213 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
INTRODUÇÃO
Um dos fatores que podem influenciar o quadro de
migrânea nas mulheres são as alterações hormonais
observadas durante a gravidez. Estudos evidenciam que
a maioria das mulheres grávidas que apresentavam cefa-
leia pré-gestacional exibiu melhora ou desaparecimento
da mesma durante a gestação, especialmente quando
se refere à migrânea menstrual.
OBJETIVO
Relacionar a frequência da migrânea com os tri-
mestres gestacionais das pacientes, que foram admitidas
no âmbito ambulatorial em uma clínica de pré-natal, e
comparar com a incidência das crises de cefaleia no
período pré-gravidez.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho constou em um estudo de corte trans-
versal, realizado mediante uma entrevista sobre enxa-
queca em gestantes que apresentaram cefaleia no perío-
do anterior ou durante a gestação. Essas foram diag-
nosticadas como portadoras de migrânea, através dos
critérios da Classificação Internacional. O presente estudo
foi realizado no período entre julho de 2011 e fevereiro
de 2012, em um grupo de 200 gestantes que aceitaram
participar do estudo, com idade entre 18 e 50 anos e se
encontravam no terceiro trimestre de gestação. As par-
ticipantes foram selecionadas sequencialmente entre todas
as gestantes que compareceram ao serviço ambulatorial
e preencheram os critérios de inclusão. A análise estatística
foi realizada com os recursos de processamento estatístico
do Software Stata 9.2.; foram construídas as distribuições
de frequência e calculadas as porcentagens médias e
desvio padrão indicados para cada variável. As propor-
ções foram comparadas em tabelas de contigência RxC
e as médias em tabelas de Anova.
No tocante aos aspectos éticos não houve conflitos
de interesse, e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UNIPAC (CEP-UNIPAC) sob o nº
828/2011.
RESULTADOS
O grupo foi composto por 200 pacientes, onde se
observou que 82 (41,0%) eram migranosas e as restantes
118 (59,0%) não preenchiam os critérios para diagnóstico
de migrânea. As comparações de portadoras ou não de
migrânea segundo a faixa etária são apresentadas na
Tabela 1. As pacientes migranosas e não migranosas
apresentaram idade média igual a 28,3 e 26,3 anos,
respectivamente. Os resultados observados sobre a
evolução da dor de cabeça durante os trimestres da
gestação em relação ao período pré-gestacional estão
representados na Tabela 2. A comparação das crises de
Migrânea durante a gestação – perfil clínico
Mauro Eduardo Jurno
1
, Dilermando Fazito de Rezende
2
, Érica Cristina de Almeida Pereira
3
,
Gustavo Henrique Souza Rocha
3
, Janaíne Coelho
3
, Laíza de Castro Alvarenga
3
, Naiana Ribeiro Borges
3
1
Neurologista, professor da Faculdade de Medicina de Barbacena;
2
Estatístico, professor da Faculdade de
Medicina de Barbacena;
3
Alunos da Faculdade de Medicina de Barbacena, MG
Jurno ME, Rezende DF, Pereira EC, Rocha
GH, Coelho J, Alvarenga LC, Borges NR. Migrânea durante a
gestação – perfil clínico. Headache Medicine. 2012;3(4):210-1
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migrânea quando classificadas se melhoraram, pioraram
ou mantiveram inalteradas, no terceiro trimestre da ges-
tação em relação ao primeiro, se encontram descritas
na Tabela 3.
DISCUSSÃO
A gravidez altera substancialmente a enxaqueca, já
que geralmente irá reduzir a frequência e severidade das
crises de migrânea, devido à relação entre o aumento
do estrogênio e a melhora da cefaleia. Os resultados
obtidos neste trabalho relacionando as pacientes migra-
nosas com os trimestres investigados condizem com relatos
da literatura, em que as crises de enxaqueca, muitas
vezes, têm a frequência aumentada no primeiro trimestre,
mas se espera diminuir nos segundo e terceiro trimestres
da gravidez.
CONCLUSÃO
Os dados obtidos com a realização do nosso tra-
balho estão em concordância com estudos anterior-
mente apresentados, nos quais foi demostrada uma
diminuição gradual de dores de cabeça ao longo dos
três trimestres de gestação. Acreditamos que os
resultados obtidos com esse estudo ajudarão as
próprias pacientes a avaliarem sua qualidade de vida
e aos profissionais da área a orientar e entender melhor
suas pacientes.
REFERÊNCIAS
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puerperium: the MIGRA-study. J Headache Pain (2011) 12:
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Subcomitê de Classificação das Cefaléias. Classificação Internacional
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