XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
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POSTER
CONHECIMENTO ACERCA DAS PRINCIPAIS
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS E MANEJO
DE CEFALEIAS PRIMÁRIAS ENTRE
ACADÊMICOS DO CURSO DE MEDICINA
SILVA, Alan Melo dos Santos
1
; GONÇALVES, Lorena Oliveira
1
1
Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Federal do
Pará – UFPA.
Contato com autor: Alan Melo dos Santos Silva
E-mail: alanmelosilva01@gmail.com
Rua Morada dos ventos, 133. Q 17. Mangueirão – Belém-Pa.
Introdução: A Cefaleia é um dos sintomas clínicos mais
recorrentes em atendimentos médicos tanto em nível
ambulatorial quanto em urgências. Nas Unidades de
Saúde, a cefaleia é responsável por 9,3% das consultas
não agendadas e nos ambulatórios de neurologia é o
motivo mais frequente de consulta. Pacientes com
cefaleia representam 4,5% dos atendimentos em
unidades de emergência, sendo o quarto motivo mais
frequente de consulta nas unidades de urgência. Por
sua elevada incidência associada a comum limitação
funcional daqueles por ela acometidos, justica-se
a necessidade da compreensão de suas diferentes
apresentações clínicas e condutas assertivas. Objetivo:
Avaliar o nível de conhecimento entre acadêmicos de
Medicina acerca das principais cefaleias primárias e seu
manejo clínico em nível ambulatorial e em emergências.
Métodos: Estudo descritivo, transversal e quantitativo
realizado por meio de questionários impressos e
eletrônicos preenchidos por acadêmicos do curso de
Medicina que já cursaram a disciplina de Neurologia em
Belém-Pa. Resultados: Foi contabilizado um total de 80
(oitenta) questionários respondidos por acadêmicos
do curso de Medicina de diferentes Universidades da
cidade de Belém, capital paraense. Questionados sobre
a apresentação clínica da cefaleia do tipo tensional 80%
responderam assertivamente seu caráter compressivo,
15% responderam pulsátil, 3,7% queimação e 1,2%
choques. A respeito da caracterização clínica da cefaleia
do tipo em salvas 67,5% pontuaram dor periorbital
podendo apresentar lacrimejamento, edema e
hiperemia conjuntival, congestão nasal, ptose ou miose;
15% associaram a existência de aura; 13,8% armaram
sinais autonômicos contralaterais à queixa álgica e
3,8% a classicaram como dor de leve a moderada
intensidade. Sobre a apresentação clínica da enxaqueca
76,3% armaram ser unilateral e pulsátil. Ao serem
questionados sobre a prolaxia do mal-exaquecoso
somente 41,3% associaram betabloqueadores; 37,5%
clorpromazina com triptano IV, 15% verapamil e 6,3%
usariam analgésicos. Em relação ao tratamento abortivo
da cefaleia em salvas 78,8% indicariam oxigenioterapia
e ao serem questionados sobre o tratamento agudo da
cefaleia em salvas 92,5% responderam a associação de
analgésicos como Dipirona EV com anti-inamatório não
hormonal. Conclusão: A diculdade para a realização
do diagnóstico diferencial entre as principais cefaleias
primarias resulta no direcionamento equivocado de
condutas tanto no manejo ambulatorial quanto nas
intervenções abortivas de crises, assim tende a gerar
um prognóstico ruim ao paciente acarretando danos
biopsicossociais. A conduta assertiva diante das cefaleias
primárias deve ser encarada como um pré-requisito
básico na formação do médico generalista a m de
reduzir o sofrimento do paciente, bem como possíveis
gastos desnecessários aos serviços de saúde.
Palavras-chave: Cefaleias primárias. Cefaleia.
Conhecimento. Manejo. Acadêmicos.
AVALIAÇÃO SENSITIVA DE PACIENTES
SUBMETIDOS À DESCOMPRESSÃO
NEUROVASCULAR DO NERVO TRIGÊMEO
ABREU, Alessandro Almeida
1
; ANDRADE, Daniel Ciampi
2
;
DURTE, Kleber Paiva
3
1
Médico pela Fundação Oswaldo Aranha, Residência em
Neurocirurgia pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto,
Residente de Dor no Hospital das Clinicas da Faculdade de
Medicina da USP.
2
Médico Neurologista do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas
da FMUSP. Livre Docência na Universidade de São Paulo.
3
Médico Neurocirurgião do Grupo de Dor e neurocirurgia
funcional do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Contato com autor: Alessandro Almeida de Abreu
E-mail: alessandrodico@hotmail.com
End: Rua Dr Ovídio pires de Campos, 171, Apto 306
Introdução: A Neuralgia do Trigêmeo (NT) é a neuralgia
craniana mais frequente com uma incidência anual que
varia de 4 pacientes para cada 100.000 habitantes em
estudos mais antigos a 28,9 pacientes para cada 100.000
habitante em estudos mais recentes. Caracteriza-se por
uma dor lancinante, paroxística (duração de segundos
a poucos minutos), unilateral, acometendo o território
inervado pelo nervo trigêmeo. A maioria dos pacientes
com NT apresenta exame neurológico normal, embora
as percepções do toque e da temperatura possam estar
levemente diminuídas no território trigeminal acometido.
Objetivo: Correlacionar os resultados obtidos entre
os pacientes que apresentavam compressão ou não
no que diz respeito à resolução da dor e alterações
sensitivas. Avaliar alterações neurológicas antes e após a
descompressão do nervo trigêmeo. Metodologia: Foram
incluídos 11 pacientes, com Neuralgia do Trigêmeo clássica
e idiopática que foram selecionados no ambulatório de
algias craniofaciais do hospital das clínicas. Todos foram
submetidos a uma entrevista clínica e exame neurológico
a m de conrmar o diagnóstico preenchendo os
critérios para Neuralgia do Trigêmeo, estabelecidos pela
24 de outubro | quinta-feira | 15h às 16h
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Classicação Internacional das Cefaléias (ICHD-3). Cada
paciente foi avaliado individualmente um dia antes do
procedimento cirúrgico e um mês após. Foi utilizado um
estesiômetro ( monolamentos SEMMES- WEINSTEIN )
com 6 espessuras que variavam de 0,05g à 300 g pra
testar os limiares de sensibilidade e dor. Resultados: Até
o momento foram selecionados 11 pacientes, dos quais 6
eram mulheres e 5 homens. Três pacientes apresentavam
NT clássica,com compressão vascular congurando
mudança na morfologia da raiz trigeminal e 6 tinham
conito neurovascular sem alterações anatômicas. Dois
não haviam compressão ou contato direto com alças
vasculares. Após 1 mês de cirurgia, 9 pacientes estavam
sem dor. Quanto ao teste quantitativo da sensibilidade
observamos que na área controle , sendo a contralateral
mais distante ao território trigeminal acometido, não
houveram mudanças no pré e pós – operatório. 10
pacientes tinham limiar sensitivo com 0,05g e 1 com
0,2g. No lado acometido 8 pacientes apresentaram
limiar sensitivo com 0,05g e 3 com 0,2g. Dos oito com
limiar prévio de 0,05 g, 3 pacientes tiveram um aumento
para 0,2g . Os demais se mantiveram iguais. Quanto ao
limiar doloroso, inicialmente 7 foram com 300g e 4 com
10 g. No pós-operatório apenas dois dos que tiveram
limiar com 10g aumentaram para 300g.Conclusão:
Observamos pouca alteração no teste quantitativo
de sensibilidade após descompressão , e nenhuma
alteração clinicamente evidente ou incômoda para os
pacientes, ao passo que a grande maioria estes ( 82%)
, obtiveram resolução completa da dor , reforçando a
ideia de que quando realizado de maneira adequada,
com técnicas bem estabelecidas e sistematizadas,
o procedimento atribui pouca morbidade e agrega
importante qualidade de vida.
Palavras-chave: Neuralgia do trigêmeo. Teste
quantitativo sensitivo. Descompressão neurovascular.
INFILTRAÇÃO ANESTÉSICA DE FÁSCIAS
DO MÚSCULO ESPLÊNIO DA CABEÇA
NA NEURALGIA OCCIPITAL ASSOCIADA
À SÍNDROME DOLOROSA MIOFASCIAL:
RELATO DE CASO
PINTO, Bruna Duarte
1
; REBOUÇAS Bruno Hojo
2
; ABREU,
Alessandro Almeida
3
, FORTINI, Ida
4
; ANDRADE, Daniel Ciampi
5
;
KUBOTA, Gabriel Taricani
6
; KIM, Ken Sang
7
1
Médica pela Universidade do Vale do Sapucaí, Residência em
Neurologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Residente
de Dor no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da
USP.
2
Médico pelo Instituto Ciencias da Saude, Residência em
Neurologia pelo Hospital Sirio Libanes, Residente de Dor no
Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP.
3
Médico pela Fundação Oswaldo Aranha, Residência em
Neurocirurgia pelo Hospital Universitario Pedro Ernesto,
Residente de Dor no Hospital das Clinicas da Faculdade de
Medicina da USP.
4
Medica assistente do Hospital das clinicas da RMUSP Chefe do
ambulatorio decefaleia do HCFMUSP
5
Médico Neurologista do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas
da FMUSP. Livre Docência na Universidade de São Paulo.
6
Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP). Residência médica em Neurologia no Hospital
das Clínicas da FMUSP (HCFMUSP). Residência médica em Dor
no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
7
Sang Keng Kim: Graduação em Medicina pela Faculdade de
Medicina da USP, Residência em Anestesiologia pela Faculdade
de Medicina da USP, Médico Assistente do Hospital das Clínicas
da FMUSP.
Contato com autor: Bruna Duarte
E-mail brunaduartencl@gmail.com
End: Rua Bela Cintra, 495, Apto 13.
Introdução: A Neuralgia Occipital é caracterizada por dor
neuropática no território dos nervos occipitais. A etiologia
da doença ainda é desconhecida, porém uma das
teorias é a compressão crônica destes pela musculatura
cervical. A síndrome dolorosa miofascial (SDM) cervical
é frequentemente associada à essa doença, dicultando
o diagnóstico e tratamento direcionado. Em nosso
serviço, realizamos rotineiramente inltração de fáscias
musculares para tratamento de SDM. Essa técnica poderia
auxiliar no tratamento e no diagnóstico diferencial da
Neuralgia occipital, pois promove o bloqueio anestésico
dos músculos adjacentes aos nervos occipitais. Objetivo:
Relatar um caso de neuralgia occipital esquerda associada
a SDM tratado com inltração de fáscias musculares
adjacentes. Caso Clínico: Homem de 41 anos e com
antecedente de migrânea, apresentava desde 2004 dor
cervical posterior contínua, em aperto e constante, com
intensidade de 7 na escala numérica de dor (NRS-11).
Ocasionalmente, ocorriam paroxismos intensos de dor. A
dor podia ser provocada por movimentação brusca do
pescoço e extensão da cabeça. Ao exame físico, alodínia
em território de C2 à esquerda e, à percussão dos
ramos do nervo grande occipital desse lado reproduzia-
se a dor. Presença também de pontos gatilhos ativos
nos músculos esplênios da cabeça. A ressonância
magnética de crânio e coluna cervical e radiograa
simples dinâmica de coluna cervical não apresentaram
alterações patológicas.Apresentou-se a hipótese de
neuralgia occipital esquerda associada a SDM local. Foi
realizada inltração das fáscias supercial e profunda do
músculo esplênio da cabeça esquerdo com ropivacaína
e metilprednisolona, guiado por ultrassonograa. Após
o procedimento, houve resolução completa da dor por
7 dias. No entanto, posteriormente as dores retornaram
com mesmo padrão. Foi então realizado ablação do nervo
occipital maior e menor esquerdos por radiofreqüência.
O paciente teve redução da intensidade da dor de 7 para
3 na escala em repouso NRS-11. Discussão: O paciente
apresentou diagnóstico de Neuralgia Occipital de
acordo com os critérios da Classicação Internacional
de Cefaleia (ICHD-3), pois a dor caracterizou-se como
unilateral na distribuição dos nervos occipitais maior e
menor, com paroxismos de dor de intensidade severa,
alodínia mecânica em território de C2 à esquerda, pontos
gatilhos na distribuição de C2 e apresentou melhora
com bloqueio anestésico do nervo afetado. Ademais
os pontos gatilhos em músculos trapézio e esplênios
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da cabeça e do pescoço caracterizaram a presença de
SDM. Portanto, a associação entre Neuralgia Occipital
e SDM poderá acontecer. A inltração de ropivacaína e
metilprednisolona nas fáscias profunda dos músculos
esplênios permite o tratamento tanto do componente
miofascial quanto neurálgico da dor, devido à proximidade
do nervo grande occipital com essas fáscias musculares.
A melhora absoluta do paciente após a inltração, apesar
de transitória, corrobora para essa hipótese. Além disso,
a melhora persistente após o procedimento ablativo
favorece o diagnóstico de Neuralgia Occipital. Conclusão:
A inltração anestésica de fáscias musculares pode ser
um procedimento ambulatorial inicial para o tratamento
e diagnóstico da neuralgia occipital associada à SDM.
Palavras-chave: Neuralgia occipital. Síndrome dolorosa
miofascial. Bloqueio anestésico.
NEURALGIA DO TRIGÊMEO E SEU SUB-
DIAGNÓSTICO: ANÁLISE EM 75 PACIENTES
ABREU, Alessandro Almeida
1
; PARISE, Maud
2
; SIMÕES, Elington
Lannes
3
; SILVA, Vitória Thamyris Brandão
4
1
Graduação em medicina pela Fundação Oswaldo Aranha,
Residência médica em Neurocirurgia pelo Hospital Universitário
Pedro Ernesto, Residente de Dor no Hospital das Clinicas da
Faculdade de Medicina da USP.
2
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas,
Residência Médica em Neurocirurgia na Universidade do Estado
do Rio de Janeiro, Especialização em Neurocirurgia Funcional
no Hôpital Neurologique Pierre Wertheimer-Lyon, Doutorado
em Medicina-Radiologia pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Professora Adjunta e Coordenadora da Disciplina de
Neurocirurgia - Faculdade de Ciências Médicas da UERJ.
3
Graduação em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro . Residência médica em
neurocirurgia no Hospital Universitário Pedro Ernesto Doutorado
em Ciências Morfológicas pela UFRJ. Professor adjunto da
Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da
UERJ e médico neurocirurgião do Hospital Universitário Pedro
Ernesto.
4
Graduanda em medicina pela faculdade de Ciências Médicas da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Contato com autor: Alessandro Almeida de Abreu
E-mail: alessandrodico@hotmail.com
End: Rua Dr Ovídio pires de Campos, 171, Apto 306
Introdução: A neuralgia do trigêmeo (NT) é uma dor
lancinante, paroxística e unilateral com duração de
segundos, evocada por estímulos inócuos como o
vento, escovação dentária, alimentação ou mesmo
pelo simples toque da área afetada. Estes sintomas,
embora característicos, podem ser confundidos com
dor de origem dentária e tratada como tal, antes que
o diagnóstico de NT seja estabelecido. Objetivo: Este
estudo busca avaliar o tipo de prossional inicialmente
procurado por estes pacientes, o tipo e a quantidade
de procedimentos dentários desnecessários, o tempo
transcorrido entre o aparecimento dos sintomas e o
efetivo diagnóstico, em pacientes com NT. Metodologia:
Foram incluídos 75 pacientes, com Neuralgia do
Trigêmeo clássica e idiopática. Os pacientes foram
selecionados no ambulatório de neurocirurgia funcional
do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Cada paciente
foi avaliado individualmente em uma entrevista clínica
e exame neurológico a m de conrmar o diagnóstico
de NT e realizado preenchimento de um questionário
especialmente desenvolvido para este m . O questionário
é composto de três partes, a primeira com a idade de
início dos sintomas, tempo transcorrido até o diagnóstico
e caracterização da dor. A segunda com dados sobre o
tipo de prossional que foi procurado inicialmente além
do tipo e quantidade de procedimentos odontológicos
realizados até o diagnóstico. E nalmente, uma terceira
parte sobre tratamentos (clínico e cirúrgico) realizados
após o diagnóstico, o estado atual da NT e medicação.
Resultados: Até o momento foram selecionados 75
pacientes. Do total de pacientes estudados, 57 (76%)
consultaram inicialmente um dentista, sendo que 40
(70%) desses realizaram extrações dentárias e em
sete casos, houve mais de um tipo de tratamento.
Outros 18 pacientes foram inicialmente consultados por
prossionais da área médica, e em 11(61%) casos não
tiveram seu diagnóstico corretamente estabelecido
no momento da consulta. O tempo transcorrido entre
o primeiro sintoma e o efetivo diagnóstico variou de 1
mês a 20 anos, média de 7 anos. Observamos que 66%
dos pacientes realizaram alguma forma de tratamento
dentário. Dentre os 75 pacientes com NT, 40 realizaram
extração dentária, 9 realizaram tratamento de canal,
4 realizaram raspagem cirúrgica, 25 não realizaram
nenhuma intervenção e 3 realizaram alguma intervenção
não classicada. Dos 40 pacientes, um total de 297 dentes
foram extraídos, resultando assim em uma média de 7,4
dentes por paciente. Conclusão: Apesar da característica
típica , tanto a localização quanto apresentação clínica
pode se confundir com outras síndromes dolorosas
neuropáticas ou nociceptivas como as de origem
odontológicas, dor facial persistente , cefaléias, neuralgia
pós-herpética e distúrbios temporomandibulares , o que
pode dicultar o diagnóstico precoce e o tratamento
efetivo. Nossos resultados evidenciam um retardo no
diagnóstico inicial de neuralgia do trigêmeo tanto por
médicos quanto odontólogos, sendo que em alguns
casos esse diagnóstico foi feito muitos anos depois. Estes
dados sugerem que o sub-diagnóstico e os tratamentos
dentários desnecessários ainda são a regra em pacientes
com neuralgia do trigêmeo. Acreditamos que possa ser
reexo de formação decitária nas escolas de saúde e
na difusão de informação em saúde para população em
geral, e que maior atenção deveria ser dada para esta
patologia
Palavras-chave: Neuralgia do trigêmeo. Procedimentos
dentários. Dor orofacial.
DESEMPENHO NO TESTE DE FLEXÃO
CRANIOCERVICAL EM MULHERES COM
CERVICALGIA E MIGRANOSAS COM E
SEM CERVICALGIA COMPARADAS AO
CONTROLE – ESTUDO PILOTO
RODRIGUES, Amanda
1
; BRAGATTO, Marcela Mendes
2
;
BENATTO, Mariana Tedeschi
3
; FLORENCIO, Lidiane Lima
3
,
DACH Fabiola
4
; BEVILAQUA-GROSSI, Débora
5
.
10(3).indb 82 21/10/2019 18:53:46
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
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1
Graduanda em Fisioterapia na Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo;
2
Fisioterapeuta, Aluna de Doutorado do Programa de Pós-
Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo;
3
Fisioterapeuta, Doutora, Professora Visitante do Departamento
de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Reabilitação e Medicina
Física da Universidade Rei Juan Carlos, Espanha;
4
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo;
5
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo.
Contato com autor: Amanda Rodrigues
E-mail: amanda_rodrigues@usp.br
Endereço: João Galão, 87 Nova Roma 14270-000 - Santa Rosa
de Viterbo, SP - Brasil
Introdução: A migrânea é uma cefaleia primária,
crônica e incapacitante e pacientes migranosos
apresentam frequentemente relato de dor cervical.
Além disso, pacientes com migrânea apresentam
décits no desempenho muscular avaliado pelo
Craniocervical Flexion Test (CCFT) e na presença de
relato de dor cervical esse desempenho piora. Porém,
ainda não é conhecido se a presença da dor cervical
associada ou não a migrânea está relacionada à
alteração no desempenho da musculatura cervical.
Objetivos: Investigar o desempenho dos músculos
cervicais durante a realização do CCFT em indivíduos
controles, com cervicalgia e migranosas com e sem
cervicalgia. Materiais e Métodos: Foram avaliadas 85
mulheres com idade entre 18 a 55 anos subdivididas
em quatro grupos, sendo: Controle (n=25); Cervicalgia
(C+) (n=25); Migrânea (M+) (n=10) e Migrânea com
Cervicalgia (M+C+) (n=25). As pacientes migranosas
foram diagnosticadas por um neurologista experiente
de acordo com a Classicação Internacional de
Cefaleias. No grupo cervicalgia, as pacientes deveriam
ter pelo menos 3 meses de dor com intensidade acima
de 3 na escala numérica de dor (END). A avaliação
do desempenho dos músculos exores profundos da
região cervical foi realizada por meio do CCFT, através
da ativação e da resistência dos mesmos durante cinco
estágios progressivos, sustentado por 10s, com um
intervalo de 30s entre os estágios. O teste foi nalizado
quando os indivíduos realizaram compensações. Para
análise estatística, foi usado o teste de Kruskal Wallis,
Man-Whitney Test e teste de Fisher compôs hoc-hoc
de proporções. Comitê de Ética em Pesquisa: HCRP
-1100/2017. Resultados: Não foram observadas diferenças
signicativas entre os grupos quanto a idade, IMC e
características clinicas da migrânea como: frequência,
intensidade e duração. Quanto às características da
cervicalgia, 40% do grupo M+C+ apresentou relato de
dor no pescoço há pelo menos 6 anos enquanto no
grupo C+ isso ocorreu em 8% dos indivíduos (p=0,038).
A intensidade da cervicalgia foi maior para o grupo C+
(média: 5,6) do que no M+C+ (média: 4,5) (p=0,004). Ao
avaliar o CCFT, a comparação das prevalências revelou
diferenças entre os grupos (p=0,019). Am de vericar
onde estavava diferença, foi realizado um post-hoc
de proporções que identicou a diferença apenas no
grupo controle, no 5° estágio do teste. Conclusão: Foi
observado pior desempenho muscular durante o CCFT
em pacientes com cervicalgia e migranosas com e sem
cervicalgia quando comparados à indivíduos controles,
o que sugere que a presença de dor seja ela migranosa
ou cervical alteram igualmente a performance da
musculatura cervical.
Palavras-chave: Enxaqueca. Cervicalgia. Craniocervical
Flexion Test. Avaliação.
Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo – FAPESP, processo número:
2018/21687-8; Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa
e Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo - FAEPA.
CEFALÉIA E ENXAQUECAS E A
QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES
ZERWES. Ana Carolina de Paula Latorraca
1
; BOIÇA, Luciana
Graziela de Oliveira
2
1
Residente de Medicina de Família e Comunidade da Faculdade
de Medicina de Cuiabá (UNIC-MT).
2
Professora da Residência de Medicina de Família e Comunidade
da Faculdade de Medicina de Cuiabá (UNIC-MT).
Introdução: Cefaléia, um problema de saúde pública
no Brasil e no mundo devido ao impacto individual e
social que essa condição clínica acarreta. A Enxaqueca
,conhecida como Migrânea, é uma doença neurovascular
caracterizada por crises repetidas de dor de cabeça que
podem ocorrer com frequência bastante variável, desde
poucas crises a diversos episódios ao mês, geralmente
piora com atividade física e pode vir associada a náuseas
êmese, fotofobia e hipersensibilidade acústica podendo
durar até 72 horas. Objetivo: O objetivo deste artigo é
relatar um quadro típico de Enxaqueca associado a um
levantamento bibliográco sobre o tratamento utilizado
, baseando- se na síntese dos principais achados clínicos.
Método: Trata-se de uma revisão bibliográca com
relato de caso de enxaqueca ,foi realizada uma busca
por autores que escreveram sobre o tema abordado.
Buscas entre artigos, teses, dissertações disponíveis
em bases de dados on-line e outras fontes disponíveis.
Resultados: Paciente J.S.M.P, 53 anos, sexo feminino,
natural; Cuiabá- MT, prossão; Secretária , com queixa de
cefaleia unilateral há 30 anos. Informando crise mais de
uma vez por semana, de forte intensidade, com duração
de 2 a 3 dias e limitações da qualidade de vida que
apresenta fator de piora o uso crônico do computador,
apresenta melhora o uso de medicamentos. O tratamento
medicamentoso como analgésicos e anti-inamatórios
(como a aspirina e o ibuprofeno), as ergotaminas e os
triptanos são os mais comumente utilizados durante
as crises. O tratamento prolático se faz com um ou
mais medicamentos de uso diário, que podem ser da
classe dos antidepressivos, ou então medicamentos
que também são utilizados para epilepsia, porém, com
doses inferiores às usadas para essas patologias. Esses
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
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medicamentos agem reequilibrando a função de alguns
neurotransmissores e em substâncias químicas no
cérebro, tornando a pessoa menos suscetível às crises.
O tratamento alternativo baseia- se; dieta alimentar,
exercício físico, acupuntura, uso de plantas medicinais
e uma intervenção multidisciplinar. A paciente recebeu
acompanhamento e tratamento adequados evoluindo
com melhora signicativa, com diminuição do número
de crises , da intensidade da dor, em período de 6 meses
de evolução clínica. Durante o tratamento a paciente
também recebeu orientação médica para fortalecer
estilo de vida com prática, r atividades físicas regulares,
alimentação saudável evitando queijo, chocolate,
vinho e outros produtos estimuladores de migrânea.
Conclusão: A Enxaqueca deve ser diagnosticada devido
ao alto comprometimento da qualidade de vida, da
queda na produtividade laboral e nas atividades diárias,
além do sofrimento físico e emocional. E os tratamentos
farmacológicos para a crise, farmacológicos proláticos
e alternativos melhoram signicativamente a qualidade
de vida dos portadores dessa patologia.
Palavras-chave: Cefaléia, Migrânea, Enxaqueca,
Qualidade de vida.
CEFALÉIA TENSIONAL
ZERWES. Ana Carolina de Paula Latorraca
1
; BOIÇA, Luciana
Graziela de Oliveira
2
1
Residente de Medicina de Família e Comunidade da Faculdade
de Medicina de Cuiabá (UNIC-MT).
2
Professora da Residência de Medicina de Família e Comunidade
da Faculdade de Medicina de Cuiabá (UNIC-MT).
Introdução: A cefaleia Tensional também conhecida
como cefaleia comum, cefaleia tipo tensão ou de estresse,
é a mais frequente das cefaleias primárias. Apresenta-se
ao longo da vida na população em geral sob a prevalência
de 30 a 78%, se manifestando predominantemente
em mulheres, em uma proporção de três mulheres
a cada 2 homens. O pico de prevalência é na quarta
década de vida com incidência geral entre 20 a 50
anos. Os pacientes com cefaleias do tipo tensional são
frequentemente acometidos por distúrbios emocionais
como depressão, ansiedade e distúrbio do sono. Seu
diagnóstico é clínico e atualmente estão bem denidas
na classicação da Sociedade Internacional de Cefaleia
(SIC), com claros critérios diagnósticos. Caracteriza- se
por comumente ser bilateral e compressiva (não pulsátil),
durando de minutos a dias, raramente é incapacitante e
pode haver fotofobia ou fonofobia. Sua siopatologia é
complexa e envolve mecanismos periféricos e centrais
de gênese da dor, devendo ser diferenciada de outros
tipos de cefaleias. É classicada em três subtipos de
acordo com a frequência dos sintomas: Episódica
pouco frequente, Episódica frequente e Crônica.
Objetivo: Apresentar uma síntese do tratamento das
cefaleias tensionais baseado nos critérios diagnósticos
descritos pela Sociedade Internacional de Cefaleia.
Método: Foi realizada uma revisão bibliográca em
livros e programas de atualização e em bases de dados
eletrônicos de autores que escreveram sobre o tema
abordado. Resultado: Os critérios diagnósticos para
Cefaleia do tipo tensional descritos pela SIC são: pelo
menos 10 episódios, com duração de 30 minutos a
sete dias, ausência de náuseas e vômitos e não mais do
que 1 dos sintomas de fotofobia e fonofobia. A cefaleia
tensional tem pelo menos 2 das 4 características
seguintes: localização bilateral, caráter em pressão/
aperto (não pulsátil), Intensidade de fraca a moderada
e não é agravada pelos esforços físicos de rotina como
caminhar ou subir escadas e ainda não ser bem explicada
por outro diagnóstico da Classicação Internacional de
Cefaleias. De acordo com a frequência dos sintomas, ela
pode ser classicada em Cefaleia Tensional Episódica
pouco frequente (10 ou mais episódios, com menos de 1
dia de dor por mês), Cefaleia Episódica frequente (10 ou
mais episódios, com 1 a 14 dias de dor por mês) e Crônica
(15 ou mais dias de dor por mês, por 3 ou mais meses).
O tratamento para a forma episódica são os analgésicos
comuns ou os antiinamatórios não hormonais. Para
a forma crônica os fármacos de primeira escolha são
os antidepressivos tricíclicos como a amitriptilina (25
a 75 mg/ dia), de secunda escolha são a mirtazapina
(30 mg/ dia) e a venlafaxina (150 mg/dia) e ainda há
os de terceira escolha como a clomipramina (75 a 150
mg/ dia). Conclusão: A cefaleia tensional constitui um
dos tipos mais frequentes de dor de cabeça. Para que o
paciente não comprometa sua qualidade de vida, queda
na produtividade laboral e nas atividades diárias para
evitar o sofrimento físico e emocional, o diagnóstico
deve ser precoce e o tratamento efetivo.
Palavras-chave: Cefaléia Tensional Episódica, Cefaléia
Tensional Crônica.
A IMAGINAÇÃO ATIVA COMO
TRATAMENTO PARA A ENXAQUECA
ANDRADE, Ana Silvia de
1
; BORGES, Renata; ALMEIDA
2
, Sandra
Regina de
3
1
Psicóloga, Pós-graduada em Psicologia Analítica pela FACIS
IBEHE; Pós-graduada em Psicologia Analítica e Religião
Oriental e Ocidental pelo ICHTYS Instituto de Psicologia; Pós-
graduada em Psicopedagoga pela ISULPAR; Pós-graduanda em
Imaginação Ativa pelo ICHTYS Instituto de Psicologia. Atua em
Psicologia Clínica e Educacional.
2
Psicóloga, Pós-graduada em Couseling pela faculdade União;
Pós-graduada em A Formação da Personalidade na Psicologia
Analítica de Carl Gustav Jung pelo ICHTYS Instituto de Psicologia;
Pós-graduanda em Imaginação Ativa pelo ICHTYS Instituto de
Psicologia; Membro candidata do Instituto de Psicologia do
Paraná.
3
Psicóloga, Especialista em A Formação da Personalidade
na Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung pela Faculdade
Vicentina. Atua em Psicologia Clínica, Professora no Unicesumar
Contato com autor: Ana Silvia de Andrade
E-mail: as.andradefcm@hotmail.com
Introdução: A enxaqueca também conhecida como
migrânea, é um dos tipos de cefaléia, considerada
na classicação das cefaléias a de maior interesse
devido à sua alta prevalência e seu elevado grau de
comprometimento na qualidade de vida. Trata-se
10(3).indb 84 21/10/2019 18:53:46
S85
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
85
de uma doença complexa que pode ser tratada com
múltiplas abordagens, incluindo aqui a Psicologia
Analítica de Carl Gustav Jung. O interesse dessa
abordagem psicológica é o de compreender o sintoma
para além do aspecto físico-biológico, ou seja, os fatores
psíquicos que estão implicados de forma inconsciente.
Para Jung a alma humana e o corpo formam um par
de opostos, assim como, consciente e inconsciente.
Estes pares de opostos, segundo Jung, inicialmente
encontram-se em conito, para posteriormente, com
o processo necessário, ocorrer a integração, isto é, o
reconhecimento pela consciência de um conteúdo
inconsciente. Quando esse reconhecimento não ocorre,
manifesta-se o sintoma, que atua como um componente
importante que manifesta a tendência autorregulatória
da psique. A Psicologia Analítica, portanto, entende os
sintomas como uma linguagem da alma, ou seja, como
uma linguagem inconsciente. Assim sendo, cada sintoma
tem um sentido e revela uma tarefa, uma função, mas
esse desvelamento necessita de uma técnica ou método
adequado. Como um dos métodos para acesso aos
conteúdos inconscientes, Jung desenvolveu a técnica
da Imaginação Ativa, que possibilita que um conteúdo
invisível do inconsciente venha à superfície, na forma de
imagem, de maneira a poder dialogar e lidar com ele.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a
Enxaqueca sob a ótica da Psicologia Analítica e avaliar
o efeito da técnica da Imaginação Ativa no tratamento
da doença. Métodos: Por ser a enxaqueca um sinal de
alerta do organismo, considera-se que existam questões
psíquicas profundas associadas a esse sintoma,
sendo necessário o uso de técnicas psicológicas que
provoquem uma transformação da emoção associada
ao sintoma. Dentre as técnicas, a Imaginação Ativa
é apontada como promissora no tratamento para a
doença. Assim sendo, utilizou-se a Imaginação Ativa no
estudo de caso em questão, onde foi atendida em uma
única sessão, uma paciente de 27 anos com histórico
de enxaqueca desde os 07 anos de idade. Procurou-se
primeiro, encontrar o aspecto inconsciente através da
imagem simbólica que representava o sintoma, para,
na sequência, dialogar com a imagem, promovendo,
assim, a comunicação ou interação entre consciente e
inconsciente e descobrir as causas psíquicas que geraram
o sintoma, transformando assim a energia psíquica.
Resultados: após a aplicação da técnica, foi realizada
nova avaliação na paciente e percebeu-se que houve
uma signicativa melhora no quadro da enxaqueca da
mesma, onde a paciente relatou que houve redução da
intensidade e da frequência da dor. Conclusão: Através
da técnica da Imaginação Ativa a paciente pode acessar
os conteúdos inconscientes que estavam aprisionados
e cristalizados na psique que deram origem o sintoma.
O diálogo com esses conteúdos através da imagem,
levou-a ao reconhecimento e à transformação das
emoções, transformando também a energia psíquica
e consequentemente, o sintoma, sendo, portanto,
possível armar que a Técnica da Imaginação Ativa é
uma possibilidade para o tratamento da Enxaqueca.
Palavras-chave: Enxaqueca. Sintomas. Imaginação
Ativa.
A CORRELAÇÃO ENTRE A DTM E
CATASTROFIZAÇÃO EM ADULTOS JOVENS
COM MIGRÂNEA – ESTUDO PILOTO
Kalatakis Dos Santos Artur Eduardo
1
; Chaves Gomes Emilly
Rauani
1
, Rabelo Teixeira Patricia Eduarda
1
, Ferreira Marques
Maria Ticiane
1
, Rego Adriana Sousa
2
, Gonçalves Maria Cláudia
3
;
Vieira Dibai Filho Almir
4
1
Graduando em sioterapia, Universidade Ceuma, aluno.
2
Fisioterapeuta, doutora, Docente Colaboradora do Mestrado
em Meio Ambiente da Universidade Ceuma
3
Fisioterapeuta, doutora, Docente do Mestrado em Meio
Ambiente da Universidade Ceuma
4
Fisioterapeuta, doutor, Docente do Mestrado em saúde do
adulto da Universidade Federal do Maranhão
Contato com autor: Kalatakis dos Santos Artur Eduardo
E-mail: arturkalatakis@gmail.com
Rua nossa senhora da vitória, condomínio colinas, bloco 3
apartamento 203, Bairro turu, CEP: 65068-380. Cidade: São
Luis-MA
Introdução: As disfunções temporomandibulares (DTM)
podem aumentar a frequência e a intensidade da cefaleia
e a catastrozação pode piorar tanto as condições da
DTM como da cefaleia prejudicando o tratamento e
bem estar do paciente. Objetivo: Avaliar a presença
de DTM, nível de atividade física e catastrozação.
Materiais e Métodos: Estudo transversal, com adultos
jovens de 18 a 40 anos de uma universidade particular,
de ambos os gêneros com ou sem queixa de cefaleia
e sinais e sintomas de DTM, foram excluidos aqueles
com histórico de tratamento cirúrgico ou trauma na
articulação temporomandibular, face, crânio ou cervical
e/ou outras doenças crônicas. Foram utilizados os
questionários: Questionário ID de migrânea™ para avaliar
a cefaleia, composto por 13 perguntas que vericaram
a intensidade, frequência e duração das crises, local e
caracteristica da dor, presença de foto/fono/osmofobia
e náuseas, a escala de pensamentos catastrócos sobre
a dor para avaliação da catastrozação, composta de 9
itens que varia de 0 a 5 pontos, e o questionário Baecke
para mensurar a atividade física habitual nos últimos
12 meses. Resultados: Até o momento foram avaliados
n=13 indivíduos, divididos em dois grupos, grupo dor
(GD) n=9 composto por n=8 (88,88%) indivíduos do
gênero feminino com frequência média de 8,33 dias
por mês e intensidade média de 6,33, de Migrânea e
grupo controle (GC) sem cefaleia n=4 composto por n=1
(25%) indíviduos do gênero feminino. Não foi observada
diferença signicativa entre os grupos para os dados de
idade, peso e altura p<0,05 e nível de atividade física
p=0.063, o GD apresentou diferença signicante em
relação ao GC para a presença de DTM p>0,001 e para
catastrozação p=0,053. Conclusão: Individuos adultos
jovens apresentaram associação entre a presença de
migrânea, DTM e catastrozação apontando para a
importância do tratamento dessas condições ainda nos
primeiros anos da doença. Resaltamos que esses dados
10(3).indb 85 21/10/2019 18:53:46
S86
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
86
devem ser análisados com cautela uma vez que trata-se
de um estudo piloto com uma amostra ainda reduzida.
Palavras-chave: Disfunção temporomandibular. Cefaleia.
Catastrozação.
O USO DE NUTRACÊUTICOS NO
TRATAMENTO DA MIGRÂNEA NO PERÍODO
MENSTRUAL: RELATO DE CASO
CAVERNI, Camila Naegeli
1
; FUKUE, Rosemeire Rocha
2
;
SANTIAGO, Michelle Dias
3
; GOBO, Denise Matheus
4
; VILLA,
Thais Rodrigues
5
1
Nutricionista, Mestranda em Neurociências, Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
2
Psicóloga e Neuropsicóloga, Mestranda em Neurociências,
Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP).
3
Fisioterapeuta, Mestre em Neurociências pelo Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
4
Psiquiatra, Fellow em Neurociências pelo Setor de Investigação
e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de
Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
5
Neurologista, Pós-Doutorado, Chefe do Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia
e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Contato com autor: Camila Naegeli Caverni
E-mail: camila.ncaverni@gmail.com
Rua Agostinho Gomes, 485, apto. 309, Ipiranga, São Paulo, SP,
04206-000
Introdução: A migrânea atinge cerca de 15% da
população brasileira, com maior prevalência em
mulheres, que apresentam crises mais frequentes
e intensas principalmente durante os períodos de
oscilações hormonais do ciclo menstrual. O décit de
nutrientes como o magnésio, riboavina, piridoxina,
cobalamina e coenzima Q10 podem estar associados a
siopatologia da migrânea pois eles desempenham um
papel importante na redução da inamação neurogênica
e na melhora da funcionalidade mitocondrial. A
piridoxina e a cobalamina também desempenham um
papel importante na redução dos níveis plasmáticos de
homocisteína, responsável por distúrbios metabólicos,
que podem piorar a migrânea. Objetivo: Relatar o
caso de uma paciente com diagnóstico de migrânea
crônica que reduziu a frequência de crises de cefaleia
no período menstrual após iniciar um nutracêutico
contendo vitaminas e minerais previamente estudados
para a prevenção da migrânea. Relato de caso:
Paciente do sexo feminino, 38 anos, em tratamento
de migrânea crônica desde novembro/2016 com
topiramato 50 mg/dia, tendo realizado 4 aplicações
de toxina botulínica de acordo com o protocolo
PREEMPT, e mantendo, em média, 6 dias de cefaleia/
mês, intensidade pela escala analógica visual (EVA) 4 e
duração, quando medicada, de até 2 horas, sendo que
3 dias aconteciam no período menstrual (3 dias antes,
durante e/ou 3 dias imediatamente após o término do
uxo menstrual) e apresentavam maior intensidade
(EVA=7), com duração entre 6 e 12 horas. Tratamento
nutricional proposto: nutracêutico manipulado, ingerido
diariamente, iniciado em julho/2017, juntamente com os
tratamentos medicamentosos, contendo os seguintes
nutrientes: magnésio, vitaminas do complexo B e
coenzima Q10. Resultados: Paciente relata melhora das
crises de cefaleia após a introdução do nutracêutico,
principalmente das crises que ocorriam no período
menstrual. Nos primeiros 3 meses de suplementação
a paciente não apresentou cefaleia no período pré-
menstrual e durante o uxo menstrual, mantendo em
média 1 crise (EVA=4), duração de até 2 horas, no período
pós-menstrual. A melhora foi observada já no primeiro
mês do uso do nutracêutico e se manteve durante todo
o período de uso. Conclusão: Associar o nutracêutico
aos tratamentos medicamentosos pode ser uma forma
ecaz para controlar a migrânea, principalmente
durante o período menstrual. Estudos prospectivos e
randomizados são necessários para avaliar a eciência
do uso de combinações de vitaminas e minerais para as
crises perimenstruais.
Palavras-chave: Migrânea, Nutracêuticos, Mulheres,
Migrânea menstrual, Tratamento Nutricional.
RESISTÊNCIA MUSCULAR CERVICAL
DURANTE TAREFAS SUBMÁXIMAS EM
MULHERES COM E SEM MIGRÂNEA
PINHEIRO Carina Ferreira
1
, CARVALHO Gabriela
Ferreira
1
, MORAES Renato
2
, MOREIRA Jéssica Rodrigues
3
,
ANASTASIO Adriana Ribeiro Tavares
4
, DACH Fabiola
5
,
BEVILAQUA-GROSSI Débora
6
1
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
2
Educador Físico, Doutor, Professor Doutor da Escola de
Educação Física e Esportes de Ribeirão Preto – Universidade de
São Paulo
3
Aluna de graduação do curso de Fisioterapia, Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
4
Fonoaudióloga, Doutora, Professora Doutora do Departamento
de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto – Universidade de São Paulo
5
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
6
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
Contato com autor: Carina Ferreira Pinheiro
E-mail: carinafp@hotmail.com
Endereço: Travessa São Judas Tadeu, 40, casa 01, Ipiranga,
Ribeirão Preto – SP CEP 14055-486.
Introdução: Apesar das evidências acerca da fraqueza
muscular cervical e alterações de controle motor em
pacientes com migrânea, a capacidade de resistência
sob cargas submáximas padronizadas ainda não foi
10(3).indb 86 21/10/2019 18:53:46
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
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investigada. Objetivo: Analisar o tempo de resistência
muscular durante contrações isométricas cervicais
submáximas em mulheres com migrânea episódica,
crônica e grupo controle. Materiais e Métodos: Setenta
e cinco mulheres foram avaliadas, sendo 25 sem dor
de cabeça (GC, 33,4±9,0 anos) e 50 com migrânea,
diagnosticadas segundo os critérios da Classicação
Internacional de Cefaleias. De acordo com a frequência
mensal de dias de dor, as voluntárias com migrânea foram
igualmente divididas em grupo migrânea episódica (ME,
n=25, 31,6±9,3 anos) e migrânea crônica (MC, n=25,
34,4±10,7 anos). O Multi Cervical Rehabilitation Unit®
(Hanoun Medical Inc., Ontario) foi utilizado para avaliar
a contração isométrica voluntária máxima (CIVM)
e controlar a força aplicada durante as contrações
submáximas, com o indivíduo em postura sentada. As
participantes foram orientadas a manter a contração
isométrica em 25%, 50% e 75% da força máxima em
exão e extensão, com auxílio de feedback visual. O teste
foi interrompido quando o participante reduzisse a força
em mais do que 10% do valor testado. A comparação do
tempo de resistência em cada carga entre os grupos foi
realizada com teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), e os dados
foram expressos em mediana e intervalo interquartil (IIQ).
Resultados: Não foram observadas diferenças entre
os grupos quanto à idade e IMC (p>0,05). O tempo de
resistência da musculatura cervical exora foi diferente
entre os grupos em todas as cargas (25%: p=0,017; 50%:
p=0,034; e 75% da CIVM: p=0,001). O grupo migrânea
crônica apresentou menor tempo de resistência do que o
grupo controle em todas as cargas submáximas (25%: MC
5,1s, IIQ 8,7; GC 15,7s, IIQ 37,3; p=0,025; 50%: MC 6,6s, IIQ
14,9; GC 20,0s, IIQ 23,2; p=0,05; 75%: MC 5,2s, IIQ 4,4; GC
15,9s, IIQ 16,6; p=0,004), e o grupo migrânea episódica
teve menor resistência somente no teste de 75% da
CIVM (ME 4,8s, IIQ 6,1; GC 15,9s, IIQ 16,6; p=0,003). Na
avaliação da resistência extensora, não foram observadas
diferenças entre os grupos em nenhuma das cargas
(p>0,05). Conclusão: Pacientes com migrânea crônica
apresentam resistência muscular cervical reduzida
independentemente da carga, enquanto pacientes com
migrânea episódica têm resistência reduzida somente
em 75% da força máxima quando avaliados em postura
sentada. Além disso, nesta mesma postura, indivíduos
com migrânea não apresentam alterações na resistência
da musculatura extensora.
Palavras-chave: Cefaleia. Fadiga. Coluna cervical.
ESTUDO EXPERIMENTAL NO TRATAMENTO
DE CEFALEIAS COM BLOQUEIO DO
GÂNGLIO ESFENOPALATINO
ANTUNES, Carmen Cecilia Fornanciari
1
; PEGAIANI, Thiago
Henrique Marqui
2
; ZAREMARE, Aryane
3
1
Graduada em Medicina, residente do 2º ano em Anestesiologia
no Hospital Regional de Cáceres/MT.
2
Graduado em Medicina, residente do 3º ano em Anestesiologia
no Hospital Regional de Cáceres/MT.
Graduada e, Medicina,Clinica Geral Intercorrista no Hospital
Regional de Cáceres/MT
Contato com autor: Thiago Henrique Marqui Pegaiani
E-mail: pegaiani@hotmail.com
Introdução: Este trabalho objetiva apresentar o
resultado experimental da utilização de bloqueio do
gânglio esfenopalatino, via transnasal com a utilização
de ropivacaina no combate a cefaleias. Esse gânglio está
relacionado a vários tipos de dores de cabeça. Devido
a sua localização de fácil acesso pela via transnasal,
esse tratamento apresentou-se oportuno à equipe
de anestesiologia do Hospital Regional de Cáceres. A
experiência foi realizada no referido Hospital por dois
médicos residentes em anestesiologia, sob orientação
dos preceptores, após estudos de artigos que relatavam
experiências exitosas com o uso desse procedimento.
O experimento foi realizado com três pacientes. O
primeiro, por cefaleia pós punção subaracnóide e os
outros dois, por crises de enxaqueca. Todos refratários
a outros tipos de tratamento medicamentosos. Método:
O procedimento adotado foi executado da seguinte
forma: administrado 3 mg de midazolam intravenoso
inicialmente, após isso, foram introduzidas duas hastes
com pontas de algodão tipo “swab” por via transnasal
até tocar o gânglio (até oferecer resistência). Em seguida
injetado 2 ml de ropivacaina a 0,75% (7,5 mg por ml) via
“swab” na narina esquerda e em seguida na narina direita.
Após esse procedimento foram aguardados 10 minutos.
Durante esse intervalo de tempo foram administrados
2 gramas de dipirona e 10 mg de dexametasona
intravenosos. Transcorridos os 10 minutos foi realizada
nova aplicação de ropivacaina em cada “swab” nasal.
Resultados: Nos primeiros 10 minutos após a primeira
aplicação do anestésico (ropivacaina a 0,75%), todos
os pacientes declararam já estar sentindo melhora da
dor. Após realizado o procedimento completo em cada
um dos pacientes, em situações e datas diferentes,
todos relataram sentir melhora rápida e ecaz da
cefaleia, não havendo mais necessidade de tratamento
adjuvante. Durante o período sob observação, nenhum
deles manifestou nova queixa de dor. Conclusão:
Considerando que o padrão ouro para tratamento de
cefaleia pós punção subaracnóide ainda é o tampão
sanguíneo (blood patch), o qual oferece maiores riscos e
diculdades na sua execução, o bloqueio esfenopalatino
se mostrou uma alternativa mais rápida, fácil e conável.
Além de ser uma prática menos incômoda para o
paciente e de realização mais simples do ponto de
vista do prossional de anestesiologia. Com relação às
crises de enxaqueca os pacientes em geral perseguem
tratamentos medicamentosos diversos, muitas vezes
por longos períodos, não se beneciando ou passando
a apresentar tolerância às medicações, o que atrapalha
ainda mais a ecácia do tratamento. Sendo assim, o
bloqueio do gânglio esfenopalatino atualmente se
mostra como uma alternativa a mais nas crises e pode,
por vezes, substituir medicamentos que possuem efeitos
colaterais perigosos e/ou que são indutores de tolerância,
resguardando dessa forma os pacientes da dor e ainda
oferecendo-lhes essa proteção.
Palavras-chave: Bloqueio esfenopalatino. Cefaleia.
Ropivacaina.
10(3).indb 87 21/10/2019 18:53:46
S88
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
88
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
EM PACIENTE COM MIGRÂNEA CRÔNICA
TRATADO COM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL E TOPIRAMATO:
RELATO DE CASO.
GOBO, Denise Matheus
1
; FUKUE, Rosemeire Rocha
2
; LOYOLA,
Julia Sereicikas; CAVERNI, Camila Naegeli
3
; VILLA Thais
Rodrigues
4
1
Psiquiatra, Fellowship em Cefaleias, Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia
e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
2
Psicóloga e Neuropsicóloga, Mestranda em Neurociências,
Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP).
3
Nutricionista, Pós-Graduanda Mestranda, Setor de Investigação
e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de
Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
4
Psicóloga, Especialista em Neuropsicologia, Fellowship em
Cefaleia e Psicóloga colaboradora no Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia
e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
5
PhD em Neurologia UNIFESP, Chefe do Setor de Cefaleias
UNIFESP.
Contato com autor: GOBO, Denise Matheus
E-mail: denisemgobo@gmail.com
Alameda dos Jurupis, 701 apartamento 72 – Indianópolis, São
Paulo. CEP: 04088-002
Introdução: A migrânea é uma perturbação neurológica
primária, comum e incapacitante. Sua epidemiologia é
de 15,2% no Brasil, e por sua alta prevalência apresenta
grande impacto socioeconômico e pessoal. São gatilhos
da doença alterações hormonais, ingestão de alimentos,
luz, barulhos, cheiros, mudanças climáticas e gatilhos
emocionais. O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é
um transtorno psiquiátrico crônico, com prevalência de
1 a 3% na população geral. Caracteriza-se pela presença
de obsessões (pensamentos, ideias, imagens, medos
intrusivos) e compulsões (comportamentos visíveis ou
atos mentais repetitivos realizados de maneira ritualística)
para reduzir sua ansiedade. Estudos demonstram uma
correlação entre migrânea crônica e cefaleia por uso
excessivo de medicações com o TOC. Contudo, esta
possível comorbidade ainda é subdiagnosticada em
pacientes migranosos. Objetivo: Relatar o caso de uma
paciente com migrânea crônica e TOC tratada com a
terapia cognitivo-comportamental (TCC) associada ao
tratamento medicamentoso. Método: Paciente do sexo
feminino, 32 anos, advogada. Encaminhada ao Setor
de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do
Hospital São Paulo – UNIFESP-EPM, apresentando
desde a adolescência queixas relacionadas ao TOC,
iniciando tratamento aos 19 anos com Fluvoxamina
100mg/dia, nesta época não realizou psicoterapia. Aos
25 anos iniciou com cefaleia diária, latejante, intensidade
moderada na Escala Analógica Visual da Dor (EVA=5),
com duração de 6 horas, necessitando suspender o
uso da Fluvoxamina devido a piora do quadro. Aos 30
anos iniciou tratamento para migrânea com Duloxetina
60mg/dia e Flunarizina 10mg/dia, com melhora do
quadro, porém sem melhora do TOC. Atualmente
as crises eram diárias, de forte intensidade (EVA=7),
com duração de 8h/dia, com fotofobia, fonofobia,
náuseas, desencadeadas por luz, barulho, estresse e
ansiedade melhorando após medicar com Naratriptana,
Dipirona com Cafeína e Rizatriptana (medicava as
crises intensas). Foi diagnosticada com migrânea com
aura, migrânea crônica e cefaleia por uso excessivo de
medicações. Medicada com topiramato 100mg/dia e
simultaneamente foi iniciado as sessões de TCC para
reduzir a frequência e intensidade das crises de cefaleia
e a sintomatologia do TOC. Foram realizadas 30 sessões,
1 sessão por semana com duração de 50 minutos.
O tratamento incluiu avaliação inicial, intervenção e
avaliação nal. Foram utilizadas estratégias e técnicas
como psicoeducação, implementação do diário de dor
da cefaleia, registro de pensamentos disfuncionais,
reestruturação cognitiva, treino do controle do
estresse e ansiedade, treino de assertividade, treino
em habilidade social, parada de pensamento, distração
cognitiva, enfrentamento e prevenção de resposta,
dessensibilização sistemática e técnicas de relaxamento.
Resultados: Foi observada redução importante na
frequência e intensidade da cefaleia, e após 6 meses de
tratamento apresentava somente crises leves (EVA=3),
com frequência de 4 dias/mês e duração de 2 horas
sem necessidade de medicação. Remissão parcial dos
sintomas de ansiedade, pensamentos obsessivos e as
compulsões. Conclusão: O tratamento medicamentoso
da migrânea associado a TCC mostrou ecácia na
prevenção da migrânea crônica e na remissão parcial
dos sintomas obsessivos e compulsivos, havendo um
ganho importante na qualidade de vida da paciente.
Palavras-chave: Migrânea, Transtorno Obsessivo-
Compulsivo, Terapia Cognitivo-Comportamental,
Topiramato, Migrânea Crônica.
COMPARAÇÃO DOS EFEITOS PLACEBO DE
DIFERENTES MEDICAÇÕES NO MANEJO
DA ENXAQUECA CRÔNICA - UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA
PERES Mario
1
, SWERTS Diego
2
1
Hospital Israelita Albert Einstein
2
Faculdade Israelita Albert Einstein
Contato com autor: SWERTS Diego
Email: diegobelandrino@gmail.com
Endereço: Rua Gomes Leal, n41, ap82.
Introdução: Estima-se que 2% da população mundial
apresente enxaqueca crônica, que é uma causa frequente
de redução da qualidade de vida e morbidade, com
custo anual de mais de 20 bilhões de dólares nos Estados
Unidos. A enxaqueca crônica é denida como mais de
15 episódios de enxaqueca ao longo do mês por mais
de três meses. Está associada a distúrbios psiquiátricos
- como depressão, síndrome do pânico e ansiedade
generalizada - distúrbios do sono, fadiga e acidente
10(3).indb 88 21/10/2019 18:53:46
S89
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
89
vascular cerebral isquêmico. Objetivo: Buscamos
avaliar os efeitos de diferentes vias de intervenções do
efeito placebo (topiramato oral, fremanezumabe SC,
erenumab SC, galcanezumab SC, EV eptinezumab) em
comparação com o estudo PREMPT (placebo botox
na cabeça) para o tratamento da enxaqueca crônica
em adultos com mais de 18 anos de idade. A redução
no número de episódios de enxaqueca no mês foi o
parâmetro utilizado para avaliar os efeitos das diferentes
formas de tratamento. Em nosso estudo, avaliamos
os resultados em 12 semanas. Método: Uma pesquisa
nosbancos de dados do PubMed, Clinical Trials, Up to
Date, Cochrane Reviews foi feita até Outubro de 2018, e
os artigos foram compilados em uma base de dados no
Medline. Incluímos ensaios clínicos randomizados (ECRs)
e revisões. Vamos excluir estudos observacionais, ensaios
quase randomizados e estudos não randomizados.
A população avaliada para o estudo deve ter mais de
18 anos de idade, sem doença secundária, e o estudo
precisa ter nossa variável do estudo: número de dias de
enxaqueca por mês durante 12 semanas. Os pacientes
precisam ter o diagnóstico de enxaqueca crônica de
acordo com a Classicação Internacional de Transtornos
de Cefaleia. Resultados: Mostram que o efeito placebo
do PREEMPT (botox na cabeça) é superior aos outros
tratamentos, com uma média de redução de episódios
de dor de cabeça de -6.20. O epitnezumab endoveno
apresenta-se como uma boa alternativa, com redução
de -5.6. O Topiramato, por via oral, apresenta em
relação ao padrão, um intervalo de -2,47 a -0.53. Por
m os anticorpos monoclonais, por via subcutânea,
apresentaram-se com as menores reduções. Conclusão:
De acordo com os resultados obtidos, concluimos uma
superioridade do efeito placebo do botox aplicado na
cabeça em relação ao efeito placebo dos tratamentos
analisados. Entretanto, outras variáveis além da redução
do número de episódios de dor de cabeça por mês
devem ser analisados, como a diferença em relação
ao efeito do medicamento, os efeitos adversos dos
medicamentos e do efeito placebo. Assim, teremos uma
análise mais completa para o uso do efeito placebo com
segurança na prática clínica.
Palavras-chave: Enxaqueca Crônica, Efeito Placebo,
Medicamentos
CEFALEIA DIALÍTICA ASSOCIADA À
CEFALEIA POR PRIVAÇÃO DE CAFEÍNA EM
PACIENTES SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE
SANTOS, Edarlan Barbosa dos
1,2
; BRITO, Kattiucy Gabrielle da
Silva
1,2
; PINTO, Bernardo Afonso Ribeiro
3,4
; GABAN, Tatiane
Fernandes da Fonseca
1,3,5
; CATHARINO, Antônio Marcos da
Silva
1,3,6
1
Universidade Iguaçu (UNIG) - Programa de Iniciação Cientíca
- Nova Iguaçu - RJ, Brasil.
2
Acadêmico (a) de medicina. 12º período.
3
Médico (a) no Hospital Geral de Nova Iguaçu, Nova Iguaçu - RJ,
Brasil.
4
. Nefrologista. Preceptor da residência de clínica médica do
Hospital Central do Exército
5
Mestre em Farmacologia e Terapêutica Experimental pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro
6
Mestre em Neurologia pela Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro. Membro Titular da Academia Brasileira de
Neurologia.
Contato com autor: Edarlan Barbosa dos Santos,
E-mail: edarlan_bs@hotmail.com
Rua Aroazes, 711, ap 201, Cep 22775-060, Rio de Janeiro – RJ,
Brasil.
Introdução: A Cefaleia é uma condição frequente
na população geral, com prevalência ao longo da
vida superior a 90% em diversos estudos. Sendo
desencadeada por vários fatores, de ordem intrínseca
ou extrínseca. A relação da hemodiálise com a cefaleia
é observada logo após o início do tratamento dialítico,
podendo ser acompanhada de náuseas, vômitos,
espasmos musculares, desorientação, hipertensão arterial
sistêmica (HAS) e convulsões. O estudo deste sintoma
em populações especícas contribui para a melhor
compreensão de suas repercussões sobre a qualidade de
vida. O objetivo deste trabalho é vericar a prevalência
de cefaleia dialítica e cefaleia por privação de cafeína em
pacientes submetidos à hemodiálise. Métodos: Trata-se
de um estudo transversal, observacional, quantitativo e
qualitativo realizado em um centro de tratamento para
pacientes com doença renal crônica (DRC) submetidos
à hemodiálise, através da aplicação de um questionário
de investigação e entrevista com esses pacientes, após
assinarem o TCLE. Foi criado um banco de dados, no
programa Google Docs, para facilitar o armazenamento
dos dados e a análise dos resultados. Foi aprovado pelo
comitê de ética em pesquisa da instituição de ensino
- UNIG, CAAE: 68978517.4.0000.8044, com número
do parecer: 2.416.322. Resultados: Foram aplicados os
questionários em 160 pacientes, com DRC em estágio
V, durante as sessões de hemodiálise. A faixa etária
prevalente foi a sétima década de vida (25%), seguida
da quinta década de vida (21,2%). O sexo masculino foi
predominante com 61,9%. O estado civil dos pacientes
prevaleceu o casado(a) em mais da metade e viviam
com esposo(a) e/ou lhos. Mais de 60% se considera
estressado e citam como uma das causas a hemodiálise.
Apenas 9% são tabagistas e 10% relatam consumir
bebida alcoólica há mais de 10 anos. Apenas 18%
realizam atividade física ou cultural regularmente. Todos
relataram não exercer atividade prossional por conta
da doença e 70% sente diculdade no seu dia-a-dia.
Cerca de 87% dos pacientes apresentam HAS associada.
A prevalência da cefaleia foi de 90% e atualmente 53,1%
dos pacientes apresentam cefaleia. Dentre os pacientes
com cefaleia 55,3% apresentavam critérios de cefaleia
por privação de cafeína e cefaleia dialítica e 14,1%
critérios para cefaleia dialítica isoladamente, de acordo
com a Sociedade Internacional de Cefaleia. A localização
da dor prevaleceu em região frontal bilateral, seguida de
região occipital e temporal, caracterizada como pulsátil,
sem aura, associada frequentemente com outros
sintomas como escotomas cintilantes, náusea, vômitos
e fotofobia. Quando perguntados sobre a cor que
associariam a intensidade da dor predominou vermelho,
seguido de preto. Conclusão: A alta prevalência de
10(3).indb 89 21/10/2019 18:53:46
S90
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
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cefaleia é um transtorno que piora a qualidade de
vida desses pacientes que já apresentam uma doença
debilitante. A associação da cefaleia com a hemodiálise
e a privação de cafeína foi observado em mais metade
dos pacientes que apresentaram cefaleia. A localização
e caracterização da dor encontrada no estudo são
compatíveis com a literatura. Sendo necessário mais
estudos para diminuir essa prevalência, diminuir o uso
abusivo de analgésicos e melhorar a qualidade de vida
desses pacientes. Apesar de sua alta prevalência, a
cefaleia dialítica tem sido pouco estudada.
Palavras-chave: Cefaleia dialítica. Cefaleia por Privação
de Cafeína. Hemodiálise.
IMPACTO DA CEFALEIA NA QUALIDADE
DE VIDA DOS DOCENTES DO CURSO
DE MEDICINA EM UMA INSTITUIÇÃO DE
ENSINO SUPERIOR PARTICULAR
SANTOS, Edarlan Barbosa dos
1,2
; BRITO, Kattiucy Gabrielle da
Silva
1,2
; CATHARINO, Antônio Marcos da Silva
1,3
1
Universidade Iguaçu (UNIG) - Programa de Iniciação Cientíca
- Nova Iguaçu - RJ, Brasil.
2
Acadêmico (a) de medicina. 12º período. 3- Médico (a) no
Hospital Geral de Nova Iguaçu. Mestre em Neurologia pela
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Membro
Titular da Academia Brasileira de Neurologia.
Contato com autor: Edarlan Barbosa dos Santos
E-mail: edarlan_bs@hotmail.com
Rua Aroazes, 711, ap 201, Cep 22775-060, Rio de Janeiro – RJ,
Brasil.
Introdução: O tema qualidade de vida (QV) tem sido
amplamente discutido nas últimas décadas, tornando-se
popularizado, pois, está em alta na sociedade moderna
e é considerado um dos termos mais interdisciplinares
da atualidade. Para alguns pacientes, a cefaleia torna-
se uma condição limitante, que prejudica a qualidade
de vida, seja no campo pessoal, afetivo ou prossional.
Os pacientes sentem o impacto desse problema, tanto
no momento das crises como no período intercrítico,
devido às alterações de ordem psicológica que
neles podem ser geradas, como: ansiedade, medo
ou incerteza. O objetivo deste estudo foi avaliar o
impacto da cefaleia na QV dos docentes do curso
de medicina de uma faculdade particular. Métodos:
Estudo descritivo transversal, quantitativo e qualitativo
para avaliar o impacto da cefaleia na QV. A técnica de
coleta de dados foi de observação direta extensiva, que
consistiu na aplicação de um questionário de avaliação
entre professores de diferentes disciplinas do curso de
medicina da Universidade Iguaçu, campus Nova Iguaçu.
Atualmente a instituição conta com a colaboração de 186
professores. Os questionários utilizados foram baseados
nos Manuais de SF-36 e Escalas de Beck. Ressaltamos
que só participaram da pesquisa os professores
que concordaram em responder os questionários
voluntariamente e assinaram o TCLE. Resultados: A
seleção da amostra foi obtida junto à coordenação do
curso. Apenas 58% dos professores responderam aos
questionários. Dos professores entrevistados 48% eram
do sexo feminino e 52% do sexo masculino, 7,8 % eram
fumantes, destes 71,4% fumam há mais de 10 anos.
Relataram ingerir bebida alcoólica 61% dos participantes,
onde 91,5 % armam que bebem mais de 10 anos,
a prática de atividades física é comum em 58,4% dos
participantes. Mais de 90% dos participantes considera
sua saúde entre boa e excelente. 69,2% considera a
saúde estável em relação ao ano anterior e a maioria
dos entrevistados não sentiu diculdade em tarefas
diárias devido ao estado de saúde física ou emocional.
A presença de dor no corpo foi mencionada por 73,1%
dos professores, mas em sua maioria de intensidade
leve a muito leve e com pouca interferência na rotina de
trabalho. No inventário de Beck, que descreve melhor
a maneira que o entrevistado tem se sentido na última
semana, apenas 1% relatou sentir-se triste e desanimado
em relação ao futuro e não encontrar prazer real em
mais nada. O sentimento de culpa foi mencionado por
2% dos participantes. E a ideia de suicídio, mas sem a
intenção de executá-la também foi relatada em 1% dos
entrevistados. Problemas com o sono foram relatados
em 54% dos professores e alterações de apetite em
17% deles. 31% dos participantes relataram redução no
interesse por atividade sexual. Conclusão: A cefaleia teve
prevalência de 90% na população estudada. Embora
este estudo tenha sido realizado em uma população
restrita, podemos inferir que a qualidade de vida dos
docentes com cefaleia está comprometida, mesmo no
período entre as crises. O estado emocional de estresse
foi relatado como um fator de agravo a cefaleia e piora
da QV.
Palavras-chave: Cefaleia. Qualidade de vida. SF-36.
Professores de medicina.
AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO FUNCIONAL
EM IDOSAS COM HISTÓRICO DE CEFALEIA
IBIAPINA Elaine Farias
1
; KALATAKIS-SANTOS Artur Eduardo
1
;
SANTOS Elinaura dos Santos
2
; SILVA Lídia Maria Lopes da
2
;
ARAÚJO-NETO Manoel Gomes de
2
; FERREIRA Miguel Jânio
Costa
2
; GONÇALVES Maria Cláudia
3
1
Aluno do Curso de Fisioterapia da Universidade CEUMA.
2
Aluno do Mestrado em Meio Ambiente da Universidade CEUMA.
3
Professora Doutora do Mestrado em Meio Ambiente e do Curso
Fisioterapia da Universidade CEUMA.
Contato com autor: Ibiapina Elaine Farias
E-mail: elaineibiapina@outlook.com
Introdução: A literatura tem apontado que mulheres
adultas com cefaleia apresentam redução subclínica
do equilíbrio funcional, no entanto não é sabido se essa
condição se torna clínica em idades mais avançadas.
Objetivo: Avaliar idosas com e sem histórico de cefaleia
e correlacionar com o equilíbrio funcional e atividade
física. Materiais e Métodos: A amostra foi constituída por
mulheres, com idade entre 60 a 70 anos e que assinaram
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo
exclusas aquelas que apresentasse diagnóstico de algum
10(3).indb 90 21/10/2019 18:53:46
S91
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
91
distúrbio vestibular e/ou faziam uso de dispositivos
de auxílio à marcha. O questionário ID de Migrânea foi
utilizado para avaliar a presença de cefaleia, o questionário
Baecke para avaliar o nível de atividade física e o Teste
Time Up Go (TUG) foi utilizado para avaliar o equilíbrio. O
teste de correlação de Spearman foi utilizado e P=0,005
considerado signicativo. Resultados: Foram avaliadas
n=49 voluntárias com média de idade 65,6±3,12 anos,
n=38 com cefaleia, sendo n=10 (20%) classicada com
migrânea e 28 (57%) outros tipos de cefaleias, n=11
(23%) sem cefaleia consideradas grupo controle. Foi
observada diferença signicativa do grupo migrânea
para os demais grupos para a intensidade da cefaleia
p<0,001, equilíbrio p=0,053 e nível de atividade física
médio e absoluto p=0,045 e p=0,043 respectivamente.
Conclusão: Mulheres com cefaleia, sobretudo aquelas
com migrânea, apresentam pior equilíbrio e menor nível
de atividade física quando comparadas a pacientes sem
cefaleia.
Palavras-chave: Cefaleia; Migrânea; Idosas; Equilíbrio
Funcional
CEFALEIA E TPM: SÃO COMÓRBIDOS?
MELHADO, Eliana Meire
1
; ESCHIAPATI, Túlio Ruiz
2
; MARIA,
Rafael Dias
2
; PICOLO, Jessica Bidurin
2
; SANTOS, Mariana
Arantes
2
; TAHAN, Guilherme Martins
2
; VOLPATO DE MATOS,
Ana Clara
2
1
Dra. Eliana Meire Melhado: Docente de Neurologia e Semiologia
da Faculdade de Medicina de Catanduva- UNIFIPA, SP. Doutora e
Mestre em Ciências Médicas, área de concentração de Neurologia,
pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), SP.
Rua 21 de Abril, 1074- Centro- Catanduva (SP) - 15.801-170
2
Acadêmicos da Faculdade de Medicina de Catanduva- UNIFIPA,
SP
Contato com autor: Eliana Meire Melhado
E-mail: neuroeliana@hotmail.com
Introdução: Migrânea acomete entre 2 e 3 vezes mais
mulheres que homens, e Síndrome Pré-Menstrual
(TPM) é prevalente entre as mulheres, chegando
acometer até 80 a 90% das mulheres ao longo da vida.
