
Headache Medicine, v.3, n.2, p.55-60, Apr./May/Jun. 2012 57
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CEFALEIA: COMO TUDO COMEÇOU
em Santo André, São Paulo. Lá, ele conheceu o Dr.
Orlando J. Martins, que sempre fez parte da clínica de
cefaleia, desde a sua fundação.
(3)
Era amigo do Dr. Nelson Augusto Pedral Sampaio
e, graças a essa amizade, conseguiu criar, em 1979, um
ambulatório de cefaleia na Clínica Ginecológica do
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo
(HC-USP). Quanto aos doutores Wilson Luiz Sanvito e
Roberto Melaragno Filho, amigos de Raffaelli, foram
convidados, obviamente, por serem renomados neuro-
logistas e também demonstrarem interesse pela cefaleia.
No ano de 1976, no encontro de Salvador, conheceu
Wilson Farias da Silva e Gilberto Rebello de Mattos.
(3)
Roberto Melaragno Filho (1919-1998) formou-se na
Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo
(USP), em 1942. Nos anos de 1947 e 1948, realizou
seus estudos em Neurologia como Assistente-Estrangeiro,
na Faculdade de Medicina de Paris, no serviço do
Professor Raymond Garcin. Foi professor livre-docente
da Faculdade de Medicina da USP.
(4)
Foi autor de vários livros, entre eles, destacam-se:
Afecções vasculares cerebrais (1959); Neuroimunologia
(1982); Esclerose Múltipla – manual para pacientes e
suas famílias (1992). Além disso, escreveu capítulos de
diversos livros didáticos de clínica médica e de neurologia,
assim como dezenas de trabalhos publicados em revistas
científicas. Faleceu no dia oito de fevereiro de 1998,
aos 79 anos.
(4)
Wilson Farias da Silva (1933-2008) formou-se pela
Faculdade de Medicina da Universidade do Recife (hoje,
Universidade Federal de Pernambuco), em 1957. Foi
professor titular de Neurologia e chefe do Departamento
de Neuropsiquiatria, da Universidade Federal de Pernam-
buco. Em 2006, recebeu o título de Professor Emérito
daquela instituição. Contribuiu na formação de inúmeras
gerações de neurologistas, tanto na graduação como
na pós-graduação. Faleceu, em Recife, no dia 24 de
outubro de 2008, aos 75 anos.
(5,6)
Na década de 1960, iniciou seus estudos em cefa-
leia e realizou as primeiras publicações sobre esse tema,
na América Latina. No entanto, o seu encantamento pelas
cefaleias veio, definitivamente, a partir de 1974.
(5)
Em
1976, conheceu Edgard Raffaelli Júnior naquele encontro
histórico com Gilberto Rebello de Mattos e Júlio Casoy,
quando decidiram fundar a SBCe.
(5-7)
Ele, juntamente com Edgard Raffaelli Júnior, foi uma
das maiores autoridades brasileiras nos estudos e
pesquisas em cefaleias, com inúmeros artigos e livros
publicados. Finalmente, em 2000, a SBCe reconheceu
o seu mérito e criou o "Prêmio Wilson Farias da Silva",
um incentivo aos pesquisadores brasileiros no campo da
cefaleia.
(5,6)
Gilberto Rebello de Mattos (1932-2011) formou-se
pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal
da Bahia (UFBA), em 1956. Fez residência médica em
Neurologia, na Santa Casa da Misericórdia, Rio de
Janeiro, de 1957 a 1959. Fez curso de Neuropediatria,
no HC-USP, em 1962. Foi professor adjunto de Clínica
Neurológica da Universidade Federal da Bahia e chefe
dos serviços de Neurologia e Eletroencefalografia do
Hospital Universitário Dr. Edgard Santos, em Salvador.
Em 1981, publicou o primeiro livro em língua portuguesa
sobre migrânea, intitulado Enxaqueca – o controle das
crise, com a colaboração de Wilson Farias da Silva.
(8)
Após a aposentadoria, como professor da UFBA, em
1988, foi morar em Sergipe, onde faleceu no dia dois
de abril de 2011, aos 79 anos.
(9)
Dos 14 membros fundadores, ainda vivos, apenas
dois participam, regularmente, das reuniões anuais da
SBCe: Wilson Luiz Sanvito e Orlando J. Martins. Segundo
Raffaelli, desses 14, sete compareceram apenas à reunião
de fundação da Sociedade, assinaram a ata, mas não
persistiram.
(1)
Wilson Luiz Sanvito formou-se pela Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Paraná, em 1958.
Iniciou o seu treinamento em Clínica Neurológica no
Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas de São
Paulo e complementou a sua formação de especialista
no Hospital da Salpétrière, na França. Lá, obteve o título
de Assistant Étranger da Faculdade de Mecidina de Paris.
Atualmente, é médico da Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo e professor titular de Neuro-
logia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa
de São Paulo.
Publicou mais de uma centena de trabalhos científicos
em revistas nacionais e estrangeiras. É autor de sete livros
em neurociências e vários volumes de crônicas. São livros
de sua autoria: O mau gênio do cérebro: o impacto da
doença neurológica (A girafa, 2006); Esclerose Múltipla
no Brasil: aspectos clínicos e terapêuticos (Atheneu, 2005);
Doença de Parkinson: prática clinica e terapêutica (Atheneu,
2005); O mundo das minhas reflexões (Atheneu, 2005);
O Homen (Im) Perfeito (Atheneu, 2002); O Livro das
Cefaleias (Atheneu, 2001); O colecionador de idéias
(Atheneu, 1998); A arte de pensar & Outras artes (Lemos
Editorial, 1998).
Orlando J. Martins formou-se pela Escola Paulista
de Medicina da Universidade Federal de São Paulo