211 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
Decúbito como fator agravante da cefaleia na
crise migranosa
Juliana P. Macci
1
, Carolina P. Jabarra
1
, Mayara C. M. Teles
1
, Gustavo de F. Ferreira
1
,
Jano Alves De Souza
2
, Pedro Ferreira Moreira Filho
3
1
Médico residente em Neurologia;
2
Professor adjunto II de Neurologia da UFF;
3
Professor associado IV da UFF
Setor de Investigação de Cefaleia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Niterói, RJ, Brasil
Macci JP, Jabarra CP, Teles MC, Ferreira GF, De Souza JA, Moreira Filho PF. Decúbito como fator agravante
da cefaleia na crise migranosa. Headache Medicine. 2012;3(4):208-9
INTRODUÇÃO
As crises de migrânea são frequentemente incapa-
citantes. A atividade física e os movimentos de abaixar a
cabeça são fatores reconhecidos de aumento transitório
da intensidade da dor durante as crises. Por esse motivo,
muitos pacientes buscam o repouso. Na prática clínica,
verifica-se que uma parcela de pacientes se queixa de
agravamento da cefaleia pelo decúbito, durante as crises
de migrânea, preferindo permanecer na posição recos-
SHORT COMMUNICATIONS
Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012 212
CONCLUSÃO
O agravamento da cefaleia pelo decúbito é mais
frequente no sexo feminino, assim como a migrânea.
Acreditamos que o aumento do retorno venoso no
decúbito e consequentemente da pressão de pulso seja
possivelmente um dos responsáveis pelo agravamento
da cefaleia pelo decúbito.
REFERÊNCIAS
1.Subcomitê de Classificação das Cefaléias da Sociedade
Internacional de Cefaléia. Classificação Internacional das
Cefaléias. 2.Ed. Trad. Sociedade Brasileira de Cefaléia. São
Paulo: Segmento Farma Editores, 2004.
2. Lerusalimschy R.; Moreira Filho PF. Fatores desencadeadores
de crises de migrânea em pacientes com migrânea sem aura.Arq
Neuropsiquiatr. 2002;60(3-A):609-13.
3. Hung CI, Liu CY, Wang SJ.Precipitating or aggravating factors for
headache in patients with major depressive disorder. J Psychosom
Res. 2008;64(2):231-5
4. Spierings EL, Ranke AH, Honkoop PC. Precipitating and
aggravating factrs of migraine versus tension-type headaches.
Headache. 2001;41(6):554-8.
Gráfico 1 – Porcentagem dos pacientes com migrânea que se
queixaram de agravamento da cefaleia pelo decúbito
Gráfico 2 – Distribuição por gênero dentre os pacientes que se
queixaram de agravamento da cefaleia pelo decúbito
tada ou sentada. Esse dado, até onde sabemos, não
foi estudado.
OBJETIVOS
Verificar, numa amostra de pacientes migranosos,
a porcentagem daqueles que se queixam de agrava-
mento da cefaleia, durante a crise, pelo decúbito. Avaliar
se existem diferenças com relação à piora pelo decúbito
entre os sexos.
METODOLOGIA
Estudo retrospectivo de análise de prontuários.
Foram avaliados os dados da anamnese de 734
pacientes consecutivos, com queixa principal de
cefaleia, atendidos numa clínica terciária, desde que
se passou a utilizar o programa HIPATIA (tutorial e banco
de dados em cefaleias). Utilizando-se de filtros de
pesquisa, foram selecionados os pacientes que rece-
beram o diagnóstico de migrânea em qualquer de suas
modalidades (1.1 a 1.6 da Classificação da IHS 2004)
num total de 563 (76,7%). Todos os pacientes foram
interrogados quanto a fatores de agravamento da
cefaleia, no período da crise, entre eles, o decúbito.
Os que afirmaram apresentar agravamento pelo
decúbito foram contabilizados e divididos de acordo
com o gênero.
RESULTADOS
Dos 563 pacientes (482 mulheres – 85,6%; 81
homens – 14,4%) com diagnóstico de migrânea, 20,8%
(n = 117) queixaram-se de agravamento pelo decúbito.
Destes, 89,7% (n = 105) eram mulheres e 10,3% eram
homens (n = 12).
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