IHS Masters SchoolIHS Masters School
IHS Masters SchoolIHS Masters School
IHS Masters School
1º Brazilian-North American Synposium (BRANAS)1º Brazilian-North American Synposium (BRANAS)
1º Brazilian-North American Synposium (BRANAS)1º Brazilian-North American Synposium (BRANAS)
1º Brazilian-North American Synposium (BRANAS)
VI Congresso do Comitê de Dor OrofacialVI Congresso do Comitê de Dor Orofacial
VI Congresso do Comitê de Dor OrofacialVI Congresso do Comitê de Dor Orofacial
VI Congresso do Comitê de Dor Orofacial
13 a 17 de setembro de 201113 a 17 de setembro de 2011
13 a 17 de setembro de 201113 a 17 de setembro de 2011
13 a 17 de setembro de 2011
São PSão P
São PSão P
São P
auloaulo
auloaulo
aulo
--
--
-
SPSP
SPSP
SP
PP
PP
P
rograma Frograma F
rograma Frograma F
rograma F
inalinal
inalinal
inal
XXV Congresso Brasileiro de CefaleiaXXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV Congresso Brasileiro de CefaleiaXXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Caro amigo,
Chegamos à 25ª edição do nosso tradicional Congresso Brasileiro de Cefaleia, a
programação científica trouxe inúmeras novidades. Além dos nossos renomados palestrantes
nacionais, contamos com a participação de dez professores internacionais que nos brindarão
com palestras de alto nível. Esse ano realizaremos um encontro entre cefaliatras brasileiros
e norte-americanos, o 1st BRANAS (Brazilian - North American Headache Symposium) onde
serão apresentados temas de alta complexidade pelos maiores expoentes dos dois países.
A grade científica também procurou enfatizar a apresentação de casos clínicos através dos
quais esperamos maior interatividade entres os palestrantes e a audiência. Serão discutidos
aspectos clínicos, diagnóstico, terapêuticos e fisiopatológicos à luz dos casos apresentados,
uma forma de estimular a participação de todos.
O VI Congresso de Dor Orofacial promete ser o melhor de todos os tempos, com uma
programação muito bem elaborada pelo comitê científico e a presença das maiores
autoridades nacionais. Estamos assistindo um crescente interesse por essa área nos nossos
encontros, o qual está se tornando o principal evento brasileiro nesse campo da odontologia,
pudemos comprovar esse interesse pelo número recorde de trabalhos enviados ao
congresso.
Como é conhecimento de todos, nos dias 13 e 14 de setembro ocorre o Masters
School da International Headache Society (MS-IHS), o primeiro curso desse gênero
organizado pela IHS. Trata-se de uma imersão, dividida em duas etapas presenciais
intercaladas por atividades online monitoradas pelos maiores especialistas mundiais, onde
serão discutidos desde temas básicos até os assuntos mais profundos e atuais que cercam
a ciência das cefaleias.
Esperamos que o 25º Congresso Brasileiro de Cefaleia sirva de referência para suas
próximas condutas.
Sejam bem-vindos!
Marcelo C Ciciarelli
Presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia
100 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
ORGANIZAÇÃOORGANIZAÇÃO
ORGANIZAÇÃOORGANIZAÇÃO
ORGANIZAÇÃO
SBCe – Sociedade Brasileira de Cefaléia
COMISSÕES
COMISSÃO CIENTÍFICACOMISSÃO CIENTÍFICA
COMISSÃO CIENTÍFICACOMISSÃO CIENTÍFICA
COMISSÃO CIENTÍFICA
Carlos Alberto Bordini
Presidente
Jano Alves de Souza
Abouch Valenty Krymchantowski
Carla Jevoux
Mario F. P. Peres
Eliova Zukerman
José Geraldo Speciali
Pedro Ferreira Moreira Filho
COMISSÃO ORGANIZADORACOMISSÃO ORGANIZADORA
COMISSÃO ORGANIZADORACOMISSÃO ORGANIZADORA
COMISSÃO ORGANIZADORA
Marcelo C. Ciciarelli
Presidente
Luiz Paulo de Queiroz
Secretário
Carlos Alberto Bordini
Tesoureiro
Mario F. P. Peres e Celia Aparecida de Paula Roesler
PRESIDENTES DO CONGRESSOPRESIDENTES DO CONGRESSO
PRESIDENTES DO CONGRESSOPRESIDENTES DO CONGRESSO
PRESIDENTES DO CONGRESSO
José Geraldo Speciali
Coordenador
Carlos Alberto Bordini
Deusvenir de Souza Carvalho
Marcelo C. Ciciarelli
Marcelo Moraes Valença
Pedro Ferrereira Moreira Filho
Renan Barros Domingues
Renata Campi
COMISSÃO DE PRÊMIOS E TRABALHOSCOMISSÃO DE PRÊMIOS E TRABALHOS
COMISSÃO DE PRÊMIOS E TRABALHOSCOMISSÃO DE PRÊMIOS E TRABALHOS
COMISSÃO DE PRÊMIOS E TRABALHOS
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 101
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Alan M. Rapoport – EUA
Hans Christoph Diener – Alemanha
Allan Purdy – Canadá
Michel Volcy Gomes – Colômbia
Benjamim Frishberg – EUA
Morris Levin – EUA
Robert Cowan – EUA
Robert Shapiro – EUA
Stephen D. Silberstein – EUA
Steve Baskin – EUA
PALESTRANTES ESTRANGEIROSPALESTRANTES ESTRANGEIROS
PALESTRANTES ESTRANGEIROSPALESTRANTES ESTRANGEIROS
PALESTRANTES ESTRANGEIROS
PALESTRANTES
PALESTRANTES NACIONAISPALESTRANTES NACIONAIS
PALESTRANTES NACIONAISPALESTRANTES NACIONAIS
PALESTRANTES NACIONAIS
Alexandre Ottoni Kaup
Amelia Pasqual Marques
Ana Cristina Lotaif
Ana Luisa Lima Antoniazzi
Ana Maria Ladeira Yamada
Ariovaldo Alberto da Silva Junior
Carlos Alberto Bordini
Celia Aparecida de Paula Roesler
Cibele Dal Fabbro
Cinara Maria Camparis
Claudia Baptista Tavares
Claudio Manoel de Brito
Daniela Godoi Gonçalves
Debora Bevilaqua Grossi
Deusvenir de Souza Carvalho
Djacir Dantas Pereira de Macedo
Éder Cassio Rocha Ribeiro
Edson Amaro Junior
Elcio Juliato Piovesan
Elder Machado Sarmento
Eliana Meire Melhado
Eliova Zukerman
Erasmo Barros Da Silva
Fabíola Dach Éckeli
Fernando Kowacs
Frederico Mota Gonçalves Leite
Getulio Daré Rabello
Henrique Carneiro Campos
Hilton Mariano da Silva Junior
Jackeline Soráya Soares Barbosa
Jano Alves de Souza
Jayme Antunes Maciel Jr
João José Freitas de Carvalho
Jorge Von Zuben
José Geraldo Speciali
José Lucio de Oliveira Dantas
José Luiz Peixoto
José Stechman Neto
José Tadeu Tesseroli de Siqueira
Juliana Stuginski Barbosa
Karen dos Santos Ferreira
Liselotte Manke Barea
Luciana Campaner Fernandes
Luiz Paulo de Queiroz
Marcelo C. Ciciarelli
Marcelo Masruha Rodrigues
Marcelo Moraes Valença
Marco Antonio Arruda
Marco Antonio Minchola Robles
Maria Eduarda Nobre D. M. Costa
Mário F. P. Peres
Maurice Borges Vincent
Mauro Eduardo Jurno
Norma Regina Pereira Fleming
Orlando José Martins
Oswaldo Couto Jr.
Paulo Cesar R. Conti
Paulo Helio Monzillo
Pedro André Kowacs
Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho
Pedro Ferreira Moreira Filho
Rafael Akira Murayama
Rafael dos Santos Silva
Raimundo Pereira da Silva Neto
Renan Barros Domingues
Renata Campi de Andrade Pizzo
Renata Silva Melo Fernandes
Reynaldo Leite Martins Jr.
Ricardo Tanus Vale
Sandro Blasi Esposito
Sidney Sredni
Silvia Regina Dowgan Tesseroli
de Siqueira
Stelio Leal Peçanha
Thaís Rodrigues Villa
Wagner de Oliveira
Wilson Luiz Sanvito
102 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
XXV Congresso Brasileiro de CefaleiaXXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV Congresso Brasileiro de CefaleiaXXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
PP
PP
P
rograma Científicorograma Científico
rograma Científicorograma Científico
rograma Científico
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 103
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
104 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
08:20 - 12:10 Chair: Luiz Paulo de Queiroz - SC
TIME THEME - SPEAKER
08:00 - 08:20 Subscriptions
08:20 - 08:50 History and Epidemiology of Headache, worldwide and in Brazil
- Luiz Paulo de Queiroz - SC
08:50 - 09:20 Pathophysiology of migraine - Robert Shapiro - USA
09:20 - 09:50 Clinical Imaging of Headache - Allan Purdy - USA
09:50 - 10:20 Migraine: Other Clinical Investigations - Jano Alves de Souza - RJ
10:20 - 10:40 Coffee-break
10:40 - 11:10 Migraine with aura and Migraine without aura - clinical aspects
- Luiz Paulo de Queiroz - SC
11:10 - 11:40 Other varieties of migraine - Marcelo C. Ciciarelli - SP
11:40 - 12:10 Discussions
12:10 - 13:40 Lunch
13:40 - 18:30 Chair: Jackeline Soráya Soares Barbosa - RJ
13:40 - 14:10 Headache and the child - Marco Antonio Arruda - SP
14:10 - 14:40 Migraine and the child - Marco Antonio Arruda - SP
14:40 - 15:20 TTH - Elder Machado Sarmento - RJ
15:20 - 15:40 Pathophysiology of TACs - Alan Rapoport - USA
09:50 - 10:20 Migraine: Other Clinical Investigations - Jano Alves de Souza - RJ
15:40 - 16:00 Coffee-break
16:00 - 16:30 Cluster headache clinical aspects and treatment - Alan Rapoport - USA
16:30 - 17:00 Other TACs - Michel Volcy - Colombia
17:00 - 17:40 Cough, exertional, sexual activity headaches and Thunderclap headache
- Benjamim Frishberg - USA
17:40 - 18:10 Primary stabbing headache, Hypnic headache and New daily-persistent headache
(NDPH) - Claudio Manoel Brito - RJ
18:10 - 18:30 Discussions
RIO DE JANEIRO ROOM 13/09/2011RIO DE JANEIRO ROOM 13/09/2011
RIO DE JANEIRO ROOM 13/09/2011RIO DE JANEIRO ROOM 13/09/2011
RIO DE JANEIRO ROOM 13/09/2011
International Headache Society: The Headache-Masters School
Scientific Program
PROGRAMA CIENTÍFICO
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 105
RIO DE JANEIRO ROOM 14/09/2011 RIO DE JANEIRO ROOM 14/09/2011
RIO DE JANEIRO ROOM 14/09/2011 RIO DE JANEIRO ROOM 14/09/2011
RIO DE JANEIRO ROOM 14/09/2011
08:20 - 12:10 Chair: Elder Machado Sarmento - RJ
TIME THEME - SPEAKER
08:00 - 08:20 Headache atribbuted to: head trauma, CNS infections (emphasis on the red flags)
- Jano Alves de Souza - RJ
08:20 - 08:50 Biofeedback: what it is and its use in Headache Therapy - Luciana Campaner - SP
08:50 - 09:20 Cervicogenic Headache - José Geraldo Speciali - SP
09:20 - 09:50 Headache attributed to non-vascular intracranial disorder (emphasis on CSF pressure
disorders) - Roberto Shapiro - USA
09:50 - 10:20 Headache attributed to disorder of homoeostasis - Benjamim Frishberg - USA
10:20 - 10:40 Coffee-break
10:40 - 11:10 Cranial neuralgias and central causes of facial pain - José Geraldo Speciali - SP
11:10 - 11:40 Co-morbidities of migraine - Robert Cowan - USA
11:40 - 12:10 Discussions
12:10 - 13:40 Lunch
13:40 - 18:30 Chair: Fabíola Dach Éckeli - SP
13:40 - 14:10 Anatomy of head pain - Morris Levin - USA
14:10 - 14:40 Taxonomy: How many headache disorders? Which of them are often seen?
