20 Headache Medicine, v.4, n.1, p.20-24, Jan./Feb./Mar. 2013
Síndrome serotoninérgica e as triptanas
Serotonin syndrome and the triptans
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VIEW AND REVIEW
Roldão Faleiro de Almeida
1
, Fernando Kowacs
2
1
Ambulatório de Cefaleia do Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais, Hospital Belo Horizonte,
Belo Horizonte, MG, Brasil
Departamento de Clínica Médica, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Hospital Mmoinhos de Vento, Porto Alegre, RS, Brasil
Almeida RF, Kowacs F. Síndrome serotoninérgica e as triptanas. Headache Medicine. 2013;4(1):20-4
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
A síndrome serotoninérgica (SS) é uma reação adversa
decorrente da ação combinada de duas ou mais drogas
serotoninérgicas, ou até mesmo de uma única droga, que
pode colocar em risco a vida do paciente. Esta condição é
uma reação tóxica aguda às substâncias que realçam a
atividade serotoninérgica em certas sinapses do sistema
nervoso central e periférico. O quadro clínico da SS é cons-
tituído pela tríade: alteração do estado mental, hiperatividade
autonômica e anormalidades neuromusculares. A sua
severidade varia de casos leves a casos fatais. Esta síndrome
tem início rápido e curso, geralmente autolimitado, melho-
rando assim que a medicação envolvida é retirada. Em
2006, o FDA (Food and Drug Administration, órgão
regulador do governo norteamericano) emitiu um alerta sobre
a possibilidade da SS ocorrer em pacientes que fazem uso
combinado de triptanas e inibidores seletivos da recaptação
da serotonina ou inibidores seletivos da recaptação da
noradrenalina e serotonina (os chamados inibidores duais).
No entanto, a despeito desta declaração, os dados parecem
ser insuficientes para que se possa dizer se esta combinação,
de fato, aumenta o risco da ocorrência desta síndrome.
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chaves: Síndrome serotoninérgica; Toxicidade;
Interaçõoes farmacolóogicas; Triptanas; Inibidores da
receptação da serotonina; Inibidores da recaptação
adrenérgica; Agonistas dos receptores serotonérgicos
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Serotonin syndrome (SS) is a potentially life-threatening adverse
drug reaction that can result from interaction between two or
more serotoninergic drugs and even from the use of a single
serotoninergic drug. This condition is an acute toxic reaction
to substances that enhance serotoninergic activity at certain
synapses either within the central or the periphery. Clinical
features of SS consist of the triad: altered mental status,
autonomic hyperactivity and neuromuscular abnormalities. The
severity of SS cases ranges from mild to fatal. This syndrome
has a rapid onset and, in most of the cases, is a self-limiting
condition that improves on cessation of the offending drugs.
In 2006, US Food and Drug Administration (FDA) issued an
alert about the presumptive ocurrence of SS with combined
use of triptans and selective serotonin re-uptake inhibitors or
selective serotonin/norepinephrine re-uptake inhibitors (The
so called dual selective inhibitors). Nonetheless, despite this
statement, insufficient data are available to judge whether this
combination actually increases the risk of serotonin syndrome.
KK
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K
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eywords: Serotonin syndrome; toxicity, drug interactions;
triptans; serotonin reuptake inhibitors; adrenergic reuptake
inhibitors, serotonin receptors agonists.
INTRODUÇÃO
A síndrome serotoninérgica (SS), também conhecida
como toxicidade serotoninérgica, é uma condição
formada por uma constelação de manifestações clíni-
cas, decorrentes do aumento da atividade serotoni-
nérgica ao nível do sistema nervoso, central e periférico.
Esta, por sua vez, é consequência da ação combinada
(ou até mesmo isolada) de drogas que aumentam,
através de mecanismos e sítios diferentes, o tônus seroto-
ninérgico.
(1)
É muito importante salientar que a SS não é
uma condição idiopática ou idiossincrásica, mas sim
previsível, mesmo que inevitável.