Os objetivos do estudo foram avaliar a prevalência de
TPM e Enxaqueca nos ambulatórios de Neurologia
e Ginecologia, bem como estimar se enxaqueca e
TPM são distúr-bios comórbidos. Metodologia: A
amostragem constituiu-se de 87 mulheres entre 18 e
52 anos dos ambulatórios do hospital-escola Emílio
Carlos durante 2018, que responderam questionários
através de entrevistas realizadas por acadêmicos de
medicina. O questionário se constituiu de 27 perguntas
com relação à vida cíclica da mulher, às cefaleias e
sintomas de TPM. As mulheres que que concordaram
em participar, assinaram o termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Resultados: Foram incluídas 87
mulheres no estudo,42 com enxaqueca na neurologia
e 45 mulheres com queixas ginecológicas diversas na
ginecologia. Apenas 4 mulheres da Ginecologia (GO)
não tinham cefaleia. Na neurologia, houve 33/42 com
TPM (78,6%) e na Ginecologia, houve 32/34 (94,11%) com
Enxaqueca.Das mulheres com TPM e Enxaqueca: na GO,
13/23 apresentam Migrânea relacionada à menstruação
(MRM) estatisticamente signicativa em relação a não
MRM (10/23) (qui-quadrado=3,95); na Neurologia,
22/28 apresentam signicativamente mais MRM em
relação a quem não tem MRM (qui-quadrado=152,5
p<0,05) (6/28). Não diferença signicativa na
chance de uma mulher com TPM ter enxaqueca ou com
enxaqueca ter TPM comparado a quem não tem TPM
ou enxaqueca respectivamente em ambos os grupos
(p=0,2252). Porém a chance de uma mulher com TPM
ter MRM e com MRM ter TPM é de 6,57(IC95% 1,72 a
25,11) do que não ter MRM e TPM res-pectivamente. Há
diferença signicativa na comparação de ocorrência
de MRM em quem tem TPM, e de TPM em quem tem
MRM comparativamente a quem não tem TPM, e MRM
respectivamente (p=0,0053). signicativamente
menos impacto da cefaleia no grupo da Ginecologia do
que no da neurologia (p=0,036) pelo HIT-6 (Headache
Impact test-6). Conclusão: A prevalência de Enxaqueca
na Ginecologia e TPM na neurologia são elevadas, assim
como a associação de TPM e MRM são signicativos
em ambos os grupos, portanto Enxaqueca e TPM e são
distúrbios associados bilateralmente. As mulheres da
neurologia procuram o neurologista por Enxaqueca pela
doença ser mais incapacitante neste grupo.
Palavras-chave: Migrânea. Síndrome Pré Menstrual.
Ginecologia. Neurologia.
CEFALEIA NA CRIANÇA ASSOCIADA A
CEFALEIA NA MÃE
PEREIRA Elinaura dos santos
1
; DIAS Yrlla Rafaelle rodrigues
2
SILVA Lídia maria lopes
1
;GOMES Manoel araújo
1
; PINTO
Guilherme gonçalves silva
3
; IBIAPINA Elaine farias
2
,
GONÇALVES Maria cláudia
4
1
Aluna do Mestrado em Meio Ambiente da Universidade CEUMA.
2
Aluno do Curso de Fisioterapia da Universidade da Universidade
CEUMA
3
Médico Intensivista no Hospital Regional de Taguatinga e
Residente em Clínica Médica no Hospital Regional do Gama,
Brasília (DF).
4
Professor Doutora do Mestrado em Meio Ambiente e da Curso
de Fisioterapia da Universidade CEUMA
Contato com autor: Pereira Elinaura dos santos
E-mail: elinaura_pereirasantos@hotmail.com
Introdução: Alguns tipos de cefaleia podem ser herdados
geneticamente e a presença de cefaleia na criança pode
inuenciada pela presença de cefaleia na mãe. Objetivo:
Identicar a frequência de queixa de cefaleias na infância,
associar com a presença de cefaleia na mãe. Materiais
e Métodos: Foram inclusas crianças regularmente
matriculados em uma escola de São Luís–MA, de ambos
os gêneros, com idade entre 5 a 12 anos de idade e
excluídos aqueles que não apresentaram o Termo de
Consentimento Livre e esclarecido assinado pela mãe,
que não tivessem assinado o termo de assentimento
livre e esclarecido e que apresentassem algum problema
cognitivo. A presença de cefaleia e suas características
bem como os dados sociodemográcos foram avaliados
10(3).indb 91 21/10/2019 18:53:46
S92
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
92
por meio de um questionário elaborado pela própria
autora. Os grupos foram comparados usando análises
de variância (ANOVA), e teste post hoc de Duncan. O
Odds ratio (OR) e o intervalo de conança (IC) foram
usados para avaliar a associação da presença da cefaleia
na mãe com a cefaleia na criança. O nível de signicância
estatística de p 0,05 foi adotado. Pacote SPSS (versão
18) foi utilizado para análise estatística. Resultados:
Foram avaliadas 88 crianças, sendo n=49 (55,68%) do
gênero feminino, n=81 (92,04%) apresentaram queixa
de cefaleia, com frequência média de 5(2,7) dias e
intensidade média de 7,13(7,89). Do total de n=86 mães
avaliadas, n=68 (88,31%) relataram ter cefaleia com
frequência média de 9,79(8,05) dias e intensidade
média de 8(2,5). Foi observada associação positiva de
OR/IC= 2,2 (0,25 – 1,36) entre a presença de cefaleia na
criança e a cefaleia na mãe. Conclusão: A presença de
cefaleia na criança na amostra estudada está associada
com a presença de cefaleia na mãe, apontando para a
importância da orientação e prevenção dessa doença
junto às crianças, seus pais e professores.
Palavras-chave: Criança; Cefaleia; Frequência.
“HEADACHE ASSOCIATED WITH SEXUAL
ACTIVITY IN A SPECIALIZED UNIVERSITY
HOSPITAL SERVICE: A CASE REPORT”
SOARES, Felipe Henriques Carvalho
1
; SIQUEIRA; Laís Aparecida
Machado
2
; BARTELEGA; Janaina Alves
3
; GOMES, João Gabriel
Rezende
4
; VALENTE, Raul de Barros
5
; VALE, Thiago Cardoso
6
;
VASCONCELOS, Luiz Paulo Bastos
7
1
Residente do terceiro ano da Universidade Federal de Juiz de
Fora, graduado pela Faculdade de Medicina de Barbacena
2
Residente do terceiro ano da Universidade Federal de Juiz de
Fora, graduada pela Faculdade de Medicina do Vale do Sapucaí
3
Residente do terceiro ano da Universidade Federal de Juiz de
Fora, graduada pela Universidade Federal de Ouro Preto
4
Acadêmico do oitavo período da Universidade Federal de Juiz
de Fora
5
Residente do segundo ano da Universidade Federal de Juiz de
Fora, graduado pela Universidade Federal de Juiz de Fora
6
Preceptor e professor do serviço de distúrbios do movimento da
Universidade Federal de Juiz de Fora, graduado em neurologia
pela Universidade Federal de Minas Gerais
7
Preceptor e professor do serviço de cefaleia da Universidade
Federal de Juiz de Fora, graduado em neurologia pela
Universidade Federal de Minas Gerais
Contato com autor: Felipe Henriques Carvalho Soares
E-mail: henriques.felipe@outlook.com
Endereço: Rua Arcos, Número 553, Bairro Vera Cruz, Belo
Horizonte-MG;
Introduction: Primary headache associated with
sexual activity is a rare type of cephalalgia, with a
worldwide prevalence of 1%. It predominantly affects
men (3-4:1), mainly between 20-24 and 30-34 years
of age. Phenotypically it can be classied into two
types. In type 1 headache (pre-orgasmic), headache
is usually bilateral with a sensation of pressure around
the head with muscle contraction. In type 2 headache
(orgasmic), headaches have an explosive, throbbing
quality and appear just before or at the moment of
orgasm. Case Report: A 51-year-old woman, previously
diagnosed with depression and chronic insomnia, was
seen in a tertiary-care center specialized in headaches
referring three episodes of a progressively worsened
headache occurring during sexual intercourse that
lasted for thirty minutes. Headache was holocranial
and there were no accompanying signs. Oral non-
steroidal anti-inammatory drugs were unsuccessful
in controlling her pain. Her neurological examination
was normal. She underwent brain magnetic resonance
imaging and magnetic resonance angiography which
were unrevealing. She was treated with indomethacin
25 mg, taken 30 minutes prior to every new sexual
intercourse and had outstanding clinical improvement.
Discussion: Primary headache associated with sexual
activity diagnosis is suspected when proper symptoms
of cephalalgia occur during sexual intercourse (type 1
headache) and orgasm (type 2 headache). Our patient
fullled the criteria for the former type, according to
the 3rdEdition of the International Classication of
Headache Disorders. This is a diagnosis of exclusion,
mainly of vascular causes. Angiographic studies are
needed to ruled out intracranial hemorrhage, since
subarachnoid hemorrhage due to aneurysm rupture
with sexual intercourse as a trigger is the main concern.
Cervical and intracranial arterial dissection are other
possible cause. Acute treatment of this type of headache
is with indomethacin or triptans thirty minutes before
the sexual intercourse. Beta-blockers can be used as
prophylactic agents in refractory cases. Conclusion:
Primary headache associated with sexual activity is a
rare case of primary cephalalgia, with only a few cases
reported in literature. It usually presents with a good
prognosis, but it is imperative to rule out secondary
headaches that could be potentially fatal. Indomethacin
or triptans are the mainstay of acute treatment.
Keywords: Headache Associated With Sexual Activity;
Primary Headache; Secondary Headaches
PROJETO DE PESQUISA: AVALIAÇÃO
DA PRESSÃO INTRACRANIANA DE
INDIVÍDUOS ADULTOS AMBULATORIAIS
COM DISPOSITIVO NÃO INVASIVO
KUBOTA, Gabriel Taricani; FORTINI, Ida; HAYASHI, Cintya
Yukie; GOMES, Hélio Rodrigues; TEIXEIRA, Manoel Jacobsen;
ANDRADE, Daniel Ciampi de.
1
Graduação: Medicina, Titulação: Bacharel, Instituição: Centro de
Dor e Grupo de Cefaléia, Departamento de Neurologia, Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, Cargo: Médico voluntário
2
Graduação: Medicina, Titulação: Doutora, Instituição: Grupo de
Cefaléia, Departamento de Neurologia, Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Cargo:
Médica assistente e coordenadora do Ambulatório de Cefaleia
3
Graduação: Enfermagem, Titulação: Bacharel, Instituição:
Divisão de Neurocirurgia, Departamento de Neurologia, Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, Cargo: Médico voluntário
10(3).indb 92 21/10/2019 18:53:47
S93
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
93
4
Graduação: Medicina, Titulação: Doutor, Instituição: Setor de
Líquor, Departamento de Neurologia, Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Cargo:
Médico assistente e coordenador do Setor de Líquor
5
Graduação: Medicina, Titulação: Professor Titular, Instituição:
Divisão de Neurocirurgia, Departamento de Neurologia, Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, Cargo: Professor Titular
6
Graduação: Medicina, Titulação: Professor, Instituição: Centro
de Dor, Departamento de Neurologia, Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Cargo:
Coordenador do Centro de Dor
Contato com autor: Gabriel Taricani Kubota
E.mail: gabriel.taricani.kubota@gmail.com
Endereço: Rua Francisco Leitão, nº 205, apto. 144, Pinheiros, São
Paulo, CEP 05414-025
Introdução: Doenças relacionadas à hipertensão
intracraniana crônica, como o pseudotumor cerebral,
são causas de cefaleias secundárias frequentemente
refratárias e provavelmente subdiagnosticadas. Ainda
hoje, o diagnóstico e monitorização dessas condições
dependem da coleta de líquor, um procedimento
invasivo e desconfortável. No entanto, um grupo de
pesquisadores brasileiros desenvolveu um dispositivo
não invasivo de monitorização da pressão intracraniana
(PIC). Esse aparelho avalia a PIC a partir da detecção
de pequenas deformidades que ela produz na calota
craniana. O dispositivo já foi testado em modelos com
animais, e demonstrou boa correlação com a PIC.
Séries de casos em humanos também descreveram
que esse método tem boa correlação com o resultado
de métodos invasivos tradicionais de aferição da PIC
(ex.: punção lombar e sensor intraparenquimatoso). Em
2017, um estudo com população pediátrica demonstrou
que o dispositivo foi capaz de identicar hipertensão
intracraniana não compensada por hidrocefalia com
sensibilidade de 80% e especicidade de 100%. No
nosso conhecimento, não há trabalhos publicados que
avaliaram sistematicamente a precisão desse método
na identicação de hipertensão intracraniana em
indivíduos adultos no contexto ambulatorial. Objetivo:
Descrever um projeto de pesquisa que pretende avaliar
a precisão de um novo dispositivo de aferição não
invasiva da PIC (ANI-PIC) na identicação de pacientes
adultos ambulatoriais com hipertensão intracraniana.
Métodos: Serão recrutados 90 sujeitos adultos que
tenham sido encaminhados para coleta de líquor eletiva,
a critério de sua equipe médica assistente. Pacientes
com contraindicação à coleta de líquor, descontinuidade
signicativa da calota craniana, impossibilidade técnica
de aferição da pressão inicial do líquor por punção
lombar em decúbito lateral e/ou com contraindicações à
realização da manobra de Valsalva serão excluídos. Todos
os pacientes serão submetidos à ANI-PIC em decúbito a
30°. Após, os sujeitos serão aleatorizados em 3 grupos
(A a C), cada um com 30 indivíduos. O grupo A repetirá
a ANI-PIC durante manobra de Valsalva por expiração
forçada contra resistência de 30 a 40mmHg. O grupo
B repetirá a ANI-PIC em posição sentada com encosto
a 90°. Em seguida, os grupos A e B serão submetidos
a coleta de líquor por punção lombar com aferição da
pressão inicial e nal em decúbito lateral. O grupo C
irá primeiramente realizar a punção lombar e após, irá
realizar nova ANI-PIC em decúbito a 30°. Resultados:
A relação entre as amplitudes das curvas P2 e P1 (P2/
P1), obtidas pela ANI-PIC em cada uma das posições e
mediante manobra de Valsalva, será comparada entre
indivíduos com hipertensão intracraniana (denidos
como pressão inicial > 20cmH2O na punção lombar)
e sem, através do teste de Fisher. A sensibilidade e
especicidade desse parâmetro na identicação da
hipertensão intracraniana serão avaliadas através do
cálculo da área sobre a curva ROC (Receiver Operating
Characteristic Curve). Conclusão: O presente projeto
de pesquisa pretende estudar a precisão de um novo
método promissor de aferição não invasiva da PIC
em identicar hipertensão intracraniana em pacientes
adultos ambulatoriais.
Palavras-chave: Hipertensão intracraniana. Pseudotumor
cerebral. Hidrocefalia. Punção Lombar.
USO DE CLORPROMAZINA PARA O
TRATAMENTO DE PONTE DAS CEFALEIAS
POR USO EXCESSIVO DE MEDICAÇÕES
KUBOTA, Gabriel Taricani
1
; FORTINI, Ida
2
; KRYMCHANTOWSKI,
Abouch Valenty
3
; DE ANDRADE, Daniel Ciampi Araújo
4
1
Centro de Dor e Grupo de Cefaléia, Departamento de Neurologia,
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo
2
Grupo de Cefaléia, Departamento de Neurologia, Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
3
Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Universidade Federal
do Rio de Janeiro
4
Centro de Dor, Departamento de Neurologia, Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Introdução: A cefaleia por uso excessivo de medicação
(CEM) afeta de 1 a 2% da população mundial. Em
relação a migrânea sem aura, estima-se que a CEM
produza impacto 3 vezes maior sobre a qualidade de
vida e funcionalidade dos doentes afetados. Além de
promover melhoria da qualidade de vida, a suspensão
da medicação em uso excessivo pode reduzir gastos
em saúde em mais de 2 vezes. Para tanto estratégias
educacionais isoladas demonstraram ser ecazes, porém,
cerca de 20 a 50% dos doentes mantêm-se refratários.
No nosso serviço, a clorpromazina oral tem sido utilizada
como ponte terapêutica para o tratamento da CEM,
com bons resultados. Porém, no nosso conhecimento
não há ensaios clínicos randomizados e controlados
(ECRC) que tenham avaliado a ecácia dessa estratégia
terapêutica. Objetivo: Descrever um protocolo de ECRC
cujo objetivo é avaliar a ecácia da clorpromazina oral
como ponte terapêutica para retirada ambulatorial da
medicação em uso excessivo em pacientes com CEM.
Métodos: Serão recrutados sujeitos com 18 anos, e,
com migrânea e CEM de acordo com os critérios da
edição da Classicação Internacional das Cefaleias.
Serão excluídos os sujeitos com contraindicações ao
uso de clorpromazina, mudança ou introdução da
10(3).indb 93 21/10/2019 18:53:47
S94
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
94
prolaxia de migrânea em últimos 3 meses, cefaleia
secundária associada, gestantes, nutrizes, mulheres
em idade fértil sem uso adequado de contraceptivo,
sujeitos com comorbidades psiquiátricas graves e abuso
de barbitúricos, benzodiazepínicos e opióides fortes. O
estudo será dividido em 2 fases. Na fase 1, os indivíduos
recrutados assistirão um vídeo padronizado com
duração de 10 minutos que orientará sobre os benefícios
da suspensão do uso excessivo de medicação no
tratamento da cefaleia. Os sujeitos serão reavaliados em
60 dias. Aqueles que mantiverem critérios diagnósticos
de CEM, serão incluídos na fase 2. Nessa fase, os sujeitos
serão aleatorizados em um braço ativo e um braço
placebo. Os investigadores e os pacientes serão cegos
à aleatorização até o m do estudo. Por 28 dias, o braço
ativo receberá clorpromazina 40mg/ml via oral, e o
placebo receberá uma diluição contendo clonazepam
2,5mg/ml e tintura de boldo 20%. Ambos braços seguirão
um mesmo protocolo padronizado de titulação de dose.
Após esse período, os sujeitos de ambos os braços que
não estiverem recebendo medicação prolática para
migrânea receberão propranolol, divalproato de sódio
ou topiramato, a critério dos investigadores. Resultados:
Os sujeitos serão reavaliados após 21, 61 e 91 dias do início
da fase 2 do estudo. Os braços ativo e placebo serão
comparados quanto ao desfecho primário: percentual
de sujeitos que deixaram de preencher critérios para
CEM entre os dias 56 e 84. Serão também avaliados os
desfechos secundários: impressão global de mudança,
escore em HIT-6 entre dias 56 e 84, redução de dias de
cefaleia por mês, efeitos colaterais graves associados a
clorpromazina e frequência de sintomas relacionados à
suspensão da medicação em uso excessivo. Conclusão:
O presente projeto de pesquisa pretende avaliar a
ecácia e segurança da clorpromazina oral como ponte
terapêutica no tratamento da CEM, através de um ECRC
duplo-cego.
Palavras-chave: Cefaleia por uso excessivo de
medicação. Clorpromazina. Enxaqueca crônica. Cefaleia
tensional. Cefaleia Crônica Diária.
CLASSES DE MEDICAMENTOS
RECONHECIDAS PELOS DISCENTES
DE MEDICINA COMO ASSOCIADAS À
CEFALEIA POR USO EXCESSIVO DE
MEDICAMENTOS
SILVA, Ísis Maia e
1
; DIAS, Janine Maria Oliveira
1
; BASTOS,
Mariana Cota
2
1
Acadêmica de medicina da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL)
2
Neurologista do Hospital Universitário Professor Alberto
Antunes (HUPAA-UFAL) responsável pelo ambulatório de
cefaleia
Contato com autor: SILVA, Ísis Maia e
E-mail: isismaia2@hotmail.com
Av. Menino Marcelo 140, Apto 909 - Bl 01, Condomínio Park
Shopping, Cidade Universitária, CEP 57073-470.
Introdução: O uso inadequado e prolongado de
medicações sintomáticas para dor em pacientes
com uma cefaleia primária preexistente ocasiona
o desenvolvimento de uma patologia prevalente
e incapacitante: a cefaleia por uso excessivo de
medicamentos (medication-overuse headache - MOH).
Em 2018, a edição da Classicação Internacional das
Cefaleias (ICHD-3) descreve como associados à MOH os
seguintes fármacos: ergotamina, triptano, analgésicos
não opióides (paracetamol e anti-inamatório -
AINE), opióides, associações de analgésicos e classes
farmacológicas múltiplas. O diagnóstico da MOH é
de extrema importância clínica, pois grande parte
dos doentes com cefaleia crônica tem cefaleia por
uso excessivo de medicamentos e a maioria melhora
apenas com a retirada dessa substância. Objetivo:
Analisar as classes farmacológicas reconhecidas pelos
discentes de medicina de uma Universidade Pública
Federal como associadas à cefaleia por uso excessivo de
medicamentos. Métodos: Estudo transversal, descritivo,
aplicado na população de 557 discentes de medicina de
uma Universidade Pública Federal, do 1º ao 12º período
do curso, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa
da Universidade Federal de Alagoas. Consentiram em
participar da pesquisa, um total de 416 discentes, os
quais responderam um questionário composto por
uma questão de resposta múltipla englobando todos
os fármacos associados à MOH, segundo a ICHD-3.
Foi esclarecido ao discentes que todas as respostas
consideradas adequadas deveriam ser assinaladas. Os
dados foram armazenados em planilhas do programa
Microsoft Ofce Excel 2017 e analisados por estatística
descritiva pelo programa SPSS 20. Resultados: Um
total de 416 discentes (74,7% da população total)
responderam à questão, destes, 106 discentes (25,4%)
preferiram não responder e 2 (0,48%) não assinalaram
nenhum dos fármacos apresentados. Do total dos
308 discentes que responderam, a maioria considerou
cafeína (51,5%), analgésicos combinados (33,6%), AINE
(31,5%), dipirona (28,1%) e paracetamol (27,8%) como os
principais fármacos associados ao desenvolvimento da
MOH. Talvez, a maior exposição a esses fármacos durante
a graduação tenha contribuído para esse resultado, já
que são medicamentos de baixo custo e disponíveis
no sistema único de saúde (SUS). Dentre as classes
farmacológicas menos reconhecidas pelos discentes
estão os triptanos (11,3%) e os ergotamínicos (8%),
medicamentos ecazes no tratamento da enxaqueca
e amplamente utilizados na Europa e Estados Unidos.
Alguns estudos consideram os triptanos como a classe
mais associada ao desenvolvimento da cefaleia por uso
excessivo de medicamentos, por sua maior frequência
de uso, necessidade de baixas doses e instalação mais
rápida do quadro de MOH. Conclusão: O estudo permite
concluir que a maioria dos discentes de medicina não
reconhece os triptanos e os ergotamínicos como fármacos
potencialmente associados ao desenvolvimento de
MOH. Tal resultado pode estar associado ao menor
conhecimento dessas classes medicamentosas, por
não serem utilizadas com frequência no contexto do
SUS, cenário onde os discentes estão incluídos, já que
apresentam custo elevado e diculdade no acesso. É
10(3).indb 94 21/10/2019 18:53:47
S95
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
95
importante conscientizar os discentes de medicina sobre
a importância de conhecer todas classes farmacológicas
associados ao desenvolvimento da MOH para orientar
adequadamente os pacientes susceptíveis.
Palavras-chave: Cefaleia. Uso Excessivo de
Medicamentos Prescritos. Saúde Pública. Educação
Médica.
IDENTIFICAÇÃO DOS CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICOS DA CEFALEIA POR USO
EXCESSIVO DE MEDICAMENTOS PELOS
ESTUDANTES DE MEDICINA DE UMA
UNIVERSIDADE PÚBLICA FEDERAL
SILVA, Ísis Maia e
1
; DIAS, Janine Maria Oliveira
1
; BASTOS,
Mariana Cota
2
.
1
Acadêmica de medicina da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL),
2
Médica neurologista do Hospital Universitário Professor
Alberto Antunes (HUPAA-UFAL) responsável pelo ambulatório
especializado de cefaleia
Contato com autor: SILVA, Ísis Maia e
Email: isismaia2@hotmail.com
Av. Menino Marcelo 140, Apto 909 - Bl 01, Condomínio Park
Shopping, Cidade Universitária, CEP 57073-470.
Introdução: A cefaleia por uso excessivo de
medicamentos (medication-overuse headache - MOH)
uma cefaleia crônica e secundária ao uso indiscriminado
de medicação sintomática em pessoas susceptíveis. É
denida pela Classicação Internacional das Cefaleias
(ICHD-3) como cefaleia, ocorrendo em 15 ou mais dias por
mês, num doente com a cefaleia primária preexistente e
desenvolvendo-se em consequência do uso excessivo
regular de medicação aguda ou sintomática para a
cefaleia (em 10 dias, ou 15 dias por mês, dependendo
da medicação) por mais de 3 meses. É uma patologia com
alto grau de incapacidade e com aumento exponencial
da prevalência, considerada um problema de saúde
pública em muitos países. Objetivo: Identicar se os
estudantes de medicina de uma Universidade Pública
Federal reconhecem os critérios diagnósticos da cefaleia
por uso excessivo de medicamentos, segundo a ICHD-
3. Métodos: Estudo transversal, descritivo, aplicado
na população de 557 estudantes de medicina de uma
Universidade Pública Federal, do 1º ao 12º período do
curso, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da
Universidade Federal de Alagoas. Consentiram em
participar da pesquisa, um total de 415 estudantes, os
quais responderam um questionário que incluía quatro
assertivas construídas utilizando a escala tipo Likert,
com o intuito de avaliar se os estudantes conheciam
os critérios da ICHD-3 para o diagnóstico da MOH. As
assertivas foram: 1) A cefaleia por uso excessivo de
medicamentos é uma cefaleia secundária; 2) A cefaleia
por uso excessivo de medicamentos é uma cefaleia
que ocorre em 15 dias por mês; 3) A cefaleia por uso
excessivo de medicamentos é uma consequência do
uso excessivo regular de medicação sintomática para
dor por 10 dias ou 15 dias por mês (dependendo
da medicação usada); e 4) É necessário no mínimo 3
meses de uso excessivo de medicação sintomática para
fechar o diagnóstico dessa cefaleia. Os dados foram
armazenados em planilhas do programa Microsoft Ofce
Excel 2017 e analisados por estatística descritiva pelo
programa SPSS 20. Resultados: Dos 415 estudantes,
apenas 69 (16,6%) responderam corretamente as 4
assertivas referentes aos critérios diagnósticos da
MOH. A maior parte (30,4%) dos que acertaram todas
as armativas estavam no período. Ao considerar
os estudantes do 6º ao 12º período, os quais já foram
expostos ao tema na disciplina de neurologia, apenas 12
(5,3%) acertaram os critérios diagnósticos, sendo 4 do 6°
período, 2 do 7° período, 2 do 8° período, 1 do 9° período,
nenhum do 10° período, 3 do 11° período e nenhum no
12° período. Conclusão: Os estudantes de medicina
demonstraram um conhecimento insuciente sobre os
critérios diagnósticos da cefaleia por uso excessivo de
medicamentos, fato considerado preocupante já que
se trata de patologia prevalente no cenário da saúde
pública. Sabendo que, na Universidade em estudo, o
tema cefaleias é abordado na disciplina de neurologia
durante o 6° período, esperava-se um resultado superior
entre os estudantes do 6º ao 12º período, o que motiva
questionamentos e reexões acerca do ensino da MOH
durante a graduação.
Palavras-chave: Cefaleia. Uso Excessivo de
Medicamentos Prescritos. Educação Médica. Saúde
Pública.
CEFALEIA HÍPNICA: UMA ENTIDADE RARA-
RELATO DE CASO
BARTELEGA
1
, Janaina Alves; SOARES
2
, Felipe Henriques
Carvalho; SIQUEIRA
3
, Laís Aparecida Machado; SILVA
4
, Carolina
de Almeida e; PIRES
6
, Leopoldo Antônio; VASCONCELOS
6
, Luiz
Paulo Bastos
6
1
Médica Graduada pela Universidade Federal de Ouro Preto.
Residente de Neurologia do 3º ano do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Juiz de Fora
2
Médico Graduado pela Faculdade de Medicina de Barbacena.
Residente de Neurologia do 3º ano do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Juiz de Fora
3
Médica Graduada pela Universidade do Vale do Sapucaí.
Residente de Neurologia do 3º ano do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Juiz de Fora
4
Médica Graduada pela Universidade Federal de Ouro Preto.
Residente de Neurologia do 2º ano do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Juiz de Fora
5
Médico Neurologista. Graduado pela Universidade Federal de
Juiz de Fora. Mestre pela Universidade Federal de São Paulo.
Chefe do Serviço de Neurologia do Hospital Universitário da
Universidade Federal de Juiz de Fora
6
Médico Neurologista. Graduado pela Universidade Federal de
Minas Gerais. Chefe do Departamento de Cefaleia do Hospital
Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora
Contato com autor: Bartelega, Janaina Alves
E-mail: janainabartelega@gmail.com.
10(3).indb 95 21/10/2019 18:53:47
S96
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
96
Endereço: Rua: Engenheiro José Carlos de Morais Sarmento, 419,
ap. 401. Bairro: Santa Catarina. Cep: 36036-100. Juiz de Fora,
Minas Gerais, Brasil.
Introdução: A Cefaleia Hípnica é de ocorrência rara e
frequentemente subdiagnosticada. É caracterizada por
cefaleias episódicas noturnas que despertam o paciente
de forma periódica durante o sono. Relato de caso: L.A.G.,
sexo masculino, 30 anos, sem antecedentes patológicos
pregressos relevantes, refere ter iniciado há cerca de
seis meses quadro de episódios de cefaleia holocraniana
de ocorrência exclusivamente noturna, que o levavam a
despertar. O quadro álgico possuía duração de cerca de
uma hora e não se associava a alterações autonômicas,
náuseas, vômitos, fotofobia e nem a nenhum décit
focal. A frequência aproximada dos episódios era de
doze ao mês. Os exames geral e neurológico estavam
preservados. Realizada tomograa computadorizada
de crânio sem alterações. Suspeitado o diagnóstico
de cefaleia hípnica, foi indicado tratamento com
indometacina, tendo evoluído com remissão completa
dos episódios desde então. Discussão: A cefaleia
hípnica é uma perturbação incomum, caracterizada por
episódios álgicos que tipicamente acordam o paciente
(“alarm clock”). Sua prevalência é maior em mulheres
(65%) do que em homens. Para atender aos critérios
diagnósticos do ICHD-3, os sintomas devem incluir
cefaleias recorrentes com duração de 15 minutos a quatro
horas desencadeadas durante o sono, que causam o
despertar em dez dias ou mais por mês, durante três
meses. Os ataques de cefaleia não estão associados a
fenômenos autonômicos, inquietação ou anormalidades
sensoriais. A dor é constante, de intensidade leve
a moderada, podendo ser unilateral ou bilateral. A
siopatologia é desconhecida, mas aventa-se estar
relacionada à disfunção do núcleo supra-quiasmático
do hipotálamo. Opções de tratamento incluem cafeína,
carbonato de lítio, indometacina ou melatonina, que
devem ser administrados antes de dormir. Conclusão:
A Cefaleia Hípnica é um tipo de cefaleia primária de
caráter recorrente de curta duração, de incidência rara
e frequentemente subdiagnosticada. Relatamos o caso
de um paciente atendido em serviço especializado
que após o diagnóstico evoluiu com boa resposta à
terapêutica empregada, reforçando a importância do
diagnóstico preciso para traçar a conduta adequada.
Palavras-chave: Cefaleia Hípnica. Cefaleia primária.
Cefaleia episódica.
CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES
DE MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE
PÚBLICA SOBRE O TRATAMENTO DA
CEFALEIA POR USO EXCESSIVO DE
MEDICAMENTOS
DIAS, Janine Maria Oliveira
1
; SILVA, Ísis Maia e
1
; BASTOS,
Mariana Cota
2
1
Acadêmica de medicina da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL)
2
Médica neurologista do Hospital Universitário Professor
Alberto Antunes (HUPAA-UFAL) responsável pelo ambulatório
especializado de cefaleia
Contato com autor: DIAS, Janine Maria Oliveira
Email: janinemaria_oliveira@hotmail.com
Av. Dom Antônio Brandão, 239, Ed. Ib Gatto, Apto 211-A, Farol,
CEP: 57051-190.
Introdução: A cefaleia por uso excessivo de
medicamentos (medication-overuse headache - MOH)
é uma cefaleia secundária crônica, ocasionada pelo uso
excessivo de medicamentos para dor. O manejo dos
pacientes com MOH é difícil pela falta de uma estratégia
que tenha evidência de superioridade, mas baseia-se
em três pilares: a prevenção, através da educação sobre
o uso adequado da medicação sintomática, a retirada
da substância em excesso e o tratamento prolático.
Objetivo: Avaliar o conhecimento dos estudantes
de medicina de uma Universidade Pública Federal
sobre o tratamento da cefaleia por uso excessivo de
medicamentos. Métodos: Estudo transversal, descritivo,
aplicado na população de 557 estudantes de medicina
de uma Universidade Pública Federal, do 1º ao 12º período
do curso, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa
da Universidade Federal de Alagoas. Consentiram em
participar da pesquisa, um total de 415 estudantes,
os quais responderam um questionário que continha
questões construídas com a escala tipo Likert com as
assertivas: ‘No tratamento da cefaleia por uso excessivo
de medicamentos é importante a retirada abrupta
do medicamento usado em excesso’, ‘Uma conduta
essencial no tratamento da cefaleia por uso excessivo de
medicamentos é o aconselhamento sobre os limites da
ingestão de medicamentos sintomáticos’ e ‘A realização
de tratamento prolático é indicado na maior parte dos
casos de cefaleia por uso excessivo de medicamentos’.
Os dados foram armazenados em planilhas do programa
Microsoft Ofce Excel 2017 e analisados por estatística
descritiva pelo programa SPSS 20. Resultados:
Considerando os pilares do tratamento da MOH, a
análise mostrou que dos 415 estudantes, apenas 4,8%
(20 estudantes) concordaram com a retirada abrupta
das medicações sintomáticas. Apesar de não existir
conduta única, alguns estudos sugerem que a retirada
abrupta é a escolha menos danosa à qualidade de vida
do paciente. A maioria dos estudantes (86%) concordou
que o aconselhamento sobre os limites da ingestão de
medicamentos sintomáticos é uma conduta essencial
no tratamento da MOH, resultado em consonância com
as orientações dos especialistas. Por m, em relação
a indicação de tratamento prolático, cerca de 43,5%
concordou com a sua realização. Apesar de não existir
consenso sobre a introdução da medicação prolática
na MOH, a maioria dos estudos orientam iniciar nos
casos em que a educação e retirada da substância não
melhoram o quadro do paciente. Conclusão: Apesar
de não existir uma conduta única a ser escolhida no
tratamento da MOH, a educação dos pacientes, a retirada
abrupta da medicação e o uso de proláticos estão entre
as medidas de maior impacto na qualidade de vida. Os
resultados do estudo sugerem a necessidade de reforçar
10(3).indb 96 21/10/2019 18:53:47
S97
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
97
o conhecimento dos estudantes sobre o manejo dessa
patologia, visto que, mesmo após terem sido expostos
ao tema na graduação, os estudantes não consideram
correta a retirada abrupta da medicação excessiva, uma
das principais escolhas no manejo da MOH.
Palavras-chave: Cefaleia. Uso Excessivo de
Medicamentos Prescritos. Educação Médica. Saúde
Pública.
CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES
DE MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE
PÚBLICA SOBRE O TRATAMENTO DA
CEFALEIA POR USO EXCESSIVO DE
MEDICAMENTOS
DIAS, Janine Maria Oliveira
1
; SILVA, Ísis Maia e
1
; BASTOS,
Mariana Cota
2
1
Acadêmica de medicina da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL),
2
Médica neurologista do Hospital Universitário Professor
Alberto Antunes (HUPAA-UFAL) responsável pelo ambulatório
especializado de cefaleia
Contato com autor: Dias, Janine Maria Oliveira
Email: janinemaria_oliveira@hotmail.com
Av. Dom Antônio Brandão, 239, Ed. Ib Gatto, Apto 211-A, Farol,
CEP: 57051-190.
Introdução: A cefaleia por uso excessivo de
medicamentos (medication-overuse headache - MOH)
é uma cefaleia secundária crônica, ocasionada pelo uso
excessivo de medicamentos para dor. O manejo dos
pacientes com MOH é difícil pela falta de uma estratégia
que tenha evidência de superioridade, mas baseia-se
em três pilares: a prevenção, através da educação sobre
o uso adequado da medicação sintomática, a retirada
da substância em excesso e o tratamento prolático.
Objetivo: Avaliar o conhecimento dos estudantes
de medicina de uma Universidade Pública Federal
sobre o tratamento da cefaleia por uso excessivo de
medicamentos. Métodos: Estudo transversal, descritivo,
aplicado na população de 557 estudantes de medicina
de uma Universidade Pública Federal, do 1º ao 12º período
do curso, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa
da Universidade Federal de Alagoas. Consentiram em
participar da pesquisa, um total de 415 estudantes,
os quais responderam um questionário que continha
questões construídas com a escala tipo Likert com as
assertivas: ‘No tratamento da cefaleia por uso excessivo
de medicamentos é importante a retirada abrupta
do medicamento usado em excesso’, ‘Uma conduta
essencial no tratamento da cefaleia por uso excessivo de
medicamentos é o aconselhamento sobre os limites da
ingestão de medicamentos sintomáticos’ e ‘A realização
de tratamento prolático é indicado na maior parte dos
casos de cefaleia por uso excessivo de medicamentos’.
Os dados foram armazenados em planilhas do programa
Microsoft Ofce Excel 2017 e analisados por estatística
descritiva pelo programa SPSS 20. Resultados:
Considerando os pilares do tratamento da MOH, a
análise mostrou que dos 415 estudantes, apenas 4,8%
(20 estudantes) concordaram com a retirada abrupta
das medicações sintomáticas. Apesar de não existir
conduta única, alguns estudos sugerem que a retirada
abrupta é a escolha menos danosa à qualidade de vida
do paciente. A maioria dos estudantes (86%) concordou
que o aconselhamento sobre os limites da ingestão de
medicamentos sintomáticos é uma conduta essencial
no tratamento da MOH, resultado em consonância com
as orientações dos especialistas. Por m, em relação
a indicação de tratamento prolático, cerca de 43,5%
concordou com a sua realização. Apesar de não existir
consenso sobre a introdução da medicação prolática
na MOH, a maioria dos estudos orientam iniciar nos
casos em que a educação e retirada da substância não
melhoram o quadro do paciente. Conclusão: Apesar
de não existir uma conduta única a ser escolhida no
tratamento da MOH, a educação dos pacientes, a retirada
abrupta da medicação e o uso de proláticos estão entre
as medidas de maior impacto na qualidade de vida. Os
resultados do estudo sugerem a necessidade de reforçar
o conhecimento dos estudantes sobre o manejo dessa
patologia, visto que, mesmo após terem sido expostos
ao tema na graduação, os estudantes não consideram
correta a retirada abrupta da medicação excessiva, uma
das principais escolhas no manejo da MOH.
Palavras-chave: Cefaleia. Uso Excessivo de
Medicamentos Prescritos. Educação Médica. Saúde
Pública.
CORRELAÇÃO ENTRE AMPLITUDE DE
MOVIMENTO CERVICAL E FATORES
PSICOSSOCIAIS EM INDIVÍDUOS COM
MIGRÂNEA
MARÇAL Jene Caroline Silva
1
, PINHEIRO Carina Ferreira
2
,
FLORENCIO Lidiane Lima
3
, DACH Fabiola
4
, BEVILAQUA-
GROSSI Débora
5
.
1 Aluna de graduação do curso de Fisioterapia, Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil.
2 Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
3 Fisioterapeuta, Doutora, Professora Visitante do Departamento
de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Reabilitação e Medicina
Física da Universidade Rei Juan Carlos, Espanha
4 Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
5 Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de
Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo, Brasil
Contato com autor: Marçal Jene Caroline Silva
E-mail: jenemarcal@gmail.com
Endereço: Rua Francisco de Almeida 1100, Bl 12 Apto 207 Pq. São
Sebastião – Ribeirão Preto SP
Introdução: A migrânea é uma desordem multifatorial,
geralmente acompanhada por sintomas emocionais
e alterações musculoesqueléticas. A investigação
da associação entre esses fatores revelou que as
manifestações psicossociais estão associadas ao
10(3).indb 97 21/10/2019 18:53:47
S98
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
98
aumento de sintomas de dor e sensibilidade muscular
em pacientes com migrânea. No entanto, ainda não é
conhecido se a redução da amplitude de movimento
cervical observada nos migranosos também se
correlaciona com os sintomas psicossociais. Objetivo:
Investigar diferenças entre os níveis de depressão e
cinesiofobia em pacientes com migrânea e indivíduos
saudáveis, além de avaliar a correlação entre a amplitude
de movimento cervical e estes dois fatores psicossociais.
Materiais e Métodos: Setenta mulheres com migrânea
(GM) e 32 mulheres saudáveis (GC) foram avaliadas.
As participantes tinham idade entre 18 e 55 anos, o
grupo de migrânea foi diagnosticado segundo critérios
da Classicação Internacional das Cefaleias e o grupo
controle não apresentava relato de cefaleia. O Multi
Cervical Unit® (Hanoun Medical Inc., Ontario) foi utilizado
para mensurar a amplitude de movimento (ADM) cervical
nos planos frontal, sagital e transversal. Cada movimento
foi repetido três vezes em ordem aleatorizada por
sorteio. A avaliação de depressão e cinesiofobia foi
realizada com a aplicação dos questionários Patient
Health Questionnaire (PHQ-9) e Escala Tampa para
Cinesiofobia (TSK), respectivamente. A pontuação dos
questionários e graus de ADM foram comparados entre
os grupos com o teste Mann-Whitney, e a correlação
entre as variáveis foi vericada por meio do Teste de
Correlação de Pearson (p<0,05). Resultados: Não houve
diferença entre os grupos quanto à idade (p>0,05). O
grupo migrânea apresentou maior pontuação do PHQ-9
(GM 8,3±5,9 pontos, GC 2,8±3,1 pontos, p<0,00) e TSK
(GM 37,4±8,9 pontos, GC 28,9±7,4 pontos, p<0,00) e
menor ADM em todos os movimentos em comparação
ao grupo controle (Plano sagital GM 109,7±15,0 graus,
GC 116,9±10,9 graus, p=0,02; plano frontal GM 92,5±16,2
graus, GC 101,1±14,9 graus, p<0,00; e plano transversal
GM 128,5±22,1 graus, GC 139,9±19,8 graus, p=0,02). O
grupo migrânea apresentou correlação negativa fraca e
moderada entre a pontuação do PHQ-9 e a ADM cervical
nos planos frontal e transversal, respectivamente (PHQ-
9 e ADM plano frontal r=-0,28, p<0,02; PHQ-9 e plano
transversal r=-0,42; p<0,00). Não houve correlação
entre a ADM e a pontuação do TSK. O grupo controle
não apresentou correlação entre as variáveis. Conclusão:
Pacientes com migrânea apresentam menor amplitude
de movimento cervical e maiores escores de depressão
e cinesiofobia do que indivíduos controle. Além disso, na
migrânea, a amplitude de movimento cervical é menor
em pacientes com maior nível de depressão, porém o
mesmo não acontece com os níveis de cinesiofobia.
Palavras-chave: Cefaleia. Cervical. Cinesiofobia.
Depressão
COMPARAÇÃO DA INTENSIDADE DE
DESCONFORTO VISUAL E AUDITIVO
ENTRE OS SUBTIPOS DE MIGRÂNEA
MOREIRA Jessica Rodrigues
1
, PINHEIRO Carina Ferreira
2
,
MACIEL Nicoly Machado
3
, CARVALHO Gabriela Ferreira
4
, DACH
Fabiola
5
, ANASTASIO Adriana Ribeiro Tavares
6
, BEVILAQUA-
GROSSI Débora
7
1
Aluna de graduação do curso de Fisioterapia, Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
2
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
3
Fisioterapeuta, Mestre, Aluna de doutorado do Programa de
Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
– Universidade de São Paulo
4
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
5
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
6
Fonoaudióloga, Doutora, Professora Doutora do Departamento
de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
7
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo, Brasil
Contato com autor: Moreira Jessica Rodrigues
E-mail: jessica_.rodrigues342@hotmail.com
Endereço: Avenida Governador Lucas Nogueira Garcez, 370
– Parque Residencial Cidade Universitária, Ribeirão Preto, SP –
14051-510
Fonte nanciadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo - Fapesp (processo n. 2017/20902-0).
Introdução: Fotofobia e fonofobia são sintomas
frequentemente apresentados pelos indivíduos com
migrânea. Além de serem altamente incapacitantes
durante a crise, ainda se manifestam em menor
intensidade no período interictal, porém não foi
investigado se são percebidos de forma diferente entre
pacientes com diferentes apresentações da migrânea.
Objetivos: Comparar a percepção do desconforto visual
e auditivo durante a realização de atividades diárias entre
mulheres com migrânea com aura, sem aura e crônica e
um grupo controle. Métodos: Foram incluídas 18 mulheres
com migrânea sem aura (MsA) com 32,0 ± 9,2 anos, 15
migrânea com aura (MA) com 32,6 ± 7,8 anos, 16 migrânea
crônica (MC) com 32,9 ± ± 9,6 anos e 22 mulheres sem
queixa de dor de cabeça (GC) com 30,3 ± ± 8,9 anos. Todas
as voluntárias foram questionadas quanto à intensidade
de desconforto visual e auditivo durante a realização
de atividades diárias, utilizando uma escala entre 0 e
10, em que 0 representa nenhum desconforto, e 10 o
desconforto máximo. As pacientes com migrânea foram
orientadas a responder baseando-se no período sem dor
de cabeça. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética
em pesquisa sob o processo 16210/2015. Os grupos foram
comparados com ANOVA e post-hoc de Tukey (p<0,05).
Resultados: Dentre as atividades com estímulo visual, os
grupos migrânea com aura e crônica apresentaram maior
intensidade de desconforto do que o grupo controle nas
questões “Realizar atividades sociais” (MC 2,7±2,8, MA
2,7±2,7, MsA 1,8±2,9 e GC 0,2±0,8, p=0,00) e “Caminhar
durante um dia ensolarado” (MC 3,9±3,1, MA 3,8±2,9, MsA
2,3±2,8 e GC 1,3±1,9, p=0,01). O grupo MC ainda relatou
maior desconforto do que o grupo controle na atividade
“Dirigir” (MC 4,7±3,1, MA 4,2±3,6, MsA 2,8±3,3 e GC 1,8±2,2,
p=0,03), e não houve diferença entre grupos na questão
Assistir TV ou ir ao Cinema” (p>0,05). Na avaliação de
10(3).indb 98 21/10/2019 18:53:47
S99
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
99
fonofobia, todos os grupos migranosos relataram maior
desconforto que o grupo controle na questão “Realizar
atividades sociais” (MC 5,0±2,9, MA 3,9±2,2, MsA 3,5±3,0
e GC 1,2±1,5, p=0,00). Os grupos com aura e crônico
tiveram maior intensidade de desconforto do que o GC
na atividade “Conversar em local barulhento” (MC 5,3±3,1,
MA 5,1±3,0, MsA 3,9±2,7 e GC 1,9±1,9, p=0,00) e o grupo
migrânea crônica reportou maior desconforto do que o
grupo controle na atividade “Manter a concentração em
local barulhento”(MC 5,6±2,8, MA 5,1±3,7, MsA 3,2±3,1 e GC
2,5±3,1, p=0,01). Não houve diferença entre os grupos na
questão “Ouvir sons do dia-a-dia” (p>0,05). Conclusão:
A percepção de fotofobia e fonofobia em atividades
funcionais estão presentes em indivíduos com migrânea
no período interictal, em especial nos pacientes com
migrânea com aura e crônica.
Palavras-chave: Transtornos de Enxaqueca. Fotofobia.
Fonofobia.
PACIENTE COM MIGRÂNEA CRÔNICA
E TRANSTORNO DE ANSIEDADE
GENERALIZADA TRATADA COM TERAPIA
COGNITIVA-COMPORTAMENTAL E
TOPIRAMATO: RELATO DE CASO
LOYOLA, Julia Sereicikas
1
, FUKUE, Rosemeire
Rocha
2
, GOBO, Denise Matheus
3
, CAVERNI, Camila
Naegeli
4
, VILLA, Thais Rodrigues
5
1
Psicóloga, Especialista em Neuropsicologia, Fellowship em
Cefaleia pela UNIFESP e Psicóloga Colaboradora no Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
2
Psicóloga e Neuropsicóloga, Mestranda em Neurociências,
Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP).
3
Psiquiatra, Fellowship em Cefaleias, Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia
e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
4
Nutricionista, Mestranda, Setor de Investigação e Tratamento
das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia e
Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
5
PhD em Neurologia UNIFESP, Chefe do Setor de Cefaleias
UNIFESP.
Contato com autor: Loyola, Julia Sereicikas
Email: juliasereicikasloyola@gmail.com
Rua Luiz Ferreira da Silva, 384 apto 24 – Parque Anchieta, São
Bernaardo do Campo, São Paulo – CEP: 09732-340
Introdução: A migrânea é uma doença neurológica
de causa genética, com prevalência de 15,2% no Brasil.
É inuenciada por múltiplos fatores como alterações
hormonais, fotofobia, fonofobia, osmofobia, mudanças
climáticas, ingestão de alguns alimentos, mas,
principalmente por quadros de humor como depressão
e ansiedade.. Os transtornos de ansiedade generalizado
(TAG) são frequentemente associados a cefaleia sendo
uma das comorbidades psiquiátricas mais comuns
nos pacientes com migrânea crônica, com sintomas
principalmente de pensamento acelerado, medos
excessivos e antecipação de futuro com visão negativista.
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com migrânea
crônica e transtorno de ansiedade generalizada (TAG),
tratada com Terapia Cognintiva-Comportamental (TCC)
associada ao tratamento medicamentoso. Método:
Paciente do sexo feminino, 32 anos, casada, nutricionista,
início da cefaleia aos 15 anos de idade. As crises se
intensicaram aos 20 anos de idade, quando deu início
a sua vida prossional. Crises de localização unilateral
(fronto-temporal) e de caráter púlsatil, acompanhada de
fotofobia, fonofobia e nauseas. Crises com intensidade
pela escala visual analógica (EVA) 30% leve (EVA=3),
40% moderada (EVA=6) e 20% incapacitante (EVA=8),
com duração de 1 a 2 dias, deagradas por barulho, luz,
estresse e principalmente pela ansiedade. Medicava
com analgesicos (16 dias\mês). Em consulta no Setor
de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do
Hospital São Paulo – UNIFESP-EPM, a frequência da
cefaleia era diária. Foi diagnóstica como migrânea sem
aura, migrânea crônica, e cefaleia por uso excessivo de
medicaçoes. A mãe da paciente apresentava diagnóstico
de migrânea crônica. Exame clínico e neurológico
dentro da normalidade. Queixas associadas: alteração
do humor com irritabilidade e labilidade, crises de
ansiedade e insônia. O Termo de Livre Consentimento
Esclarecido foi assinado pela paciente (TCLE), iniciando
tratamento medicamentoso com Topiramato, dose
50/mg dia e desintoxicação do uso excessivo de
analgésicos. Simultaneamente, foi encaminhada para
acompanhamento psicológico, onde foram realizados 15
encontros de 50 minutos cada. Na primeira sessão foi
realizada uma anamnese e, posteriormente, sessões de
TCC com técnicas de psicoeducação, implementação do
diário da cefaleia, registro de pensamentos disfuncionais,
reestruturação cognitiva. Resultados: No terceiro mês
de tratamento houve redução na frequência e intesidade
da cefaleia e apresentou uma crise moderada (EVA=5)
e duas leves (EVA=3). No quarto mês de tratamento
apresentou 2 crises leves de cefaleia (EVA=2) com
redução da ansiedade, melhora na qualidade do
sono e desenvolvimento de condutas adaptativas de
enfrentamento da cefaleia. Conclusão: A TCC associada
ao tratamento medicamentoso apresentou ecácia no
controle da cefaleia, e consequentemente uma melhora
nos sintomas de ansiedade, possibilitando melhor
qualidade de vida à paciente.
Palavras-chave: Migrânea, Cefaleia, Ansiedade, Terapia
Cognitivo-Comportamental, Qualidade de Vida.
VALIDADE E CONFIABILIDADE
DOS QUESTIONÁRIOS ÍNDICE DE
INCAPACIDADE RELACIONADO À
CEFALEIA (HDI-BRASIL) E TESTE DO
IMPACTO DA DOR DE CABEÇA (HIT-6
TM
)
PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA
PRADELA Juliana
1
, BEVILAQUA GROSSI Débora
2
, CHAVES
Thais
2
, DACH Fabiola
3
, CARVALHO Gabriela Ferreira
4
10(3).indb 99 21/10/2019 18:53:47
S100
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
100
1
PT e aluna de Pós-Graduação pela Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – USP/RP
2
PT, Ph.D., professora titular do departamento de Ciências da
Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP/RP
3
MD, Ph.D., professora associada do departamento de
neurociências e ciências do comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – USP/RP
4
PT, Ph.D., membro do pós-doutorado na Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto- USP/RP
Contato com autor: Pradela Juliana
E-mail: jupradela14@hotmail.com
Endereço: Rua Doutor João Gomes da Rocha, 840, apartamento
23 – Jardim Irajá, Ribeirão Preto-SP
Introdução: A aplicação de ferramentas de medidas
auto reportadas de incapacidade avaliam por meio da
percepção do paciente o impacto que uma condição
reete na realização de suas atividades diárias. Para
avaliar a incapacidade relacionadas às cefaleias, podem
ser utilizados os questionários Índice de Incapacidade
Relacionado à Cefaleia (HDI-Brasil) e o Teste do
Impacto da Dor de Cabeça (HIT-6TM). No entanto
ambos os questionários não tiveram suas propriedades
psicométricas testadas para a população brasileira.
Objetivo: Analisar a validade e a conabilidade da
versão Brasileira dos questionários HDI-Brasil e HIT-6TM.
Metodologia: Pacientes diagnosticados com cefaleias
primárias e secundárias por neurologistas especialistas
foram triados do Ambulatório de Cefaleia e Algias
Craniofaciais do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto
– USP. Foram incluídos pacientes entre 18 e 65 anos, com
diagnóstico de apenas um tipo de cefaleia e com dor
em pelo menos um dia no último mês. Para a análise da
validade foram incluídos 132 indivíduos com idade média
de 39,6 (12,7) anos e para a análise da conabilidade, 67
indivíduos com idade média foi de 36,8 (12,5) anos. Os
questionários HIT-6™, SF-12 de qualidade de vida e HDI-
Brasil foram entregues, nesta ordem, aos voluntários
durante a avaliação ou consulta de rotina. Para a
avaliação da conabilidade, os pacientes responderam
novamente os questionários HIT-6TM e HDI-Brasil cerca
de 2 semanas após a primeira avaliação. O paciente
foi orientado a responder os questionários em forma
autoaplicável considerando somente a cefaleia, sob
supervisão do pesquisador principal. O estudo foi
conduzido de acordo com as normas estabelecidas pelo
COSMIN e a validade de constructo foi analisada por
meio da correlação de Pearson, com valores de r>0,05
indicando correlação moderada a forte. A conabilidade
teste-reteste do HIT-6TM e HDI-Brasil foi analisada por
meio do Coeciente de Correlação Intraclasse (ICC) e
erro padrão da medida, sendo valores de ICC acima 0,50
considerados satisfatórios a excelentes. O projeto foi
aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa n° processo:
HCRP 3622/2017. Resultados: Na avaliação da validade,
o questionário HDI-Brasil apresentou moderada
correlação positiva com o questionário HIT-6TM (0,65;
p<0,05) e moderada negativa com o questionário SF-
12 (-0,65; p<0,05). O HIT-6 também apresentou uma
correlação moderada negativa com o questionário SF-
12 (-0,58; p<0,05). A conabilidade entre as avaliações
foi excelente para ambos os questionários (ICC: 0,95,
p<0,05). O HDI e o HIT-6TM apresentaram erro padrão
da medida de 3,49 e 1,01, respectivamente. Conclusão:
Os questionários HDI-Brasil e o HIT-6TM foram
considerados válidos e conáveis para a avaliação o
impacto dos diversos tipos de cefaleias na população
brasileira.
Palavras-chave: Questionário de Saúde do Paciente.
Conabilidade dos dados. Qualidade de vida. Cefaleia.
ESTUDO CLÍNICO PARA PREVENÇÃO DA
CEFALEIA EM PACIENTES SUBMETIDOS A
HEMODIÁLISE ATRAVÉS DA REPOSIÇÃO
DE CAFEÍNA
BRITO, Kattiucy Gabrielle da Silva
1,2
; SANTOS, Edarlan Barbosa
dos
1,2
; PINTO, Bernardo Afonso Ribeiro
3,4
; GABAN, Tatiane
Fernandes da Fonseca
1,3
, CATHARINO, Antônio Marcos da
Silva
1,3,5
1
Universidade Iguaçu (UNIG) - Programa de Iniciação Cientíca -
Nova Iguaçu - RJ, Brasil.
2
Acadêmico (a) de medicina. 12º período.
3
Médico (a) no Hospital Geral de Nova Iguaçu, Nova Iguaçu - RJ,
Brasil.
4
Nefrologista. Preceptor da residência de clínica médica do
Hospital Central do Exército
5
Mestre em Neurologia pela Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro. Membro Titular da Academia Brasileira de
Neurologia.
Contato com autor: Kattiucy Gabrielle da Silva Brito
E-mail: kattiucy_brito@hotmail.com
Rua Aroazes, 711, ap 201, Cep 22775-060, Rio de Janeiro – RJ,
Brasil.
Introdução: A cefaleia como complicação da
hemodiálise merece um lugar de destaque, uma vez que
aumenta ainda mais o incômodo sofrido pelo paciente
submetido a essa terapia e pelo número de pacientes
dependentes desse processo estar crescendo. Durante
a hemodiálise ocorre depuração de várias substâncias,
sendo que a IHS destaca a diminuição de cafeína sérica
como responsável pelas crises de cefaleia durante as
sessões de diálise. Alguns estudos mencionam que o
uso prolático de cafeína antes das sessões impede
o surgimento da cefaleia. O objetivo deste trabalho
é avaliar a redução da cefaleia nos pacientes com
submetidos a hemodiálise com reposição de cafeína
antes das sessões. Métodos: Trata-se de um estudo
clínico randomizado, triplo-cego, realizado em um centro
de tratamento para pacientes com doença renal crônica
(DRC) submetidos à hemodiálise. Foram selecionados
40 participantes com critérios de diagnósticos para
cefaleia por privação de cafeína e cefaleia dialítica
segundo a Sociedade Internacional de Cefaleia, foram
abordados e os que aceitaram participar assinaram o
TCLE. Os participantes foram divididos em dois grupos
de forma aleatória por sorteio, um grupo experimental
(cafeína 65mg) e um grupo controle (placebo). Foi
elaborado pelos pesquisadores um Diário de Dor para
acompanhar e caracterizar os episódios de cefaleia.
O programa Google docs foi utilizado para criação do
10(3).indb 100 21/10/2019 18:53:47
S101
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
101
banco de dados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UNIG, CAAE-91194418.1.0000.8044
e parecer n°2.959.280. Resultados: Antes de serem
abordados para participação da fase clínica do estudo
5 pacientes evoluíram para óbito, 1 realizou transplante,
4 foram desligados ou transferidos da clínica de
hemodiálise e 4 se recusaram a participar da pesquisa.
A faixa etária predominante foi a sétima década de vida,
com 30% do sexo feminino e 70% do sexo masculino.
Após iniciado a intervenção nenhum participante relatou
ter tido cefaleia. Calculando o risco relativo (RR=1)
identicamos que o estudo não apresentou relação de
associação entre a ingesta de cafeína pré-hemodiálise e
a diminuição da cefaleia. Obtivemos uma hipótese nula,
o que pode ser explicada por erros aleatórios devido a
amostra ser pequena e o tempo de intervenção curto.
Além do efeito Hawthorne, mudança do comportamento
devido ao fato de estar sendo observado, e do efeito
placebo. Apesar de ter uma hipótese já validada em
outros estudos não houve associação nesse, devido ao
tempo curto do ensaio clínico ou da amostra selecionada
ser pequena.7 Vale ressaltar que nesse estudo o Diário
da Dor foi aplicado apenas durante as sessões de
hemodiálise, e o desenvolvimento da cefaleia pode dar-
se durante a hemodiálise ou horas após sua cessação,
o que entraria como um viés de aferição. Conclusão:
Não houve associação entre o consumo de cafeína antes
das sessões de hemodiálise e a prevenção da cefaleia. A
hipótese analisada foi nula, porém teve alguns erros ao
acaso e sistemático, efeito Hawthorne e efeito placebo.
Necessitando ainda de mais estudo com uma amostra
maior e por um período mais longo, assim afastaria os
erros encontrados nessa pesquisa e encontraria um
intervalo de conança signicativo.
Palavras-chave: Cefaleia dialítica. Cefaleia por Privação
de Cafeína. Hemodiálise.
PREVALÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO DA
CEFALEIA EM PROFESSORES DE UMA
FACULDADE PARTICULAR DE MEDICINA
BRITO, Kattiucy Gabrielle da Silva
1,2
; SANTOS, Edarlan Barbosa
dos
1,2
; CATHARINO, Antônio Marcos da Silva
1,3
1
Universidade Iguaçu (UNIG) - Programa de Iniciação Cientíca -
Nova Iguaçu - RJ, Brasil.
2
Acadêmico (a) de medicina. 12º período.
3
Médico (a) no Hospital Geral de Nova Iguaçu. Mestre em
Neurologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro. Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia.
Contato com autor: Kattiucy Gabrielle da Silva Brito
E-mail: kattiucy_brito@hotmail.com
Rua Aroazes, 711, ap 201, Cep 22775-060, Rio de Janeiro – RJ,
Brasil
Introdução: A alta prevalência da cefaleia na população
geral é fato demonstrado por diferentes pesquisas
que abordam o tema. No entanto, alguns estudos
têm procurado vericar aspectos epidemiológicos
desta condição em populações especícas. Para
alguns pacientes, a cefaleia torna-se uma condição
limitante, que prejudica a qualidade de vida, seja no
campo pessoal, afetivo ou prossional. Decisões de
ordem prossional são afetadas e a vida social deles
é prejudicada pela incapacidade de planejar e cumprir
seus compromissos. O objetivo deste estudo foi
determinar a prevalência de cefaleia em professores de
uma faculdade particular de medicina. Métodos: Trata-
se de um estudo descritivo transversal, observacional,
quantitativo e qualitativo da cefaleia entre professores
de medicina. A técnica de coleta de dados consistiu
na aplicação de um questionário de avaliação entre
professores de diferentes disciplinas do curso de
medicina da Universidade Iguaçu (UNIG), campus Nova
Iguaçu, é uma instituição particular de ensino superior.
O Questionário foi elaborado pelos autores, nele
foram abordados aspectos biopsicossociais, além de
aspectos clínicos relacionados à presença de cefaleia
que permitiram a classicação da cefaleia de acordo
com os critérios da Sociedade Internacional de Cefaleia.
Os professores que concordaram em responder o
questionário assinaram o TCLE. Foi criado um banco de
dados, no programa Google docs, para armazenamento
dos dados e posterior análise dos resultados. O estudo
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da UNIG, CAAE-58929616.2.0000.5288 e parecer
n°2.092.805. Resultados: A seleção da amostra foi
obtida junto à coordenação do curso, contendo o nome
e e-mail dos 186 professores vinculados a instituição.
Responderam ao questionário 108 professores. Dos
professores entrevistados, 48% eram do sexo feminino
e 52% do sexo masculino. Dentre os entrevistados,
90,9% relataram que tiveram cefaleia pelo menos uma
vez na vida e 35,1% tem cefaleia com frequência. Dos
que apresentaram cefaleia, 60% referiram sinusite
como comorbidade e 46,7% hipertensão arterial. Um
total de 44,4% relatou que sente cefaleia há mais
de cinco anos, 11,1% há mais de 6 meses e 29,6% não
lembravam. Quanto a duração observou-se que em
55,6% duram mais de uma hora, 33,3% duram menos
de uma hora e 11,1% menos de um dia. A lateralidade
da cefaleia teve predominância bilateral (55,6%),
seguida de unilateral a direita ou unilateral alternando
os lados. Em relação a região acometida, 33,3% região
temporal, 33,3% região frontal, 22,2% holocraniana e
11,1% região peri-orbitária. Maioria tinha caráter pulsátil
(88,9%) e 11,1% em queimação. O estado emocional
de estresse foi relatado como um fator de agravo a
cefaleia. Apesar do sintoma se mostrar incomodo e
por vezes debilitantes, apenas 55,6% dos participantes
relataram que procuraram atendimento médico. Em
contrapartida 50% se automedicou para tal evento e
os outros 50% relataram ter sido orientados por algum
médico. Conclusão: Como relatado na literatura a
cefaleia foi encontrada em mais de 90% da amostra. Foi
vericado que um número signicativo de professores
apresentou cefaleia relacionada a outras condições
clínicas. A procura por auxílio médico em função da
cefaleia foi maior na população estudada, quando
comparada a população geral.
Palavras-chave: Cefaleia. Cefaleia em professores.
Professores de medicina.
10(3).indb 101 21/10/2019 18:53:47
S102
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
102
TIPO MIGRANOSA ASSOCIADA
MACROPROLACTINOMA HIPOFISÁRIO:UM
RELATO DE CASO
SIQUEIRA, Laís Aparecida Machado
1
, SOARES, Felipe Henriques
Carvalho
2
, BARTELEGA, Janaína Alves
3
, GUEDES, Olivia maria
Silveira
4
, SANTOS, Daniela Pereira
5
, PIRES, Leopoldo Antônio
6
,
VASCONCELOS, Luiz Paulo Bastos
7
Serviço de Neurologia do Hospital Universitário da Universidade
Federal de Juiz de Fora/MG
1
Residente do terceiro ano em neurologia do Hospital
Universitário UFJF, graduada em Faculdade de medicina de
Pouso Alegre.
2
Residente do terceiro ano em neurologia do Hospital
Universitário UFJF, graduado na faculdade de medicina de
Barbacena.
3
Residente do terceiro ano em neurologia do Hospital
Universitário UFJF, graduada na faculdade de medicina da UFOP.
4
Residente do terceiro ano em neurologia do Hospital
Universitário UFJF, graduada na faculdade de medicina da UFJF.
5
Residente do segundo ano em neurologia do Hospital
Universitário UFJF, graduada na faculdade de medicina de
Montes Claros.
6
Chefe do serviço de neurologia da Universidade Federal de Juiz
de Fora, graduado em neurologia pela UNIFESP.
7
Preceptor e orientador do serviço de cefaleia da Universidade
Federal de Juiz de Fora, graduado na faculdade de medicina
UFMG.
Contato com autor: Laís Aparecida Machado de Siqueira
E-mail: laismsiqueira2@gmail.com
Rua Catulo Breviglieri, n°92, apto 304, Bairro Santa Catarina, Juiz
de Fora, Minas Gerais.
Introdução: A cefaleia é frequentemente referida por
pacientes portadores de adenoma hiposário, porém
esta associação é frequentemente negligenciada na
prática clínica. O mecanismo siopatológico da cefaleia
é multifatorial e pode associar-se ao efeito de massa
do tumor, levando à compressão dural e invasão de
estruturas vizinhas (como seio cavernoso p. ex.) e/ou
por sua atividade neuroendócrina. No presente trabalho,
relatamos um caso clínico de paciente com cefaleia
responsiva ao tratamento dirigido ao controle hormonal
de macroprolactinoma de hipóse.
Relato de caso: Mulher, 51 anos, portadora de
hipertensão arterial, diabetes mellitus e doença renal
crônica, sem histórico prévio de cefaleia, iniciou em
janeiro de 2019 quadro de cefaleia diária, com duração
de até 24 horas, caracterizada por dor pulsátil, de forte
intensidade (10/10), localizada em região frontal, com
limitação das atividades físicas habituais, associada a
náuseas, fonofobia e fotofobia. Paciente foi internada
em março de 2019 no Hospital universitário HU/UFJF,
com o mesmo padrão de dor, uso diário de analgésicos
simples e relato de galactorréia. Propedêutica solicitada
evidenciou ressonância magnética de sela túrcica
com nódulo intrasselar (dimensões: 1,2 cm X 0,9cm X
0,8 cm) e nível sérico de prolactina >200 ng/ml (VR:
até 20ng/ml). Assim que denido o diagnóstico de
macroprolactinoma de hipóse e provável migrânea
crônica associada uso excessivo de medicações
analgésicas, foi indicado terapia com cabergolina (1mg
por semana), além de clorpromazina para desmame do
abuso de analgésicos e prolaxia com amitriptilina 25mg/
dia. Dada estabilidade clínica, procedemos à alta para
controle ambulatorial. Após 30 dias, durante seguimento
ambulatorial, paciente referiu aderência apenas ao uso
de carbegolina em domicílio. Notadamente, a despeito
da não adesão tratamento sintomático da dor, a paciente
relatava resolução do quadro de cefaleia e dos sinais de
galactorréia.
Discussão: A incidência de cefaleia associada adenomas
hiposários pode variar de 33 a 72% dos pacientes.
Diferente do que se poderia imaginar, a dor pode
originar-se não somente de fatores estruturais, mas
também por inuência neuroendócrina. De fato, a
cefaleia nos adenomas de hipóse, muito pode se
assemelhar às cefaleias primárias, como a migrânea,
cefaleia tensional ou até mesmo cefaleias trigêmino-
autonômicas. No referido relato, a paciente portadora
de macroprolactinoma iniciou com quadro de cefaleia
com características migranosas concomitantemente
ao surgimento de sinais clínicos de hiperprolactinemia.
De modo interessante, a despeito da não aderência ao
tratamento sintomático da dor, apresentou resolução da
cefaleia após tratamento com carbegolina.
Conclusão: O referido relato ilustra um caso de
cefaleia migrânea-símile relacionado à macroadenoma
hiperfuncionante. O referido caso exemplica a
importância de se considerar tanto fatores os estruturais
como os fatores bioquímicos/neuroendócrinos dos
adenomas hiposários no diagnóstico e manejo dos
pacientes com cefaleia associada.
Palavras-chave: cefaleia, macroprolactinoma, migrânea
Referências:
1
Gondim JA et al. Headache associated with pituitary tumors.
The journal of headache and pain 10,15-20 (2009).
2
Massiou H, Launay JM, Levy C, et al. SUNCT syndrome in two
patients with prolactinomas and bromocriptine-induced attacks.
Neurology 2002; 58:1698.
3
Levy MJ. The association of pituitary tumors and headache. Curr
Neurol Neurosci Rep 2011; 11:164.
4
Benitez-Rosario MA, McDarby G, Doyle R, Fabby C. Chronic
cluster-like headache secondary to prolactinoma: uncommon
cephalalgia in association with brain tumors. J Pain Symptom
Manage 2009; 37:271.
5
Levy MJ, Jäger HR, Powell M, et al. Pituitary volume and
headache: size is not everything. Arch Neurol 2004; 61:721.
6
Rizzoli P, Iuliano S, Weizenbaum E, Laws E. Headache in
Patients With Pituitary Lesions: A Longitudinal Cohort Study.
Neurosurgery 2016; 78:316.