- Morris Levin - USA
14:40 - 15:10 Chronic migraine and medication overuse headaches
- Hans-Chistoph Diener - Germany
15:10 - 15:40 Acute therapy - Alan Rapoport - USA
15:40 - 16:00 Coffee-break
16:00 - 16:30 Behavioral therapy - Steve Baskin - USA
16:30 - 17:00 Preventive therapy - Allan Purdy - USA
17:00 - 17:40 In hospital: Losing the fear of assessing a headache patient (usually secondary
and with systemic diseases) - Fabíola Dach Eckeli - SP
17:40 - 18:10 ER: Losing the fear of assessing a headache patient (red flags, work out )
- Getúlio Daré Rabello - SP
18:10 - 18:30 Tertiary care unit: Losing the fear of assessing a headache patient
- Carlos Alberto Bordini - SP
International Headache Society: The Headache-Masters School
Scientific Program
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
1st Brazilian - North American Headache Symposium (BRANAS)
Part I: Advanced topics in Headache Medicine
07:00 - Entrega de materiais
Presidente honorário: Eliova Zukerman - SP
Secretário: Luiz Paulo de Queiroz - SP
HORÁRIO TEMA - PALESTRANTE
08:10 - 08:20 Abertura - Alan Rapoport - EUA; Carlos A. Bordini - SP; Eliova Zukerman - SP
08:20 - 08:40 Razões de disparidades na prevalência da migrânea nas diferentes regiões do país
- Luiz Paulo de Queiroz - SC
08:40 - 09:10 The chronobiology of migraine - Robert Shapiro - EUA
09:10 - 09:30 Cefaleia no homem e cefaleia na mulher. Quais prevalecem em quem?
- Eliana Meire Melhado - SP
09:30 - 10:00 Migraine triggers, activators and natural history (with cases) - Robert Cowan - EUA
10:00 - 10:20 Intervalo
10:20 - 10:40 Relação entre dor muscular e cefaleia - José Geraldo Speciali - SP
10:40 - 11:10 The eye and headache - Benjamim Frishberg - EUA
11:10 - 11:30 Modelos experimentais (animais e humanos) para pesquisa em cefaleias
- Marcelo Moraes Valença - PE
11:30 - 12:00 Classification and diagnosis of interesting headache cases - Morris Levin - EUA
12:00 - 12:20 Final Remarks - Eliova Zukerman - SP
12:20 - 13:40 Intervalo almoço
XXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
12:20 - 13:40 Abertura
Cefaliatria atual I - Presidente: Luiz Paulo de Queiroz - SC
14:00 - 14:40 Migraine and stroke - Hans-Christoph Diener - ALE
14:40 - 15:00 Síndromes das dores disfuncionais - Jano Alves de Souza - RJ
15:00 - 15:20 Imagens em cefaleia - Edson Amaro Jr. - SP
15:20 - 15:40 Peptídeos e cefaleia - Marcelo C. Ciciarelli - SP
15:40 - 16:00 Triptanas: ainda o padrão ouro na crise migranosa - Mauro Eduardo Jurno - MG
16:00 - 16:20 Intervalo
16:20 - 16:40 Quebrando paradigmas no tratamento da migrânea - Carlos Alberto Bordini - SP
16:40 - 17:00 Cefaliatria: armadilhas em que não caio - Pedro Ferreira Moreira Filho - RJ
17:20 - 18:00 Ten Things Everyone Should Know about Headache Medicine - Allan Purdy - EUA
18:00 - 19:20 Visita oficial à sessão de pôsteres - área expositiva Sala Goiás
Coquetel
SALÃO NOBRE 15/09/2011 SALÃO NOBRE 15/09/2011
SALÃO NOBRE 15/09/2011 SALÃO NOBRE 15/09/2011
SALÃO NOBRE 15/09/2011
106 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
PROGRAMA CIENTÍFICO
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 107
SALÃO NOBRE 16/09/2011 SALÃO NOBRE 16/09/2011
SALÃO NOBRE 16/09/2011 SALÃO NOBRE 16/09/2011
SALÃO NOBRE 16/09/2011
Conferência
Presidente: Mário F. P. Peres - SP
HORÁRIO TEMA - PALESTRANTE
08:00 - 09:00 Tratamento profilático da Migrânea Crônica com BOTOX® (OnabotulinumtoxinA)
- Stephen D. Silberstein - EUA
09:00 - 09:40 Migraine Pipeline in 2011 - Alan Rapoport - EUA
09:40 - 10:00 Cefaleia primária da tosse e cefaleia primária do esforço e da atividade sexual
- Ariovaldo Alberto da Silva Jr - MG
10:00 - 10:20 Intervalo
10:20 - 10:40 Cefaleia hípnica - Ana Luiza Lima Antoniazzi - SP
10:40 - 11:00 Cefaleia em trovoada primária - Cláudio Manoel de Brito - RJ
11:00 -11:20 Cefaleia nova e persistente diária - Ana Maria Ladeira Yamada - RJ
11:20 - 11:40 Hemicrânia contínua - Henrique Carneiro de Campos - MG
11:40 - 12:20 Difficult headaches - Hans-Christoph Diener - ALE
13:40 - 14:00 Cefaleia em salvas - Alexandre Ottoni Kaup - SP
Sessão de discussão de casos: Outras cefaleias primárias
Presidente: Célia Aparecida de Paula Roesler - SP
Conferência
Presidente: Orlando José Martins - SP
12:20 - 13:35 Simpósio Allergan
Sessão de discussão de casos: cefaleias trigêmino-autonômicas
Presidente: Erasmo Barros da Silva - PB
Cefaliatria atual I
Presidente: José Lucio de Oliveira Dantas - SE
14:00 - 14:20 Cefaleia em salvas - Elder Machado Sarmento - RJ
14:20 - 14:40 Hemicrânias paroxísticas & SUNCT - Maria Eduarda Nobre M. D. Costa - RJ
XXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
108 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
SALÃO NOBRE 16/09/2011 SALÃO NOBRE 16/09/2011
SALÃO NOBRE 16/09/2011 SALÃO NOBRE 16/09/2011
SALÃO NOBRE 16/09/2011
14:40 -15:20 Chronic migraine (case discussions) - Alan Rapoport - EUA
Allan Purdy - EUA
15:20 - 15:40 Migrânea episódica - Raimundo Pereira da Silva Neto - PI
15:40 - 16:00 CTT crônica - Marco Antonio Minchola Robles - PR
16:00 - 16:20 Intervalo
16:20 - 16:40 CTT episódica - Cláudia Tavares de Souza - MG
Conferência
Presidente: Sidney Sredni - SP
16:40 - 17:00 Migrânea crônica e o espectro bipolar - Mário F. P. Peres - SP
17:00 - 17:20 Valor preditivo de Tomografia computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética
- Paulo Hélio Monzillo - SP
17:20 - 18:00 Os paradigmas da medicina - Wilson Luiz Sanvito - SP
18:00 – 19:00 Assembléia da SBCe
Cefaléia nas crianças
Presidente: Célia Aparecida de Paula Roesler - SP
08:00 - 08:20 Abordagem da cefaléia na emergência - Marcelo Masruha Rodrigues - ES
08:20 - 08:40 Epidemiologia da cefaléia infância - Marco Antonio Arruda - SP
08:40 - 09:00 Sono em crianças migranosas - Thaís Rodrigues Villa - SP
09:00 - 09:20 Qualidade de vida em cefaléia infância - Liselotte Manke Barea - RS
09:20 - 09:40 Psicopatologia e cefaléia infância - Deusvenir de Souza Carvalho - SP
09:40 - 10:00 Terapêutica da migrânea na infância - Sandro Blasi Spósito - SP
10:00 - 10:20 Intervalo
SALÃO NOBRE 17/09/2011SALÃO NOBRE 17/09/2011
SALÃO NOBRE 17/09/2011SALÃO NOBRE 17/09/2011
SALÃO NOBRE 17/09/2011
HORÁRIO TEMA - PALESTRANTE
HORÁRIO TEMA - PALESTRANTE
Sessão de discussão de casos: CTT e migrânea
Presidente: Osvaldo Couto Jr - SP
XXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
PROGRAMA CIENTÍFICO
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 109
HORÁRIO TEMA - PALESTRANTE
Cefaliatria atual II
Presidente: Stélio Leal Peçanha - SP
10:20 - 10:40 Arterites da artéria temporal menos comuns (não as de células gigantes)
- Renan Barros Domingues - ES
10:40 - 11:00 Qualidade de vida em migranosos e epilépticos - Hilton Mariano da Silva Jr - SP
11:00 - 11:20 Genética e cefaleia - Elcio Juliato Piovesan - PR
11:20 - 11:40 Cefaleia hipertensão intracraniana idiopática - Éder Cássio Rocha Ribeiro - GO
11:40 - 12:00 Cefaleia e vestibulopatias - Fabíola Dach Éckeli - SP
12:00 - 12:20 Cefaleia e endocrinopatias - Pedro Augusto Sampaio Rocha Filho - PE
12:20 - 13:40 Intervalo - Almoço
13:40 - 15:00 Apresentações orais - Coordenação do grupo de prêmios - José Geraldo Speciali - SP
Cefaliatria atual III
Presidente: Cláudia Tavares de Souza - MG
15:00 - 15:20 Opioides em cefaleias primárias: nem tanto ao céu nem tanto ao inferno
- Djacir Dantas P. Macedo - RN
15:20 - 15:40 Estimulação magnética transcutânea e dor - Pedro Kovacs - PR
15:40 - 16:00 Cefaleia na sala de emergência - João José Freitas de Carvalho - CE
16:00 - 16:20 Intervalo
O melhor tema do ano passado
Presidente: Célia Aparecida de Paula Roesler - SP
16:20 - 16:40 Sempre quis falar sobre... A cefaleia da hipotensão liquórica espontânea é rara?
- Getúlio Daré Rabello - SP
16:40 - 17:00 Sempre quis falar sobre... A neuromodulação periférica no tratamento das cefaleias
refratárias: o que aconteceu até agora e o que esperar do futuro - Fernando Kowacs - RS
17:00 - 17:20 Sempre quis falar sobre... Cefaleias atípicas - Jayme Antunes Maciel Jr - SP
17:20 - 17:40 Sempre quis falar sobre... O inefável orbe do mururu - Maurice Borges Vincent - RJ
17:40 - 18:00 Enxaqueca é dor neuropática ou nociceptiva? - Norma Regina Pereira Fleming - RJ
18:00 -18:10 Encerramento
22:30 Festa de confraternização
SALÃO NOBRE 17/09/2011SALÃO NOBRE 17/09/2011
SALÃO NOBRE 17/09/2011SALÃO NOBRE 17/09/2011
SALÃO NOBRE 17/09/2011
XXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
110 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011 SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011
SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011 SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011
SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011
VI Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe
08:20 - 10:40 - Coordenadora: Renata Campi de Andrade Pizzo - SP
08:20 - 09:05 O que há sobre DTM baseado em evidência científica e a prática clínica
- Paulo Cesar R. Conti - SP
09:05 - 09:45 Genética e dor orofacial: perspectivas futuras - Paulo Cesar R. Conti - SP
09:45 - 10:15 Mecanismos da dor orofacial - Norma Regina Pereira Fleming - RJ
10:15 - 10:20 Discussão
10:20 - 10:40 Intervalo
10:40 - 12:20 - Coordenadora: Juliana Stuginski Barbosa - SP
10:40 - 11:10 Estado da arte sobre a relação fibromialgia e DTM - Rafael Akira Murayama - SP
11:10 - 11:40 Fatores de risco para a dor musculoesquelética mastigatória - Rafael dos Santos Silva - SP
11:40 - 12:10 Patologias reumatológicas sua relação com a DTM - Renata Silva M. Fernandes - PE
12:10 - 12:20 Discussão
12:20 - 13:40 Intervalo - Almoço
13:40 - 14:00 Abertura
SALÃO NOBRE SALÃO NOBRE
SALÃO NOBRE SALÃO NOBRE
SALÃO NOBRE
SALA SALA
SALA SALA
SALA
RIO DE JANEIRORIO DE JANEIRO
RIO DE JANEIRORIO DE JANEIRO
RIO DE JANEIRO
14:00 - 17:30 - Coordenador: Frederico Gonçalves Mota Leite - MG
14:00 - 14:30 Tratamento Fibromialgia e DTM: o que existe em comum? - Amélia Pasqual Marques - SP
14:30 - 15:00 Evidência do tratamento fisioterapêutico na cefaleia e DTM - Debora Bevilaqua Grossi - SP
15:00 - 15:30 Importância clínica das placas oclusais no tratamento das DTM - Ricardo Tanus Vale - MG
15:30 - 15:40 Discussão
15:40 - 16:00 Intervalo
HORÁRIO TEMA - PALESTRANTE
PROGRAMA CIENTÍFICO
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 111
SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011 SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011
SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011 SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011
SALA RIO DE JANEIRO 15/09/2011
VI Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe
16:00 - 17:30 - Coordenadora: Renata Silva Melo Fernandes - PE
16:00 - 16:30 A importância da estabilização ortopédica da oclusão nas DTMs - Wagner de Oliveira - SP
16:30 - 17:30 Manejo clínico dos vários estágios do disco articular - Ricardo Tanus Vale - MG
17:00 - 17:30 Diagnóstico por imagem: tomografia computadorizada e ressonância magnética
- Reynaldo Martins - MT
18:00 - 19:20 Visita - Discussão de pôsteres na Área Expositiva
Coquetel
08:20 - 09:50 Coordenador: Ricardo Tanus Vale - MG
08:20 - 08:50 SAB e odontalgia atípica: como proceder o tratamento? - Jorge Von Zuben - SP
08:50 - 09:20 Articulação temporomandibular em pacientes geriátricos - José Stechman Neto - PR
09:20 - 09:50 Métodos intervencionistas em dor orofacial - Frederico G. Mota Leite - MG
09:50 - 10:00 Discussão
10:00 - 10:20 Intervalo
10:20 - 12:20 Coordenadora: Daniela Godoi Gonçalves - SP
10:20 - 10:50 O significado clínico do dignóstico diferencial em dores neuropáticas orofaciais
- José Tadeu Tesseroli de Siqueira - SP
10:50 - 11:20 Genética e Dor Crônica - José Geraldo Speciali - SP
11:20 - 11:50 Avaliação sensitiva nas dores orofaciais neuropáticas
- Silvia Regina Dowgan Tesseroli de Siqueira - SP
11:50 - 12:20 Neuralgias de ramos terminais do trigêmeo: o que o dentista deve saber
- Renata Campi de Andrade Pizzo - SP
12:20 - 13:20 Intervalo - Almoço
HORÁRIO TEMA - PALESTRANTE
SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011 SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011
SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011 SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011
SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011
112 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
HORÁRIO TEMA - PALESTRANTE
VI Congresso do Comitê de Dor Orofacial da SBCe
13:30 - 16:00 Coordenador: José Stechman Neto - PR
13:30 - 14:00 Diagnóstico dos Distúrbios do sono no paciente com dor orofacial: como proceder
na clínica - Cibele Dal Fabbro - SP
14:00 - 14:30 Há relação entre bruxismo do sono, DTM e cefaleias primárias?