(2-5)
A SS é definida como
Headache Medicine, v.4, n.1, p.20-24, Jan./Feb./Mar. 2013 21
uma tríade formada por alterações do estado mental,
sinais de hiperatividade autonômica e anormalidades
neuromusculares, porém nem sempre todas estas altera-
ções estão presentes.
(2,6)
A síndrome serotoninérgica pode
ocorrer como uma reação adversa a doses terapêuticas
ou excessivas de uma droga, bem como pela combi-
nação de drogas serotoninérgicas, também em doses
habituais ou excessivas.
(1)
Outro aspecto importante a ser
salientado é que mais de 85% dos médicos desconhecem
esta síndrome.
(2,6)
A incidência da SS reflete o crescente número de
agentes serotoninérgicos na prática médica diária. Em
2002, o Toxic Exposure Surveillance System reportou
26.733 casos de exposição aos inibidores seletivos da
recaptação da serotonina (ISRSs) que causaram efeito
tóxico significativo em 7.349 pacientes, resultando em
93 mortes.
(2)
A SS ocorre entre 14% e 16% das pessoas
que fazem uso dos ISRS, de modo que este grupo de
medicamentos parece ser o mais comumente implicado
nesta síndrome.
(1,2)
Em relação à idade, esta condição
pode afligir pacientes de todas as idades, incluindo
idosos e crianças.
(2)
DROGAS ENVOLVIDAS NA SÍNDROME
SEROTONINÉRGICA
Existem vários fármacos que, agindo em diferentes
sítios ou por diferentes mecanismos, podem causar a
síndrome serotoninérgica: L-triptofano, lítio, inibidores
seletivos da recaptação da serotonina ou de ação dual,
antidepressivos tricíclicos, medicamentos redutores de
peso, selegilina, tramadol, inibidores da enzima mono-
aminoxidade (IMAOs) e hipericum perfuratum, conhecida
também como "erva de São João".
(1,2,3,7)
Ao que parece,
a buspirona, a bromocriptina e o LSD não estão
envolvidos na SS.
(5)
FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia da síndrome serotoninérgica ainda
não está totalmente compreendida. A serotonina (5-
hidroxitriptamina) é uma monoamina encontrada no
sistema nervoso central, plaquetas e, principalmente, nos
intestinos (vem daí a denominação enteramina), sendo
sintetizada a partir do aminoácido L-triptofano e cata-
bolizada pela enzima monoaminoxidase.
(4,8)
A serotonina
age tanto perifericamente, sobre os vasos e músculos,
regulando o tônus vascular e a motilidade gastrointestinal,
como de forma central, influenciando a percepção da
dor, o humor, o comportamento afetivo e o sono.
(2,4)
Até
o momento, conhecemos sete tipos de receptores seroto-
ninérgicos, com seus respectivos subtipos. O papel de
muito deles não está totalmente esclarecido, mas há fortes
evidências de que os receptores 5-HT2A estão implicados
no desencadeamento da SS.
(1-4,6)
É provável, por outro
lado, que não haja participação dos receptores 5-HT1A
no seu desencadeamento.
(5)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O quadro clínico da síndrome serotoninérgica
repousa-se sobre três pilares, quais sejam, a alteração
do estado mental, anormalidades neuromusculares e
hiperatividade autonômica.
(1,2)
Os achados estatistica-
mente mais associados à SS são primariamente as
manifestações neuromusculares, como clônus ocular,
clônus muscular (espontâneo ou induzido), hipertonia
muscular e hiperreflexia osteotendinosa profunda.
(1,2)
Geralmente, o aumento dos reflexos tendinosos e o clônus
muscular são mais acentuados nos membros inferiores.
(1,2)
Dentre as manifestações autonômicas, as mais encon-
tradas são a taquicardia, a midríase e a diaforese; e
dentre as alterações do estado mental, são encontradas
a agitação e o delirium.
