![](data:image/png;base64,iVBORw0KGgoAAAANSUhEUgAAA44AAABvCAIAAAAsZQl5AAAACXBIWXMAABYlAAAWJQFJUiTwAAAIS0lEQVR42u3dXXKkNhQGUK4rs46kKvtfT1LZjPKQ1JTtAVr/LeCcN3va0Ah69HFbEvHX3/9sE0Wc/2vk/1lsh9v6+Iiy7Rfu4r/X7m4t/5evGiryf3y5u8g7JSebLTqus2beoqVZyq6n3JdUXZN5l2LHvTS2WNmfNl+x4xotxr+39r/tcG0fbOfHj982gCfxv15TP5Lzu9iipleOV117HCaAst1FXnrIP644eW95x9B2BmpfdZDYMkPkoMupa+weG1W38X/R1A4x8vyPuijmnXEAUfWO0t7v4pcXpZpuPH0PdenT7mKL3Z0f7e5s/592lCLlvp+T4zo+3PT1vcTx7rLPQEbLHjZVzvZTZhhuPJKIg8up7u20h56Uyk9FaVW1us2i9N1lNu9BM8S4Ezr0jAOIqjy8qrrpRQEAUXVZD6+qnn3Rz8XvwgwA+H9HBgAAiKoX7s9zfje9qiop0n4XZgDAz2YwAABAVL1sf77bY//yoslV1a2sqrpa1h+wAdOqAEBUfSBV1QFZv2wDplUV7cKnddCtyqj7FzcnAKJq76T1oKpqbLdfrIp7f1pf3xtsBgAAiKrXNbmqepG+P53/waUWq5ra7E9bVxUARNX5WW1gVXVCLLBY1XrR//MrbrWu6gI3lhmNZgAAgKh6Xferqp5URB+5WNXUaVW8+U7gILEbAAAgqv7sSmLEa+d2fktUVTs/AuBo/Ov9e9Hc4mKXaVWLZfQO923nnxxTxAC4VFSNj8jvlz4qurHC7i1e/0NWfIu5HWtElJVzMh4BELE33vNgqGmcDSKInlk3bwPR1poP/Y9h8ACA2GKbva7q7P/PutwvCOUA1x0AUFH1icKuLF7tOO3sYifS1fTJMadl4ltVdWoa6nANZGwjxcSLbPCuBJcLhf1O9wtOOSCq0jFeZA1eXamP/NoXprKxp8UjVfW6jWftXuuqxl0OBABR9SrxYi9J1KWLF6F3iThYsVhVXCxzZL9F8WnsPVVbXjcAAEBUfabJVdWUk39T03uItmO9X5p65LSq8ohk5bJeQfyXq0+7AqIqHXujy1dV0+FWU+5xlcTiGU+r0tUPC+hfr5uyaVWbAQAAiKqjqaqOiMUl7W9a1Z3u9HKDtAEAAKIqdX2tqqoq5sjcNmlalQEA7wviX0+3zxOAqNrkflVVKvPdvcqdcwYAAICoOrhLz8mJ910B4AGLVT32aVUM+nQUXhUuDABRtWtvtERVNQreQ9MjAB6wWBX0uo+tvFHyIQFEVTr2RmOrqgP6yKZHAAAAjPWhCQAWFL53AFBVbexKvv+0MyKgqreJ6iUnS7793975HfycbvgSfX1ErLVYVcSaZ7NuR/nNu9sSdR9g/zkCiKorSL/8tJNVK8astXV0Uf3auR1s81Heav3/sYtVPb48V72Ga81FpBgKIKo+U+YKAEVjVeP4p9GBLzX/dRQeX3HiiGcuVsV7b8NEXgBR9ZoyVgCI77PsX3Sb76yqrt/e+WG6abGqiO2RT6t6xke16QJ0vgFE1Yd3k9+rqpGZkDyd6C1nbdIAgIrxoE4gAKIq/WPD96pqykm0238rpMb+KrJxPIpAoLlIbC5/WlXxg1jvPejWAAAAUZXj2FAUMXICx15V9aC+l87fVnzapmlVrtKKFH2JSU4GAACIqszsYodUVU2rAgBEVaaG2vM/+FxVXf8QTasaxwCAR51uAFEVbhn9v4fn2yQ8AwAGnm6AO/FgVQAAFqWq2uL1g1W3nqMYMx8B0O+Ijn/dYzq/aVXF79QAAAMAAERV8mU+WLW0w0kHE5YmPAIg7R/kzrSqw470uH9NF5tWVbJMQfS9lo5etOa6qoVvKzWc/doBAPXtVpUXDQAAuF1UPe4PYu9XxUXFyM9r57uI4x9iv/pY3G/FXmL8nEFPZ9l3X6zq4LhifxHWONx/fJl7FBMWq2ot/UZkz6xqn1a1jIKjroxm8YZid3Uyrom5qqEAN4yq+V89V21l6/WV+WldcCe8pboH/5xXVY+7z/2smR3lDh4BcBSdW9oydbhgUsY+ovsVCWNvkX7mXZEXYDMAoGe8fvmtfUsIy62qFpVUv7/pNHasLVe5ru/0YNWm4FiVF3t9++/DByCqNvcm26ugN72qKmte8YYne0TsnHM5+MGq8cYP6ZS8qBoKIKquEzJe9MDTq6p0PL1z4lfBFXKjdVXde7w+Zc4agKjaSFX1fd15jN/H1KdVseKVZgAAgKh69V7wRXjqWlVdKn0W13V7rlS1ZS1DZVrVZT47qwZHAwAARNVLm1xVfVOAKIrg6aSxQnd+kRg5YVpVTYK8SHA0AABAVF2mS6+PdOebfVtVde/d7kfwXpEF06rWDY4GAACIqpf25KrqEzKkaVVzr7T1gqMBAACi6rWzTEakm1xVLXyeQc4jAIZUVU2rWjjZGADQemkaAAAgqi4hp6o6IoN1SgDvfASAaVUrX9d3GgDw7v8Wmk6CrAqwfWiCgWLxzeoIAYC1w1RKSSsAALAgVVUAAERVAAAQVQEAEFUBAEBUBQBAVAUAAFEVAABEVQAARFUAABBVAQAQVQEAQFQFAABRFQAAURUAAERVAABEVQAAEFUBABBVAQBAVAUAAFEVAABRFQAARFUAAERVAAAQVQEAQFQFAEBUBQAAURUAAFEVAABEVQAARFUAABBVAQBAVAUAQFQFAABRFQAAURUAAERVAAAQVQEAEFUBAEBUBQBAVAUAAFEVAABRVRMAACCqAgCAqAoAgKgKAACiKgAAoioAAIiqAAAgqgIAIKoCAICoCgCAqAoAAKIqAACIqgAAiKoAACCqAgBwF/Hn739oBQAAFqSqCgDAov4FVZ/iK+u8qkQAAAAASUVORK5CYII=)
Headache Medicine, v.7, n.4, p.159, Oct./Nov./Dec. 2016 159
Alan Chester Feitosa de Jesus
Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cefaleia
Chegamos ao final de mais uma edição do nosso
congresso e acredito que o balanço é altamente positivo,
já deixando saudades e crescente expectativa para o pró-
ximo evento.
Sem sombra de dúvidas, o instante de discussão de
casos por renomados especialistas é um momento único e
sempre muito esperado por todos. Entretanto, como em
outros congressos, é natural que aconteçam embates de
ideias e condutas díspares entre os colegas que analisam