A ALTERAÇÃO DO CONTROLE POSTURAL
DE MIGRANOSOS NÃO É INFLUENCIADA
PELA PRESENÇA DE SINTOMAS
VESTIBULARES
ZORZIN Letícia
1
, CARVALHO Gabriela Ferreira
2
, TEGGI
Roberto
3
, PINHEIRO Carina Ferreira
2
, KREITEWOLF Jens
4
,
DACH Fabíola
5
, BEVILAQUA-GROSSI Débora
6
10(3).indb 102 21/10/2019 18:53:47
S103
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
103
1
Graduanda de sioterapia e bolsista de iniciação cientíca na
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
2
PT, Ph.D, membro do pós doutorado na Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto
3
MD, professor associado do departamento de ouvido, nariz e
garganta da Universidade Vita-Salute San Raffaele, Milão, Itália
4
Instituto de Psicologia, Universidade de Luebeck, Alemanha
5
MD, Ph.D, professora associada do departamento de
neurociências e ciências do comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto
6
PT, Ph.D, departamento de ciências da saúde da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto
Contato com autor: ZORZIN Letícia
E-mail: leticia.zorzin@usp.br
Endereço: Avenida do Café, 2077, apartamento 48 Ribeirão
Preto – SP – CEP 14050-230
Introdução: Migranosos apresentam alterações de
equilíbrio, cuja etiologia é desconhecida. Essas alterações
podem estar relacionadas à própria siopatologia
da migrânea ou também podem ser desencadeadas
pela frequente presença de sintomas vestibulares em
migranosos. Essa segunda hipótese é um importante
ponto a favor da separação diagnóstica da migrânea
vestibular, que se encontra no apêndice da ICHD-III, por
demonstrar diferenças clinicas relevantes entre pacientes
com e sem os sintomas vestibulares. Objetivo: Avaliar
a inuência dos sintomas vestibulares no equilíbrio de
migranosos considerando a presença de aura e cronicidade
da doença. Métodos: Foram avaliadas 207 mulheres entre
18 e 55 anos. Destas, 54 (idade média: 34,03, DP: 9,84)
foram triadas da população em geral e não apresentavam
diagnóstico de nenhum tipo de cefaleia (GC). As 153
mulheres remanescentes foram triadas do Ambulatório
de Cefaleia e Algias Craniofaciais do Hospital das Clínicas
da FMRP/USP e diagnosticadas com migrânea por
neurologistas especialistas em cefaleia. As migranosas
foram divididas entre migrânea com aura (n=49; idade
média: 35,73, DP: 9,3), sem aura (n=53; idade média: 32,22,
DP: 9,63) e crônica (n=51; idade média: 35,72, DP: 9,48). O
estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa local
(protocolo número 16693/2012). As voluntárias realizaram
o Teste de Organização Sensorial Modicado com uma
plataforma de força (OR6-7-1000, AMTI©, Watertown MA,
USA). As condições do teste eram superfície estável com
olhos abertos e fechados; e superfície instável com olhos
abertos e fechados. Cada condição do teste foi repetida
três vezes e os dados foram analisados por meio de um
modelo de regressão linear com efeitos mistos no software
R (R Core Team, 2018). Resultados: O diagnóstico de
migrânea de acordo com a presença de aura e migrânea
crônica foi um signicante preditor da oscilação postural
(p=0,026), especialmente em conjunto com a superfície
instável (p=0,006). Por outro lado, a presença de tontura
não inuenciou no controle postural desses pacientes
(p=0,114). Com o objetivo de complementar a análise do p
valor, foram calculados o fator de Bayers, que demonstrou
uma evidência forte a favor do diagnóstico de migrânea
predizer as alterações de equilíbrio (BF=42,44), e ausência
de evidência em favor da tontura (BF=0,08). Em situações
mais desaadoras, como a superfície instável, o grupo
controle se difere das pacientes com migrânea crônica
e aura (p=0,02 e p=0,001, respectivamente). Além disso,
foram vericadas diferenças entre os grupos sem aura e
com aura na superfície instável (p=0,037). A diferença no
equilíbrio entre pacientes com aura e migrânea crônica
comparados aos controles apresentou tamanho de
efeitos (d de Cohen) altos, indicando relevância clínica
dos resultados, especialmente em superfícies instáveis.
Conclusões: O diagnóstico de migrânea, e não a presença
da tontura, é capaz de predizer o desequilíbrio em
pacientes com migrânea. Dessa forma, a avaliação do
equilíbrio deve ser considerada mesmo em pacientes sem
queixa de sintomas vestibulares; e futuros estudos devem
ser conduzidos para determinar se migrânea vestibular
deve ser realmente considerada uma entidade distinta.
Palavras-chave: Controle postural, Migrânea Vestibular,
Sintomas Vestibulares, Aura, Migrânea.
ASSOCIAÇÃO ENTRE CEFALEIA E
SINTOMAS MUSCULOESQUELÉTICOS
EM INDIVÍDUOS DO INTERIOR DO
MARANHÃO.
SILVA, Lídia Maria Lopes da
1
; ARAÚJO NETO, Manoel Gomes
de
2
; SANTOS, Elinaura Pereira dos
3
; SANTANA, Pedro Rodrigo
Serra
4
; RAMOS, Leonardo Fontoura Pinheiro
5
; BARROS,
Marthinalia Rabelo
6
; GONÇALVES, Maria Cláudia
7
1
Fisioterapeuta, Mestranda em Meio Ambiente pela Universidade
Ceuma - MA
2
Fisioterapeuta, Mestrando em Meio Ambiente pela Universidade
Ceuma - MA
3
Fisioterapeuta, Mestranda em Meio Ambiente pela Universidade
Ceuma - MA
4
Acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade Ceuma
- MA
5
Acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade Ceuma -
MA
6
Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Ceuma -
MA
7
Fisioterapeuta, Doutora, Docente do curso de Fisioterapia e do
Mestrado em Meio Ambiente da Universidade Ceuma - MA.
Contato com autor: Silva, Lídia Maria Lopes da
E-mail: lidia.lmls@hotmail.com
Rua Tarquínio Lopes, Condomínio Júlia, Bairro Angelim, São Luís,
Maranhão.
Introdução: A cefaleia é de grande interesse clínico e
muito prevalente ao longo da vida tanto em homens
(94%) como em mulheres (99%). Assim como a cefaleia,
os sintomas musculoesqueléticos crônicos e agudos
afetam uma alta taxa da população e em alguns casos
podem ser associadas com a frequência de cefaleia.
Objetivo: Vericar a possível associação entre cefaleia e
sintomas musculoesqueléticos. Métodos: Trata-se de um
estudo transversal de abordagem quantitativa realizado
na cidade de Arari, localizada no interior do estado do
Maranhão com 0,623 de IDH no período de março a
abril de 2019 com realização de 3 visitas para coleta de
dados; amostragem não probabilística com indivíduos
alocados em dois grupos: GD (grupo dor/cefaleia) n=48;
e GC (grupo controle) n=13. Foram incluídos indivíduos
de ambos os sexos com idade igual ou superior a 18
10(3).indb 103 21/10/2019 18:53:48
S104
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
104
anos, residentes na cidade de Arari com disponibilidade
a participar da pesquisa e que assinaram o TCLE. Foi
utilizado um questionário elaborado pelos autores para
avaliar os dados sociodemográcos; para avaliação
da presença de cefaleia foi aplicado um questionário
desenvolvido pelo Hospital das clínicas de Ribeirão
Preto, elaborado segundo a Classicação internacional
de Cefaleias e os sintomas musculoesqueléticos foram
avaliados através do Questionário Nórdico de Sintomas
Osteomusculares, versão validada para o Brasil, onde
foi vericado a frequência destes sintomas nos últimos
12 meses e nos últimos 7 dias. O teste Kolmogorov-
Smirnov foi utilizado para vericar a normalidade dos
dados e o teste não-paramétrico de independência do
Qui-quadrado foi utilizado para vericar a associação das
frequências dos sintomas musculoesqueléticos entre os
dois grupos, o OR e intervalo de conança de 95% foram
calculados e valor de p<0,05 adotado. Este trabalho tem
aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade
Ceuma sob n° 2.477.570. Resultados: A média de idade
do GD foi de 42,7±14,1, 77,08% eram do sexo feminino, a
maioria (54,17%) eram lavradores. Sobre o GC, 69,23%
eram do sexo feminino com idade média de 48±11,46,
a maioria também eram lavradores (61,54%). Sobre a
associação entre o GD e os sintomas musculoesqueléticos
nos últimos 12 meses observou-se dados signicativos
na região do pescoço com p=0,04, OR=2,75 e IC=1,20-
6,28; na região da coluna torácica p<0,001, OR= 2,00,
IC=0,92-4,37; na região de cotovelo p=0,019, OR=4,40
e na região de tornozelo/pé p=0,038. Já na associação
do GD com sintomas musculoesqueléticos relatados nos
últimos 7 dias observou-se resultados signicativos para
a região do pescoço com p=0,003, OR=3,57 e IC=1,59-
8,02; na região do ombro p<0,001, OR=13,05 e IC=5,18-
32,88; coluna torácica p=0,031, OR=2,54 e IC=1,16-5,57;
região de punho/mão p=0,005, OR=0,82 e IC= 0,35-1,96;
na região de joelho p=0,036, OR=1,34 e IC=0,46-3,92 e
na região de tornozelo/pé p=0,025, OR=3,41 e IC=0,87-
13,39. Conclusão: Pode-se concluir que a cefaleia esteve
associada à presença de dores musculoesqueléticas
tanto crônicas como agudas em diversas partes do
corpo. Além das regiões comumente associadas como
pescoço e ombro também foi observada associação em
regiões distantes como joelho e tornozelo, apontando
para a importância da avaliação da presença de dor
musculoesquelética corporal nos pacientes com cefaleia.
Palavras-chave: Cefaleia. Dor Musculoesquelética. Dor
Aguda. Dor Crônica.
GALCANEZUMAB SHOWS EFFICACY
AS EARLY AS DAY 1 AFTER INITIAL
TREATMENT V. PLACEBO FOR THE
PREVENTION OF EPISODIC AND CHRONIC
MIGRAINE
ANDREOU p anna (PhD, Dr., Director, Senior Lecturer)
1
,
2
,
WRIGHT peter (BS: Health Science - Education, Dr., Senior
Research Scientist-Clinical Galca-Migraine)
3
, DETKE c Holland
(Bachelors: Psychology, Dr., Research Advisor-Clinical)
3
,
RUFF dustin (Bachelors: Mathematics, Dr., Research Advisor)
3
,
REUTER uwe (MBBS, Professor, Dr., Managing Director)
4
,
MENEZES luciana mendes bahia (Non-author Presenter, MBBS,
Dr., Medical Advisor, luciana.bahia@lilly.com)
5
1
Headache Centre, Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust,
London, UK
2
Headache Research, Wolfson CARD, King’s College, London,
UK; 3Eli Lilly and Company, Indianapolis, IN, USA; 4Charité
Universitätsmedizin Berlin, Germany; 5Eli Lilly and Company, Sao
Paulo, Brazil
Introduction/Objective: To evaluate onset of efcacy of
galcanezumab (GMB) in patients with episodic or chronic
migraine. Methods: Migraine headache occurrence during
the rst 7 days including and following initial study
treatment was analyzed for patients from 3 double-
blind, Phase 3 studies. EVOLVE-1 (N=858) and EVOLVE-2
(N=915) were 6-month studies in patients with episodic
migraine; REGAIN (N=1,113) was a 3-month study in
patients with chronic migraine. Patients were randomized
2:1:1 to monthly injections with placebo (PBO), GMB
120mg with a 240mg loading dose, or GMB 240mg.
Onset of efcacy was dened as the earliest time point at
which GMB became superior to PBO and maintained that
superiority for the primary outcome (change in migraine
headache days [MHD]). Monthly and weekly analyses
were based on mean change from baseline in MHD; daily
analyses were based on the percent of patients with
migraine headache on day of injection through 6 days
post-injection. Percentages were modeled to control for
baseline differences. Results: As GMB was superior to
PBO in reducing MHD starting at the rst month and even
as early as the rst week of treatment, daily analyses were
also conducted. In the baseline periods, a daily average
of 30% of patients in the EVOLVE-1 and EVOLVE-2 trials,
and 65% of patients with chronic migraine in REGAIN trial
experienced migraine headache. At Day 1 post-injection,
signicantly fewer GMB-treated patients experienced
MHD versus PBO-treated patients (EVOLVE-1: 14% in GMB
vs 22% in PBO, p=.002; EVOLVE-2: 18% in GMB vs 24% in
PBO, p=.038; REGAIN: 49% in GMB vs 58% in PBO, p=.004).
GMB-treated patients continued to have signicantly lower
MHD rates for each remaining day during the rst week
of treatment compared with placebo-treated patients in
all 3 studies (all p values<0.05). Conclusion: GMB showed
statistically superior efcacy to placebo starting at Day 1
after injection and the effect was sustained throughout
the trials in both episodic and chronic migraine patients.
The abstract was previously submitted and accepted by
IHS (2019).
Keywords: Chronic migraine. Episodic Migraine. Migraine
Headache.
CASO CLÍNICO: ACHADOS DE
RESSONANCIA SUGETISVOS DE FISTULA
LIQUORICA EM MULHER COM CEFALEIA
DE INSTALAÇÃO SÚBITA, TRATADA COM
SUCESSIVOS BLOOD PATCH.
MELO, Luciano Magalhães
1
, FARAH, Rodrigo Gonzalez
2
,
PASSOS Cesar Augusto Soriano
2
, SOARES Emilia Maria Veloso
1
1
Médicos neurologistas Hospital Sírio-Libanês
2
Médico anestesiologista.
10(3).indb 104 21/10/2019 18:53:48
S105
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
105
Contato com autor: Luciano Magalães Melo
Email: lucianomelo74@bol.com.br.
Endereço do autor: Rua Cayowaa 2046 Ap 102 Bloco 4 São
Paulo SP CEP: 01258-010
Hospital Sírio-Libanês
Introdução: Os autores apresentam discussão de caso
clínico de mulher com cefaleia de forte intensidade.
Objetivo: Descrever caso clínico de mulher com ênfase
em anamnese e alterações radiológicas características de
cefaleia por hipotensão liquórica e tratamento. Método:
relato de caso e apresentação de imagens. Resultados:
Descrição do caso: Mulher de 29 anos após esforço
físico sofreu cefaleia de forte intensidade de instalação
súbita, nucal. Chegou ao serviço de emergência 5 dias
após início de sintomas, referindo piora de dor ao car
de e melhora completa da algia ao car deitada.
Seu exame neurológico era normal, exceto por discreta
rigidez nucal. Ressonância de encéfalo revelou sinais
de hipotensão liquórica, como hipóse engorgitada
realçada por contraste, espessamento meníngeo,
captação de contraste dural em compartimentos supra
e infratentoriais, incluindo cervical. Achados clínicos e
radiológicos foram interpretados como decorrentes de
stula liquórica, porém não foi denido sítio de stula.
Paciente foi submetida por duas vezes a blood-patch
lombar sem sucesso em controle adequado de dor.
Entretanto, após blood-patch no espaço vertebral entre
e vertebras torácicas sintomas foram denidamente
controlados. Volume de sangue utilizado foi 15 ml. Após
este procedimento paciente cou por 15 minutos em
posição de Trendelenburg. Conclusão: Este caso enfatiza
a importância de achados de anamnese, radiológicos
para o diagnóstico de cefaleia por hipotensão ligúrica.
Também destaca a importância de insistir em blood-
patch mesmo não sendo possível denir local de stula
liquórica
Palavras-chave: cefaleia, hipotensão liquórica,
bloodpatch.
CEFALEIA POR CONTATO NASAL EM
MULHER JOVEM, DESENCADEADA APÓS
INFECÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES?
MELO, Luciano Magalhães
1
, FARAH, Rodrigo Gonzalez
2
,
PASSOS Cesar Augusto Soriano
2
, SOARES Emilia Maria Veloso
1
1
Médicos neurologistas Hospital Sírio-Libanês
2
Médico anestesiologista.
Contato com autor: Luciano Magalães Melo
Email: lucianomelo74@bol.com.br.
Endereço do autor: Rua Cayowaa 2046 Ap 102 Bloco 4 São
Paulo SP CEP: 01258-010
Introdução: Os autores apresentam discussão de caso
clínico de mulher com ênfase em dados clínico, achados
radiológicos, e tratamento curativo e bem-sucedido.
Objetivo: Descrever caso clínico e desfecho de cefaleia
por contato nasal. Método: Relato de caso e apresentação
de imagens. Resultados: Descrição do caso: Mulher de
29 anos chega ao hospital por dor continua retro orbital
e retro nasal a esquerda, intensidade da dor utuava,
mas em pior momento alcançava score 8. Sintomas
se iniciaram há três meses, logo após ter sofrido
quadro clínico compatível com infecção de vias aéreas
superiores. Já havia passado por duas internações em
outros hospitais diferentes. Em um destas internações,
recebeu tratamento contra suposta sinusite, mesmo sem
evidências radiológicas de infecção em seios paranasais.
A paciente recebeu alta de ambas instituições sem que
dor estivesse em controle adequado. Após última alta
hospitalar, recebeu prescrição de metadona 10 mg e
anti-inamatórios, e foi encaminhada para seguimento
ambulatorial. Mesmo com estas medicações a cefaleia
continuava incapacitante. A paciente trazia extensa lista
de resultados de exames que investigavam a dor, porém
o único achado relevante era esporão septal a esquerda.
Feita a suspeita de cefaleia por contato nasal e por isso
foi realizado bloqueio nasal com lidocaína como teste
terapêutico. O procedimento aliviou a dor imediatamente,
embora temporariamente. Paciente foi encaminhada
para otorrinolaringologista para tratamento denitivo.
Durante nasobroscopia pré-operatória, paciente
sofreu piora de dor quando endoscópio tocou local de
contato nasal. Paciente foi submetida a turbinectomia e
septoplastia. Dois anos após o procedimento paciente
continua sem dor e sem uso de qualquer analgésico.
Cefaleia por contato nasal é associada às alterações
anatômicas facilmente reconhecidas em tomograas ou
ressonância, embora frequentemente não são descritas
por radiologistas. Contato nasal e esporão nasal são
comumente encontrados em pessoas assintomáticas.
Postulamos que a infecção nasal provocou inamação
que posteriormente alterou sensibilidade nociceptiva.
A irritação mecânica causada pela pressão de esporão
em mucosa manteve a dor até o tratamento cirúrgico.
Conclusão: Este caso enfatiza a importância de avaliação
física e radiológica para rmar diagnóstico e propor
tratamento adequado para cefaleia refratária. Esta
paciente estava sob risco de dependência de opioides,
evitada por diagnóstico correto.
Palavras-chave: cefaleia, cefaleia por contato nasal,
esporão nasal
CEFALEIA SECUNDÁRIA A HEMATOMA
SUBDURAL ESPONTÂNEO EM HOMEM
JOVEM, SEGUIDO DE ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO
MELO, Luciano Magalhães
1
, FARAH, Rodrigo Gonzalez
2
,
PASSOS Cesar Augusto Soriano
2
, SOARES Emilia Maria Veloso
1
1
Médicos neurologistas Hospital Sírio-Libanês
2
Médico anestesiologista.
Contato com autor: Luciano Magalães Melo
Email: lucianomelo74@bol.com.br.
Endereço do autor: Rua Cayowaa 2046 Ap 102 Bloco 4 São
Paulo SP CEP: 01258-010
Introdução: Os autores apresentam discussão de
caso clínico de homem adulto que sofreu cefaleia
10(3).indb 105 21/10/2019 18:53:48
S106
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
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causada por hematoma subdural, sucedido meses
após por um AVCI. Objetivo: Descrever caso clínico
e breve revisão bibliográca. Método: relato de caso,
apresentação de imagens, pesquisa em PubMed.
Resultados: Homem de 37 anos, hipertenso com
controle adequado de pressão arterial, há quatro dias
da apresentação sofreu cefaleia súbita de fortíssima
intensidade. Sintomas surgiram após agachamento.
Cefaleia perdurou por cerca de 40 minutos, aliviada
espontaneamente. Dor recorreu levemente após
esforços moderados, mas duravam poucos minutos.
No dia da apresentação, novo episódio de dor muito
intensa, logo após evacuação. Não foi encontrada
nenhuma anormalidade em sinais vitais e em exame
neurológico detalhado. Ressonância de encéfalo (RM)
mostrou hematoma subdural laminar (HSD) temporal
à esquerda. A angiograa cerebral foi normal. O
paciente cou assintomático após analgesia, e recebeu
alta após exames de imagem controle terem mostrado
completa absorção de hematoma. Três meses após
a alta, o paciente retorna ao hospital por parestesia
em membro superior esquerdo e vertigem, sintomas
iniciados subitamente. Exame neurológico da ocasião
revelou décit sensitivo em mão esquerda e nistagmo
puramente horizontal, não suprimido por xação de
olhar. Nova ressonância de encéfalo revelou pequeno
acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) lacunar
em tegmento da ponte para-mediano a direita. Extensa
investigação laboratorial, com enfoque em angiograa,
avaliação cardiológica, reumatológica e hematológica;
não determinou causa do AVCI. Paciente recebeu alta
em uso de AAS. Em 6 anos de seguimento, paciente
não mais sofreu nenhuma intercorrência clínica,
ressonâncias de encéfalo seriadas neste período não
demonstraram outro sinal de doença cérebro vascular.
Pesquisa em PubMed com o cruzamento dos termos
“spontaneous subdural haematoma” and “young” em
títulos e resumos resultou em 29 testos publicados. As
publicações se referem a relatos de casos e a pequenas
séries de pacientes Discussão: As principais causas
apontadas como causadoras para HSD espontâneo
foram: hipertensão arterial, malformações vasculares,
distúrbio da coagulação, tumores sólidos durais,
infecções, alcoolismo, neoplasias hematológicas, stula
liquórica e hipotensão liquórica, rotura de aneurisma,
sangramento arterial, síndrome da vasoconstrição
cerebral reversível, atividade física intensa. Nenhuma
causa para a formação de hematoma foi encontrada
em nosso paciente, com exceção de hipertensão
arterial, mas estava controlada. Em ausência de trauma,
é possível que HSD surja decorrente de aumento
súbito de pressão venosa que ocorre após expiração
de ar contra glote fechada (manobra de Valsalva).
Possivelmente, nosso paciente realizou a manobra de
valsava durante agachamento e durante evacuação.
Conclusão Consideramos que ingurgitamento de
vênulas após manobra de Valsalva foi a possível causa
do hematoma subdural. Não encontramos relação
entre AVCI e hematoma subdural.
Palavras-chave: cefaleia, hematoma subdural
espontâneo, acidente vascular cerebral isquêmico.
QUAL A MELHOR DOSE DE TOXINA
BOTULINICA TIPO A PARA O CONTROLE
DA DOR OROFACIAL EM PACIENTES COM
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
MUSCULAR: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
DALL’ANTONIA, Magali: C
1
; BIASOTTO-GONZALEZ Daniela
Aparecida
2
1
Dentista, Mestranda em Ciências da Reabilitação (UNINOVE),
Especialista em DTM/DOF(UNIFESP). Rua Nosssa Senhora de
Fátima,66 – apto 72. CEP: 09540-100 - São Caetano do Sul – SP.
E-mail:magadall@gmail.com
2
Fisioterapeuta, Professora do Programa em Ciencias da
Reabilitação (UNINOVE); Mestre e Doutora em Biologia
Patologia Buco Dental (UNICAMP). Núcleo de Apoio à Pesquisa
em Análise do Movimento (NAPAM) -
Contato com autor: Dall’Antonia, Magali
E-mail: dani_atm@uni9.pro.br
Rua Prof. Maria José Barone Fernandes, 300, primeiro andar
prédio “N”, Campus Vila Maria (Universidade Nove de Julho)
CEP: 02117-020 – São Paulo-SP.
A Disfunção Temporomandibular (DTM) acomete uma
parcela considerável da população e compreende
um grupo de condições de dor crônica que afeta a
articulação temporomandibular (ATM), os músculos
da mastigação e estruturas associadas, sendo que
o sintoma mais comumente relatado é a dor nos
músculos da mastigação. De patogênese complexa e
etiologia multifatorial, apresenta sintomas utuantes
e autolimitados, que demandam do uso de terapias
sintomáticas para reduzir os impactos biopsicossociais.
O uso de injeções de toxina botulínica tipo A (BTX A) nos
músculos da mastigação difundiu-se na odontologia para
o controle das dores orofaciais, mas não há consenso nas
doses, bem como nos locais de aplicação, na frequência
de uso e efetividade no controle da dor após aplicações.
Diante dessas observações, a pergunta dessa revisão
é se há uma dose ideal, bem como o melhor local de
aplicação para o controle da dor miofascial. A pesquisa
foi realizada por meio de revisão sistemática de acordo
com as diretrizes de Itens Preferenciais de Relatórios
de Revisões Sistemáticas e Meta-Análises (PRISMA),
tendo por fontes ensaios clínicos randomizados que
compararam a dor após aplicações de BTX A, locais das
aplicações e doses utilizadas que foram comparadas
com intervenções ativas diversas inclusive solução
salina placebo, produzidos até 2019, escritos em inglês,
português ou espanhol e coletados nas bases de dados
MEDLINE, BVS ,PEDro, SciELO, LILACS E CENTRAL ,
avaliados segundo as escalas JADAD E PEDro. Os termos
“disfunção temporomandibular” e “Toxina Botulínica
Tipo Aforam vericados por meio do MeSH (Medical
Subject Headings of the National Library of Medicine),
e seus respectivos Entry Terms foram adicionados
aos campos de busca para tornar a pesquisa mais
sensível e ecaz. Dessa forma, os termos utilizados
na busca foram: Temporomandibular Joint Disorders.
10(3).indb 106 21/10/2019 18:53:48
S107
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
107
Temporomandibular Joint Dysfunction. Botulinum Toxin
Type A. Facial Pain/Drug Therapy. Masseter Muscle. A
seleção dos estudos foi realizada por meio da triagem
dos títulos e pela leitura dos resumos. Foram obtidos
textos completos de artigos potencialmente relevantes,
e realizada a análise de acordo com os critérios de
elegibilidade. Os resultados desta revisão sistemática
indicam que com relação ao desfecho dor pacientes
tratados com BTX A, apresentam redução progressiva
nos valores de EVA. Quanto ao desfecho dose, 50 U
parece ser a mais efetiva para o músculo masseter e 25U
para o músculo temporal. Para o desfecho amplitude
de movimento, não uma denição, pois, a BTX A
promoveu diminuição como também aumento da
amplitude mandibular e o melhor local de aplicação
segundo esta revisão, foi a região mais ativa durante a
contração muscular.
Palavras-chave: Disfunção Temporomandibular, Toxina
Botulínica A, Ensaio Clinico Controlado, Dor Facial,
Músculos.
ASSOCIAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO E
CEFALEIA NO INTERIOR DO NORDESTE
DE ARAUJO NETO, Manoel Gomes
1
; DA SILVA, Lídia Maria
Lopes
1
; PEREIRA, Elinaura dos Santos
1
; DOS SANTOS, Artur
Eduardo Kalatakis
2
; RIBEIRO, Nathalia Viegas
2
; CAMPOS,
Soraya Cristina Mota
2
; GONÇALVES, Maria Claudia
3
1
Fisioterapeuta, Universidade Ceuma-MA, Mestrando do
Programa de pós-Graduação stricto senso em Meio Ambiente
2
Acadêmico do curso de sioterapia, Universidade Ceuma-MA
3
Fisioterapeuta, Doutora, Universidade Ceuma-MA, Docente do
Programa de pós-Graduação stricto senso em Meio Ambiente e
do curso de Fisioterapia.
Contato com autor: de Araujo Neto, Manoel Gomes
E-mail: netto_guerrerodecristo@hotmail.com
Avenida Maria Alice, nº19, Divinéia, são Luis-Ma. Cep: 65068-097
Introdução: A literatura aponta uma a possível associação
e inuências recíprocas entre hipertensão arterial e
diversos tipos de cefaleia. Objetivo: Avaliar a presença
de cefaleia e os níveis de pressão arterial (NPA) em
indivíduos da baixada maranhense. Materiais e Método:
Foram incluídos participantes de ambos os gêneros,
com idade de 18 a 70 anos, de dois povoados, Aranha
e Bonm, de baixo Índice de Desenvolvimento Humano,
situados próximo ao rio Mearim no município de Arari-Ma,
e excluídos aqueles que não concordassem em realizar
as avaliações. Os dados sociodemográcos foram
avaliados por meio de um questionário elaborado pelo
próprio autor, a presença de cefaleia com o questionário
desenvolvido no Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto,
elaborado segundo a Classicação Internacional de
Cefaleias e os NPA com esgmomanômetro digital, 3
vezes com um intervalo de 10 minutos, com o indivíduo
sentado com o braço repousando sobre uma superfície
plana, os índices pressóricos foram baseados nas normas
da American Heart Assossiations. O teste Kolmogorov-
Smirnov foi utilizado para testar a normalidade dos
dados. Foi realizada análise descritivas das variáveis
por meio de média e desvio padrão, a idade, peso e
altura entre os grupos foi comparada usando a análise
de variância (ANOVA). As proporções entre os grupos
foram comparadas usando o teste Qui-quadrado (χ2) de
correção de Yates. O nível de signicância estatística de p
0,05 foi adotado. Este trabalho foi aprovado pelo comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade Ceuma processo
nº 2.477.570. Resultados: Foram avaliados 54 indivíduos,
n=41 no grupo com cefaleia (GC) com n=31 (75,61%) do
gênero feminino, n= 10 (32,26%) apresentaram o possível
diagnóstico de Migrânea, n=8 (25,80%) de cefaleia do
tipo tensional e n=13 (41,94%) de outras cefaleias. O
grupo sem cefaleia (GSC) foi composto por n=13 com
n=9 (69,23%) do gênero feminino, não foi observada
diferença signicante entre os grupos para as médias
de peso e altura p>0,05, porém foi observada diferença
signicante para as médias de idade P=0,052. Quanto
aos NPA ambos os grupos apresentaram indivíduos com
NPA elevados sendo n=35 (85,37%) no GC e n=8 (61,53%)
no GSC com diferença signicante de P=0,021. Também
foi observada diferença signicante com relação aos
níveis pressóricos normais, sendo n=6 (14,63%) no GC e
n=5 (38,47%) no GSC P=0,014. Conclusão: Os indivíduos
da baixada maranhense apresentam signicativa
frequência de cefaleia e nível de pressão arterial elevado
chamando a atenção para a importância da prevenção
e controle dos fatores ambientais por meio de políticas
públicas nesta população.
Palavras-chave: Cefaleia. Hipertensão. Prevenção
A FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR
CERVICAL É DIFERENTE NOS INDIVÍDUOS
COM CERVICALGIA E MIGRÂNEA COM E
SEM CERVICALGIA?
BRAGATTO, Marcela Mendes
1
; BENATTO, Mariana Tedeschi
1
;
FLORENCIO, Lidiane Lima
2
; DACH, Fabiola
3
; BEVILAQUA-
GROSSI, Débora
4
1
Fisioterapeuta, Aluna de doutorado do Programa de Pós-
Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São
Paulo
2
Fisioterapeuta, Doutora, Professora Visitante do Departamento
de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Reabilitação e Medicina
Física da Universidade Rei Juan Carlos, Espanha
3
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
4
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
Contato com autor: Bragatto, Marcela Mendes
E-mail: marcelabragatto@hotmail.com
Rua Urias Pereira Ribeiro, 1961 – AP 02 São José, Franca/SP
Introdução: A migrânea é uma doença neurológica,
crônica, altamente prevalente, caracterizada por
10(3).indb 107 21/10/2019 18:53:48
S108
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
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episódios intermitentes de dor aguda frequentemente
associada com dor cervical crônica. A dor cervical pode
levar à alterações no recrutamento muscular, além de
aumento na taxa de coativação agonista-antagonista.
Estudos recentes demonstram que os pacientes com
migrânea tendem a apresentar aumento na atividade
dos músculos extensores superciais cervicais além de
diminuição da força extensora cervical. No entanto, não é
possível atribuir necessariamente à migrânea este quadro
de dor cervical crônica. Objetivo: Investigar como a força
e resistência da musculatura cervical se apresenta em
indivíduos controles, com cervicalgia e migranosas com e
sem cervicalgia. Métodos: Foram avaliadas 100 mulheres
com idade entre 18 e 55 anos, divididas em 4 grupos:
controle, cervicalgia (C), migrânea (M) e migrânea
com cervicalgia (MC). As pacientes migranosas foram
diagnosticadas por um neurologista experiente de acordo
com a Classicação Internacional de Cefaleias. No
grupo cervicalgia, as pacientes deveriam ter pelo menos
3 meses de dor com intensidade acima de 3 na escala
numérica de dor (END). A avaliação da força cervical
foi mensurada a partir de 3 contrações isométricas
voluntárias máximas utilizando um dinamômetro manual
nos movimentos de exão e extensão do pescoço.
Além disso foram realizados os testes de resistência
dos músculos exores e extensores cervicais. Os dados
foram analisados com o software SPSS, com o nível de
signicância de 0.05, utilizando ANOVA para comparação
das médias nos testes de força e resistência, aplicando
post-hoc de Bonferroni para estraticação dos dados. O
trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética (HCFMRP –
SP, processo 1100/2017). Resultados: A análise do pico
de força e tempo para atingir o pico não foi diferente
para exão e em extensão entre os grupos. Para o teste
de resistência em exão foi observada diferença apenas
entre o grupo controle e o grupo migrânea com dor
cervical (controle = 57seg – DP=29; C= 40seg – DP= 24;
M= 45seg – DP= 40; MC= 34seg – DP= 20) e na extensão
o grupo controle apresentou melhor desempenhos que
os os grupos cervicalgia e migrânea com cervicalgia
(controle = 270seg – DP=101; C= 166seg – DP= 119; M=
215seg – DP= 133; MC= 142seg – DP= 98) Conclusão:
A presença do relato de dor cervical em mulheres com
migrânea piora a resistência muscular tanto de músculos
exores e extensores cervicais.
Palavras-chave: Migrânea. Dor cervical. Força muscular.
Resistência muscular.
A PRESENÇA DE DOR CERVICAL ESTÁ
ASSOCIADA AO QUADRO CLÍNICO MAIS
GRAVE EM PACIENTES COM ENXAQUECA?
UM ESTUDO TRANSVERSAL
BRAGATTO, Marcela Mendes
1
; BENATTO, Mariana Tedeschi
1
;
FLORENCIO, Lidiane Lima
2
; DACH, Fabiola
3
; BEVILAQUA-
GROSSI, Débora
4
1
Fisioterapeuta, Aluna de doutorado do Programa de Pós-
Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São
Paulo
2
Fisioterapeuta, Doutora, Professora Visitante do Departamento
de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Reabilitação e Medicina
Física da Universidade Rei Juan Carlos, Espanha
3
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
4
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
Contato com autor: Bragatto, Marcela Mendes
E-mail: marcelabragatto@hotmail.com
Rua Urias Pereira Ribeiro, 1961 – AP 02 São José, Franca/SP
Introdução: A migrânea é uma cefaleia primária, crônica
e incapacitante em que os pacientes apresentam
frequentemente alodinia cutânea e relato de dor
cervical. Objetivo: Vericar o efeito da associação do
relato de dor cervical em pacientes com migrânea na
incapacidade relacionada à migrânea e na presença
e severidade da alodinia cutânea Métodos: Foram
triados durante a rotina do ambulatório de neurologia
multiprossional de um serviço terciário 142 pacientes de
ambos os sexos, com idade entre 18 e 55 anos, divididos
em dois grupos: Migrânea sem cervicalgia (MSC n=99)
e Migrânea com cervicalgia (MCC n=43). Os pacientes
foram diagnosticados de acordo com a classicação
internacional de cefaleia (III-ICHD). Foram excluídos
pacientes com outros tipos de cefaleias associadas,
doenças sistêmicas e neurológicas, trauma na região da
face e/ou pescoço, gravidez e lactação. Para o paciente
ser alocado no grupo com migrânea com cervicalgia era
necessário ter relato de dor cervical há mais de 3 meses
e intensidade de dor maior que 3 de acordo com uma
Escala Visual Numérica (EVN) na maioria dos dias. Após
a seleção, o paciente respondeu a uma cha de avaliação
com as informações relacionadas sobre as características
da migrânea (tempo da doença, frequência, duração
e intensidade da crise) e foi convidado à responder
os questionários Migraine Disability Assessment
(MIDAS) e 12 item Allodynia Symptom Checklist (ASC-
12) por meio de entrevista. Foi aplicado o teste de
Mann-Whitney para comparação entre os grupos na
caracterização da amostra. Para vericar a associação
da presença e severidade da incapacidade (MIDAS) e da
alodinia cutânea (ASC-12) entre os grupos com e sem
cervicalgia, foi utilizado o teste de Chi-quadrado (X)2.
Além disso, foi calculado o risco de prevalência para
vericar a associação ao risco do grupo com cervicalgia
apresentar incapacidade e alodinia cutânea e o grau
de severidade em relação ao grupo sem cervicalgia. O
estudo foi aprovado pelo comitê de ética local (processo
n° 16692/2012). Resultados: Os grupos não diferiram
quanto à presença e a severidade da incapacidade
relacionada à migrânea avaliada pelo MIDAS. Além disso,
como não obtivemos achados signicativos relacionados
à razão de prevalência (RP: 0,9; IC95% 0,8 a 1,2; p = 0,82),
não houve evidência da associação entre a coexistência
de cervicalgia e incapacidade relacionada à migrânea.
Por outro lado, a presença de alodinia cutânea es
associada à presença de cervicalgia (p = 0,00), com uma
razão PR de 1,5 (IC 95% 1,2–1,9; p <0,001). Os pacientes
migranosos com dor cervical apresentaram maior risco
10(3).indb 108 21/10/2019 18:53:48
S109
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
109
de alodinia leve, moderada e severa, em comparação ao
grupo com migrânea sem dor cervical (RP variando entre
3,4-3,6; p <0,05) Conclusão: O relato de dor cervical não
está associado à incapacidade relacionada à migrânea
porém, está associado à presença e severidade de
alodinia cutânea.
Palavras-chave: Enxaqueca. Dor cervical. Incapacidade.
Alodinia cutânea.
AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA DE
TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR EM
PACIENTES COM MIGRÂNEA CRÔNICA
QUE SE SUBMETERAM A APLICAÇÃO DE
TOXINA BOTULÍNICA
SIEGA, Márcio Rafael de Araújo
1
. OLIVEIRA, Welber Sousa
2
.
1
Graduado em Medicina e Residência em Neurologia pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atua na Clínica
de tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
2
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba, Residência
em Neurologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
atua na Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília –
Modula Dor.
Contato com autor: Márcio Rafael de Araújo Siega
E-mail: marciosiega@yahoo.com.br
Endereço residencial: SQN 303, Bloco K, Apto 612, Asa Norte,
Brasília-DF.
Introdução: A migrânea é doença mais incapacitante do
mundo abaixo dos 50 anos. Os tratamentos disponíveis
com recomendação em consensos são diversas e a
atuação em comorbidades é fundamental. Objetivo:
Avaliar a ecácia da toxina botulínica no tratamento da
migrânea crônica e outros tratamentos que estes sujeitos
tenham feito concomitantemente. Métodos: Foram
analisados todos os pacientes que receberam aplicação
de toxina botulínica para migrânea crônica entre agosto
de 2017 a outubro de 2018 em uma clínica terciária
de cefaleia. Foram realizados contato telefônico com
intervalo superior a 6 meses da última aplicação. Foram
questionados se realizaram determinadas condutas
muito comuns para tal diagnóstico e a percepção da
ecácia de cada método no resultado nal. Resultados:
Foram avaliados 40 pacientes, sendo que 32 (80%)
tentaram remédios contínuos para prolaxia, 23 (58%)
realizaram retirada abrupta de analgésicos e também
zeram sioterapia com a nalidade de melhorar a
enxaqueca, 25 (63%) receberam bloqueio anestésico
e 14 (35%) buscaram tratamentos para ansiedade ou
depressão com a nalidade de melhorar a enxaqueca.
Apenas 4 (10%) relataram zero melhora com o
tratamento multidisciplinar. Do grupo que experimentou
melhora, a nota média atribuída de melhora foi 8,5.
Quanto aos tratamentos individuais, a aplicação da
toxina botulínica recebeu nota de 8,2, seguido da
retirada de analgésicos com 7,4 e bloqueio anestésico
com 7,3. Remédios preventivos e sioterapia especíca
caram com 6,8 e 6,7 respectivamente e tratamentos
para ansiedade e depressão receberam nota de 4,5.
Quando questionados se atribui a melhora a algum fator
especíco ou ao conjunto, este último foi descrito por
17 sujeitos (43%) seguido da toxina botulínica para 15
(38%). Apenas 1 referiram a retirada, bloqueio anestésico
e sioterapia como fator principal de melhora. Nenhum
referiu a melhora da enxaqueca crônica ter sido
determinada por melhora psiquiátrica. Conclusão:
A maioria dos pacientes submetidos a tratamentos
de migrânea crônica de forma multidisciplinar referiu
que o conjunto de tratamentos culminou na melhora,
no entanto uma proporção muito próxima de sujeitos
referiram que a toxina botulínica foi determinante no
processo de melhora.
Palavras-chave: Atenção Terciária à Saúde. Transtornos
da Cefaleia Primários. Terapêutica. Toxinas Botulínicas
Tipo A .
CARACTERIZAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS
DE CEFALEIA, COMORBIDADES, EXAMES
SOLICITADOS E CONDUTAS ADOTADAS
REFERENTES AO PRIMEIRO ATENDIMENTO
EM UMA CLÍNICA TERCIÁRIA.
SIEGA, Márcio Rafael de Araújo
1
. OLIVEIRA, Welber Sousa
2
.
1
Graduado em Medicina e Residência em Neurologia pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atua na Clínica
de tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
2
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba, Residência
em Neurologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
atua na Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília –
Modula Dor.
Contato com autor: Márcio Rafael de Araújo Siega
E-mail: marciosiega@yahoo.com.br
Endereço residencial: SQN 303, Bloco K, Apto 612, Asa Norte,
Brasília-DF.
Introdução: A migrânea é doença mais incapacitante
do mundo abaixo dos 50 anos. Permanece sub-
diagnosticada e sub-tratada ao redor do mundo. Os
pacientes no Brasil experimentam uma longa jornada a
encontrar um especialista em cefaleia e muitos exames
foram realizados inutilmente. Objetivo: Caracterizar
os diagnósticos de cefaleia, comorbidades, exames
solicitados e condutas adotadas referentes ao primeiro
atendimento em uma clínica terciária de cefaleia.
Métodos: Foram analisados todos os pacientes atendidos
pela primeira vez entre agosto de 2017 a fevereiro de
2018. Participaram da pesquisa todos aqueles que
responderam a uma cha de avaliação pré-consulta.
O prontuário forneceu as hipóteses diagnósticas e as
condutas adotadas e a cha forneceu o histórico prévio
da cefaleia. Resultados: Foram avaliados 142 pacientes,
76% do sexo feminino (3,1:1), as médias obtidas foram
de idade 42,5 anos, primeira dor de cabeça aos 21 anos,
sofrendo 20,9 dias de cefaleia no mês há 4,4 anos, sendo
13 dias de dor forte e 16 dias de consumo de analgésicos.
Total de migrânea em 124 dos pacientes (87,9%), sendo
migrânea crônica em 67 (47,5%), migrânea de alta
frequência em 13,5%, migrânea de baixa frequência em
30 (21,3%), migrânea relacionada a menstruação em
20 (18,5% das mulheres) e estado de mal enxaquecoso
10(3).indb 109 21/10/2019 18:53:48
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
110
em 9 (7,3%). Outros 6 diagnósticos de cefaleia primária
tiveram incidência <5%. Das cefaleias secundárias,
observado cefaleia por abuso de analgésicos em 54
(38,3%), cefaleia cervicogênica em 53 (37,6%), desordem
têmporo-mandibular em 46 (32,6%). Cefaleia com sinais
de alarme foi raro (4 casos). Outros 2 diagnósticos de
cefaleia secundária tiveram incidência <5%. Uma média
de 3,2 diagnósticos de cefaleia foram levantadas por
paciente. Comorbidades agravantes observadas foram
distúrbios do humor (ansiedade e/ou depressão) em 65
(46,1%), cervicalgia e dorsalgia crônica isoladas em 28
(19,9%), e lombalgia crônica em 23 (16,3%) e apnéia em
10(7,1%). As 18 demais corresponderam a <5% dos casos.
Nenhum exame foi pedido em 96 (67,6%) e o exame
mais solicitado foi Rx cervical em 22 (15,5%). Outros
15 tipos de exames foram solicitados em incidência
< 5%. As condutas mais propostas foram otimização
do tratamento agudo em 113 (79,6%), medicações
controladas em 93% (65,5%), sioterapia em 81 (57%),
bloqueio de nervos cranianos em 66 (46,5%), acupuntura
em 57 (40,1%), inltração de ponto-gatilho em 52 (36,6%),
toxina botulínica e nutracêuticos ambos em 50 (35,2%),
desmame de analgésicos em 46 (32,4%), indicação de
placa intraoral miorrelaxante em 27 (19%). Mais outras
9 condutas foram propostas em menor número. Uma
média de 5,1 condutas foram oferecidas para cada
paciente. Conclusão: A motivação principal para visita
a uma clínica terciária em cefaleia é a migrânea crônica.
A presença de diagnósticos simultâneos de cefaleias
secundárias e comorbidades agravantes é elevada.
Poucos exames são necessários e a principal demanda
do paciente é otimização do tratamento agudo.
Palavras-chave: Atenção Terciária à Saúde. Transtornos
da Cefaleia Primários. Transtornos da Cefaleia
Secundários. Padrões de Prática Médica. Comorbidade.
CRIAÇÃO DE ALGORITMO BASEADO EM
CONSENSOS DENOMINADO “PILARES DO
TRATAMENTO DA ENXAQUECA” PARA
DIVULGAÇÃO E COMPREENSÃO DA
ABORDAGEM IDEAL
Autores: SIEGA, Márcio Rafael de Araújo
1
. OLIVEIRA, Welber
Sousa
2
. VIANA, Carlos Márcio Cordeiro
3
. FRANCA, Filipe
Starling Loureiro
4
.
1
Graduado em Medicina e Residência em Neurologia pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atua na Clínica
de tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
2
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba, Residência
em Neurologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
atua na Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília –
Modula Dor.
3
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estácio de Sá,
Mestre em Fisioterapia pela Universidade de Brasília, atua na
Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
4
Graduado em Psicologia pela Universidade de Brasília, Mestre
em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília, atua na
Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
Contato com autor: Márcio Rafael de Araújo Siega
E-mail: marciosiega@yahoo.com.br
Endereço residencial: SQN 303, Bloco K, Apto 612, Asa Norte,
Brasília-DF.
Introdução: A enxaqueca é doença mais incapacitante
do mundo abaixo dos 50 anos. Permanece sub-
diagnosticada e sub-tratada ao redor do mundo. O
estudo da cefaleia nas escolas médicas é considerado
insuciente. Objetivo: Criar um uxograma com
informações concisas e didáticas, facilitando a
divulgação e compreensão da abordagem ideal de
tratamento multidisciplinar para pacientes, estudantes e
prossionais de saúde. Uma analogia a escada analgésica
da OMS. Métodos: Foram analisados os principais
consensos de tratamento de crise e de prevenção da
enxaqueca no Brasil e ao redor do mundo nos últimos 5
anos e os tópicos com maior evidência cientíca foram
elencados em uma única imagem, semelhante a escada
analgésica da OMS. Resultados: O uxograma na forma
de pilares foi escolhido para retratar de forma didática
as evidência encontradas. O teto da edicação seria o
que todas as pessoas com diagnóstico de enxaqueca
devem receber tratamento adequado das crises: uso
precoce (<1 h do início da dor), meta 2h livre da dor e
psicoeducação em enxaqueca. Se crises estão causando
limitação com regularidade, necessário prevenir a
ocorrência das crises (prolaxia) através dos 3 pilares
sempre. Os pilares são prevenção farmacológica,
prevenção não – farmacológica e tratar agravadores. Na
prevenção farmacológica, incialmente monoterapia oral
ou injetável, seguindo os seguintes lemas: “inicie leve,
aumente devagar”, “preferência para tratamentos de
alta adesão”, “considere as comorbidades”. Politerapia
indicada para casos em que a monoterapia for benéca
parcialmente: na dose teto ou dose máxima tolerada.
Na prevenção não – farmacológica, indicado atividades
físicas de resistência 3x por semana, biofeedback
térmico, biofeedback muscular, acupuntura, sioterapia
especíca, estimulação elétrica transcutânea trigeminal,
meditação, terapia cognitivo-comportamental. Tratar
agravadores como uso excessivo de analgésicos (>10
dias por mês), consumo excessivo de cafeína (4-5 xícaras
por dia), ansiedade, depressão, distúrbios do sono e
apneia, ciclo menstrual, dor crônica (especialmente
DTM e cervicalgia), alodinia (sinal de hipersensibilização
cerebral), ganho de peso e mudanças na saúde e estilo
de vida. Conclusão: O algoritmo criado denominado
de “Pilares do tratamento da enxaqueca” reúne em
uma única imagem as informações mais relevantes
que pacientes, estudantes e prossionais de saúde
envolvidos no tratamento de enxaqueca precisam saber.
Palavras-chave: Transtornos de Enxaqueca. Planejamento
de Assistência ao Paciente. Tratamento Farmacológico.
Terapias Complementares. Comorbidade.
CRIAÇÃO DE UM APLICATIVO QUE
MONITORE TANTO A CEFALEIA QUANTO
AS SUAS COMORBIDADES
Autores: SIEGA, Márcio Rafael de Araújo
1
. OLIVEIRA, Welber
Sousa
2
.
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111
1
Graduado em Medicina e Residência em Neurologia pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atua na Clínica de
tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
2
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba, Residência
em Neurologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
atua na Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília –
Modula Dor.
Contato com autor: Márcio Rafael de Araújo Siega
E-mail: marciosiega@yahoo.com.br
Endereço residencial: SQN 303, Bloco K, Apto 612, Asa Norte,
Brasília-DF.
Introdução: A cefaleia pode ter relação com diversas
outras patologias. Conseguir identicar e monitorar a
evolução das comorbidades e sua relação temporal
com a enxaqueca pode gerar estratégias de tratamento
adicionais. Objetivo: Criar um aplicativo de que
forneça informações relevantes sobre a cefaleia e as
comorbidades associadas. Métodos: Foram analisados
os principais consensos de tratamento de crise e de
prevenção da enxaqueca no Brasil e ao redor do mundo
nos últimos 5 anos e os tópicos com maior evidência
cientíca foram elencados. Então foram selecionados
as comorbidades mais relevantes e adicionadas ao
diário de cefaleia. Resultados: Foram selecionados
7 tópicos e elaborado perguntas semelhantes para
cada um. O paciente é orientado a acessar o aplicativo
regularmente e responder como passou num período de
investigação ou monitoramento terapêutico. A pergunta
1 avalia presença de cefaleia, intensidade, duração,
incapacidade e a medida tomada. As perguntas de 2 a 7
mantém o formato, mudando apenas o tópico. São eles:
ansiedade, depressão, problemas com sono, cervicalgia,
queixas mandibulares e cabeça sensível. Após um
período programado de respostas, o aplicativo gera um
gráco temporal com as 7 linhas mostrando a evolução
no tempo da intensidade dos sintomas e outro gráco
o nível de incapacidade dos sintomas. Conclusão: O
aplicativo denominado “semanário da enxaqueca”
reúne num único programa a evolução da cefaleia e de
mais outras 6 comorbidades que demonstram relação
estreita, permitindo uma análise temporal mais el do
ponto de vista do paciente.
Palavras-chave: Transtornos de Enxaqueca. Inquéritos e
Questionários. Comorbidade. Telefone Celular.
CRIAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO
DIGITAL PRÉ-CONSULTA BASEADO EM
CONSENSOS PARA INVESTIGAÇÃO DO
PADRÃO DE CEFALÉIA E COMORBIDADES
ASSOCIADAS EM UMA CLINICA TERCIÁRIA
Autores: SIEGA, Márcio Rafael de Araújo
1
. OLIVEIRA, Welber
Sousa
2
.
1
Graduado em Medicina e Residência em Neurologia pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atua na Clínica de
tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor. Endereço
residencial
2
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba, Residência
em Neurologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
atua na Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília –
Modula Dor.
Contato com autor: Márcio Rafael de Araújo Siega
E-mail: marciosiega@yahoo.com.br
Endereço residencial: SQN 303, Bloco K, Apto 612, Asa Norte,
Brasília-DF.
Introdução: A enxaqueca é doença mais incapacitante
do mundo abaixo dos 50 anos. Permanece sub-
diagnosticada e sub-tratada ao redor do mundo.
Os pacientes no Brasil experimentam uma longa
jornada até encontrar um especialista em cefaleia.
Como a enxaqueca tem relação com diversas outras
patologias, um método de investigação holístico se faz
necessário. Objetivo: Criar um questionário de auto-
avaliação pré-atendimento para uma clínica terciária
que forneça informações relevantes sobre a cefaleia e as
comorbidades associadas. Métodos: Foram analisados
os principais consensos de tratamento de crise e de
prevenção da enxaqueca no Brasil e ao redor do mundo
nos últimos 5 anos e os tópicos com maior evidência
cientíca foram elencados. Então escalas de auto relato
que possibilitam uma análise mais precisa desses tópicos
foram reunidos, com preferência para escalas validadas
em português. Quando não foi possível uma escala
validada, questionamentos foram adaptados à luz do
conhecimento atual. Resultados: Foram selecionados
18 tópicos e elaborado questionário para cada um.
O paciente recebe a cha via e-mail, aplicativo de
mensagem instantânea ou direcionamento pela internet
assim que agenda a consulta com neurologista e os
dados cam disponíveis em forma de pdf para o paciente
ao m do preenchimento e também ca acessível ao
médico durante a consulta via sistema próprio. Bloco 1
avalia presença de sinais de alarme. Bloco 2 diagnóstico
de enxaqueca. Bloco 3 outras cefaleias. Bloco 4 dores
pelo corpo. Bloco 5 tratamento agudo. Bloco 6 escala
de incapacidade. Bloco 7 alodinia. Bloco 8 gatilhos de
cefaleia. Bloco 9 cervicalgia. Bloco 10 lombalgia. Bloco
11 desordem têmporo-mandibular. Bloco 12 cefaleia
rinogênica. Bloco 13 enxaqueca hormonal. Bloco
14 distúrbio emocionais e catastrozação. Bloco 15
distúrbios do sono. Bloco 16 investigações prévias. Bloco
17 tratamentos prévios. Bloco 18 histórico de saúde.
Conclusão: O questionário de avaliação pré-consulta
digital reúne dados relevantes que o neurologista em
uma clínica terciária precisa ter para suplementar a
avaliação clínica e programar a melhor abordagem
terapêutica.
Palavras-chave: Transtornos de Enxaqueca. Inquéritos e
Questionários. Comorbidade.
USO DE HIALURONATO DE SÓDIO NO
TRATAMENTO DE ENXAQUECA CRÔNICA:
RELATO DE CASO.
HATAKEYAMA Marcos Kenji
1
; OLIVEIRA Pedro Gonçalves
2
;
HERINGER Luzia Custodio
3
; Silva Wesley Oliveira
4
1
médico formado UNISA em 2000, completou residência em
clínica médica ano 2003 na UNISA e completou residência em
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
112
neurologia ano 2005 na UNISA Trabalha como neurologista no
Instituto Bem Estar no qual é Sócio.
2
Farmacêutico formado em 1990 pela Faculdade de Ciências
Farmacêuticas e Bioquímicas Oswaldo Cruz. Doutor em
Fármaco e Medicamentos / Produção e Controle pela Faculdade
de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo.
3
enfermeira formada em 2006 na UNIBAN, trabalha como
enfermeira chefe no Instituto Bem Estar.
4
médico formado na Universiade de Mogi das Cruzes em 2009
e estagio de neurologia em Santa Casa de São Paulo em 2016 e
felow em neuroinfectologia no Hospital Emilio Ribas os anos de
2016 e 2017.
Contato com autor: Marcos Kenji Hatakeyama
Email drkenji@yahoo.com.br ,
Endereço residencial rua João Ramalho 108 apt 121 perdizes São
Paulo, cep 05008000.
Introdução: O ácido hialurônico (AH) é um polímero
natural e não ramicado, pertencente ao grupo dos
glicosaminoglicanos. Soluções compostas desta
substância são usadas há décadas e consideradas bem
toleradas por várias vias de administração, incluindo
parenterais. Estudos têm revelado mecanismos
multifacetados sobre processos álgicos e inamatórios,
além de seu potencial na regeneração nervosa. A
enxaqueca é uma doença com ataques recorrentes
de cefaleia. Os mecanismos siopatológicos da dor da
enxaqueca permanecem mal esclarecidos, mas é provável
que envolvam ativação do sistema trigeminovascular.
Objetivo: Descrever relato de caso que envolveu o uso
de solução de hialuronato de sódio (HS) 2% por via
subcutânea (s.c.) e seu efeito na diminuição de dias
de dor na enxaqueca crônica. Método: Trata-se de um
estudo descritivo exploratório de relato de experiência.
Paciente do sexo feminino, 36 anos, com quadro de
enxaqueca crônica persistente a 8 anos e refratária
a diversas medicações e intervenções. Realizou-se
acompanhamento por calendário de dor um mês antes
do inicio do protocolo e 2 meses após sua aplicação, que
consistiu de aplicações subcutâneas de 0,1 mL de HS 2%
em 31 pontos, seguindo a localização anatômica descrita
no protocolo de preempt criado por Silberstein e
colaboradores. Resultados: O procedimento foi realizado
sem intercorrências importantes, com discreto aumento
de volume subcutâneo no local de aplicação em regiões
frontais e relato de cefaleia intensa no dia de aplicação
e após 3 dias em menor intensidade . Além disso, a
paciente referiu dor local e transitória imediatamente
após aplicações. Não houve sangramento ou episódios
de reação alérgica. Antes das aplicações, a paciente
apresentava 30 dias de dor ao mês, caracterizando
enxaqueca crônica diária. Após a aplicação do protocolo
de injeções s.c. de HS 2%, houve redução para 18 dias/
mês (- 40%), no mês seguinte com relato de diminuição
de intensidade e no outro mês com 15 dias de dor.
Discussão: emprego de modelos experimentais tem
precipitado novas teorias sobre os mecanismos de ação
do HS no alívio da dor. Uma delas envolve a modulação
do receptor vanilóide de potencial transitório 1 (TRPV-
1), em que foi constatado que a injeção de HS levou à
diminuição de pH, calor e resposta à capsaicina, o que
provavelmente deveu-se à estabilização de canais
TRPV1 e consequente diminuição da excitabilidade
em terminações nociceptivas. Outra hipótese esta
relacionada às interações com o receptor CD44,
traduzidas em anti-hiperalgesia principalmente devida
a HS de alto peso molecular. O mecanismo proposto é
de diminuição de mediadores pró-nocioceptivos, como
interleucina 6, TNF-alfa, prostaglandina E2 e epinefrina,
e na reversão da hiperalgesia induzida pela ativação
de PKA e PKC, segundos mensageiros intracelulares,
podendo, no conjunto desses mecanismos, contribuir
com o alivio de dores inamatórias e neuropáticas.
Esses dados são coerentes com os achados deste
trabalho e, em conjunto, revelam uma nova perspectiva
para o tratamento da enxaqueca crônica. Conclusão:
Os resultados revelados pelo presente caso sugerem o
potencial promissor do uso de solução HS 2%, conforme
protocolo descrito, para tratamento da enxaqueca.
Contudo, estudos clínicos controlados devem ser
realizados para o esclarecimento objetivo desta hipótese.
DESEMPENHO DOS MÚSCULOS CERVICAIS
EM MULHERES COM MIGRÂNEA COM E
SEM DOR CERVICAL
BENATTO, Mariana Tedeschi
1
; BRAGATTO, Marcela Mendes
1
;
FLORENCIO, Lidiane Lima
2
; DACH, Fabíola
3
; BEVILAQUA-
GROSSI, Débora
4
1
Fisioterapeuta, Aluna de doutorado do Programa de Pós-
Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São
Paulo
2
Fisioterapeuta, Doutora, Professora Visitante do Departamento
de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Reabilitação e Medicina
Física da Universidade Rei Juan Carlos, Espanha
3
Médica,
Doutora, Professora Doutora do Departamento de Neurociências
e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
4
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
Contato com autor: Mariana Tedeschi Benatto
E-mail: mariana.benatto@gmail.com
Rua Monte Alegre, 180 – AP 807-A Sumarezinho, Ribeirão Preto
- SP
Introdução: A migrânea é uma doença incapacitante
que afeta grande parte da população. Atualmente,
a queixa de dor cervical e a inuência da mesma na
incapacidade e desempenho dos músculos cervicais tem
sido o foco de alguns grupos de pesquisa. Entretanto,
ainda há uma escassez de estudos que comparem o
desempenho muscular em indivíduos com queixa de
dor cervical em relação aos indivíduos sem dor cervical.
Objetivo: Vericar se mulheres com migrânea e relato
de dor cervical apresentam um desempenho muscular
diferente daquelas que não apresentam dor cervical.
Métodos: Foram avaliadas 68 mulheres com diagnóstico
de migrânea e divididas em dois grupos, grupo migrânea
sem dor cervical (N = 25) e grupo migrânea com dor
cervical (N = 43). O questionário Migraine Disability
Assessment (MIDAS) foi aplicado em ambos os grupos.
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
113
Para vericar o desempenho muscular foram realizados
o teste de força e de resistência. O teste de força foi
realizado com as participantes em decúbito dorsal, para
os exores, e em decúbito ventral para os extensores.
Um dinamômetro manual foi posicionado na região
frontal ou occipital, respectivamente, e 3 repetições
foram registradas. As voluntárias eram estabilizadas
com uma cinta não elástica na região pélvica e torácica.
Durante o teste de resistência, para os exores cervicais,
as voluntárias foram posicionadas em decúbito dorsal
e para os extensores cervicais, em decúbito ventral,
sustentando um peso de 2kg. Para ambos os grupos
musculares o teste foi iniciado com a cabeça em posição
neutra e o tempo de sustentação (s) foi registrado. A
comparação entre os grupos migrânea com e sem dor
cervical para o desempenho muscular foi realizada pelo
teste t de student e as proporções de incapacidade
ocasionada pela migrânea pelo teste exato de Fisher.
Um nível de signicância de 0,05 foi adotado. O estudo
foi aprovado pelo comitê de ética local (n° 6862/2016).
Resultados: A média de idade no grupo migrânea com
dor cervical foi de 33,6 anos enquanto que no grupo
sem dor cervical foi de 33,3 anos (p=0,90). A média de
frequência de crises também foi semelhante entre os
grupos, sendo de 8,5 no grupo com dor cervical e 7,9 no
grupo sem dor cervical (p=0,74). Ao comparar os grupos
quanto a incapacidade ocasionada pela migrânea,
ambos os grupos apresentaram maior porcentagem da
classicação “incapacidade severa”, sendo os valores
de 74,4% no grupo com dor cervical e 76,0% no grupo
sem dor cervical (p=0,66). Com relação ao desempenho
muscular nos testes, o grupo migrânea com dor
cervical apresentou menor resistência para os músculos
extensores em comparação ao grupo sem dor cervical
(151,7 ± 114,3 e 215,0 ± 132,6 segundos, respectivamente)
(p=0,04). Não houve diferença entre os grupos para o
teste de força, tanto para exores quanto para extensores
cervicais (p=0,52 e p=0,62, respectivamente). Conclusão:
Nossos resultados demonstraram que mulheres com
migrânea associada à dor cervical tem pior desempenho
muscular para a resistência, mas não para a produção de
força. Além disso, a presença da dor cervical não altera
a incapacidade ocasionada pela migrânea, sendo ambos
severamente comprometidos.
Palavras-chave: Migrânea. Dor cervical. Desempenho
muscular. Resistência. Incapacidade.
TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO
DA CERVICALGIA E DOR TORÁCICA
ASSOCIADAS À MIGRÂNEA CRÔNICA:
RELATO DE CASO
SANTIAGO, Michelle Dias
1
; CAVERNI, Camila Naegeli
2
; FUKUE,
Rosemeire Rocha
3
; GOBO, Denise Matheus
4
; VILLA, Thais
Rodrigues
5
1
Fisioterapeuta, Mestre em Neurociências pelo Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
2
Nutricionista, Mestranda em Neurociências, Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
3
Psicóloga e Neuropsicóloga, Mestranda em Neurociências,
Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP).
4
Psiquiatra, Fellow em Neurociências pelo Setor de Investigação
e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de
Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
5
Neurologista, Pós-Doutorado, Chefe do Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia
e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Contato com autor: SANTIAGO, Michelle Dias
E-mail: michelle03.santiago@gmail.com
Avenida Rio de Janeiro, 48 – Jardim Marsola – Campo Limpo
Paulista, SP 13231-320.
Introdução: Cervicalgia e dor na região torácica são
queixas frequentes em pacientes com migrânea crônica
e estas podem ser limitantes na funcionalidade desses
indivíduos. Objetivo: Relatar o caso de paciente com
migrânea crônica que reduziu a frequência, intensidade
e duração das dores na região cervical e torácica
após tratamento sioterapêutico. Métodos: Paciente
do sexo feminino, 38 anos, encaminhada ao Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias da Universidade
Federal de São Paulo, diagnosticada com migrânea
crônica associada a frequentes dores na região cervical
e torácica. Foi realizado um protocolo de atendimento
sioterapêutico de 12 semanas, com frequência de 3
vezes por semana e duração de 1 hora, onde a paciente
foi avaliada na primeira e na última sessão em relação a
dor e a mobilidade nas regiões cervical e torácica. Escalas
utilizadas: Escala visual analógica (EVA) e questionário
Neck Disability Index (NDI). Na primeira avaliação a
dor nas regiões citadas apresentava frequência diária,
intensidade severa (EVA= 10), com duração maior que
18 horas/dia. O questionário Neck Disability Index teve
pontuação de incapacidade completa (maior que 72%)
em todos os níveis avaliados. Mobilidade diminuída ou
ausente nos movimentos de exão, extensão e rotação de
cervical durante as crises. Nas sessões foram realizadas
manipulação e mobilização da região cervical e torácica,
associado a alongamento ativo dos músculos exores,
extensores e rotadores da região cervical da paciente.
Resultados: Após o primeiro mês de atendimento
sioterapêutico a paciente relatava melhora da dor
nas regiões cervical e torácica, assim como o aumento
da mobilidade da região cervical, que foram conrmadas
na avaliação nal com redução de frequência (10 dias/
mês), intensidade (EVA=3) e duração das dores (menor
que 6 horas). O questionário NID teve pontuação para
incapacidade mínima (10 a 28%) na avaliação nal. A
mobilidade das regiões cervicais e torácica apresentou
limitação de movimentação devido a dor no primeiro
mês, seguido de mobilidade com dor leve ou ausente
durante os movimentos de exão, extensão e rotação
da região cervical na avaliação nal. Conclusão: A
sioterapia para o tratamento da cervicalgia e dor na
região torácica associada a migrânea crônica mostrou-
10(3).indb 113 21/10/2019 18:53:48
S114
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
114
se efetiva na melhora parâmetros analisados de
frequência, intensidade e duração das dores e aumento
da mobilidade cervical nessa paciente.
Palavras-chave: Migrânea, Migrânea crônica,
Fisioterapia, Cervicalgia, Dor torácica
CEFALEIA NA CRIANÇA ASSOCIADA A
CEFALEIA NA MÃE
VIEGAS-RIBEIRO, Nathália
1
; DIAS, Yrlla Rafaelle Rodrigues
1
;
IBIAPINA, Elaine Farias
1
; SILVA, Lídia Maria Lopes da
2
; ARAÚJO-
NETO, Manoel Gomes de
2
; PINTO, Guilherme Gonçalves Silva
3
;
GONÇALVES Maria Cláudia
4
1
Aluno do Curso de Fisioterapia da Universidade CEUMA
2
Aluno do Mestrado em Meio Ambiente da Universidade Ceuma
3
Médico Intensivista no Hospital Regional de Taguatinga e
Residente em Clínica Médica no Hospital Regional do Gama,
Brasília (DF).
4
Professor Doutora do Mestrado em Meio Ambiente e da Curso
de Fisioterapia da Universidade CEUMA
Contato com autor: Viegas-Ribeiro, Nathália
E-mail: nathaliaviegas0018@hotmail.com
Introdução: Alguns tipos de cefaleia podem ser herdados
geneticamente e a presença de cefaleia na criança pode
inuenciada pela presença de cefaleia na mãe. Objetivo:
Identicar a frequência de queixa de cefaleias na infância,
associar com a presença de cefaleia na mãe. Materiais
e Métodos: Foram inclusas crianças regularmente
matriculados em uma escola de São Luís–MA, de ambos
os gêneros, com idade entre 5 a 12 anos de idade e
excluídos aqueles que não apresentaram o Termo de
Consentimento Livre e esclarecido assinado pela mãe,
que não tivessem assinado o termo de assentimento
livre e esclarecido e que apresentassem algum problema
cognitivo. A presença de cefaleia e suas características
bem como os dados sociodemográcos foram avaliados
por meio de um questionário elaborado pela própria
autora. Os grupos foram comparados usando análises
de variância (ANOVA), e teste post hoc de Duncan. O
Odds ratio (OR) e o intervalo de conança (IC) foram
usados para avaliar a associação da presença da cefaleia
na mãe com a cefaleia na criança. O nível de signicância
estatística de p 0,05 foi adotado. Pacote SPSS (versão
18) foi utilizado para análise estatística. Resultados:
Foram avaliadas 88 crianças, sendo n=49 (55,68%) do
gênero feminino, n=81 (92,04%) apresentaram queixa
de cefaleia, com frequência média de 5(2,7) dias e
intensidade média de 7,13(7,89). Do total de n=86 mães
avaliadas, n=68 (88,31%) relataram ter cefaleia com
frequência média de 9,79(8,05) dias e intensidade
média de 8(2,5). Foi observada associação positiva de
OR/IC= 2,2 (0,25 – 1,36) entre a presença de cefaleia na
criança e a cefaleia na mãe. Conclusão: A presença de
cefaleia na criança na amostra estudada está associado
com a presença de cefaleia na mãe, apontando para a
importância da orientação e prevenção dessa doença
junto às crianças, seus pais e professores.
Palavras-chave: Criança; Cefaleia; frequência.