- Cinara Maria Camparis - SP
14:30 - 15:00 Bruxismo do sono: opções atuais de tratamento - Juliana Stuginski Barbosa - SP
15:00 - 15:30 DTM x SAOS: o uso do aparelho intraoral - Ana Cristina Lotaif - SP
15:30 - 15:40 Discussão
15:40 - 16:00 Intervalo
16:00 - 18:10 Coordenador: Jorge Von Zuben - SP
16:20 - 16:30 Contribuição das DTMs na cronificação das cefaleias primárias
- Daniela Godoi Gonçalves - SP
16:30 - 17:00 Cefaleia secundária a DTM de origem muscular ou CTT? Qual o diagnóstico?
- José Luiz Peixoto - SP
17:00 - 17:30 Diferença entre homem e mulher em relação à percepção da dor
- Karem dos Santos Ferreira - SP
17:30 - 18:00 Mesa-redonda: Pergunte aos especialistas presentes
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011 SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011
SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011 SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011
SALA RIO DE JANEIRO 16/09/2011
SALÃO NOBRE 17/09/2011 SALÃO NOBRE 17/09/2011
SALÃO NOBRE 17/09/2011 SALÃO NOBRE 17/09/2011
SALÃO NOBRE 17/09/2011
13:40 - 15:00 Apresentações orais
XXV Congresso Brasileiro de CefaleiaXXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV Congresso Brasileiro de CefaleiaXXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
XXV Congresso Brasileiro de Cefaleia
TT
TT
T
emas Livres - Apresentação Oralemas Livres - Apresentação Oral
emas Livres - Apresentação Oralemas Livres - Apresentação Oral
emas Livres - Apresentação Oral
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 113
Introdução: Introdução:
Introdução: Introdução:
Introdução: A cefaleia é um dos sintomas mais comuns visto na
população, cerca de 76% das mulheres e 57% dos homens tem
pelo menos um ataque por mês.
1
Entre as formas mais recorrentes
de cefaleia está a migranea, que pode começar como uma doença
episódica, ocorrendo menos de 15 dias por mês, mas também
pode evoluir para uma forma crônica e ocorrer por 15 dias ou
mais. Pacientes com migrânea apresentam alta prevalência de
alodínia cutânea (AC),
8
sintoma definido como dor em reposta a
um estímulo não nociceptivo aplicado sobre a pele normal. Recen-
temente a relação entre migrânea e AC vem atraindo maior interes-
se, uma vez que esta foi reconhecida como um sinal de sensibilização
central durante as crises migranosas
3
e sugerida como um fator de
risco para a cronificação da migrânea.
2
Além disso, tem sido suge-
rido que a AC pode influenciar na resposta ao tratamento com
triptanos,
4
provocando influência negativa na eficácia do tratamen-
to,
4
interferindo na medicação que deve ser administrada
5
e ainda
há relato de que os triptanos podem induzir o surgimento da AC 6.
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Objetivo:
Objetivo: Avaliar a presença e a severidade da alodínia cutânea
CE 06 – Alodínia cutânea em pacientes com migrânea crônica:
frequência e severidade
Gonçalves MC, Florencio LL, Chaves TC, Dach F, Speciali JG, Bevilaqua Grossi D
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
em portadores de migrânea crônica.
Metodologia:Metodologia:
Metodologia:Metodologia:
Metodologia: Foi avaliada
a frequência e a severidade da AC, através da versão brasileira
7
do
questionário12 item Allodynia Symptom Cheklist (ASC-12) (Figura
1) em 18 voluntários (16 mulheres), alfabetizados, com idade mé-
dia 40±12, portadores de migrânea crônica diagnosticados de
acordo com a Classificação Internacional de Cefaleias por neuro-
logistas especialistas. O ASC-12 é um questionário autoaplicável
cuja pontuação varia de 0-24 pontos e classifica o indivíduo como:
sem alodínia (0-2 pontos), leve (3-5 pontos), moderada (6-8 pon-
tos) e severa (9 ou mais pontos). Foram excluídos voluntários com
diagnóstico concomitante de outras cefaléias, fibromialgia, neural-
gia do trigêmio e doenças sistêmicas que apresentem neuropatia
periférica sensitiva. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Éti-
ca em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP
processo nº 13470/2010 e todos os voluntários assinaram o ter-
mo de consentimento livre e esclarecido.
Resultados:Resultados:
Resultados:Resultados:
Resultados: Um total de
dezesseis (89%) dos dezoito indivíduos avaliados apresentaram
alodinia cutânea, sendo a maioria classificada como severa (61%).
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
114 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
Não houve correlação, verificada através da Correlação de
Spearman, entre a pontuação do questionário e a idade (- 0,095), o
tempo de doença (21±14 anos) (- 0,12) e o Índice de Massa Cor-
poral (25± 5) (- 0,11).
Discussão: Discussão:
Discussão: Discussão:
Discussão: Os indivíduos com migrânea
crônica, na amostra estudada, apresentaram alta frequência e seve-
ridade de AC, demonstrando que esse sintoma persiste na fase
crônica podendo estar envolvido na cronificação dessa doença.
2
A
maioria dos indivíduos foi classificada com AC severa, indicando
que os pacientes não apenas tem o sintoma, mas que este também
é severo sugerindo a importância de sua avaliação na prevenção da
cronificação da migranea.
Conclusão:Conclusão:
Conclusão:Conclusão:
Conclusão: A frequência da AC em
portadores de migrânea crônica é elevada, sendo a forma severa a
mais prevalente, sugerindo a importância da avaliação desse sinto-
ma em migranosos crônicos.
Referências:Referências:
Referências:Referências:
Referências:
1. Lipton, R.B.; Bigal, M.E. Tem Lessons on epidemiology of migraine. Headache, v.47,
p.S2-S9,2007.
2. Guy N, Marques AR, Orliaguet T, Lanteri-Minet M, Dallel R, Clavelou P. Are there
differences between cephalic and extracephalic cutaneous allodynia in migraine
patientes?. Cephalalgia 2010 Jul;30(7):881-6.
3. Dodick D, Silberstein S. Central sensitization theory of migraine: clinical implications.
Headache 2006; 46(4):S182-S191.
4. Burstein R, Jakubowski M. Analgesic triptan action in an animal model of intracranial
pain: a race against the development of central sensitization. Annals of Neurology
2004; 55: 27-36.
5. Lampl C, Huber G, Haas S, Rittberger E, Diener H. Difference in triptan effect
in patients with migraine and early allodynia. Cephalalgia 2008 Oct;28(10):
1031-8.
6. Linde M, Elam M, Lundblad L, Olausson H, Dahlöf CG. Sumatriptan (5-HT1B/1D-
agonist) causes a transient allodynia. Cephalalgia 2004;24:1057-66.
7. Florencio LL, Gonçalves MC, Chaves TC, Dach FE, Speciali JG, Bevilaqua-Grossi D.
Adaptação transcultural do 12 item Allodynia Symptom Cheklist - versão brasileira.
Projeto de mestrado com bolsa FAPESP (2010/03377-0) e auxílio pesquisa CNPq
(2009/17580-4).
8. Ashkenazi A, Silberstein S, Jakubowski M, Burstein R. Improved Identification of
Allodynic Migraine Patients Using a Questionnaire. Cephalalgia 2007 27: 325-9.
CE 13 – Validação da osmofobia como critério diagnóstico de
migrânea
Silva Neto RP, Almeida KJ, Valença MM
Centro de Neurologia e Cefaleia do Piauí - Teresina, PI, Brasil
II
II
I
ntrodução:ntrodução:
ntrodução:ntrodução:
ntrodução: A osmofobia é definida como uma intolerância aos
odores e é um sintoma associado apenas às cefaleias primárias,
principalmente à migrânea com ou sem aura.
1, 2
Porta-Etessam et
al. (2009)
3
referiram osmofobia em 54,0% dos pacientes com
migrânea e em nenhum paciente com cefaleia do tipo tensional
(CTT). No estudo de Zanchin et al. (2005)
2
, a osmofobia esteve
presente em 43,0% dos pacientes com migrânea sem aura, 39,0%
na migrânea com aura, e em 7,0% na cefaleia em salvas, mas não
foi observada em qualquer paciente com CTT ou outra cefaleia
primária. Corletto et al. (2008)
4
encontraram uma prevalência de
osmofobia de 25,1% durante as crises de cefaleia em pacientes
com migrânea e 8,3%, nos paciente com CTT. Esse estudo
demonstrou que a osmofobia é um sintoma de baixa sensibilidade
e de alta especificidade, mais do que fotofobia ou fonofobia, para
o diagnóstico diferencial entre migrânea e CTT.
Objetivos:Objetivos:
Objetivos:Objetivos:
Objetivos:
Avaliar a associação entre osmofobia e diagnóstico de migrânea
e determinar a sensibilidade, a especificidade e os valores preditivo
positivo e negativo da osmofobia como critério diagnóstico de
migrânea.
Método: Método:
Método: Método:
Método: Estudo prospectivo e transversal realizado
em uma clínica especializada em cefaleia, para avaliar a osmofobia
associada à cefaleia numa amostra, aleatória e por conveniência,
de 50 pacientes com migrânea e 50 com cefaleia do tipo tensional
(controle), de acordo com a Sociedade Internacional de Cefaleia
5
,
obedecendo a critérios de inclusão e exclusão. A análise estatística
foi realizada por teste do qui-quadrado, com correção de Yates, e
pelo teste t de Student para comparação de médias, admitindo-se
nível de significância de p<0,05. Foram determinados os
parâmetros de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo,
valor preditivo negativo, concordância (índice kappa), acurácia e
odds ratio. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisas da Universidade Estadual do Piauí e todos os pacientes
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Resultados:Resultados:
Resultados:Resultados:
Resultados: Foram estudados 50 pacientes com migrânea (46
mulheres e 4 homens, com média de idade de 37,10±9,05 anos)
e 50 com CTT (19 mulheres e 31 homens, com média de idade de
40,06±10,45 anos). As médias de idade não apresentaram
diferença, estatisticamente, significante, refletindo a
homogeneidade dos grupos em relação a esta variável. Dos 50
pacientes com migrânea, 86,0% (43/50) apresentaram osmofobia,
em comparação com 6,0% (3/50) do controle (Tabelas 1 e 2).
Tabela 1. Dados amostrais de 50 pacientes com migrânea e 50 com
cefaleia do tipo tensional
TEMAS LIVRES CEFALEIA - APRESENTAÇÃO ORAL
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 115
A associação entre osmofobia e diagnóstico de migrânea foi, esta-
tisticamente, significante (χ
2
=61,23; p<0.0001), com uma con-
cordância substancial (k=0,80), uma acurácia precisa (90,0%) e
OR =96,2 (Tabela 3).