(2)
A hipertermia (>38 graus),
que é consequência da hipertonia muscular, não está
fortemente associada à SS, mas a sua presença denota
os casos mais severos.
(2)
O início das manifestações geral-
mente é rápido, sendo que em torno de 60% dos casos
os sintomas surgem entre seis e oito horas após o início
(ou aumento da dose) da medicação envolvida ou o
acréscimo de uma segunda droga serotoninérgica.
(2,3)
DIAGNÓSTICO
Diante de um caso suspeito, é fundamental fazer
um rápido levantamento sobre os medicamentos utiliza-
dos pelo paciente, e também se foi introduzido um novo
fármaco. Desta forma, ao abordarmos um paciente que
se apresenta agitado, sudoreico, taquicárdico, com
pupilas midriáticas, e, principalmente com hipertonia
muscular, clônus muscular e aumento dos reflexos
ostendinosos profundos, há que considerar o diagnóstico
da síndrome serotoninéergica. Lembramos que o clônus
talvez seja o achado mais importante, e que a
hipertermia, quando ocorre, indica os casos mais
graves.
(2)
Os exames complementares não confirmam
o diagnóstico da síndrome serotoninérgica, mas sim as
suas complicações.
(2,3)
SÍNDROME SEROTONINÉRGICA E AS TRIPTANAS
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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Os critérios de Hunter apresentam maior sensibi-
lidade e especificidade, sendo, portanto, os mais
recomendados.
(1-3)
Por outro lado, oss critérios de
Sternbach apresentam sensibilidade e especificidade
menores, podendo excluir assim, os casos leves ou de
evolução subaguda.
(1-3)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Dentre várias condições incluídas no diagnóstico
diferencial da SS, a síndrome anticolinérgica, a síndrome
neuroléptica maligna e a hipertermia maligna figuram-
se como as mais importantes.
(1-3)
Outra condição de rara
ocorrência, mas vque pode colocar a vida do paciente
em risco, é a síndrome decorrente da retirada do baclofen,
a qual se caracteriza por aumento de temperatura,
instabilidade autonômica, espasmo e rigidez musculares.
Esta síndrome apresenta boa resposta aos antagonistas
dos receptores 5-HT2A, como a ciproheptadina.
(1)
TRATAMENTO
Com finalidade terapêutica, podemos dividir a
síndrome serotoninérgica (SS) em três graus de seve-
ridade:
(1-3)
Síndrome serotoninégica com manifestaçõesSíndrome serotoninégica com manifestações
Síndrome serotoninégica com manifestaçõesSíndrome serotoninégica com manifestações
Síndrome serotoninégica com manifestações
levesleves
levesleves
leves: este quadro geralmente decorre de uma reação
adversa a uma única droga usada em doses terapêuticas.
Os sintomas e sinais desaparecem assim que a medica-
ção envolvida é retirada. Neste caso, além da moni-
torização do paciente, são indicados os benzo-
diazepínicos;
Síndrome serotoninégica com manifestaçõesSíndrome serotoninégica com manifestações
Síndrome serotoninégica com manifestaçõesSíndrome serotoninégica com manifestações
Síndrome serotoninégica com manifestações
moderadasmoderadas
moderadasmoderadas
moderadas: geralmente decorre do uso excessivo de
uma única droga, sendo que nestes casos, a cipro-
heptadina (antagonista dos receptores 5-HT2A) pode ser
indicada.
