Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 71
October 2020.
71
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.71
Aguiaar, C.; Aroucha, J. M.; Melo, R. E.; Lima, L. M.; Waked, J.; Gomes, P.
Headache Medicine
Transtornos temporomandibulares e transtornos alimentares em adolescentes
Camilla de Aguiar, João Marcílio Aroucha, Ricardo Eugenio de Melo, Lohana Maylane de Lima, Arnaldo Caldas Júnior,
Jorge Waked, Pollyanna Gomes
Universidade Federal de Pernambuco
Introdução
As disfunções temporomandibulares (DTM) e os transtornos alimentares (TA) envolvem a função e a parafunção da cavidade oral,
mas, mesmo com a sua alta prevalência na sociedade ocidental, pouco se sabe sobre suas possíveis associações. Poucos estudos
investigaram a prevalência de TA em pacientes com DTM e até agora a maioria deles fez apenas associações entre pacientes com
diagnóstico de TA e sinais e sintomas de DTM que não permitem uma conrmação do diagnóstico de DTM
Material e Métodos
Estudo Trasversal, aprovado pelo comitê de ética local que consistiu na análise 1342 estudantes de vinte escolas públicas estaduais
localizadas na cidade do Recife, com idades entre 10 e 17 anos que foram avaliados através de exame clínico e questionários auto-
aplicáveis. O Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) foi usado para vericar a presença de DTM, o
Eating Attitudes Test – EAT-26 (EAT) para vericar a presença de sintomas de TA e o Bulimic Investigatory Test of Edinburgh (BITE) para
identicar sintomas de bulimia ou alimentação compulsiva.
Resultados
Após análise dos dados, vericou-se que a prevalência de DTM foi de 33.2%. De acordo com o EAT, os sintomas de transtornos
alimentares estavam presentes em 29.1% dos adolescentes. De acordo com a escala de sintomas do BITE, 37.2% apresentaram
padrão alimentar não usual e 4.5% apresentaram padrão alimentar compulsivo com grande possibilidade de bulimia nervosa, 12,3%
tinham gravidade clinicamente signicativa e 2.8% um alto grau de intensidade na escala de gravidade do BITE. Adolescentes com
DTM apresentaram uma prevalência mais alta de sintomas de TA de acordo com o EAT e a escala de sintomas do BITE, porém ela
foi signifativamente maior apenas de acordo com a escala de severidade do BITE. A prevalência da coexistência de sintomas de TA
de acordo tanto com o EAT como com o BITE foi signicativamente maior em adolescentes com diagnóstico positivo para o grupo I
(desordens musculares).
Conclusão
Os resultados desse estudo conrmam que adolescentes com DTM tem maior risco de TA. Atenção especial deve ser dada aos
adolescentes com disfunções do grupo I que tem aproximadamente de duas a três vezes mais chance de apresentar TA. O estudo da
comorbidade dessas disordens poderá permitir uma melhor compreensão das suas etiologias e uma abordagem multidisciplinar no
tratamento desses pacientes.
Palavras-chave:
Síndrome da Disfunção da Articulação Temporomandibular, Transtornos da Alimentação, Adolescente