Tabela 2. Sensibilidade e especificidade da osmofobia no diagnóstico
de migrânea
Tabela 3. Associação entre osmofobia e o diagnóstico de migrânea.
nosso estudo, a osmofobia esteve presente em 86,0% dos paci-
entes com migrânea, concordando os achados de Sjöstrand et
al. (2010)
6
que encontraram 81,7%. Sugere-se que, se a
osmofobia ocorrer de forma consistente na migrânea, durante
os ataques, então ela poderia fazer parte dos critérios
diagnósticos para migrânea. Encontramos, também, 6,0% de
osmofobia nos pacientes com CTT, mas Zanchin et al. (2007),
7
ao estudarem 198 pacientes com CTT, não encontraram
osmofobia em nenhum paciente. Ainda observamos que a
especificidade da osmofobia para o diagnóstico de migrânea é
maior que a sensibilidade, que também é alta. Logo a ausência
de osmofobia tende a afastar o diagnóstico de migrânea. Em
dois estudos, a osmofobia mostrou uma baixa sensibilidade,
mas uma alta especificidade no diagnóstico diferencial entre
migrânea e CTT, mais do que fotofobia ou fonofobia.
1,4
Con-Con-
Con-Con-
Con-
clusões:clusões:
clusões:clusões:
clusões: Houve correlação positiva entre presença de osmofobia
e diagnóstico de migrânea. A acurácia da osmofobia para o
diagnóstico de migrânea foi expressiva. A osmofobia como
sintoma isolado tem alta sensibilidade e especificidade para o
diagnóstico de migrânea e parece ser um marcador específico
para diferenciá-la da CTT.
Referências:Referências:
Referências:Referências:
Referências:
1. Kelman L. Osmophobia and taste abnormality in migraineurs: a tertiary care study.
Headache 2004;44(10):1019-23.
2. Zanchin G, Dainese F, Mainardi F, Mampreso E, Perin C, Maggioni F. Osmophobia
in primary headaches. J Headache Pain 2005;6(4):213-5.
3. Porta-Etessan J, Casanova I, García-Cobos R, Lapeña T, Fernández MJ, García-
Ramos R, et al. Análisis de la osmofobia en las cefaleas primarias. Neurología
2009;24(5):315-7.
4. Corletto E, Dal Zotto L, Resos A, Tripoli E, Zanchin G, Bulfoni C. et al. Osmophobia
in juvenile primary headaches. Cephalalgia 2008;28(8):825-31.
5. International Headache Society. Classification and diagnostic criteria for headache
disorders, cranial neuralgias, and facial pain. Cephalalgia 2004;24(Suppl 1):1-160.
6. Sjöstrand C, Savic I, Laudon-Meyer E, Hillert L, Lodin K, Walkdenlind E. Migraine
and olfactory stimuli. Curr Pain Headache Rep 2010;14:244-51.
7. Zanchin G, Dainese F, Trucco M, Mainardi F, Mampreso E, Maggioni F. Osmophobia
in migraine and tension-type headache and its clinical features in patients with
migraine. Cephalalgia 2007;27(9):1
DD
DD
D
iscussão:iscussão:
iscussão:iscussão:
iscussão: De acordo com os critérios diagnósticos da
International Headache Society (2004),
5
apenas náuseas, vômi-
tos, fotofobia e fonofobia são sintomas associados à cefaleia
durante a crise de migrânea. No entanto, a osmofobia, outra
modalidade de hiperacuidade sensorial, é frequentemente rela-
tada por pacientes migranosos, apesar de o seu exato mecanis-
mo ser ainda desconhecido. Recentemente, um estudo com 60
pacientes com migrânea mostrou a prevalência dos principais
sintomas associados durante a crise, descritos a seguir: náuseas
(80,0%), vômitos (53,0%), fonofobia (93,0%), fotofobia (87,0%)
e osmofobia (81,7%),6 enquanto outros estudos evidenciaram
prevalências menores de osmofobia (de 25,0 a 54,0%).
1,3,7
Em
CE 20 – Frequent headaches in Brazilian school-aged
children - a Nationwide Study
Arruda MA
1
; Arruda R
2
; Bigal ME
3, 4
1
Director, Glia Institute, Ribeirao Preto, SP, Brazil;
2
Graduate student, University of Campinas Medical School
3
Global Director for Scientific Affairs - Neuroscience, Merck Research Laboratories, Whitehouse Station, NJ, U.S.
4
Department of Neurology, Albert Einstein College of Medicine, Bronx, NY, U.S.
Introduction: Introduction:
Introduction: Introduction:
Introduction: The prevalence of frequent headaches in the pre-
adolescent pediatric population is largely unknown. Adolescent
studies found that CDH is a significant problem in this age group,
1
and that substantial differences between adolescents and adults with
CDH exist.
2
Indeed, an increased biological risk in adolescents with
CDH was suggested.
2
For other neurological disorders, early onset
cases have the highest level of biological or genetic risk. Very few
studies investigated CDHs in the pre-adolescent population.
1, 3-5
A
recent population study conducted by us with a community sample
showed that a sizable 1.7% of the children had chronic daily
headaches and 4.2% of the children had 10 or more days of headache
by month.
6
To the best of our knowledge, studies assessing frequent
episodic headache in a nationwide representative populational
sample have not been published. Accordingly, herein we estimate
the prevalence of chronic daily headache (CDH) and of high frequency
episodic headaches (HFEH) in a nationwide sample of Brazilian
children and adolescents.
Methods: Methods:
Methods: Methods:
Methods: This study was conducted as
part of a large population study aiming to investigate the mental
health of children and adolescents in Brazil (Attention-Brazil Project).
The Attention-Brazil Project (ABP) was idealized by a free virtual
academic community called Aprender Criança (www.
aprendercrianca.com.br), dedicated to develop the interface between
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
116 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
Neuroscience and Education. Of the approximately 4,500 members
joining this community, 1,151 teachers applied to participate in the
ABP. Of them, 124 were selected and trained by internet
(www.atencaobrasil.com.br) on how to select the sample and fill in
the protocols. Of 8,304 children and adolescents randomly recruited
at schools (target sample), consents and analyzable data were
obtained from 6,383 (71.8%) children and adolescents aged from 5
to 18 years (49.8% girls), living in 87 cities and 18 Brazilian states,
representing the all five national regions. Parents responded a
validated questionnaire according to the Second Edition of the
International Classification of Headache Disorders. The
questionnaire is indeed the Portuguese version of the questionnaire
used in the American Migraine Studies
7
validated for use in the
Brazilian population.
8
The high frequency episodic headaches (HFEH)
were defined as from 10-14 days of headache in the past month,
and chronic daily headaches (CDH) as 15 or more headaches in the
past month. Crude and adjusted prevalence of HFEH and CDH were
calculated. The level of significance adopted was 5%. Statistical
analysis was performed with the aid of the SPSS 15.0 for Windows
(SPSS Inc.; Chicago IL). This study and surveys received full approval
from a Human Research Committee and a written informed consents
were obtained from all the parents.
Results: Results:
Results: Results:
Results: The demographic of
the final sample stratified by gender, age and race is showed in Table
1. The prevalence of chronic migraine was 0.6%. The overall
prevalence of HFEH was 1.5%, significantly higher in girls (1.9% vs.
1.1%, RR = 1.7, 95% CI = 1.1-2.6) and in adolescents older than
13 years (2.8% vs. 1.0% in younger than 8 years-old, RR = 2.7, CI
= 1.3-5.8). The prevalence of CDH was 1.0%, significantly higher
in adolescents older than 13 years (2.2% vs. 0.7% in younger than
8 years-old, RR = 3.4, CI = 1.4-8.1) and in non-white (1.4% vs.
0.8% in white ones, RR = 1.8, CI = 1.1-2.9). The overall prevalence
of children and adolescents with 10 or more days of headache per
month (HFEH+CDH) was 2.5%, increasing with age (5.0% in 14-
18 years-old vs. 1.7% at age 5-7 years-old, RR = 3.0, 95% CI =
1.7-5.2) and significantly higher in girls (2.9% vs. 2.1% in boys, RR
= 1.4, 95% CI = 1.0-1.9, p<0.05) (Table 2).
Discussion: Discussion:
Discussion: Discussion:
Discussion: Frequent
TEMAS LIVRES CEFALEIA - APRESENTAÇÃO ORAL
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 117
headaches are a significant problem in children and adolescents,
often not effectively treated, in part because the scope of the problem
remains poorly described, with consequent poor awareness. Most
of the studies on the subject focused in adolescents or young adults,
and established a prevalence of around 2% in adolescents, higher in
girls. Populational and clinic-based studies also suggest that early
onset of CDH is associated with poorer outcomes. Our most
important findings were: 1) The prevalence of CDH and HFEH in
Brazilian children and adolescents is relatively high, and important
2.5% have headaches on 10 or more days per month. 2) Adjusted
prevalence was higher in girls than in boys and in non-white vs.
white. 3) The prevalence markedly increased with age from pre-
adolescent to adolescence age. 4) CDH and HFEH were seen in
children as young as 5 years old. Our study has limitations. First,
our questionnaire did not allow us to subclassify the headaches in
specific headache syndromes (e.g. chronic migraine, chronic tension-
type headache). Follow-up investigations are addressing this topic.
Nonetheless, regardless of the precise subtype, defining the
prevalence of frequent headaches is of importance, and since this
was a questionnaire-based study, we can't define if the headaches
were primary or secondary. Second, we dichotomized race in White
and non-White, which is certainly an over simplistic approach, since
Brazil has a multiracial, miscegenated heritage. Nonetheless, the
population surveyed by us consists basically of white, black, and
brown individuals. In follow-up studies we intend to better explore
the influence of race in primary headaches of pre-adolescent children.
Strengths of our study include the population nature, robustness of
a representative nationwide sample, use of well developed and
validated questionnaires, and utilization of direct interviews (for
applying the questionnaires). Frequent episodic headaches and
chronic daily headaches are common in the pre-adolescent pediatric
population. Future studies are necessary in order to identify risk
factors for frequent headaches in the pediatric population, as well as
impact of headaches on school and on social relationships. Based
on our findings we estimate that 1.7 millions of children and
adolescents in Brazil have 10 or more days of headache per month.
Health care providers and educators should be aware of the
magnitude of the problem, in order to properly identify and treat
children with chronic headaches.
Disclosures:Disclosures:
Disclosures:Disclosures:
Disclosures: This study was conducted without commercial
financial support. Dr Bigal is a full time employee of Merck Research
Laboratories. He owns stocks and stock options of Merck. Merck did
not sponsor this study. The study does not mention medications.
Dr. Arruda has received grants from Janssen-Cilag for educational
lectures on attention disorder deficit with hyperactivity. Renato Arruda
report no disclosures.
A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética da Faculdade de Me-
dicina de São José do Rio Preto.
References:References:
References:References:
References:
1. Koenig MA, Gladstein J, McCarter RJ, Hershey AD, Wasiewski W. Chronic daily
headache in children and adolescents presenting to tertiary headache clinics. Headache
2002;42:491-500.
2. Bigal ME, Lipton RB, Tepper SJ, Rapoport AM, Sheftell FD. Primary chronic daily
headache and its subtypes in adolescents and adults. Neurology 2004;63:843-847.
3. Seshia SS. Chronic daily headache in children and adolescents. Can J Neurol Sci
2004;31:319-323.
4. Chakravarty A. Chronic daily headache in children and adolescents: a clinic based
study from India. Cephalalgia 2005;25:795-800.
5. Cuvellier JC, Couttenier F, Joriot-Chekaf S, Vallee L. Chronic daily headache in
French children and adolescents. Pediatr Neurol 2008;38:93-98.
6. Arruda MA, Guidetti V, Galli F, Albuquerque RC, Bigal ME. Frequent headaches in
the preadolescent pediatric population: a population-based study. Neurology
2010;74:903-908.
7. Lipton RB, Stewart WF, Simon D. Medical consultation for migraine: results from the
American Migraine Study. Headache 1998;38:87-96.
8. Godoy DAG, Bigal ME, Jales LCF, Camparis CM, Speciali JG. Headache and
Symptoms of Temporomandibular Disorder: an Epidemiological Study. Headache
2009;in press.
CE 21 – School achievement and absenteeism in school-aged
children with primary headache - a Nationwide Study
Arruda MA
1
; Arruda R
2
; Bigal ME
3, 4
1
Director, Glia Institute, Ribeirao Preto, SP, Brazil;
2
Graduate student, University of Campinas Medical School
3
Global Director for Scientific Affairs - Neuroscience, Merck Research Laboratories, Whitehouse Station, NJ, U.S.
4
Department of Neurology, Albert Einstein College of Medicine, Bronx, NY, U.S.
Introduction: Introduction:
Introduction: Introduction:
Introduction: Headache is one of the most common symptoms
in children and adolescents and headache syndromes respond to
an important reason for medical consulting. A recent population
study conducted by us showed a lifetime prevalence of headache
in children and adolescents of 81%.
