96 Headache Medicine, v.4, n.4, p.96-101, Oct./Nov./Dec. 2013
Impacto da cefaleia primária na qualidade de vida
de policiais militares e sua relação com transtorno
mental comum
Impact of primary headache on quality of life in military policemen and
its relation to common mental disorder
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLE
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Objetivo:Objetivo:
Objetivo:Objetivo:
Objetivo: Determinar o impacto gerado pela cefaleia primária
na qualidade de vida dos policiais militares do Recife e sua
relação com a presença de transtornos mentais comuns.
Métodos:Métodos:
Métodos:Métodos:
Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com 211
policiais militares de rua, homens, atualmente da ativa, com
idade entre 20 e 50 anos (33,0±7,7 anos). A presença de
cefaleia foi avaliada por meio de um questionário baseado
no ICHD-II, considerando a presença de cefaleia nos últimos
três meses. Para avaliar o impacto causado pela cefaleia foi
utilizado o questionário Headache Impact Test-6. Para o
rastreamento de transtorno mental comum foi utilizado o
questionário Self Reporting Questionnaire-20. A intensidade
da dor foi mensurada através da escala numérica da dor.
Resultados:Resultados:
Resultados:Resultados:
Resultados: 142/211 policiais (67,3%) apresentaram cefaleia
nos últimos três meses. Destes 57/142 (40,1%) apresentavam
impacto muito grave de acordo com o HIT-6. A presença de
transtornos mentais comuns foi observada em 82/142 (57,7%).
Houve correlação significativa entre a intensidade da dor
referida pelos indivíduos e o escore obtido no HIT-6
(r
2
=0,2466; p<0,0001), como também entre a intensidade
da dor e o escore encontrado no SRQ-20 (r
2
=0,0887;
p<0,0003).
Conclusão:Conclusão:
Conclusão:Conclusão:
Conclusão: A presença da cefaleia, nos últimos
três meses, em policiais militares do Recife, causou impacto
negativo na qualidade de vida, com maiores índices de
indicativo de morbidade psiquiátrica não psicótica nestes
indivíduos.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chavechave
chavechave
chave: Cefaleia; Qualidade de vida; Ocupações;
Polícia; Estresse psicológico
Lorena Costa Leite¹, Nahãmi Cruz de Lucena², Marcelo Moraes Valença
3
, Daniella Araújo de Oliveira¹
1
Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
2
Departamento de Fisioterapia, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - Imip, Recife, PE, Brasil
3
Departamento de
Neuropsiquiatria, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
Leite LC, Lucena NC, Valença MM, Oliveira DA. Impacto da cefaleia primária na qualidade de vida de policiais
militares e sua relação com transtorno mental comum. Headache Medicine. 2013;4(4):96-101
-
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Objective:Objective:
Objective:Objective:
Objective: To determine the impact caused by primary
headache on quality of life in military policemen of Recife and
its relation to the presence of common mental disorders.
Methods:Methods:
Methods:Methods:
Methods: This is a transversal study with 211 active policemen,
aged between 20 and 50 years (33.0 ± 7.7 years). The
presence of headache was evaluated by using a questionnaire
based on ICHD-II, in the last three months. To evaluate the
impact of the headache it was used the Headache Impact
Test-6. The indicative of probable case of common mental
disorder was done by the Self Reporting Questionnaire-20.
Pain intensity was measured using a numeric pain rating scale.
Results:Results:
Results:Results:
Results: 142/211 officers (67.3%) had headache in the last
three months. 57/142 (40.1%) were placed in the most severe
category in HIT-6. Common mental disorders were observed
in 82/142 (57.7%). There was a significant correlation between
the intensity of pain reported by the subjects and the score
obtained in HIT-6 (r
2
=0.2466; p<0.0001), as well as between
the intensity of pain and the score found in the SRQ-20
(r
2
=0.0887; p<0.0003). The ten officers who reported to have
never had an episode of headache in their lifetime had neither
symptoms of mental distress nor were dissatisfied with their
work activity.
