18 Headache Medicine, v.8, n.1, p.16-18, Jan./Feb./Mar. 2017
Estudos de imagem relacionam a presença da aura e
maior frequência de crises com maior quantidade de le-
sões isquêmicas no território das artérias vértebro-basilares,
especialmente no cerebelo, tronco encefálico e ouvido in-
terno.
(7)
Futuros estudos que avaliem tanto a presença de
microisquemias quanto o controle postural, podem elucidar
associação entre estes fatores. Assim, estratégias relacio-
nadas à prevenção e manejo da deterioração do controle
postural em nestes grupos de migranosos pode ser consi-
derada.
No entanto, não foram encontradas diferenças
significantes entre migranosos sem aura, com aura e crô-
nicos na performance dos testes funcionais; diferente de
um estudo prévio que verificou influência da aura no con-
trole postural estático.
(6)
Corroborando com estes resulta-
dos, foram verificadas alterações da marcha tandem e
marcha em migranosos, comparados a controles.
(2,6)
Como
a avaliação do equilíbrio estático exige controle postural
mais refinado e preciso, é possível que as diferenças entre
os subgrupos de migrânea se tornem mais evidentes.
Além disso, é importante destacar que a amostra ava-
liada é composta de indivíduos jovens, cuja idade média
gira em torno de 36 anos. Talvez o deterioramento do
controle postural decorrente da doença, como já eviden-
ciado por Akdal, 2012,
(8)
associado ao decorrente do
processo de envelhecimento, possa evidenciar maiores
diferenças entre os grupos. Porém, estas alterações já
são suficientes para influenciar o relato de desequilíbrios
e quedas nesta população. Isso pode causar um impacto
importante nas vidas destes pacientes, somado ainda à
influência da dor, que é bastante conhecida.
Assim este estudo é o primeiro a evidenciar que as
alterações do controle postural afetam a performance de
atividades funcionais como subir e descer degraus, sen-
tar para em pé, marcha e marcha tandem. A presença
de aura e cronicidade estão associados ao risco de que-
das nestes pacientes. Estudos direcionados no sentido de
maior investigação clínica e planejamento de interven-
ções terapêuticas apropriadas são necessárias.
CONCLUSÃO
Pacientes com migrânea apresentam alterações na
performance em tarefas funcionais, sugerindo deteriora-
ção precoce do controle postural com consequente inter-
ferência na vida diária com maior prevalência de que-
das e associação com o risco de quedas. Avaliação ade-
quada do equilíbrio e estratégias de reabilitação devem
ser consideradas para pacientes com migrânea.
REFERÊNCIAS
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6. Carvalho GF, Chaves TC, Dach F, et al. Influence of Migraine
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7. Kurth T, Mohamed S, Maillard P, et al. Headache, migraine, and
structural brain lesions and function: population based
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8. Akdal G, Balci BD, Angin S, Ozturk V, Halmagyi GM. A longitu-
dinal study of balance in migraineurs. Acta Otolaryngol
2012;132:27-32.
Correspondência
Gabriela Ferreira Carvalho
Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de
São Carlos
Setor de Traumatologia e Ortopedia
São Carlos, SP
Recebido: 05 de outubro de 2016
Aceito: 10 de outubro de 2016
CARVALHO GF, SILVA CA, FLORENCIO LL, PINHEIRO CF, DACH F, BEVILAQUA-GROSSI D