1
Although migraine and
tension-type headaches were the most common diagnoses,
1
sizable
1.7% of the children had chronic daily headaches and 4.2% of the
children had 10 or more days of headache by month.
2
The burden
of pediatric headaches has been well established as impacting the
families and the children. The chronic headaches as a cause of
school absenteism have been reported in the literature comparing
children with chronic headache versus children without headache,
3
children with migraine versus children without headache, and
children with migraine versus children with tension-type headache.
4
A positive correlation was found between the headache frequency
and the numbers of school missing days.
5
However, controversial
findings are reported concerning the grade of impact of chronic
headaches in school absenteism, ranging from 1%
6
to 68%.
3
Very
few studies investigated the impact of chronic headaches in
cognitive functions in children and adolescents; however, to the
best of our knowledge, studies assessing the impact of chronic
headaches in school achievement have not been published.
Accordingly, herein we take advantage of a nationwide populational
study (Attention-Brazil Project) where children and adolescents
were identified at schools, and parents and teachers were directly
interviewed, in order to investigate whether chronic headaches
impact school achievement and cause school absenteism.
Methods: Methods:
Methods: Methods:
Methods: This study was conducted as part of a large population
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
118 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
study aiming to investigate the mental health of children and
adolescents in Brazil (Attention-Brazil Project). The Attention-Brazil
Project (ABP) was idealized by a free virtual academic community
called Aprender Criança (www.aprendercrianca.com.br), dedicated
to develop the interface between Neuroscience and Education. Of
the approximately 4,500 members joining this community, 1,151
teachers applied to participate in the ABP. Of them, 124 were
selected and trained by internet (www.atencaobrasil.com.br) on
how to select the sample and fill in the protocols. Of 8,304 children
and adolescents randomly recruited at schools (target sample),
consents and analyzable data were obtained from 6,383 (71.8%)
children and adolescents aged from 5 to 18 years (49.8% girls),
living in 87 cities and 18 Brazilian states, representing the all five
national regions. Parents responded a validated questionnaire
according to the Second Edition of the International Classification
of Headache Disorders. The questionnaire is indeed the Portuguese
version of the questionnaire used in the American Migraine Studies
7
validated for use in the Brazilian population.
8
Based on the
headache frequency, individuals were classified: a) no headache
(in the past year); b) low frequency episodic headaches (LFEM, less
than 5 days/month); c) intermediate frequency episodic headaches
(IFEH, 5-9 days/month); d) high frequency episodic headaches
(HFEH, 10-14 days/month); e) chronic daily headaches (CDH, 15
or more days/month). A validated questionnaire was responded
by the parents and teachers to evaluate the school achievement,
the frequency of headache in the classroom, the number of days
the child was dismissed from school due to headache and, the
number of missing school days due to headache in the last 6
months. Descriptive statistics were performed and relative risks
(RR) were calculated to compare different groups. The level of
significance adopted was 5%. Statistical analysis was performed
with the aid of the SPSS 15.0 for Windows (SPSS Inc.; Chicago IL).
This study and surveys received full approval from a Human Research
Committee and a written informed consents were obtained from
all the parents.
Results: Results:
Results: Results:
Results: Comparing to controls (no headache),
children with HFEH/CDH show a significantly lower school
achievement (RR=1.4, 95% CI=1.1-1.7, p=0.009). No statistical
significance is found comparing children with LFEH/IFEH, migraine
and tension-type headache (TTH) to controls. Children with
migraine show a significantly lower school achievement comparing
to children with TTH (RR=1.1, 95% CI=1.0-1.3, p=0.01), as well
as children with HFEH/CDH comparing to children with LFEH/
IFEH (RR=1.3, 95% CI=1.1-1.6, p=0.01) (Table 1). Children
with migraine show a significantly higher frequency of headache in
the classroom comparing to children with TTH in all endpoints:
never, at least once, from 1 to 5 days, and more than 5 days, as
well as children with HFEH/CDH comparing to children with LFEH/
IFEH (Table 2). Children with migraine more frequently was
dismissed from school due to headache than children with TTH, as
well as children with HFEH/CDH comparing to children with LFEH/
IFEH (Table 3). Finally, children with migraine show a significantly
higher prevalence of absenteeism comparing to children with TTH
in all endpoints: never (69.3% vs. 75.7%, RR=0.9, 95% CI=0.87-
0.95, p<0.0001), at least once (25.5% vs. 18.1%, RR=1.4, 95%
CI=1.2-1.6, p<0.0001), from 1 to 5 days (10.3% vs. 6.1%,
RR=1.7, 95% CI=1.3-2.1, p<0.0001), and more than 5 days
(1.5% vs. 0.7%, RR=2.0, 95% CI=1.1-3.9, p=0.04), as well as
children with HFEH/CDH comparing to children with LFEH/IFEH
(Table 4).
Conclusion: Conclusion:
Conclusion: Conclusion:
Conclusion: To the best of our knowledge, the present
study is the first population-based study to investigate the school
achievement in school-aged children with primary headache. Our
findings show that HFEH/CDH impact school achievement and
cause absenteeism comparing to LFEH/IFEH and controls (children
and adolescents with no headache); and migraine impact school
achievement and cause absenteism comparing to TTH. Bearing in
TEMAS LIVRES CEFALEIA - APRESENTAÇÃO ORAL
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 119
mind that 4.2% of Brazilian children and adolescents have 10 or
more days of headache per month (2,77 millions of children) 2;
35.8% of them are dismissed from school due to headache at least
one day per year (991,000 days), and 53.5% miss school days due
to headache at least one day per year (1,48 millions days), our data
allow us to estimate that more than 2,4 millions of school days are
missed per year in Brazil due to HFEH/CDH. Health care providers
and educators should be aware of the magnitude of the problem, in
order to properly identify and treat children with chronic headaches.
Disclosures: Disclosures:
Disclosures: Disclosures:
Disclosures: This study was conducted without commercial
financial support. Dr Bigal is a full time employee of Merck Research
Laboratories. He owns stocks and stock options of Merck. Merck did
not sponsor this study. The study does not mention medications. Dr.
Arruda has received grants from Janssen-Cilag for educational
lectures on attention disorder deficit with hyperactivity. Renato Arruda
report no disclosures.
A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética da Faculdade de Me-
dicina de São José do Rio Preto.
References:References:
References:References:
References:
1. Arruda MA, Guidetti V, Galli F, Albuquerque RC, Bigal ME. Primary headaches in
childhood—a population-based study. Cephalalgia : an international journal of
headache 2010;30:1056-1064.
2. Arruda MA, Guidetti V, Galli F, Albuquerque RC, Bigal ME. Frequent headaches in
the preadolescent pediatric population: a population-based study. Neurology
2010;74:903-908.
3. Abu-Arefeh I, Russell G. Prevalence of headache and migraine in schoolchildren.
BMJ 1994;309:765-769.
4. Laurell K, Larsson B, Eeg-Olofsson O. Headache in schoolchildren: association with
other pain, family history and psychosocial factors. Pain 2005;119:150-158.
5. Fichtel A, Larsson B. Psychosocial impact of headache and comorbidity with other
pains among Swedish school adolescents. Headache 2002;42:766-775.
6. Collin C, Hockaday JM, Waters WE. Headache and school absence. Archives of
disease in childhood 1985;60:245-247.
7. Lipton RB, Stewart WF, Simon D. Medical consultation for migraine: results from the
American Migraine Study. Headache 1998;38:87-96.
8. Godoy DAG, Bigal ME, Jales LCF, Camparis CM, Speciali JG. Headache and
Symptoms of Temporomandibular Disorder: an Epidemiological Study. Headache
2009;in press.
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
120 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
CE 43 – Comparação entre o diagnóstico clínico da migrânea
e o uso do ID-Migraine – Parte I
Jurno ME
1
; Ferreira AG
2
; Mattos AC
2
; De Resende DF
3
; De Souza JA
4
; Moreira Filho PF
4
1
Professor da FAME-FUNJOB e Coordenador da Residência do HRB-FHEMIG;
2
Médicas Residentes;
3
Professor de Estatística da FAME-FUNJOB;
4
Professores da Universidade Federal Fluminense
Introdução: Introdução:
Introdução: Introdução:
Introdução: A migrânea causa um grande impacto na saúde de
seus portadores e na sociedade como um todo. Afeta por volta de
18% das mulheres e cerca de 6% dos homens durante toda sua vida
útil, com pico de prevalência entre 25 e 55 anos de idade.
1
Em
estudos epidemiológicos populacionais a migrânea, especialmen-
te com aura, foi associada a transtornos de ansiedade múltiplos,
com conseqüente consumo exagerado de medicamentos abortivos.
2
O diagnóstico impreciso e a falta de importância dos profissionais
da saúde pelo tema pode ser um fator aditivo para estes pacientes
demorar em ter um diagnóstico preciso e, consequentemente
abusarem de medicação abortiva.
3
Desta forma, a migrânea tem
sido relatada como uma das 20 patologias que mais causam
desabilidade na vida de seus portadores, sendo responsável por
1,4% de todas as causas de desconforto.
4
Estabelecer o diagnóstico
correto é essencial para o sucesso terapêutico. O diagnóstico deve
ser realizado através das características clínicas da dor, do
comportamento de indivíduo e de fatores associados, não havendo
um marcador biológico específico para a migrânea.
5
Objetivo:Objetivo:
Objetivo:Objetivo:
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi fazer a comparação do diagnóstico de
pacientes migranosos atendidos no ambulatório de cefaleia através
da aplicação de uma entrevista estruturada: ID-Migraine
4
e
compará-lo aos critérios diagnósticos descritos na Classificação
Internacional das Cefaleias.
6
Material e métodos:Material e métodos:
Material e métodos:Material e métodos:
Material e métodos: Esta pesquisa
foi um estudo de corte transversal, com análise comparativa do
diagnóstico de um grupo de pacientes com dor de cabeça, através
de duas ferramentas distintas – Migraine-ID e consulta neurológica,
respeitando os critérios elencados na Classificação Internacional
das Cefaléias.
7
Em uma abordagem inicial, aqueles pacientes que
estavam na sala de espera, agendados para ser atendido nos
ambulatórios de dor de cabeça do Hospital Regional de Barbacena
(HRB/FHEMIG) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), fo-
ram convidados a participar do experimento e assinarão o termo de
consentimento livre e esclarecido. Para aqueles que concordaram
em participar da pesquisa foram apresentadas as perguntas propostas
pelo Migraine-ID
4
: a) Sentiu-se nauseada(o) indisposta(o) enquanto
estava com dor de cabeça?; b) A luz incomodou-a(o) (muito mais do
que quando não tem dor de cabeça)?; c) As suas dores de cabeça
limitaram a sua capacidade de trabalhar, estudar, ou fazer o que
precisava de fazer durante, pelo menos, um dia? O diagnóstico de
migrânea foi firmado com resposta positiva às três questões. Após
a consulta com o neurologista deste ambulatório, onde foram
utilizados os critérios de referência da Classificação Internacional
das Cefaleias o resultado do Migraine-ID foi comparado ao
diagnóstico firmado pelo médico neurologista. A análise dos dados
foi feita em microcomputadores, com recursos de processamento
estatístico do "software" Stata 9.2. As variáveis da análise foram
as registradas nos questionários do projeto. Foi determinada a
concordância do diagnóstico de migrânea detectáveis entre os
pacientes que se dispuseram em participar do experimento, além
de serem construídas as distribuições de frequências e calculados
outros percentuais, médias e desvios padrões interesse do estudo.
A concordância entre os diagnósticos clínico e o fornecido pela
Migrânea-ID foi avaliada através do coeficiente Kappa. O nível de
significância foi estabelecido em 0,05. Foram também calculadas
as taxas de sensibilidade e especificidade do Migrânea-ID, tomando
as taxas de positivos e negativos para a presença de migrânea,
obtidas com e sem diagnóstico firmado pelo neurologista, tendo-
se como referência a Classificação Internacional das Cefaléias.
9
Resultados: Resultados:
Resultados: Resultados:
Resultados: Nesta primeira parte deste estudo foram avaliados
320 pacientes cujas idades variaram de 18 a 64 anos (media de
38,3 ± 11,5 anos). Da amostra, 275 pacientes (85,9%) eram do
sexo feminino. Foram incluídos na pesquisa todos os pacientes
que apresentavam queixa de cefaleia e os diagnósticos mais
frequentes foram o seguinte: Migrânea sem aura 65,94%; migrânea
com aura 6,25%; cefaleia tipo tensional frequente 15%; cefaleia
por abuso de medicamentos 10%. Após a resposta ao
questionamento do Migrânea-ID e consulta neurológica, a
concordância com o diagnóstico clinico para migrânea sem aura
foi de 70,14% e para migrânea com aura foi de 90,0%.