Conclusion:Conclusion:
Conclusion:Conclusion:
Conclusion: The presence of headache in the
military policemen of Recife, in the last three months, caused
a negative impact on their quality of life, as well as, a higher
indicative of non-psychotic psychiatric morbidity in these
individuals.
KK
KK
K
eywords:eywords:
eywords:eywords:
eywords: Headache; Quality of life; Occupation; Police;
Psychological stress
Headache Medicine, v.4, n.4, p.96-101, Oct./Nov./Dec. 2013 97
INTRODUÇÃO
A cefaleia é um sintoma bastante frequente, sendo
considerada um importante problema de saúde pública
no Brasil e no mundo devido ao impacto individual e
social que causa.
(1-4)
Qualquer evento que possa alterar a rotina diária
do indivíduo de forma positiva ou negativa, através de
fonte geradora de estresse, provocará respostas variadas
na qualidade de vida. As respostas adaptativas ao
estresse são mediadas por características individuais em
consequência de uma ação externa, situação ou acon-
tecimento que impõe à pessoa exigências físicas ou psico-
lógicas especiais.
(5)
Neste contexto, sabe-se que a cefaleia é capaz de
gerar impacto direto e indireto na vida dos indivíduos,
(6,7)
e o estilo de vida sob tensão, causado por fatores
psicológicos, socioculturais, ambientais e físicos, contribui
para o déficit nas atividades diárias e resulta em
diminuição da qualidade de vida.
(8,9)
Certas atividades laborais podem trazer sérias
consequências na qualidade de vida de seus traba-
lhadores devido ao ambiente de trabalho no qual estão
expostos, fazendo com que se tornem mais susceptíveis
a desencadear ou tolerar a cefaleia.
(10,11)
O papel do policial militar é de fundamental impor-
tância para garantir o bem estar social da população.
(11)
No entanto, para que isso aconteça, os policiais de rua
são constantemente expostos ao perigo e à violência no
seu dia-a-dia. Tal fato faz com que estejam entre os
profissionais que exercem atividades de alto risco, como
também os que mais sofrem de estresse.
(11,12)
Diante do exposto, o estudo tem como objetivo
avaliar o impacto da cefaleia primária na qualidade de
vida em policiais militares do Recife e sua relação com a
presença de transtornos mentais comuns.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo observacional, do tipo trans-
versal. A pesquisa foi realizada entre abril e setembro de
2012. Foram entrevistados 218 policiais militares de rua,
homens, atualmente da ativa, da cidade do Recife, Per-
nambuco, Brasil. A idade dos 211 policiais variou entre
20 e 50 anos (33,0 ± 7,7 anos). Os policiais foram
aleatoriamente selecionados nos seus respectivos Bata-
lhões: 11º (Batalhão 17 de Agosto), 12º (Batalhão Arraial
Novo do Bom Jesus), 13º (Batalhão Coronel João Nunes),
16º (Batalhão Frei Caneca) e 19º (Batalhão André Vidal
de Negreiros). Foram excluídos sete questionários devido
ao preenchimento incompleto.
Todos os participantes responderam um formulário
contendo informações sociodemográficas e ocupacionais,
como também questões sobre estresse laboral e presença
de cefaleia com suas características. Para avaliar o
impacto causado pela cefaleia foi utilizado o questionário
Headache Impact Test-6 (HIT-6).
(13)
A presença de
sofrimento mental foi avaliada pelo questionário Self
Reporting Questionnaire-20 (SRQ-20).
(14)
O Headache Impact Test-6 (HIT-6) foi desenvolvido
por especialistas internacionais em cefaleia, cujo objetivo
é medir o impacto da cefaleia na capacidade do indi-
víduo no trabalho, nos estudos, em casa e em situações
sociais. O questionário é composto por seis questões que
avaliam a gravidade da dor, perda de trabalho,
atividades sociais, alterações cognitivas e de humor. O
impacto da cefaleia é classificado de acordo com o
escore em: "pequeno ou nenhum impacto" – naqueles
indivíduos que obtiverem um escore de 36 a 49 pontos;
"algum impacto" – nos que pontuarem de 50 a 55 pontos;
"impacto acentuado" – nos indivíduos com escore entre
56 e 59; "impacto muito grave" – naqueles que alcan-
çarem mais de 60 pontos.
