36 Headache Medicine, v.3, n.1, p.36-40, Jan./Feb./Mar. 2012
Avaliação da tendência da anteriorização da
cabeça em adolescentes com cefaleia primária
Evaluation of forward head posture tendency in adolescents with
primary headache
RESUMORESUMO
RESUMORESUMO
RESUMO
Objetivo:Objetivo:
Objetivo:Objetivo:
Objetivo: Avaliar a relação entre a anteriorização de cabeça
e cefaleias primárias em adolescentes.
Métodos:Métodos:
Métodos:Métodos:
Métodos: O estudo
foi realizado com 69 estudantes entre 10 e 19 anos (12,5 ±
1,7 anos). Os participantes foram divididos em três grupos:
cefaleia tipo tensional (CTT), migrânea e sem cefaleia. Foi
utilizado um questionário sobre as características clínicas da
cefaleia, baseado nos critérios da ICHD II- 2004. Para avaliar
a anteriorização de cabeça foram utilizados os ângulos crânio-
vertebral e o manúbrio-esternal.
Resultados: Resultados:
Resultados: Resultados:
Resultados: Não houve
diferença estatística entre os grupos em relação ao gênero
p=0,68 (χ
2
) e a idade p=0,574 (teste de Mann-Whitney).
Adolescentes com CTT apresentaram anteriorização da cabeça
em relação aos controles sem cefaleia, em ambos os ângulos
estudados [ângulo crânio-vertebral: CTT (50,7° ± 1,3°) vs.
controle (50,9° ± 1,1°); p=0,915, Mann-Whitney] e ângulo
manúbrio-esternal: [CTT (97,6° ± 1,7°) vs. controle (96,6° ±
1,9°); p=0,533, teste de Mann-Whitney]. O ângulo manúbrio-
esternal foi maior nos migranosos [sem cefaleia (96,6°±1,9°)
vs. migranosos (100,3°±5,8°); p=0,724, Mann-Whitney].
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: nesse estudo não ficou evidente a correlação
entre a anteriorização de cabeça com as cefaleias primárias
em adolescentes.
PP
PP
P
alavrasalavras
alavrasalavras
alavras
--
--
-
chave: chave:
chave: chave:
chave: Cefaleia; Migrânea; Cefaleia tipo tensional;
Adolescentes; Anteriorização da cabeça
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLEORIGINAL ARTICLE
ORIGINAL ARTICLE
Tammy Lopes de Souza
1
, Clarice Nicéas Barreto da Costa
1
, Gisela Rocha de Siqueira
1
,
Hugo André de Lima Martins
2
, Rosana Christine Cavalcanti Ximenes
2
,
Manuella Moraes Monteiro Barbosa Barros
1
, Marcelo Moraes Valença
2
, Daniella Araújo de Oliveira
1
1
Departamentos de Fisioterapia e
2
Neuropsiquiatria,
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife, PE, Brasil
Souza TL,Costa CN, Siqueira GR, Martins HA, Ximenes RC, Barros MM, et al.
Avaliação da tendência da anteriorização da cabeça em adolescentes com cefaleia primária.
Headache Medicine. 2012;3(1):36-40
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACTABSTRACT
ABSTRACT
Objective:Objective:
Objective:Objective:
Objective: Evaluate the relationship between forward head
posture and primary headache in adolescents.
Methods:Methods:
Methods:Methods:
Methods: The
study was conducted with 69 students between 10 and 19 years
old (12.5 ± 1.7 years). Participants were divided into three
groups: tension-type headache (TTH), migraine without
headache. We used a questionnaire on the clinical and
individual characteristics of headache based on ICHD II-2004.
Forward head posture was evaluated by two different angles:
C7-tragus angle and manubrium-sternal angle.
Results: Results:
Results: Results:
Results: There
was no statistical difference between groups regarding gender
p=0.68 and age (χ
2
); p=0.574, Mann-Whitney test.