Conclusões: Conclusões:
Conclusões: Conclusões:
Conclusões: Os resultados obtidos nesta pesquisa demonstraram
que o questionário do Migrânea-ID pode ser uma ferramenta útil
no screening para o auxílio no diagnóstico da migrânea e os achados
nesta primeira parte de nossa pesquisa encontraram valores
próximos aos dados presentes na literatura.
Referências:Referências:
Referências:Referências:
Referências:
1) Lipton RB, Stewart WF, von Korff M. Burden of migraine: Societal costs and therapeutic
opportunities. Neurology. 1997; 48(Suppl 3):S4-S9.
2) Mitsikostas DD, Thomas AM. Comorbidity of headache and depressive disorders.
Cephalalgia. 1999; 19: 211-7.
3) Diener HC, Limmroth V. Medication-overuse headache: a worldwide problem. Lancet
Neurol .2004; 3: 475-83.
4) Gil-Gouveia R, MartinsI. Validation of the Portuguese Version of ID-Migraine. Headache.
2010; 50:396-402.
5) Joubert J. Australian Family Phisician. August 2003; 34(8):627-32.
6) Subcomitê de Classificação das Cefaléias. Classificação Internacional das Cefaléias.
2ª Ed. Tradução da Sociedade Brasileira de Cefaléia. São Paulo. Alaúde editorial.
2006. 286p.
7) Lipton RB, Dodick D, Sadovsky R et al. A self-administtered secreener for migraine in
primary care - The ID Migraine validation study. Neurology. 2003;61:375-382.
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 121
TEMAS LIVRES CEFALEIA - APRESENTAÇÃO ORAL
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
CE 45 – Cefaleia em salvas: avaliação epidemiológica
brasileira - estudo de 387 casos
Nobre ME, Moreira Filho PF
Rio de Janeiro
Introdução e objetivoIntrodução e objetivo
Introdução e objetivoIntrodução e objetivo
Introdução e objetivo: A cefaleia em salvas (CS), seguramente
a mais intrigante das cefaleias, é rara e apresenta características
clínicas peculiares. O estudo epidemiológico mais recente,
realizado por Goadsby em 2002, trouxe à reflexão conceitos
epidemiológicos já estabelecidos, sugerindo ser uma dor mais
comum do que antes se conhecia. Observou-se também a demora
diagnóstica pela falta de familiaridade dos médicos com os
critérios diagnósticos. Além disso, novas características clínicas
têm sido observadas e descritas. O nosso objetivo é realizar uma
avaliação epidemiológica nacional visando contribuir para o
aprimoramento dos critérios diagnósticos já existentes.
Método:Método:
Método:Método:
Método:
Pacientes portadores de CS, já com diagnóstico estabelecido,
preencheram um questionário online. Foram avaliados 658
questionários entre janeiro de 2009 e dezembro de 2010. Destes,
foram selecionados 387. Os indivíduos foram entrevistados por
telefone e em consulta presencial, quando possível, para
confirmação do diagnóstico de acordo com os critérios da
Sociedade Internacional de Cefaleia. Foram excluídos os pacientes
com outros tipos de cefaleias primárias. Os seguintes itens foram
estudados: sexo, raça, idade no atendimento, cor dos olhos,
diagnóstico inicial, padrão da dor, horário, lateralidade da dor,
sinais e sintomas, intensidade da dor, localização, presença de
tabagismo e etilismo, presença de história familiar, comorbidades,
exames complementares realizados, índice de massa corpórea e
presença de ronco.
Resultados:Resultados:
Resultados:Resultados:
Resultados: Serão apresentados os
resultados da análise estatística de itens selecionados. Houve
predomínio do sexo masculino, com 283 indivíduos (73.1%) e 104
(26.9%) do sexo feminino, evidenciando uma relação de 2,7:1. A
média de idade foi de 39.3 anos no momento da entrevista. A raça
branca foi predominante (320 - 82,7%) e a cor dos olhos mais
encontrada foi castanho escuro (275 -71,1%). O primeiro
diagnóstico foi cefaleia em salvas em apenas 111 (28,7%) dos
indivíduos. O padrão mais encontrado foi a forma episódica, com
259 (66,9%) com a forma direta e 17 (4,4%) com a forma episódica
originada de crônica, portanto 276 (71,3%) no total. Em relação à
lateralidade, observou-se dor à direita em 189 (48,8%) indivíduos,
esquerda em 150 (38,8%), alternância de lado na mesma salva em
11 (2,8%), alternância de lado em salvas diferentes em 32 (8,3%) e
bilateral em 5 (1,3%) indivíduos. A dor foi excruciante em 73,9%
(286) dos casos e o lacrimejamento foi o sintoma mais frequente
(327-84,5%). O horário onde houve maior incidência de crises foi
entre 0 e 2h. A incidência de tabagismo foi de 55,8 dos pacientes e
uso de álcool pelo menos duas vezes por semana foi de 56,1%.
Conclusões:Conclusões:
Conclusões:Conclusões:
Conclusões: Observamos um predomínio do sexo masculino,
mas uma relação menor que a referida na literatura. Houve uma
incidência maior de casos crônicos. A dor não se mostrou
estritamente unilateral, o que já havia sido relatado na literatura,
porém observamos uma incidência maior. A demora no diagnóstico
é uma característica mundial, mas com esse estudo podemos
observar que devemos investir na educação médica continuada para
reduzir o tempo de sofrimento destes pacientes.
Bibliografia:Bibliografia:
Bibliografia:Bibliografia:
Bibliografia:
1. Broner S W, Cohen J M. Epidemiology of Cluster Headache. Current Pain and
Headache Reports 2009; 13:141–146.
2. Fischera M, Marziniak M, Gralow I, Evers S. The incidence and prevalence of cluster
headache: a meta-analysis of population-based studies. Cephalalgia, 2008; 28:
614–618.
3. Bahra A, May A, Goadsby P J. Cluster headache – a prospective clinical study with
diagnostic implications. Neurology, 2002; 58:354-361.
4. Manzoni G C, Terzano M G, Bono G, Micieli G, Martucci N, Nappi G. Cluster
headache - clinical findings in 180 patients. Cephalalgia, 1983; 3: 21-30.
122 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
CE 57 – Cefaleia na instalação do acidente vascular cere-
bral: Uma análise de 3.550 casos
Carvalho JJF; Machado CB; Viana GAA; Lemos ACS; Alves MB; Santos BC; Silva GS
Secretaria de Saúde do Estado do Ceará / Hospital Albert Einstein
Introdução: Introdução:
Introdução: Introdução:
Introdução: Cefaleia é o motivo de consulta de 2 a 4% das pesso-
as que procuram uma emergência. Em muitos casos a dor de cabeça
acontece no contexto de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Re-
conhecida desde 1664 por Thomas Willis, a relação entre cefaleia e
doença cerebrovascular, somente no século passado teve o primeiro
estudo abrangente publicado por Miller Fisher.
1
Desde então, vários
trabalhos apontam para uma frequência entre 7 e 65% o que reflete
a variedade de denominações e metodologias.
2
Na instalação, esti-
ma-se que entre 17 e 34% dos pacientes apresentem dor de cabeça.
3
Esta frequência pode estar subestimada, pois muitos pacientes apre-
sentam algum grau de comprometimento da consciência que associ-
ado a alterações de linguagem e do estado mental frequentemente
inviabilizam uma boa anamnese. A despeito destas observações,
muitos aspectos ainda persistem controversos, dentre eles, um me-
lhor entendimento da cefaleia associada à instalação do AVC.
Ob-Ob-
Ob-Ob-
Ob-
jetivo: jetivo:
jetivo: jetivo:
jetivo: Este trabalho, objetiva estudar a frequência e fatores associ-
ados à cefaleia como sintoma inaugural de AVC em uma grande
população de pacientes.
Método: Método:
Método: Método:
Método: Analisamos as fichas de 3.550
pacientes investigados no projeto de vigilância epidemiológica do
AVC em Fortaleza desenvolvido desde junho de 2009 pela Secreta-
ria de Saúde do Estado do Ceará, com o apoio e suporte do Instituto
de Responsabilidade Social do Hospital Israelita Albert Einstein de
São Paulo. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de ética do Hos-
pital Geral de Fortaleza. Baseadas no programa Steps Stroke pro-
posto pela Organização Mundial da Saúde, as fichas, além dos da-
dos demográficos contém o estado funcional anterior ao AVC, os
sintomas inaugurais, os fatores de risco e dados da hospitalização,
diagnóstico, exames complementares, tratamento multiprofissional,
complicações, evolução e desfecho. A presença de cefaleia na insta-
lação do AVC foi considerada quando referida, sob questionário,
pelo paciente ou familiar ou acompanhante que o assistiu quando da
instalação do quadro. Os dados foram tratados estatisticamente com
testes não-paramétricos (teste do Qui-quadrado) além de frequências
absolutas e porcentagens. Em todos os casos foram considerados
significantes resultados com p = 0,05.
Resultados:Resultados:
Resultados:Resultados:
Resultados: Foram 1854
(52%) mulheres e 1696 (48%) homens, com idade média de 67 ± 14
anos com 2540 (72%) AVC´s isquêmicos (AVCI), 508 (14%) AVC´s
hemorrágicos (AVCH), 121 (3%) hemorragias subaracnoideas (HSA),
104 (3%) ataques isquêmicos transitórios (AIT) e 277 (8%) AVC´s não
especificados (se isquêmicos ou hemorrágicos). Em 213 pacientes,
não foi possível confirmar ou não a presença de cefaleia na instalação
do AVC. Nos demais pacientes, a cefaleia esteve entre os sintomas
inaugurais do AVC em 30,8% dos casos. Quanto ao tipo de AVC ela
esteve presente em 23% dos AIT´s, 26% dos AVCI´s, 44% dos AVCH´s
e 84% das HSA´s. As mulheres relataram mais dores de cabeça que os
homens (33% x 29%, p = 0,0282) assim como os pacientes mais
jovens (abaixo dos 50 anos) (55% x 27%, p < 0,0001). Não foram
observadas diferenças quanto à raça. Em relação aos fatores de risco,
pacientes com hipertensão arterial (29% x 41%, p < 0,0001), diabetes
(25% x 35%, p < 0,0001), AVC prévio (27% x 35%, p < 0,0001) e
Fibrilação Atrial (25% x 32%, p = 0,0070) apresentaram menos dores
de cabeça, porém, pacientes tabagistas (36% x 30%, p = 0,0022) e
etilistas (35% x 31%, p = 0,0215) referiram o sintoma de forma
muito mais frequente. Cefaleia foi sintoma isolado na apresentação
de 3% dos AVCH´s e 16% nos casos de HSA. Quanto ao desfecho,
a presença de cefaleia na instalação se correlaciona com menor taxa
de óbito (27 % x 32%, p = 0330) (Tabela 1).
Discussão:Discussão:
Discussão:Discussão:
Discussão: Ainda não
há consenso sobre uma definição e mecanismo fisiopatológico da
cefaleia que ocorre na instalação do AVC. Na literatura, por exemplo,
encontram-se diversas definições temporais. Alguns estudos definem
como uma dor que ocorre de 48 horas antes até 24 horas depois do
AVC. Outros adotam um período de 3 dias antes e depois do ictus e
outros ainda não estabelecem prazos.
3
Em nosso estudo, adotamos
o critério de cefaleia que se apresentou em clara relação temporal e,
definitivamente, fez parte da constelação de sintomas que levaram o
paciente a procurar auxílio médico que resultou no diagnóstico do
primeiro ou um novo AVC. Como já relatado, os nossos pacientes
mais jovens e as do sexo feminino apresentaram mais dores de
cabeça. Também de acordo com outros trabalhos, o nossos pacientes
com hipertensão arterial apresentaram menos cefaleias. Em nossa
casuística, porém, a presença de diabetes, AVC prévio e fibrilação
atrial também estiveram relacionados com uma menor incidência do
sintoma. Por outro lado, o tabagismo e o etilismo se correlacionaram
com mais dor. Infelizmente, não temos informações detalhadas das
características das cefaleias a permitir a classificação das mesmas,
nem detalhes dos exames de neuroimagem que possibilitariam
tipificar melhor os AVC´s quanto ao tamanho, regiões cerebrais e
territórios vasculares acometidos. Certamente isso nos permitiria
uma melhor correlação dos achados. Não temos ainda um modelo
acabado que reflita os mecanismos envolvidos na cefaleia associada
à instalação da doença cerebrovascular. Várias conjecturas são
elencadas nos diversos trabalhos sobre o tema, todas no terreno das
hipóteses.
4,5,6
Certamente, desde mecanismos reflexos que podem
induzir dor a partir do território lesado à participação do sistema
trigêmino-vascular, dos sistemas simpático, parassimpático e
neuroendócrino além de mediadores locais, são muitas e, possivel-
mente, multifatoriais as possiblidades fisiopatológicas.