(13)
O Self Reporting Questionnaire-20 (SRQ-20),
desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, é
utilizado para mensuração do indicativo de transtornos
mentais comuns, que se caracterizam por sintomas não
psicóticos, como insônia, fadiga, irritabilidade, esque-
cimento, dificuldade de concentração e queixas somáticas.
Utilizado em estudos brasileiros, especialmente em grupos
de trabalhadores, o questionário possui vinte questões e
aqueles que obtiverem pontuação maior ou igual a cinco
terão indicativo de provável caso de morbidade psi-
quiátrica não psicótica. O instrumento avalia se há algum
transtorno, sem, contudo, oferecer um diagnóstico do tipo
de transtorno existente.
(14)
A mensuração da intensidade da dor foi realizada
através da escala numérica da dor e seu escore foi
classificado em dor leve (1-3), dor moderada (2-7) e
dor grave (8-10).
Para efeito de análise estatística, nos questionários
HIT-6 e SRQ-20 foram utilizados os dados dos policiais
militares com cefaleia nos últimos três meses.
Os dados obtidos na pesquisa são mostrados como
média ± desvio padrão. Utilizamos o teste D'Agostino-
Pearson para verificar o tipo de distribuição das variáveis
a serem estudadas. Para as variáveis que não apre-
sentaram uma distribuição normal utilizamos o teste não
IMPACTO DA CEFALEIA PRIMÁRIA NA QUALIDADE DE VIDA DE POLICIAIS MILITARES E SUA RELAÇÃO COM TRANSTORNO MENTAL COMUM
98 Headache Medicine, v.4, n.4, p.96-101, Oct./Nov./Dec. 2013
LEITE LC, LUCENA NC, VALENÇA MM, OLIVEIRA DA
paramétrico de Mann-Whitney. Na análise das variáveis
categóricas aplicamos o teste exato de Fisher. O nível de
significância considerado como diferente estatisticamente
foi p <0,05. Correlação entre variáveis dependentes foi
analisada pela regressão linear. Para o processamento
e análise dos dados foi o utilizado o programa SPSS
versão 13.0 para Windows.
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do Hospital Agamenon Magalhães (HAM),
no mês de novembro de 2011, cuja numeração é 232;
CAAE 0206.0.236.000-11.
RESULTADOS
No estudo, 211/218 (96,8%) policiais militares
preencheram corretamente os questionários. Não houve
diferença na média de idade entre os batalhões estu-
dados, p=0,116. Em relação à presença de cefaleia,
201/211 (95,3%) referiram ter apresentado algum
episódio ao longo da vida, 186/211 (88,2%) no último
ano, 142/211 (67,3%) nos últimos três meses e 91/211
(43,1%) apresentaram cefaleia na última semana. E
ainda, 10/211 (4,7%) policiais relataram que nunca
tiveram cefaleia.
A Tabela 1 mostra as características sociodemo-
gráficas e ocupacionais dos 211 participantes. O fator
remunerativo [186/211 (88,2%)], seguido do trânsito
intenso [181/211 (85,2%)] e da temperatura elevada
[178/211 (84,4%)] foram os fatores estressantes mais
frequentemente relatados pelos participantes.
Quantificando a dor de acordo com a escala
numérica da dor, houve diferença significativa entre os
policiais que se queixaram de cefaleia nos últimos três
meses (5,3±1,9) em relação aos sem cefaleia no mesmo
período (3,9±1,6); p<0,001. Quando avaliada a
intensidade da dor por categoria, observou-se que
indivíduos com cefaleia nos últimos três meses apresentam
escores mais graves quando comparados aos sem
cefaleia neste mesmo período, (p<0,05) (Tabela 2).
Houve correlação positiva entre o escore do HIT-6 e
a escala de intensidade da dor (r
2
=0,2466; p<0,0001).