Síndrome serotoninégica com manifestaçõesSíndrome serotoninégica com manifestações
Síndrome serotoninégica com manifestaçõesSíndrome serotoninégica com manifestações
Síndrome serotoninégica com manifestações
graves (crise serotoninérgica)graves (crise serotoninérgica)
graves (crise serotoninérgica)graves (crise serotoninérgica)
graves (crise serotoninérgica): geralmente este
quadro surge em decorrência da combinação de drogas
serotoninérgicas que agem em sítios diferentes (ISRS +
IMAO). Neste caso, em decorrência da hipertonia mus-
cular, ocorre acentuada hipertermia (temperatura acima
de 41 graus), podendo consequentemente ocorrer rabdo-
miólise, insuficiência renal e coagulação intravascular
disseminada. Este quadro configura, portanto, uma
emergência médica, sendo necessárias medidas urgentes
e mais agressivas como sedação, relaxamento muscular,
intubação e o resfriamento corporal. Como a hipertermia
é decorrente da rigidez muscular, e não de alteração
hipotalâmica, os medicamentos antipiréticos são inefi-
cazes. A mortalidade varia de 2% a 12%.
Com o tratamento adequado, o quadro clínico é
revertido dentro de 24 horas em 60% dos pacientes, mas
quando a SS decorre de drogas de meia-vida longa, os
sinais e sintomas podem permanecer por mais tempo.
(7)
DISCUSSÃO
Há quase 50 anos a serotonina tem sido implicada
na fisiopatologia da enxaqueca, embora o seu meca-
nismo ainda não tenha sido totalmente elucidado. A
hipótese de que pacientes migranosos apresentam
cronicamente baixos níveis de serotonina é sustentada
há muito tempo.
(8)
Existe uma anormalidade da atividade
serotoninérgica na enxaqueca e na depressão, e os
medicamentos que modificam esta atividade podem ser
efetivos nestas duas moléstias, ou seja, as triptanas e os
antidepressivos. Portanto, não é surpreendente saber que
portadores de enxaqueca fazem uso combinado destes
fármacos.
(7,9)
Em julho de 2006, o FDA emitiu um alerta, sugerindo
que a combinação de uma triptana com antidepressivos
de ação dual ou inibidores seletivos de recepção da
serotonina (ISRSs) aumentaria o risco de ocorrência da
síndrome serotoninérgica. Foram citados 29 casos e
posteriormente, mais onze casos foram reportados ao
FDA, todos com nível de evidência IV.
(7)
Dentre os 29
casos citados pelo FDA, apenas um terço preencheu os
critérios de Sternbach e nenhum deles preencheu os
critérios de Hunter.
(7,9,11,12)
Durante o período de 2003 a
2004, 3.874.367 pacientes fizeram uso de triptanas,
50.402.149 usaram ISRSs ou antidepressivos de ação
dual e 694.276 usaram simultaneamente estes fárma-
cos.
(12)
Estima-se que a incidência anual da SS decorrente
do uso combinado de triptanas e ISRS seja de <0,03%,
sendo a dos casos que podem colocar a vida do
paciente em risco <0,002%.
(11)
Portanto, a incidência dos
casos de SS decorrentes do uso combinado de uma
triptana e um ISRS seria menor que a dos casos decorrentes
do uso isolado deste antidepressivo.
(11)
Mas, será que o uso das triptanas aumenta o risco
de ocorrência da síndrome serotoninérgica? No relato
de onze casos de suposta SS decorrente do uso de
triptanas, os autores não detalharam os casos, nem
citaram se eles preencheram os critérios de Sternbach ou
ALMEIDA RF, KOWACS F
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de Hunter.
(7)
Por outro lado, esta síndrome pode ocorrer
quando os ISRSs são usados isoladamente.
(11)
Acredita-
se que a síndrome serotoninérgica seja devida a estimu-
lação dos receptores 5-HT2A, sendo pouco provável a
participação dos receptores 5-HT1A.
(5)
Por outro lado,
as triptanas são agonistas dos receptores 5-HT1B,
5-HT1D e 5-HT1F, possuindo alta afinidade por estes
receptores, e baixa afinidade pelos receptores 5-HT1A.
(7)
As triptanas não apresentam atividade farmacológica
sobre os receptores 5-HT2A, se usadas em doses indica-
das para o uso clínico.
(6,11)
Portanto, se esta síndrome
decorre da ativação excessiva dos receptores 5-HT2A, a
adição das triptanas não aumentaria o risco.
