188 Headache Medicine, v.9, n.4, p.183-189, Oct./Nov./Dec. 2018
Fatores ambientais
Por fim, o domínio Fatores Ambientais, apresentou tam-
bém categorias já bem estabelecidas na literatura que cor-
roboram com as questões ligadas aos critérios diagnósti-
cos da Classificação Internacional de Cefaleia, como In-
tensidade da Luz (e2400), categoria ligada à fotofobia;
Intensidade do Som (e2500), categoria ligada à fonofobia
e Qualidade do ar (e260), que está relacionada com a
osmofobia.
Contudo, é importante destacar a categoria Tempera-
tura (e2250), descrita pelas mulheres, que afirmaram que
baixas ou altas temperaturas podem desencadear a migrâ-
nea ou agravá-la. Os poucos estudos que buscam enten-
der esta interação apontam para a mesma direção dos
nossos achados, demonstrando que as variações de tem-
peratura podem atuar como desencadeadoras de cri-
ses.
(21,22)
Desta forma é possível perceber que há diversos fato-
res ainda não explorados, no aspecto biopsicossocial, que
são de suma importância e interferem diretamente na saú-
de das mulheres com migrânea, como as funções de ape-
tite e sono, comprometendo sua qualidade de vida.
Alterações nas estruturas de ombro, pescoço e coluna
vertebral podem gerar limitações nas atividades diárias bem
como restrições importantes em sua participação social,
como no trabalho e nas relações familiares e lazer. A rela-
ção da temperatura com as crises de migrânea é um outro
achado deste estudo que indica para novas perspectivas
de estudos já que este ainda é um campo pouco explora-
do nas pesquisas com esta população.
Assim, estes achados demonstram que é necessária
uma maior atenção de todos os envolvidos no manejo da
migrânea à proposta de abordagem da CIF, posto que a
migrânea é uma condição multifatorial que precisa que os
profissionais envolvidos busquem compreender em sua to-
talidade o impacto gerado sobre a vida dos pacientes para,
assim, contribuir para qualidade de vida dessas mulheres.
Agradecimentos
Agradecemos a Fundação de Amparo à Ciência e
Tecnologia de Pernambuco (FACEPE) por promover e dar
suporte ao desenvolvimento científico deste projeto através
da bolsa de Iniciação Científica (BIC-0636-4.08/18) da
aluna Alyne Karine Lima Santos.
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