Adolescents with TTH had the head forward posture in relation
to controls without headache in both angles studied [Cranio-
vertebral angle: TTH (50.7° ± 1.3°) vs. control (50.9° ± 1.1°),
p=0.915, Mann-Whitney] and manubrium-sternal angle:
[TTH (97.6° ± 1.7°) vs. control (96.6° ± 1.9°), p=0.533,
Mann-Whitney test]. The manubrium-sternal angle was greater
in migraine [without headache (96.6° ± 1.9°) vs. migraine
(100.3° ± 5.8°); p=0.724, Mann-Whitney test].
Conclusion:Conclusion:
Conclusion:Conclusion:
Conclusion: In this study no correlation between forward
head posture with primary headaches in adolescents was
observed.
KK
KK
K
eywords: eywords:
eywords: eywords:
eywords: Headache; Migraine; Tension-type headache;
Adolescents; Forward head posture
Headache Medicine, v.3, n.1, p.36-40, Jan./Feb./Mar. 2012 37
INTRODUÇÃO
Em crianças e adolescentes, a cefaleia é uma doen-
ça frequente e de difícil diagnóstico, tanto pela falta de
exames complementares como pelas particularidades de
cada tipo.
(1)
Nessa população, a prevalência de cefaleia
primária estimada no último ano variou entre os estudos
de 58,4%,
(2)
62,1%,
(3)
69,4%,
(4)
76,8%,
(5)
82,9%,
(6)
88,6%.
(7)
Essa ampla margem de prevalência pode ser
causada pelos diferentes critérios adotados nas classifi-
cações de 1988 (ICHD-I)
(8)
e 2004 (ICHD-II).
(9)
Muitos problemas posturais possuem sua origem no
período de crescimento e desenvolvimento corporais, ou
seja, na infância e na adolescência.
(10,11)
Os hábitos pos-
turais adotados nessa fase, principalmente aqueles rela-
cionados à utilização de mochilas e à postura sentada,
podem acarretar várias alterações posturais, entre elas a
anteriorização excessiva da cabeça.
(12,13)
Alterações musculoesqueléticas da região cervical em
adultos têm sido frequentemente associadas a diferentes
tipos de cefaleias.
(14,15)
Alguns autores
(13,16)
acreditam que
a dor desencadeada em músculos das regiões pericranial,
pescoço e ombros pode ser irradiada para a cabeça,
ao mesmo tempo que outros autores
(12,17)
associam a
cefaleia do tipo tensional com a anteriorização da cabe-
ça, que é um dos achados posturais mais frequentes. É
observado que a anteriorização da cabeça ocorre devido
à hipertonia dos músculos esternocleidomastoideos e
escalenos, além da tensão exercida pelo sistema sus-
pensor do diafragma, quando este se encontra retraído.
Todavia, essa correlação entre o posicionamento da
cabeça e a cefaleia só tem sido estudada em adultos,
sendo escassa, até o presente momento, a averiguação
em adolescentes. Nessa fase da vida, as variações pos-
turais são comuns, sendo decorrentes dos vários ajustes,
adaptações e mudanças corporais e psicossociais.
(18)
O objetivo desse estudo é avaliar a tendência de
anteriorização da cabeça em adolescentes com cefaleia
primária.
METODOLOGIA
AmostraAmostra
AmostraAmostra
Amostra
Trata-se de um estudo transversal descritivo com
um componente analítico, desenvolvido na Escola
Maciel Pinheiro, localizada na cidade de Recife, PE,
Brasil, no período de março a setembro de 2011.
Participaram do estudo 69 adolescentes, regularmente
matriculados com idades variando entre 10 e 19 anos
(12,5 ± 1,7 anos), de ambos os sexos (55 meninas).
