134 Headache Medicine, v.8, n.4, p.134-137, Oct./Nov./Dec. 2017
"Um mundo em câmera lenta" como manifestação da
Síndrome de Alice no País das Maravilhas: um relato de
caso
"A slow-motion world" as a manifestation of Alice in Wonderland syndrome: a case report
Laryssa Crystinne Azevedo Almeida, Marcelo Moraes Valença
Unidade Funcional de Neurologia e Neurocirurgia, Universidade Federal de Pernambuco
Cidade Universitária, Recife, Pernambuco, Brasil
Almeida LCA, Valença MM. “Um mundo em câmera lenta" como manifestação da Síndrome de
Alice no País das Maravilhas. Headache Medicine. 2017;8(4):134-137
CASE REPORT
RESUMO
O objetivo deste artigo é relatar o caso de uma muher que
sofre de migrânea e apresentou dois episódios de distorções
na percepção do tempo concomitantemente aos episódios
migranosos. As sensações experimentadas pela paciente se
enquadram dentre os sintomas descritos na Síndrome de
Alice no País das Maravilhas. A sensação que o "mundo está
em câmera lenta" é uma forma rara de apresentação da
Síndrome de Alice no País das Maravilhas.
Palavras-chave: Síndrome de Alice no País das Maravi-
lhas; Migrânea; Cefaleia.
ABSTRACT
This article aims to report the case of a female patient suffering
from migraine who presented two episodes of distortions in the
perception of time concomitantly with the migraine episodes.
The sensations experienced by the patient fall within the
symptoms described in Alice in Wonderland Syndrome. The
feeling that the "world is in slow motion" is a rare form of
presentation of Alice´s Wonderland Syndrome.
Keywords: Alice in Wonderland syndrome; Migraine;
Headache.
INTRODUÇÃO
A síndrome de Alice no País das Maravilhas é uma
condição neurológica considerada rara
(1)
caracterizada pela
presença de distorções na percepção da realidade associ-
adas a alguma condição clínica subjacente. O espectro
de sintomas relatados na presente síndrome é bastante
amplo, existindo relato na literatura de 42 sintomas visuais
e 16 sintomas somestéticos ou não visuais.
(2,3)
Em revisão
sistemática, Blom
(2)
categorizou que os sintomas mais fre-
quentemente descritos eram micropsia (visualizar os obje-
tos em tamanho menor do que eles são) e macropsia
(visualizar os objetos em tamanho maior do que eles são)
em 58,6% e 45,0% dos casos, respectivamente. Outras
manifestações frequentes foram: dismorfopsia (alteração na
percepção das linhas e contornos dos objetos, com linhas
retas sendo percebidas onduladas, por exemplo), acine-
topsia (perda da percepção visual do movimento), teleopsia
(os objetos parecem estar mais distantes do que realmente
estão), desrealização (sensação de que o mundo não é
real), macrosomatognosia ou microsomatognosia (sensa-
ção de que o corpo é maior ou menor do que realmente é,
respectivamente), e sensação de aceleração ou desace-
leração do tempo.
(4-10)
A falta de padronização de critérios diagnósticos e o
escasso número de relatos na literatura tornam difícil defi-
nir um padrão de acometimento e a distribuição
epidemiológica. A literatura vigente relata um maior nú-
Headache Medicine, .8, n.4, p.134-137, Oct./Nov./Dec. 2017 135
mero de casos em crianças ou adultos jovens, levantando-
se a hipótese de que esta manifestação seria um sinal de
imaturidade do sistema nervoso destes indivíduos.
(1)
A cau-
sa mais frequentemente relatada da síndrome é a
migrânea,
(11-17)
seguida de infecções virais, principalmente
pelo vírus de Epstein-Barr.
(1,18-31)
Outras etiologias que fo-
ram descritas em associação foram: lesões cerebrais,
fármacos, drogas ilícitas, desordens psiquiátricas e epilep-
sia.