DIFERENÇA ENTRE OS SEXOS NAS
DISFUNÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
DA COLUNA CERVICAL NA MIGRÂNEA? –
ESTUDO PILOTO
XAVIER, Nathan da Silva
1
; BENATTO, Mariana Tedeschi
2
,
FLORENCIO, Lidiane Lima
3
; DACH, Fabíola
4
; BEVILAQUA-
GROSSI, Débora
5
1
Graduando do curso de Fisioterapia na Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto – FMRP/USP, Ribeirão Preto, São Paulo
2
Formada em Fisioterapia pela Universidade de São Paulo
(Ribeirão Preto), Mestre em Ciências pela Universidade de São
Paulo, atualmente é aluna de doutorado na Universidade de São
Paulo
3
Formada em Fisioterapia pela Universidade de São Paulo
(Ribeirão Preto), Doutora em Ciências pela Universidade de
São Paulo, atualmente é professora visitante del Departamento
de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Rehabilitación y Medicina
Física da Universidad Rey Juan Carlos (Espanha)
4
Formada em Medicina pela Universidade Federal de Santa
Catarina, Doutora em Neurologia pela Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto, atualmente é professora de neurologia da
Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto)
5
Formada em Fisioterapia pela Universidade Federal de São
Carlos, Pós doutorada pelo Albert Einsten College of Medicine
e Monteore Headache Center, atualmente é professora titular
do curso de Fisioterapia na Universidade de São Paulo (Ribeirão
Preto)
Contato com autor: Xavier, Nathan da Silva
E-mail: nathan.xavier@usp.br
Rua Pedreira de Freitas, nº 13, Monte Alegre - Ribeirão Preto, São
Paulo, Brasil. Cep:14.049-000
Introdução: A dor no pescoço é um sintoma
frequentemente relatado por pacientes com migrânea
sendo um fator importante para a piora do quadro
de dor de cabeça. Testes clínicos evidenciam um
comprometimento da coluna cervical em pacientes
com migrânea comparados a indivíduos normais,
porém essas condições geralmente são vericadas em
mulheres devido a maior prevalência no sexo feminino.
Sendo assim, conhecer as características da cervicalgia,
bem como as disfunções musculoesqueléticas cervicais
em homens com migrânea pode ajudar a melhorar a
avaliação e o manejo clínico desses pacientes. Objetivo:
Vericar se diferenças entre os sexos, em pacientes
com migrânea, em relação a cervicalgia, desempenho
dos músculos exores profundos no teste de exão
craniocervical e mobilidade passiva da coluna cervical
superior. Métodos: A amostra foi composta por 10
voluntários do sexo masculino (GM) e 10 do sexo feminino
(GF), com idade entre 18 e 55 anos, todos com diagnóstico
de migrânea realizado por neurologistas experientes
com base na Classicação Internacional de Cefaleia - 3ª
edição. Foram excluídos indivíduos com diagnóstico de
outras cefaleias, cefaleia por abuso de analgésicos ou
doenças sistêmicas. Foi realizado o Flexion Rotation Test
(FRT), que avalia a mobilidade passiva da coluna cervical
superior, para ambos os lados, e o Craniocervical Flexion
Test (CCFT) que avalia o desempenho dos músculos
exores profundos da coluna cervical. As características
clínicas da migrânea e o FRT foram comparadas entre
10(3).indb 114 21/10/2019 18:53:48
S115
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
115
os grupos utilizando-se o teste t de Student e para o
auto relato de cervicalgia e o CCFT foi realizado o teste
qui quadrado. Foi adotado um nível de signicância
de p<0,05. Resultados: Os grupos não apresentaram
diferenças para a idade (GM 31,80 ± 10,42; GF 34,00 ±
13,20; p=0,684), frequência de crises (GM 17,80 ± 9,96;
GF 12,60 ± 8,90; p=0,234), intensidade da dor (GM 8,20
± 1,47; GF 7,20 ± 2,29; p=0,265), duração da dor (GM
21,60 ± 35,88; GF 26,30 ± 22,98; p=0,732) e tempo de
doença (GM 14,00 ± 9,88; GF 12,45 ± 11,21; p=0,747). Em
relação ao auto relato de cervicalgia, 70% das mulheres
e 40% dos homens relataram dor no pescoço, porém
não foi observada diferença estatística entre os grupos
(p=0,36). Não houve diferença signicativa entre os
grupos no FRT para a direita (GM 33,11 ± 12,48; GF 35,65
± 13,87; p=0,673) e para esquerda (GM 33,48 ± 7,78; GF
37,40 ± 11,68; p=0,391) apesar dos homens apresentarem
FRT positivo em relação às mulheres (<34°). Para o
CCFT, também não foi observada diferença signicativa
entre os grupos; entretanto, o GF apresentou maior
porcentagem no terceiro estágio (26 mmHg) com 40%
da amostra, já o GM apresentou maior porcentagem no
segundo estágio (24 mmHg) com 60% dos indivíduos.
Conclusão: Este estudo piloto sugere que não há difença
entre os sexos nas condições musculoesqueleticas em
pacientes com migrânea. Apesar de relatarem menos
cervicalgia que as mulheres, os homens apresentaram
hipomobilidade da coluna cervical alta pelo FRT e menor
progressão nos níveis do CCFT.
Palavras-chave: Transtornos de enxaqueca. Sexo.
Cervicalgia.
UTILIDADE DE ODORES COMO
DESENCADEANTES DE CEFALEIA PARA
O DIAGNÓSTICO DA MIGRÂNEA EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ALBANÊS OLIVEIRA BERNARDO, Albérico
1
; LYS DE MEDEIROS,
Fabíola
2
; SAMPAIO ROCHA-FILHO, Pedro Augusto
3
1
Médico Neurologista; Mestre em Neuropsiquiatria e Ciências
do Comportamento pela Universidade Federal de Pernambuco.
Universidade Federal de Pernambuco e Hospital Pelópidas
Silveira, Recife-Pernambuco, Brasil
2
Médica Neurologista, Doutora em Neuropsiquiatria e Ciências do
Comportamento Universidade Federal de Pernambuco. Hospital
Universitário Oswaldo Cruz, Universidade de Pernambuco,
Recife, Brasil
3
Médico Neurologista, Professor Adjunto de Neurologia da
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil; Ambulatório
de Cefaleias, Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Universidade
de Pernambuco, Recife, Brasil.
Contato com autor: Sampaio Rocha-Filho, Pedro Augusto
Email: pedroasampaio@gmail.com
Endereço: Rua General Joaquim Inácio, 830, Sala 1412 - Edifício
The Plaza Business Center, Recife, Pernambuco- CEP: 52011-270.
Introdução: Pacientes migranosos processam estímulos
sensoriais de maneira diferente da população em geral,
sendo usualmente mais sensíveis a luz, som e odores.
Os odores podem desencadear crises de cefaleia
numa população susceptível, a despeito de serem
bem tolerados pela população em geral. Este dado
também parece ser importante para o diagnóstico
da migrânea em adultos com uma especicidade
de 100% e sensibilidade de 70%. Até onde temos
conhecimento, o odor como desencadeante das
cefaleias não foi estudado na população infantojuvenil.
Objetivo: avaliar a utilidade “odor como desencadeante
das cefaleias” para o diagnóstico da migrânea em
crianças e adolescentes e avaliar que características
dos pacientes e da migrânea estão associadas ao odor
como desencadeante das cefaleias. Avaliamos ainda
quais odores seriam desencadeantes mais frequentes
das cefaleias. Métodos: Trata-se de um estudo
transversal. Crianças e adolescentes consecutivamente
atendidos em ambulatório de pediatria por diversos
motivos que tiveram pelo menos um ataque de cefaleia
nos últimos 12 meses foram incluídos. Utilizamos
questionário semiestruturado, Wong-Baker Faces Pain
Scale, Pediatric Migraine Disability Assessment Score,
State-trait Anxiety Inventory e o Children’s Depression
Inventory. Resultados: 300 pacientes com cefaleia foram
incluídos, 253 tinham migrânea e 47, cefaleia do tipo
tensional. Sessenta e dois (20,7%) pacientes declararam
ter apresentado cefaleia após exposição a odores, todos
eram migranosos. Sensibilidade para migrânea: 24,5%,
especicidade: 100%, valor preditivo positivo: 100%,
valor preditivo negativo: 20%. Desencadeamento de
cefaleia por odores esteve associado a maior intensidade
e duração da cefaleia, a vômitos e fonofobia (regressão
logística). Trinta e sete pacientes referiram que a cefaleia
se iniciava em minutos após a exposição. Perfumes foram
os odores mais implicados, seguidos de produtos de
culinária e de limpeza. Conclusão: A presença de odor
como desencadeante das cefaleias é útil no diagnóstico
da migrânea, mas sua ausência não contribui para se
afastar essa doença.
Palavras-chave: Cefaleia, Migrânea, Criança, Odor,
Gatilho.
USO DE TOXINA BOTULÍNICA A
(DYSPORT®) EM PACIENTES COM
ENXAQUECA CRÔNICA: RESULTADOS
PRELIMINARES
KOTO, Rafael Yoshio
1
; CINTRA, Amanda dos Santos
1
; PICON,
Isabella Silva
1
; DE OLIVEIRA, João Paulo Santiago
1
; VIEIRA,
Julia Vescovi
1
; GAGLIARDI, Rubens José
2
; DOMINGUES, Renan
Barros
3
1
Residente de Neurologia pelo Hospital Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo.
2
Residência médica em Neurologia pelo Hospital Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo, Mestrado em Neurologia pela USP
(1980) e Doutorado em Neurologia pela USP (1988). Chefe do
departamento de Neurologia da Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo e Professor Titular de Neurologia da
FCMSCSP.
3
Residência médica em Neurologia em 1993, no Hospital das
Clínicas da USP. Doutorado em Medicina pela USP (1997).
Pós Doutorado em Neurologia no Serviço de Doenças
10(3).indb 115 21/10/2019 18:53:49
S116
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
116
Cerebrovasculares da Universidade de Lille, França (2014).
Atualmente coordenador do Ambulatório de Cefaleias e
Professor Convidado da FCMSCSP.
Contato com autor: Koto, Rafael Yoshio
E-mail: koto.rafael@gmail.com
Endereço de contato: Rua Marquês de Itu, 643 ap25. São Paulo-
SP. CEP 01223-001.
Introdução: Estudos prévios mostraram a superioridade
da Onatoxinabotulinica A em relação ao placebo
no tratamento da enxaqueca crônica. Neste estudo
avaliamos os resultados na enxaqueca crônica com
outra modalidade de toxina botulínica. Métodos: Doze
pacientes com enxaqueca crônica foram incluídos,
provenientes do Ambulatório de Cefaleias da Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo. Foram registrados dados
demográcos e dados concernentes ao diagnóstico
da cefaleia. Registrou-se o HIT-6 antes da aplicação
de toxina e o HIT-6 aproximadamente 3 meses após. A
comparação das medianas foi realizada com o teste de
Kruskal-Wallis. Resultados: A idade média foi de 50,75 ±
11,54 anos. Dez pacientes eram mulheres. O tempo médio
de doença foi de 12,36 ± 8,23 anos. Todos os pacientes
zeram uso de ao menos um tratamento oral, sendo que
2 – 1 tratamento, 6 – 2 tratamentos, 4 – 4 tratamentos.
Foram utilizadas 12,5 unidades em cada ponto de
aplicação e os pontos de aplicação foram os mesmos
do protocolo PREEMPT. A mediana do HIT-6 antes da
aplicação foi de 66 (54-74) e de 56 (36-70) após a
aplicação. Quatro (25%) pacientes tiveram HIT-6 abaixo
de 55 após a segunda aplicação. O tempo médio entre
a primeira e segunda avaliação do HIT-6 foi de 3,25±
1,73 meses. Conclusão: Houve redução signicativa do
HIT-6 com o protocolo de aplicação utilizado, contudo,
estudos maiores ainda são necessários visto que o
potencial efeito placebo não foi avaliado no presente
estudo.
Palavras-chave: Enxaqueca. Toxina. Botulínica. Cefaleia.
HIT-6.
ACHADOS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
DE CRÂNIO EM UMA POPULAÇÃO
DE PACIENTES COM PSEUDOTUMOR
CEREBRAL
DOMINGUES, Renan; SILVA, Paulo Diego Santos; LACERDA,
Cássio Batista; PICON, Isabella; GAGLIARDI, Rubens
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Introdução: O pseudotumor cerebral é pouco frequente
mas pode trazer importantes complicações visuais.
Neste estudo descrevemos os achados de ressonância
magnética (RM) de crânio em uma população de
pacientes com pseudotumor cerebral atendidos em
um ambulatório de cefaleias. Métodos: Foram incluídos
pacientes com pseudotumor cerebral atendidos no
ambulatório de cefaleias da Santa Casa de Misericórdia
de São Paulo. Os pacientes foram submetidos a protocolo
de RM e os achados foram descritos e sumarizados de
acordo com as anormalidades mais frequentemente
encontradas nesta condição. Resultados: Foram
incluídos 29 casos, sendo 28 do sexo feminino. A idade
média foi de 35,39 ±9,93 anos. O IMC médio foi de 34,1
±3,892. Os achados de RM foram: sem anormalidades
– 6 casos (20,69%), Sela Turca vazia – 18 casos
(62,07%), alteração morfológica dos nervos ópticos –
14 casos (48,28%), achatamento de Esclera posterior
– 10 casos (34,48%), alteração dos seios venosos
– 10 casos (34,48%). Nenhuma das anormalidades
radiológicas correlacionou-se signicativamente com
a raquimanometria nem com os desfechos clínicos.
Conclusão: A RM mostrou-se anormal na maioria dos
casos, sendo que a Sela Turca vazia foi a anormalidade
mais frequentemente encontrada. A RM não demonstrou
correlação com variáveis clínicas, sugerindo que a
mesma não possui valor como marcador prognóstico.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE CEFALEIAS
PRIMÁRIAS USANDO O SISTEMA “APP/
WEB INTERFACE” DR CEFALEIA
DOMINGUES, Renan; SILVA, Paulo Diego Santos; LACERDA,
Cássio; SILVA, Lohana Santana Almeida; PICON, Isabella,
GAGLIARDI, Rubens José
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Introdução: A prevalência das cefaleias é extremamente
alta e a grande maioria dos portadores não têm acesso
a um tratamento adequado. Neste estudo avaliamos
uma ferramenta desenvolvida para ajudar os médicos,
particularmente os não especialistas, no diagnóstico
e tratamento das cefaleias. Métodos: Avaliamos o
app Dr Cefaleia em pacientes do ambulatório de
cefaleias da Santa Casa de Misericórdia de SP. No app
o paciente insere informações através de questionários
estruturados: sinais de alarme, “ID-migraine”, gatilhos,
uso de analgésicos, HIT-6 e comorbidades (sono,
sintomas ansiosos e depressivos). Estas informações são
processadas através de algoritmos e são direcionadas
para uma interface do médico, onde são convertidos em
sugestões diagnósticas e terapêuticas. Os diagnósticos
do sistema foram comparados com os diagnósticos
registrados no prontuário da instituição. CEP Santa Casa
- 1.901.942. Resultados: Foram incluídos 10 pacientes,
em todos os casos o diagnóstico do sistema coincidiu
com o diagnóstico do prontuário. Os diagnósticos foram:
1- enxaqueca com aura episódica (2); 2- enxaqueca
sem aura crônica com abuso de analgésicos (2); 3-
enxaqueca sem aura episódica (3), 4- cefaleia em salvas
episódica (1), 5- cefaleia do tipo tensional crônica (1) e
6-cefaleia do tipo tensional episódica (1). Conclusão:
Os resultados preliminares sugerem que o sistema
“app/Web interface” Dr Cefaleia, embora não substitua
10(3).indb 116 21/10/2019 18:53:49
S117
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
117
o médico na realização do diagnóstico, é ecaz em
contribuir neste sentido. Estudos futuros e com maior
população poderão denir o potencial desta ferramenta
em melhorar o acesso a diagnósticos e tratamentos
adequados nas cefaleias, especialmente ajudando os
não especialistas.
CEFALEIA COMO QUEIXA MAIS
PREVALENTE EM PRONTO SOCORRO
ADULTO DE UM HOSPITAL PRIVADO DE
SÃO PAULO
DOMINGUES, Renan; ARAÚJO, Sheila Veronezi; VEDROSSI,
Christiano; GIUSTI, Rosilene, Cel PM RODRIGUES JÚNIOR,
Roberto
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Hospital Cruz Azul de São Paulo
Introdução: Cefaleia é uma das queixas mais prevalentes
em unidades de pronto atendimento e de emergência.
Neste estudo avaliamos frequência da queixa cefaleia
em comparação com outras queixas, em um hospital
privado na região central de São Paulo. Métodos:
Avaliamos os registros informatizados dos pacientes
atendidos no Pronto Socorro Adulto do Hospital Cruz
Azul de São Paulo no primeiro quadrimestre de 2019.
Foram excluídos os pacientes classicados como
emergência (pulseira vermelha) e urgência (pulseira
amarela). Os pacientes foram classicados de acordo
com o CID 10 da queixa principal. Pacientes com cefaleia
com sinais de alerta (cefaleia súbita, inédita e com início
após os 50 anos) não foram incluídos nesta análise
visto que foram inseridos nas categorias emergência ou
urgência. Resultados: Ao longo dos 4 meses analisados
foram atendidos 29.455 pacientes classicados como
pouco urgentes ou não urgentes. Destes, 5027 (17,06%)
tinham cefaleia como queixa principal. Cefaleia foi
isoladamente a queixa mais frequente, seguida de
dor abdominal (3409-11,57%), náuseas (2.415-8,19%)
e vômitos (2215-7,51%). Conclusão: Os resultados
conrmam a grande importância da queixa cefaleia em
pronto socorro, indicando a necessidade de protocolos
bem denidos para otimizar o uso de recursos
diagnósticos e terapêuticos nestas unidades. Após o
presente levantamento o Hospital onde os dados foram
coletados iniciou protocolo de cefaleia usando o APP Dr
Cefaleia para Médicos, função Triagem.
Palavras-chave:
COMPARAÇÃO DAS ALTERAÇÕES
CITOBIOQUÍMICAS LIQUÓRICAS ENTRE
PACIENTES COM CITOLOGIA ONCÓTICA
POSITIVA E CITOLOGIA ONCÓTICA
NEGATIVA
DOMINGUES, Renan; VEGA, Márcio; BRUNALE, Fernando;
SENNE, Carlos
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Senne Líquor Diagnóstico.
Contato com autor: Avenida Angélica 2071 3o andar. São Paulo,
SP.
Introdução: Inltração neoplásica do espaço
subaracnoide é uma causa de cefaleia secundária.
O diagnóstico é feito por métodos de imagem e
pela citologia oncótica, sendo que parâmetros
citobioquímicos do líquido cefalorraquiano (LCR) estão
frequentemente alterados. Neste estudo avaliamos
a sensibilidade dos parâmetros citobioquímicos em
relação à positividade da citologia oncótica. Métodos:
Avaliamos retrospectivamente os dados liquóricos de
casos submetidos para análise de LCR e pesquisa de
células neoplásicas no Senne Líquor Diagnóstico de
2014 até o presente. Foram incluídas 14876 amostras
com pesquisa negativa e 1360 com pesquisa positiva.
Curva ROC e área sob a curva (AUC) foram utilizadas
para esta avaliação. Resultados: O parâmetro liquórico
com maior AUC foi o lactato [0,781 (IC 95% - 0,766-
0,795)], seguido da contagem de leucóticos [0,616 (IC
95% - 0,599-0,633)], da concentração de proteínas
[0,660 (IC 95% 0,644-0,677)] e glicose [0,405 (IC 95%
0,386-0,425)]. Conclusão: O lactato foi o parâmetro
com maior sensibilidade para citologia oncótica positiva.
Contudo, nenhum parâmetro citobioquímico apresentou
sensibilidade diagnóstica satisfatória (AUC>0,8), de
forma que a análise citobioquímica geral tem pouca
sensibilidade para identicação de inltração neoplásica
do espaço subaracnoide.
DETERMINANTES DE PERDA VISUAL
EM PACIENTES COM PSEUDOTUMOR
CEREBRAL
DOMINGUES, Renan; SILVA, Paulo Diego Santos; LACERDA,
Cássio Batista; SANTIAGO, João Paulo; GAGLIARDI, Rubens
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Introdução: O pseudotumor cerebral é pouco
frequente mas pode trazer importantes complicações
visuais. Neste estudo avaliamos variáveis clínicas e sua
possível associação com perda visual em pacientes
com pseudotumor cerebral. Métodos: Foram incluídos
pacientes com pseudotumor cerebral atendidos no
ambulatório de cefaleias da Santa Casa de Misericórdia
de São Paulo. Os pacientes foram divididos em dois
grupos, de acordo com a presença ou não de sintomas
visuais residuais. Foram avaliadas as seguintes variáveis:
índice de massa corpóreo (IMC), alterações à ressonância
magnética (RM) e pressão de abertura (PI) do líquido
cefalorraquiano (LCR). As variáveis categóricas foram
comparadas pelo χ2-quadrado e as variáveis contínuas
pelo teste de Mann-Whitney. Resultados: Foram
10(3).indb 117 21/10/2019 18:53:49
S118
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
118
incluídos 29 casos, sendo 28 do sexo feminino. A idade
média foi de 35,39 ±9,93 anos. O IMC médio foi de 34,1
±3,892. Obesidade (IMC>30) foi observada em 65,52%
dos pacientes e sobrepeso em 13,79%. A única variável
que se correlacionou com a presença de sintomas visuais
foi a PI (P=0,0313). Conclusão: A correlação entre PI e
sintomas visuais sugere que a que redução da PI deve
ser uma meta prioritária no tratamento do pseudotumor
cerebral.
IMUNOFENOTIPAGEM E CITOLOGIA
ONCÓTICA NO DIAGNÓSTICO DE
INFILTRAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
CENTRAL NAS NEOPLASIAS
HEMATOLÓGICAS
DOMINGUES, Renan; VEGA, Márcio; BRUNALE, Fernando;
SENNE, Carlos
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Senne Liquor Diagnóstico. Avenida Angélica 2071 3o andar. São
Paulo, SP.
Introdução: O diagnostico diferencial das cefaleias
em pacientes com neoplasias hematológicas inclui a
inltração neoplásica. Contudo, o exame convencional
do líquido cefalorraquiano pode ser negativo, sendo
importante o uso de técnicas mais sensíveis. Neste estudo
comparamos os resultados da citologia oncótica com os
resultados de imunofenotipagem. Métodos: Avaliamos
retrospectivamente os dados de imunofenotipagem e
citologia oncótica do líquido cefalorraquiano (LCR) de 460
pacientes com neoplasia hematológica. Registramos os
resultados discrepantes e analisamos parâmetros liquóricos
e os diagnósticos oncológicos dos casos com positividade
exclusivamente à imunofenotipagem. Resultados: Nos
460 casos analisados, a imunofenotipagem mostrou-
se positiva em 18% e a citologia oncótica em 11%. A
distribuição dos resultados positivos foi: casos com
positividade em pelo menos um dos métodos - 87; casos
positivos com ambos os métodos - 50; casos positivos
apenas com imunofenotipagem – 35, casos positivos
apenas com citologia oncótica – 2. Nos casos em que
apenas a imunofenotipagem foi positiva 43% tiveram
o LCR normal (celularidade, proteína, glicose e lactato).
Neste grupo, 54% tinham linfoma, 40% leucemias e 6%
mielomas. Conclusão: A imunofenotipagem aumentou
a sensibilidade diagnóstica para inltração do SNC em
7%. Em um número expressivo de casos esta foi a única
alteração liquórica, ressaltando a importância diagnóstica
deste método.
PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM
PSEUDOTUMOR CEREBRAL ATENDIDOS
EM UM SERVIÇO ESPECIALIZADO EM
CEFALEIA
DOMINGUES, Renan; SILVA, Paulo Diego Santos; LACERDA,
Cássio Batista; KOTO, Rafael Yoshio; GAGLIARDI, Rubens
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Introdução: O pseudotumor cerebral é pouco frequente
mas pode trazer importantes complicações visuais, que
podem ser minimizadas com o diagnóstico e o tratamento
precoces. Métodos: Neste estudo descrevemos as
características clínicas de pacientes com pseudotumor
cerebral atendidos no ambulatório de cefaleias da Santa
Casa de Misericórdia de São Paulo. Dados demográcos,
antromométricos, características da doença e
comorbidades foram registrados. Resultados: Foram
incluídos 29 casos, sendo 28 do sexo feminino. A idade
média foi de 35,39 ±9,93 anos. O tempo transcorrido
entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de 15,72
±29,41 meses. O IMC médio foi de 34,1 ±3,892. Obesidade
(IMC>30) foi observada em 65,52% dos pacientes e
sobrepeso em 13,79%. Comorbidades endócrinas ou
metabólicas foram registradas em 41,38%, sendo: diabetes
mellitus-13,79%, síndrome dos ovários policísticos-13,79%,
hipotireoidismo-6,9% e hiperprolactinemia-6,9%. Os
tratamentos medicamentosos foram: acetazolamida
– 12, acetazolamida + topiramato – 8, acetazolamida
ou topiramato – 6, topiramato – 3. Seis pacientes
foram submetidos a procedimentos invasivos, sendo
derivação lomboperitoneal – 4, fenestração – 1 e stent
– 1. Conclusão: As características demográcas e
clínicas são as esperadas para uma população com esta
doença. Chama a atenção o grande tempo transcorrido
entre o início dos sintomas e o diagnóstico, podendo
representar risco para os pacientes, levando-se em
conta as potenciais complicações visuais desta doença.
Palavras-chave:
PERFIL DE PACIENTES COM CEFALEIA
ATENDIDOS POR NEUROLOGISTA NO
PRONTO SOCORRO DE UM HOSPITAL
PÚBLICO UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO
DOMINGUES, Renan; SANTIAGO, João Paulo; KOTO, Rafael
Yoshio; SILVA, Paulo Diego Santos; GAGLIARDI, Rubens José
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Introdução: Cefaleia é uma das queixas mais comuns
em unidades de Pronto Socorro. Neste estudo avaliamos
o perl de pacientes com cefaleia atendidos na Santa
Casa e encaminhados para o Serviço de Neurologia.
Métodos: Foram avaliados neste estudo os casos
neurológicos encaminhados para a equipe de neurologia
do Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia
de são Paulo, após avaliação inicial pela equipe de
generalistas. Foram registrados os diagnósticos e
os desfechos pós atendimento neurológico. Foram
incluídos todos os casos atendidos nos meses de março
e setembro de 2018. Resultados: Ao longo dos dois
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S119
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
119
meses avaliados 267 pacientes foram submetidos a
avaliação neurológica. Dentre estes 39 (14,6%) foram
encaminhados à equipe de neurologia em função
de cefaleia (por sinais de alerta ou refratariedade). A
cefaleia foi a quarta causa de avaliações neurológicas,
após quadros cerebrovasculares, crises convulsivas e
alterações agudas de consciência. A idade média dos
casos com cefaleia foi de 39,48±18,44. Os diagnósticos
rmados foram: cefaleia primária 17, trauma 2,
cefaleia secundária a doenças vasculares – 6, tumor
do SNC – 1, infecção do SNC – 5, crise hipertensiva –
1, cefaleia secundária ao uso de medicamentos – 1,
pseudotumor cerebral – 1. Apenas 8/39 pacientes não
tinham comorbidades prévias e apenas 10 não faziam
uso prévio de medicamentos. 14/39 (35,9%) destes
pacientes foram internados após avaliação neurológica.
Conclusão: O pequeno número de casos triados para
avaliação neurológica, em uma população com alto
percentual de comorbidades prévias, com grande
percentual de cefaleias secundárias e, tendo havido alto
percentual de internações, podem sugerir que a maioria
dos casos teve o atendimento encerrado pela própria
equipe clínica. Estes dados corroboram a importância
do treinamento adequado da equipe clínica no
atendimento das cefaleias em Pronto Socorro.
USO DO FILMARRAY® NO DIAGNÓSTICO
DAS MENINGITES BACTERIANAS
COMUNITÁRIAS AGUDAS
DOMINGUES, Renan; VEGA
1
; Márcio; BRUNALE, Fernando;
BENKO, Simone; SENNE, Carlos
11
Neurologista e Doutor pela USP, Pós Doutorado pela
Universidade de Lille, França.
Contato com autor: Senne Líquor Diagnóstico.
Avenida Angélica 2071 3o andar. São Paulo, SP.
Introdução: Meningites bacterianas fazem parte do
diagnóstico diferencial das cefaleias febris em Pronto
Socorro. O diagnóstico inicial é frequentemente
presuntivo, visto que a bacterioscopia tem baixa
sensibilidade e a cultura demora alguns dias. O
FilmArray meningites/encefalites é um PCR multiplex
automatizado para identicação de 14 agentes de
infecções do SNC, incluindo vírus, Cryptococcus e
bactérias. São testadas as seguintes bactérias: E. coli
K1, H. inuenzae, L. monocytogenes, N. meningitidis, S.
agalactiae e pneumoniae. Neste estudo comparamos
a performance do FilmArray® com os métodos
microbiológicos convencionais para meningites
bacterianas. Métodos: Avaliamos retrospectivamente
os dados de 396 pacientes com infecção de SNC e
submetidos ao método. Resultados: 24 casos foram
positivos para bactérias, E. coli K1=1, H. Inuenzae=4, L.
Monocytogenes=1, N. Meningitidis=7, S. Pneumoniae=12.
Destes, 11 (44,8%) foram positivos com algum outro
método, sendo 4 cultura e bacterioscopia, 3 apenas
cultura e 4 apenas bacterioscopia, nenhum no látex.
Três pacientes foram negativos no FilmArray® e
positivos com outros Métodos: 2 cultura positiva (S.
Intermedius e Micrococcus) e um Gram negativo.
Todos os 13 casos positivos apenas com FilmArra
apresentaram padrão liquórico sugestivo de meningite
bacteriana: pleocitose com predomínio neutrofílico,
aumento de proteína e lactato e hipoglicorraquia.
Conclusão: O estudo sugere que o FilmArray® pode
aumentar a sensibilidade no diagóstico etiológico nas
meningites bacterianas.
Palavras-chave:
UTILIZAÇÃO DO FILMARRAY®
MENINGITES/ENCEFALITES NO
DIAGNÓSTICO DAS INFECÇÕES VIRAIS
AGUDAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
DOMINGUES, Renan
1
; VEGA, Márcio; BRUNALE, Fernando;
BENKO, Simone; SENNE, Carlos
1
Neurologista e Doutor pela USP, Pós Doutorado pela
Universidade de Lille, França.
Contato com autor: Senne Líquor Diagnóstico. Avenida Angélica
2071 3o andar. São Paulo, SP.
Introdução: Cefaleia é o sintoma mais frequente nas
meningites virais, cujo diagnóstico requer o exame do
líquido cefalorraquiano (LCR). Contudo, geralmente
o diagnóstico liquórico é presuntivo e baseado na
citologia e bioquímica. Neste estudo avaliamos
casos de neuroinfecção submetidos ao FilmArray
meningites/encefalites, que é um PCR multiplex
para identicação de 14 agentes de infecções do
SNC, incluindo bactérias, Cryptococcus e vírus.
São testadas os seguintes vírus: CMV, Enterovirus,
HSV-1, HSV-2, HHV-6, parechovirus e VZV. Foram
comparados os achados liquóricos das meningites
por Enterovirus com os demais. Métodos: Avaliamos
retrospectivamente os dados de 396 pacientes
com infecção de SNC e submetidos ao método.
Os parâmetros foram comparados pelo teste t e as
diferenças signicativas foram submetidas a análise
multivariada com regressão binária. Resultados:
176 casos foram positivos para vírus, sendo 114 para
enterovirus, CMV=2, HSV-1=3, HSV-2=10, HHV-6=15
e VZV=7. Os dados liquóricos para enterovirus e não
enterovirus foram: Leucócitos (mm3) 324,04±434,23
x 369,7±312,05 (P=0,216); Neutrólos (%): 42,66±31,54
x 7,41±16,5 (P<0,0001); Proteína (mg/dl) 44,6±23,69
x 95,14±56 (P=0,003); Glicose (mg/dl): 50,46±12 x
56,46±25,87 (P=0,001) e Lactato (mg/dl): 18,47±4,53
x 27,41±8,45 (P=0.001). Após análise multivariada
as diferenças se mantiveram signicativas para:
Neutrólos (P=0,003), Proteína (P=0,004) e Lactato
(P=0,001). Conclusão: O FilmArray foi um método e
prático para a identicação das principais meningites
virais. As infecções por enterovirus têm maior
percentual de neutrólos, podendo gerar confusão
com meningites bacterianas. O uso de métodos
moleculares como o FilmArray aumenta a precisão
diagnóstica, de forma rápida, evitando internações e
uso de antibióticos de forma desnecessária.
10(3).indb 119 21/10/2019 18:53:49
S120
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
120
FUNÇÕES EXECUTIVAS EM ADOLESCEN-
TES COM CEFALEIA CRÔNICA: UM ESTUDO
POPULACIONAL
ARRUDA, Renato
1
; ARRUDA, Marco Antônio
2
; ANUNCIAÇÃO,
Luis
3
; GUIDETTI, Vincenzo
4
; BIGAL, Marcelo Eduardo
5
1
Residente de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP).
2
Neurologista da Infância e Adolescência, Doutor em Neurologia
(FMRPUSP), Diretor do Instituto Glia, Ribeirão Preto.
3
Neuropsicólogo, Doutor em Psicometria (PUCRJ), Professor de
Psicometria na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
4
Neuropsiquiatra da Infância e Adolescência, Professor Titular de
Neuropsiquiatria da Universidade de Roma, La Sapienza, Itália.
5
Neurologista, Doutor em Neurologia (FMRPUSP), CEO da
Ventus Therapeutics, Montreal, Canadá.
Contato com autor: Renato Arruda
E-mail: arruda.renato@gmail.com
Av. Braz Olaia Acosta, 727, s. 310, Ribeirão Preto, SP, CEP14026-
040;
Introdução: Funções executivas (FE) são um conjunto
de habilidades mentais interdependentes que
regulam nossa cognição, emoções e comportamento.
Objetivos: 1) comparar o funcionamento executivo
de adolescentes com cefaleia crônica e controles sem
cefaleia, e 2) avaliar a inuência da frequência da cefaleia
sobre o funcionamento executivo em uma amostra
populacional. Métodos: A partir de uma amostra-alvo
não probabilística de 422 estudantes matriculados em
uma escola pública, um consentimento pós-informado
foi obtido de 394 participantes (93,4%), resultando uma
amostra nal de 339 adolescentes com idade entre 10 e
18 anos (80,3%). Pais, professores e alunos preencheram
escalas validadas na população brasileira que avaliam
aspectos de saúde mental, desenvolvimento, FE e
cefaleia. Para a avaliação de FE foi utilizada a escala de
Avaliação Funcional de Funções Executivas em Crianças
e Adolescentes. Essa escala deriva os seguintes índices:
FE global (somatória de FE quentes e frias), FE quentes
(exibilizar, regular emoções e inibir comportamentos)
e FE frias (objetivar, planejar, organizar, iniciar, focar,
automonitorar, perseverar e operacionalizar). O
diagnóstico da cefaleia foi realizado com base na 3ª.
edição da Classicação Internacional das Cefaleias.
Os adolescentes foram assim categorizados: a) sem
cefaleia, b) cefaleia episódica de baixa frequência (CEBF,
0-4 crises ao mês), c) cefaleia episódica de frequência
intermediária (CEFI, 5-10 crises ao mês) e d) cefaleia de
alta frequência (CAF, 10 ou mais crises ao mês). Modelos
multivariados estimaram os determinantes de baixo
funcionamento executivo em função da frequência da
cefaleia. As análises xaram o erro do tipo I em 0.05 e
foram realizadas no R 3.5.2. Resultados: Da amostra
nal, 40 (11,8%) adolescentes nunca haviam apresentado
cefaleia, 23 (6,8%) preenchiam critérios para migrânea
episódica (ME) e 20 para cefaleia do tipo tensional
episódica (CTTE). Em relação à frequência: 252 (74,3%)
apresentavam CEBF, 28 (8,3%) CEFI e 17 (5%) CAF.
Comparados aos controles sem cefaleia, adolescentes
com ME apresentaram RR signicativamente maior para
diculdades em FE globais (RR = 3,5, IC 95% 1,2-10,1), FE
quentes (RR = 5,8, IC 95% 1,8-18,9) e FE frias (RR = 3,0,
IC 95% 1,0-9,3). Adolescentes com CAF apresentaram
RR signicativamente maior para diculdades em FE
globais (RR = 4,9, IC 95% 1,2-20,6), FE quentes (RR =
5,1, IC 95% 1,1-24,8) e FE frias (RR = 6,3, IC 95% 1,5-25,9)
comparados aos controles sem cefaleia. Adolescentes
com CAF apresentaram RR signicativamente maior de
diculdades em FE globais (RR = 2.0, IC 95% 1,0-4.1) e FE
frias (RR = 2,2, IC 95% 1,2-4.0) comparados àqueles com
CEBF. A análise multivariada identicou como preditores
da associação entre ter cefaleia e baixo funcionamento
executivo as seguintes variáveis independentes: classe
socioeconômica mais pobre, baixo desempenho escolar
e presença de vômitos nas crises de cefaleia (p<0.05).
Conclusão: Adolescentes com migrânea episódica e/ou
cefaleia de alta frequência apresentam maior risco de
disfunção executiva. Esse achado inédito pode auxiliar
na compreensão da comorbidade entre cefaleias de alta
frequência (e migrânea episódica, em particular) com
transtornos neuropsiquiátricos e baixo desempenho
escolar, bem como identicar novos e promissores alvos
no tratamento desses pacientes.
Palavras-chaves: Cefaleia. Migrânea. Funções
Executivas. Adolescência.
RESILIÊNCIA E VULNERABILIDADE EM
ADOLESCENTES COM CEFALEIA CRÔNICA:
UM ESTUDO POPULACIONAL
ARRUDA, Renato
1
; ARRUDA, Marco Antônio
2
; ANUNCIAÇÃO,
Luis
3
; GUIDETTI, Vincenzo
4
; BIGAL, Marcelo Eduardo
5
1
Residente de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP).
2
Neurologista da Infância e Adolescência, Doutor em Neurologia
(FMRPUSP), Diretor do Instituto Glia, Ribeirão Preto.
3
Neuropsicólogo, Doutor em Psicometria (PUCRJ), Professor de
Psicometria na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
4
Neuropsiquiatra da Infância e Adolescência, Professor Titular de
Neuropsiquiatria da Universidade de Roma, La Sapienza, Itália.
5
Neurologista, Doutor em Neurologia (FMRPUSP), CEO da
Ventus Therapeutics, Montreal, Canadá.
Contato com autor: Renato Arruda
E-mail: arruda.renato@gmail.com
Av. Braz Olaia Acosta, 727, s. 310, Ribeirão Preto, SP, CEP14026-
040;
Introdução: Resiliência e vulnerabilidade são,
respectivamente, processos dinâmicos de adaptação
positiva e mal adaptação do indivíduo a adversidades
signicativas da vida, sejam elas de ordem familiar
(psicopatologia parental, abusos, divórcio etc.),
sociodemográcas (pobreza, violência comunitária,
discriminação etc.), ou em decorrência de dor ou
doenças crônicas. Objetivos: 1) comparar os recursos
de resiliência e risco de vulnerabilidade em adolescentes
com cefaleia crônica e controles sem cefaleia, e 2) avaliar
a inuência da frequência da cefaleia sobre ambos
desfechos. Métodos: A partir de uma amostra-alvo, não
10(3).indb 120 21/10/2019 18:53:49
S121
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
121
probabilística, de 422 estudantes matriculados em uma
escola pública, um consentimento pós-informado foi
obtido de 394 participantes (93,4%), resultando uma
amostra nal de 339 adolescentes com idade entre 10 e
18 anos (80,3%). Pais, professores e alunos preencheram
escalas validadas na população brasileira que avaliam
aspectos de saúde mental, desenvolvimento, resiliência,
vulnerabilidade e cefaleia. Para a avaliação de resiliência
e vulnerabilidade foi utilizada a Escala de Resiliência
para Crianças e Adolescentes de Sandra Prince-Embury.
O diagnóstico da cefaleia foi realizado com base na 3ª.
edição da Classicação Internacional das Cefaleias. Em
relação à frequência da cefaleia, os adolescentes foram
categorizados como se segue: a) sem cefaleia, b) cefaleia
episódica de baixa frequência (CEBF, 0-4 crises ao mês),
c) cefaleia episódica de frequência intermediária (CEFI,
5-10 crises ao mês) e d) cefaleia de alta frequência (CAF,
10 ou mais crises ao mês). Análises da Razão de Chances
(OR) foram modeladas para variáveis categóricas e
ANOVA robusta para variáveis contínuas. Modelos
multivariados estimaram os determinantes de baixa
resiliência e alta vulnerabilidade em função da frequência
da cefaleia. As análises xaram o erro do tipo I em 0.05
e foram realizadas no R 3.5.2. Resultados: Da amostra
nal, 40 (11,8%) adolescentes nunca haviam apresentado
cefaleia, 254 (74,9%) com CEBF, 28 (8,3%) com CEFI e 17
(5,0%) com CAF. A ANOVA robusta revelou que quanto
maior a frequência da cefaleia menores os recursos de
resiliência (F (3,335) = 3,74, p = 0,01) e maior o risco de
vulnerabilidade (F (3,335) = 5,45, p < 0,01). Adolescentes
com CAF apresentaram um risco signicativamente
maior de menores recursos de resiliência (OR = 7,0, IC 95%
1,7-28,0; p<0,01) e maior vulnerabilidade (OR = 18,0, IC
95% 2,1-146,0; p<0,01). A análise multivariada identicou
como preditores da associação entre ter cefaleia, baixos
recursos de resiliência e alta vulnerabilidade as seguintes
variáveis independentes: sexo feminino, exposição pré-
natal a álcool, baixo desempenho escolar e cefaleia de
alta frequência (p<0.05). Conclusão: Adolescentes
com alta frequência de cefaleia apresentam menores
recursos de resiliência e maior vulnerabilidade. Esse
achado inédito tem implicações clínicas imediatas, uma
vez que revela um novo e potencial alvo no tratamento
desses pacientes. Adicionalmente, corrobora com os
recentes achados em adultos migranosos de alterações
estruturais em tratos fronto-insulares do hemisfério
cerebral direito envolvidos na modulação da dor,
regulação emocional, cognição e resiliência.
Palavras-chaves: Cefaleia. Migrânea. Resiliência.
Vulnerabilidade. Adolescência.
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLOGIA ANTES
E APÓS TRATAMENTO DA MIGRÂNEA:
RELATO DE CASO
FUKUE Rosemeire Rocha
1
, GOBO Denise Matheus
2
, CAVERNI
Camila Naegeli
3
, LOYOLA Julia Sereicikas
4
, SANTIAGO Michelle
Dias
5
, VILLA Thais Rodrigues
6
1
Psicóloga e Neuropsicóloga, Mestranda em Neurociências,
Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP).
2
Psiquiatra, Fellowship em Cefaleias, Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia
e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
3
Nutricionista, Mestranda em Neurociências, Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
4
Psicóloga e Neuropsicóloga, Colaboradora no Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
5
Fisioterapeuta, Mestre em Neurociências, Setor de Investigação
e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de
Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
6
PhD em Neurologia UNIFESP, Chefe do Setor de Cefaleias
UNIFESP.
Contato com autor: Fukue Rosemeire Rocha
E-mail: rosefukue@gmail.com
Avenida Padre Arlindo Vieira, 3101, apto 104, Bloco C, Jardim
Vergueiro, São Paulo, SP, 0466-003
Introdução: Migrânea é uma doença neurológica que
afeta 3.76% a 17.1% da população pediátrica brasileira.
Pode afetar múltiplas áreas corticais, subcorticais, e do
tronco cerebral que regulam os sistemas autonômicos,
afetivos, cognitivos e funções sensoriais. Estudos
apontam prejuízos da memória visual e verbal, atenção,
funções visuoespaciais e executivas. O tratamento
preventivo da migrânea tem o objetivo de reduzir a
frequência, duração e intensidade das crises de cefaleia.
O topiramato apresenta ecácia preventiva comprovada,
entretanto, efeitos adversos na cognição são relatados.
Objetivo: Apresentar o resultado da avaliação
neuropsicológica de uma paciente com migrânea
crônica, antes e após tratamento com topiramato.
Métodos: Paciente do sexo feminino, 15 anos, com crises
de cefaleia desde os 11 anos, localização frontal bilateral,
caráter pulsátil, acompanhadas de fotofobia, fonofobia
e náuseas. Crises com intensidade pela escala visual
analógica (EVA) 45% leves (EVA=3), 30% moderadas
(EVA=5) e 25% incapacitantes (EVA=9). Duração de
4 8 horas, deagradas por barulho, luz, ansiedade e
estresse. Medicada com dipirona em 12 dias/mês. Em
consulta no Setor de Investigação e Tratamento das
Cefaleias (SITC) do Hospital São Paulo – UNIFESP a
frequência da cefaleia era diária. Diagnosticada com
migrânea sem aura e migrânea crônica (mãe com
cefaleia). Desenvolvimento neuro-psicomotor e exames
clínico e neurológico normais. Apresentava irritabilidade,
isolamento, décits atenção, organização e memória. O
consentimento livre esclarecimento (TCLE) foi assinado
pela responsável. Indicado tratamento com topiramato
dose 100 mg/dia. A avaliação neuropsicológica foi
realizada antes e 6 meses após o tratamento, em 7
sessões, iniciada com anamnese e nalizada com a
devolutiva. Solicitado relatório escolar no início e nal.
Bateria para testagem: Escala Wechsler de Inteligência
para Crianças 4 Edição - WISC IV, Figuras Complexas
10(3).indb 121 21/10/2019 18:53:49
S122
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
122
de Rey, D2 e Wisconsin de Classicação de Cartas.
Resultados: Na avaliação inicial foram encontrados
prejuízos globais em compreensão verbal escores 84,
percentil 14 (média inferior), organização perceptual,
escores 94, percentil 34 (média), memória operacional,
escores 71, percentil 3 (limítrofe), velocidade de
processamento de informação, escores 100, percentil
50 (média) e o QI, escores 79, percentil 14 (limítrofe),
atenção seletiva, atenção concentrada e atenção
alternada (média inferior). Memória operacional visual
(limítrofe), operacional verbal (média), memória visual
de longo prazo e memória verbal de longo prazo (média
inferior). Funções visuoperceptivas, visuoespaciais
e visuoconstrutivas (inferior). Funções executivas
diculdade em aprendendo com a experiência,
resolução de problemas e comportamento perseverante.
Na avaliação nal foram encontrados compreensão
verbal escores 101, percentil 53 (média), organização
perceptual, escores 102, percentil 55 (média), memória
operacional, escores 94, percentil 34 (média), velocidade
de processamento de informação, escores 134, percentil
99 (média superior) e o QI, escores 111, percentil 70
(média superior), atenção seletiva, concentrada e
alternada (média). Memória operacional visual, verbal,
verbal de longo prazo (média) e memória visual de
longo prazo (média superior), funções visuoperceptivas,
visuoespaciais e visuoconstrutivas (média) e funções
executivas (média superior). Diminuição na frequência
e intensidade da cefaleia apresentando dois dias leves
(EVA=2) no nal do tratamento. Melhora no desempenho
acadêmico. Conclusão: Houve melhora signicativa
após o tratamento da migrânea com topiramato nas
funções cognitivas.
Palavras-chave: Migrânea. Adolescente. Atenção.
Memória. Topiramato.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
EM ADOLESCENTE COM MIGRÂNEA:
RELATO DE CASO
FUKUE Rosemeire Rocha
1
, GOBO Denise Matheus
2
, CAVERNI
Camila Naegeli
3
, LOYOLA Julia Sereicikas
4
, SANTIAGO Michelle
Dias
5
, VILLA Thais Rodrigues
6
1
Psicóloga e Neuropsicóloga, Mestranda em Neurociências,
Setor de Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do
Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP).
2
Psiquiatra, Fellowship em Cefaleias, Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia
e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
3
Nutricionista, Mestranda em Neurociências, Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
4
Psicóloga e Neuropsicóloga, Colaboradora no Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
5
Fisioterapeuta, Mestre em Neurociências, Setor de Investigação
e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de
Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
6
PhD em Neurologia UNIFESP, Chefe do Setor de Cefaleias
UNIFESP.
Contato com autor: Fukue Rosemeire Rocha
E-mail: rosefukue@gmail.com
Avenida Padre Arlindo Vieira, 3101,
apto 104, Bloco C, Jardim
Vergueiro, São Paulo, SP, 0466-003.
Introdução: Estudos recomendam a Terapia Cognitivo-
Comportamental (TCC) no tratamento da migrânea,
principalmente na população pediátrica sendo
classicada pela American Academy of Neurology,
com nível A de evidência. A TCC proporciona melhora
da qualidade de vida e maior controle das crises de
cefaleia com aquisição de habilidades de enfrentamento
mais adaptativas, enfatizando a psicoeducação do
paciente e familiares, restruturação cognitiva e técnicas
comportamentais. Objetivo: Relatar o caso de uma
adolescente com migrânea crônica, tratada com a TCC
associado ao tratamento medicamentoso. Método:
Paciente do sexo feminino, 14 anos, cursando o ensino
médio. Encaminhada ao Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Hospital São Paulo
– UNIFESP-EPM com queixa de cefaleia diária, sendo
diagnosticada com migrânea sem aura e migrânea
crônica. Também apresentava queixas de alteração
do humor e cognição, tais como: isolamento social,
ansiedade, sintomas depressivos, desatenção, baixa
tolerância à frustração e pouco controle de impulso.
Desenvolvimento neuro-psicomotor e exames clínico e
neurológico normais. Antecedentes familiares mãe com
cefaleia. As crises se iniciaram aos 12 anos, localização
bilateral, caráter pulsátil acompanhadas de fotofobia,
fonofobia e náuseas. Crises com intensidade pela escala
visual analógica (EVA) 50% leve (EVA=3), 40% moderada
(EVA=5) e 10% incapacitantes (EVA=3), com duração de
4 - 8 horas, medicadas com paracetamol em 10 dias/
mês. Em consulta no (SITC) da Unifesp, a frequência da
cefaleia era diária e deagradas e/ou pioradas por luz,
barulho, estresse e ansiedade. Melhoravam após dormir
e 30 gotas de dipirona (medicava as crises moderadas
e intensas, as leves melhoravam com sono). O termo
de consentimento livre esclarecimento (TCLE) foi
assinado pela responsável legal. Indicado tratamento
com topiramato dose 100 mg/dia e sessões de TCC. O
protocolo da TCC incluiu avaliação inicial, intervenção
e avaliação nal. Foram realizadas 20 sessões por
um período de 4 meses; cada sessão de 50 minutos.
Sendo 16 sessões individuais com a adolescente; 4
para intervenção familiar; 2 individuais com o familiar e
2 em conjunto. A orientação escolar ocorreu por meio
de contato telefônico e relatório no início e nal. Foram
utilizadas estratégias e técnicas como psicoeducação,
implementação do diário de dor da cefaleia, registro de
pensamentos disfuncionais, reestruturação cognitiva,
treino do controle do estresse e ansiedade, treino
de assertividade, treino em habilidade social, parada
de pensamento, distração cognitiva e visualização.
Resultados: Foi constatado redução importante na
frequência e intensidade da cefaleia logo no início do
terceiro mês de tratamento apresentando somente duas
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
123
crises leves (EVA=2) sem necessidade de medicação.
A melhora se manteve até o encerramento (4/mês).
Remissão nos sintomas de ansiedade, depressão,
estresse, isolamento e desatenção. Melhora signicativa
no relacionamento familiar, aproveitamento escolar,
social e autoestima. Conclusão: A TCC associada
ao tratamento medicamentoso, mostrou ecácia na
prevenção da migrânea crônica, sintomas de humor
e comportamentais. Favorecendo a melhora global
incluindo o controle das crises de migrânea.
Palavras-chave: Migrânea, Adolescente, Terapia
Cognitivo-Comportamental.
CONCORDÂNCIA ENTRE DOIS MÉTODOS
DE MENSURAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR
CERVICAL EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS E
MIGRANOSOS
MARTINS Taís Souza
1
, NOGUEIRA Camila Gorla
2
, PINHEIRO
Carina Ferreira
4
, MARTINS Jaqueline
3
, FLORENCIO Lidiane
Lima
5
, DACH Fabiola
6
, BEVILAQUA-GROSSI Débora
7
1
Aluna de graduação do curso de Fisioterapia na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
2
Fisioterapeuta, Aluna de mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São
Paulo
3
Fisioterapeuta, Mestra, Especialista do laboratório do
Departamento de Ciências da Saúde na Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
4
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
5
Fisioterapeuta, Doutora, Professora Visitante do Departamento
de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Reabilitação e Medicina
Física da Universidade Rei Juan Carlos, Espanha
6
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
7
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
Contato com autor: Martins Taís Souza
E-mail: taissomartins@hotmail.com
Rua Pedreira de Freitas, nº 13, Monte Alegre Ribeirão Preto, São
Paulo, Brasil. Bloco A apt 11. Cep:14.049-000
Introdução: A musculatura cervical é essencial para a
manutenção da postura e estabilização da cabeça. A
avaliação da força dos músculos cervicais é útil para
identicar possíveis disfunções musculoesqueléticas.
Para avaliar a força destes músculos podemos usar o
dinamômetro manual (HHD) (Lafaytte Company), que é
um dispositivo portátil de baixo custo e de fácil manuseio
e o Multi Unit Cervical (MCU)® que é um dispositivo
xo, considerado padrão ouro, porém de alto custo.
Objetivo: comparar o HHD e o MCU para mensuração
da força máxima da musculatura cervical, em indivíduos
migranosos e saudáveis. Métodos: O estudo contou
com 30 indivíduos (26 mulheres e 4 homens) divididos
igualmente em dois grupos. O grupo migrânea (GM; n=
15; Idade 28,9 anos DP 8,9) foi denido de acordo com
os critérios da Classicação Internacional de Cefaleias, e
o grupo controle (GC; n= 15; Idade 28,8 anos DP 8,0) sem
relato de dor de cabeça. Foi mensurada a força muscular
em exão, extensão e inclinações laterais. Para todos os
movimentos foram realizadas 3 contrações máximas
com duração de 3 segundos e intervalo de 1 minuto para
o HHD e 10 segundos para o MCU entre as repetições e
de 3 minutos entre os movimentos executados de forma
aleatória. Para a concordância entre as ferramentas, foi
utilizado o método de Bland e Altman. Resultados: O
viés não foi signicativo na inclinação lateral esquerda
(p= 0,166) do grupo controle e em ambas inclinações
laterais (direita p= 0,233 e esquerda p= 0,24) no grupo
migrânea. No entanto, o limite de concordância foi
grande em todas as avaliações para ambos os grupos e
a diferença na medida de força entre os equipamentos
superou 10% em cerca de 80-93% dos casos. Além
disso, o MCU superestimou os valores de força de exão
e extensão em relação ao HHD em ambos os grupos.
Conclusão: Os dados demonstram que o MCU e HHD
não concordam nas mensurações de força dos músculos
cervicais, portanto, não podem substituir um ao outro.
Palavras-chave: Dinamômetro xo, Força muscular,
Dinamômetro de mão, Concordância.
AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO
ENTRE CEFALEIAS E INSÔNIA ENTRE
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
CORRÊA RANGEL, Tathiana
1
; FALCÃO RAPOSO, Maria Cristina
2
;
SAMPAIO ROCHA FILHO, Pedro Augusto
3
1
Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia aplicada à Neurologia
Infantil. Mestre em Ciências Fisiológicas. Pós-Graduanda em
Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento, Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, Brasil; Professora Assistente do
Departamento de Fisioterapia da Universidade de Pernambuco,
Petrolina, Pernambuco, Brasil.
2
Estatística. Mestre em Estatística. Doutora em Economia.
Professora Associada do Departamento de Estatística da
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil. 3. Médico
Neurologista. Professor Adjunto de Neurologia, Departamento
de Neuropsiquiatria, Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, Brasil; Ambulatório de Cefaleias, Hospital Universitário
Oswaldo Cruz, Universidade de Pernambuco, Recife, Brasil.
Contato com autor: CORRÊA RANGEL, Tathiana
E-mail: tathiana.rangel@upe.br
Endereço: Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho. Rua: General
Joaquim Inácio, 830, Sala 1412. Edifício The Plaza Business Center,
Recife, Pernambuco, Brasil. CEP: 50070-270.
Introdução: As cefaleias são muito prevalentes entre
estudantes universitários e levam a maior incapacidade
e absenteísmo escolar e a um pior desempenho
acadêmico. Estudos relacionam a possível associação
entre as cefaleias e os distúrbios do sono. A insônia
também é prevalente entre os estudantes. OBJETIVOS:
Avaliar se as cefaleias estão associadas com a insônia.
Métodos: estudo transversal com alunos matriculados
nos cursos de Medicina, Engenharia Civil e Administração
da Universidade de Pernambuco. Foram sorteados
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
124
420 alunos de forma estraticada por curso. Foram
utilizados: questionário semi-estruturado; o Headache
Impact Test (HIT-6), o Hospital Anxiety Depression
Scale (HAD) e a escala Insomnia Severity Index (ISI).
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade de Pernambuco (CAAE:
74157017.0.0000.5207). Resultados: dos 420 alunos,
51,4% eram do sexo masculino. A média de idade foi 21,4
anos (DP=3,0). Trezentos e noventa e nove estudantes
(95%) apresentaram cefaleia, 265 (63%) tinham migrânea,
152 (36%) tinham cefaleia do tipo tensional. Dos com
cefaleia, 273 estudantes (68%) tinham insônia (ISI>14)
e dos que não tinham cefaleia, 11 (52%) apresentaram
ISI>14 (teste Exato de Fisher; p = 0,15); 95 (28%) de 340
(81%) migranosos tinham insônia (teste Exato de Fisher;
p < 0,01). Houve uma correlação positiva e signicante
entre a gravidade da insônia e a frequência (p < 0,01),
intensidade (p < 0,01) e impacto da cefaleia (HIT6) (p<
0,01) (correlação de Pearson). Na regressão logística
para Insônia, mantiveram-se no Modelo: Depressão
(p= 0,07); ansiedade (p <0,01) e Maior Impacto das
cefaleias (HIT-6 > 55 pontos). Ajustando um modelo
de regressão logístico para estimar a probabilidade de
Insônia, é possível prever que um estudante universitário
que apresenta depressão, ansiedade e maior impacto
de cefaleia no dia a dia, possui probabilidade estimada
de 58,1% de ter insônia. Conclusão: O maior impacto
das cefaleias está associado à presença de insônia e a
gravidade da cefaleia está correlacionada há uma maior
gravidade da insônia.
Palavras-chave: Insônia. Cefaleia. Estudantes.
EXISTE ASSOCIAÇÃO ENTRE
DEPENDÊNCIA DE INTERNET E CEFALEIAS
NOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS?
CORRÊA RANGEL, Tathiana
1
; FALCÃO RAPOSO, Maria Cristina
2
;
SAMPAIO ROCHA FILHO, Pedro Augusto
3
1
Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia aplicada à Neurologia
Infantil. Mestre em Ciências Fisiológicas. Pós-Graduanda em
Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento, Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, Brasil. Professora Assistente do
Departamento de Fisioterapia da Universidade de Pernambuco,
Petrolina, Pernambuco, Brasil
2
Estatística. Mestre em Estatística. Doutora em Economia.
Professora Associada do Departamento de Estatística da
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil
3
Médico Neurologista. Professor Adjunto de Neurologia,
Departamento de Neuropsiquiatria, Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, Brasil; Ambulatório de Cefaleias, Hospital
Universitário Oswaldo Cruz, Universidade de Pernambuco,
Recife, Brasil.
Endereço para correspondência: Pedro Augusto Sampaio
Rocha Filho. Rua: General Joaquim Inácio, 830, Sala 1412. Edifício
The Plaza Business Center, Recife, Pernambuco, Brasil. CEP:
50070-270. E-mail da autora e apresentadora: tathiana.rangel@
upe.br
INTRODUÇÃO: Os estudantes universitários são
submetidos a uma constante tensão no ambiente
acadêmico. Isto pode ser um fator desencadeador de
diversas doenças. As cefaleias têm alta prevalência entre
estes estudantes e pode prejudicar o seu desempenho
acadêmico. Estes estudantes são grupo de risco para
o desenvolvimento de dependência de internet. Essa
dependência inuência nas condições físicas, no
comportamento emocional e na qualidade de vida dos
jovens. OBJETIVOS: avaliar se as cefaleias e insônia
possuem associação com a dependência de internet.
MÉTODOS: estudo transversal com alunos matriculados
nos cursos de Medicina, Engenharia Civil e Administração
da Universidade de Pernambuco. Foram sorteados 420
alunos de forma estraticada por curso. Utilizou-se um
questionário contendo informações sobre caracterização
social, hábitos de vida, comportamento diante dos
episódios de cefaleia, instrumento de caracterização de
cefaleias, o Headache Impact Test (HIT-6), o Hospital
Anxiety Depression Scale (HAD), a escala de Insomnia
Severity Index (ISI) e a escala de Internet Addiction Test
(IAT). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade de Pernambuco (CAAE:
74157017.0.0000.5207). RESULTADOS: dos 420 alunos,
51% eram do sexo masculino. A média de idade foi 21,4
anos (DP=3,0). Trezentos e noventa e nove estudantes
(95,0%) apresentaram cefaleia, 265 (63%) tinham
migrânea, 152 (36%) tinham cefaleia do tipo tensional. 84
(20%) apresentaram dependência de internet (IATχ50
pontos) e 95 (23%) apresentaram insônia (ISI>14).
Na regressão logística para dependência de internet,
mantiveram-se no Modelo: ansiedade (p< 0,01); insônia
(p< 0,01) e migrânea com aura (p = 0,07). Um estudante
universitário que apresenta migrânea com aura,
ansiedade e insônia possui uma probabilidade de 50%
de ter dependência de internet. Houve uma correlação
positiva e signicante entre o grau de dependência de
internet (IATχ50) e a frequência (p= 0,04) e impacto
da cefaleia (HIT-6) (p < 0,01) (correlação de Pearson).
CONCLUSÃO: A ansiedade, insônia e migrânea com
aura estão associadas à dependência da internet. O grau
de dependência da internet esta correlacionado à uma
maior gravidade das cefaleias.
Palavras-chave: Cefaleia. Internet. Estudantes.
Universidade.
ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA E ALTMÉTRICA
DOS 15 ARTIGOS MAIS CITADOS
SOBRE CEFALEIA E DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
REZENDE, Tatiana Goldsmid Galvão Prota
1
; MENDES, Flávia
Maria Ferreira
2
; STUGINSKI-BARBOSA, Juliana
3
1
Cirurgiã-Dentista pela UNITAU, Mestre, Especialista em
Ortodontia – CTA (Centro Tecnológico Aero Espacial) em São
José dos Campos, Especialista em DTM e Dor Orofacial, Bauru
Orofacial Pain Group / Instituto de Ensino Odontológico de
Bauru (IEO – Bauru), Doutoranda em Biopatologia Oral ICT –
UNESP campus São José dos Campos.
2
Cirurgiã-Dentista pela Universidade Federal do Paraná,
Especialista em Prótese Dentária pelo SOEPAR (Sindicato dos
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
125
Odontologistas do Paraná), Especialista em DTM e Dor Orofacial,
Bauru Orofacial Pain Group / Instituto de Ensino Odontológico
de Bauru (IEO – Bauru), Mestranda em Clínica Integrada com
ênfase em DTM e Dor Orofacial Universidade Positivo.
3
Cirurgiã-Dentista pela FORP-USP, Doutora em Ciências
Odontológicas pela FOB-USP, Professora de pós graduação
do Instituto de Ensino Odontológico de Bauru (IEO-Bauru),
UNIAVANTIS / Bauru Orofacial Pain Group.
Contato com autor: Rezende, Tatiana Goldsmid Galvão Prota
E-mail: tatianagalvaodentista@gmail.com
Endereço: Rua Marquês do Herval, 449. Centro, Taubaté – SP.
CEP:12.080-250.
Introdução: O número de citações de artigos tem sido
usada para medir os resultados cientícos. No entanto,
com o surgimento das mídias sociais, as pontuações
altmétricas podem fornecer uma ferramenta de
avaliação alternativa e avaliar o engajamento do público
em geral e pesquisadores aos artigos cientícos.
Objetivo: O objetivo do estudo foi identicar e analisar
os 15 artigos mais citados na literatura sobre Cefaleia e
Disfunção Temporomandibular (DTM) e observar seus
escores altmétricos nos últimos 5 anos. Métodos: Foi
realizada uma pesquisa bibliométrica no site Web of
Science acerca dos 15 artigos mais citados na literatura
relacionados com Cefaleia e DTM publicados nos
últimos 5 anos (janeiro de 2014 a janeiro de 2019). Após
isso, os artigos foram analisados através da ferramenta
Altmetric Explorer. Toda a coleta foi realizada em um
mesmo dia (agosto/2019). Foram incluídos apenas
estudos com desenho observacional, realizados em
humanos. Os artigos foram revisados e selecionados por
dois pesquisadores independentes e um terceiro denia
caso houvesse alguma controversa. Foram coletadas
as variáveis: número de citações, revistas com fator de
impacto, tipo de estudo, ano de publicação e escore
altmétrico. Resultados: O artigo mais citado dentre os
15 selecionados recebeu 19 citações e o menos citado
1. A média de citações foi 5,44,98. Os 15 artigos mais
citados foram publicados em 12 revistas diferentes,
sendo o Journal of Headache and Pain, onde os dois
artigos de maior número de citações foram publicados.
Duas revistas não apresentaram fator de impacto pelo
Journal of Citation Reports (JCR). Entre as demais, o
fator de impacto variou entre 0,818 a 6,029, com média
2,3431,621. 40% dos trabalhos foram produzidos no ano
de 2017 em 8 países diferentes, sendo que o Brasil foi
o país com o maior número de artigos (n=5, 33,3%). O
escore da altmetria (Altimetric Attention Score) variou
entre 0 a 32, com média 8,7811,81. O Twitter foi a rede
com maior impacto neste escore e mais utilizada pelos
autores de países da Europa. Os autores brasileiros
praticamente não utilizaram este recurso. Ainda, todos
os trabalhos foram compartilhados pelo Mendeley, e os
mais lidos foram também os produzidos pelos europeus.
Não houve correlação signicativa entre o escore da
altmetria e o número de citações do artigo. Entretanto,
entre os 4 artigos com maior numero de citações, dois
apresentaram o maior escore para altmetria, ambos
de autores espanhóis. Conclusão: O estudo reete o
papel emergente das mídias sociais na disseminação de
pesquisas sobre cefaleia e DTM. Apesar de ser o país
com a maior produção na área, entre os mais citados,
neste trabalho os autores brasileiros foram os menos
citados nas redes sociais.
Palavras-chave: Temporomandibular Disorders,
Headache, Temporomandibular Joint.
CEFALEIA PÓS TRAUMÁTICA COM
SINTOMAS AUTONÔMICOS ATRIBUÍDA A
DOR MIOFASCIAL CERVICAL: RELATO DE
CASO
OLIVEIRA, Welber Sousa
1
; SIEGA, Marcio Rafael de Araújo
2
;
OLIVEIRA, Dayanne Rodrigues da Cunha Alves Bento
3
1
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba,
Neurologista pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
Clínica Modula Dor;
2
Graduado em Medicina e Neurologista pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Clínica Modula Dor
3
Graduada em Medicina na Universidade de Uberaba,
Neurologista pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
Clínica Modula Dor
Contato com autor: Oliveira, Welber Sousa
E-mail: welber.neuro@hotmail.com
Endereço residencial: SQN 211, bloco I, apto 409, CEP 70863-
090, Brasília, DF;
Introdução: As cefaleias atribuídas ao traumatismo
cranioencefálico e/ou cervical estão entre os tipos
mais comuns de cefaleias secundárias, e podem
apresentar as características de qualquer uma das
cefaleias primárias. As cefaleias trigeminoautonômicas
partilham as características clínicas de serem unilaterais
e com sinais autonômicos parassimpáticos cranianos
exuberantes, que são também lateralizados e ipsilaterais
a dor. Objetivo: Descrever o quadro clínico de paciente
com cefaleia pós traumática, com características
trigeminoautonômicas, atribuída a dor miofascial
cervical. Métodos: Apresentamos o relato de caso de
paciente masculino, 26 anos, sem queixas de cefaleia até
os 14 anos, quando sofreu acidente de moto com perda
da consciência no local. Permaneceu em observação e
teve alta no mesmo dia. No dia seguinte acordou com
dor hemicrania esquerda, pulsátil, que irradiava para
cervical ipsilateral. Associada com lacrimejamento,
congestão nasal, plenitude auricular e alodínia em
hemiface ipsilateral. Apresenta congestão nasal a
esquerda continuamente. No momento da dor, ela piora
com movimentação cervical, porém nega cervicalgia
intercrises. Apresenta também fotofobia, náusea e
vômitos associados. É extremamente incapacitante. Sua
duração é de até 12 horas. A dor pode melhorar com
sumatriptano via oral ou dipirona, porem leva o paciente
ao pronto socorro na maioria das vezes para medicação
endovenosa (analgésicos simples, antiinamatórios
e corticoesteróides). Nega melhora com oxigênio ou
sumatriptano nasal. Apresentou raros episódios a direita.
A dor foi diária desde o início por 4 anos, de intensidade
leve, sendo intensa 1 à 2 vezes por mês. Reduziu em
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
126
frequência de forma espontânea para 1 vez por mês
até que há 6 anos voltou a apresentar mais frequente
(2 vezes por semana), de forte intensidade. Principal
desencadeante é o estresse. Foi refratária a diversas
terapias proláticas prévias: topiramato, valproato,
amitriptilina, propranolol, ciclobenzaprina e série de
8 bloqueios de nervos occiptais. Todas sem melhora
evidente. Desde a primeira crise álgica, as características
da dor não mudaram. Ao exame físico evidenciado ponto
gatilho no músculo levantador da escápula esquerda
com dor referida em região temporal esquerda, além de
alodínia em nervo supraorbitário e temporal ipsilateral.
Apresenta exames de imagem encefálica e estudo
vascular prévios sem alterações e ressonância magnética
de coluna cervical com pequenas protrusões discais.
Resultados: Realizado agulhamento a seco de ponto
gatilho com melhora imediata de alodínia e congestão
nasal ipsilateral. Paciente estava sem dor no momento
da consulta. Foi prescrito sioterapia motora, compressa
morna local e emplastro de lidocaína 5%. Paciente evoluiu
com redução signicativa da frequência e intensidade
das crises, além de alivio da congestão nasal que era
continua. Nas poucas crises álgicas que apresentou, teve
resolução total apenas realizando compressa e aplicação
do emplastro. Conclusões: O caso descrito reforça a
importância do exame físico e cefaliátrico completo
na avaliação de cefaleias. O achado de ponto gatilho
ativo no músculo levantador da escápula, seguido
por tratamento direcionado, minimamente invasivo,
melhorou signicativamente a qualidade de vida do
paciente. A clínica também revisa a descrição teórica,
e às vezes desconhecida, de que a síndrome dolorosa
miofascial pode associar-se a sintomas autonômicos.