Eles responderam a um formulário elaborado pelas
pesquisadoras contendo informações sociodemográ-
ficas. Para diagnóstico do tipo de cefaleia foram utili-
zados os critérios da International Headache Society –
IHS (ICHD-II, 2004). Os estudantes que apresentavam
tanto CTT quanto migrânea foram incluídos no grupo
de migranosos. Para avaliar a anteriorização cervical
foram utilizados os ângulos crânio-vertebral (Figura 1A)
e o ângulo manúbrio-esternal (Figura 1B). Foram excluí-
dos os adolescentes que apresentaram: déficit cognitivo,
diagnósticos conhecidos de doenças reumatológicas,
traumas (fraturas ou luxações) em qualquer parte do
corpo, alterações ortopédicas congênitas ou adquiridas,
história prévia de trauma cranioencefálico (leve, mode-
rado ou grave) no último ano. O projeto de pesquisa
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do CCS-
UFPE, sob número de protocolo 066/2011 e CAAE -
0012.0.172.000-11.
Avaliação posturalAvaliação postural
Avaliação posturalAvaliação postural
Avaliação postural
Para avaliação postural foram realizados registros
fotográficos com o paciente em posição ortostática (com
o posicionamento do pé a 30º) e em perfil direito, através
de uma Câmera Digital Sony W330 - 14.1 megapixels -
ZOOM 4X, fixada a um tripé na altura de um metro e
posicionada a uma distância de dois metros do paciente.
Os pontos ósseos de referência marcados foram o tragus,
o processo espinhoso de C7, o manúbrio do esterno e a
protuberância mentual. Para a identificação de C7, pal-
pou-se o processo espinhoso mais proeminente e foi so-
licitado ao avaliado que flexionasse e estendesse a ca-
beça passivamente; tal movimento auxilia na detecção
de C7, já que ela é menos móvel quando comparada a
C6.
(19-20)
O cálculo de ambos os ângulos foi obtido em
AVALIAÇÃO DA TENDÊNCIA DA ANTERIORIZAÇÃO DA CABEÇA EM ADOLESCENTES COM CEFALEIA PRIMÁRIA
Figura 1. Avaliação da tendência da anteriorização da cabeça em
adolescentes com cefaleia primária.
38 Headache Medicine, v.3, n.1, p.36-40, Jan./Feb./Mar. 2012
SOUZA TL,COSTA CN, SIQUEIRA GR, MARTINS HA, XIMENES RC, BARROS MM, ET AL.
graus, com o auxílio do Sistema Fisiometer de Avaliação
(Software Biométrico de Avaliação Postural) Posturograma
3.0 e do Microsoft Office Excel 2007, onde foram poste-
riormente tabulados.
Ângulo crânio-vertebralÂngulo crânio-vertebral
Ângulo crânio-vertebralÂngulo crânio-vertebral
Ângulo crânio-vertebral
A medida do ângulo crânio-vertebral foi obtida tra-
çando-se uma linha horizontal ao solo passando pelo
processo espinhoso de C7 e outra linha ligando o tragus
ao processo espinhoso de C7 (Figura 1A). Quanto menor
valor do ângulo maior anteriorização de cabeça.
(20)
Ângulo manúbrio-esternalÂngulo manúbrio-esternal
Ângulo manúbrio-esternalÂngulo manúbrio-esternal
Ângulo manúbrio-esternal
Para mensuração desse ângulo traça-se uma linha
ligando o processo espinhoso de C7 ao manúbrio do
esterno e deste a protuberância mentual (Figura 1B).
Quanto maior for essa angulação, maior será a anterio-
rização da cabeça.
