128 Headache Medicine, v.3, n.3, p.115-143, Jul./Aug./Sep. 2012
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Relatar achados neurorradiológicos em paciente com
infarto migranoso.
Relato do caso: Relato do caso:
Relato do caso: Relato do caso:
Relato do caso: Mulher de 23 anos, em uso
de contraceptivo oral (ACO) apresentando cefaleia prévia numa
frequência de três vezes por mês, temporal esquerda, forte intensi-
dade, ora em pontadas ora em peso, com náuseas, vômitos,
fotofobia, fonofobia e sem osmofobia. A dor era sempre precedida
por diplopia e, algumas vezes, embaçamento visual bilateral. To-
mava dipirona durante as crises (sem abuso). Apresentou, após
acordar durante a madrugada, quadro súbito de dormência e perda
de força (grau 0) no MSD e em hemiface esquerda. Observou difi-
culdade para falar e, concomitantemente, cefaleia temporal em
pontadas, forte intensidade, sem náuseas ou vômitos, com fotofobia,
fonofobia e vertigem. Antes da cefaleia, apresentou os mesmos
sintomas visuais. Persistiu com cefaleia mesmo após usar Dorflex©
e Dipirona. Não conseguia emitir palavras, compreendia coman-
dos complexos, conseguia ler e entender sentenças, porém só es-
crevia palavras repetidas. Não conseguia nomear objetos ou repe-
tir sentenças. Relatou que não conseguia encontrar as palavras.
Voltou a dormir e ao acordar permaneceu com parestesias em MSD
e face, já conseguia realizar movimentos no MSD e falava senten-
ças simples como "sim" e "não". Continuava com cefaleia de fraca
intensidade e procurou o hospital. À admissão, observou-se afasia
não fluente com parafasias fonêmicas, discurso telegráfico, com-
preensão, nomeação, escrita e repetição preservadas. Hemiparesia
direita completa desproporcionada de predomínio braquiofacial
grau IV. Reflexos profundos globalmente simétricos e reflexo cutâneo
plantar flexor bilateral. Hemi-hipoestesia direita completa. RNM
encefálica evidenciou área de restrição difusional cortical acome-
tendo terço inferior do giro pré-central esquerdo, com discreto
realce pelo contraste. Angio-RNM normal e Doppler transcraniano
com alterações hemodinâmicas associadas ao quadro migranoso.
Recebeu alta com amitriptilina e suspensão de ACO.
Conclusão:Conclusão:
Conclusão:Conclusão:
Conclusão:
Migrânea com aura complexa (visual, sensitiva, motora e de lingua-
gem) pode estar associada a achados neurorradiológicos raros
quando evolui para infarto migranoso.
CE 34
ANÁLISE DO TEMPO DE PROFILAXIA DA MIGRÂNEA
Silva Neto RP; Almeida KJ; Valença MM
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Determinar o tempo mínimo para suspensão da profilaxia
da migrânea em pacientes assintomáticos.
Método:Método:
Método:Método:
Método: Através de es-
tudo prospectivo, com comparação de grupos, empregando amostra
de conveniência, 50 pacientes migranosos diagnosticados conforme
os critérios da International Classification of Headache Disorders -
second editon foram tratados profilaticamente com atenolol,
nortriptilina e flunarizina até o desaparecimento da cefaleia. Quando
assintomáticos, foram divididos em dois grupos iguais: grupo A man-
tido profilaxia por mais 12 meses e grupo B, por mais 24 meses.
Determinou-se a frequência de crises pré e pós-tratamento, num
seguimento de três anos, utilizando-se diário da cefaleia. No segui-
mento, definiu-se como desfecho "tempo livre de dor" e "número de
episódios de recidiva de cefaleia por ano".
