Headache Medicine
ISSN 2178-7468
e
-ISSN 2763-6178
v.11
Supplement
p. 59
October 2020.
59
ASAA
DOI: 10.48208/HeadacheMed.2020.Supplement.59
Lellis, C.; Diniz, P.; Campos, L.; Dib, M.; Paniago, S.
Headache Medicine
Tratamento e prevenção da dor orofacial idiopática persistente: uma revisão
sistemática da literatura
Caio Lellis, Paulo Diniz, Luiza Campos, Maria Dib, Samyla Paniago
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Introdução
A dor orofacial idiopática persistente (DFIP) é um fenômeno que compreende um quadro de origem neuropática, composto pela
dor facial persistente, restrita à hemiface. Nesse contexto, sabe-se que o uso de antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina ou
nortriptilina, embora sejam o tratamento padrão, nem sempre se mostram ecazes. O objetivo deste estudo é revisar a literatura em
busca dos tratamentos e prolaxias atuais no manejo da DOIP.
Material e Métodos
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura no banco de dados PubMed, com os descritores: “Persistent Idiopathic Orofacial Pain
AND (Treatment OR Prevention), selecionando os ensaios controlados randomizados, ensaios clínicos e relatos de caso publicados nos
últimos 10 anos (n = 18 artigos). Excluiu-se os estudos ainda não concluídos e aqueles que não se enquadravam nos objetivos.
Resultados
Um relato de caso concluiu que o bloqueio do gânglio esfenopalatino (BGEP) com anestésico local de curta ação gerou alívio
temporário da DOIP, independentemente da medicação utilizada, enquanto a implantação de um eletrodo neuroestimulante neste
gânglio levou a melhora do quadro clínico de dor e redução do consumo de opióides. Junto a isto, um ensaio clínico apontou que
pacientes com essa síndrome dolorosa apresentam menor inibição intracortical de curto intervalo em comparação aos controles, fato
que não possui relação com o uso de medicações analgésicas. Também, um relato de caso concluiu que a ablação dos nervos cervicais
superiores, seguida por analgesia epidural cervical contínua por 3 semanas, fornecem controle satisfatório da dor em pacientes com
DOIP. Por outro lado, um estudo randomizado, duplo cego, avaliou que a hipnose não inuenciou signicativamente a sensibilidade
somatossensorial relacionada a DOIP quando comparada com o grupo placebo. Ademais, um ensaio clínico não controlado concluiu
que a toxina botulínica tipo A (BoNT-A) se mostrou uma opção terapêutica segura e ecaz no manejo da odontalgia atípica, sub forma
da DOIP, aliviando signicativamente o desconforto e a dor intermitente.
Conclusão
As opções terapêuticas envolvendo neuromodulação, a ablação dos nervos cervicais superiores e injeções de BoNT-A mostraram
segurança e ecácia no manejo da DOIP, enquanto o BGEP mostrou alívio temporário da dor e a hipnose não apresentou resultados
positivos.
Palavras-chave:
Dor orofacial idiopática persistente, DOIP, Odontalgoa