Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 77
October 2020.
77
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.77
Caetano, I.; Khouri, B.; Rocha, A.; Rezende, D.; Juliani, M.; Silva, A.; Frederico, R.
Headache Medicine
Sexo feminino associado a maior chance hipersensibilidade sensorial
Igor Caetano, Bárbara Khouri, Amanda Rocha, Debora Rezende, Maria Juliani, Aline Silva, Regina Frederico
Acadêmico de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Introdução
A migrânea é uma doença caracterizada por cefaleia acompanhada de hipersensibilidade sensorial como fotofobia, fonofobia,
osmofobia e alodinia. Objetivo: Investigar a associação entre a sensibilidade sensorial (alodinia, fonofobia, fotofobia e osmofobia) e
outras variáveis clínicas relacionadas a migrânea.
Métodos
Estudo observacional composto por participantes com diagnóstico de migrânea com e sem aura de ambos os sexos, com idade entre 18
a 70 anos. Foram avaliados sexo, idade, índice de massa corpórea (lMC) e etnia. Foram obtidas informações sobre tipo de migrânea
(com ou sem aura; episódica ou crônica), idade de início da doença, frequência das crises, sintomas acompanhantes e desencadeantes
de cefaleia. Os participantes responderam sobre a presença ou ausência de alodinia, fonofobia, fotofobia e osmofobia. Avaliou-
se também o grau de incapacidade da migrânea, por meio do questionário Migraine Disability Assessment (MIDAS). Os dados
categóricos foram avaliados por teste de qui-quadrado ou Exato de Fisher. Dados contínuos foram avaliados pelo teste de Mann-
Whitney. Foi considerada diferença estatística quando p<0,05
Resultados
Participaram do estudo 111 indivíduos com migrânea, destes 83,7% eram do sexo feminino, 36,9% apresentavam aura e 54,9% tinham
a forma crônica da doença. Pacientes do sexo feminino tiveram mais frequentemente alodinia (OR 1,246; p=0,009), fonofobia (OR
1,458; p=0,007) e osmofobia (OR 1,430; p<0,001). Pacientes com osmofobia tinham menor IMC comparado com os que não tinham
essa condição (24Kg/m2 Vs 28 Kg/m2; p=0,046). Pacientes com alodinia tiveram chance 70% maior de terem migrânea com aura
(OR 1,707; p=0,004) e maior quantidade de dias de cefaleia no último mês (10 dias Vs 5 dias; p=0,003) comparado com os que
não tinham alodinia. Tinham maior pontuação no MIDAS aqueles indivíduos com alodinia (26 Vs 12; p=0,001) e fonofobia (20 Vs 14;
p=0,018). O gatilho menstrual foi mais frequente entre mulheres com alodinia (OR 1,56; p= 0,041) e fotofobia (OR 1,211; p=0,012).
Odor como gatilho foi mais comum em indivíduos com alodinia (OR 1,794; p= 0,003), fonofobia(OR 1,190; p=0,027) e osmofobia (OR
1,621; p=0,002), Gatilhos alimentares ocorreram mais frequentemente entre indivíduos com osmofobia (OR 1,438; p=0,019).
Conclusão
O sexo feminino foi associado a maior chance de alodinia, fonofobia e osmofobia. A alodinia foi a manifestação de hipersensibilidade
sensorial mais associada a gravidade e a gatilhos de migrânea.
Palavras-chave: Cefaleia, Migrânea, Fotofobia, Alodinia, Hipersensibilidade sensorial