Palavras-chave: Cefaleia Pós-Traumática. Cefalalgias
Autonômicas do Trigêmeo. Pontos-Gatilho. Dor
Miofascial.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS
ENXAQUECAS NO ESTADO DA BAHIA
SOUSA RIBEIRO, Lívia
1
; ARAÚJO SANTOS, Karolayne
2
; SOUSA
RIBEIRO, Lara
3
1
Discente do curso de medicina do Centro de Ciências da Saúde
da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
2
Discente do curso de medicina do Centro Universitário das
Américas (FAM).
Contato com autor: Sousa Ribeiro, Lívia
E-mail: sribeirolivia@gmail.com
Rua Araci, 120. Bairro Jardim Cruzeiro. Feira de Santana – Bahia.
CEP: 44024-252.
Introdução: A enxaqueca caracteriza uma doença
primária do cérebro e consiste em uma forma de cefaleia
neurovascular. Ela pode ser desencadeada por fatores
intrínsecos ou extrínsecos, uma vez que o indivíduo
acometido possui limiar baixo a certas exposições,
o que conduz a eventos que culminam na dor. De
acordo com a classicação da International Headache
Society, a enxaqueca enquadra o grupo de cefaleias
primárias e tem potencial incapacitante. De acordo com
a literatura, as mulheres são as mais afetadas por essa
condição. No que tange a idade, há uma alta prevalência
associada aos indivíduos adultos jovens. Em relação à
cor de pele, há discordância entre os estudos. Alguns
levantam baixa prevalência associada ao tom de pele
branco. Por sua vez, outros armam não haver essa
relação. Sendo assim, o presente estudo foi levantado
em decorrência da relevância que a enxaqueca tem
no cenário da neurologia clínica – uma vez que é uma
doença incapacitante – e do baixo número de estudos
epidemiológicos no estado da Bahia sobre o tema.
Objetivo: Identicar a epidemiologia relacionada a taxa
de internação por enxaqueca e outras síndromes de
algias cefálicas a cada 10 mil internações no estado da
Bahia, compreendendo o período de janeiro de 2009 a
julho de 2019. Métodos: O estudo baseou-se em dados
disponibilizados no Departamento de Informações sobre
Morbidade do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os
dados foram analisados a partir de três variáveis: faixa
etária, sexo e cor. Resultados: No período supracitado,
ocorreram 2.883 internações por enxaqueca e outras
síndromes de algias cefálicas no estado da Bahia. Isso
corresponde a uma média de 3,2 internações a cada 10
mil internações totais. Os resultados encontrados ainda
apontaram o predomínio das internações por cefaleia e
demais algias cefálicas em indivíduos do sexo feminino,
sem identicação de cor, faixa etária de 20 a 29 anos.
Conclusão: A partir dos dados, é possível perceber que
há uma taxa signicativa de internações por enxaqueca
e outras síndromes de algias cefálicas no estado da
Bahia e que os mesmos corroboram com os achados da
literatura. Para além disso, levantam a discussão sobre
a necessidade de investigação acerca da causalidade
dessas predominâncias epidemiológicas. Dessa forma,
será possível direcionar ações de prevenção e cuidado
ao público mais afetado.
Palavras-chave: Enxaqueca. Epidemiologia. Cefaleias
primárias.
EFICÁCIA DE ESTIMULAÇÃO
TRANSCRANIANA POR CORRENTE
CONTÍNUA E ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA
TRANSCRANIANA PARA DOR CRÔNICA
OROFACIAL: REVISÃO SISTEMÁTICA
FERREIRA, Natália
1
,
2
; JUNQUEIRA, Ygor
3
; FONSECA, Estevão
1
,
3
;
MAGINI Marcio
4
; FIDALGO KS, Tatiana
5
; FERREIRA MTP,
Daniele
6
; DOSSANTOS, Marcos
1
,
2
1
Laboratório de Morfogênese Celular (LMC), Instituto de Ciências
Biomédicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, Brasil.
2
Programa de Pós-Graduação em Radiologia, Faculdade de
Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Brasil.
3
Acadêmico de Medicina, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Macaé, Rio de Janeiro, Brasil.
4
Laboratório de Análise e Processamento de Sinais, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Campus Macaé, Macaé, Rio de Janeiro,
Brasil.
5
Departamento de Odontologia Preventiva e Comunitária,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil,
10(3).indb 126 21/10/2019 18:53:50
S127
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
127
6
Biblioteca do Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
Contato com autor: Marcos dos Santos
E-mail: santosmfh@gmail.com, ygornjunqueira@gmail.com
R. Cláudio Ferreira Gonçalves, 420, apto 104 – 27930660 –
Macaé/RJ.
Introdução: Estimulação Transcraniana por Corrente
Contínua (ETCC) e Estimulação Magnética Transcraniana
(EMT) têm sido descritas como alternativas promissoras
no tratamento de diferentes síndromes dolorosas.
Objetivo: Avaliar os efeitos da TMS e ETCC no
tratamento da dor crônica orofacial, através de uma
revisão sistemática. Métodologia: Foi realizada uma
busca eletrônica nas principais bases de dados:
MEDLINE, Scopus, Web of Science, Cochrane, Embase,
LILACS, BBO, Open Grey e CINAHL. Os critérios de
elegibilidade incluíram ensaios clínicos randomizados
(RCTs) envolvendo TMS ou ETCC para tratar dor crônica
orofacial. As variáveis analisadas foram dor, limitação
funcional, qualidade de vida, tolerância ao tratamento,
alterações somatossensoriais e efeitos adversos. O risco
de viés foi avaliado através da ferramenta Cochrane
Collaboration, e o grau de evidência foi avaliada através
do GRADE. O protocolo foi registrado na plataforma
PROSPERO (CRD42018090774). Resultados: A busca
eletrônica resultou em 636 estudos. Os critérios de
elegibilidade foram aplicados e as duplicatas removidas,
resultando em oito RCTs (quatro TMS e quatro ETCC).
Os achados sugerem que a EMTr aplicada ao córtex
motor (M1), ao córtex pré-frontal dorsolateral (DLPFC) e
ao córtex somatossensorial secundário (S2) proporciona
alívio adequado da dor orofacial. Dois estudos relataram
melhora signicativa da dor com ETCC aplicada sobre
M1, enquanto os outros dois não demonstraram efeitos
signicativos em comparação ao placebo. Conclusões:
A EMTr, aplicada a M1, DLPFC ou S2 é uma abordagem
promissora para o tratamento da dor crônica orofacial.
Além disso, a ETCC em M1 parece também ser
ecaz no tratamento da dor orofacial crônica. Os
estudos incluídos utilizaram uma ampla variedade de
protocolos terapêuticos. Além disso, a maioria utilizou
amostras pequenas, com alto risco de vieses em suas
metodologias, produzindo baixa qualidade de evidência.
Os resultados indicam que mais pesquisas devem ser
realizadas com cautela e com protocolos terapêuticos
melhor padronizados.
Keywords: Estimulação Transcraniana por Corrente
Contínua. Estimulação Magnética Transcraniana. Dor
Orofacial. Estimulação Cerebral Não Invasiva. Dor
Crônica.
10(3).indb 127 21/10/2019 18:53:50
S128
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
128
CEFALEIA HÍPNICA COMO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DAS CEFALEIAS NOTURNAS
MIRANDA, Tatiana Lins de
1
; HAMMERLE, Mariana Beiral
1
;
BOTELHO, Daiane Vieira
1
; SOUZA, Gabriela Antunes Martins
de; LOPES, Gabriela Regina Accioly de Amorim
1
; BREDER,
Raphael
1
; BRAUNE, Caroline Bittar
1
1
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Contato com autor: Miranda, Tatiana Lins de
Email: tatianaldemiranda@gmail.com
Rua Mariz e Barros, 470, apartamento 808, Tijuca, Rio de Janeiro-
RJ. CEP: 20270 001.
Introdução: A cefaleia hípnica é uma cefaleia idiopática,
rara, que ocorre exclusivamente durante o sono e é
mais comum em idosos. Sua incidência é incerta, mas
é estimada em 0.07% a 0.1% entre todos os tipos de
cefaleia. A maioria dos episódios de dor é de intensidade
leve a moderada, com remissão espontânea em algumas
horas, porém, alguns pacientes apresentam crises mais
prolongadas, com necessidade de tratamento. Algumas
opções são lítio, cafeína, indometacina e melatonina.
Objetivo: relatar caso de cefaleia noturna diagnosticada
como hípnica a partir da história e de prova terapêutica.
Métodos: revisão de prontuário e análise de exames
complementares de paciente acompanhada em
ambulatório de neurologia. Resultados: Paciente do sexo
feminino, de 78 anos, brasileira, procura o ambulatório
de neurologia com queixa de cefaleia temporal direita de
forte intensidade, que a despertava na madrugada, há
um ano. A dor possuía característica latejante, associada
à fotofobia, com duração de poucas horas e ocorria,
exclusivamente, durante o sono, de madrugada. Negava
paresia, parestesia, náuseas, vômitos, alterações visuais
e sintomas trigeminais. A cefaleia ocorria diariamente e
havia relato de melhora após uso de analgésico, ou após
ingestão de uma xícara de café. Como antecedentes
pessoais, havia hipertensão arterial sistêmica, diabetes
mellitus, hipotireoidismo, asma brônquica e doença
renal crônica em tratamento conservador. O exame
físico neurológico, fundo de olho e tomograa de crânio
eram normais. A polissonograa evidenciou apneia do
sono leve e a única alteração laboratorial foi um VHS
de 49mm/h (referência até 20). Após suspeita clínica
de cefaleia hípnica, foi iniciada prova terapêutica com
melatonina em dose noturna diária de 3 mg, obtendo-
se resolução completa do quadro. Conclusões: A opção
de iniciar melatonina como tratamento prolático foi
baseada pela baixa possibilidade de efeito adverso
numa paciente com múltiplas comorbidades. A droga
se mostrou efetiva, com resolução completa das crises.
Após algumas semanas, a melatonina foi suspensa em
nova prova terapêutica e as crises de cefaleia retornaram.
A paciente manteve-se, então, com o uso diário da
terapia prolática. Apesar de rara, a cefaleia hípnica
pode estar presente nos ambulatórios de neurologia
e o conhecimento dessa condição é imprescindível
para a suspeita diagnóstica e realização do tratamento
adequado.
Palavras-chave: Cefaleia. Dor. Cafeína.
POSTER
CEFALEIA E QUALIDADE DE VIDA: UMA
APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO
SILVA, Inayara Jade Nunes
1
; AZEVEDO, Thaís Emmanuelle Silva
Santiago de
2
1
Graduação em Medicina - Universidade Potiguar/Laureate
International Universities. Unidade Básica de Saúde Dr. Cleodon
Carlos de Andrade. Médica da Estratégia Saúde da Família pelo
Programa Mais Médicos no município de Pau dos Ferros/RN.
2
Graduação em Nutrição - Universidade Potiguar/Laureate
International Universities. Pós-graduação na modalidade
Residência Multiprossional em Atenção Básica, Saúde da
Família e Comunidade – Universidade Estadual do Rio Grande
do Norte. Pós-graduação em Nutrição Clínica Avançada -
Universidade Potiguar/Laureate International Universities.
Nutricionista e Coordenadora do Núcleo Ampliado em Saúde da
Família – NASF no município de Doutor Severiano/RN.
Contato com autor: Silva, Inayara Jade Nunes
Email: jadeinayara@gmail.com
Endereço: Rua Vicente Fernandes, 12. Bairro Cohab. Pau dos
Ferros/RN. CEP 59900-000.
Introdução: As cefaleias são comorbidades que vem
crescendo em número a população adulta acometida e
reduzindo a qualidade de vida da mesma. Elas, de modo
geral, apresentam um arsenal de medidas preventivas, mas
não ecazes a todos. Objetivo: O objetivo deste trabalho é
abordar, em um determinado grupo de pessoas com dores
de cabeça constantes, a inuência e o impacto dos hábitos
alimentares e físicos nesse sintoma, para, então, formular
medidas preventivas para esse público. Métodos: Para tanto,
como metodologia, utilizou-se a elaboração e aplicação
de um questionário, com nove perguntas, relativo a esse
sintoma, para 100 adultos jovens com cefalalgia crônica,
residentes em um bairro carente da cidade de Pau dos
Ferros – RN. Resultados: Quanto aos hábitos alimentares,
os resultados mostraram que 66% relatam não ter ainda
percebido relação da dieta com a cefaleia, 12% armam que
não inuência e 22% referem que tem. Dentre estes, 45%
relatam piora ao ingerirem alimentos gordurosos e enlatados,
100% alimentos ricos em açúcar, 95% chocolate e 41%
alguma fruta, destacando a melancia. Referente ao exercício
físico, 41% são sedentários e dentre os 59% ativos 66%
relatam que a atividade física piora essa patologia quando
ela já está presente, enquanto 44% melhoram das dores se
zer algum exercício durante a dor de cabeça. Conclusão:
Estes resultados mostram que nem toda cefalalgia está
relacionada diretamente aos hábitos dietéticos. e físicos,
contudo, há muitas pessoas que não sabiam da possibilidade
dessa associação e, por isso, não atentavam para tal tema
no seu dia-a-dia. Quanto aos que percebem essa relação, o
25 de outubro | quinta-feira | 15h às 16h
10(3).indb 128 21/10/2019 18:53:50
S129
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
129
açúcar é o produto mais relacionado à dor. E que nem todo
exercício durante a crise leva à piora do quadro. Desse modo,
é necessário atuar junto a essa população, assim, foi ofertado
e realizado um dia de palestras ministradas por um médico
da Estratégia Saúde da Família na unidade de saúde do
bairro, orientando-os e ensinando-os sobre medidas básicas,
alimentares e físicas, que podem reduzir o número de crises
e beneciar a melhoria da qualidade de vida.
Palavras-chave: Cefalalgia. Estratégia Saúde da Família.
Hábitos dietéticos.
INFLUÊNCIAS DO CONSUMO ALIMENTAR
NA PREVALÊNCIA DE ENXAQUECA
AZEVEDO, Thaís Emmanuelle Silva Santiago de
1
; SILVA, Inayara
Jade Nunes
2
1
Graduação em Nutrição - Universidade Potiguar/Laureate
International Universities. Pós-graduação na modalidade
Residência Multiprossional em Atenção Básica, Saúde da
Família e Comunidade – Universidade Estadual do Rio Grande
do Norte. Pós-graduação em Nutrição Clínica Avançada -
Universidade Potiguar/Laureate International Universities.
Nutricionista e Coordenadora do Núcleo Ampliado em Saúde da
Família – NASF no município de Doutor Severiano/RN.
2
Graduação em Medicina - Universidade Potiguar/Laureate
International Universities. Unidade Básica de Saúde Dr. Cleodon
Carlos de Andrade. Médica da Estratégia Saúde da Família pelo
Programa Mais Médicos no município de Pau dos Ferros/RN.
Contato com autor: Silva, Inayara Jade Nunes
Email: jadeinayara@gmail.com
Endereço: Rua Vicente Fernandes, 12. Bairro Cohab. Pau dos
Ferros/RN. CEP 59900-000
Introdução: A enxaqueca é uma desordem neurológica,
caracterizada por episódios de dor de cabeça intensa
e persistente, decorrente de diversos gatilhos – como
alterações hormonais, problemas imunológicos e
doenças existentes. De forma que, tanto o consumo
quanto o comportamento alimentar exercem inuência
direta ou indireta no desencadeamento ou na prevenção
das crises dessa enfermidade. Objetivo: Analisar o papel
da alimentação e da nutrição na prolaxia e no tratamento
dessa cefaleia. Métodos: O presente estudo tem caráter
descritivo e constitui de uma análise exploratória com
levantamento bibliográco retrospectivo, utilizando-se
os dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com
base em uma revisão da literatura. Resultados: Uma
alimentação saudável e equilibrada age na prolaxia
diminuindo a frequência e a intensidade da dor,
enquanto o consumo de carboidratos renados (a base
de açúcares e farinhas brancas) e um grande intervalo
entre as refeições são responsabilizados como fatores
desencadeantes das crises. Outros causadores são
o consumo de bebidas alcoólicas, chocolate, queijos
amarelos, frutas cítricas, embutidos, frituras, chás,
refrigerantes a base de cola, sorvetes, aspartame e
glutamato monossódico, ou seja, alimentos em sua
maioria industrializados e com alto teor de conservantes,
corantes e aditivos químicos de uma forma geral. Ainda,
produtos alimentares como gengibre e nutrientes como
magnésio, vitamina B2 e coenzima Q10 são apontados
como alternativas ecazes na prolaxia da enxaqueca,
bem como a utilização de alimentos ricos em vitamina
D, uma vez que um recente estudo realizado com
pacientes que apresentavam sintomas recorrentes
da migrânea mostrou que o aumento nos níveis de
vitamina D promoveu redução no tempo das crises. Para
enfatizar essa importância, um estudo que envolveu o
consumo de ômega 3 e curcumina (composto bioativo
da curcuma longa) mostrou redução nas concentrações
de marcadores inamatórios em pacientes que
apresentavam essa hemialgia, indicando um possível
benefício neste contexto. Além disso, um consumo
regular de alimentos fontes de vitaminas do complexo
B também são importantes, visto que o adequado
consumo de folato nestas condições pode reduzir a
frequência dos episódios da dor. A riboavina é outra
vitamina que ganha destaque, sendo correlacionada
com redução da enxaqueca e suas consequências,
de forma segura. Vale ressaltar que a sinergia entre
as vitaminas do complexo B é um fator para otimizar
os resultados, e podemos encontrar esse grupo de
nutrientes em frutas, verduras, legumes, cereais integrais
e oleaginosas. Conclusão: Ainda que seja grande o
número de drogas empregadas no tratamento agudo e
preventivo dessa cefalalgia, muitas vezes elas não são
totalmente ecazes sem modicações no estilo de vida
e comportamento alimentar do paciente, uma vez que
alguns estudos já evidenciam a relação entre estado
nutricional e migrânea. Tais estudos demonstram que a
prevalência desta enfermidade aumenta tanto entre as
pessoas desnutridas quanto entre as obesas, e seu baixo
índice prevalece em pacientes com Índice de Massa
Corpórea dentro dos padrões (eutroa). Dessa forma,
uma abordagem multiprossional se faz necessária
com vistas a avaliar e orientar os possíveis fatores
desencadeantes das crises.
Palavras-chave: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Coenzima Q10. Curcumina. Índice de Massa Corpórea.
PRINCIPAIS CEFALEIAS E SUAS
REPERCUÇÕES NAS ATIVIDADES DIÁRIAIS
SILVA
1
, Inayara Jade Nunes. AZEVEDO
2
, Thaís Emmanuelle
Silva Santiago de;
1
Graduação em Medicina - Universidade Potiguar/Laureate
International Universities. Unidade Básica de Saúde Dr. Cleodon
Carlos de Andrade. Médica da Estratégia Saúde da Família pelo
Programa Mais Médicos no município de Pau dos Ferros/RN.
2
Graduação em Nutrição - Universidade Potiguar/Laureate
International Universities. Pós-graduação na modalidade
Residência Multiprossional em Atenção Básica, Saúde da
Família e Comunidade – Universidade Estadual do Rio Grande
do Norte. Pós-graduação em Nutrição Clínica Avançada -
Universidade Potiguar/Laureate International Universities.
Nutricionista e Coordenadora do Núcleo Ampliado em Saúde da
Família – NASF no município de Doutor Severiano/RN.
Contato com autor: Silva, Inayara Jade Nunes
Email: jadeinayara@gmail.com
10(3).indb 129 21/10/2019 18:53:50
S130
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
130
Endereço: Rua Vicente Fernandes, 12. Bairro Cohab. Pau dos
Ferros/RN. CEP 59900-000.
Introdução: A cefaleia pode se manifestar de diversas
maneiras, contudo, quando intensa, diária e contínua há
um maior prejuízo na execução das atividades diárias,
tanto prossionais, como de lazer, a longo prazo. Essas
pessoas apresentam maiores chances de perder o
controle da sua rotina para a sua própria dor, moldando-
se a ela. Dentre as dores de cabeça mais prevalentes em
indivíduos de 20 a 45 anos ainda são a enxaqueca e a
cefaleia tensional. Objetivo: O objetivo deste trabalho
é destacar, em um grupo de adultos, o período inicial
do aparecimento desse sintoma e as características
da dor, relacionando à automedicação, a procura por
médico especialista e ao impacto na vida de cada um.
Métodos: Como metodologia utilizou-se a produção e
aplicação de um questionário, composto por 6 questões
de múltipla escolha, para 100 pessoas com idade entre a
segunda e quarta década, de diferentes bairros na cidade
de Pau dos Ferros – RN. Resultados: Os resultados
mostram uma predominância em 74% das dores terem
surgido após a vida adulta e não desde a infância.
Sobre à peculiaridade de cada crise, 49% armam ser
essencialmente frontal, bilateral, em aspecto de aperto,
não acompanhada de outros sintomas e apenas 16%
frontal associada à periorbitária e 26% holocraniana
com destaque maior no lobo occipital. Enquanto 34%
referiram ser substancialmente hemicraniana, com
predomínio da unilateralidade à direita, em aspecto de
pulsação ou pontada, com náuseas e, por vezes, vômitos
associados. Quando em crise, 74% ingerem medicações
sem orientação médica, 17% com supervisão e 9%
buscam outros meios para aliviar, como o repouso. Dos
100 participantes, 64% nunca se consultaram com o
neurologista ou zeram ressonância ou tomograa do
crânio, 8% apenas haviam sido submetidos a algum
desses exames, 8% só foram ao especialista, enquanto
apenas 20% já haviam realizado esses dois quesitos.
E, relacionado à repercussão dessa comorbidade no
cotidiano, 89% não se veem satisfeitos e felizes se daqui
há alguns anos estivessem com a mesma intensidade
e frequência da dor de hoje. Conclusão: Estes dados
mostram que a cefaleia, nessa faixa etária, está muito
relacionada ao início ou à piora após os 20 anos de idade,
destacando que os fatores ambientais, como os hábitos
de vida, e a epigenética, também são responsáveis pelo
seu aparecimento. Ademais, reitera que a enxaqueca,
sendo mais unilateral e associada a outros sintomas,
e a tensional, mais bilateral geralmente sem sintomas
associados são as mais frequentes, considerando que o
público que referiu essas características não apresenta
alterações em exame de imagem do crânio. Por m,
explana que a maioria, mesmo com crises intensas e
continuas, nunca recorreu ao médico, seja para tratar
os sintomas e descartar outras causas, sendo enorme o
número de automedicação e de insatisfação com a vida
pela repercussão da cefaleia em suas vidas. Fato esse
que mostra necessária e urgente ações que expliquem a
importância de tal procura e tratamento assistido, pois,
assim estarão mais perto de uma vida satisfatória sem
ou com menos dor.
Palavras-chave: Cefaleia tensional. Enxaqueca.
Epigenética. Holocraniana. Hemicraniana.
MIGRÂNEA E ANSIEDADE PATOLÓGICA:
UM RELATO DE CASO
SILVA
1
, Inayara Jade Nunes. AZEVEDO
2
, Thaís Emmanuelle
Silva Santiago de;
1
Graduação em Medicina - Universidade Potiguar/Laureate
International Universities. Unidade Básica de Saúde Dr. Cleodon
Carlos de Andrade. Médica da Estratégia Saúde da Família pelo
Programa Mais Médicos no município de Pau dos Ferros/RN
2
Graduação em Nutrição - Universidade Potiguar/Laureate
International Universities. Pós-graduação na modalidade
Residência Multiprossional em Atenção Básica, Saúde da
Família e Comunidade – Universidade Estadual do Rio Grande
do Norte. Pós-graduação em Nutrição Clínica Avançada -
Universidade Potiguar/Laureate International Universities.
Nutricionista e Coordenadora do Núcleo Ampliado em Saúde da
Família – NASF no município de Doutor Severiano/RN.
Contato com autor: Silva, Inayara Jade Nunes
Email: . jadeinayara@gmail.com
Endereço: Rua Vicente Fernandes, 12. Bairro Cohab. Pau dos
Ferros/RN. CEP 59900-000.
Introdução: A migrânea ou enxaqueca é uma das
cefaleias mais prevalentes no mundo, chegando a ocupar
até a décima nona posição, dentre todas as doenças
incapacitantes, no ranking da Organização Mundial de
Saúde. No Brasil, acomete mais mulheres que homens e
frequentemente possui história familiar direta positiva e
relação com o estresse emocional. Apresenta diagnóstico
clínico e consiste em crises recorrentes com fases
variáveis, como, sintomas premonitórios, aura, cefaleia,
sintomas associados e fase de recuperação. Objetivo: O
objetivo desse trabalho é, através da explanação de um
caso clinico, destacar a sintomatologia e a associação
com o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Métodos: Como metodologia, utilizou-se um relato de
caso de uma paciente do sexo feminino, da cidade de
Pau dos Ferros – RN. Resultados: I.N.G.S., 26 anos, com
cefaleia desde o sexto ano de vida, de caráter unilateral,
principalmente à direita, pulsátil, sempre com náuseas,
foto e fonofobia e, ocasionalmente, com vômitos e
duração de cerca de 24 horas. Desde criança a cefaleia
era precedida por alterações visuais do tipo escotomas
cintilantes, típica da fase de aura, e apresentava
intensidade moderada, contudo, a partir dos 22 anos,
passou a ser alta e resistente a analgésicos. Tal idade
coincidiu com uma frequência de crises 5 dias na semana,
prejuízo nas tarefas diárias e o m de uma alimentação
inadequada, rica em massas, enlatados, ácidos e frituras.
A partir de então buscou tratamento com neurologista,
nutricionista e educador físico, chegando a fazer uso
por cerca de 3 meses de cada uma dessas medicações
em dose terapêutica, uma por vez e nessa sequência:
amitriptilina, nortriptilina, vertix, depakote XR, topiramato
e propranolol, contudo, com nenhuma obteve melhora.
Após realizar rastreio para diversas comorbidades, sem
10(3).indb 130 21/10/2019 18:53:50
S131
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
131
alguma alteração em testes laboratoriais e de imagens
e apresentando choro fácil, taquicardia, palpitações
e sensação de morte iminente, descrita como agonia
e letargia simultânea, buscou acompanhamento
psiquiátrico, no qual foi diagnosticada com TAG. Dessa
forma, foi prescrito cloridrato de paroxetina 10 mg ao dia
até chegar a 40 mg, prática de musculação diária e dieta
pobre em açúcar e carboidratos. Com essa associação
já obteve melhora dos sintomas físicos relativos à
ansiedade e das enxaquecas, que de 5 dias na semana
reduziram para 5 crises no mês, de leve intensidade,
predominantemente, e moderada apenas no período
pré-menstrual, sensíveis ao uso de antiinamatórios
não esteroidais e naratriptanos. Conclusão: Esse é um
caso que ilustra bem a migrânea com aura, refratária
ao uso crônico de medicações preventivas de primeira
e de segunda linha e que está associada a outras
comorbidades, como a ansiedade patológica e a uma
dieta altamente inamatória aos órgãos. Ademais,
explana que a enxaqueca não necessariamente
apresenta todas as suas fases, e que uma história clínica
minuciosa é primordial para uma conduta ecaz, a qual
deve atuar sob a causa de todas as patologias presentes
e não apenas a dor. Nesse caso, a ansiedade era o
principal desencadeador, que associada aos hábitos de
vida, culminou na cronicidade dessa hemialgia.
Palavras-chave: Escotomas. Naratriptanos. Transtorno
de Ansiedade Generalizada (TAG).
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE CEFALEIA
EM SERVIÇO TERCIÁRIO DA CIDADE DE
SÃO PAULO NO ANO DE 2018
RISO, Ivy Liger
1
; JUNIOR, Julio César Pinto de Souza; QUEIROZ
2
,
Apolônio Peixoto; MASSRUHÁ
3
, Karina Silveira; COSTA
4
, Aline
Turbino Neves Martins
5
; ROCHA, Maria Sheila Guimarães
6
1
Médica formada na Faculdade de Medicina de Jundiaí, atual
Residente do Serviço de Neurologia do Hospital Santa Marcelina
2
Dr. Julio César Pinto de Souza Júnior – Médico formado na
Universidade Federal do Amazonas, atual Residente do Serviço
de Neurologia do Hospital Santa Marcelina
3. Médico formado na Faculdade Pernambucana de Saúde, atual
Residente do Serviço de Neurologia do Hospital Santa Marcelina
4. Estudante de Medicina da Faculdade Santa Marcelina
5. Médica formada pela Universidade de Cuiabá, atual Chefe do
Ambulatório de Cefaléia no serviço de Neurologia do Hospital
Santa Marcelina
6. Médica formada pela Universidade Federal da Paraíba, atual
Chefe do serviço de Neurologia do Hospital Santa Marcelina
Contato com autor: Riso, Ivy Liger
Email: ivyliger@hotmail.com
Endereço: Rua Serra de Bragança, 825 – Apartamento 87A – São
Paulo/SP
Introdução: A cefaléia é um sintoma universal e estima-
se que 95% dos homens e 99% das mulheres terão pelo
menos um episódio ao longo da vida. Trata-se de uma
doença crônica de alto custo pessoal, social e econômico
que frequentemente é tratada como sintoma de pouca
importância inicialmente e sem receber o tratamento
adequado. Objetivo: Avaliar o perl epidemiológico das
cefaleias primárias diagnosticadas e em seguimento em
um serviço terciário da zona leste da cidade de São Paulo.
Métodos: Estudo retrospectivo com coleta de dados de
prontuário informatizado dos pacientes acompanhados
no Ambulatório de Cefaleias do Ambulatório Médico
de Especialidades (AME) - Santa Marcelina de Itaquera,
durante o ano de 2018, que concordaram em participar
via emissão de Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), avaliando somente os pacientes
diagnosticados com cefaleia primária, com idade
compreendida entre 12 e 90 anos, sendo excluídos os
pacientes com cefaleia secundária. Os dados avaliados
foram: gênero, idade, estado civil, escolaridade, religião,
comorbidades associadas, medicamentos de uso
crônico, classicação da cefaleia primária e tratamento
instituído (abortivo e/ou prolático). Resultado:
Foram avaliados 454 pacientes sendo, em sua maioria,
mulheres (81,5%), casadas (40,7%), em idade produtiva
(18 a 60 anos – 72,6%), com baixa escolaridade (entre 8 e
9 anos de estudo – 43%). Das comorbidades prevalentes
encontramos hipertensão arterial sistêmica (39%),
transtornos de humor (18%), doenças cerebrovasculares,
diabetes mellitus e dislipidemia, estes com 12% de
prevalência, entre outras doenças. Tendo como tipo
de cefaleia primária mais prevalente, Migrânea crônica
com aura (52%) seguido por, Migrânea crônica sem aura
(15%), Migrânea esporádica sem aura (13%), Migrânea
esporádica com aura (12%), Migrånea vestibular (9%),
Cefaleias trigeminoautonômicas (3%), sendo que,
do total da amostra, 36% foram diagnosticados com
Cefaleia por Uso Excessivo de Analgésicos não opioides.
O tratamento de primeira linha preconizado atualmente
para migranea crônica foi instituído em 66% dos
pacientes sendo 41% com Åcido Valproico e 25% com
Topiramato, nos demais, 19% realizaram tratamento
com Propranolol, 10% com Amitriptilina, 8% apenas com
orientações quanto ao uso de analgésicos, entre outras
terapias. Conclusão: Conhecer o perl das cefaleias dos
pacientes atendidos em centros terciários pode auxiliar
na elaboração dos processos diagnósticos e terapêuticos
nos níveis de atenção primária e secundária, propiciando
um manejo mais adequado dos casos, além de preparar
e criar medidas estratégicas para o tratamento desta
doença, dada sua alta prevalência e impacto na
qualidade de vida.
Palavras-chave: Cefaleia. Epidemiologia. Prevalência.
Migrânea. Tratamento.
PERFIL DOS PACIENTES COM
MIGRÂNEA CRÔNICA TRATADOS COM
ONABOTULINUMTOXINA – 47 PACIENTES,
113 TRATAMENTOS
KAUP, Alexandre Ottoni
1.
1
Médico neurologista, Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo,
Brasil
Introdução: A migrânea afeta no Brasil 22% das mulheres
e 6% dos homens e estima-se que sua forma crônica
acometa cerca de 2.5 a 5% destes. A migrânea crônica
10(3).indb 131 21/10/2019 18:53:50
S132
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
132
(MC) é caracterizada em pacientes que apresentam
ao menos 15 dias de dor ao mês por pelo menos
3 meses e em ao menos 8 dias do mês a dor possua
características migranosas, de acordo com o item 1.3
do Sistema de Classicação da IHS. A MC apresenta
maiores índices de co-morbidades, uso excessivo de
analgésicos (UEA) e maior incapacidade gerada pela
dor que a forma episódica. Objetivos: Descrever as
características clínicas de 47 pacientes com MC tratados
com Onabotulinumtoxina (OnaBTX), num total de
113 tratamentos. Método: Foram analisados dados de
47 pacientes MC tratados pelo mesmo neurologista
(AOK) entre 2007 e 2019, registrados em prontuário
eletrônico. Dados demográcos e características como
idade de início da migrânea, tempo de MC ao receber
o tratamento com OnaBTX a primeira vez, presença
de uso excessivo de analgésicos (UEA), presença de
co-morbidades, número de tratamentos preventivos
utilizados antes da OnaBTX, presença de dor atribuída
a Disfunção Têmporo Mandibular (DTM) como descrito
no 11.7 do sistema de classicação da IHS. Número de
tratamentos recebidos, presença de efeitos colaterais
ao primeiro tratamento e dose média aplicada também
serão descritos. Resultados: A amostra foi composta
por 38 mulheres e 9 homens. A idade média de início da
migrânea foi de 17.6 anos para toda a amostra, 17.8 para
as mulheres e 16.7 para os homens. Ao receber o primeiro
tratamento com OnaBTX tinham idade média de 45.5
anos, apresentavam MC há 9.4 anos, 85% apresentava
UEA, em média 3.5 co-morbidades estavam presentes,
tendo recebido em média 3.4 tratamentos preventivos
antes do primeiro tratamento com OnaBTX, sendo que
57.4% apresentavam critérios para dor associada a DTM.
O número médio de tratamentos recebidos foi de 2.4
(1 – 14), a dose média de 186.2 unidades. Quanto aos
efeitos colaterais percebidos no primeiro tratamento
72.3% dos pacientes não apresentou nenhum efeito
colateral, 19.1% apresentou dor cervical, 4.2% assimetria
das sobrancelhas, 2.1% ptose da sobrancelha, 2.1% piora
da dor após o tratamento. Do total de 113 tratamentos
efetuados 9 foram realizados com doses entre 50 e
100 unidades, no período pré-PREEMPT, utilizando-se
pontos frontais e temporais, sendo o restante dos 104
tratamentos realizados de acordo com o protocolo
PREEMPT. Conclusões: Nesta amostra de pacientes com
MC a idade média de início da migrânea foi 17.6 anos,
sendo a idade média ao receber o primeiro tratamento
com OnaBTX 45.5 anos. O tempo de MC antes de
receber o primeiro tratamento com OnaBTX foi 9.4.
anos, sendo que estes já haviam recebido em média 3.4
tratamentos preventivos anteriormente. A dose média
aplicada foi de 186.2 unidades e 72.3% dos pacientes não
referiu nenhum efeito colateral ao primeiro tratamento.
O tratamento da MC com OnaBTX se mostra uma
opção segura e com baixo perl de efeitos colaterais
em comparação aos tratamentos preventivos via oral,
mas ainda é utilizado depois de mais de 3 tentativas de
tratamento com preventivos via oral.
Palavras-chave: Onabotulinumtoxina. Migrânea crônica.
PREEMPT.
RINITE ALÉRGICA, IMUNOGLOBULINA E
SÉRICA E INCAPACIDADE POR MIGRÂNEA
EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES:
RELAÇÃO?
FORCELINI
*1
, Cassiano Mateus; PERIN
2
, Bruna Valentina;
DOS SANTOS
3
, Isadora Ferraz; BRACKMANN
3
, Gabriela;
BERNARDON
3
, Lucas Grumann; RAMOS
3
, Matheus;
GRADASCHI
3
, Ricardo Tobias Sartori
1
MD, PhD, Professor, Faculdade de Medicina, Universidade de
Passo Fundo.
2
Médica Residente de Pediatria, Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS), campo de prática Hospital São Vicente de
Paulo (HSVP), Passo Fundo – RS.
3
Acadêmico, Faculdade de Medicina, Universidade de Passo
Fundo (UPF)
Contato com autor: Forcelini, Cassiano Mateus
Email: cmforcelini@gmail.com
Endereço: R. Morom 3271/501, Boqueirão, CEP 99010-035 –
Passo Fundo – RS – Brasil
Introdução: A migrânea é a cefaleia mais comum
em crianças e principal cefaleia causadora de
incapacidade. A rinite alérgica, mediada por
imunoglobulina E (IgE), também tem alta prevalência.
Questiona-se se a rinite alérgica se relaciona com a
incapacidade da migrânea. Objetivos: Comparar
o grau de incapacidade gerado pela cefaleia e os
níveis séridos de IgE em pacientes migranosos com
e sem rinite e/ou rinoconjuntivite alérgica. Métodos:
Estudo observacional transversal aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa local e realizado em
clínica de atendimento neurológico ambulatorial.
Foram incluídas 26 crianças e adolescentes (entre 6
e 18 anos) com diagnósticos de migrânea, com aura
ou sem aura, que não fossem portadores de outras
doenças neurológicas ou de asma, após assinatura de
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos
pais/responsáveis e de Termo de Assentimento pelos
pacientes. Foram aplicadas a escala de incapacidade da
migrânea para a população pediátrica (PedMIDAS) e a
escala de sintomas de rinite alérgica e rinoconjuntivite
alérgica (ISAAC). Amostra de sangue foi obtida por
venopunção para dosagem de IgE (em U/mL) pelo
método de quimioluminescência. A comparação das
medianas foi realizada pelo teste U de Mann-Whitney.
Resultados: Os níveis séricos de IgE foram mais
elevados nos pacientes com rinite alérgica do que
aqueles sem rinite (226 vs. 66; p=0,045), de acordo
com o ISAAC, e houve tendência de serem maiores
naqueles com rinoconjuntivite alérgica em relação aos
que não a tem (226 vs. 110; p=0,091), corroborando
o diagnóstico de atopia. O escore de PedMIDAS foi
maior nos pacientes com rinoconjuntivite alérgica
quando comparado com aquele dos pacientes sem a
atopia (34 vs. 8; p=0,004).Conclusão: Rinoconjuntivite
alérgica relaciona-se com incapacidade da migrânea
em crianças e adolescentes.
Palavras-chave: Migrânea. Rinite alérgica. Rinoconjuntivite
alérgica. Incapacidade. Imunoglobulina E.
10(3).indb 132 21/10/2019 18:53:50
S133
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
133
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE DOR
MIOFASCIAL E CEFALEIAS TRIGÊMINO-
AUTONÔMICAS: RELATO DE UM CASO
CLÍNICO
PADILHA Juliana Homem
1
; BRAIDO Guilherme
2
; GONCALVES
Daniela Aparecida de Godoi
3
1 Graduação em Odontologia pela Faculdade de Odontologia
de Ribeirão Preto (FORP) da Universidade de São Paulo (USP).
Aluna de Mestrado da Faculdade de Odontologia de Araraquara
(FOAr) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(UNESP).
2
Cirurgião-dentista graduado pela Faculdade de Odontologia
de Araraquara (FOAr) - Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho (UNESP).Mestre em Reabilitação Oral pela
Faculdade de Odontologia de Araraquara (FOAr) - Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Aluno de
Doutorado da Faculdade de Odontologia de Araraquara (FOAr)
- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP).
3
Cirurgiã-dentista graduada pela Faculdade de Odontologia
de Araraquara (FOAr) - Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho (UNESP). Especialista em Dor Orofacial
e Disfunção Temporomandibular pelo Conselho Federal de
Odontologia. Mestre em Neurologia pela Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto - USP . Doutora em Reabilitação Oral pela FOAr
- UNESP. Professora Assistente das Disciplinas de Disfunção
Temporomandibular, Dor Orofacial e Oclusão, do Departamento
de Materiais Odontológicos e Prótese da FOAr/UNESP. Docente
do programa de pós-graduação em Reabilitação Oral da FOAr/
UNESP.
Introdução: As cefaleias trigêmino-autonômicas (TACs)
são um grupo de cefaleias cuja siopatologia envolve
a ativação das vias nociceptivas trigêmino vasculares
e concomitante ativação autonômica craniana
reexa. Apresentam duas características clínicas
predominantes que são a crises de curta duração e dores
intensas unilaterais com sintomas típicos autonômicos
concomitantes. A cefaleia é acompanhada de sintomas
ipsilaterais que podem incluir hiperemia conjuntival e/
ou lacrimejamento; congestão nasal e ou rinorreia;
edema palpebral; além de sensação de inquietude ou
agitação. Os pontos de gatilhos musculares são áreas
localizadas de tensão ou micro espasmo (contração
involuntária da musculatura). É agravado por estresse
das mais variadas origens. Esses pontos são bastante
sensíveis à pressão (são hiperirritáveis) e, quando
estimulados, se manifestam com dor local e dor
referida para outras áreas. Relato do Caso: A paciente
FAO, sexo feminino, 65 anos, procurou atendimento
no serviço de DTM e Dor Orofacial da Faculdade de
Odontologia da UNESP-Araraquara com queixa de dor
bilateral na região de masseter, região temporal do
lado direito, região cervical e na área dos olhos. Além
disso ela também apresentava sinais autonômicos
como hiperemia e edema na região cervical, hiperemia
conjuntival, lacrimejamento e fotossensibilidade no
olho direito. Durante o exame de palpação foram
identicados pontos de gatilho na região do músculo
esternocleidomastoideo e músculos cervicais
posteriores que referiam dor para a região orofacial,
e promoviam o surgimento dos sinais autonômicos
citados. Tratamento: O tratamento consistiu da
remoção de hábitos parafuncionais, aplicações diárias
de compressas de calor úmido seguidas da pomada
relaxante muscular, e inativação dos pontos de
gatilho por meio de agulhamento seco associado à
laserterapia. Após 04 meses de tratamento, 07 sessões
de atendimento, a paciente apresentou melhora de
todos os sinais e sintomas. A evolução do caso clínico
demonstrou que, apesar dos sinais autonômicos, a
terapia focada no manejo dos pontos gatilho obteve
bons resultados, eliminando a hipótese diagnóstica
de uma TAC. Conclusão: Importante salientar que
alguns quadros de dor músculo-esquelética, como
a dor miofascial podem se apresentar com sinais e
sintomas semelhantes aos das TACs. Dessa forma, é
fundamental que neurologistas e cirurgiões-dentistas
estejam familiarizados com os critérios diagnósticos
tanto das DTMs como das cefaleias, para a realização
satisfatória de diagnóstico diferencial e tratamento de
tais condições.
Palavras-chave: Dor orofacial. Cefaleias primárias.
Cefaleias trigêmino-autonômicas. Dor miofascial. Ponto
gatilho.
PREVALÊNCIA E REPERCUSSÕES
DA ANSIEDADE EM PACIENTES COM
MIGRÂNEA
Valeria Aparecida Bello
1
, Regina Célia Poli Frederico
1,2
, Aline
Vitali da Silva
1,3
1
Médica Neurologista, Mestre, Professora na Universidade
Estadual de Londrina e Pontifícia Universidade Católica do
Paraná
2
Bióloga, Doutora, Professora na Pontifícia Universidade Católica
do Paraná e Universidade Norte do Paraná
3
Bióloga, Doutora, Professora na ontifícia Universidade Católica
do Paraná
4
Acadêmico de Medicina
Contato com autor: Aline Vitali da Silva
Email: alinevitalidasilva@gmail.com
Endereço: R. Dr Dimas de Barros, 155 ap 1304 CEP 86050-730
Londrina-PR
Introdução: O transtorno de ansiedade é uma das
comorbidades mais comuns em indivíduos com
migrânea, podendo inuenciar a prevalência de
migrânea, o prognóstico e desfechos clínicos. O objetivo
deste estudo foi investigar a prevalência de sintomas
de ansiedade em pacientes com migrânea e controle
saudáveis, bem como identicar elementos que se
associam com a ansiedade em pacientes migranosos.
Métodos: Estudo do tipo caso-controle realizado no
ambulatório acadêmico da PUC-PR, Londrina. Os
pacientes com migrânea foram entrevistados através
de formulário estruturado, foram colhidas informações
demográcas, do tipo de migrânea (com ou sem
aura; episódica ou crônica), idade de início da doença,
sintomas acompanhantes e desencadeantes de crise.
Os pacientes também responderam a questionários
validados para avaliar a incapacidade (MIDAS) e
impacto (HIT-6) da migrânea, bem como sintomas de
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
134
ansiedade (IDATE 1 e 2). Os controles foram arrolados
de ambulatórios de outras especialidades, era hígidos,
responderam pelo menos 2 questões de forma negativa
do teste ID-Migraine e responderam ao IDATE 1 e 2. Para
análise da ansiedade foi utilizado o ponto de corte de 42
na pontuação do IDATE. Os testes estatísticos utilizados
foram Qui-quadrado, Exato de Fisher e correlação de
Spearman. O nível de signicância considerado foiχ
0,05. Resultados: Foram analisados 67 pacientes com
diagnóstico de migrânea, destes 54 (80%) do sexo
feminino e 67 controles, 47 (70%) do sexo feminino.
A média de idade foi 36,1 entre os casos e 39,1 entre
controles. A média do IDATE 1 e 2 foi de 42,6 e 46,1,
respectivamente entre indivíduos com migrânea. A
média do IDATE 1 e 2 foi 33 e 37,7, respectivamente,
entre controles. A diferença entre casos e controles
foi signicativa (p<0,05). Quando dicotomizada a
pontuação do IDATE, foi identicado OR=1,9 (p<0,001)
em indivíduos com migrânea e ansiedade. Foi encontrada
correlação entre a quantidade de dias de cefaleia e as
escalas IDATE 1 (r=0,26; p=0,04) e 2 (r=0,26; p=0,04).
Da mesma forma foi detectada correlação entre IDATE
1 (r=0,4; p= 0,001) e IDATE 2 (r=0,285 p=0,025) com
HIT-6. Não houve correlação com o tipo de cefaleia,
com sintomas acompanhantes ou desencadeantes.
Discussão: A ansiedade é uma importante comorbidade
em pacientes com migrânea e deve ser considerada
em todo paciente avaliado. O estudo mostra que não
somente a ansiedade é mais comum em migranosos,
mas que também leva a uma maior percepção do
impacto da dor (HIT-6).
Palavras-chave: migrânea, ansiedade, hit-6, IDATE
OSMOFOBIA E ODOR COMO GATILHO DE
CRISES DE MIGRÂNEA UM ESPECTRO DO
MESMO SINTOMA?
VITALI DA SILVA, Aline
1
; POLI FREDERICO,, Regina Célia
2
;
BELLO, Valeria Aparecida
3
; FERREIRA KROL
4
, Louise; CASTRO
FAIDIGA, Mariana
4
; RODRIGUES DE FREITAS SOARES, Renato
4
;
SUSSUMU SAKURAI,Gabriel
4
;
1
Médica Neurologista, Mestre, Professora na Universidade
Estadual de Londrina e Pontifícia Universidade Católica do
Paraná
2
Bióloga, Doutora, Professora na Pontifícia Universidade Católica
do Paraná e Universidade Norte do Paraná
3
Bióloga, Doutora, Professora na ontifícia Universidade Católica
do Paraná
4
Acadêmico de Medicina
Contato com autor: Vitali da Silva, Aline
Email: alinevitalidasilva@gmail.com
Endereço: R. Dr Dimas de Barros, 155 ap 1304 CEP 86050-730
Londrina-PR
Introdução: Osmofobia é a sensibilidade a odores, que
leva a piora da cefaleia e evitação do estímulo. Também
há pacientes nos quais os odores desencadeiam
crises. Ambas as condições são muito frequentemente
associadas a migrânea. O objetivo deste estudo foi
determinar a prevalência de osmofobia e fatores
associados. Métodos: Estudo transversal realizado
no ambulatório acadêmico da PUC-PR, Londrina. Os
pacientes com migrânea foram entrevistados através
de formulário estruturado, foram colhidas informações
demográcas, do tipo de migrânea (com ou sem
aura; episódica ou crônica), idade de início da doença,
sintomas acompanhantes e desencadeantes de crise.
Os pacientes também responderam a questionários
validados para avaliar a incapacidade (MIDAS) e
impacto (HIT-6) da migrânea, bem como sintomas de
ansiedade (IDATE 1 e 2). Os testes estatísticos utilizados
foram Qui-quadrado, Exato de Fisher e correlação de
Spearman. O nível de signicância considerado foi
0,05. Resultados: Foram analisados 67 pacientes
com enxaqueca, sendo 54 (80%) do sexo feminino. A
osmofobia ocorreu em 53,7% dos indivíduos. Odor
como desencadeante de crise foi relatado por 55%
dos casos. A osmofobia e o desencadeante de odor
foram fortemente associados (OR= 4,7 p=0,003).
Osmofobia ocorreu mais frequentemente nas mulheres
(OR 1,46; p= 0,004) e em indivíduos com enxaqueca
crônica. (OR= 1,6; p= 0,031). Pacientes com osmofobia
e desencadeador de odor mais frequentemente tinham
alodínea (p=0,015 e 0,045 respectivamente). Pacientes
com osmofobia, bem como aqueles com odor como
desencadeador de crise mais frequentemente relataram
que alimentos também desencadeavam crise. (p= 0,03
e p= 0,05, respectivamente). Não houve correlação
entre osmofobia ou desencadeante de odor com idade
de inicio da enxaqueca, idade atual, dias de cefaleia,
MIDAS, HIT-6 e STAI. Discussão: A prevalência de
osmofobia foi semelhante a demonstrada em estudos
prévios. Houve forte associação entre osmofobia e
odor como desencadeante, bem como indivíduos que
tinham alimentos como desencadeante. Discute-se
a possibilidade de serem fatores relacionados a um
mesmo espectro de sintoma/desencadeante. Por outro
lado, discute-se se de fato o odor gerou a crise ou o
paciente já estaria em pródromo quando exposto ao
odor e por isso o desconforto. Pacientes com osmofobia
tinham mais frequentemente alodínea e enxaqueca
crônica, hipotetiza-se que a osmofobia possa ser
uma manifestação de maior sensibilização dolorosa.
Há necessidade de mais estudos que determinem as
implicações da osmofobia e odor como desencadeador
no manejo dos pacientes.
Palavras-chave: osmofobia, odor, migrânea, cefaleia
CEFALEIA EM SALVAS EPISÓDICA
RESPONSIVA A TRATAMENTO COM
EVOLUÇÃO REFRATÁRIA APÓS MUDANÇA
DE LATERALIDADE E RESPONSIVA A
CLOMIFENO.
SIEGA, Márcio Rafael de Araújo
1
. OLIVEIRA, Welber Sousa
2
1
Graduado em Medicina e Residência em Neurologia pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atua na Clínica de
tratamento de dor de cabeça de Brasília –
2
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba, Residência
em Neurologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
10(3).indb 134 21/10/2019 18:53:50
S135
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
135
atua na Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília –
Modula Dor.
Contato com autor: Siega, Márcio Rafael de Araújo
E-mail: marciosiega@yahoo.com.br
Endereço: Modula Dor. Endereço residencial: SQN 303, Bloco K,
Apto 612, Asa Norte, Brasília-DF.
Introdução: A cefaleia em salvas apresenta a característica
de ser exclusivamente unilateral. No entanto, algumas
descrições de mudança de lado são observadas. E mais
opções de tratamento são necessárias devido a presença
de poucas opções com nível A de evidência. Objetivo:
Demonstrar um relato de caso de cefaleia em salvas em
indivíduo que experimentou mais de 20 temporadas
e experimentou mudança de lado e refratariedade de
modo concomitante. Métodos: Foi realizado análise
de prontuário desde a primeira visita a uma clínica
terciária de cefaleia na data de 24 de maio de 2018 até
12 de setembro de 2019. Resultados: Dados da primeira
visita: masculino, 37 anos, servidor público, cefaleia
exclusivamente a direita com lacrimejamento e rinorréia,
dura 50 minutos, 1x a cada 1-2 dias, há 29 dias. É o vigésimo
episódio, início aos 16 anos, duração 8-11 semanas. Maior
intervalo livre foi 3 anos. Verapamil 480 mg sempre
funcionou muito bem, junto com naratriptano toda
noite para prevenção. Corticóide sem benefício e efeitos
indesejados. Nunca fez bloqueio de nervo occipital.
Gabapentina foi terrível. Melatonina sem benefício.
Sumatriptano nasal eciente, deixa prostrado. Oxigênio
nasal auxilia, causa “ressaca”. Hipersensibilidade em
nervos occipitais a direita. Orientado bloqueio seriado,
lidocaína nasal e sumatriptano injetável. Teve resposta
total aos bloqueios, encerrando as salvas. Passados 13
meses, apresentou recidiva há 5 dias, semelhante as
anteriores, indicado série de 3 bloqueios, oxigênio e
naratriptano. Durante 3 bloqueios, teve dor apenas 1 dia.
Associado verapamil 480 mg. Voltou na 3ª semana da
temporada de salvas, referindo que nessa época estaria
muito mal, 2-3 crises fortes por dia. Está tendo crises de
40 minutos, dor nota 6, ca sem medicação, 2 dias de
dor e 1 dia livre. Usa gelo apenas, a incapacidade está
baixa comparado a outras temporadas. Na 4ª semana, de
forma inédita, crises das mesmas características no lado
contralateral, durando ligeiramente mais, mais temporal,
duração ligeiramente maior e frequência maior. Teve
apenas 1 crise a direita após o início a esquerda. Indicado
bloqueios, verapamil 720 mg, melatonina 10 mg e angio-
TC crânio normal. Aumento das crises para 4x ao dia,
muito fortes, 3 horas, sem resposta a 2 bloqueios e
melatonina e embotamento com verapamil. Refere que
começou essa temporada como a melhor da vida e com
a mudança de lado está sendo a pior da vida. Optado
por clomifeno 300 mg 2 dias, depois 100 mg por 9 dias
e mantido com 50 mg. Refere que no 8º dia as crises
cessaram e no 15º dia as sombras desapareceram. A
testosterona basal era 228ng/dL, no 6º dia 324ng/dL,
16° 437ng/dL. Conclusão: O caso descrito apresentou
resolução a direita mais rápida e menos incapacitante
em 23 dias (melhor evolução até então) com adoção
de combinação terapêutica ecaz em crises prévias. No
entanto, a mudança de lado demonstrou refratariedade
após 15 dias do início, congurando a pior salvas da
vida. O clomifeno abortou a crise no 8º dia e eliminou
as sombras no 15º dia. Considerando ambos lados, essas
salvas duraram 7 semanas.
PREVALÊNCIA DO BRUXISMO NA
DEPRESSÃO E/OU ANSIEDADE: ESTUDO
CONTROLADO
VIEIRA, Katia Regina de Moura
1
; FOLCHINI, Caroline Mensor
2
;
HEYDE, Marcelo Daudt von der
3
; STUGINSKI-BARBOSA,
Juliana
4
; KOWACS, Pedro André
5
; PIOVESAN, Elcio Juliato
6
1
Dentista, especialista em Odontopediatria e Ortodontia,
mestranda do programa de Medicina Interna da UFPR, Setor
de Cefaleia e Medicina da Dor do Serviço de Neurologia do HC-
UFPR.
2
Farmacêutica, Mestre em Medicina Interna pela UFPR;
3
Médico psiquiatra do setor de Serviço de Psiquiatria do HC-
UFPR; preceptor da residência médica em psiquiatria do Hospital
Nossa Senhora da Luz.
4
Dentista, mestre em Neurociências, Doutora em Ciências
Odontológicas Aplicadas, especialista em Disfunção
Temporomandibular e Dor Orofacial; professora de pós-
graduação do Instituto de Ensino Odontológico de Bauru.
5
Médico neurologista, Mestre em Medicina Interna pela UFPR;
coordenador do Setor de Cefaleia e da Medicina da Dor do
Serviço de Neurologia do HC-UFPR; Chefe do Serviço de
Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba.
6
Médico neurologista, Mestre e Doutor em Medicina Interna pela
UFPR; professor de Propedêutica Médica, do Departamento de
Clínica Médica do Curso de Medicina da UFPR.
Contato com autor: Endereço: Rua Francisco das Chagas Lopes,
546, sb 04, Boa Vista, CEP82650-130, Curitiba-Pr
Introdução: É de senso comum dizer que o bruxismo
está relacionado a condições emocionais tais como
depressão, ansiedade ou estresse. Tanto pacientes
quanto prossionais relatam um aumento no ranger
ou apertar dos dentes durante períodos estressantes
da vida. No entanto os diferentes estudos realizados
previamente em busca dessa correlação resultaram em
achados controversos, e, de maneira geral, abordaram
a ocorrência de fatores emocionais em indivíduos com
bruxismo. Não foram encontrados até o momento
dados de prevalência de bruxismo do sono e/ou
bruxismo em vigília em indivíduos depressivos e/ou
ansiosos. Objetivos: Partindo da hipótese que indivíduos
depressivos e/ou ansiosos têm uma maior prevalência
de bruxismo do sono e em vigília que indivíduos sem
morbidades psiquiátricas, o objetivo deste trabalho foi
determinar a prevalência do bruxismo do sono e em
vigília em indivíduos com diagnóstico de depressão
e/ou ansiedade sintomáticos e sem tratamento
medicamentoso, e comparar esta prevalência àquela
de indivíduos sem diagnósticos psiquiátricos e/ou
sintomas depressivos ou ansiosos. Métodos: Este estudo
foi conduzido na cidade de Curitiba-Pr no período de
08/2017 a 03/2019 e foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do Hospital de Clínicas da Universidade
10(3).indb 135 21/10/2019 18:53:50
S136
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
136
Federal do Paraná (CAAE: 69652317.0.0000.0096).
Trata-se de um estudo observacional transversal
(n=108) composto por indivíduos com o diagnóstico de
depressão e/ou ansiedade (n=54), pareados quanto à
idade e sexo com grupo controle assintomático (n=54).
O diagnóstico das morbidades psiquiátricas foi realizado
por um mesmo psiquiatra, seguindo os critérios DSM-
5. Questionários de autorrelato foram usados para
pesquisar características demográcas, bruxismo do
sono (critérios AASM), bruxismo em vigília (critérios RDC-
TMD), depressão (escala PHQ-9) e ansiedade (escala
GAD-7). A aplicação de exame clínico visou investigar a
presença de sinais e sintomas relacionados ao bruxismo.
Dados de autorrelato e de exame clínico foram usados
em conjunto para diagnosticar o provável bruxismo do
sono/vigília e avaliar a frequência destas condições.
Resultados: A amostra foi composta de mulheres (74,1%)
com idade média de 34.21+10,4 (18-57) anos. O grupo de
indivíduos depressivos e/ou ansiosos apresentou uma
prevalência limítrofe de bruxismo do sono (31,5%/14,8%,
p=0,067) e uma maior prevalência do bruxismo em
vigília (74,1%/51,9%, p=0,028) quando comparados aos
controles. Houve uma associação positiva e signicativa
entre escores mais elevados de depressão ou ansiedade
e maior prevalência de bruxismo em vigília, observados
tanto em relação aos escores médios destas morbidades
quanto em relação às faixas de gravidade fornecidas
pelas escalas quantitativas utilizadas. Esta associação
não foi encontrada ao se avaliar o bruxismo do sono.
Indivíduos solteiros [OR=2.35(CI95% 0.99-5.59)] e
jovens [OR 0.94 (CI95% 0.90-0.98)] apresentaram
maior chance de ter bruxismo em vigília. Conclusão: Os
resultados demonstram haver uma relação do bruxismo
em vigília com depressão e ansiedade, como também
uma correlação crescente e linear entre os escores de
intensidade de depressão e ansiedade e a prevalência
do bruxismo da vigília.
Palavras-chave: Bruxismo do sono. Bruxismo em vigília.
Depressão. Ansiedade. Epidemiologia.
USO OFF-LABEL DA BUSPIRONA NO
BRUXISMO: UMA SÉRIE DE CASOS.
VIEIRA, Katia Regina de Moura
1
; FOLCHINI, Caroline Mensor
2
;
KOWACS, Pedro André
3
1
entista, especialista em Odontopediatria e Ortodontia,
mestranda do programa de Medicina Interna da UFPR, Setor
de Cefaleia e Medicina da Dor do Serviço de Neurologia do HC-
UFPR.
2
Farmacêutica, Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde
HC-UFPR.
3
Médico neurologista, Mestre em Medicina Interna pela UFPR;
coordenador do Setor de Cefaleia e da Medicina da Dor do
Serviço de Neurologia do HC-UFPR; Chefe do Serviço de
Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba.
Contato com autor: Endereço: Rua: Luiz Tramontin, 1977, apto
165, Campo Comprido. 81230161, Curitiba-PR
Introdução: O bruxismo caracteriza-se por
movimentos mandibulares estereotipados repetitivos
feitos de forma consciente ou inconsciente em
momentos outros que não aqueles relacionados a
mastigação e a deglutição, e que pode ocorrer tanto
durante o sono (bruxismo do sono) quanto durante
a vigília (bruxismo em vigília). Há na literatura
alguns relatos de que a buspirona, um fármaco
agonista parcial dos receptores 5-HT1A, seja efetiva
no tratamento do bruxismo. Objetivo: O objetivo
deste trabalho é relatar três casos de bruxismo do
sono idiopático tratados com buspirona. Relatos: 1.
Mulher, 53 anos, consultou por dor facial recorrente
à direita, que, pelo antecedente de preenchimento
facial recente, fora previamente tratada para sinusite
e para celulite periorbital. Pela ausência de melhora
e devido à história de intenso bruxismo durante o
sono, foi encaminhada para dentista especialista
em dor orofacial e disfunção temporomandibular.
O bruxismo havia iniciado em 1998, por ocasião da
gestação. Foi-lhe prescrita buspirona 10mg/noite,
com melhora da dor facial e resolução completa do
bruxismo. A paciente segue assintomática quanto
ao bruxismo noturno. 2. Homem, 52 anos, com
histórico de bruxismo do sono desde a infância e de
tratamento ortodôntico na adolescência, cujo exame
revelou desgaste dentário, especialmente em sextante
ântero inferior, endentações da mucosa jugal, e dor à
palpação do músculo masseter. Também apresentava
uma epicondilite do cotovelo esquerdo. Devido a uma
exacerbação dos sintomas associada a estresse, foi-lhe
prescrita a buspirona 5mg à noite, titulada para 5mg
12/12 horas, com melhora dos sintomas de ambos os
quadros. 3. Mulher, 54 anos, queixa de disfunção ATM,
apresentou celulite facial, cisto aracnoide temporal
esquerdo e síndrome de Sjögren soronegativo.
Relata desde 1998 apresenta bruxismo severo. Faz
uso de zolpidem 10mg/noite e de quetiapina 100mg/
noite. Foi retirado o zolpidem e iniciado tratamento
com zopiclona 7,5mg/noite e buspirona 10mg/noite
aumentada na sequência para 10mg de 12/12 horas.
Houve melhora dos sintomas do bruxismo associada
à redução da ansiedade. Discussão: A siopatologia
do bruxismo ainda não está totalmente elucidada
Há dois possíveis mecanismos de ação da buspirona
potencialmente relacionados à sua ecácia na
redução do bruxismo: a) interação com receptores
pré-sinápticos somato-dendríticos na rafe levando à
redução da atividade neuronal serotoninérgica pré-
sináptica e a aumento da atividade dopaminérgica
tegmento-ventral com liberação de dopamina nas
sinapses corticais pré-frontais; b) ação como agonista
parcial nos receptores pós-sinápticos, nos quais
compete com a serotonina, o que leva a um aumento
da atividade dopaminérgica no córtex pré-frontal..
Conclusão: Esses relatos sugerem aos prossionais
de saúde, médicos e/ou dentistas, a possibilidade de
tratamento farmacológico ecaz do bruxismo fazendo
uso da buspirona, não só para o bruxismo secundário
ao uso de medicamentos, fato já solidamente relatado
na literatura, mas também do bruxismo idiopático.
Palavras-chave: Bruxismo em vigília. Bruxismo sono.
Buspirona. Ansiedade.
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
137
DOR FACIAL CRÔNICA EM PACIENTE
COM ANEURISMA DE ARTÉRIA CEREBRAL
MÉDIA
MELO Gilmmar Marques da Costa
1
; OLIVEIRA Helen Mayara
2
;
SOUZA Paulo Fernando
3
; SILVA Taciana Patrícia
4
1.Médico neurologista pelo Hospital Israelita Albert Einsten e
fellow em Eletroencefalograma da Universidade Federal de São
Paulo
2
Médica neurologista pelo Hospital da Restauração-PE
3
Médica neurologista pelo Hospital da Restauração-PE.
4
Médica neurologista pelo Hospital da Restauração-PE, titulada
em neurologia pela Academia Brasileira de Neurologia e fellow
em Eletroneuromiograa do Hospital do Servidor do Estado de
São Paulo
Contato com autor: Melo Gilmmar Marques da Costa
Email: gilmmar_marques@hotmail.com
Endereço: Rua Álvaro Martins, 61. 05052-030- São Paulo.
Introdução: Aneurismas intracranianos são relatados
em poucos casos de dor orofacial especialmente os
da artéria comunicante posterior e cerebral posterior,
resultando em compressão de bras do nervo trigemeo.
Os aneurismas da artéria cerebral média compreendem
14-43% do total. Objetivo: este trabalho objetiva mostrar
um caso de dor facial crônica em paciente com múltiplos
aneurismas de circulação anterior. Metodologia: trata-
se de um relato de caso de uma paciente de 56 anos,
tabagista, hipertensa com história de dor facial à direita
com padrão neuropático, sugestivo de neuralgia do
trigemeo. Em investigação etiológica foram excluídas
causas odontogênicas, articulares, arterite temporal
e compressão vascular de raiz ou de vias trigeminais,
sendo evidenciados múltiplos aneurismas em circulação
anterior, com o maior deles localizado na artéria cerebral
média esquerda - porção de M1. Conclusão: o presente
relato de caso destina-se a levantar a possibilidade de
aneurisma de artéria cerebral média como etiologia
de dor neuropatica de origem central. Salienta-se o
desao diagnóstico na diferenciação entre as causas
de dor facial, sendo necessário algumas vezes avaliação
multidisciplinar da dor.
AVALIAÇÃO DE SINTOMAS DE DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR EM PACIENTES
COM DIAGNÓSTICO DE CEFALEIA
PRIMÁRIA
CAMARGO, Yolanda Maria Almeida
1
, MOURA, Natália Bessa
2
,
GUIMARÃES, Antônio Sérgio
3
, RODRIGUES, Luciane Lacerda
Franco Rocha
4
.
1
Mestre em DTM e Dor Orofacial São Leopoldo Mandic
2
Mestre em DTM e Dor Orofacial São Leopoldo Mandic
3
Doutor em Ciencias da Saude UNIFESP e Coordenador do
Mestrado Prossionalizante em DTM e Dor Orofacial
4
Doutora em Odontologia e Professora na DTM e Dor Orofacial
São Leopoldo Mandic
Endereço: Av. Ricardo Rocha Bonm, 97 casa 44, Vila Bella Dom
Pedro CEP 13087-732, Campinas - SP
Contato com autor: Rodrigues, Luciane Lacerda Franco Rocha
Email: lrocharodrig@gmail.com
A prática clínica em dor orofacial está frequentemente
associada à presença de dor de cabeça, onde sintomas
de disfunção temporomandibular (DTM) e cefaléias
primárias se entrelaçam como queixas e comorbidades. O
objetivo desse trabalho foi avaliar foi avaliar a freqüência
de sintomas de DTM em indivíduos diagnosticados
com cefaléias primárias atendidos em uma clínica
neurológica e correlacionar os sintomas de DTM com
os subtipos de cefaléia primária, além de analisar a
freqüência de automedicação e as principais classes
farmacológicas utiliizadas após a aprovação do projeto
no Comitê de Ética em Pesquisas Odontológicas São
Leopoldo Mandic sob o número do parecer 1.745 238 . A
amostra foi composta por 61 indivíduos, sendo 82% do
gênero feminino. A classicação das cefaléias primárias
foi realizada utilizando-se a Classicação Internacional
de Cefaleias 3-beta. Os indivíduos identicados com
cefaleia primária foram submetidos à aplicação do
Questionário da Academia Europeia de Desordens
Craniomandibulares para vericar a presença de
sintomas de DTM. Foram ainda questionados quanto ao
uso da e automedicação e dos medicamentos utilizados.
As cefaleias primárias diagnosticadas nessa amostra
foram migrânea (54,1%) e cefaleia tipo tensional (45,9%),
sendo os subtipos mais frequentes: migrânea sem aura
(37,7%), cefaleia tipo tensional episódica frequente
(36,1%) e migrânea crônica (9,8%). As associações
entre sintomas de disfunção temporomandibular e tipo
da cefaleia foram avaliadas utilizando-se o teste qui-
quadrado de Pearson com correção de continuidade e o
teste exato de Fischer foi utilizado quando necessário. A
análise estatística não apresentou diferença signicativa
quanto à frequência de cada um dos sintomas de
disfunção temporomandibular em relação à migrânea e
cefaleia tipo tensional. O número de sintomas também
não foi estatisticamente diferente entre os grupos.
A automedicação se mostrou como uma prática de
frequência elevadaentre os indivíduos com cefaleias
primárias (86,9%), sendo os analgésicos a classe
farmacológica mais utilizada.
Palavras-chave: Automedicação. Cefaléias primárias.
Sintomas de disfunção temporomandibular.
PREVALÊNCIA DE CEFALEIA ATRIBUÍDA
À DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
EM ADOLESCENTES EM FASE ESCOLAR
DO MUNICÍPIO DE NOVO HORIZONTE NO
PERÍODO ENTRE NOVEMBRO DE 2018 E
FEVEREIRO DE 2019.
RODRIGUES, Luciane Lacerda Franco Rocha
1
, CAMILLO,
Adriano Roberto
2
,CRUZ, Miguel Meira
3
e , GUIMARÃES, Antonio
Sergio
4
.
10(3).indb 137 21/10/2019 18:53:50
S138
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
138
1 Doutora em Odontologia pela FOP – UNICAMP e Professora da
DTM e Dor Orofacial São Leopoldo Mandic
2
Mestre em DTM e Dor Orofacial São Leopoldo Mandic
3
Mestre em Ciências do Sono – Faculdade de Medicina de Lisboa
4
Coordenador do Mestrado Prossionalizante em DTM e Dor
Orofacial São Leopoldo Mandic
Contato com autor: Rodrigues, Luciane Lacerda Franco Rocha
Email: lrocharodrig@gmail.com
Endereço: Av. Ricardo Rocha Bonm, 97 casa 44, Vila Bella Dom
Pedro, Campinas – SP CEP 13087-732.
