Headache Medicine, v.3, n.2, p.88-91, Apr./May/Jun. 2012 91
A alodinia associada a cefaleia vem atraindo inte-
resse por parte dos pesquisadores, visto que é reconhecida
como um sinal da sensibilização central durante episódios
de cefaleia e fator de risco para a progressão da cefaleia
crônica.
(7)
Com relação à intensidade dolorosa, neste
estudo, observou-se que indivíduos que têm cefaleia e
alodinia possuem uma maior tendência a dor de mode-
rada a intensa. Estudos com testes sensorias e/ou dados
extraídos de questionários sugerem que até 80% dos paci-
entes com cefaleia possuem crises de alodinia asso-
ciadas.
(17,19,21,22)
Tais estudos coincidem com o resultado
obtido neste trabalho.
O presente estudo encontrou um grande percentual
de indivíduos com cefaleia e da mesma associada com
alodinia em indivíduos do sexo feminino estando de
acordo com a literatura. Indivíduos com cefaleia além
do sofrimento individual apresentam um prejuízo eco-
nômico de custos diretos (atenção médica e medicamen-
tosa) e indiretos (redução da sua produtividade, absen-
teísmo e até mesmo incapacidade durante as crises) o
que favorece o comprometimento global da sua quali-
dade de vida. Diante do exposto, é imprescindível à cons-
cientização e educação a respeito do tema, alertando
para a grande importância de uma profilaxia, tratamento
e acompanhamento médico, multi e interprofissional ade-
quado, corroborando assim na efetiva redução da fre-
quência e intensidade da cefaleia o que reflete positiva-
mente no bem-estar, na relação custo-benefício, na pro-
dutividade e melhora da qualidade de vida do indivíduo.
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ALODINIA É MAIS FREQUENTE NOS INDIVÍDUOS COM CRISES MAIS INTENSAS DE CEFALEIA E NAS MULHERES
Recebido: 5/2/2012
Aceito: 14/6/2012
Correspondence
Daniella Araújo de OliveiraDaniella Araújo de Oliveira
Daniella Araújo de OliveiraDaniella Araújo de Oliveira
Daniella Araújo de Oliveira
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e-mail:sabino_daniella@ig.com.br
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