Também ocorreu correlação positiva entre a intensidade
da dor e o escore obtido no SRQ-20 (r
2
=0,0887;
p<0,0003) (Figura 1).
Os policiais com queixa de cefaleia nos últimos três
meses apresentaram maior impacto na qualidade de vida
quando comparados aos sem cefaleia neste mesmo
período, [(56±8,2) com cefaleia e (47,0±6,9) sem
cefaleia]; p<0,05. Na Tabela 3, 57/142 (40,1%) dos
Headache Medicine, v.4, n.4, p.96-101, Oct./Nov./Dec. 2013 99
policiais com cefaleia nos últimos três meses apresentaram
escores elevados, sendo enquadrados na categoria mais
grave no HIT-6. No questionário SRQ-20, 93/201
(46,3%) policiais apresentam sofrimento mental, dos
quais 82/93 (88,2%) queixaram-se de cefaleia nos
últimos três meses, p<0,0001 (Tabela 4).
Na amostra total, 10/211 (4,7%) afirmaram nunca
ter sofrido de algum episódio de cefaleia ao longo da
vida. Os dez policiais apresentaram escores abaixo de
cinco pontos no questionário SRQ-20, mostrando que
eles não apresentam sintomas de transtornos mentais
comuns. Quanto à satisfação com o trabalho, foi
observado que 1/10 (10%) estava muito satisfeito, 8/10
(80%) estavam satisfeitos e apenas 1/10 (10%) estava
pouco satisfeito.
DISCUSSÃO
Os efeitos prejudiciais da cefaleia na capacidade
funcional e qualidade de vida estão bem estabelecidos
na literatura e a avaliação da incapacidade causada
pela cefaleia pode facilitar a tomada de decisões de
tratamento adequado,
(15-17)
que pode ser iniciado de
forma aguda ou preventiva.
(18)
Neste estudo destacou-se a investigação do impacto
da cefaleia na qualidade de vida de policiais militares
do Recife, atuantes nas ruas e constantemente vivenciando
situações de estresse físico e psicológico durante sua
atividade laboral.
Figura 1. Correlação entre a intensidade da dor (0-10) e o escore
obtido no questionário HIT-6 (Headache Impact Test-6, r
2
=0,2974;
p<0,0001; painel superior) e entre a intensidade da dor (0-10) e o
escore obtido no questionário SRQ-20 (Self Reporting Questionnaire-20,
r
2
=0,0887; p=0,0003; painel inferior) nos 142 indivíduos com cefaleia
nos últimos três meses.
IMPACTO DA CEFALEIA PRIMÁRIA NA QUALIDADE DE VIDA DE POLICIAIS MILITARES E SUA RELAÇÃO COM TRANSTORNO MENTAL COMUM
100 Headache Medicine, v.4, n.4, p.96-101, Oct./Nov./Dec. 2013
LEITE LC, LUCENA NC, VALENÇA MM, OLIVEIRA DA
O impacto na qualidade de vida gera custos diretos
e indiretos. Os custos diretos englobam gastos em
assistência médica, ambulatorial e medicamentosa.
(19)
Estes
dados corroboram os achados no presente estudo, pois
observou-se que a maioria dos policiais com cefaleia nos
últimos três meses [76/142 (53,5%)] fazia uso de remédio
para cefaleia e neste mesmo grupo 82/142 (57,7%) houve
maior presença de transtorno mental comum. Atualmente
sabe-se que o uso excessivo de medicações para cefaleia,
associado às alterações comportamentais e psicológicas
(ansiedade, depressão e distúrbios do sono, bem como
anormalidades nos testes de avaliação psicológica), está
associado à cronificação da cefaleia.
(20)
Os custos indiretos estão relacionados à diminuição
na produtividade do trabalho,
(19,21)
que no estudo pode
ser visto através da pouca satisfação ou insatisfação dos
policiais com o trabalho, onde 12/23 policiais que
estavam pouco satisfeitos (52,2%) atribuíram maior escore
grave(i. e. 8-10) na escala numérica da dor.