(11)
Em um grupo de 1.874 pacientes que fizeram uso
combinado de sumatriptana subcutâneo e ISRS, nenhum
caso de síndrome serotoninérgica foi relatado.
(11)
Em doze
pacientes que usaram concomitantemente paroxetina e
rizatriptana, também nenhum caso de SS foi relatado,
sendo que o mesmo ocorreu em 16 pacientes que usaram
zolmitriptana e fluoxetina.
(11)
Mathew e colaboradores
(13)
relataram seis pacientes
migranosos que teriam desenvolvido suposta síndrome
serotoninérgica, sendo que cinco faziam uso combinado
de sumaptriptana ou diidroergotamina com drogas
serotoninérgicas, porém sem preencher os critérios de
Hunter.
(5)
No Brasil, Kavazzalli e Grezesuik
(14)
relataram, em
1999, o primeiro caso de síndrome serotoninérgica
desencadeada pelo uso isolado de paroxetina, e em
dose terapêutica (20 mg/dia). No Canadá, Franck
também relatou um caso se SS atribuída ao uso de dose
terapêutica de paroxetina em um paciente masculino de
80 anos de idade.
(3)
Bonetto e colaboradores
(15)
relataram um caso de
síndrome serotoninérgica acompanhada de crises con-
vulsivas e rabdomiólise induzidas pelo uso concomitante
de fluoxetina (60 mg/dia), Hypericum perfuratum ("erva
de São João") e eletriptana, citando que crises epilépticas
poderiam ocorrer em casos severos. Em relação a esta
publicação, Evans posicionou-se da seguinte forma
(10)
:
"Eu li o artigo ‘Síndrome serotoninérgica e rabdomiólise
induzida pelo uso concomitante de triptanas, fluoxetina e
hypericum, por Bonetto et al, com preocupação…”
Acreditamos que Evans tinha razão para preocupar-se,
pois este relato gerou algumas dúvidas, e, além do mais,
as manifestações descritas não preenchiam os critérios
de Hunter, mais sensíveis e específicos que aqueles de
Sternbach.
(1-3)
CONCLUSÃO
A síndrome serotoninérgica provavelmente é uma
condição mais prevalente do que podemos imaginar,
uma vez que ela é desconhecida pela vasta maioria dos
médicos, não sendo, portanto, diagnosticada e repor-
tada. Os casos mais severos desta síndrome decorrem
da combinação de medicamentos que atuam em sítios
diversos, como os IMAOs e os ISRSs ou os antidepressivos
duais, levando a uma estimulação excessiva dos recep-
tores 5-HT2A.
Quanto às triptanas, não há dados suficientes para
que possamos julgar se estas drogas, agindo isolada-
mente, ou associadas aos ISRSs ou antidepressivos de
ação dual possam, de fato, desencadear a síndrome
serotoninérgica. Como concluiu John Rothrock, editor do
periódico Headache:
(9)
"Não obstante, o uso simultâneo
de antidepressivos e triptanas parece ser justificado sob o
ponto- de- vista clínico". Devido à seriedade desta síndro-
me, devemos ser prudentes e aguardar novos relatos.
Apesar de tudo, podemos concluir que, em relação ao
envolvimento das triptanas na síndrome serotoninérgica,
talvez haja "muita fumaça e pouco fogo".
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SÍNDROME SEROTONINÉRGICA E AS TRIPTANAS
24 Headache Medicine, v.4, n.1, p.20-24, Jan./Feb./Mar. 2013
Correspondence
Roldão Faleiro de AlmeidaRoldão Faleiro de Almeida
Roldão Faleiro de AlmeidaRoldão Faleiro de Almeida
Roldão Faleiro de Almeida
Rua Castelo de Guimarães, 471/401 - Bairro Castelo
31330-250 – Belo Horizonte, MG
E-mail: roldaoalmeida@ig.com.br
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ALMEIDA RF, KOWACS F