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: Conclusão:
Conclusão:
Nossos dados demonstram que a cefaleia, presente na instalação de
cerca de um terços dos AVC´s sinaliza para a etiologia hemorrágica
(AVCH e HSA) e menor taxa de óbitos hospitalares por determinantes
que ainda precisam ser melhor estabelecidos em estudos apro-
priados.
Referências:Referências:
Referências:Referências:
Referências:
1. Arboix A, Massons J, Oliveres M, Arribas MP, Titus F. Headache in acute cerebrovascular
disease: a prospective clinical study in 240 patients. Cephalalgia 1994; 14:37-40.
2. Carolei A, Sacco S. Headache attributed to stroke, TIA, intracerebral haemorrhage,
or vascular malformation. Handb Clin Neurol. 2010; 97:517-28.
3. Mitsias PD, Ramadan NM, Levine SR, Schultz L & Welch KMA. Factors determining
headache at onset of acute ischemic stroke. Cephalalgia 2006; 26:150-157.
4. Kumral E, Bogousslavsky J, Van Melle G et al. Headache at stroke onset: the
Lausanne Stroke Registry. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1995; 58: 490-492.
5. Tentschert S, Wimmer R, Greisenegger S et al. Headache at stroke onset in 2196
patients with ischemic stroke or transient ischemic attack. Stroke 2005; 36: e1-e3.
6. Verdelho A, Ferro JM, Melo T, Canhão P & Falcão F. Headache in acute stroke. A
prospective study in the first 8 days. Cephalalgia 2008; 28:346-354.
TEMAS LIVRES CEFALEIA - APRESENTAÇÃO ORAL
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 123
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
DOR 08 – Fibromialgia em pacientes com disfunção
temporomandibular: prevalência e estudo comparativo do
limiar de dor à pressão
Stuginski-Barbosa J
1
; Murayama RA
2
; Moraes NP
3
1
Cirurgiã-dentista, especialista em DTM e Dor Orofacial, Mestre em Neurociências pela Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto (USP), aluna de doutorado em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Bauru (USP)
2
Cirurgião-dentista, especialista em DTM e Dor Orofacial, Mestre e Doutor em Estomatologia pela Faculdade de
Odontologia de Araçatuba (UNESP), graduando em Medicina pelo Centro Universitário São Camilo
3
Cirurgião-dentista, professor titular da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (UNESP)
Estudos epidemiológicos indicam uma taxa significativa de presença
de pessoas apresentando dor crônica maior do que 46,5% entre a
população em geral. Este fato pode contribuir para o aumento na
demanda por tratamento de enfermidades caracterizadas pela
presença de dor crônica, o que inclui a disfunção temporomandibular
(DTM) e a fibromialgia (FM). Essas entidades patológicas podem
causar grande impacto na qualidade de vida, incluindo taxas de
depressão, ansiedade e até mesmo mortalidade, tornando a
identificação dos grupos de risco para este tipo de dor extremamente
importante.
Objetivos:Objetivos:
Objetivos:Objetivos:
Objetivos: Determinar a prevalência de FM em
pacientes com DTM e comparar o limiar de dor à pressão (LDP) em
músculos mastigatórios de pacientes com FM associada ou não a
DTM (dor miofascial) e indivíduos assintomáticos.
Métodos: Métodos:
Métodos: Métodos:
Métodos: A
prevalência de FM foi avaliada em 274 pacientes com DTM. Entre
os pacientes com DTM, quando havia suspeita de FM a partir de
dados da história médica, questionários específicos (ANEXO C), e
presença de dor pelo corpo em pelo menos 11 pontos bilaterais, o
paciente era encaminhado ao médico reumatologista para
diagnóstico de FM segundo os critérios da Academia Americana de
Reumatologia (Wolfe et al., 1990). Foram encaminhados 39
pacientes e confirmados 29 casos que foram submetidos à aplicação
dos seguintes critérios de exclusão para compor o grupo FM e
DTM: ausência de 5 ou mais dentes posteriores em paciente não
reabilitado por prótese, presença de doenças sistêmicas não
controladas como controladas como hipotireoidismo, artrite
reumatóide e anemia perniciosa entre outras. Foram então
selecionados 15 pacientes. Para comparação do LDP, foram
selecionados mais 42 indivíduos do sexo feminino. Foram formados
quatro grupos: grupo FM e DTM (n=15), grupo DTM (n=15), grupo
FM (n=12) e grupo controle (n=15). Indivíduos com FM não
poderiam apresentar dor orofacial nos últimos 3 meses. Indivíduos
do grupo controle não poderiam apresentar dor no corpo ou
orofacial nos últimos 3 meses. Avaliou-se o LDP em pontos
localizados em músculos masseter, temporal bilateral e ponto
controle no leito ungueal do dedo polegar direito por algometria
de pressão. Os dados obtidos foram analisados por teste ANOVA,
pós teste de Tukey, com nível de significância de 5% e intervalo de
confiança de 95%. O diagnóstico para DTM seguiu os critérios do
Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders e
para FM os critérios da Academia Americana de Reumatologia (ACR).
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa em
Humanos sob o protocolo 2006-01459.
Resultados: Resultados:
Resultados: Resultados:
Resultados: 29
pacientes com DTM preencheram critérios para FM (10,58%). O
LDP mostrou ser sempre maior no grupo controle, seguido em
ordem decrescente pelo grupo DTM, FM e FM+DTM. Houve
diferença significativa entre o grupo controle e os demais grupos
no ponto controle e músculos masseter e temporal esquerdo
(p<0,001) e entre o grupo controle e o grupo FM+DTM em
masseter e temporal direito. Não houve diferenças entre os grupos
DTM, FM e FM+DTM.A diminuição do LDP em ponto controle nos
indivíduos com SFM, DTM e SFM+DTM, em relação aos indivíduos
saudáveis, demonstra indício de sensibilização central. A utilização
do leito ungueal como ponto controle mostrou ser de fácil acesso
para realização da algometria.
Conclusões: Conclusões:
Conclusões: Conclusões:
Conclusões: Os dados sugerem
que pacientes com DTM e/ou FM apresentam diferenças com
relação ao processamento nociceptivo quando comparados à
indivíduos saudáveis, com aumento na sensibilidade dolorosa. O
fato de ocorrer diferenças em áreas extracefálicas sugere a presença
de sensibilização central, sobretudo em pacientes com as duas
condições. A FM e a DTM podem compartilhar de passos
fisiopatológicos semelhantes e possuir correlação e continuidade
temporal e surgir simultaneamente ou proceder uma a outra em
uma associação mais do que casual. A presença de FM deve ser
investigada em pacientes com DTM.
124 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
Gráfico 1 - Comparação entre os grupos Disfunção Temporomandibular
(DTM), Fibromialgia (FM), DTM e FM e grupo controle (GC) com relação
ao limiar de dor à pressão nos diferentes pontos avaliados.
PC - Ponto controle; MD - Masseter Direito; ME - Masseter Esquerdo; TD
- Temporal Direito; TE - Temporal Esquerdo; * diferença significativa na
comparação entre o grupo controle e os demais grupos; ** diferença
significativa na comparação entre os grupos controle e FM+DTM, por
teste ANOVA, pós-teste de Tukey
DOR 12 – Temporomandibular disorder pain and sleep
bruxism increase risk for primary headache
Disfunção temporomandibular dolorosa e bruxismo do sono aumentam o risco
para cefaleia primária
RR
RR
R
eferênciaseferências
eferênciaseferências
eferências
Dworkin SF, LeResche L. Research diagnostic criteria for temporomandibular disorders:
review, criteria, examinations and specifications, critique. J Craniomandib Disord.
1992;6(4):301-55.
Gracely RH, Grant MAB, Giesecke T. Evoked pain measures in fibromyalgia. Best Pract
Res Clin Rheumatol 2003: 17(4): 593-609.
Julien N, Goffaux P, Arsenault P, Marchand S. Widespread pain in fibromyalgia to a
deficit of endogenous pain inhibition. Pain 2005;114: 295-302.
Michelloti A, Farella M, Stellato A, Martina R. Tactile and pain thresholds in patients with
miofascial pain of the jaw muscles: a case-control study. J Orofacial Pain 2008;22:139-45.
Santos Silva R, Conti PC, Lauris JR, da Silva RO, Pegoraro LF. Pressure pain threshold
in the detection of masticatory myofascial pain: an algometer-based study. J
Orofacial Pain 2005;19(4):318-324.
Staud R, Smitherman ML. Peripheral and central sensitization in fibromyalgia:
pathogenetic role. Current Pain and Headache Reports 2002;6:259-266.
Wolfe F, Smythe HA, Yunus MB, Bennett RM, Bombardier C, Goldenberg DL, et al. The
American College of Rheumatology 1990 Criteria for the Classification of
Fibromyalgia. Report of the Multicenter Criteria Committee. Arthritis Rheum.
1990;33(2):160-72.
Fernandes G
1
, Franco AL
2
, Speciali JG
3
, Bigal ME
4
, Gonçalves DAG
5
, Camparis CM
6
1,2
Aluna de Pós-Graduação,
3
Professor Associado. Depto. de Neurologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP,
São Paulo, Brasil,
4
Chefe do Laboratório de Pesquisa e do Grupo de Educação Científica da Merck - Merck Laboratórios,
Depto. de Neurologia, Faculdade Albert Einstein de Medicina, Bronx, NY.
5
Professora Assistente,
6
Professora Adjunto. Disciplina de Oclusão, Desordens Temporomandibulares e
Dores Orofaciais, Depto. de Materiais Odontológicos e Prótese, Fac.de Odontologia de Araraquara, UNESP, São Paulo, Brasil
Introdução:Introdução:
Introdução:Introdução:
Introdução: A Academia Americana de Medicina do Sono (AAMS)
1
define o Bruxismo do Sono (BS) como uma atividade oral
caracterizada pelo ranger ou apertar dos dentes durante o sono.
Disfunção Temporomandibular (DTM) é um termo coletivo que
abrange problemas clínicos envolvendo a musculatura da
mastigação, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas
associadas.
2
Apesar das dificuldades metodológicas para a obtenção
de conclusões definitivas, o BS pode ser considerado um importante
fator de iniciação e perpetuação da DTM dolorosa.
3
As DTMs e as
Cefaleias Primárias também parecem estar associadas, sendo
consideradas entidades distintas, atuando uma sobre a outra como
fator perpetuante e agravante.
4
Finalmente, as cefaleias e o bruxismo
do sono também parecem estar associados,
5
porém ainda não há
nenhum estudo a respeito da associação múltipla entre BS, DTM e
cefaleias primárias.
Proposição:Proposição:
Proposição:Proposição:
Proposição: Investigar uma possível
associação entre essas três entidades, avaliando o risco de
ocorrência de cefaleias primárias em pacientes com ou sem DTM
dolorosa e BS.
Material e Método: Material e Método:
Material e Método: Material e Método:
Material e Método: A amostra foi composta por
indivíduos de ambos os gêneros, com idade entre 18 a 76 anos,
que procuraram tratamento na clínica de DTM e Dor Orofacial da
Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. Os critérios de
exclusão foram a presença de odontalgia, dor neuropática, presença
de DTM por menos de 3 meses, lesões intra-orais, síndromes
dolorosas crônicas. Todos os indivíduos foram submetidos a um
protocolo de diagnóstico sistematizado, realizado por um
examinador calibrado:
a) Ficha Clínica de DTM e Dor Orofacial da FOAr - UNESP para
detalhar a queixa principal, as características da dor e permitir o
diagnóstico diferencial de condições que pudessem mimetizar as
DTMs2.
b) Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorder
(RDC/TMD), para confirmação do diagnóstico e classificação da
DTM.
c) Questionário para diagnóstico inicial das cefaleias primárias
baseado nos critérios propostos pela International Headache
Society6.
d) Critérios de diagnóstico clínico do bruxismo do sono1 que se
baseia no relato do ranger dos dentes pelo paciente, somado a
TEMAS LIVRES DOR OROFACIAL - APRESENTAÇÃO ORAL
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 125
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
pelo menos um dos seguintes itens: a) desgaste anormal dos dentes;
b) dor ou fadiga dos músculos da mastigação ao acordar; c)
hipertrofia do músculo masseter na máxima contração voluntária.