(18,32,33)
A fisiopatologia do fenômeno ainda não é bem co-
nhecida, mas alguns estudos de neuroimagem sugerem
que a síndrome tem alguma associação com o funciona-
mento anormal da área parieto-temporo-occipital (a área
de junção entre elas). Essa área está envolvida na percep-
ção espacial e da imagem corporal, particularmente na
região posterior do lobo parietal não dominante.
(21)
Estu-
dos de neuroimagem usando FDG-PET em um indivíduo
com depressão e síndrome de Alice no País das Maravilhas
antes e após o tratamento sugeriram um hipometabolismo
do córtex frontal e um hipermetabolismo dos córtices
occipital e temporoparietal.
(34)
Mais estudos são necessári-
os para uma melhor compressão dos mecanismos envolvi-
dos na deflagração dos sintomas.
A base do diagnóstico consiste em excluir outras con-
dições clínicas que justifiquem alucinações visuais ou au-
ditivas.
(35-41)
e tentar identificar a condição clínica que es-
teja associada com o surgimento dos sintomas e se essa
associação de causalidade é verdadeira, já que há relatos
de experimentação dos sintomas de alucinação ou distorção
da realidade na população geral. É necessário pesquisar
se há lesões cerebrais subjacentes, fazendo-se este rastreio
por meio de RM, pesquisa de LCR e EEG, que normalmen-
te encontram-se sem alterações significativas.
(1)
Apesar de ser uma condição benigna, o tratamento é
necessário visando prevenir o impacto que as alucinações
podem provocar na vida diária, principalmente na popu-
lação pediátrica que pode apresentar-se com episódios de
pânico.
(1)
O controle da condição clínica subjacente é a
base do tratamento, instalando-se medicação profilática
para as crises de migrânea, antibióticos ou antivirais nas
condições associadas às infecções, controle da epilepsia
por meio de anticonvulsivantes ou tratamento das desor-
dens psiquiátricas.
O objetivo deste artigo é relatar o caso de uma paci-
ente que sofre de migrânea e apresentou dois episódios de
distorções na percepção do tempo concomitantemente aos
episódios migranosos. As sensações experimentadas pela
paciente se enquadram dentre os sintomas descritos na
Síndrome de Alice no País das Maravilhas.
RELATO DE CASO
Mulher, 32 anos de idade, com história de cefaleia
fronto-temporal à direita, em caráter pulsátil, associada a
vômitos, tontura e sintomas autonômicos (lacrimejamento
e edema palpebral) desde a adolescência. A frequência
era de cerca de duas vezes por mês.
Em duas ocasiões apresentou paroxísticos compatí-
veis com os sintomas relatados na Síndrome de Alice no
País das Maravilhas. O primeiro episódio ocorreu quando
tinha 16 anos e estava em um festival de quadrilhas juninas,
no qual a paciente apresentou distorção na percepção do
tempo, relatando sensação de que ela própria estava ace-
lerada e as pessoas e objetos adjacentes estavam desa-
celerados, como se estivessem "em câmara lenta". O epi-
sódio durou cerca de 10-15 minutos e foi acompanhado
por uma forte cefaleia que ocorreu concomitantemente aos
sintomas.
O segundo episódio ocorreu aos 31 anos de idade,
quando estava caminhando pela rua e percebeu a mesma
sintomatologia, com percepção de que as pessoas e carros
estavam desacelerados, "em câmera lenta", episódio tam-
bém acompanhado de cefaleia.
A paciente era obesa e no segundo episódio fazia uso
da medicação orlistate para emagrecimento. Negava his-
tória pessoal de diabetes, hipertensão ou qualquer condi-
ção mórbida neurológica, como convulsões, trauma
encefálico ou infecções.
O exame físico não mostrava alterações. Realizou RM
e AngioRM que se apresentaram dentro dos padrões da
normalidade. Dentre as conclusões do estudo de imagem,
foram observadas algumas variações da normalidade como
assimetria das vertebrais com a artéria vertebral esquerda
hipoplásica, sinais de padrão fetal da artéria cerebral pos-
terior direita, assimetria dos seios cavernosos, sendo o es-
querdo de maior dimensão que o direito, além de sinais de
sinusopatia inflamatória crônica.