A disfunção temporomandibular (DTM) é um distúrbio
que afeta as articulações temporomandibulares, a
musculatura da mastigação do aparelho estomatognático
e estruturas associadas. O presente estudo teve como
objetivo avaliar a prevalência de cefaleia atribuída à DTM
em adolescentes classicados com um ou mais subtipos
de DTM pelo DC/TMD Eixo I com idade entre 12 e14 anos
do Município de Novo Horizonte/SC no período de 06 de
novembro de 2017 à 27 de fevereiro do ano de 2018 nas
duas escolas Básicas do município de Novo Horizonte
e no consultório particular do pesquisador após
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas do Centro
Odontológico São Leopoldo Mandic sob o número de
parecer 2.219.883. O questionário de rastreamento
de dor do DC/TMD foi utilizado em 114 adolescentes,
baseado no Censo de 2010. Os alunos foram convidados
a responder o questionário de rastreamento de dor
referente ao DC/TMD para avaliação dos sintomas. Dos
114, apenas 33 apresentaram queixa de cefaléia. Em
seguida, todos foram classicados pelo DC/TMD Eixo
I com um ou mais subtipos de DTM, sendo que todos
eles apresentaram o subtipo cefaleia atribuída à DTM
(p<0,001). Desses, 20 pertenciam ao gênero feminino e
13 ao masculino, sem apresentar diferença signicativa
entre os gêneros (p=0,085). Foram utilizados teste
de igualdade de duas proporções, teste qui quadrado
e ANOVA quando necessário. Os resultados dos
estudos apresentados conrmam estudos prévios que
apontam para importante interação entre dor miofascial
e cefaleia. Os resultados deste estudo mostraram
que aproximadamente 29% da população estudada,
apresentava queixa de dor de cabeça devido à disfunção
da articulação temporomandibular.
Palavras-chave: Adolescentes. Sintomas de Cefaleia.
Cefaleia Atribuída à DTM.
CEFALEIA E ABSTINÊNCIA À CAFEÍNA
AMÉRICO FRANCISCO, Lucas
1
; VISCHI PERES, Marcela
2
;
BELLASALMA FERNANDES, João Victor
3
; DACH, Fabíola, MD
4
1 Estudante de Medicina do 4° ano, Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
2
Estudante de Medicina do 5° ano, Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
3
Estudante de Medicina do 4° ano, Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
4
Professora de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto, USP
Contato com autor: Dach, Fabíola, MD
Email: fabioladach@usp.br
Introdução: a ampliação dos fundamentos sobre
os mecanismos anti-nociceptivos da cafeína e de
sua abstinência é de grande importância, visto que
o consumo de cafeína é disseminado e altamente
prevalente na população mundial. A literatura cientíca
sobre o tema é escassa, e há oportunidades terapêuticas
a serem exploradas. Em razão da observação empírica
do desencadeamento de crises de cefaleia mediante
a abstinência de cafeína, e da ecácia clínica da
administração conjunta de cafeína com outras drogas
analgésicas no alívio da dor, torna-se fundamental
a investigação cientíca da relação entre cefaleia e
a abstinência de cafeína. Objetivo: o objetivo dessa
pesquisa é analisar as características da ingesta de
cafeína em indivíduos com e sem cefaleia por abstinência
a cafeína. Método: foram selecionados indivíduos
dentre os funcionários do HCFMRP-USP, entre 18 e
65 anos de idade, de ambos os sexos e consumidores
de café por pelo menos 4 dias da semana. Dentre os
indivíduos que apresentavam cefaleia, considerou-se
os últimos 3 meses para caracterização da mesma. A
coleta de dados foi realizada por meio de aplicação de
2 questionários estruturados para a caracterização da
cefaleia e do consumo de cafeína, bem como coleta das
demais variáveis, como sexo e dados antropométricos.
Foi aplicada, também, a Escala de Epworth, que avalia
a presença de sonolência excessiva diurna. Resultado:
foram entrevistados 83 indivíduos, sendo 89,2%
mulheres e 54,8 % entre 21 e 45 anos de idade. Dentre
aqueles que referiram cefaleia nos últimos 3 meses, 45
(54,2%) referiram dor por mais de 10 anos, 56 (67,4%)
apresentaram 4 ou mais dias de dor por mês e 20 (24,1%)
preencheram os critérios diagnósticos para migrânea.
A frequência de cefaleia por abstinência a cafeína foi
de 41% (n=34). A média de consumo de cafeína foi de
71,83 mg/dia no geral, sendo 66,24 mg/dia entre os
migranosos e 73,60 mg/dia entre os não migranosos,
não havendo diferença estatística signicativa entre
estes grupos (p = 0,53). A ingesta de cafeína foi, em
média, maior naqueles que apresentaram cefaleia por
abstinência à cafeína (129ml x 197ml; p=0,01). Não houve
diferença estatística quando comparamos migranosos e
não migranosos quanto a presença de cefaleia atribuída
à abstinência de cafeína (p=0,67). Não houve diferença
de consumo de cafeína entre os sexos (p=0,90). Não
houve correlação entre o consumo de cafeína e o IMC
(r=0,10. p=0,31), nem entre o consumo de cafeína e o
valor absoluto na escala de Epworth (r=-0,04. p=0,65).
Conclusão: A frequência de cefaleia por abstinência a
cafeína foi de 41% dentre indivíduos que consomem
café 4 dias ou mais na semana, e não foi diferente
entre aqueles com migrânea quando comparados aos
sem migrânea. A quantidade de café ingerido não se
correlacionou com IMC ou com o resultado da escala
de Epworth. Entretanto, a presença de cefaleia como
10(3).indb 138 21/10/2019 18:53:51
S139
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
139
sintoma de abstinência à cafeína foi maior naqueles com
maior ingesta desta substância.
Palavras-chave: café, cafeína, cefaleia, migrânea,
abstinência.
CORRELAÇÃO PREDITIVA DO
MAPEAMENTO CEREBRAL DIRECIONADO
PARA NEUROFEEDBACK PARA
DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS, IMPACTO
DA CEFALEIA E CLASSIFICAÇÃO DE
MIGRÂNEA – ANÁLISE DE BANCO DE
DADOS.
SIEGA, Márcio Rafael de Araújo
1
. OLIVEIRA, Welber Sousa
2
.
FRANCA, Filipe Starling Loureiro
3
.
1
Graduado em Medicina e Residência em Neurologia pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atua na Clínica de
tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
2
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba, Residência
em Neurologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
atua na Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília –
Modula Dor.
3
Graduado em Psicologia pela Universidade de Brasília, Mestre
em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília, atua na
Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
Contato com autor: Siega, Márcio Rafael de Araújo
Email: marciosiega@yahoo.com.br
Endereço: SQN 303, Bloco K, Apto 612, Asa Norte, Brasília-DF.
Introdução: A migrânea é doença mais incapacitante do
mundo abaixo dos 50 anos. O diagnóstico é puramente
clínico. A migrânea crônica congura como o subtipo
mais incapacitante. A presença de um preditor é
importante para auxiliar na identicação desse grupo
e monitoramento de resultados. Objetivo: Avaliar
se a medida eletrencefalográca captada é capaz
de predizer a gravidade da migrânea, considerando
também outros fatores como impacto da enxaqueca,
alterações psicológicas e quantidade de dias de cefaleia
e consumo de analgésicos. Métodos: Estudo realizado
com o equipamento NeuroField Q20, um amplicador
de eletroencefalograma de 19 canais, com resolução
de 24 bits, sample rate de 256 amostras por segundo e
resolução do EGG de 0,02 μVolts/LSB. Os dados obtidos
foram analisados no software Neuroguide, versão 3.02.
Foram analisados todos os pacientes com diagnóstico
de migrânea que receberam indicação de biofeedback
para prolaxia entre julho de 2018 a abril de 2019.
Inicialmente a atividade elétrica cerebral é mensurada
numa touca com 19 eletrodos distribuídos de acordo
com o sistema internacional 10-20. O exame é realizado
com o paciente em repouso com olhos fechados por 2
minutos e depois com olhos abertos direcionados a um
ponto xo por 2 minutos. Os resultados são comparados
a uma base de dados normativa validada por Thatcher e
é expresso em desvios-padrão e separados por faixa de
atividade elétrica e por região. Consideramos alterados
os achados que apresentaram alguma atividade elétrica
em qualquer região maior que 3 DP para mais ou menos.
Os resultados foram pareados em 2 grupos, migrânea
episódica e crônica. O diagnóstico obtido pela consulta
de neurologista junto com escalas autoaplicáveis pré-
consulta como escala de impacto da cefaleia (HIT-
6), escalas psicológicas como a versão brasileira do
SQR-20 (avalia transtornos mentais comuns), Escala
de Ansiedade de Beck, Escala de Depressão de Beck
e Escala de Castrozação da Dor (B-PCS). Foram
analisados também a quantidade de dias de cefaleia nos
últimos 30 dias, número de cefaleias fortes e número de
dias de analgésicos. Resultados: Foram analisados 36
pacientes, 20 com achados alterados e 16 com achados
normais. Do grupo “alterado”, 15 receberam diagnóstico
de migrânea crônica e 5 de episódica. No grupo
“normal”, 9 eram episódica e 7 crônica. Mapeamento
alterado possui uma tendência a se associar a enxaqueca
crônica, mas é necessário uma amostra maior. Odds-
ratio: 3,86 (IC95% 0,94-15,87) p=0.056 (TENDÊNCIA
Qui-quadrado). Quanto aos demais resultados, não
houve diferença entre os grupos considerando SQR-20,
Escala de Ansiedade de Beck, Escala de Depressão de
Beck e Escala de Castrozação da Dor (B-PCS). Não foi
signicativo, mas o grupo mapeamento alterado parece
ter em média 2,5 dias a mais de dor forte e 5 dias a mais
de uso de analgésico. Não tem diferença estatística, mas
pode merecer uma maior atenção clínica. Conclusão: A
avaliação basal para realização de neurofeedback não foi
capaz de predizer alterações psicológicas nem impacto
de cefaleia. Houve uma tendência a mais dias de cefaleia
forte e de analgésicos e diagnóstico de enxaqueca
crônica, mas não foi signicante estatisticamente.
Palavras-chave: Transtornos de Enxaqueca. Terapias
Complementares. Neurofeedback.
CORRELAÇÃO PREDITIVA DO
BIOFEEDBACK MUSCULAR PARA NÍVEIS
DE ANSIEDADE, IMPACTO DA CEFALEIA E
CLASSIFICAÇÃO DE MIGRÂNEA ANÁLISE
DE BANCO DE DADOS.
SIEGA, Márcio Rafael de Araújo
1
. OLIVEIRA, Welber Sousa
2
.
VIANA, Carlos Márcio Cordeiro
3
.
1
Graduado em Medicina e Residência em Neurologia pela
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, atua na Clínica de
tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula Dor.
2
Graduado em Medicina na Universidade de Uberaba, Residência
em Neurologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
atua na Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília –
Modula Dor.
3
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estácio de Sá,
Mestre em Fisioterapia pela Universidade de Brasília, atua na
Clínica de tratamento de dor de cabeça de Brasília – Modula
Dor. Correlação preditiva do biofeedback muscular para níveis
de ansiedade, impacto da cefaleia e classicação de migrânea –
análise de banco de dados.
Contato com autor: Siega, Márcio Rafael de Araújo
Email: marciosiega@yahoo.com.br
Endereço: SQN 303, Bloco K, Apto 612, Asa Norte, Brasília-DF
Introdução: A migrânea é doença mais incapacitante do
mundo abaixo dos 50 anos. O diagnóstico é puramente
10(3).indb 139 21/10/2019 18:53:51
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
140
clínico. A migrânea crônica congura como o subtipo mais
incapacitante. A presença de um preditor é importante para
auxiliar na identicação desse grupo e monitoramento de
resultados. Objetivo: Avaliar se a medida eletromiográca
de superfície do aparelho de biofeedback é capaz de
predizer a gravidade da migrânea, considerando também
outros fatores como impacto da enxaqueca e níveis de
ansiedade. Métodos: Estudo realizado com equipamento
da Thought Technology (CAN) encolder ProComp2™,
sensor de eletromiograa (EMG) de superfície, modelo
Myoscan-Pro (ltro entre 0 - 400 µV, com sensibilidade
de 0,1 µV) e amplicador TT-USB. Foram usados eletrodos
de superfície descartáveis, modelo Meditrace 200 Adulto
-Ag/AgCl - Gel Sólido (hidrogel) adesivo e condutor.
Foram analisados bilateralmente os músculos trapézio
superior, esternocleidomastoideo, fronto-temporal e
masseter. Foram analisados 39 pacientes, entre julho de
2018 a abril de 2019, com diagnóstico de migrânea que
realizaram avaliação com biofeedback muscular (EMG).
Durante o exame o paciente permaneceu sentado
confortavelmente em uma cadeira com as costas e cabeça
apoiadas no encosto, sendo as medidas adquiridas em
dois momentos: a) repouso com os cotovelos apoiados
nos braços da cadeira e pés apoiados no chão por 60
segundos; b) Contração Voluntária Máxima (CVM) a partir
do comando do avaliador, seguido de relaxamento. Em
seguida as informações foram armazenadas em banco de
dados do Software Biograph Innit. Os resultados foram
confrontados com o diagnóstico de migrânea episódica
até 10 crises por mês com o grupo de migrânea de alta
frequência ou crônica. O diagnóstico obtido pela consulta
de neurologista junto com os dados pré-consulta de
escalas de incapacidade pelo HIT-6 e Escala de Ansiedade
de Beck (BAI). Para análise estatística foram analisadas as
médias em repouso (mV) e os picos da amplitude durante
a CVM (mV). Os dados forma analisados usando software
SPSS-23.0, sendo feita uma comparação usando o teste
T de Student com bootstrapping, eliminando os outliers.
Resultados: Foram analisados 23 pacientes, excluídos 16
outliers de EMG. Os resultados de incapacidade de HIT-6
não demonstraram relação com os achados de EMG. Os
resultados da BAI também não se correlacionaram com
os achados de EMG. O grupo de enxaqueca episódica
apresentou um valor de EMG signicativamente menor
que o grupo de migrânea de alta frequência e crônica
(p<0.05) na análise do músculo temporal esquerdo em
repouso e no músculo esternocleidomastoideo esquerdo
durante contração máxima. O grupo migrânea de alta
frequência e crônica apresentou a análsie do temporal
esquerdo na contração máxima signicativamente menor
que o grupo de migrânea episódica (p<0,05). Os resultados
de incapacidade de HIT-6 não demonstraram relação
com os achados de biofeedback. Os resultados da Escala
de Ansiedade de Beck também não se correlacionaram
com os achados de biofeedback.Conclusão: O grupo de
migrânea de alta frequência e crônica demonstrou que
o músculo temporal esquerdo é mais tenso em repouso
e menos contráctil comparados a migrânea episódica,
podendo ser um preditor de gravidade de migrânea.
Palavras-chave: Transtornos de Enxaqueca. Terapias
Complementares. Biofeedback de EMG.
EXISTEM EVIDÊNCIAS PARA O USO DOS
NUTRACÊUTICOS NO TRATAMENTO
PROFILÁTICO DA ENXAQUECA NO
ADULTO? UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA
LITERATURA
PAIXÃO, Vitor
1
; MARQUES, Aloísio
2
; MADUREIRA, Gabriela
3
;
GLASS, Philip
4
.
1
Discente de Medicina, UESB (Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia);
2
Médico graduado pela UESB;
3
Nutricionista graduada pela Universidade Federal da Bahia. Pós-
graduada em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia. Docente
na FTC (Faculdade de Tecnologia e Ciências);
4
Mestre em Neurologia Clínica pela UCL Institute of Neurology
Queen Square. Doutorado em Ciências Médicas – Neurologia
pela Unicamp. Professor de Neurologia da UESB.
Contato com autor: Vitor Brito Paixão.
E-mail: vitorbritopaixao@gmail.com
Rua Manoel Pedro da Silva, nº 55, Bairro Candeias. Vitória da
Conquista, Bahia.
Introdução: A Enxaqueca é uma doença que acomete
14,9% da população e tem grave impacto social e
econômico. Apesar dos avanços terapêuticos, 2% da
população mundial convive com enxaqueca crônica
diária. Desta forma, é possível armar que as estratégias
atuais de tratamento não são totalmente ecazes em
muitos casos. Neste cenário, uma série de abordagens
alternativas tem sido incorporada à terapia preventiva
convencional, entre elas, se destaca a utilização de
nutracêuticos, que são alimentos ou suplementos
alimentares envolvidos na prevenção de doenças. Os
principais representantes deste grupo, no contexto do
tratamento da migrânea, são a riboavina (vitamina
B2), coenzima Q10 (coQ10) e o magnésio. Este trabalho
apresenta uma revisão sistemática dos ensaios clínicos
desenvolvidos nos últimos 15 anos sobre a ecácia dos
nutracêuticos na prolaxia da enxaqueca no adulto.
Objetivo: Analisar criticamente os ensaios clínicos
desenvolvidos nos últimos 15 anos sobre a ecácia dos
nutracêuticos na prolaxia da enxaqueca no adulto e
sumarizar as evidências cientícas sobre o uso dessas
substâncias. Métodos: Através de um algoritmo de busca
lançado na base de dados do PubMed foram encontrados
27 resultados relacionados, dos quais foram regatados
apenas os ensaios clínicos realizados em humanos adultos,
escritos na língua inglesa e desenvolvidos nos últimos 15
anos. A partir dos ltros estabelecidos, foram excluídos 16
ensaios que não se enquadravam nos critérios de inclusão,
sendo seis destes ensaios pediátricos e os dez restantes
publicados há mais de 15 anos. Resultados: Entre todos
os 11 estudos revisados neste trabalho, sete obtiveram
redução estatisticamente signicativa em frequência ou
dias de migrânea com a utilização dos nutracêuticos. O
Magnésio foi ecaz em reduzir a frequência da enxaqueca
quando comparado ao placebo, apenas quando utilizado
isoladamente, como nos ensaios realizados por Talebi
(2013), Esfanjani (2012) e Koseoglu (2008). A substância
não mostrou resultado signicativo quando associada
à Riboavina e CoQ10 ou Riboavina e Feverfew. Uma
10(3).indb 140 21/10/2019 18:53:51
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
141
possível explicação para o fenômeno seria a existência,
ainda não descrita, de interação entre os compostos. Em
relação ao uso da Riboavina, apenas Boenhke et al. e
D’andrea et al. mostraram decréscimo estatisticamente
signicativo na frequência dos episódios migranosos entre
os quatro ensaios clínicos avaliados com essa substância.
No entanto, é improvável que a substância tenha tido
papel ativo no ensaio realizado por D’andrea et al., já que
foi utilizada em dose baixa e em associação ao Ginkgolide
B e a CoQ10. A utilização da CoQ10 isoladamente reduziu
de forma estatisticamente signicativa o número de dias
de migrânea por mês nos ensaios realizados por Shoebi
(2017), e a frequência de ataques nos ensaios de Sándor
e colaboradores (2005). Conclusão: Existem evidências
clínicas baseadas em ensaios clínicos randomizados e
controlados que dão suporte ao uso de nutracêuticos na
prolaxia da enxaqueca. Substâncias como o Magnésio,
CoQ10 e Riboavina tem se mostrado ecazes e com
boa tolerabilidade e segurança. No entanto, é necessário
cautela, pois os ensaios ainda são escassos e conitantes.
Diante do exposto, é evidente a importância de estudos
mais robustos sobre o tema.
Palavras-chave: Enxaqueca. Migrânea. Nutracêuticos.
Prolaxia.
NEUROPATIA OFTALMOPLÉGICA
DOLOROSA RECORRENTE: RELATO DE
CASO
KOLTERMANN Tássia
1
, BITTENCOURT RODRIGUES Andréia
2
,
MOSER FILHO Humberto Luiz
3
1
Médica neurologista graduada em Medicina pela Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), residência médica em Neurologia
pelo Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA). Mestre em
Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Especialização em Neurohospitalismo pelo Hospital Moinhos
de Vento. Especialização em Neurologia vascular pelo Hospital
Moinhos de Vento. Neurologista no Hospital Nossa Senhora da
Conceição (HNSC-GHC).
2
Médica graduada pela Universidade do Sul de Santa Catarina
(UNISUL), residente em Neurologia no Hospital Nossa Senhora
da Conceição (HNSC - GHC).
3
Médico neurologista graduado em Medicina pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), residência médica em
Neurologia pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
Especialização em Neurologia Vascular pelo Hospital Moinhos de
Vento. Médico neurologista do corpo clínico do Hospital Moinhos
de Vento. Neurologista no Hospital Nossa Senhora da Conceição
(HNSC-GHC).
Contato com autor: BITTENCOURT RODRIGUES Andréia
Email: deiabrodrigues@gmail.com
Endereço: Avenida Francisco Trein, 487, ap 301, Bairro Cristo
Redentor – Porto Alegre/RS. CEP: 91350-200.
Introdução: A neuropatia oftalmoplégica dolorosa
recorrente, do inglês Recurrent Painful Ophtalmoplegic
Neuropaty (RPON), previamente nomeada migranea
oftalmoplégica, é uma síndrome rara, de patologia
desconhecida, caracterizada por crises de paresia de
um ou mais nervos da motricidade ocular extrínseca
associadas a cefaleia ipsilateral. Objetivo: Descrever
um caso de RPON. Relato de caso: Feminina, 17 anos,
previamente hígida, apenas com cefaleia tensional
episódica, inicia aos 15 anos com cefaleia em pressão,
intensa, hemicraniana esquerda, sem náuseas/
vômitos, associada à diplopia por paresia do IV nervo
craniano esquerdo. Novo episódio de cefaleia com
características semelhantes após 7 meses, associada a
dor orbitária, ptose palpebral à esquerda e diplopia por
acometimento parcial do III nervo craniano esquerdo.
Após 3 meses apresentou novo episódio, de mesmas
carcaterísticas, associado a ptose palpebral esquerda,
sem oftalmoparesia. Nos dois primeiros episódios a
melhora dos sintomas foi completa e espontânea, em
aproximadamente 12 dias. No terceiro episódio recebeu
curso de corticoide 1mg/kg por 5 dias, também com
melhora completa dos sintomas. Durante os eventos,
foi realizada investigação com sorologias para
toxoplasmose, citomegalovírus, HIV e sílis, provas
inamatórias, FAN, fator reumatóide, punção lombar,
ressonância magnética (RNM) e angiorressonância
de crânio, bem como angiotomograa de crânio, não
sendo encontradas quaisquer alterações nos exames.
Após o terceiro episódio foi iniciado carbamazepina
200mg de 12/12 horas, sem novos episódios de
RPON até o momento, totalizando 7 meses sem
oftalmoparesia. Discussão: Assim como no caso
relatado, o diagnóstico de RPON deve ser de exclusão,
com necessidade de afastar hipóteses como doenças
do seio cavernoso, esclerose múltipla, síndrome
de Tolosa-Hunt, neuropatia diabética e trauma.
Epidemiologicamente parece ser mais comum em
mulheres, com idade de início variando de 1 a 74 anos.
É caracterizada por uma cefaleia, que pode ter caráter
migranoso e ser associada à dor peri/retro orbitária,
com paresia de um ou mais nervos da motricidade
ocular extrínseca, mais comumente envolvendo o III
nervo craniano. A avaliação do líquido cerebroespinhal
(LCR) é útil para afastar outras doenças, já que na RPON
o LCR é, na grande maioria das vezes, normal, assim
como foi na paciente relatada. Na RNM cerebral, 75%
dos pacientes podem apresentar realce do nervo pelo
meio de contraste. Tratamentos com glicocorticoides
durante os episódios parecem ter boa resposta para
os sintomas dolorosos e na diminuição do tempo da
oftalmoparesia. O uso da carbamazepina em outras
síndromes neuropáticas dolorosas é bem conhecido e
foi iniciado na paciente para controle das crises, com
boa resposta até o momento. Conclusão: A RPON é
rara, de patogênese desconhecida e com idade de
início muito variável. O diagnóstico é feito através
de critérios denidos pela classicação internacional
de cefaleia, após exclusão de outros diagnósticos
diferenciais. O tratamento com carbamazepina parece
ter controlado as crises da paciente. Estudos analisando
o efeito da carbamazepina nessa doença poderiam
auxiliar na escolha do tratamento medicamentoso
para esses pacientes. O termo de consentimento livre
e esclarecido para publicação do caso e imagens foi
assinado pela paciente e sua responsável legal.
Palavras-chave: Oftalmoplegia. Enxaqueca
oftalmoplégica. Doenças dos nervos cranianos
10(3).indb 141 21/10/2019 18:53:51
S142
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
142
ESTIMULAÇÃO DE NERVO OCCIPITAL NO
TRATAMENTO DAS CEFALEIAS PRIMÁRIAS
REFRATÁRIAS
REBOUÇAS, Bruno Hojo
1
; PINTO, Bruna Duarte
2
; DE ABREU,
Alessandro Almeida
3
; KUBOTA, Gabriel Taricani
4
; DE ANDRADE,
Daniel Ciampi Araújo
5
; DUARTE, Kleber Paiva
6
1
Bruno Hojo Rebouças, Graduação: Medicina, Titulação: Bacharel,
1
Centro de Dor e Grupo de Cefaléia, Departamento de Neurologia,
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo, Cargo: Residente de Dor
2
Graduação: Medicina, Titulação: Bacharel,
1
Centro de Dor e
Grupo de Cefaléia, Departamento de Neurologia, Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
3
Cargo: Residente de Dor, Graduação: Medicina, Titulação:
Bacharel,
1
Centro de Dor e Grupo de Cefaléia, Departamento de
Neurologia, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, Cargo: Residente de Dor
4
Graduação: Medicina, Titulação: Bacharel,
1
Centro de Dor e
Grupo de Cefaléia, Departamento de Neurologia, Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
Cargo: Médico voluntário
5
Graduação: Medicina, Titulação: Professor,
1
Divisão de
Neurocirurgia Funcional do IPq do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina FMUSP. Centro de Dor, Departamento de
Neurologia, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, Cargo: Coordenador do Centro de
Dor/Neurocirurgia Funcional
6
Graduação: Medicina, Titulação: Professor,
1
Centro de Dor,
Departamento de Neurologia, Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo, Cargo: Coordenador
do Centro de Dor
Contato com autor: REBOUÇAS, Bruno Hojo
Email: bruhojo@hotmail.com
Endereço: Dona Teresa Margarida, nº 80, Vila Clementino, São
Paulo-SP, CEP 04037-040.
Introdução: A estimulação dos nervos occipitais para
tratamento da cefaleia foi descrito pela primeira vez
na década de 70, tendo a sua técnica aprimorada para
cirurgia percutânea em 1999. Desde então séries de
casos relataram segurança e ecácia no tratamento da
neuralgia occipital, cefaleia cervicogênica, migrânea e
cefaleias trigeminoautonômicas. No entanto, há poucos
dados na literatura quanto ao resultado dessa terapia na
população brasileira. Objetivos: Descrever as indicações
e evolução de todos os doentes submetidos ao implante
de estimulador de nervos occipitais maiores (ENOM)
num hospital terciário de São Paulo, no período de
2013 a 2019. Métodos: Coorte retrospectiva que incluiu
todos os pacientes submetidos a implante de ENOM
no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo entre os anos de 2013 até 2019.
Não foram elegidos critérios de exclusão. Os pacientes
foram identicados a partir de registros de todas as
neurocirurgias realizadas nesse serviço em tal período.
Os prontuários dos pacientes incluídos foram revisados
quanto a indicação, segurança e ecácia do procedimento.
O desfecho primário do estudo foi a redução maior que
50% na escala numérica de dor (NRS-11) após 2 meses
do procedimento. Como desfechos secundários, foram
considerados a proporção de pacientes que evoluíram
com resolução completa da dor e a frequência de
todos eventos adversos atribuídos ao procedimento.
Resultados: Foram identicados 3 homens e 5 mulheres
submetidos a ENOM e todos foram incluídos no estudo.
A ENOM foi indicada por migrânea crônica (MC) refratária
em 4 dos pacientes e por cefaleia em salvas (CS) refratária
nos demais 4. O desfecho primário foi obtido em 7 (87,5%)
dos indivíduos, sendo 4 (100%) dos pacientes com CS e 3
daqueles com MC (75%). Houve resolução completa da
dor em 6 sujeitos (62,5%), sendo 3 (75%) dos indivíduos
com CS e 2 daqueles diagnosticados com MC (50%). Com
relação à segurança do procedimento, 2 (25%) pacientes
apresentaram evento adverso moderado, a saber, infecção
de sistema do estimulador, sendo necessária a retirada do
dispositivo. Nenhum evento adverso grave foi identicado.
Conclusão: A ENOM é uma estratégia terapêutica
promissora e aparentemente segura para o tratamento das
cefaleias primárias refratárias, particularmente as cefaleias
trigeminoautonômicas. Apesar do pequeno tamanho da
amostra do nosso estudo, os nossos resultados vão de
encontro com aqueles obtidos por outros estudos na
literatura. Maiores estudos prospectivos são necessários
para corroborar a ecácia desse tratamento e para auxiliar
na seleção de doentes com maior potencial de resposta
terapêutica.
Palavras-chave: Neuromodulação. Estimulação de
nervo occipital. Cefaleia Crônica Diária. Cefaleia em
salvas. Migrânea crônica.
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E
ZUMBIDO
GUEDES, fabio da conceição barbosa
Graduado em Odontologia pela Unigranrio, Especialista em
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial pela UFRJ/RJ, Mestrando
em DTM e Dor Orofacial pela SLMandic/SP, Staff do serviço
de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial dos Hospitais (Hospital Casa.
São Bernardo e SEMIU), Cirurgião na Clinica Privada HandFace
Cirurgiões Associados
Contato com autor: GUEDES, fabio da conceição barbosa
Email: fcbguedes@gmail.com
Endereço: Rua Beth Lago, 295 casa 44, Recreio – RJ, CEP:22790-
674.
Introdução: Este trabalho teve como objetivo avaliar
o efeito do zumbido após o controle da dor miofascial
nos músculos da mastigação e se existe relação
entre a freqüência tonal especíca do zumbido e a
disfunçãotemporomandibular. Metodologia: Foram
incluídos 25 indivíduos, de ambosos gêneros, com idades
entre 18 e 80 anos e que apresentaram queixa dezumbido
uni ou bilateral com audiometria de alta frequência
tonal, vocal, SRTe impedânciometria normais associados
a sintomas de DTM ipsilateral. Paratodos aqueles que
responderam armativamente a pelo menos uma
pergunta doQuestionário de triagem recomendado pela
Academia Europeia de DesordensCraniomandibulares
(AEDC), foram convidados a participar da pesquisa
10(3).indb 142 21/10/2019 18:53:51
S143
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
143
esubmetidos ao critério diagnóstico RDC/TMD Eixo I.
Resultados: Os dadosobtidos foram submetidos ao teste
qui-quadrado de Pearson e teste Exato deFisher, com
um nível de signicância de 95%. Foi encontrada uma
maiorfreqüência de dor miofascial contudo as frequência
Tonal não apresentaramdiferença signicativa entre
severidade do zumbido e a gravidade da dorcrônica
(p<0,05). Conclusão: Conclui-se que não existe uma forte
correlaçãoentre os sinais e sintomas da DTM e o zumbido.
Palavras-chave: Dor miofascial., Disfunção
Temporomandibular. Zumbido
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOLOROSA
EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA E
MIGRÂNEA ASSOCIADAS
BARROS, Manuella Moraes Monteiro Barbosa
1
; NOTARO, Larissa
Stefany Tavares
2
; VASCONCELOS, Taís Siqueira
2
; CABRAL,
Acácia Marinho Ferraz Gomes
2
; TENÓRIO, Angélica da Silva
3
;
OLIVEIRA, Daniella de Araújo
4
.
1
Fisioterapeuta, doutoranda do Programa de Neurociências e
Ciências do comportamento, UFPE.
2
Discentes do curso de Fisioterapia, UFPE.
3
Fisioterapeuta; Docente do curso de Fisioterapia da UFPE;
doutora em nutrição, UFPE.
4
Fisioterapeuta; Docente do curso de Fisioterapia da UFPE;
doutora em Neurociências e ciências do comportamento, UFPE.
Contato com autor: BARROS, Manuella Moraes Monteiro Barbosa
E-mail: manu_mmbb@hotmail.com
Endereço:Av. Desembargador João Paes, nº 510, apartamento
1502. Bairro: Boa Viagem, Recife-PE.
Introdução: A bromialgia e migrânea compartilham
mecanismos de processamento da dor caracterizados
pela sensibilização central e periférica. Essas alterações
podem levar a modicações na percepção de dor,
potencializando a sensação dolorosa e, até mesmo
remodelando o esquema corporal destas pacientes. A
experiência da dor é modulada em um nível cognitivo,
dependendo da atenção, antecipação, emoção e
memória da dor prévia. Sabe-se que alguns fenômenos
podem inuenciar na percepção dolorosa destes
pacientes, dentre eles podemos citar: fadiga, presença
de ansiedade e depressão. Além disso, os aspectos
cognitivos e emocionais relacionados à dor vivenciada
pelos pacientes com bromialgia envolvem um
pensamento de catastrozação, reconhecido como um
estado negativo diante de uma experiência dolorosa.
Catastrozação está especicamente relacionada aos
pensamentos e sentimentos ligados à situação dolorosa,
tais como medo, preocupação, inabilidade para desviar
a atenção e lidar com a dor. Objetivo: Descrever as
principais características da percepção dolorosa em
pacientes com bromialgia e migrânea. Métodos: Trata-
se de um estudo transversal, descritivo e observacional
realizado com 26 mulheres (52±7 anos), provenientes do
ambulatório de bromialgia do serviço de Reumatologia
do Hospital das clínicas de Recife, Pernambuco. As
coletas foram realizadas no período de janeiro à julho
de 2019. Para análise das características da dor foram
utilizados os instrumentos Escala de catastrozação da
dor (PCS) e Inventário da sensibilização central (CSI).
A qualidade de vida foi mensurada pelo Questionário
de impacto da Fibromialgia- versão revisada (FIQ-R).
Sintomatologia de depressão e ansiedade foi avaliada
pelos Inventários da depressão de Beck (BDI) e
Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), respectivamente.
O diagnóstico de cefaleia baseou-se na Classicação
Internacional das Cefaleias (2018). Resultados: Metade
das pacientes (n=13) apresentaram catastrozação
da dor, destas 10 (77%) foram classicadas com grau
extremo de síndrome de sensibilização central (p>0,05;
X 2). A média do escore do FIQ-R foi de 83,4 (±10) para
o grupo com catastrozação vs. 62 (±23) para o grupo
sem catastrozação (p=0,007; Teste de Mann-Whitney).
Não houve diferença entre os níveis de sintomatologia
depressiva e ansiosa em relação à presença de
catastrozação (p>0,05; X 2). Conclusão: Mulheres que
apresentam associação entre bromialgia e migrânea
tem graus extremos de síndrome da sensibilização
central e pior percepção de qualidade de vida.
Palavras-chave: Migranea. Cefaleia. Fibromialgia.
Catastrozação. Dor.
SOFRIMENTO MENTAL, DEPRESSÃO
E ANSIEDADE EM PACIENTES NO
AMBULATÓRIO DE CEFALEIA E
DOR OROFACIAL DO INSTITUTO DE
NEUROLOGIA DE CURITIBA.
PERBONI Talita Souza
1
, WILL Walkyria Busato e SANTOS Paulo
Sérgio Faro.
1
Psicóloga, especialista em Neuropsicologia, psicóloga do Setor
de Cefaleia e Dor Orofacial do Instituto de Neurologia de Curitiba
2
Acadêmica de Psicologia da PUC-PR e estagiária do Setor de
Cefaleia e Dor Orofacial do Instituto de Neurologia de Curitiba
3
Neurologista e chefe do Setor de Cefaleia e Dor Orofacial do
Instituto de Neurologia de Curitiba
Introdução: A migrânea é um distúrbio neurológico de
alta prevalência que promove impacto relevante na vida
dos pacientes. Por consequência, tem sido associada
a comorbidades psiquiátricas, incluindo ansiedade,
depressão e sofrimento mental. Objetivo: Avaliar a
prevalência de depressão, ansiedade e sofrimento
mental nos pacientes adultos do Setor de Cefaleia e Dor
Orofacial do INC (SCEDOF), além de identicar o perl
epidemiológico desses pacientes. Metodologia: estudo
epidemiológico retrospectivo, transversal e comparativo.
Foram selecionados todos os indivíduos diagnosticados
com alguma modalidade de cefaleia, comparando-os
entre si com os diferentes diagnósticos de cefaleia. Esta
pesquisa foi realizada com os pacientes atendidos no
Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) entre março de
2017 até abril de 2018. Como critérios de inclusão foram
considerados pacientes com mais de 18 anos de idade
e que os prontuários apresentassem o diagnóstico e os
dados sociodemográcos: sexo, idade e escolaridade.
10(3).indb 143 21/10/2019 18:53:51
S144
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
144
Para diagnosticar esses pacientes foram utilizados a
Classicação Internacional de Cefaleias ICHD-3 beta
(2014), o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais – DSM-V, a Escala Hospitalar de Ansiedade e
Depressão (HADS) e a Escala de Sofrimento Mental
(SRQ-20). Após obtidos os dados foram codicados,
digitados e sistematizados, no programa Microsoft
Excel 2010. Este estudo foi aprovado pelo comitê de
ética (CAAE 90700318.6.0000.5227). Resultados:
Nesse período foram avaliados 147 pacientes, entretanto
a amostragem nal foi de 135 pacientes. Desses 135
indivíduos: 87,40% eram mulheres (n=118). A idade média
foi de 39,50 anos de idade, em extremos entre 19 e 83
anos de idade. Quanto ao nível educacional os pacientes
possuíam ensino fundamental incompleto (n=1, 0,74%),
fundamental completo (n=7, 5,19%), médio completo
(n=20, 14,81%), superior incompleto (n=7, 5,19%), superior
completo (n=46, 34,07%) e pós-graduação (n=54, 40%).
Quanto ao diagnóstico, têm-se que 35 (25,92%) pacientes
apresentaram sofrimento mental e ansiedade, 30 (22,22%)
tinham sofrimento mental e transtorno de humor misto,
11 (8,14%) apresentaram exclusivamente sofrimento
mental, 12 (8,88%) pacientes tinham apenas ansiedade,
5 apenas (3,70%) transtorno de humor misto, 4 (2,96%)
apenas depressão e só 1 (0,74%) tinha sofrimento mental
e depressão. Da amostra nal, 61,48% (n=83) pacientes
tiveram o diagnóstico de migrânea sem aura (com 43
crônicos); 8,88% (n=12) tinham migrânea com e sem aura
(02 crônicos) e 5,18% (n=7) tinham migrânea com aura (02
crônicos); e 24,44% (n=33) apresentaram outras cefaleias.
Destaca-se que dentre os pacientes com migrânea
crônica 14,07% (n=19) apresentaram sofrimento mental
e transtorno de humor misto, 11,11% (n=15) sofrimento
mental com ansiedade, 8,47% (n=5) apenas ansiedade,
5,08% (n=3) apenas depressão, 3,39% (n=2) unicamente
sofrimento mental e 3,39% (n=2) apenas transtorno de
humor misto. Conclusões: Este estudo mostrou que tanto
sofrimento mental associado à ansiedade e depressão são
comuns a pacientes migranosos, prevalecendo uma maior
relação entre migrânea com ansiedade. O alto índice de
sofrimento mental encontrado corrobora com os estudos
que apontam o sofrimento psíquico e incapacidade
trazida pela migrânea aos pacientes. Foram percebidas
correlações entre os diferentes diagnósticos de migrânea
e transtorno de humor, entretanto um estudo com uma
amostra maior permitirá um melhor entendimento dessa
correlação.
Palavras-chave: Ansiedade. Cefaleia. Depressão.
Migrânea. Sofrimento mental.
MODULAÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA
EM PACIENTES COM MIGRÂNEA CRÔNICA:
ESTUDO PILOTO
VENDRAMIM Ana Carolina Carmona
1
, OLIVEIRA Anamaria
Siriani
2
, SOUZA Hugo Celso Dutra
2
, BEVILAQUA-GROSSI
Débora
2
, PHILBOIS Stella Vieira
3
, DACH Fabiola
4
, ROSSI Denise
Martineli
5
1
Aluna de graduação do curso de Fisioterapia, Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
2
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo.
3
Fisioterapeuta, Doutoranda na Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
Contato com autor: E-mail: anaccvendramim@usp.br; endereço:
Rua Campos Salles, 890, Bairro Centro, apto. 52. Ribeirão Preto
– SP.
4
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
5
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-Doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
Contato com autor: ROSSI Denise Martineli
Email: denisemartineli@hotmail.com
Endereço: Albert Einstein, 1360, Monte Alegre, Ribeirão Preto –
SP CEP 14051-110.
Introdução: A investigação do controle autonômico
cardiovascular, principalmente por meio da análise da
sua inuência sobre a modulação da variabilidade da
frequência cardíaca (VFC), tem sido utilizada como
um preditor de morbi-mortalidade cardiovascular
em diferentes condições siopatológicas. Nesse
sentido, uma revisão sistemática recente sugeriu a
redução da modulação autonômica parassimpática
em pacientes com cefaleias primárias. No entanto,
apesar desses resultados, a literatura ainda é
controversa, principalmente devido à ausência de
padronização metodológica que pode interferir nos
resultados, incluindo diferentes diagnósticos de
cefaleias primárias como a migrânea crônica, na qual
os pacientes apresentam mais de 15 crises de cefaleia
por mês. Objetivo: Investigar as alterações no controle
autonômico cardiovascular, por meio da análise da VFC,
variabilidade da pressão arterial (VPA) e sensibilidade
barorreexa (SBR) em mulheres com migrânea
crônica. Métodos: Estudo observacional transversal
no qual foram avaliadas mulheres diagnosticadas com
migrânea crônica segundo os critérios da International
Headache Society (MC, n=11) apresentando pelo menos
15 dias de dor no mês nos últimos seis meses, e mulheres
sem cefaleia pareadas pela idade para compor o grupo
controle (GC, n=11), com pontuação na Parte A do
questionário Central Sensitization Inventory (CSI-BR)
menor que 30 pontos. Todas as participantes estavam
na fase folicular do ciclo menstrual. Foram excluídas
mulheres que apresentassem doença metabólicas,
cardiovasculares, diagnóstico de pressão intracraniana
idiopática, cefaleias secundárias, índice de massa
corporal maior que 30 kg/m2 e gestantes. Todas as
participantes assinaram o termo de consentimento
aprovado pelo Comitê de Ética Local (CAAE:
05342818.3.0000.5440). No grupo MC, foram avaliados
a intensidade da dor pela Escala Numérica de Dor (0-
10), o índice de incapacidade pelo questionário Migraine
Disability Assessment (MIDAS) e monitorado o uso de
medicamentos. O registro da frequência cardíaca foi
realizado com eletrocardiograma na derivação MC5 e
o registro da pressão arterial batimento-a-batimento
cardíaco através da fotopletismograa digital com o
equipamento Finometer. Os dados foram coletados
10(3).indb 144 21/10/2019 18:53:51
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
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de forma contínua e simultânea durante 10 minutos na
posição supina. Resultados: O GC apresentou média
de idade de 33 anos (DP=6) e índice de massa corporal
de 23,8 kg/m2 (DP=2,9). O grupo MC teve média de
32 anos (DP= 10) anos, índice de massa corporal de 25
kg/m2 (DP=4,5) e média de 12 anos (DP=7) de cefaleia.
A intensidade média de dor de cabeça no grupo MC
foi de 8,1 (DP= 1,7). A incapacidade relacionada a
migrânea foi leve (27,3%), moderada (18,2%) e severa
(54,5%). Com relação às análises da VFC, VPA e SBR
os grupos foram semelhantes em todos os parâmetros
(p>0.05). Conclusão: Os resultados preliminares
apontam que apesar do grupo MC apresentar dor
crônica de intensidade moderada à severa, o mesmo
não difere do controle quanto a modulação autonômica
cardiovascular, analisadas pela VFC, VPA e SBR.
MENINGITE CRIPTOCÓCICA COM
APRESENTAÇÃO DE PAROXISMOS DE
SÍNDROME DEFICITÁRIA DE NERVO
OCULOMOTOR DIREITO E HIPERTENSÃO
INTRACRANIANA
GUTIERRES, Verônica Carvalho
1
; PUPO, Brunella Flores
1
;
MARTINS,Alessandra Castro
1
; LUBINI, Ricardo
1
; PONTALTI,
Mariana Moraes
2
1
Medicina, Residente do Serviço de Neurologia do Hospital Mãe
de Deus
2
Medicina, Médica do serviço de Neurologia do Hospital Mãe de
Deus
Contato com autor: Endereço: Rua Dr Oscar Bittencourt 24, 303.
Menino Deus. Porto Alegre. Cep: 90850-150.
Introdução: A meningite criptocócica é causada
pelo fungo Cryptococcusneoformans, que afeta
principalmente imunossupressos, sendo a maioria
dessescom síndrome da imunodeciência adquirida
(SIDA) e baixa contagem de célulasCD4. O diagnóstico
é feito com a evidência do patógeno no líquor e o
tratamento deindução é a associação de anfotericina
B com uticasona ou uconazol e, após,manutenção
com uconazol. Objetivo: Relatar caso de apresentação
atípica demeningite criptocócica como primeira
manifestação SIDA. Metodologia: revisãode prontuário
e revisão bibliográca na base de dados Pub med com
os descritores:Cryptococcal Meningitis e Intracranial
hypertension . Relato do Caso: sexomasculino, 36 anos
de idade, cefaleia intensa na região frontal, caráter
em“ncadas”, contínua, com 10 dias de evolução.
Procedimento de septoplastiaprecedendo em 5 dias
o início da dor. Usou Amoxicilina e Clavulanato por
sinusite;trocado para cefuroxima 4 dias antes da
internação. Exames de imagem resultaramnormais,
afastado complicações de sinusite. Após período
breve de resolução dador contínua, evoluiu com
episódios paroxísticos de cefaléia excruciante,
duraçãode até 15 minutos, ptose palpebral e midríase
a direita, hipertensão arterial ebradicardia. Punção
lombar: Pressão de abertura 400 cmH2O e análise
liquóricainicial sem alterações. Posteriormente, cultura
do líquor e hemocultura positivaspara Cryptococcus
neoformans, exame de Reação em Cadeia da Polime
rase (PCR)para Cryptococcus neoformans : 1/1024. Foi
iniciada Anfotericina B e Fluconazolendovenoso e, pela
persistência de paroxismos de hipertensão intracraniana,
foirealizada derivação ventricular externa, com
resolução clínica. Testes sorológicosconrmaram SIDA.
Foi realizada monitorização da pressão Intracraniana
e feitasanálises semanais de líquor para controle do
tratamento. Após término de indução(28 dias), suspensa
anfotericina B e em uma semana houve recorrência de
cefaléiacom confusão mental, ainda necessitando de
drenagem liquórica, PCR com título de1/1024; sendo re
introduzida anfotericina B e, após 14 dias, trocada por
Fluconazolcom término de indução em 3 meses. Neste
momento tinha Carga viral: 78.700cópias / 4,90 log,
Linfócitos T CD4: 28. Foi iniciada Terapia Antiretroviral
em 45 diasapós início da terapia antifúngica.
Resultados: Paciente evoluiu com melhoraneurológica
lenta, tendo diversas complicações clínicas como sepse
pulmonar esíndrome da angústia respiratória aguda.
Em aproximadamente 3 meses deinternação o mesmo
já conseguia articular palavras e deambular. Conclusão:
Meningite criptocócica é uma condição debilitante,
sobretudo em SIDA semtratamento. A apresentação de
SIDA e SIRS desencadeada por essa patologia é rara.
Palavras-chave: Meningite Criptocócica. Cefaleia.
Hipertensão intracraniana.
EPIDEMIOLOGIA E FREQUÊNCIA
DOS DIAGNÓSTICOS DE CEFALEIA
DOS PACIENTES ATENDIDOS NO
AMBULATÓRIO DE CEFALÉIAS DE UM
CENTRO TERCIÁRIO DO HOSPITAL DAS
CLÍNICAS DA UFMG
ROJO joana luiza
1
MOURA talitha cristina maletta
1
MURTA
nina rosa aparecida felisardo
2
MORAES helena providelli de
2
GOMEZ rodrigo santiago
3
1
Médica neurologista; Fellowship em Cefaléia do Programa de
Residência Médica em Neurologia da Universidade Federal de
Minas Gerais
2
Médica Neurologista, Cefaliatra, Preceptora do Programa de
Residência de Neurologia da Universidade Federal de Minas
Gerais
3
Médico Neurologista, Cefaliatra, Preceptor do Programa
de Residência da Universidade Federal de Minas Gerais e
Coordenador do Ambulatório de Cefaleia do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A cefaleia é uma das queixas mais
frequentes na prática médica, com uma prevalência
anual estimada em torno de 50% entre os adultos. Na
maioria dos casos se apresentam como o principal
sintoma de uma cefaleia primária, podendo também
estar presente em outras condições como, traumatismos
cranioencefálicos, neoplasias, após uso abusivo de álcool
dentre outros. Objetivo: Identicar a frequência dos
diferentes diagnósticos de cefaleia e as características
dos pacientes do Ambulatório de Cefaléias do Hospital
das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
10(3).indb 145 21/10/2019 18:53:51
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
146
(AmbCef-UFMG). Métodos: Foram utilizados para os
diagnósticos os critérios da Classicação Internacional
das Cefaleias (ICHD3 – 2018), além da coleta de dados
dos atendimentos dos pacientes no período de março
a agosto de 2019. Resultados: Foram avaliados 245
pacientes, sendo 86% do sexo feminino e 14% do sexo
masculino. A idade média foi de 47,06 anos. A cefaleia
primária foi o diagnóstico mais prevalente sendo a
migrânea sem aura o tipo de cefaleia primária mais
comum, responsável por 40% dos diagnósticos, seguida
de migranea com aura, sendo 16,3% dos diagnósticos.
Dentre as cefaleias secundárias, a hipertensão
intracraniana idiopática foi o diagnóstico mais frequente,
totalizando 17,1% dos casos. Além disso, foi identicada
uma alta frequência de abuso de analgésicos, em 14,6%
dos pacientes. Outro dado de grande impacto foi a
alta prevalência de sintomas ansiosos e/ou depressivos
presentes em 47,7% dos pacientes, associados a todos
os tipos de cefaleia. Conclusão: Este estudo transversal
é compatível com os dados sobre epidemiologia
das cefaleias presentes nos demais estudos, sendo
a migranea a cefaleia primária mais presente nos
atendimentos médicos. Além disso, a hipertensão
intracraniana idiopática foi não só o tipo de cefaleia
secundária mais frequente, mas também responsável
por uma grande parcela dos pacientes atendidos neste
ambulatório. Esse dado pode estar relacionado ao
fato deste centro terciário ser uma referência para os
serviços internos e externos de Oftalmologia. Também
observamos uma alta prevalência de sintomas ansiosos
e/ou depressivos associados a todos os tipos de cefaleia,
o que também é visto na literatura, sendo um importante
contribuidor para a refratariedade da resposta aos
tratamentos oferecidos. Consideramos de grande
importância, portanto, a sua abordagem e tratamento
juntamente com o quadro de cefaleia.
Palavras-chave: : Cefaleia.Migranea.Epidemiologia.
CEFALEIA RELACIONADA AO ATO SEXU-
AL, ANÁLISE DE 18 CASOS. CARACTERÍS-
TICAS CLÍNICAS DOS CASOS PRIMÁRIOS E
SECUNDÁRIOS
KAUP, Alexandre Ottoni
1
, GOULART, Lucas Guedes
2
1
Neurologista, Hospital Israelita Albert Einstein, SP, Brasil;
2
Aluno da Faculdade de Medicina da Universidade Anhembi
Morumbi, SP, Brasil
Contato com autor: KAUP, Alexandre Ottoni
E-mail: alexandrekaup@einstein.br
Av. Albert Einstein, 627 BL A1 Sala 109, São Paulo, Brasil – CEP
05652-000
Introdução: A cefaleia primária relacionada ao ato
sexual (CPRAS) com prevalência estimada em 1% da
população é descrita como uma cefaleia desencadeada
pela atividade sexual, com inicio de uma dor surda
bilateral, que aumenta com o aumento da excitação e
se torna subitamente intensa no orgasmo, na ausência
de qualquer alteração intracraniana, sendo necessário
ao menos dois episódios para o diagnóstico denitivo. A
classicação da IHS recomenda que todo evento inicial
de (CPRAS) seja investigado para se excluir hemorragia
subaracnóide (HSA), dissecção de vasos cervicais ou
intracranianos e a síndrome da vasoconstricção cerebral
reversível (SVCR). Objetivo: Descrever características
demográcas e clínicas de 18 casos de CRAS, 10
primários e 8 secundários, atendidos pelo mesmo
neurologista (AOK). Métodos: A busca em prontuário
eletrônico utilizando-se os termos cefaleia do ato
sexual, cefaleia orgástica e cefaleia relacionada ao ato
sexual identicou 18 pacientes com CRAS no período
de 2006 a 2018, num universo de 6000 pacientes
atendidos. Foram coletados dados demográcos e
características da dor como lateralidade, localização,
tipo de dor, duração, se desencadeada em outros tipos
de esforço físico, o comportamento temporal da dor,
o tratamento efetuado e o diagnóstico realizado nos
casos secundários. Resultados: A idade média de início
da dor para todos os casos, primários e secundários foi
de 38.1 anos (15-54), 33.5 anos (15-51) e 43.8 anos (30-
54) respectivamente. Observamos maior prevalência
no sexo masculino sendo a proporção M:F 2.6:1, 2.3:1
e 3:1 considerando-se amostra total, primários e
secundários. As co-morbidades mais frequentes para os
casos primários foram migranea 40%, tabagismo 30%,
HAS, diabetes, ansiedade e obesidade 20%; para os
casos secundários as mais frequentes foram HAS 50%,
depressão 37%, ansiedade, uso de drogas e obesidade
25%. Nos casos primários a dor foi bilateral em 100%,
occipital ou holocraniana em 60%, explosiva em 100%,
desencadeada exclusivamente em ato sexual por 70%
ou também pela masturbação em 30%. Para 66.5% a dor
mais forte durou menos que 30 minutos e 20% referiram
dor desencadeada por outro esforço físico. Cerca de
60% apresentou um período sintomático, 30% episódios
de curta duração repetidos separados por anos (3-10
anos) e um paciente tinha dor há 25 anos com intervalos
de meses entre os períodos sintomáticos. Propranolol
70% e indometacina 60%, foram os medicamentos mais
utilizados e com boa resposta. Nos casos secundários
a dor foi bilateral em 75%, occipital ou holocraniana em
87%, explosiva em 100% dos casos. Para 75% destes a dor
mais forte durou mais que 30 minutos, 37.5% dos casos
apresentaram sinais focais (hemiparesia, hipoestesia
e alteração visual), 25% relatou que a dor poderia ser
desencadeada por outro esforço físico. Dois pacientes
apresentaram recorrência da dor em intervalos maiores
de 1 ano antes do diagnostico. Dissecção de vasos
cervicais 37.5%, SVCR 25%, AVCi, aneurisma cerebral não
roto e um caso de hemorragia cerebral parenquimatosa
que levou a morte com 12.5% foram os diagnósticos dos
casos secundários. Conclusões: Menor idade de início
do quadro, menor proporção entre os sexos foram as
diferenças encontradas nesta amostra entre os casos
primários e secundários de cefaleia relacionada ao ato
sexual. Um paciente primário apresentava dor crônica há
25 anos. A forma secundaria foi causada por disseção de
vasos cervicais, SVCR, aneurisma cerebral não roto e AVC
isquêmico e hemorrágico. A realização de um estudo
populacional se faz necessária para conhecermos o
10(3).indb 146 21/10/2019 18:53:51
S147
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
147
comportamento desta condição, aumentando o número
de casos e tirando o viés do serviço médico.
Palavras-chave: Cefaleia primaria relacionada ao ato
sexual. Cefaleia do ato sexual. Cefaleia orgástica.
A UTILIZAÇÃO DE BLOQUEIOS NERVOSOS
NO TRATAMENTO DA CEFALEIA EM
SALVAS: UMA REVISÃO DA LITERATURA
CRUZ, Isabella Chaves Lira
1
; LEMOS, Luísa Oliveira
1
; BOMFIM,
Renata Castro Fagundes
1
; MARTINS, Camila de Assunção
1
;
OLIVEIRA, Ranyelle Gomes de
1
; HERBAS, Marco Alejandro
Menacho
1
; SILVA, Ledismar José
2
1
Faculdade de Medicina, acadêmico(a) da Pontifícia Universidade
Católica de Goiás
2
Neurocirurgião funcional, mestre em Gerontologia e docente da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Contato com autor: LEMOS, Luísa Oliveira
E-mail: lululemos_60@hotmail.com
Rua 15, número 530, Setor Oeste, CEP: 74140-035.
Introdução: A cefaleia em salvas (CS) caracteriza-se por
pelo menos cinco crises de dor severa, unilateral, com
duração de 15 a 180 minutos, localização supraorbitária
e/ou temporal, com frequência de 1 vez a cada dois dias
a 8 vezes por dia. As crises devem ser acompanhadas
de ao menos uma manifestação autonômica ipsilateral
à dor. Possui duas formas clínicas: crônica e episódica.
O tratamento da CS crônica refratária pode ser
realizado pelo bloqueio neural de determinados alvos,
que consiste na aplicação de anestésicos locais a
m de inibir transitoriamente a condução dos sinais
nociceptivos. Os alvos incluem o gânglio esfenopalatino
(SPG) e o nervo occipital (NO). Objetivo: Este estudo
visa levantar os tipos de bloqueios neurais ecazes no
tratamento da CS, bem como elucidar sua viabilidade
e aplicabilidade. Métodos: Trata-se de uma revisão
sistemática da literatura. Foram incluídos artigos de
2015 a 2019 e que envolviam estudos em humano.
A base de dados selecionada para a pesquisa de
estudos clínicos controlados foi o PubMed, utilizando-
se as palavras-chave “cluster headache AND nerve
block”. Resultados: Foram selecionados 12 estudos.
Em um deles foi mostrado que a utilização de
bloqueios anestésicos (BA) é muito frequente nos
hospitais de terceiro nível (79,16%) pelos prossionais
neurologistas, sobretudo no tratamento da CS, sendo o
segundo mais utilizado. Quatro estudos evidenciaram
a ecácia do BA do SPG, que mostrou vantagem em
relação à terapia padrão. Dentro da classicação da
dor, em uma escala numérica de (0 – 10), os pacientes
relataram queda do nível da dor. Um dos estudos
preferiu o bloqueio do SPG com Onabotulinumtoxina,
que revelou ser de grande ecácia na redução da CS.
Dois dos estudos evidenciaram que o BA do NO maior
com injeção de anestésico locais e/ou esteroides tem
efeito preventivo na CS, enquanto que outros dois
estudos mostraram redução signicativa na frequência
de ataque, intensidade e duração dos episódios de dor
para CS crônica e aguda quando utilizado o BA no NO.
Tanto a estimulação quanto o bloqueio do NO no pós-
operatório de um total de sete pacientes com cefaleia
em salvas zeram com que houvesse acentuado alívio
da dor. Entretanto esta é uma questão que requer mais
investigação. Conclusão: A CS é uma condição que
interfere de maneira signicamente negativa na vida
dos pacientes, sendo tratada em hospitais de terceiro
nível. A segunda abordagem terapêutica mais utilizada
consiste em bloqueios anestésicos que podem ser
feitos no gânglio esfenopalatino ou no nervo occipital.
Os achados indicam que tanto a estimulação quanto
o bloqueio do NO no pós-operatório trouxeram
resultados positivos aos pacientes, além disso, o
bloqueio anestésico do SPG mostrou vantagem em
relação à terapia convencional. Ainda são necessários
mais estudos para elaboração de um consenso entre
a melhor abordagem de tratamento e a clínica do
paciente.
Palavras-chave: Cefaleia em salvas. Bloqueio neural.
Tratamento. Cefaleia crônica.
NEUROPATIA OFTALMOPLÉGICA
DOLOROSA : RELATO DE UM CASO.
FERREIRA, Carlos Alberto ; FELICIO Andre Carvalho .
1
Faculdade IPEMED de Ciências Médicas, São Paulo, SP.
A Neuropatia Oftalmoplégica Dolorosa (NOD)
recorrente foi descrita por Gubler em 1860, porém
somente em 1890 Charcot introduziu o termo
“Migraine Ophtalmopilégique”, é extremamente rara
e de etiologia controversa, caracterizando-se por
crises recorrentes de cefaleia unilateral xa, paresia
de um ou mais nervos oculomotores homolaterais
à dor, com duração de uma ou mais semanas e um
período de latência entre a cefaleia e oftalmoplegia
de cerca de 04 dias. Uma característica fundamental
é a reversiblidade espontânea dos achados de
oftalmoplegia. Material e métodos: Relatar um caso
de NOD, chamando a atenção para esta patologia no
diagnóstico diferencial das oftalmoparesias dolorosas.
Resultado: Paciente de 40 anos, sexo feminino,
procurou atendimento em 21/06/2018 com queixa
de cefaleia , piorando em intensidade e frequência
(02 episódios) fev/18 e junho/18 . As dores eram de
forte intensidade, difusa e generalizada e não pulsátil.
O primeiro episódio foi em 02/2018, na ocasião
associado a síncope. Após a primeira semana de dor
apresentou diplopia com estrabismo convergente (
paralisia do VI nervo craniano à direita ) que regrediu
espontaneamente após 40 dias. Foram solicitados
ressonância magnética do crânio e órbitas normais,
sendo a hipótese de NOD recorrente sugerida.
Conclusão: NOD é uma causa infrequente de dor e
deve ser lembrada como diagnóstico diferencial das
oftalmoparesias dolorosas.
Palavras-chave: Síncope, Migrânea, Enxaqueca
Oftalmoplégica, Neuropatia Oftalmoplégica dolorosa
recorrente.
10(3).indb 147 21/10/2019 18:53:51
S148
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
148
DISSECÇÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA
INTERNA COM APRESENTAÇÃO CLÍNICA
DE CEFALEIA TRIGÊMINO AUTONÔMICA:
RELATO DE CASO
CARVALHO GUTIERRES, Verônica
1
, COSTA, Marilia
2
.
1
Medicina, Residente do Serviço de Neurologia do Hospital Mãe
de Deus
2
Médica Neurologista no Hospital Santa Cruz
Contato com autor: Verônica Carvalho Gutierres
Email: veronica.neuro@gmail.com
Endereço: Rua Dr Oscar Bittencourt 24, 303. Menino Deus. Porto
Alegre. Cep: 90850-150.
Introdução: A dissecção carotídea é uma ocorrência
rara, com incidência populacional de 1,7 a 3 / 100.000
por ano. Contudo, é a principal causa de acidente
vascular cerebral (AVC) em indivíduos com menos de
45 anos causando até 25% dos AVCs em adultos jovens.
Sua etiopatogenia é controversa, acredita-se que haja
associação de predisposição genética (síndrome de Ehler-
Danlos, Marfan, displasia bromuscular, osteogênese
imperfeita, etc.), fatores ambientais (infecção recente,
trauma ou manipulação cervical) e fatores de risco
(hipertensão, migrânea, e índice de massa corporal)
para o seu desenvolvimento. Objetivo: Relatar um caso
de dissecção carotídea espontânea com apresentação
atípica em forma de cefaleia trigêmino autonômica.
Metodologia: Realizada avaliação do paciente, revisão
do prontuário e breve revisão bibliográca na base de
dados Scielo e UpToDate com os descritores Artery
dissection e Carotid dissection. Relato do caso: Paciente
do sexo masculino, 48 anos, procurou atendimento
ambulatorial com queixa de cefaléia com evolução de
semanas. Sem tratamento especíco. Relata que a
cefaléia foi de início súbito, que atingiu sua intensidade
máxima dentro de um minuto. Após sua instalação, a
dor apresentou as seguintes características: dor orbital,
supraorbital a esquerda, acompanhada por fenômenos
autonômicos. Hipertenso, estava em uso de losartana. O
exame neurológico interictal era normal. Em virtude da
instalação súbita da cefaleia, o paciente foi encaminhado
para investigação complementar com ressonância
magnética (RM) de crânio e angioressonância arterial de
crânio, as quais evidenciaram os respectivos resultados:
RM de crânio normal; angiorressonância arterial de
crânio evidenciou aumento do calibre do segmento
extracraniano na artéria carótida interna esquerda e
segmentos Lácero e Petroso intracranianos, associado
a imagem em crescente, achados que sugerem
dissecção arterial. RESULTADOS: Foi iniciada terapia
antiplaquetária como prevenção primária de evento
isquêmico. O paciente evoluiu com melhora da cefaleia
e segue assintomático. Conclusão: A apresentação
clínica da dissecção arterial é variável. Cefaleia ipsilateral
e sintomas focais são frequentemente associados à
áreas isquêmicas. Seqüelas neurológicas podem resultar
de isquemia cerebral por tromboembolismo, principal
mecanismo, hipoperfusão ou ambas. A dissecção e a
dilatação aneurismática podem causar sintomas locais
da compressão dos nervos adjacentes e de seus vasos
de alimentação, podendo resultar em dor, Síndrome
de Horner (25% dos casos) ou envolvimento da raiz
do nervo cervical. O sintoma inicial mais frequente é a
cefaleia e/ou dor cervical, encontrada em 60 a 90% dos
casos. Cefaleia em Thunderclap, como no caso relatado,
pode ocorrer em até 20% dos pacientes. Outras
manifestações podem incluir zumbido, sopro arterial, ou
sensibilidade no couro cabeludo. Após suspeita clínica,
exames como RM ou tomograa computadorizada
devem ser realizado. A angiograa endovascular
é utilizada com cautela devido à possibilidade de
agravamento iatrogênico. As evidências sugerem que
não há vantagem da anticoagulação sobre o tratamento
antiplaquetário e não há dados concretos sobre a
duração ideal da terapia antitrombótica. Após três a seis
meses, sugere-se repetir imagens para avaliar o estado
vascular e direcionar o tempo de tratamento de acordo
com os achados de cicatrização da parede do vaso ou
resolução de anormalidades vasculares.
Palavras-chave: Dissecção arterial. Cefaleia trigêmino
autonômica. Dissecção carotídea.
NEUROPATIA OFTALMOPLÉGICA
DOLOROSA : RELATO DE UM CASO.
FERREIRA, Carlos Alberto
1
; FELICIO Andre Carvalho
1
.
Faculdade IPEMED de Ciências Médicas, São Paulo, SP.
Introdução: A Neuropatia Oftalmoplégica Dolorosa
(NOD) recorrente foi descrita por Gubler em 1860, porém
somente em 1890 Charcot introduziu o termo “Migraine
Ophtalmopilégique”, é extremamente rara e de etiologia
controversa, caracterizando-se por crises recorrentes
de cefaleia unilateral xa, paresia de um ou mais nervos
oculomotores homolaterais à dor, com duração de uma
ou mais semanas e um período de latência entre a cefaleia
e oftalmoplegia de cerca de 04 dias. Uma característica
fundamental é a reversiblidade espontânea dos achados
de oftalmoplegia. Material e métodos: Relatar um caso
de NOD, chamando a atenção para esta patologia no
diagnóstico diferencial das oftalmoparesias dolorosas.
Resultado: Paciente de 40 anos, sexo feminino, procurou
atendimento em 21/06/2018 com queixa de cefaleia ,
piorando em intensidade e frequência (02 episódios)
fev/18 e junho/18 . As dores eram de forte intensidade,
difusa e generalizada e não pulsátil. O primeiro episódio
foi em 02/2018, na ocasião associado a síncope. Após
a primeira semana de dor apresentou diplopia com
estrabismo convergente ( paralisia do VI nervo craniano
à direita ) que regrediu espontaneamente após 40 dias.
Foram solicitados ressonância magnética do crânio e
órbitas normais, sendo a hipótese de NOD recorrente
sugerida. Conclusão: NOD é uma causa infrequente de
dor e deve ser lembrada como diagnóstico diferencial
das oftalmoparesias dolorosas.
Palavras-chaves: Síncope, Migrânea, Enxaqueca
Oftalmoplégica, Neuropatia Oftalmoplégica dolorosa
recorrente.
10(3).indb 148 21/10/2019 18:53:51
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
149
HEMICRANIA CONTINUA COMO APRESEN-
TAÇAO DE PROLACTINOMA EM GESTANTE
SUBTIL VIUNISKI, Verena
1
; ALMUDI SOUZA, Mariana
2
; ROCHA
DOS SANTOS, Marco Antônnio
2
; GOMES LONDERO, Renata
3
;
ÁVILA DUARTE, Juliana
4
;
1
Médica Neurologista, Pós-graduada em Neurologia Vascular,
Mestranda em Ciências Médicas - Neurociências da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Hospital de Clínicas de
Porto Alegre
2
Médico(a) Residente do Serviço de Neurologia do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, Hospital de Clínicas de Porto Alegre
3
Médica Neurologista, Coordenadora do Ambulatório de Cefaléia
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Hospital de Clínicas de
Porto Alegre
4
Médica Radiologista, Especialista em Neuroradiologia,
Professora Titular da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Introdução: Já está bem estabelecida na literatura a
relação entre as cefaleias trigêmino-autonômicas e
adenomas hiposários. Os mecanismos envolvidos
ainda não estão bem estabelecidos, mas as hipóteses
aventadas incluem compressão mecânica pela lesão
de estruturas como o seio cavernoso, estiramento dural
e pressão intrasselar, porém estudos recentes indicam
que exista envolvimento da atividade tumoral em si,
associada a disfunção do eixo dopamina-prolactina
com a expressão de "peptídeos nociceptivos" como
o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina
(CRGp), substância P, neuropeptídeo Y e polipeptídeo
vasoativo intestinal (VIP), apesar de não existir na
literatura até o presente momento uma associação
signicativa. Objetivo e métodos: O presente trabalho
visa relatar o caso de uma paciente feminina, 28
anos, com diagnóstico de macroprolactinoma há 4
anos e acompanhamento regular no ambulatório de
endocrinologia. Em 06/06/2019 internou (13ª semana
de gestação) com história de cefaleia nova iniciada mês
antes, associada a sintomas autonômicos. Dois dias antes
da internação consultou no serviço de endocrinologia
por congestão nasal e sintomas de trato respiratório
alto, sendo instituído tratamento para rinossinusite com
amoxicilina e budesonida.Características da cefaleia:
dor periocular e zigomática direita com irradiação para
ouvido, de caráter latejante, intensa, que incapacitava
paciente para atividades diárias, com dolorimento
basal constante e associada a hiperemia conjuntival,
lacrimejamento e obstrução nasal ipsilateral. Sem
alívio ao uso do paracetamol que previamente aliviava
eventuais cefaleias frontais, de intensidade moderada,
usualmente no período menstrual.O diagnóstico do
adenoma hiposário se deu durante investigação de
amenorreia em 2015, com nível sérico de prolactina
211 ng/mL, à época não apresentou cefaleia ou outros
sintomas. Foi observada à ressonância magnética
lesão selar com extensão supra selar impregnada
por contraste (1,3x1,1cm). Instituiu-se tratamento com
cabergolina 0,5mg 2-3x/semana, com normalização
do nível de prolactina. Em abril de 2018 a paciente
manifestou desejo de gestar. Iniciada bromocriptina,
mas por não tolerar efeitos colaterais, retomou o uso da
cabergolina em janeiro de 2019, medicação suspensa
após conrmada gestação em 23/04/2019. No exame
realizado na presente internação as dimensões do
adenoma eram 1x0,7x0,7cm, sinalizado contato com o
quiasma óptico, sem evidência de compressão. Durante
a internação hospitalar, a paciente foi manejada com
bloqueio anestésico dos nervos occipitais direitos com
1,5mL de Lidocaína 2% e verapamil 80mg de 12/12h
como prolaxia e com lidocaína intranasal para alívio das
crises, com melhora parcial, mas progressiva resposta.
