
Headache Medicine  
  
ISSN 2178-7468 
  
e
-ISSN 2763-6178  
 
v.11 
  
Supplement 
  
p. 70 
 
October 2020.
70
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.70
Souza, M.; Calderaro, M.; Kubota, G.; Oliveira, A.; Fonseca, A.; Carvalho, R.; Pincerato, R.
Headache Medicine
Análise de 814 exames de tomograa de crânio consecutivas de pacientes 
com enxaqueca atendidos em pronto socorro de hospital terciário
Marcio Souza, Marcelo Calderaro, Gabriel Kubota, Ana Oliveira, Ana Fonseca, Ruann Carvalho, Rita Pincerato
Hospital Samaritano
Introdução
Enxaqueca é uma das principais causas de atendimento de urgência. O uso de recursos que não se traduzem em benefício clínico para 
o paciente, como exames de neuroimagem em hipótese de crise de enxaqueca, gera grande impacto nanceiro no sistema de saúde. 
Objetivo
Avaliar a taxa de exames de tomograa de crânio com achados positivos signicativos em pacientes com enxaqueca em Pronto 
Atendimento (PA)  de hospital terciário.
Material e Métodos
Estudo retrospectivo descritivo com avaliação de 814 tomograas computadorizadas de crânio consecutivas de pacientes admitidos 
no PA do Hospital Samaritano Higienópolis entre 2018 e 2019 com o diagnóstico nal de enxaqueca (CID G43). As imagens foram 
avaliadas  de  forma  independente  pela  equipe  de  neurorradiologia  e classicadas  em  três  grupos: A-  dentro  da  normalidade; B- 
alterado com achados não relevantes; e C- alterado com achados relevantes. 
 
Resultados
Das 814 tomograas avaliadas, 510 (62,6%) eram totalmente normais, 269 (33%) apresentavam achados que não justicavam a clínica 
de cefaleia e 35 (4,2%) apresentavam achados potencialmente relevantes. O principal achado relevante foi sinusopatia aguda em 33 
pacientes (94% daqueles com achados relevantes), sugerida pela presença de nível líquido no interior de seios da face. Um paciente 
apresentou aneurisma sacular no segmento comunicante da carótida interna e outro apresentou lesão expansiva parasselar sugestiva 
de meningioma. Os demais achados, classicados como não relevantes, incluíam a presença de microangiopatia/gliose, redução 
volumétrica encefálica, espessamentos mucosos nos seios maxilares sem sinais de agudização, cistos aracnóides, dentre outros.
Conclusão
Os resultados apontam para uma baixa porcentagem de alterações de neuroimagem em pacientes com hipótese de enxaqueca 
avaliados por médico emergencista, com mais de 95% dos exames apresentando-se normais ou com achados não relevantes. Apenas 
0,2%  dos  exames  apresentaram  achados  considerados  relevantes  e  não  estavam  associados  a  sinusopatia,  condição  infecciosa 
aguda de diagnóstico clínico. Os achados indicam uso potencialmente inadequado de recursos e exposição de pacientes a radiação 
desnecessária. Estudos prospectivos podem avaliar se atividades de educação continuada podem aumentar a acurácia do diagnóstico 
clínico e consequentemente reduzir desperdício e melhorar o desfecho de paciente com enxaqueca na emergência.
Palavras-chave: 
Cefaleia, Enxaqueca, Tomograa computadorizada