Optou-se por iniciar medicação profilática para as
crises de enxaqueca, já que as mesmas eram de forte in-
tensidade e incapacitantes, topiramato na dose de 25 mg/
dia com a paciente relatando diminuição da intensidade e
da frequência dos episódios de cefaleia. Não apresentou
novos episódios de distorção na percepção do tempo.
DISCUSSÃO
Os episódios de alucinação da percepção do tempo
ocorreram em associação aos quadros de cefaleia. Excluí-
das lesões orgânicas por meio dos exames de imagem, é
"UM MUNDO EM CÂMERA LENTA" COMO MANIFESTAÇÃO DA SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS: UM RELATO DE CASO
136 Headache Medicine, v.8, n.4, p.134-137, Oct./Nov./Dec. 2017
ALMEIDA LCA, VALENÇA MM
possível estabelecer uma relação de causalidade entre a
migrânea e os sintomas compatíveis com a Síndrome de
Alice no País das Maravilhas.
A síndrome de Alice no País das Maravilhas associada
com migrânea não foi incluída na nova classificação das
cefaleias da International Headache Society ICHD (2018)
e, portanto, não há critérios diagnósticos estabelecidos.
Valença e colaboradores
(1)
propuseram os seguintes critéri-
os diagnósticos:
A. Um ou mais episódios de experiência pessoal de
ilusão de seu esquema corporal ou metamorfopsia;
B. Duração < 30 min;
C. Acompanhada de cefaleia ou história de migrânea;
D. RM, LCR e EEG sem alterações signiticativas.
Levando-se em consideração a proposta apresenta-
da, é possível estabelecer que a paciente preenche todos
os critérios para defini-la como portadora da síndrome em
questão, excetuando-se a pesquisa de LCR e EEG que não
foi realizada por não ter sido considerada relevante para a
pesquisa diagnóstica.
Curiosamente foram relatados casos da Síndrome no
País das Maravilhas em migranosos durante o uso de
topiramato.
(42,43)
Foi observado que a síndrome de Alice no País das
Maravilhas pode apresentar-se em indivíduos com
migrânea, e a apresentação dos sintomas varia entre os
indivíduos. Os autores encontraram em revisão da literatu-
ra poucos relatos de alterações na percepção do tempo,
(8)
sendo, portanto, uma forma rara de apresentação da
síndrome de Alice no País das Maravilhas.
REFERÊNCIAS
1. Valenca MM, de Oliveira DA, Martins HA. Alice in Wonderland
Syndrome, Burning Mouth Syndrome, Cold Stimulus
Headache, and HaNDL: Narrative Review. Headache. 2015;
55(9):1233-48.
2. Blom JD. Alice in Wonderland syndrome: A systematic review.
Neurol Clin Pract 2016;6(3):259-70.
3. Blom JD. [The Alice in Wonderland syndrome. What do we know
after 60 years?] Tijdschr Psychiatr. 2016;58(4):281-91. [Article
in Dutch].
4. Cau C. [The Alice in Wonderland syndrome]. Minerva Med.
1999;90(10):397-401. [Article in Italian]
5. Cruysberg JR, Cruysberg LP. [Metamorphopsia of the Alice in
Wonderland-syndrome.] Ned Tijdschr Geneeskd. 1999 Mar 27;
143(13):696-7; author reply 697-8. [Article in Dutch].
6. Farooq O, Fine EJ. Alice in Wonderland Syndrome: A Historical
and Medical Review. Pediatr Neurol. 2017;77:5-11.
7. Fine EJ. The Alice in Wonderland syndrome. Prog Brain Res.
2013;206:143-56.
8. Jia Y, Miao Y. Evidence for the Perception of Time Distortion
During Episodes of Alice in Wonderland Syndrome. J Nerv Ment
Dis. 2018;206(6):473-75.