Resultados: Devido à ausência da Bromocriptina no
mercado, foi acordado com as equipes da obstetrícia e
endocrinologia que se não houvesse redução das crises,
seria retomada a Cabergolina no retorno ambulatorial.
No nal do mês de julho retomou cabergolina. Duas
semanas após o início da cabergolina paciente evoluiu
cessação das crises. Conclusão: Este caso ilustra a
relação estreita da atividade hiposária com as cefaleias
trigêmino-autonômicas. O nível de prolactina sérica em
gestantes usual é de 10-209 ng/mL, e neste caso não
foi aferido por se considerar não útil, mas de forma
interessante o uso do bloqueador da produção de
prolactina levou a cessação da cefaleia.
Palavras-chave: Hemicrania Continua, Adenoma
hiposário, Prolactina sérica
TUMORES HIPOFISÁRIOS E CEFALEIA:
REVISÃO DA LITERATURA
MOURA, talitha cristina maletta de
1
ROJO, joana luiza
1
MORAES,
helena providelli de
2
MURTA, nina rosa aparecida felisardo
2
GOMEZ, rodrigo santiago
3
1
Médica neurologista e Fellow em Cefaleias do Programa de
Residência Médica da Universidade Federal de Minas Gerais
2
Médica neurologista, Cefaliatra e Preceptora do Programa de
Residência Médica da Universidade Federal de Minas Gerais
3
Médico neurologista, Cefaliatra, Preceptor e Coordenador do
Ambulatório de Cefaleia do Programa de Residência Médica da
Universidade Federal de Minas Gerais
Contato com autor: Talitha Cristina Maletta de Moura
E-mail: talithacmm@gmail.com
Introdução: Considerando que cefaleia e adenoma
hiposário são duas condições relativamente
comuns na população em geral, não é raro nos
depararmos com estudos de neuroimagem para
investigação de cefaleia secundária com alterações
sugestivas de tumor pituitário. Congura grande
desao, neste contexto, interpretar adequadamente
se há relação causal entre essas condições e se há
evidências sucientes para direcionar a condução
desses casos. Objetivo: Revisar a literatura mais
recente a respeito da epidemiologia, siopatologia
e manejo dos pacientes com cefaleia e tumores da
hipóse. Métodos: Foi realizada pesquisa na base
de dados do PUBMED, buscando-se publicações
cadastradas até agosto de 2019, utilizando-se os
descritores “pituitary tumor” e “headache”. Foram
encontradas 35 revisões, 3 com títulos relevantes.
10(3).indb 149 21/10/2019 18:53:51
S150
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
150
Foram testados, ainda, revisão sistemática, ensaios
clínicos randomizados e metanálises mas não foram
identicados resultados com essas especicações.
Resultados: Adenomas correspondem à maioria dos
tumores derivados da hipóse, sendo ainda as lesões
expansivas intracranianas mais comuns. Cerca de 30-
35% dos tumores da hipóse são silenciosos, sendo os
demais classicados como secretores. Paralelamente,
a cefaleia é uma condição comum na população
geral (50%), sendo também sintoma recorrente
em pacientes portadores de tumores hiposários
(37,5-70%). Neste contexto, a relação entre as duas
condições deve ser interpretada com cautela, já que
os fatores de risco reconhecidos para cefaleia em
pacientes com tumor de hipóse são equivalentes à
população geral. Com relação à apresentação clínica
da dor, diferentemente das cefaleias com semiologia
migranosa ou tensional, as duas mais frequentemente
descritas nas revisões citadas, cefaleias do tipo
trigêmino-autonômicas, apesar de também raras no
grupo de pacientes com tumor hiposário, parecem
aparecer em proporção maior que na população geral.
Esse achado foi descrito por Levy e colaboradores e
já foi corroborado por várias séries de casos. Com
relação à siopatologia da dor, a maioria dos estudos
não conseguiu correlacionar tamanho do tumor e
gravidade da dor. Levy e colaboradores identicaram
melhora com análogos de somatostatina em paciente
com acromegalia, mas o mesmo resultado não foi visto
no tratamento com dopa-agonistas em pacientes
com prolactinoma. Wolf e colaboradores encontraram
maior ocorrência de cefaleia em pacientes com
tumores secretivos em geral, mas outros estudos
falharam em encontrar essa relação. Expressão de
peptídeos nociceptivos e pressão elevada na sela
túrcica também têm sido consideradas na gênese
da dor. Em estudo recente, Yu e colaboradores
conseguiram demonstrar correlação entre invasão
de seio cavernoso e lateralidade da dor, podendo
este ser também um fator de risco. O tratamento
da dor permanece empírico, já que não há estudos
controlados nessa área. Devem ser identicados os
pacientes com indicação de tratamento, seja por
distúrbio hormonal, seja por compressão de estruturas
adjacentes, sendo que a cefaleia por si só não indica,
habitualmente, tratamento hormonal ou cirúrgico.
Conclusão: A relação entre cefaleia e adenoma
hiposário permanece incerta. Provavelmente a
minoria está relacionada diretamente com a lesão
hiposária. A presença de disfunção hormonal,
alterações visuais ou cefaleia trigêmino-autonômica
exigem investigação por imagem. A abordagem
multidisciplinar parece ser muito importante no
momento de interpretar e abordar adequadamente
pacientes com cefaleia e tumores hiposários.
Palavras-chave: Adenoma. Cefaleia. Trigêmino-
autonômica. Tumor hiposário.
CEFALEIA POR ABUSO DE ANALGÉSICO:
RELATO DE CASO
SOARES
1
jeremias regis de mattos, GOMES
1
roberta peconick
de magalhães, SIMON
2
wander césar júnior
1
Graduando em Medicina pela Unifaminas. Muriaé.MG.
2
Médico. Graduado pela Universidade Iguaçu. Campus V.
Itaperuna.RJ, pós-graduado em Endocrinologia e Metabologia
pelo IPEMED. Rio de Janeiro.RJ.
Contato com autor: SOARES, jeremias regis de mattos
E-mail: jeremattos1991@gmail.com
Endereço: Avenida Doutor Passos,535, apartamento 303, Barra,
Muriaé.MG.
Introdução: A Cefaleia. por uso Excessivo. de
medicamentos é uma entidade crônica que acontece,
em especial, previamente em pacientes com cefaleias
primárias do tipo migrânea. O uso intempestivo de
analgésicos para alívio sintomático é considerado um
agravante do quadro, que não apresenta benefícios
na sintomatologia e, por m, acarreta a limitações em
suas tarefas cotidianas. Acomete, majoritariamente,
em indivíduos do sexo Feminino. e a retirada abrupta
da medicação piora os sintomas e, passada a fase de
abstinência, há melhora, momento propício onde se
deve usar medicação prolática. Objetivos: Mostrar um
caso típico de cefaleia por abuso de medicações, do tipo
tensional, em paciente jovem, mulher, hígida, fazendo
uso de anticoncepcional oral e em uso exagerado de
substâncias para controle da situação, gerando um
quadro rebote. Métodos: Para a construção do relato
de caso foram necessários dados de consultas médicas
com revisão do prontuário da paciente, em questão,
onde referiu os sintomas, com posterior diagnóstico e
conduta. Foi solicitado exame de neuroimagem para
descartar possíveis lesões expansivas. Resultados:
Paciente LCCS, 26 anos, sexo feminino, branca, residente
e natural de Muriaé-MG. Iniciou com quadro de cefaleia
bitemporal pulsátil há 1 ano com duração, inicialmente,
de 2 a 3 dias, que melhorava com uso de Codeína
30mg 6/6h, Paracetamol 500mg 6/6h e Novalgina 1g
6/6h. Evoluiu para duração de 1 semana, sem melhora
com as medicações citadas. A piora das dores sempre
ocorre no nal dos dias. Nega comorbidades, em uso
de Drospirenona. Refere em seu histórico familiar, mãe
possuir enxaqueca. Nega tabagismo. Alega etilismo
esporádico. Resultado da RNM de Crânio com contraste
iodado: sem anormalidades. Paciente recebeu alta do
episódio com tratamento domiciliar com: Prednisona
60mg 1x ao dia durante 10 dias, e, logo após, retirada
gradual, juntamente com Sumatriptana + Naproxeno
+ Domperidona 10mg, nas crises. Feito orientações
gerais, como: evitar o excesso de cafeína, retirou-se
os analgésicos utilizados e a pílula anticoncepcional.
Paciente segue sem crises. Conclusão: Este tipo de
cefaleia torna-se desesperador para o portador, na
medida em que são utilizadas doses crescentes de
medicações para alivio sintomático das crises álgicas.
O fato tende a se agravar se não for introduzido o
tratamento correto, que não é feito com os mesmos
Analgésicos. rotineiros. Normalmente, nestes casos, são
utilizados Corticosteróides. como prolaxia, devendo o
paciente ter um acompanhamento médico, e, exames de
10(3).indb 150 21/10/2019 18:53:52
S151
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
151
imagem poderão ser solicitados para descartar outras
enfermidades.
ESTUDO DO FENÓTIPO DE CEFALEIA
EM PACIENTES COM HIPERTENSÃO
INTRACRANIANA IDIOPÁTICA
MORAES Helena Providelli de
1
;MURTA Nina Rosa Aparecida
Felisardo
1
; GOMEZ Rodrigo Santiago
2
; ROJO Joana Luiza
3
;
MOURA Talitha Cristina Maletta
3
.
1
Médica Neurologista, Cefaliatra, Preceptora do Programa de
Residência da Universidade Federal de Minas Gerais
2
Médico Neurologista, Cefaliatra, Preceptor do Programa de
Residência Médica da Universidade Federal de Minas Gerais
e Coordenador do Ambulatório de Cefaleia do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
3
Médica neurologista; Fellowship em Cefaleia do Programa de
Residência Médica da Universidade Federal de Minas Gerais
Contato com autor: Helena Providelli de Moraes
E-mail: helenaprovidelli@yahoo.com.br
Endereço: Alameda Vereador Álvaro Celso, 271, – Centro . CEP:
30150-260. Belo Horizonte – MG.
Introdução: A hipertensão intracraniana idiopática
(HII) é uma doença caracterizada pelo aumento da
pressão intracraniana sem causa aparente na qual a
presença de cefaleia é o sintoma mais comum e pode
acometer até 90% dos pacientes. Não existe um padrão
clássico denido para a cefaleia, embora na maioria
dos estudos a maior prevalência seja do fenótipo
migranoso – o que parece associar, em determinados
aspectos siopatológicos, o diagnóstico de migranea e
HII. Objetivo: Adquirir maior conhecimento em relação
ao fenótipo da cefaleia associada a HII e correlacionar
os dados com a presença do diagnóstico prévio ou
história famliar de migranea. Metodologia: Realizada
análise de dados de 15 pacientes com o diagnóstico de
HII que foram atendidos em um serviço de atendimento
médico terciário de Minas Gerais, durante o mês de
agosto de 2019. Foram analisadas as características da
cefaleia na época do diagnóstico inicial considerando o
ICHD-III. Resultados: A média de idade dos pacientes
avaliados foi de 36 anos com predomínio do sexo
feminino, com apenas 6,6% do sexo masculino (N=1). O
fenótipo de cefaleia encontrado com maior prevalência
foi o migranoso com predomínio em 66% dos pacientes
avaliados (N= 10). Foi encontrado que 53,3% (N=8)
dos pacientes avaliados apresentavam diagnóstico
prévio ou história familiar de pelo menos 01 parente
de primeiro grau com diagnóstico de migranea com
ou sem aura. Destaca-se ainda que 73% (N=10) dos
pacientes avaliados persistiam com quadro de cefaleia
episódica ou recorrente apesar do controle da HII,
sendo que desses pacientes 81% são do grupo que
apresentavam diagnóstico prévio ou história familiar de
migranea. Outro dado interessante é de que 60% (N=9)
dos pacientes avaliados apresentavam comorbidades
psiquiátricas, sendo o diagnóstico de transtorno misto
ansioso e depressivo o mais prevalente. Quando se
considera apenas os pacientes com fenótipo de cefaleia
migranosa a presença de comorbidades psiquiátricas
aumenta para 70%. Conclusão: A persistência da cefaleia
não é um parâmetro válido para o controle de sucesso
de tratamento na HII. Considerando o predomínio do
fenótipo migranoso e a persistência da cefaleia apesar
do controle da HII, estratégias para o controle da
dor migranosa também devem ser consideradas no
seguimento longitudinal desses pacientes.
Palavras-chave: Cefaleia. Hipertensão intracraniana
idiopática. Migranea.
INVESTIGAÇÃO DE FÍSTULA LIQUÓRICA
EM PÓS-OPERATÓRIO DE MUCOCELE
ETMOIDAL COM APRESENTAÇÃO CLÍNICA
ATÍPICA
CARVALHO GUTIERRES Verônica
1
; PERIN Daiana Paola
2
;
ZSCHORNACK STRELOW Matheus
3
; PILLE Arthur
3
; PINTO
VIDOR Liliane
4
; SCARANTO COSTA Letícia
5
; GOMES LONDERO
Renata
6
.
1
Medicina, Residente do Serviço de Neurologia do Hospital Mãe
de Deus
2
Medicina, Neurologista, Pós-graduação em Neurovascular,
Fellow em
Cefaleia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre
3
Medicina, Residente do Serviço de Neurologia do Hospital de
Clínicas de
Porto Alegre
4
Odontologia, Especialista em DTM & Dor Orofacial, Especialista
em
Tratamento da Dor e Medicina Paliativa, Fellow em Cefaleia,
Hospital de
Clínicas de Porto Alegre
5
Medicina, Neurologista, Especialista em Epilepsias e
Neurosiologia Clínica,
Fellow em Cefaleia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre
6
Medicina, Neurologista, Coordenadora do Ambulatório de
Cefaleia do Hospital
de Clínicas de Porto Alegre, Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Contato com autor: Verônica Carvalho Gutierres
Email: veronica.neuro@gmail.com
Endereço: Rua Dr Oscar Bittencourt 24, 303. Menino Deus. Porto
Alegre. Cep: 90850-150.
Introdução: O extravasamento de líquido
cefalorraquidiano (LCR) pode terdiversas etiologias:
traumático, iatrogênico, associado a tumores,
ouespontâneo. As fístulas liquóricas (FL) são uma
complicação conhecida dacirurgia dos seios paranasais,
principalmente em cirurgias endoscópicas deface, com
uma incidência desta complicação variando de ,% a
,%. Objetivo: Relatar caso de apresentação atípica de
cefaleia por hipotensãoliquórica secundária à presença
de fístula liquórica decorrente dopós-operatório
de mucocele etmoidal. Metodologia: avaliação do
paciente,revisão do prontuário médico e breve revisão
bibliográca na base de dadosMedline com os descritores:
Cerebrospinal uid stula e postoperative CSFstula.
Relato Do Caso: Paciente masculino, anos, internou
no HCPApara investigação de cefaleia hemicraniana
direita, pulsátil, de forteintensidade, por vezes associada
10(3).indb 151 21/10/2019 18:53:52
S152
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
152
à hiperemia, edema periorbitário,lacrimejamento,
rinorreia, sem relação à posição postural, que piorava
com oesforço físico e/ou valsalva, sendo refratária à
analgesia. Este padrão dacefaléia iniciou após cirurgia
endoscópica nasal para remoção de mucocelefronto-
etmoidal em . Em uma segunda intervenção cirúrgica
no mesmoano, não houve alteração no padrão da dor.
Na investigação atual,procedeu-se: i) punção lombar:
pressão de abertura de mmHO e análise dolíquor sem
alterações; ii) exploração cirúrgica endoscópica dos
seiosparanasais, sem extravasamento de uoresceína;
iii) duas cisternotomograas:somente na segunda,
foi identicado o local da fístula. Para controle da
dorrealizou-se bloqueio dos nervos occipitais maiores
com lidocaína % semvasoconstritor. Além disso, realizado
ajuste de dose dos fármacos utilizadospelo paciente.
Resultados: O diagnóstico mais provável é de FL de
baixodébito, e há plano para correção neurocirúrgica da
fístula. O bloqueiopromoveu alívio parcial da dor em um
primeiro momento. No entanto, esforçofísico remeteu
ao quadro de cefaleia inicial. O bloqueio segue sendo
realizadocom boa resposta no controle da dor. Em uso de
uoxetina mg/dia,gabapentina mg/dia e clorpromazina
mg para resgate se dor. Conclusão: A vericação
de uma FL pode ser difícil e a rinorreia pode nãoser
tão frequente, devido ao fato que pouca quantidade
de LCR pode uirintermitentemente através de uma
pequena fístula. Atualmente carecemos deum exame
padrão-ouro para conrmar a ocorrência e localizar a
FL. Atomograa computadorizada dos seios paranasais
e do osso petroso ou aressonância magnética com
análise de uxo liquórico oferecem informaçõessobre
a localização, mas não são adequados como métodos
de triagem. Acisternotomograa, a cisternograa
com DTPA e a injeção de uoresceínaintratecal são
métodos de melhor rendimento, entretanto invasivos.
A cefaleiade característica postural é o alerta para
considerarmos hipotensãointracraniana. Apresenta início
súbito ou gradual, geralmente em minutos aduas horas
após car sentado ou em pé, raramente manifesta-se
emthunderclap, sendo frequentemente latejante e de leve
a forte intensidade, comlocalização variável. Contudo,
muitas vezes a mesma não tem estacaracterística
ou modica-se, p odendo ocorrer cefaleia paradoxal
pior comdecúbito e melhor em ortostatismo; ser
mais proeminente ao nal do dia; serintermitente ou
mimetizar a cefaleia primária da tosse ou cefaleia primária
poresforço/valsalva, como observado no presente caso.
Palavras-chave: Fístula liquórica. Fístula liquórica pós-
operatória. Cefaleia porhipotensão liquórica.
CEFALEIA EM SALVAS CRÔNICA: RELATO
DE CASO
IBRAIM FILHO
1
, Maurício Rosendo; LIMA
1
, Mariana Reis;
TAVARES
1
, Graciliano Pires; BRANDÃO
1
, Christiane Costa
Cunha
2
; DURSO, Braz Campos; CARVALHO
3
, Alexandre Marcelo
de
1
Alunos do curso de graduação em Odontologia da UNIFAGOC
2
Professor do curso de Odontologia da UNIFAGOC, Especialista
em Estomatologia (UFRJ), Mestre em Patologia Bucal (FOB-
USP) e Doutorando em Disfunção Temporomandibular e Dor
Orofacial (São Leopoldo Mandic)
(3) Coordenador do curso de Odontologia da UNIFAGOC,
Especialista em Periodontia (PUC-Rio), Especialista em
Implantodontia (ABO-JF), Mestre em Periodontia (São Leopoldo
Mandic) e Doutor em Ciências Odontológicas (São Leopoldo
Mandic)
Contato com autor: Braz Campos Durso
E-mail: brazdurso@gmail.com
Rua Dr. Adjalme da Silva Botelho número 20 bairro Seminário
Ubá – Minas Gerais
Cep 36500-000
Introdução: A cefaleia em salvas é uma cefaleia primária
grave e incapacitante que pertence ao grupo das
cefaleias trigeminais autônomas. É um tipo de cefaleia
bastante rara em comparação com a enxaqueca e os
pacientes demoram em média mais de 5 anos para
receberem o diagnóstico correto. De acordo com os
critérios da terceira edição da Classicação Internacional
das Cefaleias, caracteriza-se por crises episódicas de
cefaleia unilateral com duração variando de 15 a 180
minutos, acompanhadas de sintomas parassimpáticos
ipsilaterais. A maioria dos pacientes tem periodicidade
circanual e circadiana. Uma parte desses pacientes se
tornam crônicos, não cando mais de um mês sem dor
no período de um ano e 10% destes se tornam refratários
aos tratamentos farmacológicos. Objetivo Através
da apresentação de um caso clínico demonstrar a
diculdade diagnóstica de diferentes prossionais da área
da saúde frente a essa rara condição clínica, bem como
a catastrozação presente no paciente devido ao atraso
em ter um diagnóstico. Relato do caso: GMS, 47 anos,
sexo masculino procurou a faculdade com queixa de “dor
do lado direito da face que começava no olho e as vezes
subia para a cabeça e/ou nariz”. A dor nos seus primórdios
era episódica passando com o tempo a apresentar surtos
de longa duração, sugerindo a transformação para uma
forma crônica. O quadro álgico estava associado a
fenômenos autonômicos homolaterais: lacrimejamento,
vermelhidão com congestão ocular e ptose palpebral
parcial. A dor manifestava-se somente no lado direito da
face. Durante a anamnese a dor foi descrita como intensa,
horrível e insuportável. No início a dor ocorria sempre
próximo da meia noite, passando depois a ocorrer em
outros horários e mais de uma vez durante o dia. O
paciente ressaltou ainda uma sensação de impotência
frente as crises álgicas, sentindo grande agitação e
vontade de parar de viver. O paciente procurou ajuda
prossional entre os seguintes especialistas neurologista,
otorrinolaringologista e oftalmologista respectivamente.
Estes prossionais o avaliaram e zeram intervenções
terapêuticas para a condição, prescrevendo os seguintes
fármacos: Sumaxpro, Buspirona e Cetrolac, sem êxito
no alívio do quadro álgico. Os exames de neuroimagem
(tomograa computadorizada e ressonância nuclear
magnética), solicitado pelos prossionais que o
avaliaram anteriormente, não forneceram subsídios para
o diagnóstico etiológico. Esse fato associado a inecácia
terapêutica contribuiu para o desespero do paciente
10(3).indb 152 21/10/2019 18:53:52
S153
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
153
frente a sua condição clínica e a certeza para este de
que nada mais poderia conseguir ajudá-lo. Após ampla
explicação das características clínicas da sua condição,
ressaltando a necessidade de um controle permanente,
foi instituído para o paciente o uso de oxigênio puro,
o que, até o momento, está conseguindo minimizar o
sofrimento e reduzir a duração das crises do paciente,
sendo o mesmo concomitantemente encaminhado
para acompanhamento psicológico. Conclusão: O caso
clínico apresentado corrobora a necessidade de um
maior treinamento dos prossionais da área de saúde no
que tange ao diagnóstico diferencial das dores na região
orofacial para que essa forma de cefaleia ainda pouco
reconhecida, apesar de possuir manifestação clínica
característica, não seja subdiagnosticada.
Palavras-chave: Cluster headache. Diagnostic mistake.
Therapeutic error. Refractory
Referências:
1. Buture A et al. (2019) Systematic literature review on the delay in
the diagnosis and misdiagnosis of cluster headache. Neurological
Sciences 40:25-39
2. Headache Classication Committee of the Inter- national
Headache Society (IHS). (2018) The International Classication
of Headache Disorders, 3rd edition. Cephalalgia. 38:1-211
3. Louter MA et al. (2016) Cluster headache and depression.
Neurology 87:1-8
4. Fantini J, Sartori A, Granato A, Manganotti P, (2017) The
reappearance of hemiplegic cluster headaches: a case report
and review of the literature, Clinical Neurology and Neurosurgery,
http://dx.doi.org/10.1016/j.clineuro.2017.04.005
5. Rozen RD; Fishman RS (2012) Cluster headache in the United
States of America: demographics, clinical characteristics, triggers,
suicidality, and personal burden. Headache 52:99-11
6. Vollesen AL et al (2018) Migraine and cluster headache – the
common link. The Journal of Headache and Pain 19:89-103
7. S. Y. Ha and K. M. Park, (2019) Alterations of structural
connectivity in episodic cluster headache: A graph theoretical
analysis, Journal of Clinical Neuroscience, https://doi.org/10.1016/j.
jocn.2019.01.007
8. Jurno ME et al. (2018) Epidemiologic study of cluster headache
prevalence in a medium-size city in Brazil. Arq Neuropsiquiatr
6(7):467-472
CEFALEIA NUMULAR: RELATO DE CASO
VILAR, amanda maria gonçalves rmino
1
; MELO, adailton araújo
ferreira de
2
; BASTOS, mariana cota
3
1
Médica Residente do 3°ano de Neurologia do Hospital Geral do
Estado de Alagoas- HGE-AL
2
Médico Residente do 2°ano de Neurologia do Hospital Geral do
Estado de Alagoas- HGE-AL
3
Neurologista do Hospital Universitário Professor Alberto
Antunes- HUPAA, responsável pelo Ambulatório de Cefaleias.
Introdução: A cefaleia numular ou cefaleia em forma
de moeda (coin-shaped headache), é uma cefaleia
primária, com mecanismos siopatológicos ainda
não bem esclarecidos. É descrita pela Classicação
Internacional das Cefaleias como uma dor que ocorre
em área bem delimitada, de forma circular ou elíptica,
medindo de 1 a 6 centímetros de diâmetro, localizada em
qualquer parte do couro cabeludo, mas, habitualmente
na região parietal. A característica e a intensidade da
dor são bastante variáveis. O diagnóstico é realizado
após exclusão de algumas condições intracranianas,
como meningioma e cisto aracnoide. Com relação ao
tratamento, ainda não foi identicado um medicamento
ecaz para a maioria dos pacientes. Objetivo: Relatar um
caso de cefaleia numular de uma paciente acompanhada
no Ambulatório de Cefaleia do HUPAA. RELATO DE
CASO L.R.L., 39 anos, casada, dona de casa, procedente
de São Miguel dos Campos - Alagoas, admitida no
ambulatório com um quadro de cefaleia tensional
crônica, com boa resposta após início da prolaxia com
amitriptilina 25mg/dia (frequência reduziu para 1 dia de
dor no mês). Entretanto, após 2 meses de tratamento a
paciente começou a apresentar outro tipo de dor, desta
vez localizada na região parietal esquerda, em furada,
contínua, que piora à digitopressão e ao dormir sobre o
lado esquerdo da cabeça. Exame cefaliátrico identicou
área circular medindo 2,4 cm, dolorosa à palpação,
na região parietal esquerda. Não obteve melhora com
analgésicos comuns e antiinamatórios, nem com
sessões de acupuntura. Tomograa computadorizada
do crânio sem alterações. Tomograa computadorizada
de coluna cervical com discreta estenose foraminal
bilateral de C6C7. Angio-RM arterial e venosa do
crânio sem alterações. Submetida ao bloqueio com
lidocaína 2% 1ml na área circular, apresentando resposta
satisfatória (2 meses sem dor alguma). Substituída
prolaxia de amitriptilina por uoxetina por manutenção
dos sintomas depressivos e sonolência excessiva.
Método: Entrevista, revisão de prontuário e revisão de
literatura. Discussão: Por se tratar de uma entidade
pouco comum e, por vezes, subvalorizada na anamnese
e exame físico, a cefaleia numular é subdiagnosticada.
A caracterização de uma dor bem localizada, em
forma circular ou elíptica, medindo de 1 a 6 cm, devem
alertar para a possibilidade desse diagnóstico. Para a
conrmação diagnóstica, devem ser excluídas causas
secundárias, por isso a paciente do caso foi submetida
a exames de imagem do segmento cefálico e coluna
cervical. Sabe-se que não existe até o momento
um tratamento especíco para a cefaleia numular,
entretanto, por se tratar de uma dor bem localizada,
alguns estudos descrevem a inltração de lidocaína
na área numular, com resultados variáveis entre eles.
No caso apresentado, a paciente não se beneciou do
uso de medições sintomáticas, nem da prolaxia com
a amitriptlina, sendo assim optado pelo tratamento
local com inltração de anestésico, apresentando uma
excelente resposta clínica. Conclusão: O objetivo do
caso foi apresentar um resultado terapêutico positivo
com inltração de lidocaína em uma paciente com
cefaleia numular. Relatos de casos de entidades
subdiagnosticadas auxiliam no compartilhamento de
informações e ampliam o conhecimento acerca da
doença.
Palavras-chave: Cefaleia.Terapêutica. Lidocaína.
SÍNDROME DO PSEUDOTUMOR
ORBITÁRIO: RELATO DE CASO
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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
154
VILAR, Amanda Maria Gonçalves Firmino
1
; GAMELEIRA,
Mariana Holanda
2
; GAMELEIRA, Fernando Tenório
3
; BASTOS,
Mariana Cota
4
.
1
Médica residente do 3° ano de Neurologia do Hospital Geral do
Estado de Alagoas- HGE
2
Graduanda do 11° período de Medicina do Centro Universitário
Tiradentes, Maceió- Alagoas- UNIT
3
Mestre em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela
Universidade Federal de Pernambuco; Neurologista do Hospital
Universitário da Universidade Federal de Alagoas- UFAL
4
Neurologista do Hospital Universitário Professor Alberto
Antunes- HUPAA, responsável pelo Ambulatório de Cefaleias.
Contato com autor: Amanda Maria Gonçalves Firmino Vilar
E-mail: mariamanda24@hotmail.com
Endereço: Rua Maria Nuza Gomes Barreto, n°35, Apto 704, Gruta
de Lourdes, Maceió-Alagoas. CE: 57052-735
Introdução: O termo pseudotumor orbitário foi
introduzido por Birch-Hirschfeld, em 1905, para tumores
não neoplásicos. É classicado dentro das patologias
inamatórias idiopáticas da órbita, sendo este benigno
e não granulomatoso. Pode ser uni ou bilateral, contudo,
a forma unilateral é mais comum. Ocorre uma ligeira
predominância no sexo feminino. As manifestações
clínicas que podem ser encontradas são dor, hiperemia,
proptose, décit visual, paresia da musculatura ocular
extrínseca, entre outras. Ocasionalmente, os pacientes
apresentam sintomas sistêmicos, como febre, mal-
estar, náusea e anemia. No estudo neurorradiológico, é
possível suspeitar do diagnóstico, porém, a conrmação
é feita apenas através do estudo anatomopatológico.
Objetivo: Relatar um caso de pseudotumor orbitário de
uma paciente que faz acompanhamento no Ambulatório
de Cefaleia do HUPAA. Relato de caso: E.R.O.V., 35 anos,
feminino, divorciada, 1 lho, desempregada (trabalhava
em creche), procedente de Maceió- Alagoas. Refere
que em 2010 passou a apresentar quadro de dor ocular
intensa unilateral, associada à proptose, fotofobia e piora
da dor à movimentação ocular. Nega fonofobia, náuseas
e vômitos. Avaliada por oftalmologista que iniciou
corticoide oral, com melhora após algumas semanas.
Investigada por reumatologista e otorrinolaringologista,
sem denição diagnóstica. Ficou apresentando
cerca de duas crises ao ano, alternando o lado do
acometimento ocular. Na história clínica, há também
relato de cirurgia otorrinolaringológica (para correção
de desvio de septo e de hipertroa de corneto nasal) e
tratamento prévio para migrânea, ambos sem sucesso
na atenuação da dor. Devido à persistência do quadro
álgico, a paciente foi encaminhada ao ambulatório
de Cefaleias do HUPAA. Ao exame neurológico,
apresentava exoftalmia, paresia do III par e turvação
à esquerda, diplopia na mirada para esquerda, com
campos visuais preservados. A ressonância do encéfalo
demonstrou importante espessamento do músculo reto
lateral esquerdo, associado a desvio medial do nervo
óptico ipsilateral. Sorologias para sílis, HIV, hepatite B,
hepatite C, toxoplasmose (IgM) e citomegalovírus (IgM)
todas negativas. Investigação para doença de Graves
negativa. Autocorpos para doenças autoimunes (Anti-
DNA, Anti-SSB, Anti-SSA, Anti-RNP, c-ANCA, p-ANCA
e IgG4) todos não reagentes. Corroborando para o
diagnóstico de Síndrome do pseudotumor orbitário.
Método: Entrevista, revisão de prontuário e revisão de
literatura. Discussão: A inamação idiopática da órbita
é uma entidade nosológica relativamente comum,
sendo a terceira causa de afecções orbitárias. O curso
da doença pode ser agudo, subagudo ou crônico.
Ainda não se sabe ao certo a etiologia, porém acredita-
se que pode ser decorrente de processo anômalo de
cicatrização, infecção, doença auto-imune ou traumas.
A suspeita diagnóstica é baseada no exame neurológico
e neuroimagem (ressonância ou tomograa de crânio),
que pode demonstrar acometimento de qualquer tecido
orbitário; todavia, o diagnóstico de certeza só é possível
com estudo anatomopatológico, restrito aos casos em
que é possível a abordagem neurocirúrgica. O tratamento
de escolha é feito com corticosteroides em altas doses,
normalmente com resposta satisfatória, como no caso
da nossa paciente, e quando não há resposta, opta-
se por radioterapia ou imunossupressores. Dentre os
diagnósticos diferenciais, deve-se sempre incluir doença
linfoproliferativa, Graves, celulite periorbital, metástase,
Tolosa- Hunt e vasculite. Conclusão: Relatamos um caso
de pseudotumor orbitário idiopático em uma paciente
jovem, do sexo feminino, que vinha apresentando
os sintomas descritos há 10 anos. A exclusão dos
diagnósticos diferenciais é fundamental para o correto
diagnóstico e tratamento adequado dessa patologia
recidivante e incapacitante.
Palavras- chave: Pseudotumor. Miosite. Proptose.
O QUE FOI DESTAQUE RECENTE
EM MIGRÂNEA? UMA REVISÃO
BIBLIOMÉTRICA DOS ESTUDOS
PUBLICADOS EM 2018 PELAS TRÊS
REVISTAS COM MAIOR FATOR DE
IMPACTO
1
. MENDES, Flávia Maria Ferreira;
2
. REZENDE, Tatiana Goldsmid
Galvão Prota;
3
. STUGINSKI-BARBOSA, Juliana
1
Cirurgiã-Dentista pela Universidade Federal do Paraná,
Especialista em Prótese Dentária pelo SOEPAR (Sindicato dos
Odontologistas do Paraná), Especialista em DTM e Dor Orofacial,
Bauru Orofacial Pain Group / Instituto de Ensino Odontológico
de Bauru (IEO – Bauru), Mestranda em Clínica Integrada com
ênfase em DTM e Dor Orofacial Universidade Positivo. Membro
do Grupo de Estudos do Por Dentro da Dor Orofacial – GEDOF.
2
Cirurgiã-Dentista pela UNITAU, Mestre, Especialista em
Ortodontia – CTA (Centro Tecnológico Aero Espacial) em São
José dos Campos, Especialista em DTM e Dor Orofacial, Bauru
Orofacial Pain Group / Instituto de Ensino Odontológico de
Bauru (IEO – Bauru), Doutoranda em Biopatologia Oral ICT –
UNESP campus São José dos Campos. Membro do Grupo de
Estudos do Por Dentro da Dor Orofacial – GEDOF.
3
Cirurgiã-Dentista pela FORP-USP, Doutora em Ciências
Odontológicas pela FOB-USP, Professora de pós graduação
do Instituto de Ensino Odontológico de Bauru (IEO-Bauru),
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
155
UNIAVANTIS / Bauru Orofacial Pain Group. Coordenadora do
Grupo de Estudos do Por Dentro da Dor Orofacial – GEDOF.
Contato com autor: MENDES, Flávia Maria Ferreira
Endereço: Rua Abel Scuissiato 2829, torre 45, apto 304, Atuba
Colombo.
E-mail: aviamendes@msn.com
Introdução: Bibliometria é a análise quantitativa de
produção acadêmica de indivíduos e instituições que
incorpora o número de publicações e fator de impacto
dos artigos cientícos através de citações em uma
pontuação numérica. Objetivo: Realizar uma análise
bibliométrica e relatar as terminologias mais utilizadas
por artigos cientícos publicados sobre Migrânea nas
revistas Cephalagia, Headache e Journal of Headache
and Pain no ano de 2018 bem como identicar os
artigos mais citados nestas revistas. Métodos: A base
de dados Web of Science foi utilizada para encontrar
todos os artigos publicados em 2018 pelas revistas
Cephalagia, Headache e Journal of Headache and Pain
que continham a palavra Migraine no título. Foram
excluídos resumos apresentados em congressos,
cartas ao editor, editoriais e revisões. Os artigos foram
analisados através do software VOS viewer e as palavras
chave relacionadas pelos autores foram extraídas. As
palavras-chave Headache e Migraine foram excluídas.
Mapas foram criados usando as palavras-chave e
suas conexões. Os 10 artigos mais citados de cada
revista foram analisados identicando as palavras-
chave, autores e países das publicações. Resultados:
No ano de 2018 foram publicados 1124 artigos nas
três publicações, sendo 192 artigos selecionados para
este estudo, 84 na Cephalagia, 61 na Headache e 47
na Journal of Headache and Pain. As palavras-chave
foram automaticamente distribuídas em 6 nichos. As
mais citadas foram: epidemiologia e cefaleia por uso
excessivo de medicação, peptídeo relacionado ao gene
da calcitonina (CGRP) e Galcanezumabe, depressão e
ansiedade. Os artigos foram produzidos por autores de
38 países diferentes, sendo os Estados Unidos o país
com maior número de autores (n=86 artigos), seguido
da Itália (n=28) e Inglaterra (n=22). O Brasil contribuiu
com 3 artigos. Dentre estes artigos, os 30 mais citados
(10 de cada publicação) foram selecionados para análise
detalhada. As palavras-chave mais citadas foram CGRP,
ecácia, Galcanezumabe e Erenumabe. Autores de
22 países produziram os artigos, e o país com maior
número de citações foi os Estados Unidos. O número de
citações variou entre 56 e 4. Os dois artigos mais citados
foram publicados na revista Cephalalgia e abordaram os
medicamentos Erenumabe e Galcanezumabe. Na revista
Headache os dois artigos mais citados abordaram
prevalência e impacto da migrânea nos Estados Unidos
e o artigo mais citado na revista Journal of Headache
and Pain abordou o uso da toxina botulínica na
migrânea. Conclusão: No ano de 2018, dentre os artigos
mais citados, os temas foram direcionados a terapia da
migrânea com estudos sobre drogas anti-CGRP e toxina
botulínica. O país de destaque nos estudos em Migrânea
é os Estados Unidos, sendo que um dos artigos entre
os 5 mais citados avaliaram prevalência e impacto da
migrânea na população americana. Nenhum artigo
produzido pelo Brasil foi classicado entre os 30 mais
citados em 2018.
Palavras-chave: Bibliometria. Fator de impacto.
Migranêa. Cefaleia.
MIGRANOSOS CRÔNICOS APRESENTAM
DOR CERVICAL POSTERIOR COM
MAIOR FREQUÊNCIA QUE MIGRANOSOS
EPISÓDICOS: PROGRESSÃO ESPACIAL
COMO PARTE DO PROCESSO DE
CRONIFICAÇÃO?
KÜSTER, João Guilherme Bochnia
1
; UTIUMI, Marco Antonio
Takashi
2
; GONÇALVES, Letícia Boslooper
3
; GODK, Keryn
Sporh
1
; SOUZA, Patricia Savio de Araújo
4
; BOLDT, Angelica
Beate Winter
4
; PIOVESAN, Elcio Juliato
5
.
1
Aluno de graduação em Medicina na UFPR
2
Aluno de pós-graduação em Medicina Interna pela UFPR
3
Aluno de pós-graduação em Genética pela UFPR
4
Pós-doutorado em Ciências Biológicas, professora de Genética
na UFPR
5
Doutor em Medicina Interna, professor de Medicina Interna na
UFPR
Contato: Hospital Marcelino Champagnat - Av. Presidente
Affonso Camargo, 1399 - Cristo Rei, Curitiba - PR, 80050-370,
sala 807 - utiumimarco@gmail.com
Introdução: Além da unilateralidade da dor nenhuma
outra característica espacial do sintoma foi incluída
nos critérios diagnósticos da migrânea. Grandes
estudos clínicos demonstram que as regiões frontal e
temporal são os locais mais frequentemente afetados.
Entretanto, uma diferença na localização da dor entre
as formas episódica e crônica não parece ter valor
diagnóstico diferencial suciente para ser integrada
em critérios formais da ICHD-3. Objetivo: Mapear as
áreas mais frequentemente referidas com dor nos
pacientes com migrânea episódica ou crônica e buscar
diferenças espaciais entre os grupos. Métodos: Estudo
observacional transversal de pacientes com migrânea
episódica e crônica segundo a ICHD-3 atendidos
no Ambulatório de Cefaleia do Hospital de Clínicas
da UFPR. Entrevistas individualizadas solicitavam
que o paciente apontasse numa gura-modelo os
três locais mais afetados pela migrânea na região
ântero-lateral e três locais na região póstero-lateral da
cabeça e pescoço. A análise gráca foi feita através de
mapeamento (heatmap) dos pontos sobre o modelo.
Analiticamente, empregou-se o teste de qui-quadrado
para a análise da lateralidade da dor entre os grupos e
o teste exato de Fisher bicaudado para a comparação
entre áreas anatômicas afetadas nos dois grupos.
Resultados: Foram incluídos 177 pacientes dos quais 78
(44,1%) apresentavam migrânea episódica e 99 (55,9%)
migrânea crônica. Destes, 59 consumiam analgésicos
excessivamente. A média de idade era de 40,1±12,8
anos e 159 (89,8%) pacientes eram do sexo feminino.
Não houve diferença signicativa entre os grupos com
relação à idade, sexo, cor, estado civil, adequação de
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S156
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
156
atividade física e IMC. O acometimento bilateral da
dor foi relatado em 40 (40,4%) migranosos crônicos
e 26 (33,3%) episódicos. Não houve diferença entre os
grupos quanto à lateralidade da dor (acometimento
bilateral, direito, esquerdo ou unilateral variável; p
= 0,764). O mapeamento da dor mostrava áreas
semelhantes afetadas nos dois grupos mas uma maior
concentração de pontos na região cervical posterior.
Proporcionalmente, as áreas frontal (crônica 63,6%;
episódica 70,5%), temporal (crônica 74,7%; episódica
69,2%) e parietal (crônica 36,4%; episódica 30,8%)
foram as mais frequentemente relatadas. Entretanto,
somente a localização cervical posterior (crônica 33,3%;
episódica 17,9%) demonstrou diferença signicativa
(OR 2,28; p = 0,026; teste exato de Fisher bicaudado).
Conclusão: Este estudo corrobora achados anteriores
de associação entre o comprometimento cervical e o
processo de cronicação da migrânea. Se a cervicalgia
é um processo comórbido ou uma manifestação do
fenômeno de convergência trigeminocervical é algo a
ser melhor elucidado.
Palavras-chave: Migrânea. Cervicalgia. Comorbidade.
Complicações. Fisiopatologia.
O PERFIL DO IMPACTO DA MIGRÂNEA:
PIOR QUALIDADE DE VIDA, PREJUÍZO
À SAÚDE MENTAL E PRODUTIVIDADE
DETERIORADA
KÜSTER, João Guilherme Bochnia (
1
); UTIUMI, Marco Antonio
Takashi (
2
); GONÇALVES, Letícia Boslooper (
3
); TAN, Bin Cheng
(
1
); SOUZA, Patricia Savio de Araújo (
4
); BOLDT, Angelica Beate
Winter (
4
); PIOVESAN, Elcio Juliato (
5
)
1
Aluno de graduação em Medicina na UFPR
2
Aluno de pós-graduação em Medicina Interna pela UFPR
3
Aluno de pós-graduação em Genética pela UFPR
4
Pós-doutorado em Ciências Biológicas, professora de Genética
na UFPR
5
Doutor em Medicina Interna, professor de Medicina Interna na
UFPR
Contato com autor: Hospital Marcelino Champagnat - Av.
Presidente Affonso Camargo, 1399 - Cristo Rei, Curitiba - PR,
80050-370, sala 807 - utiumimarco@gmail.com
Introdução: A migrânea é causa inequívoca de
incapacidade. Embora a cefaleia seja sua característica
principal, o impacto provém de diversos fatores
associados, comórbidos, causais, consequentes, entre
outros. Objetivo: Caracterizar o perl do impacto e
os fatores associados da migrânea. Métodos: Estudo
observacional transversal de pacientes com migrânea
do HC-UFPR. Controles estão sendo recrutados dentro
e fora da unidade. Resultados: 78 (37,0%) pacientes
apresentavam migrânea episódica, 99 (46,9%) crônica e
34 (16,1%) controles. A média de idade era 40,1±12,8 anos
e 185 (87,7%) eram do sexo feminino. Não houve diferença
entre os grupos quanto à idade, sexo, cor, estado civil,
atividade física e IMC. Todos os aspectos de qualidade
de vida (Short Form 36) eram piores para migranosos
crônicos (teste de Wilcoxon) em comparação com
episódicos e controles exceto aspectos emocionais
(sem diferença com episódicos). Migranosos episódicos
apresentaram piores níveis que controles em capacidade
funcional, aspectos físicos e dor. A probabilidade de
síndrome ansiosa pela Generalized Anxiety Disorder 7
era menor entre controles (OR 0,48; p 0,044; regressão
logística) e maior nos migranosos crônicos (OR 2,31;
p 0,045) cujos escores eram piores que controles e
episódicos (p 0,01 e 0,029; respectivamente; Wilcoxon).
A presença de síndrome depressiva pela Patient Health
Questionnaire 9 não diferiu (Fisher) embora migranosos
crônicos demonstrassem piores escores que controles
e episódicos (p 0,009 e 0,015; respectivamente;
Wilcoxon). Indicadores de ideação e comportamento
suicida pela Columbia-Suicide Severity Rating Scale
não diferiram. Fatores laborais foram explorados
pela Work Productivity and Activity Impairment
Questionnaire: General Health 2.0. A probabilidade de
estar empregado era maior para controles (OR 7,5; p
0,0002; regressão logística) e menor para migranosos
episódicos (OR 0,28; p 0,031) e crônicos (OR 0,16; p
0,001). O absenteísmo era maior entre migranosos em
comparação com controles (crônica p 0,011 e episódica
p 0,0467; Wilcoxon) assim como o presenteísmo (p
0,005 e 0,045), produtividade laboral (p 0,007 e 0,026)
e não-laboral (p 0,0008 e 0,038). Migranosos crônicos
apresentaram piores níveis de impacto pela HIT6 e
MIDAS (p 0,0004 e 0,0001; Kruskal-Wallis). Dentre os
migranosos houve correlação (Spearman; signicância
0,05) esperada dentro das escalas de produtividade,
qualidade de vida e ansiedade/depressão. A qualidade
de vida correlacionou-se negativamente com aspectos
de produtividade principalmente quanto à dor corporal
[(presenteísmo (r -0,58), produtividade laboral (r -0,58)
e não-laboral (r -0,53)]. Além da correlação esperada
entre o domínio mental da qualidade de vida e os escores
de ansiedade e depressão (r -0,64 e -0,62), chama a
atenção a associação entre depressão com vitalidade (r
-0,6) e aspectos sociais (r -0,59). A atividade não-laboral
mostrou associação moderada com ansiedade (r 0,5) e
depressão (r 0,42). Escores de MIDAS associaram-se
moderadamente com vitalidade (r -0,4). Conclusão:
Migranosos, principalmente crônicos, sofrem impacto
relevante que, além dos níveis de dor, associam-se com
aspectos psicológicos.
Palavras-chave: Migrânea. Qualidade de Vida. Saúde
Mental. Saúde do Trabalhador. Avaliação do Impacto na
Saúde.
FÍSTULA LIQUÓRICA ESPONTÂNEA
TRATADA COM BLOOD PATCH EPIDURAL
RELATO DE CASO E REVISÃO DE
LITERATURA
GRENFELL, Mariana Lacerda Reis
1
; SOUZA, Rodolpho
Albuquerque
2
; FRAGA, Raquel Coelho Moreira
3
; VIEIRA, Júlia
10(3).indb 156 21/10/2019 18:53:52
S157
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
157
Almenara Ribeiro
3
; DIAS, Ramon D’Ângelo
4
; MARIM, Vanessa
Loyola de Oliveira
5
.
1
Professora da Disciplina de Neurologia da Escola Superior de
Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM),
Médica Neurologista do Departamento de Neurologia do Hospital
Universitário Cassiano Antônio de Moraes – Universidade Federal
do Espírito Santo, Vitória-ES (HUCAM-UFES), Neurologista com
Formação Complementar em Epilepsia e Eletroncefalograma e
Fellowship em Neuroimunologia pela Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP);
2
Acadêmico de Medicina do HUCAM-UFES;
3
Residente de Clínica Médica do HUCAM-UFES;
4
Médico Neurologista, Anestesiologista e especialista em Dor
pela Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto (USP-RP);
5
Professora da Faculdade Brasileira (MULTIVIX), Médica com
especialização em Clínica Médica e Neurologia pelo Hospital
Santa Marcelina, SP e mestre em Neurociências pela Universidade
Federal de Minas Gerais.
Contato com autor: Dra. Mariana Lacerda Reis Grenfell
E-mail: marilacerdamed@gmail.com
End.: Av. Antônio Borges, N° 80 – Apto 404, Ed. Grand Bay; Mata
da Praia, Vitória, ES; CEP: 29064-250
Tel: (27) 98145-2000
Introdução: A fístula liquórica espontânea (FLE) é uma
causa rara de cefaleia por hipotensão intracraniana.
O diagnóstico se baseia em achados clínicos e
radiológicos e o tratamento pode ser conservador ou
intervencionista. No presente trabalho relatamos um
caso de FLE, tratada com Blood Patch epidural (EBP),
uma modalidade terapêutica minimamente invasiva e
promissora. Objetivo: O objetivo deste estudo, além
do relato de caso, é revisar os aspectos clínicos e
diagnósticos da fístula liquórica espontânea, além
de discutir o uso do Blood Patch como tratamento
para estes casos. Métodos: Foi realizada revisão do
prontuário da paciente relatada no caso, obedecendo
às exigências éticas e legais. Ademais, procedemos
a revisão sistemática de literatura pelos principais
bancos de dados e artigos cientícos disponíveis
online: PubMed, SciELO, Portal de Periódicos CAPES
e Portal Regional da BVS. Resultados: A paciente
do nosso caso, diagnosticada com FLE, apresentou,
após duas abordagens por EBP, melhora signicativa
da cefaléia secundária à síndrome de hipotensão
liquórica (SHL). Tal resultado vai ao encontro da
literatura médica mundial, no qual o EBP tem se
tornado, cada vez mais, uma modalidade terapêutica
minimamente invasiva, segura e ecaz para estes
casos, apesar de, geralmente, necessitar de múltiplas
abordagens para a resolução completa dos sintomas.
Conclusão: O diagnóstico de FLE em um contexto
de SHL necessita de um alto grau de suspeição e
conhecimento acerca da existência desta entidade,
além de ser determinado por exclusão de causas mais
prevalentes. Uma vez diagnosticada, a abordagem
minimamente invasiva pelo EBP se mostrou, em nossa
casuística, consoante com os resultados da revisão
sistemática, ecaz e segura.
Palavras-chave: Fístula Liquórica Espontânea. Blood
Patch Epidural. Síndrome de Hipotensão Liquórica.
Spontaneous CSF stulas.
MIGRAINE WITH AURA AND MAL DE
DEBARQUEMENT SYNDROME IN AN
ADOLESCENT: A CASE REPORT
AGESSI, Larissa Mendonça
1
and VILLA, Thais Rodrigues
2
1
Audiologist and speech language pathologist (UNIFESP),
MS and PhD in audiology (UNIFESP), audiologist of headache
division UNIFESP.
2
MD, PhD in neurology and neuroscience, chief of headache
division UNIFESP.
Introduction: Mal de debarquement syndrome is a
rare neurological disorder, characterized by a chronic
perception of self-motion after air or land travel. Objective
and methods: To report a case of mal de debarquement
syndrome in an adolescent diagnosed with migraine with
aura and chronic migraine. Case presentation (results):
A twelve-years-old female patient was referred to our
service to be evaluated with the sensation of “rocking”
or “still on the boat” that began few hours after returning
from a ship cruise six months ago. The dizziness typically
got more severe at rest. In her rst evaluation, the patient
reported daily headache, mild to moderate intensity,
with 12 hours duration that started two years before. The
migraine episodes were characterized by severe frontal
throbbing headaches along with visual aura, nausea,
vomiting, and photophobia occurring 8 days per month,
lasting until 24 hours. She had no history of vertigo and
dizziness before. Physical examination and radiological
studies (MRI) were all normal. Thus, according to the
reviewed criteria of the ICHD III-beta, the patient fullled
the criteria for migraine with aura and chronic migraine.
She was diagnosed of persistent mal de debarquement
syndrome either. A headache prophylaxis with topiramate
100 mg daily were prescribed. A structure pain calendar
was offered to the patient. After 6 months of follow-
up, she had a signicant improvement, with resolution
of the sensation of “rocking” and with 3 days of mild
headache per month. Discussion and conclusion: This is
the rst case report of mal de debarquement syndrome
in adolescents. A thorough clinical history is needed for
recognizing this disorder. Previous studies showed a
strong association of mal de debarquement syndrome
and migraine in women, mostly in their fourth decade of
life, but not in children and adolescents. Treatment with
migraine prophylaxis should be tried in all patients with
persistent mal de debarquement syndrome associated
with migraine and chronic migraine.
Keywords: mal de debarquement syndrome, migraine,
adolescent, imbalance.
COMPARAÇÃO DA MOBILIDADE DA
MARCHA ENTRE MIGRANOSOS COM E SEM
CINESIOFOBIA
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Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
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SILVA, Daiane Cristina
1
; ROCHA, Michely Rodrigues
2
; PINHEIRO,
Carina Ferreira
3
; CARVALHO, Gabriela Ferreira
3
; DACH,
Fabíola
4
; BEVILAQUA-GROSSI, Débora
5
1
Aluna de graduação do curso de Fisioterapia na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
2
Fisioterapeuta, Aluna de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Reabilitação do Desempenho Funcional
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -Universidade de São
Paulo
3
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
4
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
5
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
daianesilva@usp.br
Contato com autor: Avenida do Café, 1715,Apto 401- Vila Amélia
CEP 14050-230, Ribeirão Preto-SãoPaulo
Introdução: A migrânea é uma disfunção neurovascular
incapacitante que tem dentre os principais sintomas,
décits no equilíbrio e na mobilidade da marcha. Além
disso, a cinesiofobia também pode ser percebida
pelos pacientes migranosos. Entretanto, ainda não se
sabe se a presença de cinesiofobia piora a mobilidade
dos pacientes com migrânea. Objetivo: Comparar o
equilíbrio e mobilidade da marcha de pacientes com
migrânea com e sem cinesiofobia. Métodos: Foram
avaliadas 50 mulheres entre 18 e 55 anos, diagnosticadas
com migrânea de acordo com os critérios da
Classicação Internacional de Cefaleias. As participantes
responderam a Escala Tampa para Cinesiofobia e de
acordo com a pontuação obtida foram divididas em dois
grupos: Migrânea sem cinesiofobia (MsC, n=36, idade 33
anos, DP 7,3; IMC 24 kg/cm2, DP 3,8) e Migrânea com
cinesiofobia (McC, n=14, idade 36 anos, DP 10,8; IMC 23
kg/cm2, DP 2,6). Todas as voluntárias foram submetidas
ao teste Timed Up and Go (TUG) para avaliação
da mobilidade durante a marcha. Os grupos foram
comparados quanto a idade, IMC, características clínicas
da migrânea e tempo de realização do TUG, por meio
do teste t-student (p<0,05). O estudo foi aprovado pelo
comitê de ética e pesquisa (Processo nº 14371/2018).
Resultados: Os grupos foram semelhantes em relação
a idade, IMC e características clínicas da migrânea
(p>0,05). O grupo com cinesiofobia apresentou maior
tempo para realização do Timed Up and Go em relação
ao grupo sem cinesiofobia (McC 8,2 segundos, DP
0,8; MsC 7,5 segundos, DP 0,9; p=0,023). Conclusão:
A presença de cinesiofobia pode alterar a mobilidade
durante a marcha em pacientes com migrânea.
Palavras-chave: Cefaleia. Equilíbrio. Limitação de
mobilidade.
EFEITOS DA CINESIOFOBIA NA
ESTABILIDADE POSTURAL DE PACIENTES
COM MIGRÂNEA
NAGATA Guilherme Dainezi
1
, BEVILAQUA-GROSSI Debora
2
, MACIEL Nicoly Machado
3
, CARVALHO Gabriela Ferreira
4
,
MORAES Renato
5
, DACH Fabiola
6
, PINHEIRO Carina Ferreira
4
.
1
Aluno de graduação do curso de Fisioterapia, Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
2
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
3
Fisioterapeuta, Mestre, Aluna de doutorado do Programa de
Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São
Paulo.
4
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
5
Educador Físico, Doutor, Professor Doutor da Escola de
Educação Física e Esportes de Ribeirão Preto – Universidade de
São Paulo
6
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Contato com autor: Guilherme Dainezi Nagata
E-mail: guilherme-nagata@usp.br
Endereço: Avenida do Café, 2361, apto 1613.
Introdução: Décits de equilíbrio são conhecidos em
indivíduos com migrânea,e, dentre os fatores associados
a estes décits, a presença de cinesiofobiaainda não
foi investigada. Objetivo: Investigar os efeitos da
cinesiofobia noequilíbrio e na preocupação com risco
de quedas em indivíduos com migrânea.Materiais
e métodos: Quarenta e quatro mulheres com idade
entre 18 e 55anos foram avaliadas. As pacientes com
migrânea foram diagnosticadassegundo critérios da
Classicação Internacional de Cefaleias e de acordo
coma pontuação da Escala Tampa para Cinesiofobia
foram divididas em doisgrupos: migrânea com
cinesiofobia (MC, n=23, 34,3±8,7 anos) e migrânea
semcinesiofobia (MS, n=21, 30,0 ±6,0 anos). As
participantes também responderamo questionário
Internacional de Ecácia de Quedas (FES-I) para
avaliação dapreocupação com o risco de quedas
e, para a avaliação de equilíbrio, foramorientadas
a se manter de pé sobre uma plataforma de força
(Bertec®,Columbus, OH, EUA) durante 30 segundos, em
duas condições: superfícieestável - sobre a plataforma
de força; e superfície instável - sobre uma espumade
densidade média. Foram realizadas 3 repetições
da tarefa em cada umadas condições. Os dados do
deslocamento do centro de pressão foramcoletados
a 100Hz e processados no software MATLAB (versão
R2014a) paracalcular a área de oscilação corporal.
Todos os dados foram comparados entreos grupos
com o teste T de student (p<0,05). Resultados: Os
grupos foramhomogêneos quanto à idade, IMC e
características clínicas da migrânea(p>0,05). O grupo
de migrânea com cinesiofobia apresentou maior
área deoscilação do que o grupo sem cinesiofobia
nas tarefas em superfície estável(MC 1,87±1,57 cm
2
,
MS 1,05±0,46 cm
2
, p=0,02) e instável (MC 7,68±3,72
cm
2
,MS 5,44±2,99 cm
2
, p=0,03), e também apresentou
10(3).indb 158 21/10/2019 18:53:52
S159
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
159
maior pontuação na FES-I(MC 29,0±8,2 pontos, MS
23,0±4,4 pontos, p=0,00). Conclusão: A presençade
cinesiofobia pode ser um fator que potencializa os
décits de equilíbrio e apreocupação com o risco de
quedas em pacientes com migrânea.
Palavras-chave : Cefaleia. Cinesiofobia. Equilíbrio.
BLOQUEIO DOS OCCIPITAIS MAIORES
PARA MANEJO DE MIGRÂNEA CRÔNICA
COM E SEM USO EXCESSIVO DE
MEDICAÇÕES: EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL
DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
LONDERO Renata Gomes
1
, FORMOSO Carolina Rodrigues
2
,
DOS SANTOS Joana Rogowski
2
1
Neurologista; Mestre e Doutora; Coordenadora do Ambulatório
de Cefaleia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre,
Brasil
2
Aluna de graduação da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, Brasil
Objetivo: O bloqueio anestésico dos nervos occipitais é
uma alternativa terapêutica para o manejo de diferentes
tipos de cefaleia: migrânea, cefaleia em salvas, cefaleia
cervicogênica, neuralgia occipital e cefaleia por
uso excessivo de analgésicos. Os diversos estudos
publicados divergem sobre medicações utilizadas
(lidocaína, bupivacaína, acréscimo ou não de corticoide),
doses utilizadas, número de sítios bloqueados (occipital
maior e menor, uni ou bilateral). Avaliamos um protocolo
xo de bloqueio aplicado para pacientes com migrânea
crônica a m de denir a resposta em termos de dias
com dor e uso de analgésicos nos 6 e 12 meses após
a primeira aplicação. Métodos: Em estudo prospectivo,
aberto, não controlado avaliamos 62 pacientes com
migrânea crônica com uso excessivo de analgésicos
(n=54) ou sem (n=8) uso excessivo de analgésicos.
Utilizamos o bloqueio bilateral do occipital maior, com
lidocaína 2% sem vasoconstritor, 1,5mL por ponto, a
intervalos de 1-16 semanas. Descrevemos os resultados
para os 62 pacientes avaliados entre 2016-2019.
Resultados: Todos os pacientes já haviam se submetido
a tratamento prolático (ao menos dois de: tricíclicos,
betabloqueadores, topiramato ou valproato). No
momento em que foi indicado bloqueio 15 pacientes não
estavam em uso de medicação prolática. Durante o
tratamento não foi acrescida medicação ou aumentada
dose dos proláticos. Pré-tratamento os pacientes
apresentavam frequência de crises média de 25 (DP=7,2).
Cinco pacientes não foram reavaliados nos 6 e 12 meses,
por não retornarem às consultas (dropout). Seis e doze
meses após o primeiro bloqueio a frequência média de
crises era 8 (DP=9,8) e 6,4 (DP=8,6), respectivamente.
O número de pacientes com resposta absoluta ao
bloqueio (zero dias de dor em 6 e 12 meses) foi de 12 e
14, respectivamente. Oito pacientes mantiveram número
de crises acima de 14, mantendo quadro de migrânea
crônica, todos faziam uso excessivo de analgésicos. Pré-
tratamento número médio de dias com uso de analgesia
era 23,7 (DP=8,8); pós-tratamento, no sexto e no décimo
segundo mês era de 8,3 (DP=10,1) e 6,4 (DP=9,4).
Conclusão: avaliando nossos pacientes observamos que
o bloqueio anestésico dos nervos occipitais maiores foi
uma opção efetiva de manejo da cefaleia para pacientes
com migrânea crônica com e sem uso excessivo de
analgésicos. Importante salientar que o manejo foi
indicado para pacientes com falha terapêutica prévia
(uso de ao menos 2 prolaxias em dose efetiva e por
tempo suciente para ser considerada ecaz).
Palavras-chave: Migrânea crônica; Uso excessivo
medicações; Bloqueio occipital.
CEFALEIA NOVA PERSISTENTE
DIÁRIA: CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
E EPIDEMIOLÓGICAS EM UM ESTUDO
RESTROSPECTIVO DE 17 PACIENTES
CASAGRANDE, Sara
1
; NATTAN, Marcio
1
; SIMIONI, Caio
1
;
KUBOTA, Gabriel
1
; FELSENFELD, Bernardo
1
; WAKSMAN,
Simone
1
; FORTINI, Ida
1
.
1
Grupo de Cefaleia da Divisão de Neurologia do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(HC/FMUSP)
Contato com autor: CASAGRANDE, Sara
Email: drasaracasagrande@gmail.com
Endereço Residencial: Rua Cotoxó, 1290, apto 24, Perdizes, Sao
Paulo/SP
Introdução: A Cefaleia Nova Persistente Diária (CNPD)
é um subtipo de cefaleia crônica diária caracterizada
por início agudo e mais de três meses de duração. As
características clínicas da dor e sua duração são variadas
e o seu manejo terapêutico desaador sendo em sua
maioria refratária aos tratamentos convencionais. A
literatura sobre a CNPD é escassa e sua etiologia ainda é
desconhecida. Objetivo: Denir quais são as diferenças
de idade, gênero e investigar as características clínicas
da CNPD primária. Métodos: Uma revisão retrospectiva
de prontuários foi realizada a partir de um banco de
dados do Ambulatório de Cefaleias do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Janeiro
de 2013 a Julho de 2019 para identicar pacientes
com CNPD. Resultados: Dezessete pacientes foram
diagnosticados com CNPD primária (8 mulheres e 9
homens). A média de idade do diagnóstico foi 35 anos,
sendo o início dos sintomas aos 27 anos. A idade mais
jovem de início foi de 16 anos, sendo que as mulheres
desenvolveram a CNPD em uma idade mais jovem de
início. Treze dos dezessete pacientes com CNPD (76%)
não reconheceram um evento desencadeante para a
dor, sendo que 17% fez relação com quadro infeccioso
ou sintomas semelhantes a gripe e 5% com um evento
estressante. Uma história prévia de dor de cabeça foi
encontrada em 2 dos 17 pacientes. As características da
dor variavam entre tipo enxaquecosa em 36% , tensional
em 27%, mista em 15%, asasociada a disautonomia em 5
%, e sem padrão denido em 16%. O teste laboratorial,
liquor e a neuroimagem em todos os pacientes foram
normais. A média de medicamentos orais proláticos
utilizados na tentativa de controle de sintomas foi de 5,
10(3).indb 159 21/10/2019 18:53:52
S160
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
160
sendo que a refratariedade de sintomas foi evidenciada
em 70%. A aplicação de Toxina Botulínica foi benéca
em 29% dos pacientes, com controle parcial dos
sintomas. Conclusão: A CNPD é uma doença de difícil
controle, não tento fatores tão bem denidos em relação
a sua etiologia. A aplicação de Toxina Botulínica pode
ser uma possibilidade terapêutica em casos refratários
ao tratamento medicamentoso oral. Mais estudos
sobre a siopatologia e etiologia são necessários para
melhor manejo desta cefaleia que tanto compromete a
qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Cefaleia nova persistente diaria. Cefaleia
crônica diária. Cefaleia refratária.
DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO
DE CONTEÚDO DE CARTILHAS PARA
A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO DE
PACIENTES COM CEFALEIA
LOPES Erika Plonczynski
1
; CALIXTRE Letícia Bojikian
2
;
OLIVEIRA Ana Beatriz
3
1
Fisioterapeuta, mestranda do Programa de Pós-Graduação
em Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos Rodovia
Washington Luiz, km 235- Jardim Monjolinho São Carlos, SP •
2
Doutora em Fisioterapia. Professora substituta do Departamento
de Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos.
3
Doutora em Fisioterapia. Professora Associada do
Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de São
Carlos; Docente do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia
da UFSCar; Coordenadora do Laboratório de Cinesiologia Clínica
e Ocupacional (LACO).
Contato com autor: Erika Plonczynski Lopes
E-mail: erikaplonczynski@gmail.com
Introdução: Hábitos de vida como sedentarismo,
baixa qualidade do sono, e estresse têm se mostrado
importantes fatores associados às cefaleias crônicas.
Considerando que a melhora desses fatores pode
reduzir a intensidade e frequência da dor nos
episódios de cefaleia, e diante da necessidade de
orientar os participantes das pesquisas desenvolvidas
em nosso laboratório, formulamos um material gráco
para informar a população e apresentar condutas
não-farmacológicas que possam contribuir com o
autogerenciamento de suas dores. Objetivo: Elaborar
e validar o conteúdo de um material gráco educativo
para a população abordando o autocuidado para
pessoas com cefaleia crônica e/ou migrânea. Método:
Trata-se de um estudo metodológico realizado em
quatro etapas: diagnóstico situacional; levantamento
bibliográco; elaboração das cartilhas e validação de
conteúdo das cartilhas. A quarta etapa foi realizada por
7 juízes especialistas em cefaleia, com pratica clínica e/
ou acadêmica na área selecionados por conveniência.
As cartilhas foram enviadas aos juízes juntamente
com os formulários de avaliação, constituídos por
perguntas que permitiam respostas discursivas com
sugestões para os temas abordados, bem como
perguntas fechadas que poderiam ser respondidas por
meio de escalas que ofereciam 3 opções de resposta:
inadequado, parcialmente adequado e adequado.
As questões abordavam a adequação da linguagem
das cartilhas e acurácia cientíca de seus conteúdos.
Para vericar a compreensão e aplicabilidade
das cartilhas na população alvo, as cartilhas e
formulários modicados foram também enviados a
11 representantes do público-alvo, participantes de
pesquisas do nosso laboratório que assinaram o termo
de consentimento livre e esclarecido da presente
pesquisa. Foi considerado válido o item com o
mínimo de 0,78 para o índice de validade de conteúdo
(variando de 0-1). Resultados: Após o levantamento
de revisões sistemáticas e materiais de informação
em dor e cefaleia, foram produzidas duas cartilhas.
A primeira direcionada para crises de migrânea,
discorrendo sobre os tópicos: Como é uma crise de
enxaqueca; o que desencadeia a crise; estratégias
e dicas para lidar com uma crise. A segunda para
cefaleias em geral, com orientações voltadas para o
manejo da dor crônica, explorando os temas: sono;
exercício físico regular; alongamentos musculares;
automassagem e dicas e cuidados. Visando tornar
os materiais acessíveis aos diversos níveis de
escolaridade, foram utilizadas sentenças diretas, com
vocabulário simples e ilustrações exemplicativas.
Após análise dos itens individuais do formulário, o
índice de validade de conteúdo total foi de 0,90 para
os especialistas e 0,97 para o público-alvo. Alterações
foram feitas no material de acordo com as sugestões
dos especialistas e dos membros do público-alvo, e
as versões validadas estão disponíveis em https://bit.
ly/2ylZPXh e https://bit.ly/2LQ39D0. Conclusão: As
cartilhas para promover o autocuidado em pacientes
com cefaleia e/ou migrânea foram produzidas e
validadas visando informar pessoas com cefaleia em
relação ao protagonismo de seus cuidados.
Palavras-chave: Autocuidado, cartilha, cefaleia,
migrânea, validação.
CIRURGIA NEUROTERMOGUIADA DA
TRIGEMINALGIA
LIMA robson prudêncio silva
1
, BRIOSCHI marcos leal, TEIXEIRA
manoel jacobsen
1
1
Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina, Hospital
das Clínicas, Departamento de Neurologia, Disciplina de
Neurocirurgia, São Paulo, SP, Brasil.