Resultado:Resultado:
Resultado:Resultado:
Resultado: A amostra foi composta por 286 indivíduos (84.3%
mulheres), com média de idade de 37.3 anos. Foi encontrada uma
associação significativa entre DTM dolorosa, Migrânea a Cefaleia
do Tipo Tensional (CTT). A magnitude da associação foi maior para
a migrânea crônica (MC), seguida pela migrânea episódica (ME) e
CTT episódica (CTTE) (Tabela 1). Em relação o BS, a associação foi
significativa somente para MC (Tabela 2). Quando a amostra foi
estratificada pela presença de BS e DTM dolorosa, somente a
presença de BS não aumentou o risco para as cefaleias primárias. A
presença de DTM dolorosa sem BS aumentou significativamente o
risco, em maior magnitude para MC, seguida pela ME e CTTE. A
associação entre DTM dolorosa e BS aumentou significantemente
o risco para MC, seguida pela ME e CTTE (Tabela 3).
Discussão:Discussão:
Discussão:Discussão:
Discussão:
Estudos que investigam a múltipla associação entre DTM dolorosa,
BS e cefaleias primárias ainda são inexistentes. O presente estudo
encontrou uma associação significativa entre essas três entidades.
Desde que essas condições são altamente prevalentes e apresentam
um grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos, nossos
resultados contribuem para o conhecimento atual. Recentemente,
alguns estudos demonstram uma relação de comorbidade entre
DTM e cefaleias primárias. A hipótese mais plausível para essa é
que impulsos nociceptivos dos músculos da mastigação e
articulações temporomandibulares estimulam o núcleo caudal
trigeminal, que é o conduto sensitivo tanto das dores orofaciais
como das cefaleias, podendo aumentar o risco para o início de uma
crise migranosa4. A respeito da associação entre BS e DTM, nossos
resultados mostraram diferentes riscos, de acordo com o diagnóstico
de cefaleia primária. Para migrânea, o BS poderia ser um fator de
risco para DTM dolorosa e até mesmo estar colaborando com o
processo de cronificação. Para a CTTE, o risco foi observado somente
quando a DTM dolorosa e o BS estavam associados. As
características clínicas de CTTE 6 são semelhantes às características
da DTM associada ao SB. Há situações em que, possivelmente,
essas características não são tão evidentes para permitir o
diagnóstico diferencial. Além disso, a DTM associada ao BS e CTTE
126 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
podem co-existir no mesmo paciente, e ambos poderiam ser
diagnosticadas, dependendo da especialidade dos profissionais7.
Portanto, é importante salientar que os critérios atuais de
diagnóstico não permitem ao clínico diferenciar uma DTM iniciada
por SB da CTTE. Isso exigiria uma revisão dos seus critérios de
diagnóstico. É importante ressaltar que o presente estudo não
permite que uma relação de causalidade seja estabelecida. Em
conclusão, o estudo mostra que a associação BS-DTM dolorosa
aumenta consideravelmente o risco para a ME e CTTE e,
principalmente, para a MC. Por este motivo, recomendamos a
interação entre neurologistas e dentistas na avaliação e
gerenciamento de pacientes que sofrem de dor facial e cefaleias
primárias.
ReferênciasReferências
ReferênciasReferências
Referências
1. American Academy of Sleep Medicine. International classification of sleep disorders:
diagnostic and coding manual. 2nd ed. Westchester, Illinois: American Academy of
Sleep Medicine; 2005.
2. De Leeuw R. Orofacial pain: guidelines for assessment, diagnosis, and management.
4th ed. Chicago: Quintessence. 2008.
3. McNeill C. Management of temporomandibular disorders: concepts and controversies.
J Prosthet Dent. 1997; 77: 510-22.
4. Gonçalves DAG, Bigal ME, Jales LCF, Camparis CM, Speciali JG. Headache and
symptoms of temporomandibular disorder: an epidemiological study. Headache.
2010; 50: 231-41.
5. Molina OF, Santos J Jr., Nelson SJ, Grossman E. Prevalence of modalities of
headache and bruxism among patients with craniomandibular disorder. Cranio.
1997; 15: 314-25.
6. Subcomitê de Classificação Internacional das Cefaléias da Sociedade Internacional
de Cefaléia. Classificação Internacional das Cefaléias. 2nd ed. Trad. Sociedade
Brasileira de Cefaléia. São Paulo: Alaúde Editorial; 2006. 286 p.
7. Siqueira JTT. Disfunção temporomandibular: classificação e abordagem clínica. In:
Siqueira JTT, Teixeira MJ. Dor orofacial: diagnóstico, terapêutica e qualidade de
vida. Curitiba: Editora Maio; 2001. p. 374-404.
Apoio financeiro:Apoio financeiro:
Apoio financeiro:Apoio financeiro:
Apoio financeiro: FAPESP - Auxilio Pesquisa/Processo: 06/00730-5
Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética: Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética:
Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética: Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética:
Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética: Comitê de Ética em Pesquisa
da Faculdade de Odontologia de Araraquara/UNESP (no do protocolo - 33/
DOR 13 – Influência da dor por disfunção temporomandibular
e migrânea na presença de zumbido
Introdução:Introdução:
Introdução:Introdução:
Introdução: Disfunção temporomandibular (DTM) é um termo
coletivo que abrange problemas clínicos envolvendo a musculatura
da mastigação, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas
associadas (Okeson, 1996). A prevalência de zumbido em
pacientes com DTM varia de 33 a 76%, sendo maior do que a
encontrada na população em geral, que é de 15% (Lam, Lawrence
e Tenebaum, 2001; Ahmad e Seidman, 2004). O zumbido pode
ser definido como uma sensação de som percebida pelo indivíduo,
independentemente de estímulo sonoro externo, devendo sempre
ser considerado sintoma de alguma doença (Ahmad e Seidman ,
2004). Atualmente, há poucas evidências sobre a relação
fisiopatológica entre DTM e Zumbido. A hipótese mais aceita é
que o sistema nervoso central, quando sensibilizado, estaria
envolvido na geração e percepção do zumbido (Levine, 2003;
Ahmad e Seidman, 2004). Além disso, tem sido demonstrada uma
relação de comorbidade entre DTM e Migrânea, estando essa
interação relacionada ao nervo trigêmeo, que é o conduto sensitivo
tanto das cefaleias quanto das dores orofaciais. Sugere-se que
essas são entidades distintas atuando uma sobre a outra como
fator perpetuante e agravante (Gonçalves et al., 2010). Em relação
ao zumbido, em uma série de casos, percebeu-se que pacientes
com migrânea apresentam zumbido durante a crise migranosa
(Volcy et al., 2005). Entretanto, ainda não há estudos sobre a
relação entre zumbido, DTM e migrânea.
Proposição: Proposição:
Proposição: Proposição:
Proposição: Baseado
na literatura prévia, o objetivo do presente estudo é investigar
uma possível associação entre DTM dolorosa, migrânea e
zumbido, e estimar o risco de ocorrência de zumbido em pacientes
com tais condições.
Material e Método: Material e Método:
Material e Método: Material e Método:
Material e Método: Após o diagnóstico
diferencial em relação a outras fontes de dor orofacial, o Research
Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD),
foi usado para classificação da DTM. O RDC/TMD é um
instrumento amplamente usado em pesquisa e é composto por
um questionário e exame clínico que classifica a DTM em Eixo I
(diagnósticos físicos) e Eixo II (grau de dor crônica, depressão,
somatização e limitação da função mandibular). A presença de
zumbido foi avaliada por meio de auto-relato. A migrânea foi
diagnosticada e classificada, em episódica ou crônica, por meio
de um questionário validado (Gonçalves et al., 2010) baseado
na Classificação Internacional de Cefaléias-II. Os testes do χ
2
e
Odds Ratio (OR) com 95% Intervalo de Confiança (IC) foram
aplicados com nível de significância de 0,05.
Resultado: Resultado:
Resultado: Resultado:
Resultado: A
amostra foi composta por 245 indivíduos (210 mulheres e 35
homens), com média de idade de 37,15 anos (18 - 76 anos). Para
investigar a relação entre a presença de zumbido com DTM
dolorosa e migrânea crônica e episódica, a amostra foi estratificada
de acordo com as tabelas abaixo. Na tabela 1, é possível observar
que a DTM dolorosa aumentou o risco para a presença de zumbido
(OR=4,9 95% IC: 2,04-11,63; p=0,0005). Da mesma forma
Soares RCV
1
; Fernandes G
2
; Gonçalves DAG
3
; Franco AL
4
; Camparis CM
5
1
Aluna de Graduação;
2,4
Aluna de Pós-Graduação;
3
Professora Assistente;
5
Professor Adjunto. Disciplina de Oclusão,
Desordens Temporomandibulares e Dores Orofaciais, Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese,
Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP, SP, Brasil
TEMAS LIVRES DOR OROFACIAL - APRESENTAÇÃO ORAL
Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011 127
quando comparado com a presença isolada das mesmas
(p<0,0001), sendo em maior magnitude na presença de migrânea
crônica (23,38; 8,10-67,50), seguida pela migrânea episódica
(11,58; 4,36-30,77) (tabela3).
Discussão: Discussão:
Discussão: Discussão:
Discussão: O presente estudo
demonstrou associação entre DTM dolorosa, migrânea e zumbido,
sendo essas condições altamente prevalentes e de grande impacto
na qualidade de vida desses pacientes, esse estudo contribui para
os conhecimentos atuais. A presença de DTM dolorosa aumentou
o risco para o zumbido. Atualmente, a hipótese mais aceita para
explicar essa associação é baseada na sensibilização central. Os
núcleos grácil e cuneiforme presentes na via somatossensorial
apresentam uma projeção excitatória para o núcleo coclear dorsal
das vias auditivas. Esses núcleos, uma vez sensibilizados, levariam
estímulos dolorosos gerados na via somatossensorial ao córtex
auditivo que, por sua vez, os interpretaria como zumbido (Levine,
2003; Sanchez et al., 2003). Além disso, a presença de migrânea
aumentou o risco para o zumbido, sendo em maior magnitude para
a migrânea crônica. Para explicar esses resultados, sugerimos um
funcionamento anormal do córtex auditivo devido ao processo de
sensibilização central, já citado anteriormente, gerado durante as
crises migranosas (Volcy et al., 2005). O risco apresenta-se
aumentado quando a migrânea e a DTM estão associadas, pois
essas quando somadas poderiam levar a uma maior sensibilização
do sistema nervoso central e consequentemente a um funcionamento
anormal do córtex auditivo.
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: Conclusão:
Conclusão: A DTM dolorosa,
migrânea crônica e episódica podem ser um fator de risco para o
zumbido, sendo esse risco aumentado quando essas duas condições
coexistem no mesmo paciente. Por isso, sugerimos um tratamento
interdisciplinar na avaliação e gerenciamento de pacientes que
sofrem de DTM, Migrânea e Zumbido.
ReferênciasReferências
ReferênciasReferências
Referências
1. Ahmad N, Seidman M. Tinnitus in Older Adult: Epidemiology, Pathophysiology and
Treatment Options. Drugs Aging. 2004; 21:297-305.
2. Gonçalves DAG, Bigal ME, Jales LCF, Camparis CM, Speciali JG. Headache and
symptoms of temporomandibular disorder: an epidemiological study. Headache.
2010; 50: 231-41.
3. Lam DK, Lawrence HP, Tenenbaum HC. Aural symptoms in temporomandibular
disorder patients attending a craniofacial pain. J Orofac Pain.2001;15:146-57.
4. Levine RA. Somatic (Craniocervical) tinnitus and the dorsal cochlear nucleus hypothesis.
Am J Otolaryngol. 1999; 20: 351-62.
5. Okeson JP. Orofacial pain: guidelines for assessment, diagnosis, and management.
3th ed. Chicago: Quintessence; 1996.
6. Sanchez TG, Brandão AL, Lima AS, Lorenzi MC, Bento RF. Reprodutibilidade do teste
de modulação somática do zumbido e resultados após treinamento com contrações
musculares repetidas. Arq Int Otorrinolaringol. 2003; 7: 237.
7. Volcy M, Sheftell FD, Tepper SJ, Rapoport AM, Bigal ME. Tinnitus in Migraine: An
allodynic symptom secondary to abnormal cortical functioning? Headache.2005;
45:1083-7.
Apoio financeiro:Apoio financeiro:
Apoio financeiro:Apoio financeiro:
Apoio financeiro: FAPESP - Auxilio Pesquisa/Processo: 06/00730-5
Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética:Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética:
Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética:Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética:
Protocolo de Aprovação do Comitê de Ética: Comitê de Ética em Pesquisa
da Faculdade de Odontologia de Araraquara/UNESP (no do protocolo - 33/06)
também foi encontrado um risco aumentado para o zumbido na
presença de migrânea (p<0,0001), sendo em maior magnitude
para a migrânea crônica (18,9; 4,07-19,70), que para migrânea
episódica (3,9; 1,99-7,42) (Tabela 2). A amostra foi então
agrupada de acordo com a presença simultânea de DTM dolorosa,
migrânea crônica e episódica. A associação de DTM dolorosa
com migrânea crônica e episódica aumenta o risco para zumbido
128 Headache Medicine, v.2, n.3, p.99-128, Jul./Aug./Sep. 2011
XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA