Headache Medicine, v.3, n.1, p.26-35, Jan./Feb./Mar. 2012 33
Apesar de não ser possível detectar diferenças en-
tre os três grupos quando comparados simultaneamen-
te, as comparações dois a dois quanto à frequência de
duas categorias dos aspectos sociais devem ser feitas,
porque o valor de p encontrado na relação menciona-
da foi menor que 0,150. Nessa nova comparação foi
possível verificar que os três grupos de pacientes eram
diferentes entre si quanto à diferença entre os baixos
escores de mediadores das relações sociais.
A frequência de diabéticos classificados com bai-
xa qualidade de vida nas relações sociais foi cerca de
40% maior que a de voluntários classificados para esta
mesma categoria e essa diferença foi significativa
(p<0,001). E em pesquisas realizadas anteriormente
25,8% dos portadores de diabetes relatam que a vida
social foi afetada devido à doença, seja pelas própri-
as limitações que ela trás, como a restrição para
ingestão de alimentos.
(12)
Quando se analisa a catego-
ria com boa qualidade de vida vemos que essa dife-
rença não existe (p=0,121).
A frequência de migranosos com baixo aspecto so-
cial foi cerca de 50% maior que a frequência de volun-
tários com menos de 60 pontos na escala de aspecto
social. A diferença entre os grupos foi também significa-
tiva (p=0,001). Os pacientes migranosos apresentaram
uma diminuição da vida social devido à presença da
doença, explicada muitas vezes pela presença do diag-
nóstico de depressão conjuntamente com o diagnóstico
de migrânea,
(14)
e que cerca de 30% dos pacientes abo-
lem a vida social e familiar devido à doença.
(11)
A compa-
ração entre os grupos na categoria de boa qualidade
de vida não se mostrou diferente (p=0,058).
A comparação de migranosos com diabéticos neste
quesitos também foi importante (p=0,001). E as frequên-
cias de pacientes classificados com menos de 60 pontos
apresentaram diminuição na qualidade de vida e mostra-
ram que existiu um pequeno aumento em relação aos
migranosos. Estes apresentaram quase 10% a mais que
os diabéticos nesta categoria. Essa diferença não é
observada quando se compara a categoria para boa
qualidade de vida (p=0,922).
Parece que diabéticos e migranosos apresentaram
redução da capacidade de manter boas relações soci-
ais e que, neste aspecto, a presença dessas doenças
causou efeitos similares.
Aspectos emocionaisAspectos emocionais
Aspectos emocionaisAspectos emocionais
Aspectos emocionais
Comparando-se os grupos segundo a frequência
de pontuação pode-se observar que mais de 60% dos
voluntários apresentaram boa qualidade de vida. Os
diabéticos corresponderam a 60%, enquanto apenas
40% dos migranosos se enquadraram nesta classifica-
ção. A análise mostrou que não existiu diferença entre os
três grupos (p=0,059); no entanto, os valores ficaram
muito próximos do limite. Os dados sugeriram que o
grupo de migranosos apresentou uma maior frequência
de pontuação frente à classificação de má qualidade
de vida.
Apesar de não ser possível detectar diferenças entre
os três grupos quando comparados simultaneamente, as
comparações dois a dois quanto à frequência de duas
categorias dos aspectos emocionais devem ser feitas,
porque o valor de p encontrado na relação menciona-
da foi menor que 0,150. Nessa nova comparação foi
possível verificar que os três grupos de pacientes foram
diferentes entre si quanto a diferença entre os baixos es-
cores de mediadores dos aspectos emocionais.
Ao observar o grupo de voluntários e o grupo de
diabéticos, vimos que existiu diferença estatística,
(p<0,001). Essa diferença foi cerca de 15% de pacien-
tes diabéticos a mais que os pacientes voluntários classi-
ficados com baixa qualidade de vida para esse quesito.
Conforme estudos anteriores, observa-se que existe uma
limitação emocional nos pacientes que apresentam di-
agnóstico para diabetes.
(13)
Quando se observa a classi-
ficação de boa qualidade de vida, vê-se que não existe
essa diferença (p=0,647).
Ao se analisar o grupo de voluntários e o grupo de
migranosos, observou-se que existiu diferença estatística
(p<0,001). A quantidade de migranosos com baixa
qualidade de vida foi cerca de 70% maior que os volun-
tários. Parece que a presença da doença interferiu real-
mente na vida emocional destes pacientes. Essa diferen-
ça também não pode ser observada no grupo com mais
de 60 pontos (p=0,137).
Quando se analisaram os grupos de doentes, dia-
béticos e migranosos, viu-se que existiu diferença estatís-
tica (p=0,001). A frequência de pacientes migranosos
foi cerca de 50% maior que a frequência de pacientes
diabéticos para esta categoria, parecendo que a migrâ-
nea interferiu com maior intensidade nos aspectos emocio-
nais dos pacientes acometidos. Essa diferença deixou de
ser significativa quando se observa a categoria com boa
qualidade de vida (p=0,263).
Os resultados apresentados nas Tabelas 1 e 2 para
Aspectos emocionais possibilitaram concluir que não exis-
tiu diferença estatística quando se compararam os três
grupos de forma simultânea. Quando comparamos os
COMPARAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA ENTRE MIGRANOSOS, DIABÉTICOS E VOLUNTÁRIOS SADIOS
POR MEIO DO BRAZILIAN SF-36