20 Headache Medicine, v.8, n.1, p.19-21, Jan./Feb./Mar. 2017
STUGINSKI-BARBOSA J, PORPORATTI AL, CONTI PCR
tados durante todo o processo para garantir precisão.
Os TSQs, aplicados sobre a mucosa dentoalveolar da re-
gião dolorosa relatada, englobaram:
• Limite de Detecção Mecânica (LDM)
Este teste constou da utilização de um kit com vinte
monofilamentos de nylon (von Frey) com diâmetros dife-
rentes, calibrado para exercer forças específicas, variando
de 0,008 g/mm
2
a 300 g/mm
2
. Foi realizado para esti-
mar a menor força aplicada que os participantes reconhe-
ciam como toque leve e não dor. O método de limites foi
usado, onde aproximadamente seis a oito estímulos as-
cendente/descendente foram aplicados, e então a força
média foi calculada.
• Limiar de Detecção Mecânica Dolorosa (LDMD)
O mesmo protocolo para LDM foi executado, no en-
tanto, neste momento buscou-se estimar a menor força
aplicada que os participantes reconheciam como dor e
não toque.
• Alodinia Mecânica Dinâmica (AMD)
Dez segundos de ligeira vibração com um cotonete
foram aplicados na mucosa dentoalveolar (área estimada
de 2 mm
2
) e, imediatamente após, a intensidade da dor
foi registrada com o auxílio de uma Escala Analógica Vi-
sual (EAV) de 10 cm.
• Somação Temporal (ST)
Um estímulo doloroso de 26 g/mm
2
foi aplicado
repetidamente durante trinta segundos utilizando-se um
monofilamento de von Frey (aproximadamente um es-
tímulo por segundo, na frequência de 1 Hz). No 1º,
10º, 20º, e 30º segundo, os indivíduos avaliaram a
intensidade da dor em uma Escala Analógica Numéri-
ca (EAN).
Além dos TSQ, o questionário Allodynia Symptom
Checklist (ASC-12) em sua versão em Português brasileiro
foi utilizado para aferir a AC utilizando 12 questões sobre
frequência de sintomas de alodínia. As questões abrangi-
am perguntar se, durante a dor mais forte, os sujeitos sen-
tiam incômodo ao fazer a barba, usar óculos, prender os
cabelos, escovar os cabelos, ao usar roupas justas, entre
outras.
Neste estudo, a frequência dos sintomas de alodínia
foi investigada baseada nos últimos trinta dias de dor e
não nas "crises de cefaleia" como originalmente desen-
volvido. Ainda, sintomas de ansiedade foram verificados
utilizando o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), en-
quanto o Inventário de Depressão de Beck (BDI) verificou
sintomas de depressão. Índice de Qualidade do Sono de
Pittsburgh (PSQI) foi utilizado para verificar a qualidade
do sono e o Questionário Short-Form 36 (SF-36) foi utiliza-
do para verificar qualidade de vida. Para a análise estatís-
tica, o coeficiente de correlação de Spearman (rho) foi
utilizado para estimar as correlações entre as variáveis.
Toda a análise foi realizada com o auxílio do programa
MINITAB® 16 (Minitab Inc. State College, Pensilvania,
EUA). Os resultados foram considerados a um nível de
significância de 5%.
Certificado de Apresentação para Apreciação Éti-
ca:#19840113.2.0000.5417
RESULTADOS
Um total de 42 indivíduos foialiado, sendo que ape-
nas vinte sujeitos preencheram os critérios de inclusão para
OA. A idade foi de 58,5± 12,9 anos. As mulheres foram
mais prevalentes com 75% dos casos (n=15), e a região
mais afetada foi a mandíbula com 65% (n=13). Em mé-
dia, a duração da dor nos indivíduos com OA foi de 42,33
meses (9 a 120 meses).
Segundo o questionário ASC-12, 15% dos sujeitos
apresentaram AC grave, 15% moderada, 25% leve e 45%
nenhuma AC. Escores do ASC-12 foram correlacionados
positivamente com escores do questionário BAI
(rho=0.682; p=0,001) (Figura 1), e BDI (rho=0.523;
p=0,018) (Figura 2).
Nenhum resultado dos TQS realizados apresentou cor-
relação significativa com o escore do questionário ASC-
12 (Tabela 1).
Figura 1. Correlação entre os valores do questionário Allodynia Symptom
Checklist (ASC-12) e os escores do Inventário de Ansiedade de Beck
(BAI).