9. Lanska DJ, Lanska JR. The Alice-in-Wonderland Syndrome. Front
Neurol Neurosci. 2018;42:142-50.
10. Podoll K, Ebel H, Robinson D, Nicola U. [Obligatory and
facultative symptoms of the Alice in wonderland syndrome].
Minerva Med. 2002;93(4):287-93. [Article in Italian]
11. Bayen E, Cleret de Langavant L, Fenelon G. [The Alice in
Wonderland syndrome: an unusual aura in migraine]. Rev
Neurol (Paris). 2012;168(5):457-9. [Article in French]
12. Corral-Carames MJ, Gonzalez-Lopez MT, Lopez-Abel B,
Taboas-Pereira MA, Francisco-Morais MC. [Alice in
Wonderland syndrome as persistent aura of migraine and
migraine disease starting]. Rev Neurol. 2009;48(10):520-2.
[Article in Spanish]
13. George D, Bernard P. Complex hallucinations and panic attacks
in a 13-year-old with migraines: the alice in wonderland
syndrome. Innov Clin Neurosci. 2013;10(1):30-2.
14. Golden GS. The Alice in Wonderland syndrome in juvenile
migraine. Pediatrics. 1979;63(4):517-9.
15. Hamed SA. A migraine variant with abdominal colic and Alice
in Wonderland syndrome: a case report and review. BMC
Neurol. 2010;10:2.
16. Ilik F, Ilik K. Alice in Wonderland syndrome as aura of migraine.
Neurocase. 2014;20(4):474-5.
17. Smith RA, Wright B, Bennett S. Hallucinations and illusions in
migraine in children and the Alice in Wonderland Syndrome.
Arch Dis Child. 2015;100(3):296-8.
18. Mastria G, Mancini V, Vigano A, Di Piero V. Alice in Wonderland
Syndrome: A Clinical and Pathophysiological Review. Biomed
Res Int. 2016;2016:8243145.
19. Bernal Vano E, Lopez Andres N. [A case of Alice-in-
Wonderland syndrome probably associated with the use of
montelukast]. An Pediatr (Barc). 2013;78(2):127-8. [Article
in Spanish]
20. Binalsheikh IM, Griesemer D, Wang S, Alvarez-Altalef R. Lyme
neuroborreliosis presenting as Alice in Wonderland syndrome.
Pediatr Neurol. 2012;46(3):185-6.
21. Brumm K, Walenski M, Haist F, Robbins SL, Granet DB, Love T.
Functional magnetic resonance imaging of a child with Alice in
Wonderland syndrome during an episode of micropsia. J
AAPOS. 2010;14(4):317-22.
22. Cinbis M, Aysun S. Alice in Wonderland syndrome as an initial
manifestation of Epstein-Barr virus infection. Br J Ophthalmol.
1992;76(5):316.
23. Copperman SM. "Alice in Wonderland" syndrome as a presenting
symptom of infectious mononucleosis in children: a description
of three affected young people. Clin Pediatr (Phila). 1977;16
(2):143-6.
24. Eshel GM, Evov A, Lahat E, Brauman A. Alice in Wonderland
syndrome, a manifestation of acute Epstein-Barr virus infection.
Pediatr Infect Dis J. 1987;6(1):68.
25. Kamei A, Sasaki M, Akasaka M, Chida S. [Abnormal magnetic
resonance imaging in a child with Alice in Wonderland syndrome
following Epstein-Barr virus infection]. No To Hattatsu. 2002;34
(4):348-52. [Article in Japanese]
Headache Medicine, .8, n.4, p.134-137, Oct./Nov./Dec. 2017 137
Correspondência
Laryssa Crystinne Azevedo Almeida,
laryssazevedo@hotmail.com
Recebido:15 de dezembro de 2017
Aceito: 28 de dezembro de 2017
26. Kuo SC, Yeh YW, Chen CY, Weng JP, Tzeng NS. Possible
association between Alice in Wonderland syndrome and
influenza A infection. J Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2012;
24(3):E7-8.
27. Kuo YT, Chiu NC, Shen EY, Ho CS, Wu MC. Cerebral perfusion
in children with Alice in Wonderland syndrome. Pediatr Neurol.
1998;19(2):105-8.
28. Lahat E, Berkovitch M, Barr J, Paret G, Barzilai A. Abnormal
visual evoked potentials in children with "Alice in Wonderland"
syndrome due to infectious mononucleosis. J Child Neurol.
1999;14(11):732-5.
29. Lahat E, Eshel G, Arlazoroff A. "Alice in Wonderland" syndrome
and infectious mononucleosis in children. J Neurol Neurosurg
Psychiatry. 1990;53(12):1104.
30. Liaw SB, Shen EY. Alice in Wonderland syndrome as a presenting
symptom of EBV infection. Pediatr Neurol. 1991;7(6):464-6.
31. Nakaya H, Yamamoto T, Takano M, Yamamoto K, Hujikawa Y,
Morikawa S, et al. Alice in Wonderland syndrome caused by
the 2009 pandemic H1N1 influenza A virus. Pediatr Infect Dis
J. 2011; 30(8):725-6.
32. Mizuno M, Kashima H, Chiba H, Murakami M, Asai M. 'Alice
in Wonderland' syndrome as a precursor of depressive disorder.
Psychopathology. 1998;31(2):85-9.
33. Omata T, Fujii K, Kuroki H, Shimojo N. Alice in Wonderland
syndrome associated with mycoplasma infection. Pediatr Int.
2016;58(10):1057-59.
34. Yokoyama T, Okamura T, Takahashi M, Momose T, Kondo S. A
case of recurrent depressive disorder presenting with Alice in
Wonderland syndrome: psychopathology and pre- and post-
treatment FDG-PET findings. BMC Psychiatry. 2017;17(1):150.
35. G Lerner A, Lev-Ran S. LSD-associated "Alice in Wonderland
Syndrome"(AIWS): A Hallucinogen Persisting Perception
Disorder (HPPD) Case Report. Isr J Psychiatry Relat Sci. 2015;
52(1):67-8.
36. Asensio-Sanchez VM. [Alice in Wonderland syndrome]. Arch Soc
Esp Oftalmol. 2014;89(2):77-8. [Article in Spanish]
37. Augarten A, Aderka D. Alice in Wonderland syndrome in H1N1
influenza: case report. Pediatr Emerg Care. 2011;27(2):120.
38. Camacho Velasquez JL, Rivero Sanz E, Tejero Juste C, Suller Marti
A. Alice in Wonderland syndrome in cerebrovascular disease.
Neurologia. 2016;31(6):418-20.
39. Coven I, Horasanli B, Sonmez E, Coban G, Dener S. The Alice in
Wonderland syndrome: an unusual in acute disseminated
encephalomyelitis. Am J Emerg Med. 2013;31(3):638 e1-3.
40. Garcia-Cabo C, Fernandez-Dominguez J, Garcia-Rodriguez R,
Mateos Marcos V. Alice in Wonderland syndrome as the initial
and sole manifestation of ischaemic stroke. Neurologia. 2017.
41. Kadia BM, Ekabe CJ, Agborndip E. Primary care challenges of
an obscure case of "Alice in Wonderland" syndrome in a patient
with severe malaria in a resource-constrained setting: a case
report. BMC Infect Dis. 2017;17(1):789.
42. Evans RW. Reversible palinopsia and the Alice in Wonderland
syndrome associated with topiramate use in migraineurs.
Headache. 2006;46(5):815-8.
43. Jurgens TP, Ihle K, Stork JH, May A. "Alice in Wonderland
syndrome" associated with topiramate for migraine prevention. J
Neurol Neurosurg Psychiatry. 2011;82(2):228-9.
"UM MUNDO EM CÂMERA LENTA" COMO MANIFESTAÇÃO DA SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS: UM RELATO DE CASO