(21-22)
Análise estatísticaAnálise estatística
Análise estatísticaAnálise estatística
Análise estatística
Os dados são mostrados como média ± desvio
padrão. Foi utilizado o teste Kolmogorov-Smirnov para
verificar o tipo de distribuição das variáveis a serem
estudadas. Foi utilizado o teste não paramétrico Mann
Whitney. Na análise das variáveis categóricas aplicamos
o qui-quadrado(χ
2
). O nível de significância considerado
como diferente estatisticamente foi p<0,05. A análise
estatística foi executada com o programa SPSS (Statistical
Package for the Social Sciences) 13.0.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 69 adolescentes, 55
meninas (79,7%), com idade variando de 10 a 19 anos
(12,5 ± 1,7anos). Não houve diferença entre os grupos
em relação à idade [sem cefaleia (12,8 ± 0,3), CTT
(12,4 ± 0,3) e migranosos (12,5 ± 0,4); p =0,574,
Mann-Whitney]; e em relação ao gênero [sem cefaleia
21/27 (77,8%) meninas, CTT 25/32 (78,1%) meninas e
migrânea 9/10 (90%) meninas; p=0,68, χ
2
].
Os adolescentes com CTT apresentaram anterio-
rização da cabeça em relação aos controles sem cefa-
leia, em ambos os ângulos estudados [ângulo crânio-
vertebral: controle (50,9° ± 1,1°) vs. CTT (50,7° ± 1,3°);
p=0,915, Mann-Whitney] e ângulo manúbrio-esternal:
[controle (96,6° ± 1,9°) vs. CTT (97,6° ± 1,7°); p=0,533,
Mann-Whitney] (Tabela 1).
Foi observado aumento do ângulo manúbrio-esternal
nos migranosos quando comparados aos sem cefaleia
[sem cefaleia (96,6°±1,9°) vs. migranosos (100,3°±5,8°);
p=0,724, Mann-Whitney] (Tabela 2).
DISCUSSÃO
Alterações posturais são frequentemente encontra-
das em crianças e adolescentes. Nesse período de
desenvolvimento, a postura é submetida a vários ajustes
e adaptações devido às transformações no corpo e às
demandas psicossociais.
A anteriorização da cabeça aumenta a atividade
dos músculos esternocleidomastoideo e escalenos ocasio-
nando a elevação da caixa torácica, diminuindo a mobi-
lidade toracoabdominal e comprometendo a eficácia
ventilatória promovida pelo diafragma.
(21,23)
Essa desvan-
tagem mecânica intensifica o esforço inspiratório e gera
um círculo vicioso de tensão muscular, alteração postural
e aumento do trabalho respiratório.
(21)
A relação entre anteriorização da cabeça e cefaleia,
em adultos, já é bem descrita na literatura;
(17,19,24)
todavia,
essa correlação em crianças e adolescentes é escassa,
até o presente momento.
O presente estudo mostrou que os adolescentes com
CTT apresentaram a posição da cabeça mais à frente
do que os controles sem cefaleia, em ambos os ângulos
estudados. Outros autores demonstraram que pacientes
adultos com CTT crônica apresentavam menor ângulo
crânio-vertebral (45,3°± 7,6°) em relação ao grupo
controle (54,1°± 6,3°). Outros estudos têm associado
anteriozização da cabeça com outros tipos de cefaleia,
como a cefaleia cervicogênica
(19)
e cefaleia pós-concus-
são.
(24)
Em ambos os estudos os autores encontraram
Headache Medicine, v.3, n.1, p.36-40, Jan./Feb./Mar. 2012 39
diminuição do ângulo crânio-vertebral nos adultos com
cefaleia quando comparados aos indivíduos saudáveis.
O ângulo manúbrio-esternal é outra forma de avaliar
a anteriorização cervical. Em nosso estudo, adolescentes
com CTT não apresentaram maior ângulo (97,6° ± 1,7°)
em relação ao grupo sem cefaleia (96,6° ± 1,9°). Um
estudo realizado em crianças com bruxismo mostrou
aumento do ângulo manúbrio-esternal quando compa-
rado aos controles sem bruxismo.
(22)
Nos adolescentes migranosos, a mensuração do
ângulo crânio-vertebral não mostrou uma posição
anteriorizada da cabeça em relação ao grupo sem
cefaleia. Resultado semelhante foi encontrado em outro
estudo, onde os autores também não encontraram
diferença significante em anteriorização da cabeça
entre adultos migranosos e os indivíduos saudáveis.