Resultados:Resultados:
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Resultados: Dos 50
pacientes tratados, 39 (78%) eram mulheres, correspondendo à ra-
zão feminino/masculino de 3,5:1. A idade variou de 19 a 57 anos
(36,0 ± 11,0). Dos 25 pacientes do grupo A, 20 (80%) eram mulhe-
res e 5 (20%) homens e dos 25 do grupo B, 19 (76%) eram mulheres
e 6 (24%) homens. A idade dos pacientes dos grupos A e B, foi igual,
respectivamente, a 34,2 ± 10,4 e 37,8 ± 11,4 anos. Antes do
tratamento, a frequência mensal das crises para os grupos A e B era,
respectivamente, de 16,3 ± 12,8 e 16,4 ± 11,8 dias (p = 0,769). O
tempo de desaparecimento da cefaleia foi, respectivamente, de 21,4
± 11,2 e 16,8 ± 9,9 meses para os grupos A e B (p = 0,161, χ
2
). Os
grupos não diferiram significativamente. Durante três anos sem trata-
mento, os grupos A e B mantiveram uma frequência anual de, respec-
tivamente, 3,2 e 0,5 dias de cefaleia. Dos pacientes do grupo B,
76,0% (19/25) permaneceram assintomáticos durante o seguimen-
to, versus 44,0% (11/25) do grupo A, com diferença significativa
(p=0,001, χ
2
).
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: Considerando como desfecho o tem-
po livre de cefaleia após suspensão da profilaxia, melhores resulta-
dos foram obtidos com profilaxia da migrânea por 24 meses.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
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-
chavechave
chavechave
chave: Migrânea; Profilaxia; Cura
CE 35
PREVALÊNCIA E IMPACTO DA MIGRÂNEA EM
ALUNOS DE ODONTOLOGIA
Barbosa FMCS
1
; Ferraz MGG
1
; Rocha EE
2
;
Matos RVL
2
; Fernandes RSM
3
1
Cirurgiã Dentista pela UFPE;
2
Especialista em Disfunção
Temporomandibular e Dor Orofacial pela FOR;
3
Doutorado em
Reabilitação Oral pela FORP-USP, Professora Adjunto da UFPE
A migrânea é uma cefaleia primária altamente prevalente e está
entre as doenças mais incapacitantes. Seu diagnóstico deve seguir
os critérios definidos pela Sociedade Internacional de Cefaleia.
Esta pesquisa teve como objetivo identificar, dentre os estudantes
do Curso de Odontologia da UFPE, os portadores de cefaleia e,
entre esses, os migranosos. Através de questionários escritos,
frequência mensal, a intensidade e a localização da dor foram ana-
lisadas e comparadas entre os grupos. O grau de impacto da
migrânea nas atividades rotineiras dos alunos também foi avaliado,
com o uso do Questionário de Avaliação da Incapacidade por
Migrânea (MIDAS). Dos 256 questionários válidos, 45 alunos eram
migranosos (G1) e 174, portadores de outros tipos de cefaleia
(G2). Ao comparar os dois grupos, verificou-se que características
como localização, frequência e intensidade da dor foram diferen-
tes. O grau de impacto das crises de migrânea nas atividades pro-
fissionais, domésticas e sociais foram superiores nas mulheres. A
partir das informações colhidas, os alunos portadores de cefaleia
foram orientados a procurar centros especializados. Por abordar
uma patologia de alta prevalência que provoca impacto substancial
ao indivíduo e a sociedade, um estudo como este é importante ser
realizado, pois possibilita o planejamento e a execução de melho-
res programas de saúde que visem o bem estar da população. No
âmbito acadêmico, pesquisas como esta possibilitam que o tema,
tão pouco abordado, seja esclarecido em sala de aula nos cursos
de graduação e pós-graduação.
CE 36
SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM ADOLESCENTES
COM CEFALEIA PRIMÁRIA
Lima RCA; Freitas DS; Bezerra e Silva DW; Silva GA; Costa CNB;
Siqueira GR; Silva GAM; Ximenes RCC; Silva LC; Martins HAL;
Vieira LPB; Valença MM; Oliveira DA
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Investigar a relação entre os sintomas depressivos e a
cefaleia primária em adolescentes.
Métodos:Métodos:
Métodos:Métodos:
Métodos: Foram avaliados
XXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA