216 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
dor superior a 50%.
(4)
Por outro lado, há também
recomendação de se manter tal tratamento por, no mínimo,
seis meses após alcançar uma melhora da frequência e
intensidade das crises superior a 75%,
(1)
a qual é observada
através do diário da cefaleia e, a seguir, descontinuar
gradativamente. Porém, se houver recidiva, prolongar o
tratamento pelo tempo que for necessário, considerando
as limitações de cada medicação.
(1)
OBJETIVO
Determinar o tempo de maior eficácia para suspen-
são da profilaxia da migrânea após desaparecimento
da cefaleia.
MÉTODO
Foi um estudo prospectivo, com comparação de
grupos, em uma população de 1.600 pacientes migra-
nosos atendidos em uma clínica de cefaleia no período
de março de 2004 a março de 2007. Todos pre-
encheram os critérios diagnósticos da International
Classification of Headache Disorders - second edition;
usavam profilaxia estandardizada com atenolol, nortri-
ptilina e flunarizina e não apresentavam cefaleia por,
no mínimo, três meses.
Empregou-se amostra aleatória constituída de 50
pacientes, os quais foram distribuídos em dois grupos
iguais: grupo A manteve profilaxia por mais 12 meses, e
grupo B por mais 24 meses. Determinou-se a frequência
de crises de cefaleia antes da profilaxia e decorridos um,
dois e três anos após suspensão do tratamento, utilizando-
se o diário da cefaleia padronizado para este estudo e
previamente testado.
No seguimento foram definidas como variáveis de
estudo o tempo livre de cefaleia e o número de episódios
de recidiva de cefaleia por ano.
A análise estatística foi realizada pelos testes de
Kruskal-Wallis para diferença de médias e do qui-
quadrado com correção de Yates para prova de contin-
gência, ambos com nível de significância de 0,05.
O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pes-
quisas e todos os pacientes assinaram o termo de
consentimento livre esclarecido.
RESULTADOS
Na Tabela 1 observam-se as distribuições por sexo,
idade, frequência inicial da cefaleia e seu tempo de desa-
parecimento, segundo grupos de profilaxia. Identificou-
se que os grupos A e B não diferiram significantemente
na fase terapêutica, embora o tempo médio de desa-
parecimento das crises tenha sido maior no grupo A que
no grupo B.
Constatou-se que 11 (44,0%) pacientes do grupo A
e 19 (76,0%) do grupo B permaneceram assintomáticos
(número de crises igual a zero), durante os três anos sem
profilaxia (Tabela 2).
SHORT COMMUNICATIONS