, n.1, p.7-13, Jan./Feb./Mar. 2014
GRUNEWALD JNC, GONÇALVES MC, FLORENCIO LL, CARVALHO GF, FONSECA MCR, DACH F, GROSSI DB
também às alterações decorrentes da fisiopatologia da
migrânea que leva essas pacientes a apresentarem um
menor limiar doloroso em regiões cefálicas e extra-cefá-
licas.
(5,8,9)
Em nosso estudo encontramos limiar de dor nas
voluntárias migranosas de 0,05 g a 10 g e em algumas
não houve relato de dor assim como em grande parte
do grupo controle. Estudo realizado com monofilamentos
Von frey em 15 pacientes migranosas encontrou um limiar
de dor de 10 a 50 g para os migranosos, uma diferença
de até 180 g com o grupo controle variando entre as
regiões, observando a região frontal a de menor limiar.
Também encontrou a associação de limiar doloroso
relatado com os monofilamentos com a detecção de
alodínia por autorrelato como no presente estudo.
(8)
Burstein et al.
(9)
com o kit de 20 monofilamentos Von
Frey encontrou em uma paciente migranosa, um limiar
doloroso após quatro horas de crise de 2 g em região
frontal.
(9)
Keizer et al.
(13)
utilizaram os monofilamentos Von
Frey e observaram que, em 20 das 22 voluntárias, foi
possível determinar o limiar de dor, sendo encontrado
como limiar o monofilamento em torno de 4 g, enquanto
que no grupo controle não houve relato de dor.
(13)
Pacientes com migrânea apresentam uma maior
percepção de dor diante do estímulo dos monofilamentos
quando comparado com o estímulo do brush (estático
versus x dinâmico) assim como os dados do presente
trabalho. A literatura sugere que ambas as alterações de
sensibilidade estática e dinâmica podem coexistir no
mesmo paciente, porém o estímulo por pressão estática
é mais sensível para detectar alterações de sensibi-
lidade.
(8,20)
A confiabilidade da avaliação da dor com os
monofilamentos Ssimmen-Wweinstein foi de pobre a
moderada, assim como observada
(30,31)
em avaliações
de sensibilidade na região da mão e em pacientes
saudáveis em dermátomos da escala ASIA, demonstrando
que essa diferença da percepção do monofilamento pode
estar relacionada à geometria que varia com a área de
contato.
(10,31)
CONCLUSÃO
O kit de monofilamentos da SORRI® ao ser aplicado
na região da face apresentou grande variabilidade da
carga e resposta a dor no teste e reteste em pacientes
com e sem migrânea, além de variação em comparação
a carga informada pelo fabricante. Portanto, os fila-
mentos da SORRI® devem ser utilizados de forma
cautelosa para a avaliação da dor principalmente com
relação à interpretação de seus resultados e devem ser
complementados com a utilização de outros métodos
complementares para avaliação de alterações do limiar
doloroso nesses pacientes.
Órgão financiador: Órgão financiador:
Órgão financiador: Órgão financiador:
Órgão financiador: Fundação de amparo a ensino e pequisa
do estado de São Paulo, (FAPESP)
Processo 2012/02867-9
Aprovação do comitê de ética: Aprovação do comitê de ética:
Aprovação do comitê de ética: Aprovação do comitê de ética:
Aprovação do comitê de ética: Processo HCRP nº 12732/
2011
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