a problemática virtual de casos brilhantemente seleciona-
dos. De uma forma geral, acabamos por entender as
nuances de cada conduta, mesmo não concordando com
essa ou aquela escolha, e ao final é cumprida a tarefa de
ampliar ainda mais nosso leque de conhecimentos e alter-
nativas diante de casos complexos, ou apenas pitorescos.
Ora, mas por que condutas tão distintas em casos
pontuais se vivemos a "Era da Medicina Baseada em Evi-
dências"? Por que, apesar de discutirmos um caso de
Migrânea Crônica, em nenhum momento pensamos – e
me incluo neste rol – em usar Toxina Botulínica? Será que
a Medicina Baseada em Evidência não é plenamente apli-
cável à vida real e os protocolos são guias particularmen-
te úteis aos não especialistas? Seria o "toque do chef" dos
ultra especialistas uma consequência natural da árdua de-
dicação aos estudos, além do conjunto de experiência
adquirida dos milhares de pacientes atendidos ao longo
dos anos, ao melhor estilo Saint Exupery?
Diante das divagações anteriores, lembro da exce-
lente palesta do Dr Luiz Paulo Queiroz, que nos brindou
com assertivas referentes às peculiaridades do manejo dos
cefaleicos usuários do SUS.
Claramente saímos de sua aula com o reforço da
ideia de que nós, médicos neurologistas e especialistas
em cefaleias, somos a solução – ou parte dela – dentro de
um contexto de dificuldades, especialmente de falta de
medicamentos ou mesmo da indisponibilidade das me-
lhores opções terapêuticas em alguns casos.
Nesse átimo percebo então que talvez essas duas dis-
cussões do XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia tenham
XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia, o dilema da
medicina baseada em evidência e o SUS
OPINIÃO PESSOAL
uma ligação direta entre elas: "...vende mais porque é
fresquinho ou é fresquinho porque vende mais"?
Certamente todos nós, médicos brasileiros, em maior
ou menor escala já vivenciamos a realidade do SUS e, de
certa forma, as dificuldades estruturais deste sistema nos
levaram a encontrar alternativas para a investigação
diagnóstica e o tratamento de muitos dos pacientes que
avaliamos. Porém, o fato de conseguirmos efetivamente
lidar com adversidades não deveria ser um limitante ou
justificativa tácita para não lutarmos pela inclusão em pro-
tocolos de dispensação de medicamentos que julguemos
pertinentes ao tratamentos de nossos clientes. Acrescento
aos motivos de diversidade de condutas as particularida-
des de cada região em que atende cada especialista, infe-
lizmente encarada de forma natural num país de dimen-
sões continentais e com população cada vez mais depen-
dente das decisões políticas que interferem na saúde pú-
blica.
Realmente o tema é complexo e somos apenas uma
parte do todo. Porém, somos a parte que tem respaldo na
experiência prática do contato direto com o portador do
problema, e respaldo na literatura médico científica. Fa-
çamos então a nossa "Escolha de Sofia": se acreditamos
na nossa capacidade de improvisar, de realizar combina-
ções magistrais de fármacos e medidas não medica-
mentosas disponíveis ou, se compraremos a difícil peleja
de tentar convencer os órgãos competentes para que
disponibilizem e incorporem as inovações farmacológicas
e tecnológicas da nossa especialidade. Seria gratificante,
além de utópico, pensar em um mundo ideal, em que
faríamos uma escolha terapêutica específica por acredi-
tarmos em sua superioridade e não por esta ser apenas a
única opção disponível.
Recebido: 1º de novembro de 2016
Aceito: 3 de novembro de 2016