Contato com autor: Robson Prudêncio Silva Lima
E-mail: robsonpslima@hotmail.com
Endereço: Avenida Cassiano Ricardo, 601 Sala 188 São José dos
Campos-SP
Introdução: A Neuralgia Trigeminal é um distúrbio
neuropático do nervo trigêmeo com ataques paroxísticos
de dor intensa com duração de uma fração de segundo a
minutos, afeta uma ou mais divisões do nervo trigêmeo,
sendo que o ramo maxilar V2 é o mais freqüente atingido.
A dor tem pelo menos uma das seguintes características:
intensa, súbita, supercial, precipitada por fatores-gatilho
ou de áreas-gatilho como um toque leve ou pequenos
10(3).indb 160 21/10/2019 18:53:52
S161
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
161
movimentos, falar, beber, escovar os dentes, barbear-se,
mastigar. A Neurotermograa por infravermelho é um
exame sem contraste ou radiação com câmera que possui
sensores térmicos de alta sensibilidade que permite obter
imagens de alta resolução que são estudadas através de
software especíco e possibilitam identicar alterações de
temperatura características de disfunções neurovasculares.
Objetivos: Demonstrar o uso da Neurotermograa como
ferramenta para diagnóstico da Neuralgia do Trigêmeo,
acompanhamento cirúrgico como parâmetro para análise
de resultado da compressão retrogasseriana por balão
pré, intra e pós-operatório complementar aos sintomas
clínicos. Metodologia: Paciente do sexo feminino 78 anos
com dor intensa (EVA 8-10) em região maxilar à direita,
iniciada há 3 meses com piora gradativa e crises recorrentes
de choques desencadeadas pelo ato da mastigação,
contato e frio direto na face foi submetida a Compressão
Retrogasseriana por Balão devido persistência da dor
e reações adversas com as medicações e avaliada por
Neurotermograa nas fases de tratamento. Resultados: A
Neurotermograa pré-operatória demonstrou diferença
de temperatura(Delta-ΔT) de 1,1 o C na área acometida em
comparação a hemiface esquerda sem dor. Exame intra-
operatório permitiu constatar aumento de 0,6 o C após
compressão do gânglio de Gasser na área referida de dor
e hiperradiação em território de V1 e V2 (predominante)
o que sinalizou ao cirurgião ter alcançado seu objetivo, a
neuropraxia do ramo maxilar do Trigêmeo. Reavaliação da
paciente no 10 o dia pós-operatório conrmou a melhora
clínica (EVA= 0) e mostrou padrão neurotermográco
simétrico da face sem diferença de temperatura nas
áreas analisadas. CONCLUSÃO: A Neurotermograa é
um exame inócuo que pode ser utilizado para constatar
a Neuralgia Trigeminal, auxiliar o procedimento cirúrgico
pois determina variação de temperatura devido resposta
neurovascular e controle pós-operatório.
Palavras-chave: Neurotermograa. Neurocirurgia.
Trigeminalgia. Dor. Neuralgia.
BENEFIT-RISK ASSESSMENT OF
GALCANEZUMAB VERSUS PLACEBO
FOR THE TREATMENT OF EPISODIC AND
CHRONIC MIGRAINE: RESULTS FROM
EVOLVE 1, EVOLVE-2, AND REGAIN
CLINICAL TRIALS
RUFF dustin,
1
TOCKHORN-HEIDENREICH antje,
1
FOSTER
shonda,
1
NICHOLS russell,
1
STAUFFER virginia,
1
MENEZES
luciana mendes bahia (Non author Presenter, MBBS, Dr., Medical
Advisor, luciana.bahia@lilly.com)
2
1
Eli Lilly and Company, Indianapolis, IN, USA;
2
Eli Lilly and Company, Sao Paulo, Brazil
Contato com autor: Luciana Mendes Bahia Menezes
E-mail: luciana.bahia@lilly.com
Introduction/Objective: To evaluate the benet-risk
prole of galcanezumab (GMB) versus placebo (PBO)
for the treatment of episodic (EM) and chronic migraine
(CM) in adults. Methods: Data from three pivotal phase 3
trials of GMB were used to estimate response rates (RR), a
clinically meaningful outcome for decision makers, based
on monthly migraine headache day reductions in patients
with EM (EVOLVE-1 and EVOLVE-2; 6-month treatment
duration) and patients with CM (REGAIN; 3-month
treatment duration). Corresponding numbers needed
to treat (NNT) for one patient to benet from drug and
numbers needed to harm (NNH) for one patient to be
harmed by drug based on discontinuation due to adverse
events (DCAE) were estimated for each trial separately.
Results: In all trials, the proportion of patients achieving
30%, 50% and 75% RRs was signicantly higher in patients
treated with GMB 120 mg (ranging from 44.8% to 77.1% for
30% RR, 27.6% to 62.3% for 50% RR, and 7% to 38.8% for
75% RR) and 240 mg (ranging from 46.4% to 74.3% for 30%
RR, 27.5% to 60.9% for 50% RR, and 8.8% to 38.5% for 75%
RR) versus those treated with PBO (ranging from 32.3% to
56.8% for 30% RR, 15.4% to 38.6% for 50% RR, and 4.5%
to 19.3% for 75% RR). Corresponding NNTs were similar
across trials (5 to 9) with the exception of those obtained
for 75% RR in REGAIN (24 to 40). Across all trials, NNH
based on DCAE ranged from 46 to 295. Conclusions: In all
trials, GMB showed a favorable benet-risk prole versus
PBO based on low NNTs for RR and higher NNH for DCAE.
Higher NNTs observed in patients with CM may be due to
higher disease burden (higher baseline migraine headache
day and greater disability) of these patients and shorter
treatment duration (3 vs. 6 months). The abstract was
previously submitted and accepted by IHS (2019).
Keywords: Chronic Migraine. Episodic Migraine.
Galcanezumab.
O USO DE AURICULOTERAPIA CHINESA
PARA O TRATAMENTO DE CEFALEIA EM
PACIENTES NA FUNDAÇÃO HOSPITALAR
DO ACRE
GONSALES, Matheus Santaella; DA SILVA, André Douglas
Marinho; DANTAS, Thais Caroline Batista; DIB, Gustavo Gomes;
DA SILVA, Gabriel Martins Carvalho; DA SILVA-NUNES, Mônica.
1
Medicina, graduando, Universidade Federal do Acre; Medicina,
graduando, Universidade Federal do Acre; Medicina, graduando,
Universidade Federal do Acre; Medicina, graduando, Universidade
Federal do Acre; Medicina, graduando, Universidade Federal do
Acre; Medicina, Especialização em Homeopatia, Doutorado em
Parasitologia, Pós-Doutorado em Doenças tropicais, Professora
Associada, Universidade Federal do Acre.
Contato com autor: GONSALES, Matheus Santaella
Email para contato: matsantaella@yahoo.com.br
Endereço residencial: Rua Manoel Dantas, 303 ap. 14 – bairro
Conjunto Universitário, Rio Branco, Acre. CEP: 69.917-694
Introdução: A Auriculoterapia chinesa compõe
uma das técnicas utilizadas na Medicina Tradicional
Chinesa, associada nessa à práticas como acupuntura e
massagem, tendo tanto no Oriente quanto no Ocidente
efetividade terapêutica comprovada através de estudos
relacionados com quadros psicoemocionais variados.
Baseada na aplicação de sementes de colza ou mostarda,
esferas metalizadas em ouro, prata ou inox, ou ainda
10(3).indb 161 21/10/2019 18:53:53
S162
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
162
agulhas auriculares em pontos localizados no pavilhão
auricular, a Auriculoterapia pode ser usada para se
tratar desordens enérgico-comportamentais, expressas
algumas vezes por enfermidades, como cefaleia, por
exemplo. Relacionados ao tratamento de cefaleia, tem-
se os seguintes pontos auriculares: “Shen men”; “Rim”;
“Fígado”; “Baço”; “ansiedade” (“Ponto A”); “Simpático”;
“Frontal”; “Occipital”; e “Temporal”. Cada ponto
auricular, quando estimulado, produz um efeito de ação
no paciente, sendo: “Shen men” reduzindo a ansiedade;
“Rim” atuando sobre enxaqueca; “Fígado”, sobre o
estresse; “Baço”, sobre a preocupação; “Ponto A”, sobre
quadros de ansiedade; “Simpático”, para a estabilização
vegetativa das vísceras; “Frontal”, para transtornos na
região; “Temporal”, para enxaquecas; e “Occipital”, para
cefaleia, mais especicamente. Objetivos: Analisar a
ecácia do tratamento auriculoterapêutico em pacientes
portadores de cefaleia, na Fundação Hospitalar do
Acre. Metodologia: Esses pontos foram tratados em 31
pacientes na Fundação Hospitalar do Acre, portadores
de cefaleia autorreferida, onde foram tratados com
Auriculoterapia segundo a Medicina Chinesa a partir da
aplicação de sementes de colza xadas com esparadrapo
e mantidas por 5 dias contínuos no local, com intervalo
de 2 dias entre uma sessão e outra. Em cada paciente,
o número de sessões variou conforme a melhora
individual de cada um, não ultrapassando o período de
seis semanas (cinco consultas realizadas durante cinco
semanas – uma consulta por semana – e uma consulta de
retorno para alta diagnóstica). Resultados: Observou-se
melhora do quadro clínico em 100% dos casos após o
tratamento de Auriculoterapia. Conclusões: Tais dados
tornam evidentes a ecácia da Auriculoterapia chinesa,
além de expor a relevância e signicância curativa e
de tratamento para enfermidades como a cefaleia,
podendo ser utilizada como terapia complementar, uma
vez que ela não impede a realização de tratamentos
medicamentosos sincrônicos. Os diagnósticos de cefaleia
foram autorreferidos durante a anamnese na consulta,
porém tais diagnósticos se mostraram em concordância
com as alterações encontradas no pavilhão auricular de
cada paciente, tais como telangiectasia e hiperemia nas
áreas dos pontos relacionados à cefaleia.
Palavras-chave: Auriculoterapia. Medicina Tradicional
Chinesa. Cefaleia.
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA
SECUNDÁRIA A HIPOPARATIREOIDISMO
PRIMÁRIO
GOMES SAMPAIO, patrick giordanni
1
; DINIZ MARACAJÁ,
hiago
2
; NÓBREGA FIGUEIREDO, sara raquel
2
;
2
NÓBREGA
FIGUEIREDO, virgínia gabriela
2
; CARNEIRO MONTEIRO
TEMOTEO, túlio; ADIJUTO DE MELO, natália meg
2
1
Bacharelado em Medicina pela Unifacisa – Campina Grande,
especialista em Neurologia pelo Hospital do Servidor Público
Estadual de São Paulo, docente da Unifacisa – Campina Grande;
2
Graduandos em Medicina pela Unifacisa – Campina Grande -
PB;
Contato com autor: Patrick Giordanni Gomes Sampaio
E-mail: giordannipatrick@gmail.com
End.: R. Des. Trindade, 332 - sala 3 - Centro, Campina Grande - PB
Introdução: Hipertensão intracraniana idiopática (HII)
comumente chamada de pseudotumor cerebral, consiste
em um distúrbio de aumento da pressão intracraniana
com composição normal do líquido cefalorraquidiano.
Apresenta-se tipicamente em mulheres obesas, entre 15
e 44 anos, e sua incidência anual é de 1 a 2 por 100.000
habitantes. Esse quadro de HII pode-se apresentar
por decorrência de distúrbios metabólicos, como
hipoparatireoidismo. Objetivo: O presente trabalho
cientíco trata-se de um relato de caso que tem o escopo
principal elencar os pontos cruciais a respeito desta
condição médica que possui poucos relatos na literatura.
Nesse sentido, possibilita um melhor reconhecimento
e diagnóstico precoce por parte dos prossionais da
saúde, oferecendo um tratamento adequado e ecaz.
Descrição do caso: A.T.F, 33 anos, feminino, caucasiana,
solteira, portadora de Síndrome de Down, apresenta
história de hipotireoidismo cirúrgico devido a bócio
nodular e obesidade. Apresentou quadro subagudo de
3 dias de náuseas, turvação visual, diarreia e cefaleia
holocraniana pulsátil que piorava com decúbito ventral
e aliviava um pouco em posição ortostática. O quadro
evoluiu com turvação visual progressiva e 2 crises
convulsivas do tipo tônico-clônica generalizadas. Em
avaliação inicial em pronto atendimento foi constatado
em exames de Tomograa Computadorizada do crânio
calcicações nos núcleos da base bilateralmente. O
exame de Campimetria demonstrou perda do campo
visual periférico e preservação do campo central.
Testes laboratoriais incluindo bioquímica evidenciaram
hipocalcemia e outros distúrbios metabólicos. Realizado
punção lombar, sendo constatado pressão de abertura
de 73 cmH20 e fechamento de 10 cmH20, com retirada
de 40 ml de Líquor (LCR). Discussão do caso: A paciente
foi admitida em internação hospitalar de urgência,
sendo realizado tratamento clínico para correção dos
distúrbios metabólicos, punção lombar seriada até a
indicação cirúrgica de derivação lombo-peritoneal para
o tratamento da HII. Ela apresentou resposta satisfatória
com recuperação parcial da visão após os tratamentos
instituídos. Conclusão: O HII tem como principais como
característica a cefaleia progressiva que pode evoluir
com décits neurológicos focais. Além disso, é possível
ainda correlacionar o hipoparatireoidismo como sendo
o fator etiológico, pelo transtorno do metabolismo do
cálcio na desregulação da produção de Líquor. Portanto,
o tratamento da HII é essencial para alívio dos sintomas
e preservação da visão. Ademais, o controle da calcemia
é essencial para o hipoparatireoidismo.
Palavras-chave: Hipertensão intracraniana idiopática;
pseudotumor cerebral;
CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS
DOS PACIENTES PORTADORES DE
CEFALEIA CRÔNICA
1
GOMES SAMPAIO, patrick giordanni;
2
DINIZ MARACAJÁ,
hiago;
3
MEDEIROS MIRANDA DAVID, mirían celly;
2
NÓBREGA
10(3).indb 162 21/10/2019 18:53:53
S163
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
163
FIGUEIREDO, sara raquel;
2
NÓBREGA FIGUEIREDO, virgínia
gabriela;
2
CARNEIRO MONTEIRO TEMOTEO, túlio;
2
ADIJUTO
DE MELO, natália meg
1
Bacharelado em Medicina pela Unifacisa – Campina Grande,
especialista em Neurologia pelo Hospital do Servidor Público
Estadual de São Paulo, docente da Unifacisa – Campina Grande;
2
Graduandos em Medicina pela Unifacisa – Campina Grande - PB;
3
Bacharelado em Fisioterapia pela UEPB, especialista em
sioterapia neurofuncional, mestranda em neurociências pela
UFPE;
Contato com autor: Patrick Giordanni Gomes Sampaio
E-mail: giordannipatrick@gmail.com
End.: R. Des. Trindade, 332 - sala 3 - Centro, Campina Grande - PB
Introdução: Cefaleia é uma entidade caracterizada por
um processo doloroso no segmento cefálico, podendo
ter origem em estruturas cranianas ou faciais, sendo
considerada a queixa médica mais comum. Essa, pode
ainda ocorrer de maneira episódica ou crônica e ser
classicada em primária ou secundária. Objetivo:
Analisar, de maneira retrospectiva, a associação da
ocorrência de perturbações cefalálgicas com o sexo,
o trabalho e uso o de medicações em pacientes
com queixas de cefaleia crônica. Métodos: O estudo
foi realizado através de análise retrospectiva de
prontuários de pacientes atendidos no ambulatório de
neurologia da Unifacisa com queixa de cefaleia crônica.
Resultados: Do período de fevereiro a agosto de 2019,
foram atendidos 30 pacientes, sendo 29 mulheres e
01 homem. Quanto a prossão, a grande parte eram
prossionais técnicos da área de saúde, professores e
estudantes. Destes pacientes, receberam diagnóstico de:
enxaqueca crônica sem aura 60%, enxaqueca crônica
com aura 13,3%, cefaleia crônica diária por uso abusivo
de analgésicos 40 %, cefaleia do tipo tensional crônica
(CTT) 30%, enxaqueca basilar 3,3%, cefaleia secundária
6,6%. Conclusão: Apesar da maior prevalência das CTTs
na população, percebemos que são as enxaquecas
que levam a uma maior procura por atendimento
médico especializado. Portanto, evidencia-se como as
enxaquecas comprometem tanto a funcionalidade do
indivíduo, como também, a qualidade de vida. Ademais,
conrma-se o grande predomínio no sexo feminino,
como também, a baixa procura do sexo masculino
devido a cefaleia. Além disso, constatou-se um número
expressivos de pacientes portadores de cefaleia por uso
abusivo de analgésicos comuns.
Palavras chave: Cefaleia crônica, enxaqueca, analgésicos.
SÍNDROME DE HIPERTENSÃO
INTRACRANIANA SECUNDÁRIA A
NEUROCISTICERCOSE
1
GOMES SAMPAIO, patrick giordanni;
2
DINIZ MARACAJÁ,
hiago;
2
NÓBREGA FIGUEIREDO, sara raquel;
2
NÓBREGA
FIGUEIREDO, virgínia gabriela;
2
CARNEIRO MONTEIRO
TEMOTEO, túlio;
2
ADIJUTO DE MELO, natália meg
1
Bacharelado em Medicina pela Unifacisa – Campina Grande,
especialista em Neurologia pelo Hospital do Servidor Público
Estadual de São Paulo, docente da Unifacisa – Campina Grande;
2
Graduandos em Medicina pela Unifacisa – Campina Grande - PB;
Contato com autor: Patrick Giordanni Gomes Sampaio
E-mail: giordannipatrick@gmail.com
End.: R. Des. Trindade, 332 - sala 3 - Centro, Campina Grande - PB
Introdução: A neurocisticercose possui diferentes
sintomatologias, desde convulsões a décits
neurológicos focais. Essas, dependem da localização
do parasita no Sistema Nervoso Central nas
formas extra ou intraparenquimatosas. Apesar da
Neurocisticercose Racemosa não ser uma forma tão
comum, o tratamento inadequado pode levar a graves
desfechos com sequelas incapacitantes. Objetivo:
Analisar e discutir o desenvolvimento das manifestações
clínicas envolvidas no caso, bem como o desfecho
a partir das intervenções propostas. Descrição do
caso: G.F.M, 71 anos, masculino, queixava-se ao longo
de seis meses de cefaleia holocraniana progressiva
que piorava no período noturno e aliviava no período
matutino. Associado ao quadro foi relatado episódios
de zumbido bilateral e hipoacusia unilateral a esquerda.
O paciente evoluiu com crise convulsiva do tipo tônico
clônica generalizada e alterações na acuidade visual,
o que o motivou a procurar pelo pronto atendimento.
Em exames de triagem de imagem foi identicado
lesões características de Neurocisticercose na forma
cística disseminadas no espaço subaracnóideo e
intraparenquimatoso. Foi considerado, a hipóteses de
hipertensão intracraniana e neuropatia craniana do
nervo vestibulococlear esquerdo pelas localizações dos
cistos. O paciente foi submetido a punção lombar de
alívio e na análise do líquor (LCR), a Pressão de abertura
de 38 cmH20 apresentava 102 células, proteinorraquia
158mg/dl, hipoglicorraquia 42mg/dl e obviamente Elisa
para Neurocisticercose positiva. Discussão: A presença
do aglomerado de cistos (forma raçemosa) no espaço
subaracnóideo ocasionou uma hidrocefalia comunicante
e, assim, uma hipertensão intracraniana (HIC) e suas
complicações. Foi proposto punções seriadas associado
ao tratamento antiparasitário conforme protocolos
clínicos e tratamento sintomático. Apesar da indicação
de derivação ventricular, conforme guideline, o paciente
evoluiu com melhora satisfatória do quadro clínico,
no âmbito da cefaleia e da acuidade visual, pelo fato
de ter apresentado boa resposta ao tratamento não
invasivo, optou-se pela terapia conservadora. No
seguimento pós alta, o paciente apenas apresentou
hipoacusia neurossensorial como sequela. Conclusão:
Dessa forma podemos concluir que a neurocisticercose
na forma parenquimatosa predomina na maioria dos
casos, ao contrário da forma racemosa, que pode trazer
repercussões clínicas severas e muitas vezes irreversíveis
para os pacientes acometidos.
Palavras-chave: Neurocisticercose; Neurocisticercose
Racemosa; Hipertensão intracraniana;
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS SENSORIAIS
10(3).indb 163 21/10/2019 18:53:53
S164
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
164
DO EQUILÍBRIO EM PACIENTES COM
MIGRÂNEA
ROCHA, Michely Rodrigues
1
; SILVA, Daiane Cristina
2
; PINHEIRO,
Carina Ferreira
3
; CARVALHO, Gabriela Ferreira
3
; DACH,
Fabíola
4
; BEVILAQUA-GROSSI, Débora
5
1
Fisioterapeuta, Aluna de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Reabilitação do Desempenho Funcional
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -Universidade de
São Paulo
2
Aluna de graduação do curso de Fisioterapia na
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São
Paulo
3
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
4
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
5
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
Contato com autor: ROCHA, Michely Rodrigues
E-mail: michelyrr.sio@gmail.com
Endereço: Rua Coracy de Toledo Piza, 640 Ribeirânia CEP.:
14.096-230 Ribeirão Preto-SP
Introdução: A migrânea é uma cefaleia incapacitante,
que além dos sintomas clássicos também apresenta
importantes décits no equilíbrio, principalmente nos
que apresentam maior número de crises e aura. No
entanto, não está estabelecido quais dos sistemas
responsáveis pela estabilidade postural apresentam
maior décits nestes pacientes. Objetivo: Avaliar a
integração dos sistemas somatossensorial, visual e
vestibular em indivíduos migranosos com e sem aura,
migrânea crônica e saudáveis. Métodos: Foram avaliadas
72 mulheres com idade entre 18 e 55 anos, sendo 22
voluntárias do grupo controle (GC, 30,5±8.6 anos), 28
migrânea sem aura (MsA, 31,8±7.4 anos), 12 migrânea
com aura (MA 34,0±8.9 anos) e 10 migrânea crônica (MC,
39,9±8.4 anos). O diagnóstico de migranea obedeceu
os critérios da Classicação Internacional de Cefaleias.
Todas as participantes foram submetidas a avaliação do
equilíbrio no Teste de Organização Sensorial (SOT) por
meio do equipamento Equitest (Neurocom(SIMBOLO de
R). Os grupos foram comparados quanto a idade, IMC e
às características clínicas da migrânea por meio do teste
ANOVA de um fator com post-hoc de Tukey (p<0,05).
Devido à diferença estatística vericada na idade
entre os grupos (p<0,05), a comparação do escore de
equilíbrio referente aos sistemas somatossensorial, visual
e vestibular foi realizada com o teste ANCOVA de dois
fatores (grupo e sistema) com a idade como covariável e
post-hoc de Bonferroni (p<0,05). O estudo foi aprovado
pelo comitê de ética e pesquisa (Processo 14371/2018).
Resultados: Não houve diferença entre os grupos no
IMC nas características clínicas da migrânea (p>0,05).
Em relação aos dados posturográcos, foi vericada
interação entre grupo e sistema (p=0,00). Os grupos
migrânea com aura e migrânea crônica apresentaram
menor escore de equilíbrio do que o grupo controle nas
condições que avaliam o sistema somatossensorial e
visual (Somatossensorial: MA 94,7±6.8, MC 94,6±3.4 e GC
98,4±1,8, p<0,03; Visual: MA 76,5±13.5, MC 73,5±22.9 e GC
91,7±6,0, p<0,05). Nas condições que avaliam o sistema
vestibular, o grupo migrânea com aura apresentou
menor escore de equilíbrio do que os grupos migrânea
sem aura e controle (MA 51,9±16.8, MSA 66,8±13.6 e
GC 75,5±9,3, p<0,02). Ainda, as comparações intra-
grupo revelaram diferenças signicativas entre os três
sistemas em todos os grupos, sendo que as condições
que avaliaram o sistema vestibular apresentaram menor
escore de equilíbrio do que as que avaliaram o sistema
vestibular, que por sua vez, são menos pontuadas do
que os testes de sistema somatossensorial (p<0,03).
Conclusão: Pacientes com migrânea com aura
apresentam maior acometimento dos três sistemas que
controlam o equilíbrio do que indivíduos sem cefaleia.
Ainda, o aumento da frequência de crises também causa
prejuízos nos sistemas somatossensorial e visual.
Palavras-chave: Cefaleia. Equilíbrio. Posturograa
computadorizada dinâmica.
10(3).indb 164 21/10/2019 18:53:53
S165
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
165
ORAL
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
DOS PACIENTES COM MIGRÂNEA EM
TRATAMENTO PROFILÁTICO COM
TOPIRAMATO
CAVERNI, Camila Naegeli
1
; SIMIONI, Caio Grava
2
; COSTA, Aline
Turbino
3
; TENGAN, Celia Harumi
4
; VILLA, Thais Rodrigues
5
1
Nutricionista, Mestranda em Neurociências, Setor de
Investigação e Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento
de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
2
Neurologista, Colaborador do Ambulatório de Cefaleias na
Neurologia do Hospital das Clínicas da FMUSP.
3
Neurologista, Mestre em Neurociências, Coordenadora e
pesquisadora do setor de investigações de dor de cabeça e
crânio-facial da residência de neurologista do Hospital Santa
Marcelina.
4
Neurologista, Doutora, Coordenadora do Curso de pós-
graduação de Neurologia e Neurocirurgia, Departamento de
Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP).
5
Neurologista, Pós-Doutorado, Chefe do Setor de Investigação e
Tratamento das Cefaleias (SITC) do Departamento de Neurologia
e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Contato com autor: CAVERNI, Camila Naegeli
E-mail: camila.ncaverni@gmail.com
Rua Agostinho Gomes, 485, apto. 309, Ipiranga, São Paulo, SP,
04206-000
Introdução: A migrânea é uma cefaleia primária que
atinge 15% da população brasileira. A utilização de
medicamentos proláticos, como o topiramato, pode
ser necessária para a prevenção das crises de dor, no
entanto, estes medicamentos podem induzir a perda
de peso e a redução do apetite. Estudos demonstraram
a relação entre migrânea e o índice de massa corporal
(IMC), sendo que indivíduos obesos estão mais
suscetíveis a apresentarem crises mais frequentes
e incapacitantes, porém sem avaliar a composição
corporal de maneira objetiva, buscando relacionar esses
parâmetros a cronicação da migrânea. A avaliação
antropométrica estuda a composição corporal e seus
constituintes como o percentual de gordura e de
massa magra, podendo determinar a condição atual de
saúde e, consequentemente, da sua qualidade de vida.
Objetivo: Avaliar a composição corporal de mulheres
com migrânea em uso de topiramato antes e após três
meses de tratamento. Métodos: Foram incluídas 50
pacientes, sexo feminino, entre 18 e 45 anos. Inicialmente,
as pacientes foram avaliadas por um neurologista para
determinar o diagnóstico de migrânea com ou sem
aura e/ou migrânea crônica no início do tratamento
prolático: topiramato 50mg/dia, durante 3 meses. No
início e no nal do estudo as pacientes foram avaliadas
por uma nutricionista para denição da composição
corporal e suas alterações durante o estudo, através de
uma avaliação antropométrica detalhada. Resultados:
Foram avaliadas ao nal do estudo 37 pacientes, com
idade média de 31 anos, IMC inicial médio de 25,89kg/
m2 (DP±3,94kg/m2), gordura corporal inicial média de
36,1% (DP±10,3%) e massa magra inicial média de 42,7kg
(DP±5,1kg). Após 3 meses do tratamento prolático, as
pacientes reduziram signicativamente a frequência de
dias de cefaleia/mês, de 21 dias (DP±8 dias) para 7 dias
(DP±8 dias) de cefaleia/mês (p<0.0001). Com relação
aos parâmetros antropométricos, houve redução do
IMC, de 25,89kg/m2 (DP±3,94kg/m2) para 25,19kg/m2
(DP±3,73kg/m2) (p0.0001) e percentual de gordura
corporal, de 36,1% (DP±10,3%) para 33,2% (DP±9,0%)
(p<0.0001). Por outro lado, o tratamento levou ao
aumento da massa magra, de 42,7kg (DP±5,1kg)
para 43,6kg (DP±5,0kg) (p0.0074), principalmente
no grupo com migrânea crônica, com aumento de
43,2kg (DP±6,0kg) para 44,3kg (DP±5,7kg) (p0,0173).
A massa magra corporal aumentou nas pacientes
com sobrepeso de 44,8kg (DP±6,0kg) para 45,8kg
(DP±5,9kg) (p0,0128), e obesidade de 40,3kg (DP±6,1kg)
para 44,2kg (DP±5,3kg) (p0,0102), mas não houve
alterações nas pacientes eutrócas. Considerando a
idade, observamos que o aumento da massa magra
corporal, de 42,9kg (DP±6,2kg) para 44,3kg (DP±6,0kg)
(p0,0087) ocorreu nas pacientes com faixa etária maior,
entre 31 e 45 anos. Conclusão: O estudo demonstrou
que o tratamento proposto modicou a composição
corporal das pacientes com redução do IMC e da gordura
corporal, e aumento da massa magra. O grupo que mais
se beneciou foi o das pacientes em sobrepeso ou
obesidade, com migrânea crônica e acima dos 31 anos.
Estes resultados sugerem que a melhora da composição
corporal pode ser um parâmetro de melhora do quadro
de migrânea crônica, no entanto, estudos adicionais são
necessários para avaliar a importância da composição
corporal em pacientes em tratamento para migrânea e
migrânea crônica.
Palavras-chave: Migrânea. Topiramato. Composição
Corporal. Gordura Corporal. Massa Magra.
EFEITO DO ESTÍMULO SONORO NO
CONTROLE POSTURAL DE PACIENTES
COM MIGRÂNEA – ESTUDO CONTROLADO
PINHEIRO Carina Ferreira
1
, CARVALHO Gabriela Ferreira
1
,
MORAES Renato
2
, MOREIRA Jéssica Rodrigues
3
,
ANASTASIO Adriana Ribeiro Tavares
4
, DACH Fabiola
5
,
BEVILAQUA-GROSSI Débora
6
1
Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
2
Educador
Físico, Doutor, Professor Doutor da Escola de Educação Física e
Esportes de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
3
Aluna de graduação do curso de Fisioterapia, Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
26 de outubro | quinta- feira | 15h55 às 16h45
10(3).indb 165 21/10/2019 18:53:53
S166
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
166
4
Fonoaudióloga, Doutora, Professora Doutora do Departamento
de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto – Universidade de São Paulo
5
Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
6
Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –
Universidade de São Paulo
Contato com autor: PINHEIRO Carina Ferreira
E-mail: carinafp@hotmail.com
Endereço: Travessa São Judas Tadeu, 40, casa 01, Ipiranga,
Ribeirão Preto – SP CEP 14055-486.
Introdução: Décits de equilíbrio têm sido observados
em pacientes com migrânea, em especial na presença
de aura e maior frequência de crises. Considerando a
sensibilidade ao som apresentada por estes pacientes,
não é conhecido se o estímulo sonoro pode inuenciar
negativamente o controle postural dos migranosos.
Objetivo: Investigar os efeitos do estímulo sonoro no
controle postural de pacientes com migrânea com e
sem aura, migrânea crônica e indivíduos controle, com
olhos abertos e olhos fechados. Materiais e Métodos:
Setenta e duas mulheres com idade entre 18 e 55 anos
foram avaliadas. As participantes com migrânea foram
diagnosticadas segundo critérios da Classicação
Internacional de Cefaleias e divididas entre migrânea
sem aura (MsA, n=18), migrânea com aura (MA, n=16)
e migrânea crônica (MC, n=16). O grupo controle foi
composto por mulheres sem relato de cefaleia (GC,
n=22). As participantes foram orientadas a se manter em
pé sobre a plataforma de força durante 30 segundos,
com olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF), sem
estímulo sonoro (SS) e com estímulo sonoro (CS). Na
condição CS as participantes realizaram a tarefa com
um fone de ouvido emitindo um ruído que simula um
ambiente de festa (party noise) de intensidade entre 84
e 94dBa, e as voluntárias foram questionadas quanto
à intensidade de desconforto gerada pelo ruído. As
características clínicas e demográcas da amostra foram
comparadas com ANOVA unifatorial, e o modelo linear
de efeitos mistos com post-hoc ajustado de Bonferroni
(p<0,05) foi utilizado para vericar diferenças na área
de oscilação do centro de pressão entre os grupos nas
diferentes condições de estímulo sonoro e de visão.
Resultados: Os grupos não apresentaram diferenças
na idade e IMC (p>0,05). O desconforto auditivo foi
maior nos grupos migranosos do que no controle (GC
2,9±3,2; MsA 6,5±3,4; MA 6,7±2,9; MC 7,5±2,1; p<0,00).
Houve interação entre grupo, visão e estímulo (p=0.02),
sendo os grupos migrânea com aura e migrânea
crônica com maior área de oscilação (em cm
2
) do que
os grupos migrânea sem aura e controle na condição
com estímulo sonoro e olhos fechados (MA 5,02±4,42;
MC 5,83±6,46; MsA 1,5±0,76; GC 2,48±2,26). Na tarefa
de olhos abertos, o grupo migrânea crônica apresentou
maior oscilação na condição CS do que SS (MC CS
3,38±2,94; MC SS 1,38±0,90). Ainda, os grupos MA e MC
também mostraram maior oscilação na condição CS do
que SS com os olhos fechados (MA CS 5,02±4,42; MA
SS 2,83±2,68; MC CS 5,83±6,46; MC SS 1,99±1,24), e na
condição OF do que OA com o estímulo sonoro (MA OF
5,02±4,42; MA OA 2,83±2,15; MC OA 5,83±6,46; MC OA
3,38±2,94). Conclusão: O estímulo sonoro associado à
privação do sistema visual piora o controle postural de
indivíduos com migrânea com aura e migrânea crônica,
mas não de migranosos sem aura e indivíduos sem
cefaleia.
Palavras-chave: Cefaleia, Fonofobia, Equilíbrio
CORRELAÇÃO ENTRE ALODINIA CUTÂNEA
E MEDIDAS DE VOLUME E ESPESSURA
DO CÓRTEX SOMATOSSENSORIAL DE
PACIENTES COM MIGRÂNEA: ESTUDO
PILOTO
ARRUDA Eduardo
1
; MACIEL Nicoly Machado
2
; CARVALHO
Gabriela Ferreira
3
; PINHEIRO Carina Ferreira
4
, DACH Fabíola
4
;
dos SANTOS Antonio Carlos
5
; BEVILAQUA-GROSSI Débora
6
1
Aluno de graduação em Fisioterapia da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto/USP.
2
Fisioterapeuta, Mestre, aluna de
doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e
Desempenho Funcional da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto/USP.
3
Fisioterapeuta, Doutora, aluna de pós-doutorado da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto/USP
4
Médica, Doutora, Professora Associada do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
5
Médico, PhD, Professor Titular da Universidade de São Paulo -
USP, MS-6, divisão de Radiologia do Departamento de Clínica
Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP
6
Fisioterapeuta, Livre Docente, Professora Titular do
Departamento de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto/USP.
Contato com autor: ARRUDA Eduardo
E-mail: duarruda@usp.br
Rua Correia Neto, número 1, apartamento 7, centro, Poços de
Caldas-MG, Cep:37701-716.
Introdução: As alterações estruturais e funcionais do
córtex de pacientes com migrânea podem apresentar
relação com sintomas clínicos. No entanto, ainda não
foi investigada a correlação entre alodinia cutânea
e alterações estruturais de espessura e volumes
corticais em pacientes com migrânea. Objetivo:
Avaliar a correlação entre a severidade da alodinia
cutânea e a espessura (Ep) e o volume (Vol) do córtex
somatossensorial direito (EpD, VolD) e esquerdo (EpE,
VolE), em mulheres com migrânea. Métodos: Serão
avaliadas 45 voluntárias diagnosticadas com migrânea
por neurologistas especialistas, divididas igualmente
em 3 grupos: migrânea sem aura (MoA), migrânea com
aura (MA) e migrânea crônica (MC). Até o momento,
22 voluntárias (10 com MoA, 5 com MA e 7 com MC)
responderam ao questionário ASC-12/Brazil e foram
submetidas ao exame de ressonância magnética em
aparelho de 3T Philips (Achieva 3T-Xseries, Philips
Medical Systems, Holanda). O exame dura 20 minutos e
não é usado nenhum tipo de contrate paramagnético. As
imagens foram inspecionadas por um neuroradiologista
10(3).indb 166 21/10/2019 18:53:53
S167
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
167
cego quanto ao diagnóstico e processadas no software
Freesurfer. Os dados apresentaram uma distribuição
normal, e a análise de variância ANOVA (p<0,05) foi
realizada para vericação da diferença entre as medidas
das variáveis obtidas entre os 3 grupos. Foi utilizada uma
regressão linear múltipla para vericar se a espessura e
o volume do córtex somatossensorial são capazes de
prever a severidade da alodinia cutânea. Resultados: As
voluntarias apresentaram as seguintes características
(média e desvio-padrão): idade: MoA = 34,5 (8,7), MA =
35,4 (8,9), MC = 33,9 (9,0); IMC: MoA = 24,3 (3,6), MA =
24,5 (4,5), MC = 23,1 (2,9); anos de cefaleia: MoA = 15,4
(7,2), MA = 16,2 (8,2), MC = 14,1 (10,0); intensidade das
crises (escala de 0 a 10): MoA = 7,5 (0,8), MA = 7,6 (1,6),
MC = 7,6 (1,9). Os valores de EpD e EpE para cada grupo
apresentados em média (desviopadrão): [EpD: MoA =
1,916 (0,074); MA = 1,903 (0,090); MC = 1,967 (0,125); p =
0,461], [EpE: MoA = 1,947 (0,075); MA = 1,960 (0,110); MC
= 1,972 (0,150); p = 0,905]. Os valores de VolD e VolE para
cada grupo em média (desvio-padrão): [VolD: MoA =
7750,7 (927,520); MA = 8081,6 (1099,08); MC = 7525,857
(728,323); p = 0,590], [VolE: MoA = 7648,3 (1386,062);
MA = 8784,2 (1195,971); MC = 7565,428 (802,653); p =
0,180]. Ao momento, não foram vericadas diferenças
entre os grupos em relação ao volume e espessura do
córtex somatossensorial. A análise da regressão linear
múltipla resultou em um modelo não signicativo,
mostrando que não há correlação entre as medidas
de espessura e volume do córtex somatossensorial e
alodinia cutânea: F[(4,17) = 0,766; p = 0,562; R2 = 0,391].
Conclusão: Por enquanto, os resultados deste estudo
indicam que não há diferenças estruturais em relação
ao volume e espessura do córtex somatossensorial em
pacientes com diferentes subtipos de migrânea. Além
disso, não foi vericada correlação entre alodinia cutânea
e o volume e espessura do córtex somatossensorial.
Palavras-chave: córtex somatossensorial, migrânea,
alterações corticais.
USO DE OPIOIDES NO TRATAMENTO DA
CEFALEIA EM UM PRONTO SOCORRO DE
SÃO PAULO
KUBOTA, Gabriel Taricani
1
; SOUZA, Marcio Nattan Portes
2
;
CALDERARO, Marcelo
3
; OLIVEIRA, Ana Paula de Sousa
4
;
ZAMBON, Lucas Santos
5
; ANGHINAH, Renato
6
; JORDÃO,
Mauricio Rodrigues
7
1
Núcleo de Excelência em Cefaleia, Hospital Samaritano de São
Paulo – Unidade Higienópolis
2
Núcleo de Excelência em Cefaleia, Hospital Samaritano de São
Paulo – Unidade Higienópolis
3
Núcleo de Excelência em Cefaleia, Hospital Samaritano de São
Paulo – Unidade Higienópolis
4
Núcleo de Epidemiologia; Gerência de Qualidade, Segurança
e Epidemiologia; Hospital Samaritano de São Paulo – Unidade
Higienópolis
5
Superintendência Médica, Hospital Samaritano de São Paulo –
Unidade Higienópolis
6
Américas Serviços Médico, United Health Group
7
Hospital Samaritano de São Paulo – Unidade Higienópolis
Introdução: Diretrizes internacionais e brasileiras
recomendam evitar-se o uso rotineiro de opioides no
tratamento agudo das cefaleias primárias. Além dos
riscos de piora de náuseas e vômitos e de intoxicação,
o uso sistemático dessas medicações pode levar a
tolerância, dependência e adição, bem como à cefaleia
por uso excessivo de medicação e cronicação da dor.
Estudos sugerem que o uso excessivo de opióides nas
últimas décadas para o tratamento da dor nos Estados
Unidos resultou numa epidemia responsável por 20% de
todas as mortes de indivíduos entre 24 e 35 anos em 2016.
Ainda assim, nos Estados Unidos, 35% dos pacientes
que buscam prontos socorros norte-americanos por
cefaleia recebem opióides. No entanto, a prevalência de
uso de opióides para tratamento da cefaleia nos prontos
socorros (PS) brasileiros é pouco conhecida. Objetivo:
Avaliar a prevalência do uso de opióides para tratamento
da cefaleia no PS de um hospital particular de São Paulo.
Métodos: Estudo observacional transversal que incluiu
todos os pacientes que procuraram o PS do Hospital
Samaritano de São Paulo – Unidade Higienópolis no ano
de 2018 e foram diagnosticados com CID10 R51, G43
e G44. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: os
que receberam opioides e os que não receberam. Foi
realizada análise estatística descritiva e a comparação
entre esses grupos através de testes de razão de
probabilidade e qui-quadradrado. Tempo e gastos
relacionados à avaliação em PS e internação hospitalar
também foram comparados através do teste de Mann-
Whitney Resultados: Foram identicados 3.943 visitas
ao PS devido a cefaleia, por 3.308 pacientes. Em 11,3%
dessas visitas, os pacientes receberam opioides, sendo:
tramadol em 92,4%, morna em 3,9%, combinação de
tramadol e paracetmol em 3,3% e nalbuna em 0,2%.
A probabilidade de retornar ao PS no mesmo ano
dos pacientes medicados com opioides foi maior em
relação aos não medicados (Odds Ratio 1,61; IC95% 1,3-
1,99). Os pacientes que receberam opioides tiveram um
tempo mediano de permanência no PS de 4,54 horas,
que foi 45,5% maior (IC95% 37,2%-57,1%) comparado
aos que não receberam. Ademais, o gasto mediano por
atendimento de pacientes que receberam opioides foi
de R$880,00, 51,1% maior (IC95% 21,4%-42,3%) do que
o gasto daqueles que não receberam. Os pacientes
que receberam opióides eram mais frequentemente
do sexo feminino (p=0,018) e procuraram o PS mais
frequentemente no período das 0h00 às 5h59 (p<0,001).
Conclusão: Observamos uma prevalência de uso de
opióides no PS menor do que descrito nos estudos
norte-americanos, porém ainda assim elevada. O uso de
opióides foi associado a maior gasto por atendimento.
Consideramos que estratégias educacionais voltadas
às equipes emergencistas podem não só levar a maior
segurança nos cuidados dos doentes com cefaleia, como
a redução dos gastos associados. Estudos em outros
serviços brasileiros são necessários para corroborar a
validade externa dos resultados obtidos nesse estudo
para o território nacional.
Palavras-chave: Opioides. Tratamento Agudo. Migrânea.
Adição.
10(3).indb 167 21/10/2019 18:53:53
S168
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
168
PREVALÊNCIA DE IMPULSIVIDADE EM
MIGRANOSOS SEM E COM ABUSO DE
ANALGÉSICO
Luana Miranda Santos
1
; Ana Flávia Souza Salles e Silva
1
; André
Borges Ribeiro Brasil
1
; Ariella Cabral Alves Tolentino
1
;Carina
Araújo Norberto
1
; Carla Braun De Paula
1
; Mauro Eduardo Jurno
1
.
1
Faculdade de Medicina de Barbacena.
Objetivo: O objetivo do trabalho foi vericar a presença
de comportamento impulsivo em pacientes migranosos
e pacientes migranosos com abuso de analgésico,
comparando-os a um grupo controle. Materiais e
métodos: Foi conduzido um estudo de corte transversal
com 210 pacientes de ambos os sexos provenientes do
ambulatório de neurologia, sendo 140 com diagnóstico
de migrânea segundo os critérios da Classicação
Internacional das Cefaleias, subdivididos em dois
grupos de 70 pacientes, um com abuso de analgésicos
e outro sem, além do grupo controle não migranoso,
contendo também 70 pacientes. Esses pacientes foram
avaliados pela Escala de Impulsividade Barratt – BIS 11.
Resultados: Os resultados encontrados no presente
estudo mostraram que o grupo migranoso possui maior
impulsividade, seguido do grupo controle e por m o
grupo migranoso com abuso de analgésico. Conclusão:
Não foi possível encontrar uma relação direta entre
migrânea e o desenvolvimento de comportamentos
impulsivos, que seria exacerbado naqueles que fazem
abuso de analgésico, no entanto esta relação foi maior
entre os migranosos sem abuso.
Palavras-chave: migrânea, abuso de analgésico,
impulsividade, cefaleia
CEFALEIA E OSMOFOBIA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES: PREVALÊNCIA, FATORES
ASSOCIADOS E IMPORTÂNCIA PARA
DIAGNÓSTICO DA MIGRÂNEA
ALBANÊS OLIVEIRA BERNARDO, Albérico
1
; LYS DE MEDEIROS,
Fabíola
2
; SAMPAIO ROCHA-FILHO, Pedro Augusto
3
1
Médico Neurologista; Mestre em Neuropsiquiatria e Ciências
do Comportamento pela Universidade Federal de Pernambuco.
Universidade Federal de Pernambuco e Hospital Pelópidas
Silveira, Recife-Pernambuco, Brasil
2
Médica Neurologista, Doutora em Neuropsiquiatria e Ciências do
Comportamento Universidade Federal de Pernambuco. Hospital
Universitário Oswaldo Cruz, Universidade de Pernambuco,
Recife, Brasil
3
Médico Neurologista, Professor Adjunto de Neurologia da
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil; Ambulatório
de Cefaleias, Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Universidade
de Pernambuco, Recife, Brasil
Contato com autor: SAMPAIO ROCHA-FILHO, Pedro Augusto
Email: pedroasampaio@gmail.com
Endereço: Rua General Joaquim Inácio, 830, Sala 1412 - Edifício
The Plaza Business Center, Recife, Pernambuco- CEP: 52011-270.
Introdução: Cefaleia é a terceira causa de incapacidade
para a população segundo a OMS e é o sintoma
neurológico mais frequente na pediatria e a dor
mais comum em crianças. O diagnóstico correto das
cefaleias na população pediátrica muitas vezes é difícil
e depende da capacidade de expressão e comunicação
de cada faixa etária. A osmofobia pode contribuir para o
diagnóstico da migrânea em adultos, mas isso é pouco
estudado entre crianças e adolescentes. Objetivo: avaliar
a utilidade da osmofobia em crianças e adolescentes
com cefaleia para o diagnóstico da migrânea e avaliar
que características dos pacientes e da migrânea estão
associadas à presença de osmofobia. Métodos: Trata-
se de um estudo transversal. Crianças e adolescentes
consecutivamente atendidos em ambulatório de
pediatria por diversos motivos que tiveram pelo menos
um ataque de cefaleia nos últimos 12 meses foram
incluídos. Utilizamos questionário semiestruturado,
Wong-Baker Faces Pain Scale, Pediatric Migraine
Disability Assessment Score, State-trait Anxiety Inventory
e o Children’s Depression Inventory. Resultados: 300
pacientes com cefaleia foram incluídos, 253 tinham
migrânea e 47, cefaleia do tipo tensional; 137 (45,7%)
tinham osmofobia durante os ataques de cefaleia, 135
eram migranosos. Sensibilidade para migrânea: 53,4%;
especicidade: 95,8%; valor preditivo positivo: 98,5%;
valor preditivo negativo: 27,6%. A osmofobia esteve
signicativamente associada à maior intensidade e
duração da cefaleia e a vômitos (regressão logística).
Uma maior frequência de crises, fonofobia e osmofobia
associaram-se a um maior impacto da migrânea
(regressão logística). Maior frequência e duração dos
ataques de cefaleia e a osmofobia durante a crise
estiveram associadas a atendimento em emergência
(regressão logística). Conclusões: A presença de
osmofobia é útil no diagnóstico da migrânea, mas sua
ausência não contribui para se afastar essa doença. A
osmofobia também é um marcador de gravidade da
migrânea.
Palavras-chave: Cefaleia, Migrânea, Cefaleia do tipo
tensional, Criança, Osmofobia
AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO WPAI
(WORK PRODUCTIVITY AND ACTIVITY
IMPAIRMENT) – PARA ENXAQUECA,
USANDO O APP DR CEFALEIA PARA
MÉDICOS
DOMINGUES, Renan; LOPES, Rônney Pinto; ALBUQUERQUE,
Tamara Melissa Zavadzski; CHUNG, Gabriel; BERTELLI, Ayrton
Piassi; BATISTA, Silvia Fundament; ARENA, Lucas de Carvalho;
VARGA, Thiago Garcia
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Introdução: O objetivo deste estudo foi avaliar a
versão em português do questionário WPAI para
enxaqueca, utilizando o app Dr Cefaleia para Médicos,
função Pesquisa. Métodos: Durante um mutirão de
cefaleias foram entrevistados indivíduos com cefaleia,
10(3).indb 168 21/10/2019 18:53:53
S169
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
169
em 3 estações de metrô de São Paulo. O diagnóstico
de enxaqueca foi realizado com o questionário ID-
MigraineTM, versão em português. O impacto foi avaliado
pelo HIT-6. Foi utilizada versão em português do WPAI,
adaptada da versão para saúde geral, com substituição
da expressão “problemas de saúde” por “enxaqueca/dor
de cabeça”. Os dados foram coletados por estudantes
da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo e por médicos residentes do
mesmo hospital, utilizando-se o app “Dr Cefaleia para
Médicos”, função Pesquisa. A normalidade dos dados foi
avaliada com o teste de Shapiro-Wilk e as correlações
foram avaliadas com o teste de Spearman. Aprovação
no CEP Santa Casa - 3.142.344. Resultados: Foram
realizadas 305 entrevistas, sendo que 167 indivíduos
preencheram os critérios para enxaqueca. Destes, 72,9%
eram do gênero feminino, com idade média de 34,2±11,1
anos. A média do HIT-6 foi de 62,6±9,1. 135 indivíduos
com enxaqueca tinham ocupação de trabalho e foram
incluídos nas análises do WPAI. As médias do WPAI
foram: dias perdidos-5,1±10,4%; comprometimento do
trabalho-47,5±32,6%; perda de produtuvidade-47,1±32,6%
e comprometimento das atividades em geral-55,1±30,2%.
Houve signicativa correlação entre o HIT-6 com
cada um dos 4 componentes do WPAI: dias perdidos
(P=0,014), comprometimento do trabalho (P<0,001),
perda de produtividade (P<0,001) e comprometimento
das atividades em geral (P<0,001). CONCUSÕES: O
app Dr Cefaleia para Médicos mostrou-se funcional
para a realização deste tipo de pesquisa. O questionário
WPAI em português para enxaqueca mostrou-se uma
ferramenta válida para avaliar o impacto da enxaqueca
sobre a produtividade no trabalho.
Palavras-chave:
RESULTADOS DE UM MUTIRÃO DE
CEFALEIA USANDO O APP DR CEFALEIA
PARA MÉDICOS
DOMINGUES, Renan; SILVA, Paulo Diego Santos; VESCOVI,
Julia; CABRAL, Felipe Teijeiro; LEE, Annelise Akemi Higa;
RODRIGUES, João Carabolante; RIEDEL, Pedro Feitosa
Renan Domingues. Neurologista e Doutor pela USP, Pós
Doutorado pela Universidade de Lille, França.
1
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Introdução: O objetivo deste estudo é mostrar os
resultados de um mutirão de cefaleias realizado
em local público da cidade de São Paulo em que se
utilizou um aplicativo para dispositivo móvel para
pesquisa em cefaleias. Métodos: Foram entrevistados
indivíduos em 3 estações de metrô de São Paulo.
Indivíduos com cefaleia eram convidados a participar
espontaneamente das entrevistas. As entrevistas foram
realizadas com o uso do app “Dr Cefaleia para Médicos”,
função Pesquisa. O app contém um questionário com
informações demográcas, seguido pelos questionários
ID-MigraineTM, HIT-6 (ambos em versão validada
em português) e o WPAI, versão para enxaqueca. Os
dados foram coletados por estudantes da Faculdade
de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia
de São Paulo e por médicos Residentes do mesmo
hospital. Aprovação pelo CEP Santa Casa - 3.142.344.
Resultados: Foram realizadas 305 entrevistas, sendo
70,6% indivíduos do gênero feminino. A idade média
foi 39,9±13,9 anos. 69,4% estavam empregados, 11,2%
desempregados, 10,5% eram prossionais liberais e
6,9% aposentados. 78,6% faziam automedicação, 14,8%
tratamento com especialista e 6,6% com não especialista.
Os medicamentos citados como primeira escolha foram
dipirona (27%), associação com isometepteno (16,4%) e
paracetamol (9,6%). 54,8% foram diagnosticados como
enxaqueca. A média do HIT-6 foi de 62,53±9,1, sendo
maior nos indivíduos com enxaqueca que nos demais
(63,6±8,8 x 52,5±9,4; P<0,0001). Não houve diferença
signicativa no HIT-6 de acordo com a condição de
trabalho. Pacientes que declararam tratamento com não
especialista tiveram maior HIT-6 (64,9±9,8) que os demais
(automedicação, 57,39±10,5, P=0,002; especialista,
59,1±8, P=0,016). CONCUSÕES: O app “Dr Cefaleia
para Médicos” mostrou-se funcional e adequado para a
realização da pesquisa. O percentual de automedicação
foi bastante elevado, enquanto o percentual de sujeitos
em tratamento com não especialistas foi baixo, sendo o
HIT-6 mais alto neste grupo. Tais dados sugerem que há
necessidade de melhorar quantitativa e qualitativamente
o atendimento em cefaleia por não especialistas visando
reduzir o impacto.
Palavras-chave:
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES
ATENDIDOS EM PRONTO SOCORRO DE
HOSPITAL TERCIÁRIO COM DIAGNÓSTICO
FINAL DE CEFALEIA
SOUZA, Marcio Nattan Portes
1
; KUBOTA, Gabriel Taricani
2
;
OLIVEIRA, Ana Paula de Sousa
3
; ZAMBON, Lucas Santos
4
;
ANGHINAH, Renato
5
; JORDÃO, Mauricio Rodrigues
6
;
CALDERARO, Marcelo
7
1
Núcleo de Excelência em Cefaleia, Hospital Samaritano de São
Paulo – Unidade Higienópolis
2
Núcleo de Excelência em Cefaleia, Hospital Samaritano de São
Paulo – Unidade Higienópolis
3
Núcleo de Epidemiologia; Gerência de Qualidade, Segurança
e Epidemiologia; Hospital Samaritano de São Paulo – Unidade
Higienópolis
4
Superintendência Médica, Hospital Samaritano de São Paulo –
Unidade Higienópolis
5
Américas Serviços Médico, United Health Group
6
Hospital Samaritano de São Paulo – Unidade Higienópolis
7
Núcleo de Excelência em Cefaleia, Hospital Samaritano de São
Paulo – Unidade Higienópolis
Introdução: Cefaleias primárias estão entre as principais
causas de procura por atendimento no Pronto Socorro.
A enxaqueca é a segunda principal causa de anos vividos
com incapacidade em todo o mundo, e a primeira em
pessoas com menos de 50 anos. O custo social da
doença, considerando-se custos diretos a indiretos, é
considerável. Uma das formas mais comuns de acesso
10(3).indb 169 21/10/2019 18:53:53
S170
XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
170
à saúde, por pacientes com cefaleias recorrentes, é
a procura ao Pronto Socorro (PS) durante uma crise.
Objetivo: Avaliar as características epidemiológicas
dos pacientes que procuraram o Pronto Socorro de
Hospital Terciário, com diagnóstico nal de enxaqueca,
e comparar dados daqueles que tiveram apenas uma
visita com os que se apresentaram mais de uma vez
com o mesmo diagnóstico no ano de 2018. Métodos:
Estudo observacional transversal que incluiu todos os
pacientes que procuraram o PS do Hospital Samaritano
de São Paulo – Unidade Higienópolis, no ano de 2018
e foram diagnosticados com CID R51, G43 e G44. Os
pacientes foram divididos em 2 grupos: os que tiveram
uma passagem ao longo do ano e os que tiveram mais
de uma passagem, com o diagnóstico nal entre os
códigos mencionados. Foi realizada análise estatística
descritiva e a comparação através de testes de razão
de probabilidade e qui-quadrado. Tempo e gastos
relacionados à avaliação em PS e internação hospitalar
foram comparados através do teste de Mann-Whitney.
Resultados: Foram identicadas 3.943 visitas ao PS com
códigos de diagnóstico de cefaleia, por 3.308 pacientes.
A idade média da população foi 38,3 anos, e não variou
em relação à recorrência. Houve mais pacientes do sexo
feminino entre os recorrentes (79,5% vs 72,9%; p<0,001).
Pacientes recorrentes permaneceram mais tempo no
Pronto Socorro (7,51 vs 2,96 horas; p<0,001), realizam
mais Tomograas de Crânio, apresentaram maior gasto
médio por visita (R$ 1.326,90 vs R$ 527,39; p<0,001),
e quando são internados, tiveram maior tempo de
permanência hospitalar (2,31 vs 1,72 dias; p = 0,019).
Conclusão: Pacientes que recorreram ao Pronto Socorro
com diagnóstico de cefaleia em um período de 12 meses
apresentaram perl epidemiológico diferente daqueles
que tiveram apenas uma visita. Com maior tempo de
permanência e maior taxa de utilização de exames de
imagem, os pacientes recorrentes apresentaram maior
gasto médio por visita. Essa população possivelmente
apresenta uma condição de base de maior morbidade
e pode ser um alvo para intervenções custo-efetivas e
capazes de gerar valor para o paciente, como a adesão
a linha de cuidado integrado e multidisciplinar.
POLIMORFISMOS GENÉTICOS DA IL-1α, IL-
10, TNF-α, IFN-γ NA MIGRÂNIA
VITALI DA SILVA
1
, Aline; VILLELA LINHAM, Rebeca
Manoela
2
; FERREIRA KROL, Louise
2
; LOPES, Milene Valeria
2
;
NABHAN SILVEIRA, Diogo
2
; BELLO, Valeria Aparecida
3
; POLI
FREDERICO, Regina Célia
4
1
Médica Neurologista, Mestre, Professora na Universidade
Estadual de Londrina e Pontifícia Universidade Católica do
Paraná
2
Acadêmico de Medicina
3
Bióloga, Doutora, Professora na Pontifícia Universidade Católica
do Paraná
4
Bióloga, Doutora, Professora na Pontifícia Universidade Católica
do Paraná e Universidade Norte do Paraná
Contato com autor: VITALI DA SILVA, Aline
Email: alinevitalidasilva@gmail.com
Endereço: R. Dr Dimas de Barros, 155 ap 1304 CEP 86050-730
Londrina-PR.
Introdução: O principal mecanismo siopatológico
da migrânea baseia-se na ativação do nervo trigêmeo
com liberação de CGRP em suas terminações. O CGRP,
por sua vez, ativa células musculares lisas de pequenos
vasos, e células gliais satélites do gânglio trigeminal.
As células gliais satélites, por sua vez, secretam fatores
inamatórios como interleucinas e TNF-α. Desta forma,
gerando uma cascata de inamação neurogênica
com recrutamento neutrólos e linfócitos, bem como
sensibilização de nociceptores. Alguns estudos clínicos
demonstraram aumento de citocinas em indivíduos
migranosos, principalmente durante a fase de dor.
Hipotetiza-se que os polimorsmos genéticos de
citocinas podem inuenciar a magnitude da inamação
neurogênica, desta forma, impactando no risco de
migrânea, bem como sua forma de apresentação.
Este estudo tem o objetivo identicar a associação de
polimorsmos genéticos de citocinas e seus efeitos
na migrânea. Métodos: Estudo de caso-controle
composto por pacientes com diagnóstico de migrânea
e controles hígidos, pareados para sexo e idade. Os
pacientes com migrânea foram entrevistados através
de formulário estruturado, foram colhidas informações
demográcas, do tipo de migrânea (com ou sem
aura; episódica ou crônica), idade de início da doença,
sintomas acompanhantes e desencadeantes de crise.
Os pacientes também responderam a questionários
validados para avaliar a incapacidade (MIDAS) e impacto
(HIT-6) da migrânea, bem como sintomas de ansiedade
(IDATE 1 e 2). A análise dos polimorsmos dos genes das
IL-10 (-1082 A/G), TNF-α (308 G/A), IL-1α (-889 C/T)
e IFN-α (-764 G/C) foi realizada através de amostra de
sangue, com realização de PCR seguida de RFLP. Os
testes estatísticos utilizados foram Qui-quadrado, Exato
de Fisher e correlação de Spearman. Resultados: O
genótipo da IL-10, TNF-α, IL-1α, IFN-α foi analisado em
82, 43, 58 e 61 indivíduos respectivamente. Proporção
de casos e controles foi de aproximadamente 1:1. O
genótipo GG do IFN-α foi associado com o diagnóstico
de migrânea (OR= 2,1; p=0,006). Alodínea foi mais
frequente em pacientes com genótipo AA da IL-10
(p=0,05) e com genótipo AG do TNF-α ( p=0,05). Como
desencadeantes, a luminosidade e o clima, estavam mais
frequentemente associados ao genótipo AG do TNF-
alfa (p=0,05). Não houve diferença genotípica entre as
demais variáveis analisadas. Discussão: O IFN-γ é uma
citocina pró-inamatória, produzida por mastócitos e
linfócitos ativados. O alelo G do polimorsmo -764 G/C do
IFN-γ é responsável por maior produção desta molécula,
o que justicaria indivíduos com genótipo GG, deste
estudo, terem o dobro de chance de migrânea. Estudos
in vitro demonstram ação do IFN-γ na depressão cortical
alastrante. A IL-10 é uma citocina anti-inamatória, o
genótipo AA da IL-10 é associado a menor produção
da citocina. Infere-se que, por diminuição do efeito anti-
inamatório, haja maior inamação neurogênica, com
consequente maior taxa de alodínea. Da mesma forma,
o genótipo AG do TNF-α foi associado a aumento da
chance de alodínea. Estudos prévios identicaram que o
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alelo G é associado a migrânea. Este estudo demonstra
o potencial efeito dos determinantes genéticos do
componente inamatório, no desenvolvimento de
migrânea, bem como sua forma de apresentação e
sintomas associados.
Palavras-chave: Migrânea. Citocinas. Polimorsmos
genéticos. IFN-γ.
SAZONALIDADE DAS INTERNAÇÕES POR
SÍNDROMES ÁLGICAS CEFÁLICAS
ROCHA, Eva Carolina Andrade
1
; LOTTI, Claudia Beatriz de
Campo
2
; GÓES, Leonardo Garcia
3
; MEGALE,Luisa Lacaz
Martins
4
;MARIETTO, Déborah Buso Piccinalli
5
;
1
Eva Carolina Andrade Rocha: Neurologista com residência
médica na Universidade Federal de São Paulo com especialização
em Doenças Cerebrovasculares. Professora de Neurologia no
Centro Universitário São Camilo.
2
residência em neurologia pela Universidade de Santo Amaro,
pós graduação em doenças neuromusculares e neuroimunologia
com Mestrado em neurociências pela Universidade Federal de
São Paulo.
3
Graduando de medicina do Centro Universitário São Camilo
4
Graduanda de medicina do Centro Universitário São Camilo
5
Graduanda de medicina do Centro Universitário São Camilo
Contato com autor: ROCHA, Eva Carolina Andrade
E-mail: eva.rochac@gmail.com
Endereço: Praça Benedito Calixto 150, ap 307, CEP 05406040,
São Paulo.
Introdução: As cefaleias podem ser divididas em
primárias ou secundárias a alguma condição patológica,
conferindo uma causa comum de internações no
departamento de emergência. A cefaleia primária é a
mais prevalente e acomete principalmente mulheres
na adolescência até a pré-menopausa, com diferentes
fatores desencadeantes, como estresse e temperatura.
Estudos internacionais sugerem uma variação na
prevalência de cefaleia de acordo com as estações do
ano, porém esta sazonalidade ainda não foi estudada
no Brasil. Objetivo: Correlacionar as internações por
síndromes álgicas cefálicas aos meses do ano, de
acordo com idade e sexo no estado de São Paulo.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal cujos
dados de internação por síndromes álgicas cefálicas
foram obtidos do DATASUS, por meio da seleção de:
“Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS)”, “Unidade da
Federação: São Paulo”, “Período: jan2009- ago2019”.
Foram abordadas internações por faixa etária menor
que 50 anos e maior que 50 anos e “Lista Morb CID-
10: Enxaqueca e outras síndromes de álgicas cefálicas”.
Foram calculadas as médias de internações por cefaleia
na unidade de federação São Paulo e agrupadas as
prevalências de internação por cefaleia durante 10 anos.
Resultados: A prevalência de internações por síndromes
álgicas cefálicas na unidade de federação de São Paulo
entre os anos de 2009 e 2019 foi de 79.806 casos. Nos
últimos 5 anos foi observado um aumento de 40% no
número de internações por cefaleia. Dentre esses casos,
26.048 (34,22%) correspondem a internações do sexo
masculino, sendo 17.997 (69,09%) pacientes menores de
50 anos. Já as internações do sexo feminino totalizaram
52.313 (65,78%) do total, sendo 39.184 (74,90%)
pacientes menores de 50 anos. A média mensal dos
últimos 10 anos de internações por cefaleia foi de 626.
Nos meses de março a maio e agosto a novembro a
prevalência de internações por cefaleia esteve acima
dessa média mensal. O mês de maior incidência de
internações por cefaleia entre o sexo masculino foi Maio
(9,1%), seguido por Março (8,9%) e Abril (8,8%). Já entre
o sexo feminino, os meses com mais internações por
cefaleia foram Março e Abril (9,4%), seguidos por Maio
(9,0%). Conclusão: Depreende-se que as internações
por crises álgicas cefálicas possuem uma sazonalidade
similar independente do sexo e idade, com predomínio
de internações no outono e na primavera no estado de
São Paulo. Além disso, foi observado um aumento de
40% no número de internações por cefaleia nos últimos
5 anos.
Palavras-chave: Cefaleia. Hospitalização. Estações do
Ano.
A INTENSIFICAÇÃO DOS SINTOMAS
NÃO ÁLGICOS ASSOCIADOS NA
CRONIFICAÇÃO DA MIGRÂNEA: UM
PROCESSO MUITO ALÉM DA DOR
KÜSTER, João Guilherme Bochnia (
1
); UTIUMI, Marco Antonio
Takashi (
2
); GONÇALVES, Letícia Boslooper (
3
); TAN, Bin Cheng
(
1
); SOUZA, Patricia Savio de Araújo (
4
); BOLDT, Angelica Beate
Winter (
4
); PIOVESAN, Elcio Juliato (
5
)
1
Aluno de graduação em Medicina na UFPR
2
Aluno de pós-graduação em Medicina Interna pela UFPR
3
Aluno de pós-graduação em Genética pela UFPR
4
Pós-doutorado em Ciências Biológicas, professora de Genética
na UFPR
5
Doutor em Medicina Interna, professor de Medicina Interna na
UFPR
Contato com autor: Hospital Marcelino Champagnat
E-mail: utiumimarco@gmail.com
Av. Presidente Affonso Camargo, 1399 - Cristo Rei, Curitiba - PR,
80050-370, sala 807 -
-Introdução: A migrânea é a segunda causa mundial
de anos vividos com incapacidade. Parte importante
do sofrimento do migranoso provém dos sintomas não
dolorosos que acompanham a cefaleia. Alguns destes
sintomas tem valor diagnóstico (p. ex., náuseas e vômitos)
e são causa de morbidade que caracterizam os períodos
prodrômico e posdrômico. Objetivo: Caracterizar e
comparar os sintomas não dolorosos que acompanham
as crises naqueles com migrânea episódica e crônica.
Métodos: Estudo observacional transversal de pacientes
com migrânea episódica e crônica segundo a ICHD-3
atendidos no Ambulatório de Cefaleia do Hospital de
Clínicas da UFPR. Entrevistas individualizadas abordaram
diferentes aspectos da sintomatologia da migrânea nas
fases prodrômica (72 horas anteriores às crises), cefaleia
e posdrômica (72 horas pós-crise). Empregou-se o teste
exato de Fisher bicaudado para a análise dos grupos.
Resultados: Foram incluídos 177 pacientes dos quais 78
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(44,1%) apresentavam migrânea episódica e 99 (55,9%)
migrânea crônica. Destes, 59 consumiam analgésicos
excessivamente. A média de idade era de 40,1±12,8
anos e 159 (89,8%) pacientes eram do sexo feminino.
Não houve diferença signicativa entre os grupos com
relação à idade, sexo, cor, estado civil, adequação de
atividade física e IMC. De forma geral, os migranosos
crônicos apresentavam mais sintomas associados. No
pródromo expressavam mais rigidez de nuca (OR = 2,27;
p = 0,032). Durante a cefaleia sofriam mais irritabilidade
(OR = 2,48; p = 0,010), inquietude (OR = 2,16; p = 0,062),
fadiga (OR = 2,05; p = 0,027) e tinnitus (OR = 2,04; p =
0,038). O período posdrômico dos migranosos crônicos
era marcadamente mais exuberante encontrando-se
com mais frequência fraqueza de membros (OR = 13,6;
p = 0,001), hiperemia conjuntival (OR = 7,63; p = 0,044);
ataxia (OR = 5,70; p = 0,014), tinnitus (OR = 3,75; p =
0,037), irritabilidade (OR = 2,39; p = 0,029) e fadiga (OR
= 2,13; p = 0,026). Conclusão: Os achados corroboram
para demonstrar a sintomatologia distinta e mais grave
que acompanha o processo de cronicação da migrânea
incluindo os períodos anteriores e posteriores à crise.
Isto sugere um mecanismo siopatológico distinto
entre as duas formas de migrânea envolvendo um
comprometimento mais duradouro de centros corticais/
subcorticais na forma crônica. Provavelmente isto reete
uma maior facilitação à estimulação sensitiva (incluindo
a dolorosa) e/ou menor ecácia nos mecanismos
de controle da dor. Na prática clínica, a abordagem e
reconhecimento destes sintomas apresenta um potencial
diagnóstico e terapêutico.
Palavras-chave: Cefaleia. Migrânea. Complicações.
Fisiopatologia.
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