A intensidade da dor observada no grupo com
cefaleia nos últimos três meses obteve um de escore de
5,3 (±1,9), o qual pode ter ocorrido devido ao fato dos
homens apresentarem menos queixa de dor que as
mulheres. Há relato na literatura que mostra a diferença
desse escore entre gêneros. Nesse mesmo estudo, a
prevalência de condições dolorosas, especialmente a
cefaleia, foi maior e com dor mais grave nas mulheres,
que pode estar relacionada às flutuações cíclicas de
estrogênio e progesterona.
(22)
O grupo de policiais com cefaleia nos últimos três
meses obteve um resultado de maior impacto na qua-
lidade de vida dos indivíduos que apresentaram maior
escore na intensidade da dor de cabeça, coincidindo
com estudos prévios que mostram influência direta da
intensidade da dor na qualidade de vida profissional,
por gerar incapacidade nos indivíduos que a apre-
sentam.
(23,24)
É importante considerar a organização do trabalho
a que os funcionários estão submetidos, pois quando
certas situações são apresentadas como natural, existe a
desconsideração da organização do trabalho como fator
relevante na presença de sofrimento.
(25)
Existe na literatura uma demonstração de que uma
resposta psicológica à cefaleia está associada à
diminuição na qualidade de vida, independentemente
das características da dor de cabeça e de outras variáveis
demográficas e psicológicas.
(26)
Respostas do estresse são medidas por características
individuais que podem ser de natureza cognitiva,
comportamental, afetiva ou fisiológica, englobando
estados de apatia, insatisfação, fadiga e ansiedade,
podendo ainda gerar distúrbios psicossomáticos de maior
gravidade,
(5)
evidenciando que tanto a cefaleia quanto
os transtornos mentais podem coexistir no mesmo
indivíduo.
(27)
Indo de acordo com o que foi dito, no pre-
sente estudo observou-se que nos policiais com presença
de transtornos mentais comuns houve uma maior pon-
tuação na intensidade da cefaleia.
Os policiais que nunca apresentaram cefaleia na
vida também não sofriam de transtornos mentais comuns,
nem estavam insatisfeitos com o trabalho. Esse fato
poderia sugerir que esses indivíduos se adaptam com
mais facilidade a situações de estresse, como visto em
estudo anterior, o qual relata que a presença de agentes
estressores impõe exigências físicas ou psicológicas
especiais às pessoas que são capazes de executar
respostas adaptativas ao estresse.
(5,28)
De acordo com o que foi visto no presente estudo,
a presença de fatores estressantes nas atividades laborais
estão relacionadas com o prejuízo na qualidade de vida
dos policiais militares com cefaleia. Dessa forma, vale
ressaltar a importância de um acompanhamento
multidisciplinar para o tratamento, como também
trabalhos de prevenção da cefaleia para uma melhora
na promoção e proteção da qualidade de vida desses
profissionais.
CONCLUSÃO
A presença da cefaleia, nos últimos três meses, em
policiais militares do Recife, causou impacto negativo
na qualidade de vida, com maiores índices indicativo
de morbidade psiquiátrica não psicótica nestes
indivíduos.
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Headache Medicine, v.4, n.4, p.96-101, Oct./Nov./Dec. 2013 101
Correspondência
Daniella Araújo de OliveiraDaniella Araújo de Oliveira
Daniella Araújo de OliveiraDaniella Araújo de Oliveira
Daniella Araújo de Oliveira
Av. Jorn. Anibal Fernandes, s/n, Cidade Universitária, Recife, PE,
Brasil, 50740-560.
Fone:(55-81) 21268937, Fax: (55-81) 21268491
email:sabino_daniella@ig.com.br
Received: Dec 12, 2013
Accepted: Dec 16, 2013
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IMPACTO DA CEFALEIA PRIMÁRIA NA QUALIDADE DE VIDA DE POLICIAIS MILITARES E SUA RELAÇÃO COM TRANSTORNO MENTAL COMUM