207 Headache Medicine, v.3, n.4, p.198-235, Oct./Nov./Dec. 2012
O que motiva o paciente a procurar assistência
médica por cefaleia?
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
1
, Liliana Raulino Gonçalves
2
, José de Ribamar Coutinho Junior
3
1
Neurologista,
2
Psicóloga médica,
3
Residente Neurologia
Hospital Universitário Oswaldo Cruz – Universidade de Pernambuco, Brasil
Rocha FilhoPA
1
, Gonçalves LR
2
, Coutinho Junior JR. O que motiva o paciente a procurar
assistência médica por cefaleia? Headache Medicine. 2012;3(4):206-7
INTRODUÇÃO
A cefaleia encontra-se entre as queixas mais comuns
da humanidade e é também um motivo frequente de
consultas médicas, equivalendo a 10% de todos os aten-
dimentos realizados no programa de saúde da família
(1)
e sendo a principal causa de atendimento nos ambula-
tórios de neurologia.
(2)
Estima-se que a prevalência de cefaleia em todo o
mundo seja de 47%, de migrânea, 10%; de cefaleia tipo
tensional, 38% e de cefaleia crônica diária, 3%.
(3)
A dor
de cabeça, em muitos casos não é percebida pela popu-
lação como uma condição necessária para procurar
assistência médica, devido à sua natureza episódica, ou
por aliviar com uso de analgésicos de fácil acesso e baixo
custo.
Com isso cresce o número de cefaleias por uso
abusivo de medicamentos e cefaleias crônicas e, em
consequência, há aumento dos custos diretos e indiretos
provocados pelas cefaleias.
(¹)
OBJETIVOS
Verificar expectativas do paciente quanto ao
atendimento e o que influencia nessa expectativa.
MÉTODOS
Pacientes atendidos pela primeira vez no Ambulatório
de Cefaleias do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da
Universidade de Pernambuco no período de 08/01/
2007 a 15/05/2012 foram entrevistados utilizando-se
questionário padronizado e o Hospital Anxiety and
Depression Scale.
A associação das variáveis foi verificada através do
teste do χ
2
.
RESULTADOS
Entrevistaram-se 532 pacientes, idade média = 42,3
anos (DP = 16,1), 82,5% do sexo feminino; 37,4% tinham
escolaridade superior ao primeiro grau. Média de médicos
consultados anteriormente por cefaleia = 2,5 (DP =3,5);
32% já haviam procurado mais de dois médicos. Tempo
médio com cefaleia = 14 anos (DP=12,5); 60% tinham
mais de cinco anos com cefaleia. Frequencia média de
cefaleia = 16 dias por mês (DP = 11,2), 48,1% tinham
cefaleia crônica diária, 23,4% tinham cefaleia tipo
tensional, 71,2% tinham migrânea (Tabela 1).
Figura 1 – Motivos alegados para se ter a consulta
Os motivos alegados para se ter a consulta foram:
"Preocupação em ter doença grave" (26,2%); "Fazer um
exame complementar" (22,2%), "Alívio da dor" (19,5%);
"Ter uma explicação" (18,9%) e "Ter acompanhamento
Médico" (13,2%) (Figura 1).
SHORT COMMUNICATIONS