(25)
Todavia, outros estudos mostram maior anteriorização
da cabeça em adultos migranosos, ou seja, menor
ângulo crânio-vertebral, quando comparados ao
grupo controle.
(19,24,26)
Quando avaliados pelo ângulo manúbrio-esternal,
os adolescentes migranosos mostraram maior anterio-
rização da cabeça, quando comparados aos controles
saudáveis a aos adolescentes com CTT, embora sem di-
ferença estatística.
Nosso estudo apresenta algumas limitações. Pri-
meiro, o tamanho da amostra. É necessário repetir o es-
tudo com um número maior de adolescente para esta-
belecer com mais precisão a relação entre anteriorização
cervical e cefaleia. É interessante realizar uma avaliação
da amplitude de movimento articular da coluna cervical,
bem como a presença de Trigger Points nos músculos da
região da cabeça e do pescoço.
A estática da coluna cervical depende do equilíbrio
entre a musculatura extensora e flexora do pescoço; dese-
quilíbrios biomecânicos e musculares podem alterar a
postura da cabeça causando dor e desconforto local ou
em regiões pericranianas.
(21)
Do ponto de vista biomecânico há um equilíbrio na
relação entre o osso hioide e a mandíbula até os três
anos de idade, após essa fase, fatores ligados ao desen-
volvimento podem ser geradores dos desequilíbrios bio-
mecânicos, como observados em alguns estudos, nos
quais foi visto que o osso hioide tende à anteriorização
na fase da puberdade, causando a anteriorização da
mandíbula.
(21)
Como período da adolescência se caracteriza por
alterações em diversos níveis – físico, mental e social,
as transformações biológicas geram constantes
alterações no sistema musculoesquelético, que, nessa
fase, ainda não estão totalmente consolidadas, suge-
rindo maior propensão aos desequilíbrios biomecâ-
nicos.
(18,27)
Ambos os ângulos são utilizados na literatura para
avaliar a anteriorização cervical.
(17,22)
As diferenças encon-
tradas entre as medidas, em nosso estudo, podem ser
explicadas pelo fato de cada angulação usar um refe-
rencial específico, e, provavelmente, alterações biome-
cânicas (e.g. relação entre o osso hioide e a mandíbula)
foram subestimadas na avaliação.
Dessa forma, a anteriorização de cabeça parece
ser uma característica comum em várias síndromes de
dor de cabeça. Porém, como ainda não está claramente
elucidado a sua colaboração nas cefaleias, acredita-
mos que ela pode ser uma consequência e não um fator
etiológico, uma vez que essa posição pode ser adotada
como forma de alivio da dor.
(26,28)
Com isso, é importan-
te a sua averiguação em pesquisas futuras, incluindo
crianças e adolescentes.
CONCLUSÃO
No presente estudo, não ficou evidente a correlação
entre a anteriorização de cabeça com as cefaleias primá-
rias. Contudo, é válida a realização de mais pesquisas
em adolescentes, para melhor elucidação e comparação
dos fatos.
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AVALIAÇÃO DA TENDÊNCIA DA ANTERIORIZAÇÃO DA CABEÇA EM ADOLESCENTES COM CEFALEIA PRIMÁRIA
40 Headache Medicine, v.3, n.1, p.36-40, Jan./Feb./Mar. 2012
Correspondence
Daniella Araújo de OliveiraDaniella Araújo de Oliveira
Daniella Araújo de OliveiraDaniella Araújo de Oliveira
Daniella Araújo de Oliveira
Av. Jorn. Anibal Fernandes, s/n, Cidade Universitária
50740-560 – Recife, PE, Brasil
Fone:(55-81) 21268937, Fax: (55-81) 21268491
email:sabino_daniella@ig.com.br
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SOUZA TL,COSTA CN, SIQUEIRA GR, MARTINS HA, XIMENES RC, BARROS MM, ET AL.
Recebido: 15/2/2012
Aceito: 22/2/2012